VISITA DO PRESIDENTE - CONSULADO GERAL DE ANGOLA...

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Assinado acordo que facilita viagens de negócios entre Brasil e Angola VISITA DO PRESIDENTE ENTREVISTA EXCLUSIVA COM ÂNGELA BRAGANÇA Secretária de Estado para a Cooperação ANGOLA E BRASIL: PARCERIAS & OPORTUNIDADES Reflexão de Eduardo Arantes Ferreira, presidente da Câmara de Comércio Angola Brasil PUBLICAÇÃO DO CONSULADO GERAL DE ANGOLA EM SÃO PAULO ANO 2 - n o 05 - AGO/SET 2014

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Assinado acordo que facilita viagens de negócios entre

Brasil e Angola

VISITA DOPRESIDENTE

ENTREVISTA EXCLUSIVA

COM ÂNGELA BRAGANÇASecretária de Estado para a

Cooperação

ANGOLA E BRASIL: PARCERIAS & OPORTUNIDADESReflexão de Eduardo Arantes Ferreira, presidente da Câmara de Comércio Angola Brasil

PUBLICAÇÃO DO CONSULADO GERAL DE ANGOLA EM SÃO PAULOANO 2 - no 05 - AGO/SET 2014

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editorial

POR UMA REVISTA MAIS PRÓXIMA DA COMUNIDADE

O objetivo de Angola Yetu é divulgar a realidade angolana e também um pouco do que São Paulo oferece nos seus mais diversos aspectos sócio--econômicos e financeiros, num proveitoso intercâmbio de informação e ideias. Em seus conteúdos informativos, este periódico também destaca as-suntos que se prendem às actividades presidencial, ministerial e consular do país, além de contemplar uma vasta gama de temas sobre a sociedade, a globalização, cultura e desporto. E como se pode verificar nas edições anteriores, nossa revista retrata também o dia-a-dia da comunidade ango-lana no Brasil, particularmente nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além de contribuir para o reforço da ligação da cidadania angolana e o fortalecimento de parcerias entre Angola e Brasil nos mais diversos domínios.

Outro exemplo de temas que nos preocupam é o tráfico de drogas e a necessidade de evitar prisões de cidadãos angolanos, pugnando por uma conduta em conformidade com a lei. E a revista actua, nesse sentido, in-culcando na consciência dos membros da comunidade, particularmente a residente e a que vem ao Brasil a negócios, que se abstenham de tal prá-tica, mostrando as consequências negativas desse acto, que vão da prisão até a possibilidade de ter o nome na lista negra da Interpol, o que irá se reflectir objectivamente na vida futura da pessoa, mesmo depois do cumprimento da pena.

Estamos conscientes de que o caminho é longo para apresentar uma publicação de melhor qualidade, quer em conteúdo quer na sua forma exterior, e para isso mudamos o projeto gráfico - criamos uma nova identidade visual, mais moderna, mais organizada. Esse trabalho foi rea-lizado para estarmos mais próximos da comunidade angolana, dando voz a quem não tem. Por isso mesmo, todo esforço será envidado para pautar nosso traba-lho pela qualidade da informação. É jus-tamente nesse sentido que fazemos ao caro leitor um convite para que teça suas considerações, enviando à nossa redação sugestões, criticas e comentários. Quere-mos com isso que Angola Yetu possa com justiça ser chamada de “A Nossa Revista”.

CÔNSUL GERAL BELO MANGUEIRA

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sumário

PUBLICAÇÃO DO CONSULADO GERAL DE ANGOLA EM SÃO PAULO

ANO 2 - no 05 - AGO/SET 2014

DIREÇÃO GERALCônsul Geral: Belo Mangueira Vice-cônsul: Alice Mendonça

ADMINISTRATIVAVice-cônsul da área consular: Isaú Boco

Vice-cônsul das comunidades: Alves Fernandes

REDAÇÃOEditor-chefe: Flavio Carrança

Editor-assistente: Vasco SuamoRepórteres: Danilsa de Almeida e Rudmira Fula

JORNALISTA RESPONSÁVEL:Flavio Carrança MTb nº 12.724

PROJETO GRÁFICO & DIAGRAMAÇÃOJúlia Melo - [email protected]

Para enviar sua sugestão de pauta, artigos, críticas e elogios para a redação:

[email protected]

www.consuladogeraldeangolasp.net

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actividade presidencial» Presidente visita o Brasil durante a Copa 08» Angola reforça amizade com Cuba 09

actividade ministerial» Angola apoia paz na República Centro-Africana 10» Angola garante recursos para paz nos Grandes Lagos 12» Fórum une países africanos de lingua portuguesa 13» Barack Obama recebe 42 líderes africanos 14» Alemanha e Angola querem maior cooperação 14» Proposta moratória a rebeldes do Congo 15

actividade consular» Ângela Bragança visita o Brasil 16» Comitiva vai a cidades do sul do país 22» Consulado atende angolanos presos 27» Cônsul agradece prisão de suposto assassino 29

economia» Angola e Brasil Parcerias e Oportunidades 32» ANGOLA presente na 15ª COTRIJAL 33» Crescem vendas brasileiras para Angola 34» País atrai investimento estrangeiro 34» Balança comercial fecha 1º trimestre positiva 35

comunidade» Estudantes na diáspora passam por adaptação 36» Reflexão sobre Dia da Paz reúne angolanos 38» Palanca Negra tem nova direção 39

cultura» Cantora angolana ganha Troféu de Ouro 40» “Njinga- Rainha de Angola” lota sala de exibição 41

desporto» Governo quer multiplicar desportistas 42» Melhor lutador de “Muay Thay” do Paraná é angolano 42

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cartas à redação

(...) Gostei da iniciativa, uma vez que tem como objetivos principais trazer-nos informações das mais diversas áreas, de modo a manter os angolanos na diáspora a par do que se está a passar no nosso país. Achei bastante interessante a matéria que destacou o investimento na área rural, uma vez que sem-pre foi um campo que teve de enfrentar múltiplas dificuldades da adversidade. Muitos tiveram de lutar arduamente em condi-ções de sobrevivência pelo sustento dos seus filhos e familia-res, investimento merecido a essas mulheres guerreiras.

A possibilidade de o governo angolano criar um acordo com o governo brasileiro com relação aos vistos, no sentido de possi-bilitar nossa estadia como estudantes até a conclusão de nos-sos cursos, podendo assim evitar certos constrangimentos que temos passado na Polícia Federal, é um assunto que considero pertinente para ser trabalhado e até abordado na revista.MARIA JÚNIOR FERNANDO reside há seis anos no Brasil, estuda Administração e trabalha no sector de recursos humanos.

A revista é um projeto louvável, uma iniciativa boa, é interessante saber que a comunidade também é parte disso, ou melhor, que resta um espaço para abordar temas que nos retratam, que demostrem um pouco de nós. Por outro lado, acho que deveria ser mais cultural e pouco político, dá um ar de Jornal por conter mais informação referente ao que acontece em Angola, queremos nos informar claro, mas aqui temos pes-soas que poderiam ser pauta diária, acontecimentos e enfim, ainda exis-tem pessoas reclamando por não serem vistas quando deveriam. Para próxima edição espero mais sociedade, mais cultura e menos política. LEOPOLDINA PEDRO, formada em Administração Empresarial, é cabelereira e reside no Brasil há nove anos.

Gostei da revista, minha qualificação para a mesma é dez por ser um projeto que visa focar in-teresse geral. Ela aborda política, desporto, cultura, sociedade, eventos juvenis e até paisagens da terra, fiquei satisfeito ao visualizar o tema que retratou as sete maravilhas e mostrou a beleza na-tural do nosso país, foi uma maneira de os turistas conhecerem e até mesmo para nos situarmos.

Creio que a parte de entretenimento está boa, mas o interessante seria buscar mais o aspec-to educação, oportunidades de emprego que podemos encontrar ao regressar, bolsas para os jovens que estão em formação ou até mesmo para dar continuidade aos estudos, uma vez que não tem sido fácil a estadia e a adaptação.

Eu e minha família desejamos que a revista continue, que esteja sempre interessada em aproximar a comunidade aqui residente e que além de informar ela nos forme também. HELDER ANDRÉ, 21 anos de idade, estuda Engenharia Civil e trabalha como atendente de caixa.

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A revista é um excelente recurso midiático a qual busca aproximar a comunidade e mantê-la informada sobre os principais acontecimentos relevantes entre Angola e Brasil.

Penso que a mesma abarca um universo muito amplo, ou seja, esta deveria dar um enfo-que maior na Comunidade de São Paulo, assim como nos seus estudantes, trazendo informa-ções de como esta comunidade interage ou se relaciona com o Consulado de São Paulo, visto que a mesma foi publicada pelo consulado su-pracitado. Acredito que também é de suma im-portância realizar e registrar mais actividades consulares, como programas educativos, ac-ções solidárias, bem como divulgá-las também.

Um dos temas que mais me chamou aten-ção foi à actividade consular, onde o Consulado comemorou o “Dia das Nações Carandiru”, no presídio feminino,

Para a próxima edição, sugeria a inserção de conteúdos relacionados à Educação e Tecno-logias da Informação, voltados para o contexto angolano, com destaque no Ensino Superior, assim como Programas para candidaturas a bolsas de estudo, estágios, em suma, progra-mas acadêmicos. GILBERTO PATROCÍNIO, estudante de Doutorado em Ciências Matemáticas na Universidade Cruzeiro do Sul.

Achei a revista interessante por abordar temas da Comunidade Angolana no Brasil inclusive dos estudantes. Fala também de assuntos actualizados da nossa terra de forma a nos manter informados sobre os factos. Não tinha conhecimento da revista, fiquei sabendo por meio desta entrevista e percebi que ela não fala só de política, mas também de entretenimento o que deixa mais atraente e principalmente direcionado ao público jovem. Sugeria que a revista tivesse uma coluna voltada à educação, que falasse um pouco da vida de estudante aqui no Brasil, seus so-nhos e talentos como meio de engrandecer a nossa sociedade, em forma de um estudo de revela-ção, entrevistar pessoas talentosas que residem fora de Angola. Isso não só podia deixar a revista atraente e sim fazer com que os nossos dirigentes saibam um pouco mais do nosso povo.

Gostei da coluna que fala de eventos realizados aqui referentes à nossa cultura e sobre a bie-nal do ano passado. Espero fazer uma assinatura desta revista para que eu possa acompanhar as suas publicações e me manter informada. LUCINEIDE FONSECA, estudante de Comunicação Social em Publicidade Propaganda e Moda.

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actividade presidencial

No encontro com José Eduardo dos Santos, a Presidente Dilma Rousseff assinou tratado que amplia para dois anos o visto de negócios entre Brasil e Angola

PRESIDENTE VISITA O BRASIL DURANTE A COPA

Atendendo o convite da presidente Dilma Rou-sseff, o presidente de

Angola, José Eduardo dos San-tos, visitou o Brasil para parti-cipar da cerimónia de abertura da Copa do Mundo de Futebol, realizada em São Paulo no dia 12 de junho. O chefe do poder executivo angolano foi também recebido no Palácio da Alvora-da, em Brasília, capital do país. Dilma Rousseff assinou com ele diversos acordos que ampliam a possibilidade de realização de negócios entre os dois países.

