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Vol. XVIII • N° 311 • Montreal, 19 de junho de 2014 Cont. na pág 14 Editorial Reformas e pensões Por Carlos DE JESUS Em vários aspetos as leis laborais assim como o sistema de pensões do Que- beque não estão à altura daquilo que se pode esperar duma sociedade progressista que se compraz no mito de ser uma social- democracia. É certo que nas últimas décadas tem havido algum progresso em termos de leis do trabalho. É o caso, por exemplo, da si- tuação da mulher grávida, que há 20 anos atrás ainda podia ser despedida em toda a Foto LusoPresse. 3204, rua Jarry Este 729-9494 www.ocantinho.ca RESTAURANTE Grelhados à portuguesa sobre carvão Grelhados à portuguesa sobre carvão Centre de Carreaux Céramiques Italien Inc. 8710, rue Pascal-Gagnon Saint-Léonard QC H1P 1Y8 [email protected] Affilié avec Éco Dépôt Carreaux de Céramique Acesso a mais de 20 instituições financeiras para vos conseguir: *Fernando Calheiros B.A.A. Courtier hypothécaire - 514-680-4702 7879 rue St Denis, Montréal, Québec H2R 2E9 *Hélio Pereira CHA Os nossos endereços 222, boul. des Laurentides, Laval 8989, rue Hochelaga, Montréal 8900, boul. Maurice-Duplessis, Montréal 6520, rue Saint-Denis, Montréal 10526, boul. Saint-Laurent, Montréal 6825, rue Sherbrooke est, Montréal 7388, boul. Viau, Saint-Léonard 10300, boul. Pie-IX - Esquina Fleury António Rodrigues Conselheiro Natália Sousa Conselheira CIMETIÈRE DE LAVAL 5505, Chemin Du Bas Saint-Francois, Laval Transporte gratuito –––––––– Visite o nosso Mausoléu SÃO MIGUEL ARCANJO Uma família ao serviço de todas as famílias Nós vos apoiamos com uma gama completa de produtos e serviços funerários que respeitam as vossas crenças e tradições. 514 727-2847 www.magnuspoirier.com Montréal - Laval - Rive-Nord - Rive-Sud 8042 boul. St-Michel Satellite - Écran géant - Événements sportifs Ouvert de 6 AM à 10 PM 37 37 376-2652 O RESTAURANTE DO MOMENTO! GRELHADOS Galinha, febras, chouriço, lulas, etc... PASTÉIS E RISSÓIS camarão, carne, chouriço, galinha... BOLO “Ma Poule Mouillée” E A GRANDE SURPRESA a «Poutine» à portuguesa! 969, rue Rachel est Tel.: 514-522-5175 www.MaPouleMouillee.com facebook.com/MaPouleMouillee #MaPouleMouillée Temos os melhores preços SUMO GALO 100% PURO DA CALIFORNIA 39 99$ + tx Especial até 29 abril LES ALIMENTS C. MARTINS 123, Villeneuve Este MOSTO 100% PURO Tels: 845-3291 845-3292

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Vol. XVIII • N° 311 • Montreal, 19 de junho de 2014

Cont. na pág 14

Editorial

Reformas e pensões• Por Carlos DE JESUS

Em vários aspetos as leis laboraisassim como o sistema de pensões do Que-beque não estão à altura daquilo que sepode esperar duma sociedade progressistaque se compraz no mito de ser uma social-democracia.

É certo que nas últimas décadas temhavido algum progresso em termos de leisdo trabalho. É o caso, por exemplo, da si-tuação da mulher grávida, que há 20 anosatrás ainda podia ser despedida em toda a

Foto

Lus

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Editor: Norberto AGUIARAdministradora: Petra AGUIARPrimeiros Diretores:• Pedro Felizardo NEVES• José Vieira ARRUDA• Norberto AGUIAR

Diretor: Carlos de JesusCf. de Redação: Norberto AguiarAdjunto/Redação: Jules NadeauConceção e Infografia: N. Aguiar

Escrevem nesta edição:

• Carlos de Jesus• Norberto Aguiar• Osvaldo Cabral• Filipa Cardoso• Raquel Cunha• Lélia Pereira da Silva Nunes• Inês Faro• Ludmila Aguiar• Adelaide Vilela• Vitália Rodrigues

Revisora de textos: Vitória FariaSocieté canadienne des postes-Envois depublica-tions canadiennes-Numéro deconvention 1058924Dépôt légal Bibliothèque Nationale du Québec etBibliothèque Nationale du Canada.Port de retour garanti.

LusaQ TVProdutor Executivo:

• Norberto AguiarContatos: 514.835-7199

450.628-0125

Programação:• Segunda-feira: 21h00 às 22h00• Sábado: 11h00 ao meio-diaTelenovela: segunda a sexta-feira,das 17h00 às 18h00.(Ver informações na páginas 7, 8)

CarCarCarCarCarta aberta aberta aberta aberta aberta a Vta a Vta a Vta a Vta a Vasco Corasco Corasco Corasco Corasco Cordeirdeirdeirdeirdeirooooo

Caro Sr. Presidente,

O que se está a passar na SATA não é normal.Como não é normal a empresa e o seu governo não darem qualquer explicação sobre

o descalabro que tem sido nas últimas semanas as operações de Bóston, Toronto e algumasde Lisboa.

Eu sei que é difícil, para si, dar um murro na mesa, como fez noutra ocasião com aanterior administração da SATA, porque os constrangimentos financeiros da empresa nãopermitem grandes voos e, também, porque o seu governo – e o anterior – têm culpas nocartório quanto às orientações e aprovações que deram a rotas falidas e outras operaçõesque se revelaram um desastre.

Escondeu-se tudo isso ao longo do ano passado, mas a fatura chegou agora com orelatório e contas, que ninguém ainda teve a coragem de dar a cara para explicá-lo a nós,acionistas e contribuintes destas ilhas.

É nas adversidades que se veem os grandes políticos e os grandes gestores, pelo que éestranho este silêncio de todas as partes, como se nada se passasse, à semelhança dadesconsideração da SATA para com os milhares de passageiros que têm sido afetados comas dezenas de cancelamentos e atrasos permanentes.

Não quero crer que o Sr. Presidente vai deixar que a situação da SATA se arraste comoa da Universidade e a da RTP-Açores.

Curiosamente, são os três pilares da identidade da nossa Autonomia, que tanto têmcontribuído para o desenvolvimento, conhecimento e coesão das nossas ilhas, ao mesmotempo que projetam a imagem dos Açores no exterior.

E a imagem que as três têm projetado, nos últimos tempos, não é muita famosa paraa nossa reputação.

Enquanto as duas últimas vão levar muitos anos a recuperar a credibilidade que perderam,por causa das lutas políticas, temo que o mesmo venha a acontecer à SATA se o Sr.Presidente não puser mão nela o mais rápido possível.

Não é compreensível que uma companhia leve mais de um ano a perceber que tem faltade pilotos, que tem uma frota que precisa de ser renovada e métodos que necessitam de serrevistos.

A única decisão de fundo que vimos com a recente remodelação foi,incompreensivelmente, o aumento de mais um administrador!

Eu já nem falo das tarifas que pagamos, nem da degradação do serviço oferecido nosúltimos tempos.

Basta referir os últimos cancelamentos e trocas de voos nas operações deLisboa, Bóston e Toronto, que já vão em mais de uma dezena em menos de um mês, paraconstatarmos as consequências que tudo isto irá trazer ao turismo (já há sinaispreocupantes), para além do enorme transtorno aos açorianos residentes nos EUA eCanadá, que já nem podem ouvir falar na nossa companhia aérea.

Todos sabemos, como o Sr. Presidente também sabe, que o problema da SATA, nosúltimos anos, não foi uma questão financeira.

Foi mais do que isso.Foi uma gestão de grande trapalhada, de muita irresponsabilidade e porque se premiou,

em demasia, gente sem qualificações para a função, até vindos de fora, como se fossem D.Sebastião...

E nisto, caro Sr. Presidente, o seu governo e o anterior tiveram grandesresponsabilidades.

Por isso, não vale a pena enfiar a cabeça na areia, fingir que está tudo bem, que se vãoinjetar mais uns milhões no respetivo capital e fica tudo resolvido.

Não é só uma questão de dinheiro, à semelhança da Universidade e da televisão.É muito mais do que isso, como muito bem sabe o Sr. Presidente.Portanto, não tenha receio em intervir, com todo o fulgor, na reorganização da

empresa, mesmo que seja necessário (e é) apear gente bem instalada (e protegida).O Sr. soube fazê-lo em relação à televisão, apresentando um projeto forte e encorajador,

fê-lo também com a Universidade, intervindo a tempo e em defesa da tripolaridade.Esperamos todos que faça o mesmo com a SATA, porque ela é demasiado importante

para nós, açorianos de cá e do lado de lá, não deixando que a situação se arraste por maistempo e passe do descalabro ao caos.

Sabemos que o fará, em nome dos Açores e dos açorianos.

Com os melhores cumprimentos,

Pico da Pedra, junho de 2014

Osvaldo Cabral

Bilhete de LisboaMAIS UMA ESCAPADELAAO NORTE, 10 junho 2014

• Por Filipa CARDOSO

Juntei três notícias de inaugurações, de-lineei o percurso, e parti à aventura.

A primeira paragem foi em Tomar, noConvento de Cristo.

Este complexo monumental teve o seuinício em 1160, em simultâneo com a edifica-ção da Charola, oratório templário.

Em 1420 o Infante D. Henrique edifica eaumenta as instalações conventuais e D. Manu-el I, no início do século XVI, beneficiando dasriquezas de além-mar, transforma, amplia e enri-quece o Convento. A célebre janela do capítulo,excelso exemplo da arte manuelina, da autoria deDiogo Arruda, foi construída em 1510.

Já tinha visitado este Convento, mas aCharola estava sempre em obras…

Finalmente, passados mais de 30 anos, aCharola pode ser admirada em todo o seu es-plendor, graças ao apoio financeiro da Cimpor– Cimentos de Portugal, com um investimentosuperior a 750 000 euros.

Depois, parti em direção ao Parque dasPedras Salgadas pois tinha reservado uma“Tree House” para passar a noite.

Este magnífico parque, com cerca de 20hectares, tem várias fontes cujas águas forampremiadas em 1873 na Exposição Internacio-nal de Viena de Áustria. Este prémio deu gran-de impulso à construção de um balneário ter-mal, que abre ao público em 1879, para trata-mento daqueles que sofriam dos males doaparelho digestivo.

