VINHOS - revistaitalianfood.com.br · A uva turca Sultana é a mais amplamente plantada na Índia,...

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Vinho na Índia? Há muito que já se foi o tempo da França, Itália e alguns outros poucos países europeus serem considerados como os únicos produtores de bons vinhos. Hoje, grandes produtos podem ser encontrados nos quatro cantos do mundo, da Califórnia até a Nova Zelândia, passando pela América e África do Sul. Todas essas regiões já fazem produtos conheci- dos, muitos deles de excelente qualidade, muitas vezes superiores aos produtos franceses e merecedores de medalhas e reconhecimento oficial pelos mais altos profissionais do setor. Outros países também começam a ingressar nesse mundo encantador de Baco e Dionísio. A China, segunda área de viticultura do mundo, está trabalhando fortemente e bons produtos não deverão demorar a aparecer. Até a Etiópia já possui alguns vinhos razoáveis! Em recente viagem, fomos conhecer o mercado vitivinícola da...Índia. 96 ITALIAN-FOOD Nº 34 - 2019 VINHOS

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Vinho na Índia?

Há muito que já se foi o tempo da França, Itália e alguns

outros poucos países europeus serem considerados como os

únicos produtores de bons vinhos. Hoje, grandes produtos

podem ser encontrados nos quatro cantos do mundo, da

Califórnia até a Nova Zelândia, passando pela América e

África do Sul. Todas essas regiões já fazem produtos conheci-

dos, muitos deles de excelente qualidade, muitas vezes

superiores aos produtos franceses e merecedores de medalhas e

reconhecimento oficial pelos mais altos profissionais do setor.

Outros países também começam a ingressar nesse mundo

encantador de Baco e Dionísio. A China, segunda área de

viticultura do mundo, está trabalhando fortemente e bons

produtos não deverão demorar a aparecer. Até a Etiópia já

possui alguns vinhos razoáveis! Em recente viagem, fomos

conhecer o mercado vitivinícola da...Índia.

96 ITALIAN-FOOD Nº 34 - 2019

V I N H O S

A VITIVINÍCOLA INDIANA

Um pouco de história. Acre-dita-se que a viticultura tenha sido introduzida na Índia pelos comerciantes persas em algum momento do quarto milênio a.C. Os primeiros plantios foram usados principalmente para uvas de mesa ou suco de uva e não na produção de uma bebida alcoólica. Durante o período védico do 2º e 1º milênios, as tribos arianas da região eram conhecidas pela sua indulgência na bebida e parece provável que o vinho fosse uma bebida corrente. A primeira menção conhecida de vinhos à base de uva foi nos escritos de Chanakya, também chamado de Vichnugupta (371 a.C. - 283 a.C.), um estadista e filósofo india-no dos séculos IV e III a.C., que serviu como primeiro-ministro de Chandragupta Máuria (340 a.C. - 298 a.C.), o fundador do Império Máu-ria. Em seus escritos, Chanakya condena o uso do álcool, enquanto registra que o imperador apreciava um estilo de vinho de uva conhecido como Madhu.

Nos séculos que se seguiram, o vinho tornou-se a bebida privilegiada da nobreza indiana ou classe Kshatriya(1), enquanto a casta inferior bebia tipi-camente álcool feito de trigo, cevada e painço. Sob o domínio do Império muçulmano Mughal, o álcool era proibido de acordo com as leis dieteticas islâmicas. No entanto, há relatos escri-tos sobre, pelo menos, um governante Mogol, Jahangir (1569 - 1627), nome imperial de Nur-ud-din Mohammad Salim, governante do Império Mogol en-tre os anos de 1605 e 1627, que gostava de vinho de conhaque. No século XVI, os colonos portugueses de Goa introdu-ziram o vinho do tipo porto e a produção de vinhos fortificados logo se espalhou para outras regiões. Sob o domínio britânico durante a era vitoriana, a viti-cultura e a vinificação foram fortemente encorajadas como fonte doméstica para os colonos britânicos. Os vinhedos foram plantados extensivamente nas regiões de Baramati, Caxemira e Surat. Em 1883, na Exposição Internacional de Calcutá, os vinhos indianos foram exibidos e

tiveram recepção favorável. A indústria vinícola indiana estava atingindo um pico no momento em que a epidemia de filoxera(2) chegou ao país e devastou seus vinhedos.

Foi um longo caminho para a in-dústria vitivinícola indiana se recuperar da devastação no final do século XIX. A opinião pública e religiosa desfavorável sobre o álcool se desenvolveu e culminou na década de 1950, quando muitos dos Estados da Índia proibiram o uso do álcool. Os vinhedos foram arrancados ou incentivados a se converterem para a pro-dução de uvas e passas. Algumas áreas, como Goa, continuaram produzindo vinho, mas o produto era normalmente muito doce e altamente alcoólico. O ponto de virada da moderna indústria vinícola indiana ocorreu no início dos anos 80, com a fundação do The Tonia Group, no Estado de Goa. Com a assis-tência de produtores franceses, o Grupo Tonia começou a importar variedades de uvas vitis vinifera, como Cabernet Sau- vignon, Chardonnay, Pinot blanc, Pinot noir e Ugni blanc, e começou a fazer vinhos e espumantes. Outras vinícolas logo se seguiram à medida que o sur-gimento da crescente classe média da Índia impulsionou o crescimento e o desenvolvimento da indústria vinícola indiana. Hoje, as duas principais viní-

Chandragupta Máuria

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(1) Os xátrias, kshatriya, chátrias ou chatrias (em híndi क्षत्रिय, transl. kṣat riya, do sânscrito कष्तर् transl. kṣatra) for-mam uma das quatro castas no hinduís-mo. Constituem a ordem dos altos postos militares e na sua maioria governantes do tradicional sistema social védico-hindu e suas famílias, tal como definido pelos Ve-das e pelo Código de Manu. Os Senhores Krishna, Buda e Mahavira pertenceram a esta casta.

