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C A D E R N O E S P E C I A L D E R H

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PROFISSIONAIS NA “ZONA DE CONFORTO” FICAM ESTAGNADOS E DEIXAM DE SER

ATRAENTES PARA AS EMPRESAS. SAIBA COMO VOCÊ E A SUA EQUIPE PODEM

EVITAR A ACOMODAÇÃO PROFISSIONAL.

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Quem se aComoda dEspErdiça possibilidadEs dE ascEnsão na

Carreira. entenda o Que CaraCteriza a aComodação profissional e como

funcionários e empresas dEvEm agir

por fErnando sallEs

você não cos-tuma ser l e m b r a d o

quando surge um novo projeto na em-presa em que traba-lha? Torce para que seu chefe se esque-ça de você e não lhe peça nada além das atividades rotineiras? Considera seu traba-lho chato e repetitivo? Se a res-posta a essas três questões foi sim, fique atento, pois você pode estar ACOMODADO.

Para Angelina Assis, gerente do Grupo Foco, consultoria de RH, o maior prejudicado nessa situação é o próprio profissional. Segundo ela, muitas vezes o acomodado é um funcionário bem preparado e com domínio das suas atribui-ções, mas tem um problema: sen-te-se confortável com a posição que ocupa e rejeita desafios.

Com o tempo, esse profissio-

nal diminui a pro-dutividade e passa a ter dificuldades na realização de tarefas. Pior: deixa de agre-gar conhecimentos e experiências novas, tornando-se pouco atraente para o mer-cado de trabalho.

Mas, afinal, a culpa é do acomodado ou da empresa em que trabalha? Para Angelina, a motivação deve partir da pessoa, porém cabe à empresa não deixar que a chama se apague.

A rede Wal-Mart sabe disso e conta com estratégias para iden-tificar e brecar possíveis acomo-dações. Giovane Costa, diretor de operações de capital humano, lembra que uma característica do acomodado é a de nunca entregar um trabalho além do pedido.

– Se você pede cinco, ele traz cinco, às vezes quatro. Jamais entrega seis – comenta.

Alguém com essa postura, ex-

o acomodado não aproveita as oportunidades e, muitas vezes, assume o papel

de vítima, dizendo-se injustiçado

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plica o diretor, atrapalha até o plano de sucessão de cargos.

– Um gerente acomodado não assumirá os desafios necessários para alcançar o cargo de diretor. Com isso, bloqueia o crescimen-to de um analista com potencial para se tornar gerente – diz.

E qual a solução para o pro-blema? No Wal-Mart, a política de RH inclui duas avaliações de desempenho por ano, além de feedbacks constantes. Quem tem desempenho negativo recebe orientações claras sobre os pon-tos a ser melhorados. A empresa investe em treinamentos e pas-sa a “desafiar” o profissional a encarar novas atribuições. Caso não melhore, é avaliada a pos-sibilidade de transferência para outra área da empresa, até que todos os recursos se esgotem.

Empresas de qualquer tama-nho devem se esforçar para man-ter os funcionários “ligados”.

E o primeiro passo é contratar profissionais com perfil compa-tível com a função que irão exer-cer. Alguém com competências e habilidades muito superiores às exigidas irá se sentir subaprovei-tado e, portanto, desanimado.

Andréa Santos, diretora da NeoConsulting, consultoria de RH, explica que a acomodação também ocorre quando um pro-fissional é contratado para tocar um novo projeto e, tempos de-

pois, a idéia é abortada. – Nesse caso, a solução é co-

municar de forma transparen-te as mudanças na estratégia e mostrar que o projeto não sairá, mas que aquele profissional será importante –, afirma.

Rogério Leme, diretor da An-coraRH, lembra que o gestor deve ter em mente que são as pessoas que fazem a diferença, e que é dele a responsabilidade de aproveitar os diferenciais com-petitivos de cada colaborador.

– A tarefa do gestor é seme-lhante a comandar uma frota de carros. Cabe a ele adequar cada veículo a um tipo de pista – diz.

Leme, que também é autor de livros sobre gestão de recursos humanos, ressalta que o fun-cionário também deve ter a ini-ciativa de procurar o chefe para saber a impressão dele sobre seu trabalho ou suas insatisfações.