A chegada do comboio em 1907 tambémcontribuiu para a sua divulgação, assim comoa construção de três hotéis dentro do Parque.

O Parque foi recebendo inúmeras perso-nalidades ao longo do século passado, até àdécada de 90. A partir de então foi sendo explo-rado por várias empresas termais e consta queos serviços foram sendo descuidados.

Em 2002 a Unicer passa a ser responsávelpelo Parque e com a ajuda do arquiteto SizaVieira devolve ao espaço o carisma e a qualida-de de outros tempos, com um investimentode cerca de 20 milhões de euros.

Com a sua abertura em julho 2013 o Par-que passa a dispor de sete Eco Houses, duasTree Houses, um Spa Termal com piscina, oedifício Casino das Termas para festas/con-gressos, um lago e uma piscina exterior.

A minha ida ao “Pedras Salgadas spa &nature park” tem a ver com a curiosidade de fi-car a dormir numa Tree House.

As Tree Houses são pequenas casas, de42 metros quadrados, que se elevam a seis me-tros, entre as árvores, um luxo de privacidadenatural, que nos levam ao imaginário da infân-cia e a sonhos românticos.

No interior têm duas janelas, uma que per-mite observar o parque e outra as estrelas, uma ca-sa de banho dividida em duas partes, uma kitche-nette, uma cama de casal e um sofá.

O pequeno-almoço é entregue à porta, à horaestabelecida, dentro de um bonito cesto de verga.

O projeto é da autoria do arquiteto LuísRebelo de Andrade que teve sempre presentea sustentabilidade e a ecologia no desenvolvi-mento deste projeto.

(Continua) L P

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Página 319 de junho de 2014 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

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Luís de Sousa

Promovido a General das Forças Armadas Canadianas• Reportagem de Ludmila AGUIAR e Carlos DE JESUS

Não é todos os dias que temos o prazer de anunciar uma pro-moção deste calibre. As Forças Armadas Canadianas contam agora nassuas fileiras com mais um general, desta feita um general nascido emPortugal. Referimo-nos ao General de Brigada Luís de Sousa que foipromovido como comandante adjunto do quartel geral da segunda Di-visão do Canadá. Até há bem pouco este nosso compatriota era o co-mandante do 34º grupo-brigada do Canadá, com a patente de coronel.Ficou a substituí-lo, como novo comandante desta unidade militar, oCoronel Dan Chafaï.

Para sublinhar ambos os eventos, a promoção de Luís Sousa e anomeação do novo comandante, no passado dia 7, no quartel militarde Côte-des-Neiges, em Montreal, estiveram reunidos cerca de 200 re-servistas daquela brigada, numa cerimónia militar sob a presidência doGeneral de Brigada Jean-Marc Lanthier, de que a LusaQ TV tambémfez uma reportagem que passou na última segunda-feira.

Como os telespectadores tiveram a ocasião de ver naquela repor-tagem (que será repetida ao longo de semana), o cerimonial foi muitointeressante embora algo complexo para quem não está familiarizadocom as praxes militares. De sublinhar sobretudo as alocuções que fo-ram pronunciadas no local, enaltecendo as qualidades e o valor do co-mandante cessante, o General de Brigada Luís de Sousa, e o novo res-ponsável pelo comando do 34º grupo-brigada do Canadá, o CoronelDan Chafaï.

Foi também algo emocional o facto de os galões de general teremsido postos nos ombros do pai por seu filho Anthony, 19 anos, e suafilha Loreanne, 16 anos.

O 34º Grupo Brigada do Canadá é uma formação de unidades daForça de Reserva do Exército Canadiano, composta por mais de 2 000reservistas de todas as origens e quadrantes. Participam nela cidadãosque desejam concorrer orgulhosamente para o sucesso do exército ca-nadiano, nos mais diversos teatros de operações, para isso bastandodedicar apenas algumas horas por semana. A brigada é composta de 14unidades das quais nove estão localizadas na ilha de Montreal e com-preende várias unidades como a de carros blindados, de artilharia, deengenharia e de infantaria. Estas unidades têm dado um extraordináriocontributo a operações militares e civis como a Operação LOTUS, a-qui perto de casa, por ocasião das inundações na Montérégie, ou maislongínquas como as intervenções no Afeganistão.

À noite, o jantar de gala no quartel do 4e Bataillon du Royal 22eRégiment, em Laval, foi também uma galante demonstração das praxasmilitares que se entrecruzaram com o serviço de mesa, a fanfarra e a

O General Luís de Sousa com a esposa, pais, filhos e cunhados. Foto LusoPresse.

banda militar.Na mesa de honra destacava-se o novo

general luso-canadiano, sua esposa Goretti Ta-vares., e seus filhos,Anthony e Loreanne.A entrada e a saída damesa de honra foramsublinhadas por umafanfarra militar deestilo escocês (TheBlack Watch) que es-coltou o cortejo dosconvivas.

Antes do jantar

o capelão da unidade fez uma vibrante homenagem ao novo Generalde Brigada Luís de Sousa e palavras de encorajamento ao seu sucessor.Foram também homenageadas e condecoradas as esposas dos dois co-mandantes pela dedicação que elas têm dado à vida profissional dosmaridos ocupando-se, como “verdadeiros generais” da intendênciadoméstica e da educação dos filhos, sobretudo durante as ausênciasdos maridos em missão no estrangeiro. No final foi levantado um por-to de honra à Rainha Isabel II, a título de chefe da nação canadiana.

Escusado será dizer que havia também, para além dos amigos pró-ximos do homenageado, vários membros da sua família. Sua irmã Con-ceição de Sousa e o marido Jean-Pierre, sua sogra Fátima Cabral e seusogro António Tavares, assim como o irmão da esposa Paul Tavares ea esposa deste, Audrey Début.

Luís de Sousa é um jovem general com apenas 47 anos, natural dePico do Fogo, Livramento, em São Miguel, Açores e está casado há 24anos com a luso-canadiana Goretti Tavares. Merece jus ser realçada aqualidade do português de sua esposa que, muito embora nascida noCanadá dá prova de ter sempre bem cultivado a nossa língua. Como elanos confessou isso deve-se à persistência de seus pais, Fátima e AntónioTavares que sempre tiveram o cuidado de transmitir aos filhos os seusvalores e a sua língua. Como ela também nos disse a vida dum militarnão é fácil para a família. O Anthony, devido às deslocações constantesdo pai, durante o ensino primário, frequentou 7 escolas diferentes, emdiferentes cidades e diferentes países.

Está também de parabéns a comunidade luso-canadiana por podercontar agora nas suas fileiras com tão emérito conterrâneo. L P

Os filhos na imposição dos galões. Foto LusoPresse.

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Festival Portugal Internacional...

Anima a Comunidade• Reportagem de Raquel CUNHA

Este ano, graças ao Festival PortugalInternacional de Montreal, a Comunidadecomemorou mais que dignamente o Dia dePortugal, de Camões e das Comunidades, Dia10 de junho. Ao contrário do ano passado, emque tais comemorações encheram de pena oscorações da meia dúzia de pessoas que compa-receram ao cantar do hino, no Parque de Por-tugal, onde nem um microfone havia! Mas co-mo depois da tempestade vem a bonança, esteano contámos com mais de 5 dias de festa,abrangendo todos os gostos, e que incluiu des-de música – fado, pop, rock – comédia, poesia,cinema e lusofonia, com artistas convidadosde dentro e de fora da comunidade e ainda umdesfile tipo parada para celebrar a nossa culturae tradição.

Por detrás desta grande mudança está acomissão organizadora do evento, do qual des-tacamos Joe Puga como presidente e impulsio-nador do projeto, Lina Pereira (vice-presidente),Alberto Feio (tesoureiro) e Conceição Ferreira(secretária), para além de uma exemplar equipade benévolos.

Fica aqui, para quem não esteve presente,o resumo das atividades.

Abertura Oficial dia 3 de junho – Cai-xa Desjardins Portuguesa & Restau-rante Portus Calle

A abertura oficial deu-se à porta fechada,no dia 3 de junho e em duas atividades comple-mentares. Primeiro, a inauguração da exposi-ção sobre o potencial económico da línguaportuguesa no mundo, organizada pelo Ins-tituto Camões e que estará em exibição na Cai-xa Desjardins Portuguesa até ao próximo dia30 de agosto.

Estiveram presentes diversos represen-tantes do governo português, entre os quaisdestaca-se o secretário de Estado das Comuni-dades, José Cesário, o embaixador de Portugalno Canadá, José Moreira da Cunha e o cônsul-geral de Montreal, Dr. Fernando Demée deBrito. Luís Aguilar esteve presente como repre-sentante do Instituto Camões, assim como odiretor do departamento de Literaturas e Lín-guas Modernas da Universidade de Montreal,Prof. Juan-Carlos Goddenzi.

O governo de Angola fez-se representarpelo seu embaixador, Agostinho Tavares daSilva Neto, a vida política montrealense pelovereador municipal do Mile-End, Alex Norrise claro, como não podia deixar de ser, a CaixaDesjardins Portuguesa, marcou presença como seu presidente Emanuel Linhares e a sua di-retora-geral Jacinta Amâncio.

Pretende-se com esta exposição despertaros portugueses (e não só) para a importânciada língua portuguesa, como veículo de forçaeconómica e cultural, sendo uma das 5 línguasmais faladas do mundo e a única que abrangeos 5 continentes.

As comemorações seguiram-se noite den-tro no restaurante Portus Calle onde, para cele-brar a abertura do festival, a organização destehomenageou os portugueses condecoradospelo governo português, pelo seu esforço edestaque positivo dentro e fora da Comunidade.

Contamos com a presença de vários ilus-tres da comunidade, assim como os já destaca-dos representantes do governo e da Caixa Des-jardins portuguesa. De cada homenageado foilida uma breve biografia, seguida de um peque-no discurso. Como não podia deixar de serHelena Loureiro e a sua equipa superaram asexpectativas com um jantar de grande requinte.

Foi assim, uma abertura simbólica come-morando a língua que nos liga e as personali-dades que nos marcam.

Dia 1: Noite de Cinema e FadoO festival abriu em cheio e na primeira

noite contou com um espetáculo de Fado queteve na abertura o concerto de Jordelina Benfei-to, acompanhada por Luís Duarte e AntónioMoniz, seguido pela fabulosa Cathy Pimentele os seus músicos do Fado Mundo.