Um dos tratados amplia para dois anos o visto de negó-cios entre Brasil e Angola. De acordo com o acto, empresá-rios brasileiros que visitarem Angola, assim como angola-nos que vierem ao Brasil, não precisarão renovar os vistos quando forem viajar ao país parceiro, desde que a autoriza-ção esteja dentro do prazo de dois anos. O acordo ainda pre-vê que o visto seja de múltiplas entradas, o que significa que os representantes comerciais

não terão um limite no número de viagens que poderão fazer, desde que não fiquem mais de três meses ininterruptos no país de destino.

Durante a cerimônia, a Pre-sidente Dilma disse que Ango-la e Brasil são países-irmãos, que têm laços linguísticos e culturais, mas sobretudo étnico-históricos. Segundo o Itamaraty, o Brasil foi o quar-to principal abastecedor do mercado angolano, tendo seu intercâmbio comercial cres-cido quase 36 % entre 2009 e 2013. “Queremos destacar os avanços de nossa cooperação em matéria de defesa. A Força Aérea Nacional de Angola ad-quiriu em 2009 seis aeronaves Super Tucano, hoje já entre-gues”, disse Dilma.

Ao ressaltar o “importante papel de Angola” na reconsti-tuição democrática de países africanos como a Guiné-Bis-sau, Dilma se disse satisfeita em anunciar o apoio do go-verno brasileiro ao pleito an-golano de, no próximo biênio

(2015-2017), ser membro do Conselho de Segurança da ONU. “Estou certa de que An-gola poderá oferecer um olhar atento e alternativas equili-bradas aos atuais desafios da paz e da segurança internacio-nais”, afirmou a Presidente.

No seu discurso, o Presiden-te angolano agradeceu o apoio brasileiro e disse que também faz votos de que o Brasil saia vitorioso da candidatura para sediar um evento internacional de direitos humanos. Ao desta-car a assinatura do acto, José Eduardo dos Santos lembrou que Angola é o terceiro parcei-

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JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS agradeceu apoio à candidatura

de Angola ao Conselho de Segurança da ONU

Depois de sete anos, José Eduardo dos Santos volta a Cuba para reforçar os acordos que visam enviar a Angola mais técnicos cubanos especializados em saúde e educação

ANGOLA REFORÇA AMIZADE COM CUBA

» “Venho a Cuba para estudar com os nossos irmãos cubanos, particularmente com o Presidente Raul Castro, todas as vias possíveis para reforçar ainda mais estas relações.”, declarou à imprensa o Presidente Angolano José Eduardo dos Santos, du-rante a visita a Havana realizada no mês de junho. “Angola e Cuba são países irmãos com uma longa tradição de luta. Estamos aqui para cooperar e melhorar cada vez mais estas relações de ma-neira que tenha uma incidência grande na melhoria da vida dos nossos respectivos povos”, acrescentou o Chefe de Estado.

O Presidente chegou a Havana, procedente do Brasil, acompa-nhado pela Primeira Dama, Ana Paula dos Santos, e por membros do executivo. Entre as actividades desenvolvidas pelo chefe do exe-cutivo angolano no país caribenho, teve destaque a deposição de uma coroa de flores no monumento do herói nacional “José Marti”, e o encontro com o presidente de Cuba, Raul de Castro.

José Eduardo dos Santos visitou também a Zona Especial de De-senvolvimento do porto Mariel, construída pela empresa brasileira Odebrecht, também presente em Angola, e com financiamentos do banco estatal brasileiro BNDES. Mariel é uma das prioridades do governo cubano para atrair capitais estrangeiros, tecnologia, subs-tituir importações e gerar exportações e novas fontes de emprego.

As relações diplomáticas entre os dois países se estendem por mais de 30 anos, sendo caracterizadas, nos primeiros anos da cooperação, por grandes contribuições cubanas principalmente nas áreas de educação e saúde. Posteriormente, as cooperações se estenderam para as áreas da cultura, desportos, indústria, construção civil e obras públicas, transportes marítimos, pesca, geologia e minas, petróleo, turismo e comunicação social.

ro comercial do Brasil na Áfri-ca e que, com o acordo, espera mais investimentos de empre-sários africanos no Brasil.

O Brasil foi o primeiro país a reconhecer a independência de Angola em 11 de novembro de 1975. Desde já, com o esforço do executivo angolano, as re-lações bilaterais encontram--se estáveis. O primeiro acor-do de cooperação econômica, técnica e científica entre as duas nações foi estabelecido em 1980. E durante o manda-to presidencial de Luís Inácio Lula da Silva, surgiu uma par-ceria estratégica.

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actividade ministerial

Delicada situação política no país torna urgente reconstruir o Estado e reorganizar as forças armadas para consolidar o processo de transição à democracia

ANGOLA APOIA PAZ NA REPÚBLICA

A contínua disposição de Angola de apoiar o pro-cesso de Paz na Repú-

blica Centro-Africana (RCA) foi reiterada pelo Ministro das Relações Exteriores de Ango-la, Georges Rebelo Pinto Chi-koti, na 5ª Reunião do Grupo

Internacional de Contacto so-bre a RCA (GIC-RCA), realiza-da no início de julho em Addis Abeba, capital da Etiópia. A informação consta de nota à imprensa enviada pelo Minis-tério das Relações Exteriores à nossa redação.

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Segundo o texto, a situação política na RCA continua delica-da, tornando urgente a reconci-liação entre os centro-africanos por meio do diálogo político, da restauração da estrutura admi-nistrativa do Estado e da conso-lidação de seu próprio processo

CENTRO-AFRICANA

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SITUAÇÃO POLÍTICA DELICADA torna urgente a reconciliação entre os centro-africanos

de transição, com o desarma-mento, a reforma das forças de defesa e segurança, a reorga-nização das Forças Armadas, assim como a realização de eleições livres, justas, transpa-rentes e democráticas.

Durante o encontro, Chikoti disse que Angola, como mem-bro da Comunidade Econômica dos Estados da África Central (CEEAC) e Presidente em exer-cício da Conferência Internacio-nal para a Região dos Grandes Lagos (CIRGL), tem contribuído para ajudar a RCA a sair da ac-tual crise que, pela sua dimen-são e implicações, constitui uma autêntica ameaça à paz e segurança deste país e da sub--região, além de comprometer os esforços de desenvolvimento dos outros países integrantes da CEEAC.

Para o chefe da diplomacia angolana, os esforços que os Chefes de Estado e de Gover-no da CEEAC têm desenvolvido visam encontrar uma solução duradoura para o fim do confli-to na RCA e, ao mesmo tempo, pedir maior apoio da comu-nidade internacional ao pro-cesso de transição em curso. Entre as conclusões finais da reunião, merecem destaque a

Angola como membro da CEEAC e Presidente em exercício da CIRGL,

tem contribuído para ajudar a RCA a sair

da actual crise

realização de um Fórum para a Reconciliação Nacional e diá-logo político, em Brazzaville, e o apelo dos participantes à comunidade internacional para que contribua no financiamen-to dessa e de outras activida-des similares.

A cerimónia de abertura da 5ª Reunião do GIC-RCA foi marcada por discursos do Co-missário-Chefe da Comissão da Paz e Segurança da União Africana, embaixador Smail Chergui, do Secretario-Geral Adjunto das Nações Unidas para as Operações de Manu-tenção da Paz, Hervé Ladsous, do Secretário-Geral da CEEAC, embaixador Amed Allam-Mi, do Primeiro-Ministro Chefe do Governo de Transição da RCA,

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André Nzapayéké, do Ministro dos Negócios Estrangeiros e da Integração Africana da Re-pública do Tchad, na qualidade de presidente em exercício da CEEAC, Moussa Faki Mahamat e do Ministro dos Negócios Es-trangeiros e da Cooperação, Basile IKouebe.

Também marcaram pre-sença no encontro parceiros internacionais do processo de paz da RCA, como a União Africana,União Europeia, Esta-dos Unidos da América (EUA), Canadá, Japão, Austrália, entre outros países que têm contri-buído com recursos financeiros ou logísticos para apoio às ati-vidades do Missão Internacional de Solidariedade Centro Africa-na (MISCA).

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actividade ministerial

Anúncio foi feito pelo Ministro das Relações Exteriores, durante visita a sete países da região

ANGOLA GARANTE RECURSOS PARA PAZ NOS GRANDES LAGOS

» Na qualidade de estado membro e detentor da presi-dência da Conferência Inter-nacional dos Grandes Lagos (CIRGL), Angola contribuirá com recursos para garantir a execução do plano de ação es-tratégico dessa organização. A afirmação é do Ministro das Relações Exteriores, Georges Rebelo Chicoti, e foi feita em discurso realizado no encontro que manteve com o Secretário Executivo da entidade, Alphon-se Ntumba, em Bujumbura, capital do Burundi, no primeiro semestre deste ano. Também foram discutidos na reunião o fim do conflito armado na Re-pública Democrática do Congo e a busca de métodos para con-cretização da paz na República do Sudão do Sul.

Angola é o actual presiden-te do Comitê Internacional da CIRGL, organismo que reúne representantes dos governos de países da África Ocidental, região considerada a mais po-pulosa do continente africa-no e com grande potencial em recursos naturais. Além de Angola, fazem parte da CIRGL

Burundi, República Centro Afri-cana (RCA), República do Con-go, República Democrática do Congo (RDC), Quénia, Uganda, Rwanda, Sudão, Sudão do Sul, Tanzânia e Zâmbia.

O plano de ação da CIRGL prioriza acções pela paz e se-gurança e também o desenvol-vimento democrático, econômi-co e a integração regional. Mas o programa ainda tem como focos questões humanitárias e sociais, como a inclusão de gê-nero, a solução de problemas da juventude e do meio am-biente, a luta contra o genocí-dio, o julgamento dos crimes de guerra, o fim dos crimes contra a humanidade e da discrimi-

nação. Chicoti assegurou que a quantia a ser doada para o alcance desses objetivos - cujo valor não foi divulgado - será usada com a devida parcimônia.

O secretário executivo da CIRGL, Alphonse Ntumba, dis-se que a viagem do Ministro Georges Chicoti aos sete países da região Central dos Grandes lagos demonstrou a determina-ção de Angola em elevar e va-lorizar a presidência da CIRGL. Ntumba ressaltou o empenho do Estado angolano na região, acrescentando que a atitude do Presidente em exercício da CIR-GL, José Eduardo dos Santos, dará um novo rumo e eficiência à organização.

Ministro das Relações Exteriores, GEORGES REBELO CHICOTI

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A Declaração constitutiva do Fórum dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (Palop) fixa como principais objetivos do novo organismo a busca de posicionamentos comuns em questões internacionais ou de interesse de cada um dos Estados Membros e o aprofundamento das relações de amizade e de ajuda mútua

FÓRUM UNE PAÍSES AFRICANOS DE LINGUA PORTUGUESA

» Os cinco países africanos da língua oficial por-tuguesa (Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Mo-çambique e São Tomé e Príncipe) constituíram, durante reunião realizada no final de junho na ca-pital angolana, o “Fórum Palop”, para dar maior afirmação aos interesses desta entidade que fun-ciona informalmente há vários anos.

