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Vol. XVIII • N° 307 • Montreal, 17 de abril de 2014 Cont. na pág 22 Editorial A culpa é do tempo! Por Carlos DE JESUS C ostuma-se dizer que os eleitores raramente votam por uma causa, mas con- tra. Não foi o que aconteceu nas últimas eleições do Quebeque. Os eleitores votaram realmente contra o Partido Quebequense, mas acima de tudo pela proposta de quatro anos de paz, sem referendo, que lhes propôs o Partido Libe- ral. Pior, nem foi contra o PQ em si mes- Foto Agência. 3204, rua Jarry Este 729-9494 www.ocantinho.ca RESTAURANTE Grelhados à portuguesa sobre carvão Grelhados à portuguesa sobre carvão Centre de Carreaux Céramiques Italien Inc. 8710, rue Pascal-Gagnon Saint-Léonard QC H1P 1Y8 [email protected] Affilié avec Éco Dépôt Carreaux de Céramique Acesso a mais de 20 instituições financeiras para vos conseguir: *Fernando Calheiros B.A.A. Courtier hypothécaire - 514-680-4702 7879 rue St Denis, Montréal, Québec H2R 2E9 *Hélio Pereira CHA Os nossos endereços 222, boul. des Laurentides, Laval 8989, rue Hochelaga, Montréal 8900, boul. Maurice-Duplessis, Montréal 6520, rue Saint-Denis, Montréal 10526, boul. Saint-Laurent, Montréal 6825, rue Sherbrooke est, Montréal 7388, boul. Viau, Saint-Léonard 10300, boul. Pie-IX - Esquina Fleury António Rodrigues Conselheiro Natália Sousa Conselheira CIMETIÈRE DE LAVAL 5505, Chemin Du Bas Saint-Francois, Laval Transporte gratuito –––––––– Visite o nosso Mausoléu SÃO MIGUEL ARCANJO Uma família ao serviço de todas as famílias Nós vos apoiamos com uma gama completa de produtos e serviços funerários que respeitam as vossas crenças e tradições. 514 727-2847 www.magnuspoirier.com Montréal - Laval - Rive-Nord - Rive-Sud 8042 boul. St-Michel Satellite - Écran géant - Événements sportifs Ouvert de 6 AM à 10 PM 37 37 376-2652 O RESTAURANTE DO MOMENTO! GRELHADOS Galinha, febras, chouriço, lulas, etc... PASTÉIS E RISSÓIS camarão, carne, chouriço, galinha... BOLO “Ma Poule Mouillée” E A GRANDE SURPRESA a «Poutine» à portuguesa! 969, rue Rachel est Tel.: 514-522-5175 www.MaPouleMouillee.com facebook.com/MaPouleMouillee #MaPouleMouillée Temos os melhores preços SUMO GALO 100% PURO DA CALIFORNIA 39 99$ + tx Especial até 29 abril LES ALIMENTS C. MARTINS 123, Villeneuve Este MOSTO 100% PURO Tels: 845-3291 845-3292

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Vol. XVIII • N° 307 • Montreal, 17 de abril de 2014

Cont. na pág 22

Editorial

A culpa é do tempo!• Por Carlos DE JESUS

Costuma-se dizer que os eleitoresraramente votam por uma causa, mas con-tra.

Não foi o que aconteceu nas últimaseleições do Quebeque.

Os eleitores votaram realmente contrao Partido Quebequense, mas acima de tudopela proposta de quatro anos de paz, semreferendo, que lhes propôs o Partido Libe-ral.

Pior, nem foi contra o PQ em si mes-

Foto

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10300, boul. Pie-IX - Esquina Fleury

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Editor: Norberto AGUIARAdministradora: Petra AGUIARPrimeiros Diretores:• Pedro Felizardo NEVES• José Vieira ARRUDA• Norberto AGUIAR

Diretor: Carlos de JesusCf. de Redação: Norberto AguiarAdjunto/Redação: Jules NadeauConceção e Infografia: N. Aguiar

Escrevem nesta edição:• Carlos de Jesus• Norberto Aguiar• Osvaldo Cabral• Adelaide Vilela• Filipa Cardoso• Fernando Pires• Raquel Cunha• Lélia Nunes• Vitória Faria

Revisora de textos: Vitória FariaSocieté canadienne des postes-Envois depublica-tions canadiennes-Numéro deconvention 1058924Dépôt légal Bibliothèque Nationale du Québec etBibliothèque Nationale du Canada.Port de retour garanti.