Com a temperatura amena e o átrio daIgreja cheio de caras conhecidas, a noite foimemorável, os espetáculos comoventes e viu-se o público contente.

A exibição ao ar livre do filme «A GaiolaDourada» completou esta primeira noite defesta.

Dia 2: Concerto de Roberto LealCom uma noite ótima de calor, o átrio da

igreja encheu-se como sem precedente nestasegunda noite do festival. Embora o espetácu-lo de comédia de Luiz Saraiva tivesse sido can-celado devido ao imenso calor que se fez sentirdurante a tarde, os portugueses não se deixa-ram desmotivar e em massa juntaram-se paraassistir ao concerto do grande cantor portu-guês, que tão bem representa as comunidades.Contou-se com certa de 5 000 pessoas presen-tes, onde fica de parabéns o nosso civismo,uma vez que não houve nenhum incidente eapenas muita diversão. A multidão foi tamanhaque a rua Rachel teve mesmo de ser fechada aotrânsito.

Dia 3: Parada de Portugal / Dan-ças Folclóricas/ Finalistas Karaoke/Alex Câmara/Jorge Silva & Dj JGNight Productions

O terceiro dia de comemorações iniciou-se com o tradicional desfile do Divino EspíritoSanto, seguido de uma Parada Portuguesa, naqual participaram vários membros da Comuni-dade e representantes políticos, como o presi-dente da Junta de Freguesia do Plateau, LucFerrandez, o Ministro do Ambiente e deputado

de Viau, David Heurtel, e ainda vários outros.Barcelos, a mascote do festival, desfilou

como que a separar o desfile religioso do pagão,onde se viu de tudo, desde misses a rainhas,reis, ranchos folclóricos, carro de bombeirose ainda carruagens saídas dos contos de fadas,onde desfilaram os mordomos e sua família.Também marcaram presença vários represen-tantes das associações portuguesas e ainda oscomerciantes Sá & Filhos, que desfilaram numFerrari, como que em homenagem ao circuitode Formula 1 que decorreu também nesse fimde semana em Montreal.

Dada a sua grandeza, o desfile este anofez um percurso maior, atraindo portuguesese quebequenses.

Seguiu-se um espetáculo com diversosranchos folclóricos e ainda os finalistas doconcurso de karaoke da nossa comunidade,cuja vencedora foi Elizabeth Machado Vieira.

Já noite dentro, contamos com a presençade Jorge Silva, vindo dos Estados Unidos, e deJeff Gouveia, que animaram o serão.

Dia 4: Dia dos AçoresA Segunda-Feira do Espírito Santo foi es-

colhida pelo parlamento açoriano como o diadestinado a comemorar a «açorianidade e a au-tonomia», sendo a maior celebração religiosae cívica dos Açores. Tal não podia ser passadoem branco numa comunidade feita em grandeparte por açorianos. Neste sentido, o festivalquis destacar o dia em homenagem ao arquipé-lago, onde no Parque dos Açores, com a parti-cipação da Filarmónica do Espírito Santo deLaval se cantou o hino regional dos Açores,seguido do hino nacional e do hino do Canadá.Houve ainda os discursos da praxe, do vereadorAlex Norris, do presidente do festival Joe Puga,do presidente da Caixa Desjardins PortuguesaEmanuel Linhares, do cônsul-geral de Portugalem Montreal, Fernando Demée de Brito eoutros.

Seguiu-se uma noite de Folclore e Comé-dia, que culminou com o concerto de Mariana,a simpática sensação dos Açores.

Dia 5: Dia de PortugalPor fim, o Dia de Portugal foi comemo-

rado com a pompa que se devia. Iniciou-secom o cantar do Hino Nacional no Parque dePortugal, com a presença da Filarmónica Por-tuguesa de Montreal. O parque estava cheio eas entidades do costume marcaram presença.

Muita participação popular nesta primeira edição do Festival.

Cont. Pág. 5, FESTIVAL...

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Celebrar o Dia dos Açores...

Como uma açoriana de 266 anos• Por Lélia Pereira DA SILVA NUNES

“...a vida açoriana insistia numamediocridade deliciosa, feita de mare de lava, e do que o mar e a lavaprecipitam: sargaços, peixes, piratas,um pouco de enxofre e sismos.Neste círculo se apertava a vida doaçoriano, até que a sedução do marenvolvente se tornava mais forte doque ele. Vinha a emigração.”

Vitorino Nemésio, “Açorianidade”[II], Correio dos Açores, 6.9.1932

As ilhas fazem parte de nós, catari-nenses do litoral Sul. A Ilha de Santa Catari-na, portal de entrada dos seis mil açorianosque, de 1747 a 1756, atravessaram a vastidãoatlântica cortando hemisférios, ancorandoa esperança na procura de dias melhores emterras de Vera Cruz, e as nove Ilhas do arqui-pélago dos Açores – Santa Maria, São Mi-guel, Terceira, Graciosa, Faial, Pico, São Jor-ge, Corvo e Flores – lugar de origem, pontode partida dos nossos antepassados, povoerrante que se espalhou pelo mapa do mun-do, atravessou mares levando a ilha dentrode si.

Nos Açores, o Sul do Brasil encontra oalargamento de seu passado e na açorianida-de o seu património cultural. Um legadoque, transmitido por tantas gerações, alcançao século XXI como identidade cultural cons-truída no tempo e no espaço telúrico. Sinóni-mo de luta pela sobrevivência com dignida-de, marco legal na construção do MundoNovo.

Somos catarinenses, brasileiros. Somosilhéus açorianos, portugueses. Por nossascrenças e tradições seculares, nosso acervoespiritual irrefutável – a matriz cultural. Sim,somos açorianos por direito de herança dosnossos ancestrais que um dia deixaram oporto de Angra, na Ilha Terceira, sabendoque jamais voltariam...

Se o sangue açoriano diluiu no passardas gerações, ao se misturar a tantas outrasetnias que dão cara ao povo de Santa Catari-na, numa composição de multiculturalidadee diversidade, hoje mais do que nunca, é umrio de afetos a correr-nos nas veias e a desa-guar diretamente ao mar do coração, reafir-mando a nossa condição de “açoriano”, a

nossa identidadecultural de raiz.

Na segunda-feira do EspíritoSanto, dia 9 de ju-nho, o Mundo A-çoriano celebrou oDia dos Açores,como símbolo da“afirmação daidentidade dos aço-rianos, da suafilosofia de vida eda sua uni-daderegional - base ejustificação da

auto-nomia política que lhes foi reconhecidae que orgulhosamente exercitam” (cf.Decre-to no 13/80 A de 21/8/1980).

Como parte do universo açoriano quese estende dentro e fora dos Açores, numaafirmação identitária, sinto-me “de casa” pa-ra celebrar a significativa data e reverenciaros meus ancestrais, pilares da minha famíliaque aqui chegaram no idos anos setecentos.Humildes açorianos de São Jorge, Pico, Faial,Terceira e São Miguel, povoadores desta terraabençoada por Santa Catarina, os “Ilhéus”:José Francisco Vieira e Ana Rosa JoaquinaSiqueira (Norte Grande, Ilha de São Jorge);António Nunes Curvelo Filho (Altares, IlhaTerceira) e Ana Maria do Nascimento (Urze-lina, Ilha de São Jorge); António NunesCurvelo (Altares, Ilha Terceira) e Maria Fran-cisca da Conceição Melo (Biscoito, Praia Vi-tória, Ilha Terceira). Pedro Machado de Ávila(Agualva, Praia Vitória, Ilha Terceira) e Ma-ria Machado (Norte Pequeno, Calheta, Ilhade São Jorge); João Machado Lopes e FelíciaRosa de Jesus (Ilhas Terceira e Pico); TomazFrancisco de Faria (Ilha do Faial) e BárbaraFrancisca da Conceição (Ilha de São Miguel);José Machado Pacheco e Rosa Maria de Je-sus; José André da Silva e Maria da Encarna-ção (Ilha do Pico); José Agostinho Cardosoe Clarinda Anna de Jesus; Francisco Antó-nio Martins de Oliveira e Luiza Maria Oli-veira (Ilha Terceira).

Um grande abraço a todos os açorianosque vivem nas nove Ilhas dos Açores, aosaçorianos que vivem nas comunidades dadiáspora e àqueles que, como EU, sãoaçorianos de 266 anos e levam os Açorespor baixo da pele e no coração.

L P

Seguiu-se uma noite de poesia com AdelaideVilela e de música com artistas lusófonos –Portugal, Brasil e Angola –, comemorando-seassim o poeta Camões, com a celebração dadifusão da nossa língua além-mar. A festa ter-minou com o concerto do grupo pop canadia-no Ménage.

Para o ano há mais, prometem os orga-nizadores. Nós agradecemos e ficamos à es-pera.

Resta salientar a generosidade dos que con-

tribuíram para que tal festival tivesse lugar, en-tre os quais se destacam como principais patro-cinadores a Caixa Desjardins Portuguesa, aSATA, os Mordomos do Espírito Santo Con-nie e Viriato Freire, Worlee e Joem. Para estese para todos os envolvidos, um grande Bem-haja!

FESTIVAL...Cont. da pág 4

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35 anos

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ATÉ OUTRO DIA, POETA• Por Adelaide Vilela

JJJJJoviano Vaz, caro amigo de Jesus es-tou agora mais rica e feliz por ter falado consi-go nos dias que antecederam a sua viagem paraa Casa do Pai.

Aprendi, ou voltei a recordar-me (comuma simples chamada de atenção), que nin-guém é perfeito, que ninguém é totalmente fe-liz. As pessoas têm momentos de felicidade,umas têm mais outras menos, umas expres-sam-se de uma forma, outras de outra. Unssão podres de ricos, outros jazem pelas ruasda amargura, sem um teto de abrigo, sem umpão para a boca. E Deus criou o mundopara que todos fossem iguais. Porém, háuma faceta na vida que muitos desconhecem:no nascer e no morrer não há diferen-ç a s … !

Joviano, durante a sua passagem na terra,onde quer que se encontrasse, com mais oumenos felicidade, foi ousadamente fiel comtodas as suas ideias ou convicções; foi um bomportuguês sobre todas as coisas! E por isso, oDr. Luís Aguilar, numa homenagem feita aoamigo, escreveu e falou assim: “Joviano é,por um lado, o nome de um planetae, por outro, o nome de um imperadorromano. O planeta Joviano é, no siste-ma solar, sinónimo do planeta Júpiterque representa, como sabemos, a jovi-alidade e a felicidade”. Que pena… per-demos o nosso imperador Joviano, açorianoe lusitano por excelência.