(2) Filoxera é o nome comum do hemípte- ro da família Phylloxeridae, da espécie Daktulosphaira vitifoliae (Fitch, 1854), por vezes designada pelo seu sinônimo ta-xonômico Phylloxera vastatrix (Planchon, 1868). A partir do último trimestre do século XIX, a filoxera constituiu-se como a praga mais devastadora da viticultura mundial, alterando profundamente a distribuição geográfica da produção vinícola e provocando uma crise global na produção e comércio dos vinhos que duraria quase meio século. O vocábulo filoxera é usado indistintamente para designar o inseto e a doença dos vinhedos que é causada pela infestação. De origem norte-americana, a filoxera está hoje pre-sente em todos os continentes, sendo um dos exemplos mais marcantes do efeito humano sobre a dispersão das espécies, já que, em poucas décadas, esta espécie evoluiu de um habitat localizado para uma distribuição global, com uma rapidez que, ainda hoje, não deixa de surpreender.

colas indianas são a Sula Wines e a Grover Vineyards.

Geologia e clima. Embora uma grande parte do subcontinente indiano

não seja ideal para a viticultura, a grande diversidade de clima e geologia cobre algu-

mas áreas com terroir adequado para a viticul-tura prosperar. O verão na Índia tende a ser muito quente e propenso a monções. Muitas das regiões vinícolas também se enquadram na faixa climática tropical. Os vinhedos são,

então, plantados em altitudes mais elevadas, ao longo de encostas, para se beneficiar

do ar mais fresco e de alguma proteção contra o vento. A altitude dos vinhe-dos da Índia normalmente varia de

200 metros em Karnataka, 300 metros em Maharashtra, 800 metros ao longo

das encostas do Sahyadri e 1.000 metros na Caxemira. A temperatura de verão pode ficar tão alta quanto 45°C e as mínimas de inverno podem cair até 8°C. Durante o pico da estação de crescimento, entre junho e agosto, a preci-pitação média é de 625 a 1.500 mm.

Os vinhedos na Índia variam desde o clima mais temperado do Estado de Punjab, no Noroeste, até o Estado de Tamil Nadu, no Sul. Algumas das maiores áreas produtoras estão localizadas em Maharashtra, Karna-taka, perto de Bangalore e Telangana, perto de Hyderabad e no vilarejo de Titari (Distrito de Ratlam, no Estado de Madhya Pradesh), onde se encontra a Ambi Vineyard. Dentro da região de Maharashtra, os vinhedos são encontrados no Planalto do Decão (Deccan Plateau) e ao redor de Baramati, Nashik, Pune, Sangli e Solapur. A cidade de Nashik, no Estado de Maharashtra, passou a ser chamada de Capital do Vinho da Índia.

O alto calor e a umidade da metade oriental do país limita a atividade vitícola.

O calor e a umidade da região vinícola da Índia ditam muitas das escolhas

vitícolas que são feitas nos vinhedos. A irriga-

ção é essencial e

amplamente utilizada. As condições tropicais geralmente promovem altos rendimentos, o que requer podas frequentes durante todo o ano. A colheita normalmente ocorre em fevereiro e geralmente é feita à mão. Nas regiões vitivinícolas muito quentes de Tamil Nadu, Karnataka e Andhra Pradesh, as videiras podem produzir uma cultura duas vezes por ano.

O Sul da Índia é o lar de variedades de uvas de mesa indígenas que também podem

ser usadas na produção de vinho, sendo Anabeshahi, Arkavati e Arkashyam as mais comuns. As uvas populares não nativas in-cluem o Bangalore Blue (Isabella) e o Gulabi (Black Muscat). A uva turca Sultana é a mais amplamente plantada na Índia, cobrindo mais da metade dos 148.000 hectares plan-tados no país. Além das variedades francesas, inicialmente importadas pelo Grupo Tonia, pode-se também encontrar hoje a Sau- vignon blanc, a Zinfandel, a Chenin blanc e

As principais regiões vinícolas da Índia estão ao Norte - Kashmir e Punjab - e ao Sul - Maharashtra, Andhra Pradesh, Tamil Nadu, Karnataka e Goa.

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a Clairette Blanche. Nashik. Antiga cidade sagrada na região

Noroeste de Maharashtra, Nashik é situada nas margens do rio Godavari e é mais conheci- da por ser um dos locais de peregrinação hindu, o de Kumbh Mela. O Khumba Mela ou Kumbh Mela é o principal festival do hinduísmo, que ocorre quatro vezes a cada 12 anos na Índia, rodando por quatro cidades: Allahabad, Uj-jain, Nashik e Haridwar. Localizada a cerca de 190 km ao Norte de Mumbai, a capital do Estado ainda é chamada de Capital do Vinho da Índia, já que metade dos vinhedos e viníco-las da Índia estão localizados em Nashik. Fica, em média, a 584 metros do nível do mar, o que lhe confere variação de temperatura ideal, particularmente em invernos. Nashik tem um terreno montanhoso exuberante e fica na borda ocidental do Planalto de Decão, uma formação vulcânica.

A localização tropical e a altitude elevada da cidade combinam-se para proporcionar uma versão relativamente branda de um clima tropical úmido e seco. As temperaturas aumentam ligeiramente em outubro, mas

isso é segui-do pela

registrado pelo Controlador Geral de Patentes de Design e Marcas Registradas sob o título Nashik Valley Wine. Sob as estipulações de proteção, pelo menos, 80% das uvas usadas para fazer vinho devem ser produzidas no Distrito de Nashik e fabricadas e engarrafa-das com etiqueta dentro do Distrito.