LusaQ TVProdutor Executivo:• Norberto AguiarContatos: 514.835-7199

450.628-0125Programação:• Segunda-feira: 22h00 às 23h00• Sábado: 11h00 ao meio-diaTelenovela: segunda a sexta-feira,das 17h00 às 18h00.(Ver informações na página 21)

Os políticos comentadores• Por Osvaldo CABRAL

O caso entre José Sócrates e José Rodrigues dos Santos na RTP ve-io reabrir um debate interessante sobre o papel dos políticos nos espaços decomentário nas televisões.

Dos vários formatos em exibição, o de Sócrates é, na verdade, o que sepresta a grandes confusões.

Se é um espaço de “opinião”, o que faz ali o jornalista?Não sendo uma entrevista, o jornalista torna-se dispensável. A sua presen-

ça, imposta pelas chefias, serve apenas para legitimar um formato sem con-traditório, uma entrevista fingida, coisa única no panorama televisivo dos paí-ses livres.

O fenómeno já foi alvo de estudo e as conclusões dão que pensar: em to-dos os canais – generalistas e temáticos – podemos assistir a cerca de 70 horasde comentário político por semana, com a intervenção de 60 políticos na pelede comentadores.

A esmagadora maioria participa por razões de mera exposição mediática,mas os que dominam as audiências recebem boas compensações financeiras(segundo a imprensa, 10 mil euros por mês para Marcelo Rebelo de Sousa, 7mil para Marques Mendes, 5 mil para Manuela Ferreira Leite e por aí fora... atéJosé Sócrates, que não é remunerado, mas terá despesas pagas).

O palco privilegiado oferecido a estes “comentadores” torna-os influentes,mas é notório que não abandonam o seu ângulo partidário, quase sempre re-fletido nas suas opiniões.

Trata-se, portanto, de “informação” pouco isenta, com grandes doses desubjetividade e com motivações exclusivamente políticas no domínio da for-mação de opinião.

Rita Figueiras, uma especialista em Comunicação Política e que estudou ofenómeno, é perentória ao concluir que estes “comentadores” não são capazesde “gerar conhecimento”, resumindo o ruído a uma “extensão da vida parti-dária”, com a deslocação do “Parlamento para a televisão”.

Outra especialista em televisão, Felisbela Lopes, pró-reitora da Universi-dade do Minho, também considera que “nós, telespetadores, olhamos paraestes espaços como uma explicação da atualidade, quando na verdade se tratade uma interpretação ideológica”.

Este “ciclo vicioso de comentadores” mata, à partida, o debate plural esério que falta na sociedade portuguesa, limitando-se ao tradicional confrontopartidário e, nalguns casos, com motivações pessoais de ambição política.

São os casos de Marcelo e de Sócrates, com este num registo de autoridademoral para se auto branquear e até insultar o entrevistador.

É o que dá convidar políticos para desempenharem papéis de ator no fil-me errado.

•••PUXÃO DE ORELHAS I – Vitor Fraga no parlamento: “Eu próprio

transmiti e dei indicações ao Conselho de Administração da SATA que qual-quer operação fora da região que não fosse rentável era para cancelar (...) “.

Sobre lacunas nos horários de verão, Vitor Fraga garante que deu instru-ções à SATA para corrigi-las, “nomeadamente no que se refere às ligações àTerceira, Graciosa e Faial”.

Coisa fantástica!O Secretário da tutela a chamar, publicamente, de incompetentes aos ad-

ministradores da SATA.E na SATA – que há muito navega à bolina – ninguém bateu com a

porta. •••

PUXÃO DE ORELHAS II – Grande reboliço no seio do PS-Açoresquando se soube que Vitor Fraga tinha contratado para assessor o filho do lí-der comunista Aníbal Pires.

Vasco Cordeiro, segundo rezem as crónicas, mandou cancelar o contrato.O Secretário “desautorizador” deve ter pensado o mesmo que os “desau-

torizados” da SATA: não há motivo para ninguém bater com a porta... •••

EMPREGO – Numa altura em que os Açores precisavam dos melhoresespecialistas em políticas de emprego, mandou embora Rui Bettencourt, umdos melhores entre os melhores.

Está a ser aproveitado em França, ao lado de Gilles Garel, um “guru” daInovação, e de Jacques Lesourne, grande senhor do pensamento económico,que em conjunto escreveram vários capítulos do livro “La prospective stra-tégique en action”, lançado no passado dia 12 de março, em Paris, numa ses-são muito concorrida.

Rui Bettencourt veio aos Açores lançar, na semana passada, um outro li-vro, da sua autoria, onde faz uma excelente abordagem das ligações entre em-prego e educação.