Joviano era natural da ilha de S. Miguel.Vivia em Montreal desde o ano 1965. Emigrou

para cá com a esposa Maria Amélia e o filhodo casal, António Vaz. Foi um dos fundadoresda Casa dos Açores do Quebeque. Como gran-de comunicador que se prezava ser, colaboroucom quase todos os órgãos de comunicaçãosocial e implicou-se em diversas atividades daComunidade. Confessou-nos alguns dias antesda sua morte, que de todos esses lugares haviasaído para não mais regressar. Como é sabido,Joviano Vaz deveria assistir, no dia 31 de maio,ao DIA DE RECORDAÇÃO E POESIA, or-ganizado no quadro do Festival Português, parahomenagear os poetas que partiram incluindoa poetisa Maria Amélia. Falo com conheci-mento de causa, pois o Dia da referida home-nagem esteve sob a minha alçada, em termos

de organização e de animação. Joviano estavamais feliz que nunca. Tinha encontrado ummomento para regressar, em grande – à comu-nidade que ele tanto amava – pronto a esqueceras mágoas do passado. O próprio António, ofilho, sentia-se feliz ao ver o pai tão animado.No início de junho, Joviano iria participar noPrograma Portugalíssimo, através de uma ru-brica de atualidade para a comunidade.

O Diácono Joviano Vaz foi ordenado pelaIgreja Católica em Montreal e participou nasmanifestações religiosas da Comunidade lusa.Ao morrer, levou com ele toda a vontade dequerer ser mais vezes discípulo de Jesus na suaprópria igreja. Joviano Vaz amava, de alma ecoração, a língua e a cultura portuguesas. Eraum homem culto, sábio e esperto. Foi uma ri-queza que por nós passou e que o Senhor nosarrebatou para junto da sua Amélia, porque osdias de Joviano chegaram simplesmente ao fim.

Joviano, o poeta: Joviano foi escre-vendo enquanto fazia uma recolha de poemas,ao longo dos anos. Entretanto, ou porque quisdar oportunidade à sua amada Amélia, ou poroutra razão por nós desconhecida, ficou a von-tade e o sonho por cumprir, a edição de um li-vro. Espero que alguma entidade se proponha,seja a Casa dos Açores ou alguém que possarender homenagem a Joviano Vaz editandoos seus poemas a título póstumo. Afinal, elefoi um homem que multiplicou carinho comesforços, vontades com generosidade, parabem servir a sua Comunidade Portuguesa deMontreal, quase meio século de vida.

Podem contar comigo no derradeiro adeusde homenagem a Joviano Vaz.

Até outro dia Poeta!

MEU PENSAMENTODe Joviano Vaz

Meu pensamentoVoga sem fimNesta noite interminável.Oiço bater as horas.Elas passam e eu fico.Fico esperandoFico pensando,Fico sonhando.Mas o meu sonho é irrealizávelNum presente que me foge.Gostaria de apanhar o tempo presenteE mudá-lo à minha maneiraSem preconceitos,Sem dificuldades,Só mudá-lo.Nada mais.Por que razão o destinoMe é mais uma vez adverso?E afinal tudo podia ser simples.Bastava apenas um simQue não pode chegar,Porque a vida é assim.No momento de atingir a metaEsta foge, indecisa,E deixa-me sozinhoNesta noite interminável.Oiço bater as horasNada mais.

L P L P

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Assinalável sucesso

Com Roberto Leal no Dom Henrique• Por Adelaide VILELA – textos e fotos

Caros leitores, neste preciso momen-to é feriado municipal em Lisboa por ser diado seu Padroeiro, o Santo casamenteiro, SantoAntónio. Dizem que nasceu em Lisboa e viriaa morrer em Pádua.

Hoje procuramos seguir fielmente a traje-tória da RTPi, por termos gravado a programa-ção do dia 12 de junho. Quando a mente vemcarregada de recordações… talvez viva o vesti-do de noiva ainda dentro do meu peito. O im-portante agora é acompanhar a celebração dosCasamentos de Santo António, os quais já fa-zem parte da história da nossa capital nacional.Uma das facetas mais interessantes deste dia, éque os bairros são decorados e toda a cidade seveste de cores garridas, com alegria e festa,honrando gentes, tradições e valores do pas-sado. Passo a passo, com manjericos à janela,à cabeça ou na mão, com singeleza ou nobreza,la vai a bela com seu par, na marcha a desfilare seu bairro no coração. Soberbas as marchasde Lisboa! Para nós que estamos longe torna-se grato apreciar tanta riqueza cultural lá, ondeo povo sai à rua e esquece os seus própriosproblemas com um só objetivo, gritar: A Mar-cha é linda, Alfama, Madragoa, Bairro Alto,etc. Quem ganhou este ano foi Alfama.

Poder-se-á dizer que estas palavras nostrouxeram emoção e um sentimento de or-gulho e de saudade. Ciclicamente sonhamos ea música do outro lado do mar vai animandoos dançarinos e também a nós, de forma queseguimos à janela do ecrã do televisor para vere do computador para comentar o que sucedeuno Dom Henrique, com o Roberto Leal. Di-zem que fotografia deste grande artista não fi-gura nos cartazes das grandes festas em Portu-gal mas, no momento em que escrevemos estareportagem, está cantar no Portugal no Co-ração, Programa que, pelos vistos, chega hojeao seu fim. O artista é tão bom ou tão válidoque, por acaso, em Montreal foi necessário fe-char uma rua para que o rei da música portugue-sa e brasileira fosse ouvido sem que algum

percalço trouxesse más recordações ao Festival.Quer isto dizer que é difícil escrever sem

nos fugir o pensamento para o sábado dia 7 dejunho de 2014. Todavia, quaisquer que sejamas ondas que nos encaminhem para o DomHenrique vêm carregadas de ideias. Não houvevulcão nem tempestade capaz de impedir osmordomos, do Divino Espírito Santo de SantaCruz, de triunfar. A Sra. D. Conceição e o Sr.Viriato Freire forneceram um excelente patro-cínio (como diz o Joe Puga, de cinco estrelas)para o espetáculo do Roberto Leal, no sentidode levar uma mão cheia de aplausos e auxiliarao 1º. FESTIVAL PORTUGUÊS INTERNA-CIONAL DE MONTREAL.

Pela parte que me toca, foram desmarcadostodos os compromissos para assistir à maiorparte dos eventos. O mais surpreendente e curi-oso foi o desafio a que se propuseram a D.Idalina Vicente e o Sr. Luís Pereira, por amizadee dedicação ao artista. Até aqui, nada sabíamosdeste casal, ficamos agora informados sobreas suas capacidades: neles habita um grandecoração, para se meterem numa aventura de“alto nível”! Luís e Idalina organizaram entusi-asticamente um almoço de boas vindas, emcolaboração com o restaurante Bitoque e oseu proprietário Hermínio Alves, para que oartista fosse recebido com mérito e excelência.Roberto Leal chegou e ganhou um ciceroneque o acompanhou num carro alugado paraque toda a equipa pudesse passear tranquila-mente nesta cidade cosmopolita de Montreal.Luís Pereira levou o artista e os seus músicos atodos os restaurantes lusos onde foram convi-dados ou solicitados. Um povo fantástico!Ainda há quem critique os portugueses... Nãosei onde haverá melhor. Que generosidade!Louvado seja o Senhor.

Idalina realça o facto do Hermínio Alvester sido uma vez mais de uma generosidadepouco comum nos nossos dias. Depois doque já tinha oferecido para o Festival, ultimouesforços para que toda a equipa do RobertoLeal e membros da imprensa almoçassem por

Roberto Leal no momento de agradecer as canções que lhe foram dedicadas.

sua conta e risco. Foi um Encontro com assi-nalável sucesso. Aconteceu numa das salas doDom Henrique no dia 5 de junho. Podemosdizer que o local estava repleto de gente felizpor ter de novo, sentado à sua mesa, o seu ar-tista preferido. Por outro lado, o Roberto Lealfartou-se de distribuir abraços e beijinhos. No-ta-se, todos adoram o Robertinho, portuguêsbraseiro, pelo seu carisma, pela sua alma huma-na. Ao encontro do Roberto Leal foram até ascrianças que um dia ele tomou ao colo, hojecumprimentaram-no mostrando os seus re-bentinhos.

Não vos dissemos ainda que Joe Pugaenalteceu uma vez mais a língua e a cultura deCamões nas palavras dirigidas a Roberto Leal.Quer profissionalmente quer pessoalmente opresidente deste grande Evento leva a sério aqualidade do Encontro e prioriza o momentoao tomar a decisão certa, no momento exato.Não adianta muitos elogios, mas verdade sejadita: o Joe Puga é um grande luso canadiano!

Um dos pontos fortes do português é agastronomia, depois, comer é um bem de to-dos! Cuidamos do gosto e do sabor e assumi-mos, foi excelente o almoço! Cuidamos da sau-dade com palavras e abraços; cuidamos da almacom o silêncio quando se canta o fado. Quantaresponsabilidade e beleza no dedilhar das gui-tarras e das violas, connosco e com as artistasestiveram José João e Liberto Medeiros.

Cathy Pimentel, Suzi Silva e Sarah Francopartilharam uns momentos de devoção e ca-rinho, tanto com o Roberto Leal como comtodos os convivas. Um trio perfeito aos olhosdo Roberto Leal, todas elas com seus cantos eencantos fizeram chorar o artista que abraçouparticularmente cada uma daquelas belas ar-tistas.

Assim vale a pena dar o braço e o abraço:foi assinalável o sucesso. L P

LusaQ TVCocktail de apresentação

No domingo dia 29 de junho,entre as 14 e as 17h00, a equipa produ-tora do programa televisivo LusaQ TVvai levar a efeito uma receção seguidadum cocktail na sala «En Haut» do Res-taurante Ferreira Café, no 1448 da ruaPeel, para o qual foram convidadosanunciantes, amigos e personalidadesdas mais diversas esferas da sociedadelocal, quebequense e canadiana.

Durante o cocktail, para além daapresentação dos elementos da equipaque produz e anima aquele programa detelevisão em língua portuguesa em sinalaberto, gratuito para todos os telespec-tadores, vai ser também apresentadauma resenha da programação e dos pro-jetos futuros.