O solo consiste em laterita ver- melha, com boas condições de drenagem e geralmente com propriedades químicas adequadas para o cultivo de uvas para vinho. A qualidade da água também é indicada como ideal para o crescimento de uvas para produção de vinhos de qualidade.

Em Nashik, de um total de cerca de 73.000 hectares dedicados a produção de uvas em geral, cerca de 8.000 hectares estão plantados com uvas viníferas. As variedades de uvas cultivadas no Vale de Nashik são: Chenin blanc, Sauvignon blanc, Zinfandel, Cabernet Sauvignon, Shiraz, Chardonnay, Merlot, Riesling, Viognier, Tem-pranillo, Malbec, principalmente, e também as uvas Thompson Seedless.

O famoso Stephen Spurrier comenta sobre a vitivinicultura indiana: "Trata-se de uma in-dústria em franco crescimento que, tudo indica, deverá ser bem sucedida. Certamente, no decorrer dos últimos 10 a 12 anos que tenho vindo à Índia, a qualidade dos vinhos melhorou drasticamente. Eu acho que, em breve, eles vão ter visibilidade fora da Índia”.

estação fria de novembro a fevereiro. A estação fria apresenta temperaturas amenas de cerca de 28°C durante o dia, mas noites frias, com temperaturas médias de 10°C e ar extremamente seco.

Das 78 vinícolas que existem em toda a Índia, 45 estão em Nashik. A maior é a Sula Vineyards. Na época da colheita, a cidade se torna o lar de vários festivais de vinho, como a India Grape Harvest (IGH), a SulaFest etc..

O vinho da região é protegido pela Lei de Indicação Geográfica de Bens (Registro e Proteção), de 1999, do Governo da Índia. Foi

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Sula Vineyards pvt. ltd.

ajudá-lo a iniciar uma vinícola. Em 1997, a dupla deu o passo revo-

lucionário de não apenas ser a primeira a cultivar uvas para vinho nessa região, mas também plantar varietais, como os franceses Sauvignon Blanc (originário da região da Bordeaux) e Chenin Blanc (nativo do Vale do Loire), que nunca haviam sido plantados antes na Índia. Em 1998, a Sula Vineyards foi fundada, lançando seus primeiros vinhos em 2000.

A Sula Vineyards Pvt. Ltd. desenvolveu-se de forma admirável como uma vinícola de classe mundial. Hoje, é a maior produtora de vinho da Índia, com uma participação de mercado de 65%. É também a única empresa de vinhos da Índia a estar presente em todos os segmentos de preços e produtos.

Seu restaurante de tema italiano serve prazerosos pratos para serem apreciados com os seus vinhos. Também possui um belíssi-mo resort, chamado Beyond by Sula, com aproximadamente 32 quartos com varandas.

Os vinhedos da propriedade da Sula estão localizados nos cenários idílicos de Nashik, no Norte de Maharashtra, a cerca de quatro horas de distância de Mumbai. Além de revolucionar a indústria do vinho na Índia, a principal contribuição da Sula foi colocar o Vale do Nashik como uma região produtora de vinho premium no mapa mundial do vinho como uma das principais regiões produtoras de vinho e turismo da Ásia.

A empresa também possui uma grande importadora, oferecendo vinhos, bebidas alcoólicas e cerveja engarrafada no país de origem para preservar a integridade e a expressão do terroir. Suas principais representadas são Hardys, Ruffino, Remy Cointreau e Asahi - a cerveja no1 do Japão. Também oferece vinhos de novas e velhas regiões do mundo, como África do Sul, Argentina, Austrália, Chile, França, Itália e Nova Zelândia, todos com garantia de qualidade assegurada pela Sula Selections, a divisão de importações da empresa. Até importa do Brasil a cachaça Pitú!!!

A Sula também oferece cursos profissio-nais de vinhos WSET.

É u m v e r d a d e i r o p i o n e i r o em v inhos ind i ano s e r e c ebeu o prêmio Qual i t y Winer y da Índ ia .

Kerry Damskey

A Sula e sua história.A Sula Vineyards é a maior produtora

de vinho da Índia e uma das mais populares produtoras de vinhos premium do país, Foi fundada em 1998, por Rajeev Samant, com

objetivo de levar vinho de qualidade para a Índia.

Em 1996, Rajeev percebeu que Nashik tinha o clima perfeito para o cultivo de uvas para vinho. Sua

determinação cresceu e voltou para a Califórnia, onde se encontrou com

Kerry Damskey, um enólogo eminente e fundador da empresa de consultoria Terroirs Inc., que entusiasticamente concordou em

Rajeev Suresh Samant, hoje com 52 anos, nasceu em Mumbai. Com-pletou sua educação na Universidade de Stanford, onde recebeu um diploma de bacharel em Economia, seguido por um mestrado em Engenharia de Gestão (Engineering Management). Ingressou, então, na Oracle Corporation, na época como um dos gerentes mais jovens da área financeira. Depois de alguns anos, se demitiu e decidiu voltar para a Índia e começar um negócio próprio. Antes, viajou pelo mundo todo durante um ano e, ao retornar, optou por viver uma vida rural. Começou a cultivar mangas, rosas, madeira de teca e uvas de mesa no terreno de 20 acres de sua família, em Nashik.

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Rasa Shiraz

Pode ser considerado o vinho de referência, emblemático, da empresa. O Rasa Shiraz é um vinho tinto potente que pode ser apreciado no mo-mento do seu lançamento ou pode até envelhecer graciosamente durante 6 a 8 anos. Tem aromas complexos de frutas silvestres escuras, baunilha, carvalho, fumo, especiarias e mocha(*). O vinho é encorpado, intenso e rico, com taninos suaves e um final longo. O vinho envelhece 14 meses em barricas de carvalho francês e depois é amadurecido em garrafas, antes do lançamento.