A reunião, que elegeu o chefe de Estado an-golano José Eduardo dos Santos para presidir o Fórum até 2016, apelou à comunidade interna-cional para que dê apoio à realização de progra-mas de desenvolvimento e à criação de um fun-do de emergência para a Guiné Bissau, país que realizou no início de junho eleições presidenciais consideradas justas e transparentes, ganhas pelo Presidente José Mário Vaz. O fórum também acolheu a disponibilidade de Cabo Verde para re-

ceber a próxima cimeira dos chefes de Estado e de Governo dos Palop, prevista para 2016.

Depois de analisar a situação política nos paí-ses integrantes do bloco, os participantes mani-festaram a sua satisfação pelo actual nível das relações políticas e de cooperação, mas afirma-ram estarem preocupados com as situações de conflito que prevalecem em alguns países do continente africano e a com crescente ameaça do terrorismo internacional em Africa.

Além disso, recomendaram a revisão dos acor-dos e protocolos de cooperação existentes entre os cinco países membros, bem como a identifica-ção de outras áreas de cooperação futura, com particular realce para a vertente empresarial, tendo em vista reforçar os programas que girem em torno dos objectivos comuns e partilhados.

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actividade ministerial

» Uma delegação liderada pelo vice-presidente da Re-pública Manuel Domingos Vicente representou Ango-la na Cúpula de Líderes dos EUA-África, realizada em Wa-shington na primeira sema-na de agosto. Em declaração oficial dirigida ao encontro, o governo afirmou que “Pelo seu papel e importância no Continente africano e no mundo, Angola é um parcei-ro estratégico dos EUA. Ra-zões históricas, interesses e preocupações comuns de Paz, segurança e desenvolvimento neste mundo global vão con-tinuar a construir uma base forte e politicamente pragmá-tica para um reforço cada vez

maior das relações bilaterais entre Angola e os EUA.”

Já o presidente norte-ame-ricano, Barack Obama, em discurso realizado durante o evento, se queixou que “nos-so comércio com toda a África equivale ao que temos com o Brasil sozinho”. Obama anun-ciou um novo fundo de US$ 12 bilhões para ampliar o progra-ma Power África, de acesso à energia elétrica - que pretende levar luz a 60 milhões de lares - e defendeu um novo modelo de parceria com África com vanta-gens recíprocas: “Precisamos de mais africanos consumindo produtos americanos e de mais americanos consumindo o que a África produz”, afirmou.

Presidente dos Estados Unidos defende novo modelo de parceria com a África e anuncia mais investimentos no continente

BARACK OBAMA RECEBE42 LÍDERES AFRICANOS

Encontro de ministros das relações exteriores

fortalece laços entre os dois países

ALEMANHA E ANGOLA

QUEREM MAIOR COOPERAÇÃO

» “Angola e Alemanha têm ex-celentes relações, com perspec-tivas para melhoria e enorme potencial de desenvolvimento”, disse o ministro das relações exteriores da Alemanha, Frank--Walter Steinmeier, durante visi-ta que realizou a Angola em mar-ço deste ano.

Um dos principais objetivos da viagem do diplomata alemão foi o aprofundamento das relações entre os dois países no âmbito empresarial, tema que esteve na pauta de reunião que realizou com o ministro das relações exte-riores de Angola, George Chicoti.

A agenda de Steimeier em Luanda incluiu ainda a realiza-ção de um fórum empresarial, que serviu para facilitar a apro-ximação entre proprietários e dirigentes de empresas dos dois países, como forma de estímu-lo a que invistam sem nenhum constrangimento. Actualmente, cerca de 20 empresas alemãs funcionam em Angola.

Depois do encontro com Chi-coti, o ministro foi recebido em audiência pelo chefe de estado angolano, José Eduardo dos Santos, com quem conversou sobre a região dos Grandes La-gos e o conflito na Ucrânia.

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» A decisão foi divulgada de-pois de reunião ministerial conjunta entre a SADC e a CIR-GL realizada na capital angola-na no início de julho, pelo seu co-presidente, Georges Chiko-ti, Ministro angolano das Rela-ções Exteriores. Segundo ele, a percepção dos participantes foi de que as forças negativas da região foram de algum modo neutralizadas, mas que ainda existe o problema das Forças Democráticas pela Libertação de Ruanda (FDLR), uma milícia hutu que apresentou livremen-te a proposta de sua rendição e desarmamento.

“Os resultados desta rendi-ção não são suficientes, porque até agora foram apenas 200 pessoas que se renderam, mas no entanto as estados membros consideraram que isso pode ser aceitável”, disse à imprensa o Ministro. Acrescentou, no en-tanto, que foi fixado um prazo de três meses para um novo encontro de avaliação. “Du-rante o qual, vamos decidir o que pode ocorrer nos próximos tempos caso não se registem progressos neste sentido, por-tanto será feito um balanço até

a próxima Cimeira, que ocorre dentro dos próximos seis me-ses”, acrescentou.

Chicoti explicou que esta foi a primeira reunião depois da Cimeira da África do Sul, rea-lizada no final do ano passado. “Nela tentamos atender àqui-lo que eram as preocupações dos chefes de Estado relativas

à questão da consolidação da paz no leste da RDC”, explicou. Disse ainda que os ministros olharam para todas as opera-ções até hoje desenvolvidas, bem como os resultados mili-tares ocorridos em termos po-líticos e o que isso representa para a Região dos Grandes La-gos e da SADC.

Ministros dos estados membros da Comunidade dos Países da África Austral (SADC) e da Conferência Inter-regional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL) decidiram apresentar uma moratória para que os rebeldes da FDLR, na República Democrática do Congo - RDC, possam dar provas do seu interesse no processo de desarmamento

PROPOSTA MORATÓRIA A REBELDES DO CONGO

Vista aérea da cidade de UVIRA, CONGO

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actividade consular

Durante a realização da Copa do Mundo de futebol, esteve no Brasil a Secretária de Estado para a Cooperação do Ministério das Relações

Exteriores de Angola, Ângela Bragança. Além de acompanhar o torneio, ela realizou, entre outras atividades, uma visita às futuras novas instalações do Consulado Geral de Angola em São Paulo

ÂNGELA BRAGANÇA VISITA O BRASIL

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No decorrer da visita, a Secretária conce-deu à Angola Yetu uma entrevista exclu-siva em que fala sobre os recentes acor-

dos assinados por Angola e Brasil para facilitar o fluxo de negócios entre os dois países; indica também os caminhos que o governo angolano vislumbra e de que forma está actuando para tornar sustentável o ciclo virtuoso de desenvol-vimento vivido pela economia do país; e explica ainda os motivos pelos quais se justifica o desejo do governo de que Angola de que o país venha a ocupar o posto de membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU.

Com mestrado em relações internacionais feito em Portugal, Ângela Bragança foi, durante a década de 1980, dirigente da organização da juventude do MPLA, tornando-se uma das per-sonalidades mais emblemáticas de sua ala fe-minina. Eleita deputada para a Assembleia Na-cional pela mesma sigla, exerceu o mandato de 1992 a 2012, ano em que foi convidada a ocupar o cargo que exerce no momento. É casada com o actual embaixador de Angola na Itália, Florêncio Mariano de Almeida.

ANGOLA YETU - Recentemente, por ocasião da vista de nosso presidente ao Brasil, a Presidente Dilma manifestou seu apoio à candidatura de Angola à posição de membro não permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Por que motivos o país se colocou tal propósito e por que essa pretensão se justifica?

ÂNGELA BRAGANÇA - Angola já esteve no Conselho de Segurança como membro não permanente, mas numa realidade completamente diferente de hoje. Nosso país tem agora a experiência do processo de pacificação, de coesão nacional e de crescimento. E por outro lado um processo de pacificação que é único, por isso mesmo exem-plar, e que granjeou a admiração do mundo. Ao assumir a presidência da conferência internacio-nal dos Grandes Lagos, Angola tentou galvanizar todos os elementos inerentes a estes processos, que podem muito bem servir de exemplo para

os demais, e pretendeu incorporar nesta presi-dência a tentativa de resolver, de dar um impulso grande à pacificação da região. E, no quadro da nossa candidatura, queremos utilizar os suces-sos desta presidência activa, que é desenvolvida não só no plano da região, no diálogo, na concer-tação politica com os demais chefes de Estado da região, mas também com elementos preponde-rantes da politica externa no mundo, para fazer o vínculo entre a situação da região e aquilo que pretendemos que seja o respaldo ao nível mun-dial, porque de certa forma há conexão entre es-tas duas dimensões.

ANGOLA YETU - E que resultados o governo de Angola espera obter caso alcance esse objetivo?

ÂNGELA BRAGANÇA - Ao apresentarmos a nossa candidatura, nós queremos levar ao Conselho de Segurança a experiência da pacificação, da im-portância do diálogo político e da concertação po-lítica para a estabilidade e a segurança mundiais, e levar também ao Conselho uma outra imagem de África: uma África de paz, uma África de desen-volvimento, uma África de luta pelo crescimento e uma África que quer cooperar, que quer interagir. Quer sobretudo fazer aquilo que Sua Excelência Presidente da República disse ainda há dias no Brasil - quando conversou com os diplomatas africanos: fazer com que as nossas matérias pri-mas sejam transformadas no nosso continente. Portanto, é esta África diferente que nós quere-mos partilhar no Conselho de Segurança como candidatos. E por isso estamos a dialogar. Já te-

Queremos levar ao Conselho de Segurança a experiência da pacificação, da importância do

diálogo político e da concertação política para a estabilidade e a

segurança mundiais (...)

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actividade consular

mos, como sabem, o respaldo da União Africana e através dela todos os Estados africanos; e esta-mos a obter outras promessas de apoio em uma grande parte dos países do mundo, e pensamos que é já uma rodada definida.

ANGOLA YETU – De que forma o governo actua para conseguir os apoios necessários?

ÂNGELA BRAGANÇA - Para organizar a nossa can-didatura, existe um grupo que é coordenado pelo Secretário de Estado das Relações Exte-riores Manuel Augusto - diplomata chefe deste ministério - que integra a estrutura da nossa missão permanente em Nova York e que, inde-pendentemente de aproveitar todas as oportu-nidades em eventos internacionais, tem estado a fazer contatos directos com países, princi-palmente da região do Pacifico, com os quais normalmente nós temos mais dificuldade de diálogo, pela distância que nos separa do ponto de vista geográfico. Portanto, há uma activida-de muito intensa. A par da nossa presidência da Conferência dos Grandes Lagos, é a prioridade também da nossa política externa.

ANGOLA YETU – A economia de Angola está entre as que mais se desenvolvem em África. O modelo econômico que gerou esses resultados está servindo de exemplo para outros países do continente?