Esta iniciativa conta com o patrocí-nio do Ferreira Café e o apoio do seuproprietário, Carlos Ferreira. L P

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Éditeur et rédacteur en chef : Norberto AguiarDirecteur : Carlos de Jesus

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Página 919 de junho de 2014 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

ROBERTO LEAL

PORTUGUÊS BRASILEIRO• Entrevista de Inês FARO

Uma música de dois sotaques, umespírito internacional, uma fé inabalável, umavocação. A viver entre Portugal e o Brasil, Ro-berto Leal é sem dúvida o cantor portuguêsmais brasileiro. É também um dos maiores re-presentantes da música popular portuguesa nomundo e nem os 40 anos de carreira lhe tirama energia em palco e na vida, como se viu noconcerto na Missão de Santa Cruz no sábadopassado, no contexto do Festival Portugal In-ternacional de Montreal.

Nascido em 1951 em Vale da Porca, umaaldeia no concelho de Macedo de Cavaleiros,Roberto Leal tem nas comunidades portugue-sas espalhadas pelo mundo um público fiel.Com mais de 25 milhões de discos vendidos emais de 400 canções, Roberto Leal falou-nosdo seu encontro com a música, da sua inspira-ção e das suas convicções mais profundas: “Eume considero acima de tudo um homem felizporque muito cedo percebi que você tem quedar tudo à vida para a vida dar tudo a você”.

LusoPresse (LP): Como se sente porestar de volta a Montreal?

Roberto Leal (RL): Não feliz porquenão venho há muito tempo, mas porque estouaqui. Ainda hoje me encontrei com a comuni-dade e é maravilhoso estar aqui. O mundo lusó-fono é fantástico. Por ter sido criado no Brasilfui um português que aprendeu a linguagemdos que vivem longe de Portugal. Há sempreuma lágrima, um lenço. Gosto de ver como aterceira geração já se comporta de forma dife-rente. Acabam por também vir aos nossosshows porque as suas histórias estão ligadas anós. Estou enquadrado num lugar de que eugosto muito, onde podemos expressar todaessa magnitude que Deus nos tem permitidoviver com a Diáspora Portuguesa.

LP: Como é que lida com o facto de terde estar sempre a viajar, em concertos?

RL: Temos de mandar tudo para a mente.Se ficarmos só no esqueleto, em cima do nossocorpo, qualquer coisa te faz desistir, mas quan-do você tem uma força interior a vida faz umoutro sentido. Costumo dizer que quando agente consegue enxergar com os olhos da al-ma, a vida tem uma resposta diferente. É ma-ravilhoso acompanhar crianças que estiveramcomigo há vinte ou há trinta anos e hoje tra-zem os pais. Isso compensa todo o cansaço.Esse é o grande benefício que o artista tem.

LP: Quando é que percebeu que queriaser cantor, que queria viver para a música?

RL: Muito cedo. O meu primeiro palcofoi um carro de bois na aldeia. Eu dava muitotrabalho à minha família porque sempre quehavia festas populares eu estava lá. Todos oscaminhos me levavam à música! No dia se-guinte eu cantava de memória quase todas asmúsicas que ouvia no altifalante. Costumo di-zer que o artista não tem uma profissão, temuma vocação. Não há nada que substitua umpalco de um artista. É uma missão que a vidanos deu, que a lei divina confiou em você. Sevocê não pratica isso, fatalmente você não éfeliz. Muito cedo percebi que a música me sa-tisfazia. Podia não comer, não beber, não estarcom amigos, mas tinha que estar a cantar.

LP: O que é que o inspira?RL: São vocês! Sem vocês as raízes mor-

rem e quando as raízes morrem a árvore nãodeita frutos. É muito importante divulgar anossa cultura, porque quando perdemos a nos-sa digital a gente nunca se acha. Passar essamensagem é o trabalho pedagógico que o Ro-berto Leal faz, porque há esta consciência.

Sabe, eu acredito que nós pertencemos aum povo de grande potencialidade, a nível men-tal, histórico, e isso fez com que o RobertoLeal chegasse ao Brasil e não se sentisse peque-no. Quando cheguei quis conhecer a influênciados portugueses no Brasil. Na música, por ex-emplo, no norte há um instrumento que é aSanfona, que é a como a concertina. Os brasi-leiros têm também o nosso ferrinho, o bombo,a braguesa de 8 cordas. Comecei a perceberque Portugal estava ali, mas eu estava interes-sado em pegar em Portugal e mostrar aos Bra-sileiros. Quando cheguei pensei que todo omundo ia falar fluentemente da nossa históriae não, era o contrário. Os portugueses eramvistos como um povo da terrinha e da mulhercom bigode. E aí é que vem a minha missão, aminha fé. Precisamos fazer o que está por fazere percebi isso desde muito cedo, mas eu nãopodia fazer essa obra todo sozinho.

Hoje temos uma história de quase 25 mi-lhões de discos vendidos no Brasil. Eles con-fundem a minha música com a música do Brasile era isso que eu queria.

LP: Sente-se um Embaixador de Por-tugal?

RL: Não... eu sinto que a música é umveículo muito importante, quase desonesto re-lativamente à política, porque a música temmuito mais força. Uma canção pode mudar omundo espiritual de uma pessoa, o modo de

pensar e viver.LP: Gostaria de deixar uma mensagem

para a nossa comunidade?RL: Não peça a Deus, mereça de Deus.

A partir do momen-to em que você dá omelhor, você recebe omelhor. Não adiantacorrer em alta veloci-dade se for para o lu-gar errado, vale maisir devagar, mas na di-reção daquilo que vo-cê tem de fazer.

A música não éminha, a música é daspessoas que vão aosmeus shows, eu souum gerador de umacoisa maior que me é

dada e que distribuo pela terra.NOTA: Não perca a entrevista completa

com Roberto Leal na emissão desta semanada LusaQ TV. L P

Muito desejado - Roberto Leal, que jánão vinha a Montreal há muitos anos,voltou a deixar cartel na comunidade.

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Página 1019 de junho de 2014 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Exposição na Caixa DesjardinsO potencial económico da Língua Portuguesa

• Reportagem de Vitália RODRIGUES

Os Estudos Portugueses e Lusófo-nos do Departamento de Literaturas e LínguasModernas da Universidade de Montreal, como apoio financeiro e logístico da Caixa Desjar-dins Portuguesa e a organização e promoçãodo Festival Portugal Internacional de Montreal,apresentaram, pela primeira vez no Canadá, aexposição bilingue «Potencial Económico daLíngua Portuguesa/Potentiel économique de lalangue portugaise», organizada pelo Camões,Instituto da Cooperação e da Língua, a partirde um estudo desenvolvido por uma equipa deinvestigadores do ISCTE – Instituto Universi-tário de Lisboa –, coordenada pelo professorLuís Reto.

A exposição estará presente ao públicono edifício da Caixa Desjardins Portuguesa, emMontreal, até 30 de agosto, e cuja sessão deabertura teve lugar no dia 3 de junho, às 17 ho-ras, na presença do secretário de Estado dasComunidades Portuguesas, José Cesário, doEmbaixador de Portugal no Canadá, José Fer-nando Moreira da Cunha, e do Embaixador deAngola no Canadá, Agostinho Tavares da SilvaNeto.

A Exposição «Potencial Económico daLíngua Portuguesa/Potentiel économique de lalangue portugaise» contém 17 painéis ilustradoscom texto em português e em francês e foiapresentada por Luís Aguilar, responsável pe-los Estudos Lusófonos da Universidade deMontreal e docente do Camões, Instituto daCooperação e da Língua. Destaca-se pela fortecomponente visual dos cartazes, que permiteassim uma mais ampla divulgação deste impor-tante trabalho de pesquisa. Os dados estatísti-cos mais relevantes são evidenciados com re-curso a tabelas, fotografias e outras estratégiasde design gráfico. No quadro da missão do Ca-mões IP, esta mostra tem por objetivo reforçaro conhecimento sobre a Língua Portuguesa, eassim contribuir ativamente para a sua valori-zação e difusão no mundo – pode ler-se no sí-tio do Camões, IP.

Presidente da Caixa Desjardins Portu-guesa

O Presidente da Caixa Desjardins Portu-guesa, Emanuel Linhares, proferiu as palavrasde boas-vindas, realçando que a realização destaexposição foi feita em parceria, expressou asua convicção de que a cooperação permitegrandes realizações, porque a mesma propor-ciona o desenvolvimento de sinergias, gerado-ras de uma força positiva, centrada no humanoe, neste contexto, capaz de criar riqueza na eco-nomia e na sociedade, tendo apelado a todosque, na qualidade de cooperantes, em conjunto,sejam obreiros de um mundo melhor, atravésda prática cooperativista quotidiana.

Secretário de Estado das Comunida-des Portuguesas

José Cesário, secretário de Estado das Co-munidades Portuguesas referiu o trajeto destaexposição pelo mundo fora, que teve o seuponto de partida no Parlamento Europeu, emBruxelas, no passado dia 18 de fevereiro. Real-çou a necessidade de promover iniciativas e en-

contros que reforcem esse grandioso projetoque é a Lusofonia e, nesse sentido, saudou apresença do embaixador de Angola.

Embaixador de Portugal no CanadáJosé Fernando Moreira da Cunha, Embai-

xador de Portugal no Canadá, expressou o seuapreço por iniciativas como estas que têm umvalor acrescentado por terem sido levadas acabo por diferentes instituições/organizações.Realçou a importância de levar ao conheci-mento dos que partilham a língua comum, as-petos que são ainda desconhecidos e de a pro-mover aos estrangeiros e, nesse sentido, sau-dou a presença do diretor do Departamentode Literaturas e Línguas Modernas da Universi-dade de Montreal, Juan Carlos Goddenzi. Re-feriu o seu apreço pela exposição, pois que amesma, para além do valor económico e po-tencial do Português, apresenta variadas facetasda língua de Camões, viria a salientar, no blo-gue da embaixada, a excelente intervenção deLuís Aguilar sobre a língua portuguesa.

Embaixador de Angola no CanadáAgostinho Tavares da Silva Neto, Embai-

xador de Angola, afirmou a vontade de parti-lhar este momento de ouro da Língua Portu-guesa no espaço da Lusofonia e elogiou o factoda Caixa Desjardins Portuguesa ter colaboradonesta iniciativa e transformado o seu espaçocomercial numa sala de cultura, de exposições.