O Rasa Shiraz conquistou o prestigiado Prêmio Prata - Syrah du Monde (França), em 2014.

Os vinhos produzidos pela Sula Vineyards podem ser divi-didos em diversas categorias. A Reserve Collection é composta por cinco vinhos: Rasa Shiraz, Rasa Cabernet Sauvignon, Dindori Reserve Shiraz, Dindori Reserve Viognier e Chenin Blanc Reserve. Os Premium Reds incluem quatro produtos: Cabernet Shiraz, Satori Merlot-Malbec-Tempranillo, Zinfandel e Mosaic Grenache Syrah.

Os Premium Whites, também contam com quatro vinhos: Sau-vignon Blanc, Riesling, Chenin Blanc e Mosaic Chenin Sau- vignon. Os Premium Rosé são dois: Zinfandel Rosé e Mosaic Gre- nache Syrah Rosé. Os espumantes incluem quatro produtos: Brut Tropicale, Brut, Brut Rosé e Sula-Seco, sendo este último produzido pelo método Charmat (de tanque) e os três primeiros pelo método tradicional. A Sula também faz um vinho para sobremesa, o Late Harvest Chenin Blanc.

A Sula ainda produz óleo de sementes de uva, vinho tipo Porto (Port Wine 1000 Gold), whisky (Eclipse) e brandies (Janus e J). Nossa sommelière Rosa Oliveira experimentou os melhores.

Os vinhos da Sula

(*) Mocha é o nome dado a um tipo de grão de café com um sabor achocolatado, menor e mais redondo do que a maioria dos outros tipos de grãos da espécie Coffea arabica, nativa da Etiópia, mas originalmente cultivada no Iêmen e de lá exportado para o porto de Mocha, de onde deve ter vindo a associação do café expresso ao nome Mocha. Na Europa, o café mocha pode se referir tanto ao café com chocolate ou simplesmente ao café feito com grãos de mocha.

Rasa Cabernet Sauvignon É um produto relativamente novo no portfólio da Sula,

sendo 100% feito à base de Cabernet Sauvignon. Este vinho tinto apresenta aromas complexos de frutas silvestres escuras, especiarias, groselha preta, azeitonas e tabaco. É encorpado, intenso, com boa estrutura e taninos suaves. Passa por en- velhecimento de 15 a 18 meses em barricas de carvalho francês e americano (não foram divulgados maiores detalhes). O vinho pode ser apreciado jovem ou com idade entre 5 e 8 anos.

Dindori Reserve Shiraz Dindori é uma aldeia em Nashik! Um vinho tinto

intenso e potente, com taninos suaves e sabores de frutas silvestres de bagas escuras, baunilha, especiarias doces e um final longo. Basicamente, é feito com uvas Shiraz, mas 10% de Cabernet Sauvignon é misturado ao vinho para propiciar maior estrutura. O vinho é envelhecido durante 10 a 12 meses em barricas de carvalho americano.

O Dindori Reserve Shiraz foi destaque, em 2016, como Editors ’Choice da Wine Enthusiast, com 92 pontos. Também foi clas-sificado em 83° lugar pela Wine Enthusiast "Top 100 Wines of the Year", em 2016.

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Na categoria dos Premium Whites, o Sauvignon Blanc é um must. Este é o vinho emblemático da Sula. Con-cebido a partir de 100% de uvas cultivadas em Nashik,

este branco fresco é seco e herbáceo, apoiado com aromas de frutos tro-picais e uma acidez vi-brante. Os sabores são exclusivamente típicos de Nashik e, sem dú-vida, Sauvignon Blanc. Este vinho é conside-rado como o primeiro Sauvignon Blanc da Ín-dia. Ganhou a Me dalha de Prata no Decanter World Wine Awards (UK) 2011; Medalha

de Prata no Decanter Asia Wine Awards (HK) 2012;

foi destaque como "Best Buy" pela Wine Enthusiast 2016 (EUA), com 89 pontos, e Medalha de Bronze na International Wine Challenge 2017. Sem dúvida nenhuma, um belo palmarés para um vinho indiano!

Brut TropicaleEste espumante foi o primeiro Blanc de

Noir da Índia. O vinho tem um tom rosa

Brut

O vinho tem aromas com- plexos de maçãs, peras e notas tostadas de brioche. Na boca, o vinho é bem equilibrado, com uma acidez viva e um final longo. Tal como o anterior, é produzido pelo método clássico ou tradicional e, também, é envelhecido sur lies (sobre as leveduras), por um período de 12 a 18 meses.

Blanc de NoirsQuando você está procurando um espumante leve para recepcionar pessoas, para abrir um jantar, nada como um bom Blanc de Blancs, ou seja, um espumante elaborado só com uvas brancas, normalmente Chardonnay. O Cava, por exemplo, espumante espanhol, em sua grande maioria, é elaborado somente com uvas brancas locais. O Blanc de Noirs é um tipo totalmente oposto ao citado acima. É elaborado somente com uvas tintas no vinho-base, normalmente uvas Pinot Noir. É um espumante de corpo, gastronômico, ou seja, um espumante para ser levado à mesa. É um tanto pesado para bebericá-lo sem comida.

coral, com aromas de pêssego e maracujá. É bem equilibrado, com boa acidez e sabores de maracujá e frutas vermelhas. É produzido pelo processo tradicional ou clássico (método champenoise).

O vinho é envelhecido sur lies (sobre as leveduras) por um perío-do de 18 meses. Ganhou o Prêmio de Melhor Espumante Indiano no India Wine Awards.