ÂNGELA BRAGANÇA - Ao longo dos 12 anos de paz, Angola desabrochou. E o fez sobretudo para o mundo, dando a esperança de uma cooperação diferente, que não é a cooperação militar, que an-tigamente existia. Obrigou inclusive a redimen-sionar objetivos. E nós os temos muito claros, es-tão no nosso Plano Nacional de Desenvolvimento para o período de 2013/2017, que no fundo é a concretização do programa de governo que foi apresentado nas eleições, programa do partido maioritário, que está a ser desenvolvido, e que tem atraído uma grande parte de interesses es-trangeiros. Hoje, nós temos a necessidade quase de parar, pedir para parar, porque todos os paí-

ses, empresas e grandes grupos também querem ir a Angola, querem conhecer Angola, realizar negócios com Angola. A par daquilo que tem sido a nossa relação institucional com os diferentes países, estamos a privilegiar também a atração do investimento estrangeiro. Reparem que hoje nós temos tido delegações que têm duas verten-tes: a política, que normalmente coordena as de-legações, mas a grande componente econômica é suportada pela parte empresarial. Recebemos ligações de vários países, temos feito fóruns eco-nômicos, no nosso país e em outros onde temos missões diplomáticas, para mostrar Angola.

ANGOLA YETU – De que maneira o governo pretende actuar a fim de que esse interesse despertado por nossa economia junto aos investidores estrangeiros gere resultados que permaneçam em Angola, que beneficiem o conjunto de sua população?

ÂNGELA BRAGANÇA - Estamos a tentar interagir as empresas estrangeiras com as nacionais, para poder dar alento a uma prioridade do nosso de-senvolvimento, que é a diversificação econômi-ca. É objetivo do governo retirar a dependência da nossa economia do petróleo, porque isso não traz sustentabilidade. É um produto vulnerável a situa-ções de flutuação externa. Nós verificamos agora, com a guerra do Iraque houve algum incremento, mas também há momentos de baixa, portanto não é sustentável e a economia não pode funcionar e ser gerida com um produto que é tão volátil. Por isso mesmo, o governo aposta agora no desenvol-vimento agrícola; estamos a fazer grandes apostas

Ao longo dos 12 anos de paz, Angola desabrochou. E o fez

sobretudo para o mundo, dando a esperança de uma cooperação diferente, que não é a cooperação militar, que antigamente existia

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na agroindústria e também na criação de polos in-dustriais, com prioridade para aquelas áreas que vão permitir maior oferta de empregos. Por outro lado, a indústria petrolífera não é uma grande seara de empregos, porque ela é muito especifica, espe-cializada, automatizada, com tecnologia de ponta.

ANGOLA YETU – Na sua opinião, o que é preciso fazer para que essas alternativas se viabilizem?

ÂNGELA BRAGANÇA - Nós temos que ter fábricas e, neste domínio, estamos a criar os suportes, as infraestruturas de energia, por que não é possí-vel termos uma indústria florescente se não ti-vermos energia. Estamos também a desenvolver o projeto de água e saneamento. Portanto, é todo um movimento em torno da criação de infraes-truturas que vão permitir criar as bases para um desenvolvimento mais consentâneo com os obje-tivos que nós temos - suportados quer na Cons-tituição, quer no programa de desenvolvimento - que é melhorar a qualidade de vida da popula-ção, mas também criar condições para que haja empreendedorismo e desenvolvimento de opções que permitam a cada momento ir resolvendo o emprego. E queremos um emprego melhor - não um emprego que dê condições, por exemplo, que não permitam uma família realizar a educação -, que dê condições para prestar uma melhor oferta em termos também de saúde, de condição social de habitação etc. Esta é a grande aposta, aposta de diversificação, porque nós criamos parâmetros

anteriormente que assim o permitem. E um de-les é a estabilidade macroeconômica, que permite hoje Angola criar bases para receber investimento estrangeiro, realizar a diversificação econômica e estimular o empreendedorismo, seja directo ou através de parcerias público-privadas.

ANGOLA YETU – Angola e Brasil parecem ter uma parceria estratégica importante. O que ela significa?

ÂNGELA BRAGANÇA - O Brasil foi o primeiro país que reconheceu Angola e isto tem fundamento na rela-ção histórica, tradicional, laços fortes que existem entre os dois países e, há alguns anos atrás - isso foi inclusivamente alvo de uma rectificação na As-sembleia Nacional - Angola aprovou uma Decla-ração de parceria estratégica com o Brasil. Uma parceria que já se desenvolve em vários domínios.

Na visita ao novo prédio do Consulado, ÂNGELA BRAGANÇA se encontrou com a autora

do projeto, arquiteta ADRIANA YOSIMURA

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actividade consular

No sector energético com muita intensidade, seja na área petrolífera, na construção das grandes barragens hidroelétricas, no sector da construção. Também no âmbito das trocas financeiras, o Brasil é um dos países que tem apostado na abertura de linhas de crédito e cremos que, muito recentemen-te, na visita do Presidente José Eduardo dos San-tos, há mais uma abertura de uma linha de credito forte com o Brasil. E eu penso que há um elemento importante a considerar em tudo isso: Angola tem que aproveitar mais as oportunidades desta coo-peração com o Brasil para aumentar as capacida-des das suas empresas, trocando know how, por que nós, numa parceria estratégica, não podemos vê-la apenas no âmbito do comércio, da troca, de uma troca que não é tão biunívoca. Nós temos que torná-la biunívoca, mas para isso é preciso que An-gola possa gerar elementos, no âmbito do proces-

so de diversificação, que permitam criar este dar e receber de uma maneira mais intensiva com o Brasil. Deve tornar estes laços mais perenes, mais sólidos, através de projectos e de acções que criem esta robustez ao nível das duas economias.

ANGOLA YETU – Durante a recente visita do Presidente José Eduardo dos Santos ao Brasil, a Presidente Dilma Roussef e ele assinaram um acordo que facilita a obtenção de vistos para viagens de negócios. Em que medida isso deve facilitar essa parceria?

ÂNGELA BRAGANÇA - Foi assinado um acordo no domínio da facilitação de vistos, por que de facto havia algumas queixas no setor empresarial sobre a multiplicidade de vistos que precisavam, sem-pre que tivessem que se deslocar a Angola. Isso dá maior leveza, maior fluidez, dá maior proximidade, por que não cria obstáculos e vai permitir, com certeza, fazer com que esta nossa parceria estra-tégica seja desenvolvida com maior naturalidade. Temos feito um apelo às nossas empresas nacio-nais: que sejam de facto empresas, que sejam ou-sadas, que lutem para que se criem sinergias, seja ao nível de joint ventures ou de outros tipos, que permitam esta robustez, de criação de grandes grupos empresariais que possam sobretudo com-petir. Por que um dos grandes objetivos do progra-ma do governo é inserir a economia angolana no contexto da economia internacional. Para isso, é preciso que tenhamos empresas e, de fato, uma economia que tenha condições para esse objetivo.

Angola tem que aproveitar mais as oportunidades desta cooperação

com o Brasil para aumentar as capacidades das suas empresas, trocando know how, por que nós, numa parceria estratégica, não

podemos vê-la apenas no âmbito do comércio, da troca, de uma troca

que não é tão biunívoca.

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actividade consular

COMITIVA VAI A CIDADES DO SUL

DO PAÍSEquipe leva serviços do Consulado a angolanos

residentes no Paraná e em Santa Catarina e promove comemoração da paz alcançada em 2002

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Confraternizar com as comunidades angola-nas dos dois estados comemorando o Dia da Paz, estreitar os laços com autoridades e

empresários locais e regularizar a documentação dos angolanos neles residentes foram os principais objetivos da viagem realizada, no início de abril, por uma comitiva do Consulado Geral de Angola em São Paulo, encabeçada pelo seu titular Embaixador Belo Mangueira. O Consulado de São Paulo tem ju-risdição também sobre os estados do Paraná, San-ta Catarina e Rio Grande do Sul, que possuem uma das maiores comunidades angolanas do Brasil.

A comitiva consular chegou a Curitiba, capital do Estado do Paraná, na tarde do dia 5 de abril e à noite se reuniu com a comunidade angolana local para comemorar o Dia da Paz em Angola, 4 de Abril, data em que no ano de 2002 foi assinado o acordo entre as Forças Armadas de Angola e a facção armada do partido Unita, que pôs fim à guerra civil, tornando-se uma data consagrada à Paz e à Reconciliação Nacional.

Tendo como lema “Pela paz nacional, consoli-demos a democracia”, o jantar de confraterniza-ção, realizado no restaurante Espeto Dourado, foi aberto com o Hino Nacional Angolano. A progra-mação contou com a presença do presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Angola do Paraná, Simão Grilo dos Santos, e do pastor angolano Ngangula Miguel de Sousa que orou pedindo a presença divina na festividade.

A confraternização foi também uma oportuni-dade para a comunidade local, formada em gran-de parte por estudantes, expor suas dificuldades, tendo o Consulado Geral aproveitado para resol-ver problemas como renovação de passaporte, inscrição consular, retirada de certidão de nasci-mento e de casamento, sem necessidade de pa-gamento de qualquer taxa.

Durante o encontro, que terminou com um jan-tar e dança ao som do DJ angolano Dominique Mayasse, o estudante Helder Mbala, secretário da Associação da Comunidade Angolana no Es-tado do Paraná, disse que a ideia da viagem da comitiva ao estado “foi bem vinda, já que evita a ida a São Paulo para tratar desses documentos, atendendo às dificuldades financeiras que estu-dantes e outros cidadãos nacionais têm para co-brir o transporte, alimentação e alojamento”.

As comemorações do Dia da Paz em Florianó-polis, capital catarinense, foram marcadas por actividades culturais realizadas no Hotel Blue Tree Towers. Cinco estudantes fizeram interven-ções poéticas e musicais. Luísa Filho declamou “Anseio pela liberdade”, poesia que retrata os frutos dessa conquista, enquanto a estudante angolana Luisa Epalanga e o ganense Salomon Amoah entoaram uma música sul africana. Ana Epalanga também cantou a música Malaika, de Miriam Makeba, e declamou a poesia “Eu me le-vanto”, de Maya Angelou, poeta e activista negra norte-americana recentemente falecida.

Ainda em Santa Catarina, o Cônsul Geral Belo Mangueira participou do programa Floripa em Foco, da TV Floripa, onde foi entrevistado pelo apresentador brasileiro Silvio Smaniotto, e pelo jornalista angolano Fernando Camuaso Segunda, um dos cidadãos com deficiência visual que che-garam ao Brasil em 2001, beneficiados por uma bolsa de estudo da Fundação Eduardo dos Santos (Fesa). Tendo terminado seus estudos em 2010, dirige atualmente a Rádio Camuaso, emissora que retrata a realidade de Angola e sua cultura.

MUITOS ATENDIMENTOSUm importante saldo dessa iniciativa do Con-

sulado Geral de Angola em São Paulo foi a efec-tiva resolução de questões referentes à regulari-

A comitiva consular chegou a Curitiba e se reuniu com a comunidade angolana local

para comemorar o Dia da Paz em Angola. Tendo como lema

“Pela paz nacional, consolidemos a democracia”, o jantar de

confraternização foi aberto com o Hino Nacional Angolano

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actividade consular

zação de documentos angolanos, como inscrição consular, renovação de passaportes, transcrição de assentos de nascimento, visto que alguns ci-dadãos se encontram no Brasil há muitos anos, sem se deslocarem a Angola. Para isso, foi uti-lizado em Curitiba o salão do Instituto Superior Camões, onde foram atendidas 57 pessoas, das quais 53 de Curitiba e quatro de Londrina, cidade do interior paranaense.