Luís Aguilar, docente do Camões,Instituto da Cooperação e da Línguae professor convidado da Universida-de de Montreal

A Luís Aguilar coube apresentar a exposi-ção, contextualizando os dados expostos sobrea língua de Camões, a última flor do Lácio, adoce e agradável língua, a nossa magna línguaportuguesa como uma das quatro línguas mun-diais a par do inglês, do espanhol e do francês,falado nos cinco continentes com cerca de250 milhões de locutores e, citando FernandoPessoa, uma das poucas línguas potencial-mente universais no século XXI. Não fossemas Descobertas Portuguesas e não seria faladapor mais de 10 milhões, como o Catalão; assimé uma língua sem sono, pois nela se comunicae se tagarela nos quatro cantos do mundo,vinte e quatro sobre vinte e quatro horas. Se-gundo os dados recolhidos de mais de 500 lín-guas por Louis-Jean Calvet, no seu sistemagravitacional, o português é uma língua super-central na galáxia das línguas do mundo.

Língua Portuguesa...

Porquê uma língua supercentral?• Por Vitália RODRIGUES

Porquê língua supercentral? Luís Agui-lar explica dando o exemplo da realidade lin-guística de Angola, onde o português é línguamaterna de apenas metade da população con-centrada nos centros urbanos, distribuindo-se o resto da população por mais de quarentalínguas, sendo o umbundu (36 %), o quim-bundo (27 %), o quicongo (10 %) e o quinoco(5%) as mais importantes. Não havendo umalíngua central, uma das formas de comunicaçãoe de entendimento entre os vários grupos éfeita por meio do português, língua supercen-tral. A impossibilidade de impor nos territó-rios das ex-colónias portuguesas uma línguacomo língua nacional, unificadora, fez comque se tenha favorecido a expansão do portu-guês que, cada vez mais, é utilizado, o que re-presenta uma situação ímpar no contexto deÁfrica, que só tem paralelo com o contextogabonês, em relação ao francês. É assim queos angolanos se sentem lusófonos, atravésdo português e ovimbundus, quimbundus equicongos através das suas respetivas línguas,sem que alguma assegure uma identidade an-golana. E cita o escritor angolano José Eduar-do Agualusa: Um quarto de século após a inde-pendência, o número de falantes de portuguêscresceu de forma impressionante, devendo oportuguês ser hoje a segunda língua maternamais falada em Angola, logo depois do um-bundo. Tal fenómeno parece-me verdadeira-mente espantoso. Pela primeira vez uma línguade origem europeia conseguiu enraizar-se emÁfrica, tornando-se numa língua africana numespaço de tempo muitíssimo curto e por açãodos próprios filhos do país.

Não possuindo dados relativos aos emi-grantes de outros países lusófonos, Luís Agui-lar considera a Diáspora Portuguesa como oquinto país lusófono (disperso) mais populo-so da Lusofonia com cerca de cinco milhõesde portugueses e ou luso-descendentes, a quemcabe, igualmente, cuidar da permanência e con-tinuidade da sua língua e integrar o movimen-

to nacional e internacional para a promoçãode um dos mais belos idiomas do mundo, fa-zendo de cada verso uma outra geografia etransformando, enfim, a língua em algo maisque o falar por falar, como o deseja ManuelAlegre e assim o quis Jorge de Sena.

Relativamente às figuras expostas nos pai-néis 7, 8 e 9 da exposição e dos mais vistos,que expõem as caras da língua portuguesa, LuísAguilar optou por referir algumas personalida-des esquecidas nos quadros e, ironicamente,as que justamente puseram o português na ri-balta do universo linguístico, fazendo com queseja falado, hoje, por mais de 250 milhões depessoas: Marquês de Pombal, Gonçalves Via-na, José Apparecido de Oliveira, Eduardo Lou-renço e Agostinho da Silva, para já não falarde Chico Buarque ou de Sophia de Melo Brey-ner Andresen.

Finalmente, refere Luís Aguilar que cabeaos cerca de 250 milhões de pessoas que têmpara lá da pátria de origem uma pátria comum,que é a da língua portuguesa, desenvolver osseus potenciais e que se cimente um projetoque faça jus à Época de Ouro Cultural de quenos fala Eduardo Lourenço. É neste contextoque sabe bem recordar as palavras de Mari Alka-tiri, ex-primeiro-ministro de um dos mais jo-vens países do mundo, Timor Lorosae: – Nestemundo global deve haver um esforço em definirnovas fronteiras globais, fronteiras da línguae da cultura. Como meia ilha que é, Timor-Leste ganha com a língua portuguesa essa fron-teira global e ampla, que atravessa oceanos eum continente. Com a língua portuguesa deixa-mos de nos sentir apenas como esta ilha paranos sentirmos parte deste mundo global.

Preveem-se várias visitas guiadas de estu-dantes do ensino secundário e superior, assimcomo visitas guiadas que os Estudos Lusófo-nos da Universidade de Montreal efetuam regu-larmente em parceria com a empresa Amarra-ges sans frontières.

A exposição bilingue «Potencial Econó-mico da Língua Portuguesa/Potentiel Écono-mique de la langue portugaise» estará expostana Grande Biblioteca da Universidade de Mon-treal, a partir de setembro próximo.

Da esquerda para a direita, José Fernando Moreira da Cunha, embaixador dePortugal, Juan Carlos Goddenzi, diretor do Departamento de Literaturas e LínguasModernas (UdeM), e Luís Aguilar, docente do Camões. Foto Vitália Rodrigues.

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JOSÉ BERNARDOCLARA VICENTE

1922 – 2014

Faleceu em Montreal no dia 10 de junho de 2014, com 92anos de idade, José Bernardo Clara Vicente, natural de Portugal e vi-úvo de Amélia Pereira.

Deixa na dor os seus filhos Lucien (Carole) e Gilbert, os seusnetos Francis (Linda), Martin e Nicolas, assim como restantes fa-miliares em Portugal e amigos.Os serviços fúnebres estão a cargo de:

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O velório tem lugar no sábado dia 21 de junho de 2014, das10h às 14h, seguindo-se a cerimónia, às 14h na Capela do Com-plexo Funerário, sendo sepultado no Cemitério Le Repos St-Fran-çois d’Assise.

A família vem por este meio agradecer a todas as pessoas que,de qualquer forma, se lhes associam neste momento de dor. A to-dos o nosso obrigado pelo vosso conforto. Bem Hajam.

Antonio RodriguesConseiller aux familles10 300, boul. Pie-IXMontréal (Québec) H1H 3Z1Général : 514 727-2847 / 1 888 727-2847Télécopieur: 514 322-2252Ligne directe: 514 727-2828 - poste [email protected]

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Mosaico dos sentidosMarlene Monteiro Freitas – Enfant Terrible do mundo da dança

• Por Raquel CUNHA

Considerada como a atual revelaçãono mundo da coreografia de cena, MarleneMonteiro Freitas esteve em Montreal paraapresentar o seu mais recente trabalho: Paraíso– Coleção Privada, em exibição nos dias 6, 7e 8 de junho na sala Agora, ao abrigo da 8ª edi-ção do Festival Transamériques (FTA).

Com o título de enfant terrible da dança,Marlene Freitas quer as suas coreografias irre-verentes e presas aos sentidos, característicaque faz furor a nível internacional. É já a ter-ceira vez que passa por Montreal, mas destavez tivemos o prazer de nos sentarmos à con-

versa com a simpática dançarina. Fica aqui oresumo.

Ao badalo do mar e da dançaMarlene Freitas, encontra nas suas ori-

gens a razão por ter-se encontrado na dança:“Nasci em Cabo Verde onde a dança e a músicaestão sempre presentes, como forma de comu-nicação e troca de afetos. Fazem parte da nossalinguagem. Como nasceu este desejo pela dan-ça? Não sei. Lembro-me da primeira vez queassisti a um espetáculo de dança contem-porânea, de uma companhia portuguesa queatuou em Cabo Verde, devia ter à volta de 14anos, e aí já sabia que era o que queria”.

Depois de terminar o liceu, inscreveu-se

num programa de bolsas de estudo, para emLisboa aprofundar essa sua paixão pela dança.E por lá ficou, adotando a cidade que agorachama de sua. Viveu ainda na Bélgica masprontamente regressou ao país que considerairmão, no qual identifica essa forma estranhade nostalgia e de fascínio partilhado pelo mar:“Em Lisboa sinto-me em casa. Partilhamos(cabo-verdianos e portugueses) um certo gozona nostalgia de ir ver o que está para além doslimites da terra, perdido nesse imenso mar”.

O seu percurso de bailarina esteve semprepreso ao de coreógrafa e considera os dois in-separáveis já que fez desde sempre pequenosformatos. “Eu sempre pensei nas coisas, con-ceituei e construí pequenas danças”. Por issoesses dois mundos não se sobrepõem e semostram inseparáveis, atuando nas suas peçase nas de outros artistas, como bailarina e coreó-grafa. Tudo na sua vida artística segue o ritmoda dança e portanto foi dessa forma, natural efluida, que optou por em 2008 se juntar aogrupo Bomba Suicida, do qual ainda hoje fazparte.

O sentimento cruQuanto ao título de enfant terrible, não

sabe bem como o ganhou, mas percebe, dadoo cariz dos seus espetáculos: “Trabalho muitosobre a metamorfose e o hibridismo, o quepor si só é já uma grande transgressão. Umatransgressão quase obrigatória, resultado damistura de juntar coisas que não estão normal-mente associadas umas às outras”.

Tem como público-alvo quem aceite a ex-periência por si só, que não procure sentido,mas que sinta com os sentidos, que não usequalquer forma obscura de intelectualização,porque as realidades são diversas e os sentidosfazem-se dentro de cada um. “O meu públicosão as pessoas que estejam dispostas a ver apeça sem lhes procurar um sentido, mas a sentirno momento. Que visualizem a peça com ossentidos, que apreendam a peça como ela é,que a vivam. Isso é que é importante paramim, que as pessoas abandonem a ideia de umsentido para as coisas uma vez que o sentido ésempre algo limitador”.

Paraíso não quer ter sentidoNeste sentido, “Paraíso – Uma Coleção

Privada” não quer ter sentido, tem antes váriossentidos possíveis. “A peça vai mudando cons-tantemente, quase como um mosaico, e o meuobjetivo é que as pessoas consigam projetarnela o desejo”.

“Acha por isso que a dança, aquela que eu

faço, tem um espaço de ficção dentro desta so-ciedade. Esta ficção inclui liberdade uma vezque não é limitada pela realidade. Neste sentidoé como que uma partilha de uma certa liber-dade”.