Sula Vineyards Pvt. Ltd.Estrada Gangapur-Savargaon

Portão 36/2422 222 - Vila Govardhan

Nashik, Maharashtra - Índiasulawines.com

[email protected]

É considerado como o melhor vinho es-pumante da Índia e ganhou, em 2014, o India Wine Consumers Choice Award.

Brut RoséEste vinho espumante rosé

tem aroma de frutas vermelhas complementadas por notas autolíticas tostadas. Na boca, o vinho é cremoso, com bom equilíbrio e uma pequena quantidade de açúcar para equilibrar a acidez. Como os precedentes, é produ-zido pelo método clássico e envelhecido em borras de levedura durante uma média de 9 a 12 meses. Ganhou vários prêmios como melhor escolha para o consumidor in-diano.

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Grover Zampa Vineyards Ltd.

A Grover Zampa e sua história. Kanwal Grover (1925 - 2011) foi um empresário india-no, importador de equipamentos de alta tecnologia para o progra-ma espacial e para a produção de material para o Ministério da Defesa. Sua empresa impor-tava produtos diretamente e exclusivamente da França. Com suas constantes visitas à França, se apaixonou pela gastronomia francesa e seu gosto pelo vinho cresceu. Sua paixão por gran-des vinhos nasceu e continuou crescendo enquanto trabalhava no exterior, no início dos anos 1960.

Inicialmente, pensava em atrair mais engenheiros franceses para a Índia e acreditava que pro-duzindo vinhos de qualidade se-ria uma maneira certa de fazê-los ficar no país. Assim, em uma de suas viagens à França, no início dos anos 70, visitou algumas vinícolas. O processo e a beleza da vinificação convenceram-no a transformar sua paixão em uma dedicação à vida: o sonho

da Grover Vineyards iniciou-se nessa paixão.

Mas para realizar seu sonho de criar vinhedos premium na Índia, Kanwal Grover precisava contar com um técnico francês experiente. Conheceu Georges Vesselle, o então diretor técni-co da Champagne Mumm, e durante o primeiro jantar eles perceberam que nasceram no mesmo dia, do mesmo ano, 1925! Para comemorar isso,

Georges Vesselle abriu uma gar-rafa de Bouzy Rouge 1925 de sua adega privada.

A amizade única fez com que Vesselle aceitasse o desafio de cultivar variedades de uvas francesas na Índia. Eles foram os pioneiros da produção de vinho na Índia, explorando o país para encontrar a região mais apropria-da para cultivar variedades de uvas francesas.

Georges Vesselle (1923 - 2009). Foi prefeito de Bouzy - um pequeno município do departamento de Marne, na França - durante 25 anos e diretor das famosas casas de champagne Mumm, Perrier Jouet e Heidsieck Monopole. Também participou ativamente de muitas inovações vitícolas, tais como a introdução de helicópteros na região de Champagne para tratamentos fitossanitários, a máquina de plantio a laser e a cultura in vitro. Nos anos 80, foi um dos pioneiros do desenvolvimento da vitivinicultura indiana. Teve cinco filhos: Xavier, Véronique, Sylvie, Eric e Bruno. Os dois últimos, também apaixonados pela vitivinicultura, se associaram com o pai, em 1993, e dirigem até hoje a Maison Champagne Georges Vesselle, em Bouzy, na França.

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Quando Georges Vesselle se aposentou, Kanwal Grover teve que procurar por um novo especialista. Enquanto viajava em Bordeaux, em 1994, foi ao Cos d'Estournel, o famoso Grand Cru, e conheceu Bruno Prat, que o apresentou a Michel Rolland, um dos mais influentes enólogos do mundo. Não foi fácil convencer Rolland, que já estava ocupa- do trabalhando com vinícolas argentinas e chilenas. Ele achava que Kanwal Grover, na época com 60 anos, estava louco por aceitar o desafio de fazer vinho na Índia. Mas a na-tureza e a paixão genuínas de Kanwal Grover impressionaram Rolland e ele aceitou ir à Índia e conhecer a vinha. Michel Rolland levou as melhores tradições francesas para criar os melhores vinhos indianos. Desde 1995, Michel Rolland tem assessorado a Grover Vineyards a refazer todo o manejo de seus vinhedos, usando métodos mais eficien-tes e naturais, reduzindo os rendimentos para melhorar a qualidade dos frutos e a concen-tração de sabores. Ele também aconselhou a modernização das instalações da vinícola. Desde então, continua levando sua expe- riência para a Grover Zampa.

Com sua experiência, a vinícola indiana continua a produzir vinhos suaves, ricos, opulentos e distintos.

Michel Rolland (1947, Libourne, França). Verdadeiro monstro sagrado na área vinícola, Michel Rolland é um enólogo baseado em Bordeaux, com centenas de clientes espalhados em 13 países, tendo influencia direta em muitos vinhos produzidos ao redor do mundo. "São suas consultorias fora da França que o diferenciam de todos, com exceção de um punhado de compatriotas". Nascido em uma família de produtores de vinho, cresceu na propriedade da família, o Château Le Bon Pasteur, em Pomerol, na França. Depois do ensino médio, Rolland cursou a EVO (École de Viticulture et d'Œnologie La Tour Blanche), em Bordeaux, com o incentivo de seu pai. Graduou-se em 1972.A presença de sua assinatura em qualquer garrafa é garantia de sucesso para a vinícola que o contrata. Sua marca registrada é um produto fortemente frutado e aroma influenciado pelo carvalho, uma preferência compartilhada pelo influente crítico Robert Parker. Michel Rolland é proprietário de várias vinícolas na região de Bordeaux, tais como Château Bertineau Saint-Vincent, em Lalande de Pomerol; Château Rolland-Maillet, em Saint-Émilion; Château Fontenil, em Fronsac; e Château La Grande Clotte, em Lussac-Saint-Émilion, bem como parcerias em joint ventures com Bonne Nouvelle, na África do Sul; Val de Flores, na Argentina; Rolland Galarreta, na Espanha; e Yacochuya (Salta) e Clos de los Siete, na Argentina.