Gerson Tomás, que vive no Brasil há mais de uma década e coabita maritalmente com uma brasileira que espera um filho, aproveitou a ocasião para tirar a Declaração de Capacidade Matrimonial, documento que permite realizar o casamento civil. “Eu estava muito preocupado, o nosso filho nascerá daqui a três meses e não queria que ele chegasse sem estarmos casados no civil. Graças a Deus, o Consulado veio até aqui e me ajudou a resolver um problema que me tira-va o sono”, declarou.

Outro cidadão angolano, Miguel Canga, que reside no Paraná há mais de 14 anos, conta que estava sem nenhum documento de seu país e que tinha como única identificação a carteira de trabalho brasileira. Por conta disso, não conse-guia registrar os três filhos que teve no Brasil.

“Achei muito boa a iniciativa que o Consulado teve de vir até a comunidade. Estou no estado há mais de 14 anos e nunca recebemos uma visita consular. Agora que tratei o meu passa-porte, vou poder registrar os meus filhos, estou muito feliz”, ressaltou.

No encontro com a comunidade de Santa Catarina, estiveram presentes estudantes de Florianópolis, Joinville e Blumenau, aos quais foram apresentados os objetivos da visita da co-mitiva do Consulado Geral e ouvidos os relatos sobre os principais problemas enfrentados, que são basicamente os mesmos apontados pelos angolanos do Paraná. Na sequência da confra-ternização do Dia da Paz, aqueles que tinha ne-cessidade desse serviço, puderam providenciar seus registros consulares e regularizar docu-mentos pessoais nacionais.

COMUNIDADE DE ESTUDANTESO predomínio de estudantes na população an-

golana do Paraná e de Santa Catarina foi per-ceptível nos encontros com as comunidades. Exemplo disso, foi constatado pela comitiva na cidade de Criciúma, onde foi realizada uma vi-sita à Universidade Extremo Sul Catarinense (UNESC), instituição com o maior número de estudantes angolanos na cidade. A recepção foi feita pelo Magnífico Reitor Professor Gildo Vol-pado, que afirmou estarem regularmente ma-triculados na instituição 105 alunos angolanos, entre bolsistas da empresa Sonangol e os que vieram por conta própria.

Chamou a atenção dos diplomatas o facto de que os estudantes angolanos ocupam um

Um importante saldo dessa iniciativa do Consulado Geral de Angola em São Paulo foi a efectiva resolução de questões referentes à regularização de

documentos angolanos

Serviços consulares foram colocados á disposição das COMUNIDADES VISITADAS

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lugar privilegiado entre os estudantes estran-geiros, com um bom nível de aproveitamento, recebendo expressivos elogios da direção da Universidade. Financiada por recursos pú-blicos, a UNESC está em fase de expansão, criando novos cursos e se consolidando como a principal instituição universitária da cidade, com uma parceria com Angola que se estende por mais de uma década.

CONTACTOS COM AUTORIDADES BRASILEIRAS

No Paraná, a comitiva angolana foi recebida pelo vice-governador do Estado, Flávio Arns, a quem foram retransmitidas as dificuldades da comunidade angolana no Estado, recebendo dele a promessa de ajuda para obtenção dos pleitos apresentados. Arns também comentou

que sempre esteve atento às comunidades afri-canas, em particular aos angolanos. E lembrou da ajuda que o governo estadual oferece aos es-tudantes deficientes visuais provenientes de An-gola, que estão nesse Estado desde 2001, recor-dando ainda uma festa organizada pelo governo, durante a qual o grupo dos deficientes visuais angolanos fez uma apresentação cultural.

Ainda na capital paranaense, o Embaixador Belo Mangueira, o vice-cônsul Alves Fernandes e o senhor Simão Grilo dos Santos visitaram a Secretaria dos Assuntos Internacionais na prefeitura, onde foram recebidos pela diretora do Departamento de Relações Internacionais, Rosane Fante G. Kupka, e por Mônica Maria M. Nasser, conselheira e chefe do Escritório de Representação do Ministério das Relações Ex-teriores no Paraná (EREPAR). O Cônsul agra-

O vice-governador do Paraná FLÁVIO ARNS em

encontro com o Cônsul Geral BELO MANGUEIRA

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actividade consular

deceu a recepção e elogiou o planejamento urbano de Curitiba, cidade que, segundo ele, permite alta qualidade de vida e oferece um óptimo sistema de ensino.

A comitiva consular esteve também na Delega-cia Regional da Polícia Federal do Paraná, onde foi recebida pelos delegados regionais José Wa-shington Luiz e Igor Romário de Prova, responsá-vel pelo combate ao crime organizado, além do diretor do Departamento de Imigração e Estran-geiros, Renato Lima. A visita foi importante uma vez que a Polícia Federal é um dos organismos mais solicitados pela comunidade angolana, não só para a obtenção do documento de Registro Nacional de Estrangeiro (RNE) como para a reno-vação de sua permanência no Brasil.

No encontro, o Cônsul Geral exprimiu as preo-cupações da comunidade, particularmente a es-tudantil, e foi informado que não existe nenhum cidadão angolano detido no estado: “Angola é bem representada no Paraná. A comunidade an-golana é a mais comportada das comunidades estrangeiras, pois não soma nenhum boletim de ocorrência”, afirmou o delegado Renato Lima.

Situação similar foi constatada pela comiti-va em Florianópolis, durante visita à sede local da Polícia Federal, onde foi recebida pelo Su-perintendente Regional Cleyton Eustáquio Xa-vier, que assegurou: “A comunidade angolana no Estado não tem sido uma preocupação da polícia”. De acordo com ele, isso ocorre talvez porque os angolanos são na maioria estudan-tes, centrados na vida escolar, que não geram preocupações ao Estado.

Angola é bem representada no Paraná. A comunidade angolana é a mais comportada das comunidades estrangeiras, pois não soma nenhum

boletim de ocorrência - DELEGADO RENATO LIMA

ENCONTRO COM EMPRESÁRIOSUm grupo de empresários do Estado do Paraná

que preparava uma viagem de prospecção comer-cial e empresarial a Angola ofereceu ao cônsul Belo Mangueira e sua comitiva um jantar em um dos melhores restaurantes da cidade. No encontro, re-ceberam informações sobre a política de concessão de vistos para actividades de investimento privado, assunto de grande utilidade para o grupo.

O interesse de empresários brasileiros por An-gola foi assunto também em Santa Catarina, du-rante a visita que a comitiva consular realizou ao Centro Administrativo do governo do Estado, onde foi recebida pelo diretor interino Marcelo Trevisa-ni. “Os empresários catarinenses – disse o dire-tor - estão interessados em fazer investimentos em Angola, principalmente no sector agrícola”. Segundo ele, alguns acordos só não foram cele-brados por causa da dificuldade na obtenção dos vistos, recebendo da equipe informações sobre a intenção do Consulado Geral de agilizar esse processo para permitir mais investimentos nas diferentes áreas da vida económica do país

A comitiva consular foi também integrada pelo vice-cônsul dos Assuntos Consulares Isaú Boco, o vice-cônsul para a Comunidade Alves Fernan-des, o agente consular Domingos Buanga, a se-cretária consular Sonia Tavares, e o assistente consular Filomeno Matias.

REPORTAGEM DE VASCO [email protected]

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CONSULADO ATENDE ANGOLANOS PRESOS

Visita a presídios dá continuidade a trabalho de sensibilização contra o tráfico de drogas, que tem ajudado a diminuir o número de cidadãos

angolanos aprisionados por terem cometido esse tipo de crime

O clima indesejável, triste e muitas vezes frio, existente entre as angolanas encarceradas na Penitenciaria Feminina da Capital (Ca-

randiru) foi quebrado numa manhã de abril com a visita de representantes do Consulado Geral de Angola em São Paulo. O encontro ocorreu no audi-tório do presídio, onde o chefe da missão consular, embaixador Belo Mangueira, transmitiu saudações do governo angolano. O diplomata estava acompa-nhado do pessoal do Consulado Geral. Actualmen-te estão encarceradas naquele presídio por tráfico internacional de drogas 33 angolanas, que durante a visita receberam cobertores e roupas de inverno.

SENSIBILIZAÇÃO PREVENTIVAPara ajudar a diminuir o problema, o Consulado

de São Paulo, em parceria com a empresa Linhas Aéreas de Angola (TAAG), trabalha na sensibiliza-ção dos cidadãos para que não recebam encomen-das no aeroporto, visto que muitas mulheres foram presas em flagrante no momento do check-in. Caso que ocorreu, por exemplo, com a comercian-te Maria Luzolo (nome fictício), depois de receber um pacote nas mãos de um cidadão angolano. O rapaz disse que eram medicamentos para controlar a pressão arterial da sua mãe e que, ao chegar em Luanda, uma irmã pegaria a encomenda.

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actividade consular

Depois de muito negar, Maria aceitou fazer o transporte. Mas, ao chegar no check-in, a polí-cia a abordou dizendo que havia recebido uma denúncia de que ela transportava drogas na ba-gagem. Durante a revista, foram encontrados 400 gramas de entorpecentes no pacote que levava para o rapaz. Maria foi presa em flagrante e con-denada a cinco anos de detenção. Este esquema é usado por grandes quadrilhas de tráfico para passar com elevadas quantidades de entorpe-centes enquanto a polícia procura o denunciado.

PENITENCIÁRIA MASCULINA A equipe consular de Angola visitou também a Pe-

nitenciária Cabo PM Marcelo Pires da Silva a fim de ouvir e prestar auxílio à população masculina encar-cerada. O encontro ocorreu em Itaí, interior do Es-tado de São Paulo, e a Penitenciária é considerada uma das maiores do Estado. A unidade também é conhecida por ser reservada a cidadãos estrangeiros que cometem crimes graves, como o tráfico inter-nacional de drogas, tendo mais de 50 países repre-sentados na população carcerária. Atualmente 70 angolanos estão presos ali, número que, segundo o consulado, diminuiu 30% em um ano.

ATRÁS DAS GRADESAugusto Cassinda (nome fictício), 30 anos, tra-

balhava na Associação dos Empresários da Huila, até que um dia, após uma discussão com uma das

colegas, foi demitido. Preocupado em como sus-tentar os seis filhos, ele se mudou para Luanda à procura de trabalho. Na capital, conheceu um rapaz do Congo de Mocratina que lhe apresentou o tráfico. No esquema, Cassinda deveria ir ao Bra-sil pegar entorpecentes e voltar para Angola. Tudo seria pago pelos meliantes e ele receberia US$ 10 mil pelo serviço. Cassinda aceitou, pois viu ali uma chance de dar uma boa vida aos filhos.

Em alguns dias os procedimentos foram acertados e a viagem aconteceu. No Brasil, co-nheceu mais duas pessoas da quadrilha, en-tre elas outro angolano que garantiu que nada aconteceria. No entanto, horas antes de voltar para Angola, os dois rapazes o levaram a um bar e o embebedaram. Já no aeroporto, a polícia o abordou no check-in e encontrou com o jovem quatro quilos de cocaína. Cassinda foi preso e condenado a sete anos de detenção.