Um espetáculo que viu a sala cheia nostrês dias e que aplaude a libertação de constran-gimentos morais, palco do exótico e do fantás-tico, dessa tal liberdade “mosaico de ficção”.

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Vítor CarvalhoADVOGADOEscritórioTelef. e Fax. 244403805

2480, Alqueidão da Serra - PORTO DE MÓSLeiria - Estremadura (Portugal)

Fotos de Carlos Martins.

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1º HX

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QUARTOS DE FINAL

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QUARTOS DE FINAL

SEMIFINAL SEMIFINAL

FINAL

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GGGRRRUUUPPPOOO EEFASE DE GRUPOS

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EDITORIAL...Cont. da pág 1

legalidade devido ao seu estado, o que não deixa-va de ser uma incongruência se pensarmos quejá antes do 25 de Abril, em Portugal, nenhumagrávida podia ser despedida e até tinha, no mí-nimo, direito a duas semanas de férias por par-to.

Felizmente, neste aspeto, as coisas muda-ram bastante, e hoje as trabalhadoras quebe-quenses quando ficam grávidas podem orgu-lhar-se de terem um dos melhores sistemas deproteção, de longe superior ao das outras pro-víncias ou estados na América do Norte.

Outra discrepância que ainda não foi reme-diada é o sistema de pensões para os trabalha-dores. É verdade que todos têm direito ao Re-gime de Pensões do Quebeque, o Régime desRentes du Québec (RRQ), mas trata-se de umregime de subsistência que hoje paga, no má-ximo, 1 025 $ por mês a quem descontou todaa vida e se reformou aos 65 anos. Em média aspensões da RRQ não vão além dos 600 ou700 dólares por mês, o que nem dá para pagara renda dum apartamento.

É certo que há classes de trabalhadoresque têm regimes de pensões extraordinaria-mente generosos, como é o caso dos funcioná-rios públicos, particularmente se trabalham pa-ra os serviços municipais, mas ainda melhoresquando são polícias ou bombeiros. E, no topodos topos, os reformados da política. Mas des-tes nem vale a pena falar.

Há também, mas em menor escala, ostrabalhadores das grandes empresas, seja noramo bancário, nos seguros, na indústria auto-móvel ou construção que auferem regimes depensão patronais que, sem serem extraordiná-rios, procuram um certo conforto aos reforma-dos.

Depois temos o resto dos trabalhadores,ou seja 47% dos reformados, que não tem ou-tro fundo de pensão que não seja o do RRQ eda simbólica pensão de velhice do governo fe-deral. Para estes trabalhadores a única alterna-tiva que existe é a poupança para a reforma, oregime registado de aforro, mais conhecido pe-la sigla REER (Régime enregistré d’épargneretraite), o qual proporciona uma certa vanta-gem fiscal no ano da contribuição mas que étributável no momento em que se fizerem oslevantamentos.

Diz-se dos REERs que são uma forma deadiar os impostos para quando os rendimentosforem mais baixos e assim poder-se beneficiarduma taxa de imposição menos elevada. Porser uma vantagem mínima para os pequenos emédios salários, a grande maioria dos trabalha-dores não participa nesta forma de poupança,senão nos anos de vacas gordas, havendo mes-mo assim quem prefira investir as poupançasno imobiliário, na sua própria casa, para terum pé-de-meia para a velhice. Resultado, umagrande percentagem de reformados não contacom nenhum sistema de pensões digno dessenome e não beneficia, portanto, da contribui-ção patronal como é o caso dos que tem umregime de pensão da empresa ou do Estado.

Porquê esta situação?Porque, inspirados nos princípios indivi-

dualistas e capitalistas em vigor na América doNorte, os governos resolveram deixar aos tra-balhadores a responsabilidade individual depouparem para a sua reforma e à empresa priva-da, bancos, seguros e fundos mutualistas, aresponsabilidade de gerir esses fundo de pou-pança e assim libertarem-se do problema que

representam os défices gerados pelo pagamen-to das pensões de que tanto se fala agora.

Do lado das empresas que têm o seu pró-prio fundo de pensão dos empregados o pano-rama também não é muito brilhante.

Algumas vão ao ponto de utilizarem essefundo de pensão para se financiarem a elaspróprias, fazendo correr sérios riscos ao futurodas reformas dos seus trabalhadores. Foi oque aconteceu com a antiga companhia Singerque utilizou os fundos dos trabalhadores e de-pois deu falência, ficando estes – ao fim deuma vida de descontos – sem um tostão para areforma. Chama-se a isto um roubo.

Outro aspeto negativo das pensões a car-go da entidade patronal é que, de certo modo,obriga o trabalhador a ficar acorrentando àscondições da empresa, devido ao receio emperder as vantagens acumuladas para a sua re-forma.

Atendendo a estas discrepâncias extrema-mente injustas entre classes de trabalhadoresnão seria tempo que o novo governo pensassepôr cobro a tal situação? Não esqueçamos queo novo governo liberal do Ontário tem noseu programa instaurar um sistema obrigatóriode pensões para todos os trabalhadores quenão beneficiam de pensões privadas. Não é oideal, mas é um primeiro passo. Pelo menosos futuros reformados deste novo plano vãopoder contar com as contribuições patronais.

Aqui vai pois um desafio para o novo go-verno liberal do Quebeque e particularmentepara o nosso compatriota e ministro das Finan-ças, Carlos Leitão, para que pense instaurarum fundo de pensões universal para todos ostrabalhadores do Quebeque.

Visto que o governo já possui a RRQ,visto que o governo já tem experiência de gerirplanos universais de seguro, como o segurode doenças, de hospitalização, de medicamen-tos, de acidentes de trabalho e até de automó-veis, porque não fazer o mesmo com as pen-sões?

Por um lado trazia um tratamento maisjusto para todos os reformados evitando asdiscrepâncias atuais, segundo, obrigaria todosos patrões e todos os trabalhadores a fazeremos descontos devidos para se poder garantirum futuro confortável a todos os reformados.Claro que em matéria de descontos a percenta-gem tem de ser substancial, porque já não sepode contar, como antigamente, que as novasgerações paguem pelos mais velhos. Cada gera-ção tem de pagar para si mesma, demografiaoblige.

Assim, com um regime universal de pen-sões, não só se poria cobro às injustiças labo-rais de hoje, como o governo passaria a disporde um reservatório imenso de disponibilidadesfinanceiras que atuaria como uma poderosaalavanca económica para atrair investimentosde monta para o Quebeque. Com a experiênciaque a Caisse de Dépôt du Québec já tem nestamatéria, pouco ou nada haveria também a in-ventar para a gestão do dito fundo. Outra van-tagem, e não a mais pequena, era a de excluir asnegociações sobre os fundos de pensão dosconfrontos sindicais, ajudando assim a reduziras razões de conflito entre sindicatos e patrões.

Só falta agora a vontade política, a força ea determinação para por cobro a esta injustiça,tal como foi o caso com as leis laborais sobrea maternidade e que hoje toda a gente consideranormais.

L P

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Não há gente como a gente!Joe Puga faz o balanço do Festival: “Valeu muito a pena!”

• Por Raquel CUNHA

O Festival Portugal Internacionalanda na boca da Comunidade, muito se temfalado e os comentários são normalmente po-sitivos. As pessoas estão orgulhosas de, pelaprimeira vez, se ter festejado o ser português,sem que tal esteja diretamente relacionado comfutebol ou religião. De facto, a aderência foiinédita, a qualidade dos espetáculos bastanteelevada e o público muito diversificado.

Falámos por isso com o rosto por detrásdas câmaras, o responsável por tamanha lufadade ar fresco na Comunidade. Falamos, é claro,de Joe Puga, presidente do festival e impulsio-nador do projeto. Sem ele nada disto teria acon-tecido. Quisemos saber mais, qual o balanço,o que esperar para o ano e como surgiu a ideia.Fica aqui o resumo da nossa conversa.

Formado em marketing, Joe Puga tem jábastante experiência na organização de grandeseventos dentro e fora do palco. A vida de cantorensinou-o a estar mais próximo do público, aprestar atenção às novidades e a saber sonhar,enquanto a sua formação lhe ensinou comoas coisas funcionam por detrás do palco.

Com mais de 25 anos a trabalhar comomúsico, participou em diversos festivais comoartista convidado e, “sempre que chegava aMontreal, perguntava-me por que não temosum festival aqui que represente Portugal? Nãosó para os portugueses mas também para to-dos, para que conheçam a nossa cultura”.

Cansado de esperar que as coisas caíssemdo céu, decidiu este ano pôr a mão à massa efazer acontecer. Por isso juntou-se com Alber-to Feio, Conceição Ferreira e Lina Pereira, ejuntos decidiram“buscar povo paracriar esta máquina efazê-la funcionar”.Tal foi em agosto doano passado, e daíseguiu-se um ano demuito trabalho e on-de viu muitas portasserem fechadas. “Aspessoas não acredita-vam que íamos con-seguir. Tivemos mui-tas portas fechadas,não foi fácil. O povoestava ansioso parasaber como ia ser, o

que se ia fazer. Um espetáculo destes custamuito dinheiro. Penso que para o ano vai havermais gente a participar”, conta esperançoso.

Não foi fácil angariar fundos, tratar de lo-gísticas, organizar o programa, e fazer tudofuncionar, mas Joe Puga diz-se teimoso e posi-tivo, e agradece o apoio dos colaboradores que“estiveram connosco desde o princípio e semo qual não teríamos conseguido”.

Com tanto que fazer, Joe Puga confessaque há coisas a serem revistas, entre elas maispublicidade. “O tempo passou muito depressa,a publicidade deveria ter sido mais explorada,não só cá na comunidade como também foradela, e também o rigor dos horários”.

“Mas o balanço geral é mais que positivo.Nunca vi tanta gente junta no átrio da Igreja.Nunca pensei que ia ter tanta gente. Estavamcerca de 5 000 pessoas. Essa é a maior prendaque me podiam ter dado. A resposta da comuni-dade foi bastante positiva e ultrapassou todasas expectativas. O povo estava feliz. Tivemostodo o tipo de clientela, cobrimos um poucode tudo, tentamos abranger todos os gostos,com música, poesia, comédia, cinema... Quise-mos também promover o talento dentro e fo-ra da comunidade e foi também a primeira vezque um festival português no Canadá integroua Lusofonia, o que me deixou muito contente,porque é a partilha da nossa língua”.