Hoje, a Grover Zampa é gerenciada por Kapil Grover (62 anos), filho de Kanwal Grover. Sob sua capacidade de liderança, os vinhedos se expandiram de 40 hectares para 160 hectares e a vinícola pode produzir 1,85 milhão de litros de vinho por ano.

Através de seu respeito pelas tradições, Kapil leva adiante o objetivo de produzir vinhos de qualidade premium. Como seu pai, que iniciou a viticultura no país, ele é um inovador. Utilizando técnicas modernas, aprimorou significativamente os processos na vinícola e, posteriormente, na qualidade do vinho.

Karishma Grover, filha de Kapil, traz uma nova perspectiva, é a nova geração. Se juntou recentemente à Grover Vineyards para levar a vinícola adiante em sua expan-são e objetivo de produzir vinhos de alta qualidade. Desde 2011, o consultor Mathias Pellissard também colabora com a equipe e, através do conhecimento que adquiriu de suas experiências internacionais, agora dedica-se a produção de vinhos de qualidade e premium para a Grover Zampa Vineyards. Durante sua carreira, supervisionou 22 safras em 10 países diferentes, como Nova Zelân-dia, Austrália, África do Sul, EUA, China e Moldávia, para citar alguns.

Karishma Grover (1985). Filha mais velha de Kapil Grover, Karishma criou um lugar para si mesma na adega e na indústria do vinho em geral. Esta jovem, graduada no curso de Viticultura e Enologia da Universidade da Califórnia - Davis, é quem primeiro defendeu o cultivo da uva Viognier na empresa. Ela sentiu que essa uva se daria bem na Índia e seria ótimo poder contar com a sua "expressividade de frutos". Foi depois de um estágio em Napa Valley, que se juntou à vinícola Grover Zampa de Bangalore, trabalhando ao mesmo tempo na Índia e em Bordeaux, na França, com o renomado consultor de vinhos Michel Rolland. Karishma gosta de desafios e está ativamente envolvida nos departamentos de marketing e relações públicas da empresa. Suas prioridades são manter um alto nível de qualidade e continuar educando os hindus na cultura do vinho. Com ela, a Grover Wines está trabalhando para enfrentar os dois desafios.

Hoje, a Grover Zampa possui duas loca-lizações: uma em Nandi Hills, em Karnataka, e outra em Nashik Valley, em Maharashtra. A proteção natural das colinas de Nandi e as encostas de socalcos* de Nashik oferecem clima fresco, solo fértil e condições perfei-tas para o cultivo da videira. “Os melhores vinhos são feitos com os melhores vinhedos”,

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costumava dizer o fundador Kanwal Grover, que também gostava de salientar que a sua equipe qualificada trabalha escrupulosa-mente usando práticas sustentáveis aliadas à coleta manual seletiva. A atenção diária é dada para evitar riscos. "Os nossos vinhos continuam apelativos, mas distintos em estilo, aplicando técnicas de viticultura e vinificação atualizadas, que captam a essência da fruta da vinha".

A Asian Wine Review, que se auto define como sendo “o guia mais confiável do mundo para o vinho asiático" - e com toda razão, já que é o único! - deu à Grover Zampa, em 2018, o prêmio de Vinícola do Ano. “A vinícola deste ano conta uma história mara- vilhosa de verdadeira ambição e convicção de que grandes vinhos podem ser produzidos na Índia. Com mais de duas décadas de expe-riência em vinificação e melhorias contínuas na qualidade do vinho, a Grover Zampa tem todos os motivos para se orgulhar de receber este prestigioso prêmio”, disse Eddie McDougall, presidente da Asian Wine Review.

A indústria do vinho da Índia ainda é um pouco incipiente. O Financial Times diz que o país inteiro tem apenas cerca de 50 vinícolas no total e, como aponta o The Drinks Business, os destilados ainda são a bebida preferida do país.

Ainda assim, McDougall diz que acha que o vinho indiano está em ascensão. “A produção indiana de vinho tem crescido constantemente na última década. Com investimentos saudáveis, tanto locais como estrangeiras, fica claro que a ambição da Índia em produzir bons vinhos está constantemente presente e bem apoiada”, acrescentou. “É compreensível que o crescimento da produção esteja sendo impulsionado por um punhado de vinícolas bem financiadas, mas o crescimento no espectro das butiques criou uma crescente valorização do sofisticado estilo de vinho. O futuro da produção de vinho na Índia é

promissor e incrivelmente progressivo”. Du-rante uma degustação, o vinho Art Collection Rosé 2017 foi eleito o melhor de sua categoria e o Vijay Amritraj Reserve Collection Red 2015, uma mistura de Cabernet Sauvignon, Shiraz e Viognier, conquistou uma Medalha de Ouro. Em 2014, um Sauvignon Blanc da Grover Zampa também fez história ao conquistar o primeiro troféu internacional da Índia no Decanter Asia Wine Awards.

Em abril de 2018, Vivek Chandramohan assumiu o posto de CEO da Grover Zampa. A família Grover ainda possui 24% das ações. No ano passado produziram 220.000 caixas de vinho, ficando, assim, em segundo lugar, atrás da Sula Vineyards, que produziu mais de 1.000.000 de caixas.