Os angolanos presos, em geral, deparam-se com muitos problemas que tentam ser minimi-zados, dentro do que a lei permite, com a ajuda de algumas Organizações Não Governamentais e Religiosas, como a Pastoral Carcerária e Igreja Adventista. O Consulado Geral tem um sector ju-rídico que atende os cidadãos angolanos detidos nas diferentes penitenciarias durante as diversas fases, desde a detenção até a fase de execução de penas, prestando uma assistência gratuita.

Depois de muito negar, Maria aceitou fazer o transporte. Mas, ao chegar no check-in, a polícia a abordou dizendo que havia

recebido uma denúncia de que ela transportava drogas na bagagem.

(...) Este esquema é usado por grandes quadrilhas de tráfico para passar com elevadas quantidades

de entorpecentes enquanto a polícia procura o denunciado.

REPORTAGEM DE VASCO [email protected]

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CÔNSUL AGRADECE PRISÃO DE SUPOSTO ASSASSINO

» Belo Mangueira agradeceu ao secretário Fernando Grella o trabalho que as autoridades brasileiras rea-lizaram na captura de Jilmar da Silva, homem que, presumivelmente participou do assassinato da estu-dante estudante angolana Zulmira de Souza Borges Cardoso, ocorrido em 22 de Maio de 2012, no Brás, bairro da capital paulista. Ele estava foragido da jus-tiça desde a época do crime e com sua prisão os dois supostos assassinos já estão nas mãos da justiça. O julgamento dos presumíveis assassinos deveria ter inicio no dia 23 de julho de 2014, mas foi adiado para o dia 12 de janeiro de 2015 devido a ausência de uma das testemunhas de defesa.

Aparentemente motivado pelo racismo, segundo re-lato de testemunhas, o crime aconteceu em um bar, depois de uma discussão durante a qual estudantes angolanos foram chamados de “macacos” por um ho-mem, que se presume ser José Marcelo de Vasconce-los, o qual foi embora, retornando porém para realizar os disparos que feriram várias pessoas do grupo, cau-sando a morte de Zulmira. Jilmar da Silva teria dirigido o carro que deu fuga ao suposto assassino.

Em reconhecimento ao desempenho da polícia de São Paulo no caso do asaassinato de uma estudante angolana, Belo Mangueira reuniu-se com o Secretário de Segurança do estado

BENEFÍCIO A PRESO SERÁ INFORMADO AO CONSULADO

O pedido de que o Consulado seja informado previamente sobre qualquer benefício concedido a um preso de nacionalidade angolana foi apresentado pelo Cônsul Geral Belo Mangueira ao Desembargador Hamilton Elliot Akel durante encontro que tiveram no final de julho. O pleito se justifica, segundo o advogado do Consulado, Hédio Silva, porque em muitos desses casos as pessoas não têm residência no país, havendo necessidade de busca da melhor solução para a defesa dos interesses desses cidadãos detidos. Lembrando que em alguns desses casos, o juiz permite que o beneficiado retorne a Luanda, o advogado acrescentou que é preciso criar as condições para que o Consulado possa ajudar na obtenção de meios para que essa volta de facto aconteça. Até o fechamento desta edição de Angola Yetu, chegava a 150, entre homens e mulheres, o número de angolanos presos em São Paulo. No entanto, somente nas duas últimas semanas de julho, graças à intervenção do Consulado, 12 deles obtiveram benefícios prisionais que variam da autorização para cumprimento da condenação em regime de prisão domiciliar a livramento condicional.

A proposta foi aceite pelo Corregedor Geral de Justiça do Estado de São Paulo

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HCOR-0038-13.AF01 ANUNCIO REVISTA ANGOLA 420x280.pdf 1 4/16/14 7:44 PM

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HCOR-0038-13.AF01 ANUNCIO REVISTA ANGOLA 420x280.pdf 1 4/16/14 7:44 PM

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economia

ANGOLA E BRASIL: PARCERIAS & OPORTUNIDADES

O Brasil foi o primeiro país a reconhecer a independência de Angola. A declaração foi feita através de nota oficial divulgada pela

diplomacia brasileira no palácio do Itamaraty um dia antes da cerimônia de posse do novo governo, instalado na capital, Luanda. Quando o Brasil re-conheceu a independência de Angola, a 11 de No-vembro de 1975, demonstrou lucidez - apesar de o estado brasileiro viver, naquela época, um mo-mento de ditadura -, reconhecendo a importância do futuro da nação que estava a ser criada.

Hoje em Angola o apoio financeiro e a assistên-cia técnica dos países ocidentais se apresentam como alavancas fundamentais para a reconstru-ção do país e da sua economia. Com recursos na-turais que podem ser considerados abundantes e reservas de petróleo crescentes, se tornará rapi-damente no primeiro produtor africano.

Angola é também um mercado que vai continuar a crescer nos próximos 10 a 15 anos. Como tal, é assumidamente, e sem margem para dúvidas, um mercado de futuro. Um mercado que os empresá-rios brasileiros devem ter em conta e ao qual devem estar atentos. É um país importante da África e está cada vez mais aberto ao mundo, e o Brasil também ganha espaço internacional com essa aproximação.

Angola é um parceiro com muito significado para o Brasil. Apresentando-se como, potencial-mente, um dos mais prósperos países de África, devido às suas reservas de petróleo, às capaci-dades hidroelétricas, aos minerais de que dispõe e às grandes extensões de terra cultivável, das quais só uma pequena parte está aproveitada.

No ranking do comércio exterior brasileiro de 2012, a Angola figurou como o 53º parceiro comer-cial do Brasil, participando com 0,26% do total. En-tre 2008 e 2012, o intercâmbio comercial brasileiro com o país apresentou diminuição de 71,7%. As ex-portações nacionais reduziram-se em 42% e as im-portações em 97,9%, neste intervalo. Em valores, o intercâmbio comercial entre os dois países passou de US$ 4,2 bilhões, em 2008, para US$ 1,2 bilhão,

em 2012. O saldo da balança comercial foi supera-vitário para o Brasil em todos os anos, excepto em 2008, quando registrou deficit de US$ 260 milhões. Em 2012, o saldo da balança foi de US$ 1,1 bilhão.

Para assegurar essa representatividade, é funda-mental que os empresários angolanos trabalhem em associações ou parcerias com empresários de outros países, em especial os de língua portuguesa, de forma a alavancar esse desenvolvimento econô-mico-social. O investimento privado desempenha um papel crucial no desenvolvimento da economia angolana. Pela mesma razão, o Governo de Angola estabeleceu um regime legal de incentivos suficien-temente atrativo para os potenciais investidores. Não só pela oferta de garantias credíveis de segurança e estabilidade jurídicas para os seus investimentos, como também, e sobretudo, estabelecendo regras e procedimentos claros, simples e céleres para os respectivos processos de aprovação.

A Câmara de Comércio Angola Brasil desenvol-ve um importante trabalho de fomento de negó-cios entre os empresários brasileiros para facilitar sua entrada no mercado angolano. Há enorme in-teresse, mas muita falta de informação por parte dos empresários brasileiros no tocante a investir em território angolano. A Câmara existe para ser este elo entre as duas partes e desde a sua funda-ção, há cinco anos, a Câmara Angola Brasil tem mostrado bons resultados.

O projeto atual é o de aumen-tar a participação de empre-sas brasileiras em Angola, através de parcerias com empresários angolanos.

Nós acreditamos neste trabalho e seremos incan-sáveis na jornada para atin-gir nossas metas.

POR EDUARDO ARANTES FERREIRAPresidente da Câmara de Comércio Angola Brasil.

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Produtores e exportadores de produtos agrícolas do sul do Brasil manifestam interesse em fazer investimentos diretos no mercado angolano

ANGOLA PRESENTE NA 15ª COTRIJAL

Trabalhar junto às autoridades angolanas dos sectores público e privado – com desta-que para a Câmara do Comércio e Indústria

de Angola e a Associação Industrial de Angola – AIA - no sentido de que identifiquem empre-sas angolanas que possam eventualmente se interessar em estabelecer parcerias comerciais (joint-ventures) com empresas brasileiras da região do Rio Grande do Sul. Esse foi o compro-misso assumido diante de produtores brasileiros do sul do país pelo representante comercial de Angola no Brasil, Matheus Barros José, durante a 15ª Edição da Expodireto Cotrijal – International Fair – Feira Internacional do Agronegócio.

Realizada no primeiro trimestre deste ano na cidade de Não-Me-Toque, no norte do Estado do Rio Grande do Sul, sob o lema Inovação, Tecnolo-gia e Oportunidades de Negócios, a feira atraiu, além dos expositores brasileiros, mais de 77 países, entre os quais 25 Embaixadas Africanas acreditadas no Brasil, representadas por embai-xadores, ministros conselheiros e conselheiros do Corpo diplomático africano sediado em Brasí-lia, São Paulo e Rio de Janeiro.

Durante a feira, o representante comercial de Angola participou de rodadas de negócios com produtores e exportadores de arroz, soja, fran-gos, ovos, carne bovina, vinho, agroindústrias familiares e da indústria de máquinas e imple-mentos agrícolas para o agronegócio. Segundo ele, a maioria dos produtores e exportadores dos sectores presentes manifestou o desejo de iden-tificar parceiros empresariais angolanos para, numa fase inicial, serem representantes dos seus produtos em Angola. A intenção declarada pelos empresários foi de, posteriormente, estu-darem a possibilidade de realizar investimentos

diretos na construção de unidades de produção no mercado angolano, caso a demanda local ve-nha a justificar.

O representante comercial disse ainda que in-formou os empresários e produtores do agronegó-cio da região gaúcha sobre as potencialidades do mercado africano, tanto no âmbito interno de An-gola como no que se refere à Comunidade de De-senvolvimento dos Países da África Austral ( SADC) e da Comunidade Econômica dos Países da África Central ( CEAC), blocos que representam em con-junto mais 400 milhões de consumidores.

Disse ainda Matheus Barros José que forneceu aos presentes informações sobre o ambiente de negócios e a situação macroeconômica da Repú-blica de Angola, com destaque para o crescimen-to do PIB, a estabilidade da moeda nacional, o Kwanza, a diversificação econômica, o Programa de Aquisição de Produtos Agro-Pecuários (PAPA-GRO), o Programa de Relançamento da Indústria transformadora e por último sobre a consolidação da paz e das instituições democráticas no país.

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economia

No primeiro trimestre deste ano, as exportações brasileiras para Angola cresceram 6.1 por cento, somando USD 255.6 milhões

CRESCEM VENDAS BRASILEIRAS PARA ANGOLA

» O melhor mês deste trimestre foi fevereiro, com USD 94.7 milhões de vendas, de acordo com o Mi-nistério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil (MDIC).. Entre os produtos mais exportados estão o açúcar de cana, com um peso de 8 por cento e carne de suíno congelada com 7 por cento. Galinha, enchidos, farinha de milho e calçado são também outros produtos exportados.

Em sentido inverso, isto é, as importações brasi-leiras vindas de Angola, os dados do MDIC reportam apenas ao mês de Janeiro, em que as compras as-cendem aos USD 6.8 milhões. Mas, segundo o site África 21 Digital, os dados disponibilizados pelo MDIC sobre as exportações de Angola para o Brasil são ir-regulares e incompletos. Em 2013 houve meses sem registos, outros com apenas alguns milhares de dó-lares e um pico de USD 140,9 milhões em julho.