“Para o ano, confessa, há muita pressão.As expectativas são altas já que a qualidade dosespetáculos foi bastante elevada. Mas vamosconseguir!” sorri. Agora, no futuro mais próxi-mo, está o planeamento das comemoraçõesdos 10 anos da televisão portuguesa a seremfestejados já no mês de outubro. Nós estamosansiosos para ver. L P

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Página 1519 de junho de 2014 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

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Diante do DC UnitedImpacto volta às derrotas

• Por Norberto AGUIAR

Depois de ganhar o Campeonatodo Canadá diante do Toronto FC e ter ven-cido, no seu melhor jogo deste início detemporada, o New Revolution, da NovaInglaterra, que na altura comandava a ZonaEste do Campeonato norte-americano daMLS (Major League of Soccer), o Impactoviu-se batido pelo DC United, em jogo re-alizado no Estádio Saputo, no passado dia11 de junho. E essa derrota, sem apelo nemagravo, acabou por se cifrar em 2-4.

Como se disse, o Impacto parecia queestava de volta às vitórias. Puro engano. Odesafio contra os homens da capital ameri-cana voltou a demonstrar carências na for-mação montrealense, isto numa altura emque o movimento de jogadores está emmarcha, não se sabendo, porém, se paraum melhor ou pior desempenho.

Se nos reportarmos à exibição do dia11 último, temos de admitir que o Impactoestá com sérios embaraços para poder ga-nhar jogos que o façam subir na classifica-ção, mesmo se, em nossa opinião, já nãodê, de maneira nenhuma, para chegar, nofim do Campeonato, à fase eliminatória.

Posto isto, o Impacto terá de se orga-nizar para tentar melhorar o seu futebol demaneira a não dececionar os seus apanigua-dos, que neste último jogo já não forammuitos... Bem sabemos que a temperaturanão ajudou, mas... há no público, desde oinício da época, uma grande desconfiançano que será a sua carreira em 2014, princi-palmente por não ter concordado com osdiretivos, quando demitiram o então trei-nador, o suíço Marco Schaulibaum.

Agora, que há esta pausa devido à dis-puta do Campeonato do Mundo, espera-se que Frank Klopas e seus adjuntos façamo trabalho de casa de forma à equipa regres-sar com fome de vitórias, que por sua vezdê o alento necessário para motivar os joga-dores na procura de pontos e assim galva-nizar os seus fervorosos adeptos com apresença nos jogos.

Regresso a 25 de junhoOs jogos da MLS, agora interrompi-

dos pelo facto de se estar a disputar o Cam-peonato do Mundo, voltam aos gramadosno dia 25 de junho, no caso do Impactocom jogo marcado para o BC Place, deVancouver, onde defronta a formação local,o Whitecaps. Logo depois, no dia 29, oImpacto recebe o Dynamo de Houston,para no dia 5 de julho ir até Los Angelesdefrontar o Chivas USA.

Destes três jogos, a equipa quebequen-se tem forçosamente de, pelo menos, ven-cer a partida que realiza em casa e ir arrancaroutra vitória à Califórnia, onde defrontaráo time mais fraco de toda a MLS. Contra oWhitecaps, porém, que está a fazer umaexcelente carreira até ao momento, as hipó-teses de arrancar qualquer ponto são remo-tas. Mas como há muita rivalidade entre osdois clubes, nunca se sabe... L P

Portugal no Campeonato do Mundo

Desastre total no primeiro jogo!• Por Norberto AGUIAR

Para quem está no 4° lugar da tabeladas seleções a nível global, a goleada sofridapor Portugal diante da Alemanha – 2ª colocada–, por 4-0, deixa a nossa equipa muito mal nafotografia.

De facto, para uma equipa que chegou aoBrasil cheia de esperanças, com vozes, de man-sinho, a dizerem que Portugal era candidatoao título mundial, o jogo com a Alemanha de-monstrou uma equipa muito desastrada, a co-meçar no aspeto técnico e a acabar no planodisciplinar... Tivesse tido um comportamentoexemplar, o jogo e a derrota poderiam ter sidooutra coisa muito diferente daquilo que acon-teceu.

Alemanha – Portugal, 4-0Portugal até começou o jogo muito bem.

Foi mesmo Cristiano Ronaldo a criar a primei-ra ocasião de golo que, a ter sido concretizada,não estaríamos, neste momento, a escrevereste texto desta forma.

Mas toda a gente sabe que um jogo de fu-tebol dura 90 minutos. E no desafio de segun-da-feira, houve muitas asneiras por parte daequipa portuguesa. Faltas escusadas, como aque deu penálti num momento crucial do en-contro, quando se está numa fase de estudodo adversário e que leva, muitas vezes, um dosconjuntos a ganhar supremacia sobre o outro.Foi o que aconteceu a Portugal, quando numcontra-ataque, a nossa defesa, para parar o jo-gador alemão que conduzia a bola, teve que oderrubar dentro da área. Foi o mesmo que en-tregar o ouro ao bandido...

Mas como se não estivéssemos conten-tes, vai daí e deixa-se o defesa alemão, alto, éverdade, mas não mais do que as duas traves(Pepe e Bruno Alves) da nossa defesa, chegarmais alto e cabecear para o segundo golo dapartida, quando ainda nem 30 minutos do jogoestavam decorridos.

Depois, numa de perder a cabeça, motiva-da pela discussão entre Pepe e Bruno Alves?aquele atira-se a Muller e acaba mais cedo nobalneário... Pelo meio ainda ficou o lance deKhedira que, aproveitando uma parvoíce donosso guarda-redes, só não fez um golo debaliza aberta por milímetros.

O resto dos 90 minutos, a partir daquelesinfelizes acontecimentos, deixou de ter histó-ria, se bem que os alemães ainda tivessem tem-po para marcar mais um golo, o terceiro deMuller, um extremo feito ponta de lança nestejogo. É, de resto, caricato como Portugal nãoconseguiu anular um ataque alemão que nãoutilizou um único centro avante durante quasetodo o jogo... Onde estava o treinador quenão percebeu exatamente isso, levando a queos seus quatro defesas se deixassem confundircom os jogadores a marcar? Só mesmo o Pau-lo Bento!

Agora, para não irem para casa mais cedo,só mesmo ganhar os dois jogos que aí veemO primeiro é já domingo, contra os EstadosUnidos; o segundo é mais adiante (dia 26),contra o Gana. Já estamos a ouvir alguns que,para Portugal, são jogos que estão no papo...Vão pensando assim que, de repente, podemter de engolir essas «inteligentes» tiradas.

Estados Unidos – Gana, 2-1Vitória lisonjeira dos Estados Unidos. Na

verdade, o Gana demonstrou que é uma fortís-sima equipa e que, neste jogo, fez a vida negraaos ianques. Um golo a abrir e outro a fechar,valeu a importante vitória à melhor equipa daCONCACAF. Mas o Gana tudo tentou para

não perder. Chegou ao empate a oito minutosdo fim da partida. Aí, pensou-se que o resulta-do estava feito, um resultado até mais do quemerecido para os africanos. Mas os EstadosUnidos, que já começam a ser uma equipa quesabe ser matreira, ainda foram para a frente àprocura do golo que lhe desse a vitória... E es-se «desplante», mesmo se parecia impossível,acabou por resultar. Foi a festa total por bandados americanos, que nesse momento se vinga-vam dos ganeses por terem sido, nos dois últi-mos Mundiais, eliminados precisamente peloGana. E nessas duas ocasiões foram então osEstados Unidos que foram injustamente pos-tos fora da competição... Vale, para o Gana,que nada está perdido. De tal forma que aindapodem passar à fase seguinte mesmo em detri-mento dos Estados Unidos.

Seja como for, neste grupo, justamenteapelidado da morte, tudo está em aberto, mes-mo a eliminação da própria Alemanha, tãobadalada depois da goleada a Portugal...

William Carvalho, para quando a suainclusão no onze de Portugal? Dra. Carla Grilo, d.d.s.

Escritório1095, rue Legendre est, Montréal (Québec)Tél.: (514) 385-Dent - Fax: (514) 385-4020

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Página 1619 de junho de 2014 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

O novo programa de televisão em português!OOOOOOOOOOOOOOO nnnnnnnnnnooooooovvvvvvoooooooo pppppppppppprrrrrrrrroooooooogggggggggrrrrrrrrraaaaaaaaaammmmmmmaaaaaaa ddddddddddddddeeeeeeee tttttttttttteeeeeeeeeellllllllllllleeeeeeeeevvvvvvviiiiiiiiiiissssssssssãããããããããããããooooooooo eeeeeeeemmmmm ppppppppooooooorrrrrrrttttttttuuuuugggggggguuuuuuu

LE JOURNAL DE LA LUSOPHONIE

Éditeur et rédacteur en chef : Norberto AguiarDirecteur : Carlos de Jesus

Hora Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Sábado Domingo

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Sportivi 360˚ Metropoli Sportivi 360˚ Metropoli Sportivi 360˚Mabuhay Montreal TV South Asian Veggie Table

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Il est écrit08h30 M Cultura M Cultura Hay Horizon

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10h3011h00 Tamazgha TV

Pagini TVMabuhay Montreal TV

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Bloque Latino

12h00 Bem-Vindos a Beirais

Bem-Vindos a Beirais

Bem-Vindos a Beirais

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Bem-Vindos a Beirais Afromonde

12h3013h00

Bloque Latino

AfromondeLa Mesa de Maria

Bloque Latino

La Voix HelléniqueLa Mesa de Maria

13h30 M Cultura M Cultura14h00

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Metropoli14h30 Mabuhay Montreal TV15h00

LusaQ TV Afromonde LusaQ TV La Voix Hellénique15h3016h00

Sportivi 360˚ Metropoli Sportivi 360˚ Metropoli Sportivi 360˚Tamazgha TV

Pagini TV16h30 Hay Horizon17h00 Bem-Vindos

a BeiraisBem-Vindos

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a BeiraisLe Grand Maghreb Arabe

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Le Grand Maghreb Arabe18h30

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LusaQ TV Pagini TVLa Mesa de Maria South Asian Veggie Table

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South Asian Veggie Table23h30 Hay Horizon

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uuuuuuuêêêêêêêêêêêssssss!!!!

chef : Norberto Aguiaresusesus

Sexta-feifeirar SábSábado DoDomingingoo

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3204 ,Jarry Est514-729-9494

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