Os vinhos da Grover Zampa

Em sua visita a Grover Zampa de Nashik, a nossa sommelière Rosa Oliveira foi recebida por Sushant Soni, Hospitality Manager. A empresa possui nada menos do que 10 linhas de produtos: Insignia, Chêne, Auriga, Vijay Amritraj (Reserve Collection Red e Reserve Collection White), Soirée ( Brut e Brut Rosé), La Reserve (Red e Blanc), Art Collection (Merlot, Cabernet Shiraz, Chenin Blanc, Sauvignon Blanc, Shiraz, Shiraz Rosé e Viognier), Zampa (Chenin Blanc, Rosé, Sauvignon Blanc, Syrah e Syrah Cabernet), OTH One Tree Hill (Red e White) e Santé (Chenin Blanc, Rosé e Shiraz). A degustação foi generosa: foram apresentados oito vinhos! Todos produtos de boa e/ou ótima qualidade.

Insígnia 2015Insígnia é uma edição limitada de um

vinho único, amadurecido e fermentado em barricas de carvalho francês durante 24 meses. Em colaboração com Michel Rolland, este vinho tinto premium é produzido com

uvas Shiraz 100%, escolhidas a dedo.Apresenta cor vermelha cereja es-

curo e possui um buquê lindo e com-plexo, com perfume de bagas pretas e vermelhas.

Com aromas de bagas pretas e ver-melhas, Insígnia é um vinho seco, com corpo médio e camadas de complexidade. Os taninos maduros e o carvalho fundem-se perfeitamente no vinho, desdobrando um final longo e suave.

No palato, é um vinho seco elegante, com corpo médio, tendo camadas de complexidade, levando você a uma trilha sinuosa de frutas, café, chocolate e uma pitada de pimenta preta.

A temperatura de serviço é de 16°C a 18°C e é ótimo para acom-panhar um assado leve ou carne ver-melha, kebabs, algum queijo leve ou, até mes-mo, culinária asiática levemente temperada.

Chêne Grande Reserve 2015Inspirado no símbolo da

força, compromisso e alegria que o carvalho representa, o Chêne Grande Reserve é um vinho tinto gracioso, en-velhecido por um período mínimo de 15 meses em barricas de carvalho fran-cês. É um blend de Tem-pranillo e Shiraz. O vinho já ganhou vários prêmios e menções honrosas, além de elogios consecutivos nos prêmios Decanter e Hong Kong International, no ano de 2012 e 2013, respectivamente. Rece-beu o Prêmio Diamante no Indian Wine Awards 2017 (Melhor Indian

*Terraceamento, também chamado cultivo em terraços ou cultivo em socalcos, é uma técnica agrícola e de conservação do solo empregada em terrenos muito inclinados, permitindo o seu cultivo e, simultaneamente, o controle da erosão hídrica. Baseia-se na criação de terraços através do parcelamento de rampas niveladas. A técnica requer muita mão de obra e conhecimento técnico, ao mesmo tempo que permite pouca mecanização, dada a dificuldade na utilização de máquinas em áreas mais íngremes. Quando bem planeado e bem construído, o terraceamento reduz as perdas de solo e de água decorrentes da erosão e previne a formação de sulcos e grotas. Os terraços são comuns no Sul e no Sudeste da Ásia, na China e no Japão, sendo utilizados principalmente na produção de arroz. Este tipo de construção rural também é utilizada na região do Douro para o cultivo da vinha, de onde é produzido o famoso vinho do Porto. Na região dos Andes, na América do Sul, técnicas de terraceamento também foram utilizadas em larga escala pelos Incas.

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Super Premium Wine) e Prata no Con-curso Internacional de Vinhos e Es-pirituosos, de Hong Kong, em 2015. Elogiado no Decanter Asia Wine Awards

2016.Possui cor rubi profunda e intensa, com

notas sutis e elegantes no nariz, e abre para aromas de frutas escuras maduras, como amora, groselha e ameixas, complementa-das por notas encantadoras de especiarias e buquês de carvalho bem integrados, com

baunilha, alcaçuz, chocolate e grãos de café torrados.

No palato, o vinho tem uma abun-dância de frutos escuros e nuances de baunilha e canela na boca, com uma

grande estrutura, taninos bem equili- brados, acidez e um final elegante.A temperatura de serviço é de 16°C a

18°C e pode ser apreciado todos os dias com uma grande variedade de pratos, desde assados, guisados e carnes grelhadas à pratos de arroz, legumes grelhados e massas.

Vijay Amritraj Reserve Collection Red 2015

Inspirada nos talentos lendários e no estilo de jogo icônico de Vijay Amritraj (1953), um ex-tenista, comentarista esportivo e ator da Índia. Amritraj foi o primeiro indiano a se tornar totalmente profissional no esporte e é considerado um dos maiores da história do esporte india-

no. Foi premiado com o Padma Shri, a quarta maior honra- ria civil da Índia, em 1983. A coleção Grover V/A exemplifica o melhor que a Índia tem para oferecer ao mundo. Tão inspi-rador como o próprio homem, o vinho é amplo, contudo liso ao palato e graciosamente bem arredondado para entregar uma experiência rica do terroir india-no. Sendo ele um vinho tinto que apresenta cor vermelho escuro com uma tonalidade púrpura jovem. Tem aroma perfumado e elegante, com frutas escuras, especiarias, pimenta, geleia de amora e violetas. A diversidade vem das inspirações variadas e uma mistura graciosa única de Shiraz, Cabernet Sauvignon e Viognier, que é rica em fruta e macia na textura, justa-posta com um carvalho francês e os pode-rosos sabores de amora e groselha preta.

No palato, apresenta taninos bem equilibrados, frutos pretos e notas de espe-ciarias, com sutis notas de violeta.

A sua temperatura de serviço é de 16°C a 18°C e acompanha a cozinha asiática api-mentada, bons cortes de carne vermelha, caça, galinha e queijo forte.

O Vijay Amritraj Reserve Collection Red ganhou a Medalha de Prata no Vinho da Ásia, The Silk Route Awards 2016, e de

Bronze no Decanter Asia Wine Awards 2016.