No primeiro trimestre deste ano as exporta-ções do Brasil para a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) foram de US$ 381,4 milhões, ficando abaixo do valor expedido para os países lusófonos no mesmo período do ano pas-sado. Entre os países da CPLP, Angola continua a ser o principal destino das vendas brasileiras, seguida por Portugal.

Fonte: http://www.redeangola.info

Angola é o quarto maior destino de investimento estrangeiro em África. O motivo é o forte crescimento anual da economia do país, afirma estudo da consultora Ernst & Young sobre a atratividade empresarial

PAÍS ATRAI INVESTIMENTO ESTRANGEIRO

» De acordo com dados do Estudo de Atractivi-dade de África (2014), os investimentos em cur-so ao nível das infraestruturas, nomeadamente em portos e aeroportos, bem como a anunciada criação de um fundo de investimento soberano de cinco mil milhões de euros e o lançamento de uma bolsa em Luanda, são “sinais da melhoria da atractividade” angolana para investimentos privados. Este estudo da Ernst & Young, divul-gado pela Agência Lusa, coloca Angola como o quarto maior receptor de investimento estran-geiro na África Subsariana, de resto a mesma posição que o país ocupa no ranking da per-cepção dos investidores “quanto às localizações mais atractivas no continente”.

O ranking de Investimento Directo Estrangeiro (IDE) é liderado pela África do Sul, seguida pela Nigéria e Quénia, três países que concentram 40% do total de investimento em mais de 50 Esta-dos africanos. Quanto a Angola representa 6,9% do investimento estrangeiro. Em termos globais, a consultora identifica que o IDE na África Sub-sariana aumentou cerca de 4,7% em 2013, “mas assistiu-se a um decréscimo” no mesmo período no norte de África.Ainda sobre Angola, a Ernst & Young diz também que, apesar de o número de projetos de IDE ter registado uma ligeira dimi-nuição em 2013, o país “continua a ser um im-portante destino de investimento, em boa parte devido a ter sido uma das economias com maior crescimento no período 2003-2013”.

Fonte: http://www.rtp.pt/noticias

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As receitas provenientes do petróleo foram as únicas responsáveis pela obtenção de um resultado superior a 11,4 mil milhões de dólares (8,4 mil milhões de euros) nos primeiros três meses deste ano

BALANÇA COMERCIAL FECHA 1º TRIMESTRE POSITIVA

Nesse período - segundo o último relatório do Instituto Nacional de Estatística (INE) angolano sobre o Comércio Externo, re-

lativo ao primeiro trimestre de 2014 - a balança comercial de Angola teve um saldo positivo na ordem dos 11.470 milhões de dólares (8,4 mil milhões de euros), “como resultado do compor-tamento do preço do petróleo, principal produto de exportação de Angola”, informa o documento.

Comparadas ao primeiro trimestre de 2013, as exportações caíram este ano cerca de 10,55%, enquanto as importações, registaram uma dimi-nuição de 22,64%, segundo os dados do INE. En-tre janeiro e março de 2014, a economia angola-na exportou 15.441 milhões de dólares (11,3 mil milhões de euros). No sentido inverso, importou 3.971 milhões de dólares (2,9 mil milhões de eu-ros), segundo o mesmo relatório.

Comparando trimestres, o resultado positivo da balança comercial reduziu-se em 2014 em cerca de 700 milhões de dólares (514 milhões de euros) face ao mesmo período do ano anterior.As expor-

tações, segundo os dados do INE, resumem-se aos produtos petrolíferos, sendo Angola o segun-do maior produtor da África subsaariana. Há ainda registo de exportação de produtos agrícolas, me-tais, madeira e cortiça, num total de cerca de 300 milhões de dólares (em 11,4 mil milhões).

A China continua a ser o maior destino do pe-tróleo angolano. As exportações angolanas nego-ciadas com Pequim representaram 50,8% do total, com um volume de 7.844 milhões de dólares (5,7 milhões de euros) no primeiro trimestre de 2014. Seguiram-se países como a Índia (7,93%), Canadá (5,20%) e Taiwan (4,59%). Nas importações, o prin-cipal parceiro angolano continua a ser Portugal, com 18,40% do total, correspondente, neste estudo do INE, a 730 milhões de dólares (536 milhões de euros) apenas no primeiro trimestre do ano. Países como a China (12,29%), EUA (7,20%), Emirados Ára-bes Unidos (5,45%) e Reino Unido (5,11%) fecham o grupo dos principais fornecedores de Angola.

Fonte: angonoticias.com

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comunidade

ESTUDANTES NA DIÁSPORA PASSAM POR ADAPTAÇÃO

”A busca pela a aquisição de conhecimen-tos, à experiência de morar fora, viven-ciar outra cultura e conhecer novas pes-

soas muitas vezes é motivo para persistência, mas nada fácil”, diz a estudante de Administração Ma-ria Fernando, explicando que, ao chegar no Brasil enfrentou muita dificuldade, como acontece em todo e qualquer começo: “ Pensei em desistir, mas com o passar do tempo fui percebendo que nada é fácil para ninguém, e que cabe a cada um de nós lutar pelos nossos ideais. Quando se tem força de vontade alcançamos até aquilo que achávamos ser impossível”, avalia ela quando questionada sobre suas experiências durante a estadia no Brasil. E acrescenta: “Hoje eu digo aos meus amigos, que aprendi a superar os meus medos e limites, e que sofrimento gera amadurecimento. Superei todas as dificuldades que me foram impostas e continuo firme na luta pela minha formação”.

Uma grande preocupação dos jovens angola-nos que vêm estudar no Brasil é com o tempo demasiadamente curto para renovação dos vis-tos de permanência no país, como explica Marisa Marcos, estudante de Direito e estagiária da área Civil e Trabalhista, “A vida de estudante não é fá-cil, - diz ela - e por ter visto temporário a dificul-dade está em renovar a tempo. Parece simples, mas não é. O esquecimento da data para reno-

O ingresso em nova realidade cultural e a necessidade de garantir a sobrevivência enquanto se aprimora as habilidades geram tensões que a seu tempo são superadas

var, a demora de documentos que as instituições têm para emitir, os documentos que têm que vir de Angola, sem falar do passaporte que caduca”. Marisa entende que, para resolver esse proble-ma, o Consulado deveria fazer um acordo com o governo brasileiro a fim de manter os vistos até o término dos cursos: “Dessa forma não ficaría-mos limitados como agora, podendo assim evitar alguns constrangimento que passamos na Poli-cia Federal”, acrescenta.

A imersão em uma outra realidade que caracte-riza a chegada de um estudante ao novo país pode gerar, inicialmente, um grande desconforto, como acontece sempre que é preciso se adaptar a todo e qualquer lugar que não nos seja familiar. Ivanild Gonga, estudante de Direito e estagiária no Juiza-do Especial Civil, por exemplo, ressalta que para ela sempre foi indispensável conciliar os conheci-mentos teóricos com as habilidades profissionais, uma vez que no curso que faz é fudamental juntar a teoria e a prática. Ao perceber isso, no terceiro ano decidi que faria um estágio”.

Ivanild diz que para os estudantes estrangeiros, principalmente os que precisam adquirir experiên-cias profissionais na área de especialidade, situa-ções de constrangimento podem acontecer por ser

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CONDIÇÕES PARA PERMANÊNCIA DE ESTUDANTES ESTRANGEIROS BRASIL DEVEM MELHORARO Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil aceitou o pedido de recomendação da Defensoria da União (DPU) em São Paulo, referido à validade do visto temporário dos alunos estrangeiros de acordo com a duração dos cursos em que estão matriculados. Estrangeiros matriculados em faculdades de todo Brasil, não precisarão renovar seus vistos temporários. De acordo com a resolução Normativa n° 09/1997, do Conselho Nacional de Imigração (CNIg), “o Brasil tem o poder e o dever de conceder vistos em seu território sem a necessidade do retorno do aluno ao seu país para regularizar a situação”.

Questões como expectativa profissional, re-muneração adequada, possibilidade de obter emprego e fazer uma carreira remetem ao tema do regresso ao país, outra fonte de preocupações para o estudante na diáspora. Com base na for-mação acadêmica que receberam e no fato de já estarem exercendo uma actividade profissional remunerada, esses jovens esperam muito do go-verno para o encaminhamento e a efectiva inser-ção no mercado de trabalho angolano.

“Obviamente, espero que o país tenha tido uma melhoria no mercado de trabalho, uma vez que era perceptível a falta de oportunidade para jo-vens estudantes. Espero que este quadro tenha mudado, com mais oportunidades e menos limi-tações”, ressalta Maria Fernando, enquanto Mari-sa Marcos explicita suas aspirações para quando regressar ao seu país “ Quero uma empresa que me possibilite exteriorizar os meus conhecimen-tos, minhas habilidades, que eu possa aprender ainda mais e claro, que o salário seja compatível”, afirma. Ivanild Gonga, por seu lado, lembra que a estabilidade no trabalho é uma exigência, uma vez que parte desta formação é feita no exterior “Espero encontrar receptividade e oportunidades no nosso mercado para desenvolver minhas ex-periências”, ressaltou.

REPORTAGEM DE DANILSA DE ALMEIDA

tudo novo e diferente, mas aos poucos vão se re-movendo e assim se integrando. “Eu venho de uma realidade cultural, politica e econômica bem dife-rente da brasileira, isso foi um grande empecilho. Eu atendo o público, todo mundo que procura o Jui-zado Especial Cível é porque sofreu uma injustiça ou pelo menos acha que tenha sofrido. Tenho que ouvir e entender o problema, e seguidamente fazer a petição endereçada ao Juiz”, salientou Ivanild.

Estudante de Tecnologia de Redes e Computa-dor e Analista de Suporte na empresa Y&V Part-ner Vision, João Dorivaldo Neto lembra que nem sempre associar o trabalho aos estudos acontece de maneira desejada, “Não foi fácil conciliar os estudos com o trabalho, no começo tive grande dificuldade com as diferenças, pois daí surgem iniciativa, responsabilidade, amadurecimento e compromisso”. O estudante revela que a preo-cupação com o salário também tem sido requi-sito para demostrar suas habilidades: “Estaria a mentir se dissesse que não sou ambicioso, por-que se você quer crescer ou ser alguém na vida, tem que ter ambições. Espero boas oportunida-des de emprego, tendo em conta que além de for-mado já tenho experiência profissional, e no final das contas, quero ter uma boa remuneração”.

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comunidade

» “Angola em Paz: que ca-minhos para consolidação da democracia e a promoção da cidadania?” foi o tema do de-bate promovido pelo Consulado Geral de Angola em São Paulo, em 4 de abril, para comemorar o Dia da Paz. O evento, que foi realizado na Universidade de São Paulo - USP, contou com a presença da Vice Cônsul Alice Mendonça, em representação do Consulado, estudantes e trabalhadores angolanos resi-dentes no Brasil, além dos pre-lectores Isaac Pedro Vieira Paxe e Abreu Castelo Vieira Paxe.