– Se você acredita que seu potencial não está sendo bem aproveitado, deve sugerir ao chefe formas de melhorar esse aproveitamento. O que não pode é levar o problema sem indicar soluções –, explica.

Enquanto causa calafrios em gestores de muitas empresas, o termo acomodação passa longe do dia-a-dia de Antonio Ferreira de Souza, gerente de uma das lo-jas da rede paulista Futurama. No varejo há 37 anos, Toninho, como

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SMRHCarreira

veja

o que fazer

Dicas para evitar a acomodação

Por Parte da emPresanao realizar um processo de

seleção, busque profissionais cujo perfil é compatível com a vaga ofertada. alguém com perfil muito superior se sentirá des­motivado

nevite prometer a um novo fun­cionário algo que a empresa não pode cumprir

nmantenha uma política de gestão de pessoas, que inclua avaliação de desempenho e feedbacks aos funcionários. a área de rH deve acompanhar o processo para averiguar se a política é seguida por todos.

nCaso um profissional tenha sido contratado para tocar um novo projeto que precisou ser aborta­do, exponha as razões e fale so­bre as outras oportunidades que a empresa oferece

Por Parte do funCionário

n antes de aceitar uma proposta de trabalho, avalie se a atividade é suficientemente desafiadora

nnão espere o gestor da sua área vir até você, cobre dele feed-backs do seu trabalho

nreflita sobre o que o seu traba­lho agrega para a empresa e para você. Permanecer em uma ativi­dade importante apenas para a empresa pode brecar seu cresci­mento profissional.

nas decisões da empresa influen­ciam na motivação, mas a res­ponsabilidade por não se aco­modar é do profissional. Por mais repetitiva e maçante que seja a atividade, não deixe de conside­rar pontos a ser aprimorados.

Mais inforMações

AncoraRH: (11) 4401­1807

Futurama: www.superfuturama.com.br

Grupo Foco: (11) 3094­2000

NeoConsulting: (11) 5096­4460

Wal-Mart: www.walmartbrasil.com.br

Acomodação profissionalum funcionário acomodado desperdiça oportunidades de crescimento para si próprio e para a organização em que trabalha. os “sintomas” relacionados abaixo podem indicar um estado de acomodação profissional. Confira:

nnunca é chamado para liderar um novo projeto ou participar delen Há algum tempo não tem nenhum grau de estresse no trabalhon torce para não ser lembrado na hora de fazer uma atividade diferente das que

realiza costumeiramenten Considera o trabalho chato, previsível e pouco prazeroso n sente­se confortável no lugar que ocupa por achar que foi além do esperadon ao levar uma bronca do chefe, já não se importa maisn não traça objetivos e planos para o futuro profissional

entenda o que é

é conhecido, desde cedo colocou na cabeça que só cresceria na profissão à base de muito empenho e disposi-ção para encarar novos desafios.

Ao ser deslocado para controlar o recebimento dos cascos de refri-gerante e cerveja, no seu primeiro emprego, descobriu que precisaria anotar marca e quantidade de gar-rafas em uma comanda a ser entre-gue aos clientes. Tudo bem, se não fosse por um detalhe: na época, To-ninho não sabia ler nem escrever.

Toninho passou a chegar mais cedo para copiar as letras grafadas no rótulo das bebidas. Com isso, quando os clientes chegavam, as comandas estavam prontas, bas-tando apenas incluir a quantidade de garrafas. Nunca teve nenhum problema para cumprir o trabalho.

Na função atual, que desem-penha no Futurama há 10 anos, a rotina diária de Toninho inclui gerenciar arrumação e limpeza da loja e do depósito, monitorar os encarregados, ouvir e responder a reclamações dos clientes, fazer pe-didos dos 15 mil itens da seção de mercearia e verificar todas as notas fiscais de entrada. Em meio a tan-tas atividades, ainda encontra tem-

po para bolar exposições criativas, negociar promoções com fornece-dores, dar palestras em eventos do setor e visitar lojas concorrentes.

– Não aceito que algo na loja não funcione bem ou que faltem novas idéias. O varejo exige que você es-teja sempre criando algo para atrair clientes e melhorar a operação. Se eu desanimar, contagio a equipe e as vendas despencam – resume.

Toninho, do Futurama, acumula funções e idéias que geram bons resultados

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