A v e r s ã o b r a n c a d o Vijay Amritraj, o Reserve Col- lection White 2015 é feito de uva Viognier, fermentado em barril. É um vinho muito elegante, de cor amarelo palha, com a quintessên-cia dos aromas de pêssego, mel e damasco seco (como esperado dos melhores Viognier!), com um nariz floral e notas de baunilha da integração do carvalho francês. No palato, é rico e poderoso, com longa persistência, terminando em notas frutadas. Deve ser servido refrigerado em 8°C a 10°C e har-moniza muito bem com frutos do mar, peixes de rio, cozinha indiana costeira, cabra e queijo azul, tortas

e sobremesas de frutas. O Vijay Amritraj Re-serve Collection White ganhou o Prêmio Dia-mante como Melhor Vinho Branco Indiano, no India Wine Awards 2017, e Medalha de Ouro na premiação Vinho Feminino Sakura Japan 2017. Foi elogiado no Decanter Asia Wine Awards 2016.

Zampa Soirée Brut 2016Elaborado a partir da uva Chenin Blanc

(variedades) é um vinho branco espumante elegante, com brilhantes tons dourados de palha e um nariz fresco que revela aromas cítricos e florais. Bolhas pequenas persis-tentes, notas frutadas e cremosidade, exem-plificam o modo artesanal com elegância. Notas frescas de brioches e damascos secos contribuem para o longo final deste vinho glamoroso.

Ganhou Medalha de Prata no Vinho da Ásia - The Silk Route Awards 2016 - e Ouro no Sakura Japan Women's Wine Awards 2016.

Revela um nariz de limão fresco e floral, com notas de pão tor-rado e frutas brancas, como a pera. No pa-lato, notas de limão, cremoso, limpo, áci-do crocante, perlage fina e persistente, com acabamento seco

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V I N H O S

em estilo brut clássico.A temperatura de serviço é de 6°C e

é brilhantemente servido como aperitivo. Excelente combinação com cozinha indiana, japonesa, chinesa ou tailandesa, com especia-rias moderadas.

Zampa Soirée Brut Rosé 2016Produzido com uva Shiraz, é um vinho

espumante rosé delicado de cor rosa páli-do, tem aroma de frutas vermelhas, cerejas brilhantes, com uma pitada de morango e caráter de levedura sutil para dar a complexi- dade de aroma e apelo.

No palato, o vinho é leve e cremoso ini-cialmente e segue com frutas vermelhas, cereja e morango que definem o caráter da fruta e dão ao vinho persistência e duração do sabor. O final refrescante, longo e elegante, comple-menta as suas ocasiões alegres e festivas.

Medalha de Bronze no Decanter Asia Wine Awards 2016.

A temperatura de serviço é de 6°C e é perfeito para acompanhar uma refeição com carne branca ou uma sobremesa com gratinado de fruta vermelha. Também é um ótimo aperitivo.

La Réserve 2014O La Reserve é um blend

de Cabernet Sauvignon e Shiraz.

Durante uma degustação na Alemanha, em agosto de 2005, Steven Spurrier, o re-nomado especialista em vinhos da famosa revista de vinhos inglesa Decanter, classificou o La Reserve como o Melhor Vinho do Novo Mundo.

Ganhou Medalha de Ouro no The Silk Route Awards 2016 e Bronze no Decanter Asia Wine Awards 2016. Apresenta tonalidade roxo granada mui-to profunda. O La Reserve tem um potente buquê de deliciosas frutas vermelhas e pretas maduras, com um to-que requintado de especiarias. Este vinho tinto encorpado combina graça e esplendor no paladar, os taninos são suaves e os sabores intensos com choco-late, grãos de café e baunilha.

O final é longo, amplo e quase mágico.A melhor temperatura para servir esse

vinho é 16°C a 18°C. Trata-se de um vinho atrativo, que complementa bem o borrego assado, o lombo, os pratos de massa, os patês, os queijos macios de sabor forte e também as especialidades indianas, como os kebabs e o biryani de borrego.

La Réserve BlancElogiado no Decanter Asia Wine Awards

2016 e Medalha de Bronze no Concurso Mundial de Vinhos e Bebidas Alcoólicas de Nova York 2015, apresenta cor amarelo palha, com notas perfumadas de madressilva, damasco e abacaxi. Rico e poderoso, com uma longa persistência, termina com notas de frutas tropicais, cítricas e macias de car-valho. É criado com a mesma paixão que o La Reserve Red, com dedicação à qualidade e respeito pelas tradições. É produzido a partir de uma seleção de cachos de uvas Viognier, colhida a dedo.

No palato, é rico e poderoso, com final longo, finalizando com notas de frutas tropi-cais, cítricas e de carvalho macio.

Servir refrigerado a 8°C - 10°C e é melhor saboreado com queijo azul, frutos do mar e carnes brancas ou como aperitivo.

Grover Zampa VineyardsB-12, 2nd Floor, Jer Mansion

400 050 - Waman Pundlik Warde Marg, Tata Block

Bandra West - Mumbai - Índiagroverzampa.it

Adega NashikGat no. 967 / 1.026

422 402 - At Post Sanjegaon Taluka IgatpuriNashik - Índia

Adega de Bangalore63, Raghunathapura

561 203 - Devanahalli Road, Doddaballapur

Bangalore - Índia

CONCLUSÃO

Os vinhos da Índia po-dem não ser verdadeiros Grand Cru, mas uma coisa deve ser reconhecida, eles caminham a passos largos na ciência vitivinícola e, em um futuro não muito distante, terão produtos de nível mundial, no mes-mo patamar que os vinhos neozelandeses, sul africanos e de nossos hermanos da Argentina e do Chile!

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