Na abertura do debate, Isaac Pedro relembrou os factos que deram origem ao Dia da Paz, e que estão na base da situação actual que se vive no país. Mos-trou também sua preocupação com a gestão das políticas públi-cas na resolução de problemas sociais das mais diversas áreas, usando o exemplo da educação, factor que considera o ponto de partida para busca de cidadania, democracia e com isso a paz, “Um dos caminhos que a cons-tituição implementa para cons-trução da paz e a consolidação da democracia é o direito e dever dos cidadãos”, esclareceu.

Abreu Castelo, por seu lado, ao aprofundar a discussão sobre o tema, evidenciou a comunica-ção como elemento que produz a paz, a democracia e com isso cultura. Com base em uma vi-são geral sobre o país, disse que ao se firmar o acordo de paz e a maneira como foi feito, houve um grande ganho, acrescentan-do que os processos de paz e re-conciliação devem ser repensa-dos nos elementos básicos que constituem a família angolana.

Debate em São Paulo destaca trabalho em comunidade como caminho para consolidar a paz e a democracia

REPORTAGEM DE DANILSA DE ALMEIDA

Observou ainda o palestrante que muitos desafios foram colo-cados após a conquista da paz, que esforços ainda são feitos por meio de estratégias para forta-lecer os sinais de estabilização social e concluiu: “O trabalho em comunidade é um dos cami-nhos para consolidação da paz e democracia, o que por sua vez pode ser o mais útil e viável para o bem comum”.

No decorrer do debate, ques-tões foram apresentadas aos pre-lectores, dúvidas esclarecidas, saberes partilhados. Estudantes estimulados a darem suas con-tribuições para melhoria do país elogiaram o Consulado por ter criado esse encontro, que teve como meta estimular a reflexão sobre a realidade angolana para estimular a busca de mecanis-mos que fortaleçam a estabilida-de e a paz na sociedade.

REFLEXÃO SOBRE DIA DA PAZ REÚNE ANGOLANOS

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PALANCA NEGRA TEM NOVA DIREÇÃO

» Com a presença de várias entidades angolanas e brasileiras - como o Consulado Geral de Angola no Rio de Janeiro, Instituto Nacional de Bolsa de Estudo (INABE), Linhas Aéreas de Angola (TAAG), Câmara de Comércio Angola-Brasil e a Associa-ção Brasileira de Franchising, foi realizada a ce-rimônia de tomada de posse da nova direcção da Associação dos Angolanos no Estado de São Pau-lo, denominado “Palanca Negra. O evento acon-teceu no no Centro de Capacitação e Eventos, da ABF (Associação Brasileira de Franchising), situa-do na zona oeste da cidade de São Paulo.

Os membros fizeram o juramento de melhor servir a toda a comunidade do Estado de São Paulo, respeitar e fazer respeitar o estatuto da Associação. A duração do mandato da nova diretoria será de dois anos e todos os seus integrantes foram eleitos pelas respectivas comunidades locais, que estão representadas na direcão: as comunidades de São Paulo, Osasco, São Carlos, Santos, Bauru, São José do Rio Preto, ABC, Campinas e Lins.

O presidente da associação, Rogério José Sa-bino, declarou que a meta da nova Direcção é “estreitar a relação com o Estado angolano, em particular com o Consulado Geral de Angola em São Paulo, saber quantos somos e onde estamos localizados, que é a iniciativa da sociedade an-golana”, afirmou. Tudo isso com uma finalidade: unir cada vez mais a população angolana no Es-tado de São Paulo.

Já o Cônsul Geral de Angola no Estado de São Paulo, Dr. Belo Mangueira, proferiu um discurso em que apelou à nova direção para que leve em

Eleita por diversas comunidades angolanas do Estado de São Paulo, a gestão que começa quer reorganizar a associação

conta particularmente a forma organizativa dos associados, nunca se esquecendo de que estes não são só estudantes, “a comunidade ango-lana em São Paulo comporta em si estudantes, empresários, residentes e outros que, tempora-riamente, estão no Estado em férias e em trata-mento”, disse o diplomata, que também garantiu apoio, prometendo ceder espaço e equipamentos nas novas instalações do Consulado Geral para o melhor trabalho da instituição.

REPORTAGEM DE RUDMIRA [email protected]

NOVOS INTEGRANTES DA DIRECCAO DA ASSOCIAÇÃO “PALANCA NEGRA”Rogério José Sabino » Presidente da Associação

Domingos Pedro Mendes Inácio » Vice Presidente

Hermenegildo Chissapa » Secretário

Alberto Silva Kapuca » Secretário

Esperança Gomes » Tesoureira

António Victória » Tesoureiro

Pedro Kikuca » Tesoureiro

José Pedro » Pres. da Mesa da Assembléia Geral

Yuri Katuko e José Manuel

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cultura

CANTORA ANGOLANA GANHA

TROFÉU DE OUROPremiação atesta crescimento da música gospel angolana

Com mais de 70% de votos pela internet, a cantora angolana Lioth Cassoma

ganhou a segunda edição do prêmio Troféu de Ouro na cate-goria internacional, sendo con-siderada a melhor intérprete gospel do continente africano. A

cerimônia de entrega do prêmio ocorreu na noite de 5 de agosto, em São Paulo.

Natural de Luanda, nascida de uma família de músicos cris-tãos, Lioth Kassoma, que tam-bém é compositora, começou a cantar aos sete anos de idade no

coral infantil da Igreja Evangéli-ca Pentecostal de Angola (IEPA). Em 2009 iniciou sua carreira musical com o lançamento do single intitulado “Confio”.

Lioth tem sido um dos gran-des rostos da música gospel em Angola, tendo arrebatado os

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“NJINGA - RAINHA DE ANGOLA” LOTA SALA DE EXIBIÇÃO

» Os 70 lugares da sala de exibição do Centro Cultural do Ban-co do Brasil, no centro da capital paulista, foram insuficientes para acolher o grande público interessado em ver “Njinga- Rai-nha de Angola”, um dos mais recentes filmes angolanos. De-pois de mais de 10 dias de exibição no Rio de Janeiro, a longa metragem do director Sergio Graciano, produzido pela Semba Comunicação, chegou a São Paulo, onde permaneceu em cartaz de 30 de abril a 4 de maio.

Estrelado por Lesliana Pereira e Sílvio Nascimento, o filme conta a história da rainha angolana Njinga Mbande, que no século XVII defendeu por 40 anos a independência dos reinos de Ndongo e Matamba. Ao ver seu filho assassinato e o irmão humilhado pelos colonizadores portugueses, Njinga resolve lutar pela libertação do povo mbundu. Depois de muito tempo de conflito, ela consegue estabelecer a paz com os portugue-ses, que a reconheceram como rainha de Matamba e Ndongo. Actualmente,Njinga é considerada pela Unesco uma das 25 fi-guras femininas com mais relevância na história de libertação do continente africano.

Filme conta a história da rainha que liderou a luta do povo mbumdu contra o colonialismo português

prémios de “Melhor Música Gos-pel” no Top Rádio Luanda (2010), “Melhor Vídeo Clip” na Gala ML3 (2012) e agora o Troféu de Ouro no Brasil (São Paulo), na catego-ria de Artista Internacional.

Na noite da premiação, tra-jando vestimentas tradicionais africanas, a intérprete aprovei-tou o momento para agradecer a Deus, aos familiares e a todos os amantes da música gospel an-golana. Para a cantora, o prêmio mostra que a música sacra de Angola está ganhando espaço in-ternacional, visto que outros can-tores concorreram ao prêmio.

Segundo a artista, a música religiosa africana já foi vista como algo triste, sentimental, usada apenas para momentos fúnebres, mas acredita que o troféu mudará este paradigma, mostrando que a canção evangélica pode conquis-tar lugar no mercado mundial. A cantora também pontua que o prêmio servirá para que ela tenha mais responsabilidade na produ-ção musical, uma vez que muitos angolanos a têm como referência na música gospel.

TROFÉU DE OUROIdealizado pela empresa

Prisma Brasil, o Troféu de Ouro foi criado com o objetivo de re-conhecer a todos que traba-lham pelo desenvolvimento e valorização da música gospel. A intenção inicial era de reali-zar um evento bienal, porém a partir da sua 2ª Edição, devido à constante evolução do mercado gospel no Brasil, passará a ser uma premiação anual.

REPORTAGEM DE VASCO [email protected]

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desporto

GOVERNO QUER MULTIPLICAR

DESPORTISTAS

» Chegar ao ano de 2025 com três milhões de prati-cantes de desporto em Angola, contra os actuais cin-quenta mil. A ambiciosa meta foi anunciada pelo Se-cretário de Estado para Política Desportiva, Albino da Conceição, no final do último mês de abril, durante o workshop “Generalização do Desporto”, promovido pelo Ministério da Juventude e Desportos em Menon-gue, Cuando Cubango.

O Secretário lembrou que, após a paz alcançada em Abril de 2002, o cenário do país é bastante diferente, com perspectiva de melhorias contínuas, expressas em ganhos ao nível de infra-estruturas, formação direcio-nada e fomento do desporto em todo o país. “Os estádios de futebol e pavilhões multiusos em Luanda, Cabinda, Benguela e Huíla, construção de campos multiusos jun-to das escolas, formação de técnicos estão a permitir o desenvolvimento de diversas modalidades, graças à paz”, acrescentou, lembrando ainda a entrada em fun-cionamento dos institutos superiores de educação física em Luanda, no Huambo e Huíla, numa estratégia que se espera estender por todas regiões académicas, abran-gendo também às 11ª, 12ª e 13ª classes até 2017.

Depois de anunciar o início oficial da construção de um estádio de futebol na localidade de Macueva, e outro em Menongue, com a capacidade para seis e sete mil lugares, respectivamente, o Secretário as-sinalou como ganhos proporcionados pela conquista da paz, a reconstrução nacional, implementação de políticas de desenvolvimento, desde a indústria ex-trativa, de montagem, agricultura, formação de qua-dros e criação de universidades.

A meta é ambiciosa: em pouco mais de dez anos, fazer crescer 60 vezes a quantidade de praticantes de desporto em Angola, mas o Secretário de Estado Albino da Conceição afirma que o cenário positivo do país depois

da paz de 2002 torna possível alcançá-la

MELHOR LUTADOR DE “MUAY THAY” DO PARANÁ É ANGOLANO

» Depois de vencer uma luta realizada no final de julho em Curitiba, capital do Para-ná, o angolano Carlos Geovane dos San-tos tornou-se o melhor lutador de “Muay Thai” daquele estado, na categoria de até 63.5 quilos. Para conquistar do título, ele enfrentou e venceu os dois adversários, um proveniente de Londrina e outro de Maringá, cidades do interior paranaense.

O novo campeão tem 22 anos de idade e nasceu no bairro Maculusso da cidade de Ingombotas, na província de Luanda. Em 2011, veio para o Brasil onde se apaixo-nou pelas artes marciais. A dedicação ao desporto, no entanto, aconteceu sem que ele perdesse o foco nos estudos, o motivo de sua vinda ao Brasil. Carlos frequenta o segundo ano de economia na Faculdade de Educação Superior do Paraná (FESP). Lutando actualmente sem patrocínio, Carlos Santos pede ao Ministério dos Desportos e a empresas particulares um apoio para se manter na actividade.

Conquista serviu como incentivo para o estudante continuar a prática do desporto

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