O governo açoriano, para se redimir, devia utilizá-lo como manual. L P

Procissão do Senhor dos Passos de Florianópolis

Património Cultural Imaterial• Por Lélia Pereira DA SILVA NUNES

Quando o manto da noite agasalhou a Ilha de Santa Cata-rina no sábado que passou, a imagem do Senhor Bom Jesus dosPassos mais uma vez sairá em procissão pelas ruas da Velha Desterro.Uma tradição religiosa que se repete há 248 anos retratando a fé ini-gualável, marca identitária da alma do florianopolitano.

É uma das maiores manifestações da cultura popular de SantaCatarina, verdadeiro patrimônio espiritual de sua gente e um dossímbolos da cidade de Florianópolis, tanto quanto a nossa PonteHercílio Luz que com seus braços de ferro nos une ao continentedesde maio de 1926. Por tudo que representa é um Bem Cultural denatureza intangível tombado pelo Estado como Patrimônio CulturalImaterial de Santa Catarina. Está em andamento no Instituto de Pa-trimónio Histórico e Artístico Nacional, IPHAN/MINC, o proces-so de reconhecimento de seu inegável valor cultural. Assim, muitoem breve, a Procissão do Senhor dos Passos estará inscrita no Livrodos Registros do Património Cultural Imaterial do Brasil.

A Procissão do Senhor dos Passos pouco mudou em seus 248anos de realização, sob a organização da Irmandade do Senhor Jesusdos Passos, fundada no dia 1º de janeiro de 1765, tendo no quadrodos fundadores o madeirense Padre Marcelino de Sousa e Abreu e osaçorianos Tomás Francisco da Costa, Manuel de Sousa da Silva, Ma-nuel de Medeiros e Sousa e Manuel Vieira Maciel. Nos dias atuais aIrmandade desempenha um relevante papel na vida de Florianópolis.Sua atuação se destaca no exercício da caridade, na administração doImperial Hospital de Caridade, construído em terreno doado peloaçoriano, da Ilha do Faial, André Vieira da Rosa.

No livro de Atas da Irmandade há o registro minucioso da pri-meira procissão realizada em 1766, dois anos após a chegada da ve-neranda imagem. Rituais simbólicos que atravessaram as dobras dotempo e continuam sendo celebrados – a Lavação da Imagem do Se-nhor Jesus dos Passos, três dias antes da procissão; a Missa e a Pro-cissão do Carregador; a Transladação das Imagens e a Procissão doEncontro.

O Encontro das imagens do Senhor dos Passos, o Filho eNossa Senhora das Dores, a Mãe acontece em frente à Catedral. Opovo silencia, ouve-se o Sermão do Encontro. Dali as duas procissõesse unificam e seguem em direção à Capela do Menino Deus, noMorro da Boa Vista, junto ao Imperial Hospital de Caridade ondepermanecerá até o ano seguinte. Não sem antes, ao pé do morro, da-rem uma volta de 360° com a imagem do Senhor dos Passos, numadespedida aos fiéis e à Ilha.

Olhando aquele mar de gente em constante movimento, comoas ondas do mar, não há como não reconhecer o seu maior significa-do para toda população que ali se encontra numa celebração de féem comunhão com suas raízes seculares e sua história cultural.

Procissão do Senhor Jesus dos Passos, património cultural deFlorianópolis é a cara da nossa gente.

Sobre a doença de Alzheimer

Encontro de informação

No quadro das atividades oferecidas à 3ª idade, oCASCM em colaboração com a Société Alzheimer de Mon-tréal, organiza um encontro destinado aos cuidadores dumapessoa que sofra da doença de Alzheimer ou de outra demência.O objetivo deste encontro é o de melhorar a qualidade de vida,tanto do doente como de quem trata da pessoa atingida peladoença.

– Toma conta de alguém que sofre da doença de Alzheimer?– Essa pessoa é o seu marido, esposa, mãe, pai ou alguém

que lhe é próximo?Se respondeu afirmativamente a uma destas duas perguntas,

está convidado a participar neste encontro de informação queterá lugar no dia 7 de maio, às 14h15, no CASCM. A entrada égratuita. Esperamos por si. Para inscrição ou para mais informa-ções, por favor contactar com o CASCM através do telefone514-842-8045. L P

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Bilhete de LisboaExposição “Os Czares e o Oriente…”na Fundação Calouste Gulbenkian

• Por Filipa CARDOSO

Quando é inaugurada uma nova exposição na FundaçãoCalouste Gulbenkian é quase obrigatório ir visitá-la.

Toda a atividade cultural que se desenvolve no núcleo daFundação é de primeira categoria.

Nunca é demais lembrar que Calouste Gulbenkian, em 1942,numa escala em Lisboa a caminho de Nova Iorque adoeceu. Ficoude tal maneira agradado com a paz que se vivia em Portugal que es-tabeleceu residência em Lisboa, no Hotel Avis.

Morre com 86 anos mas por testamento deixa grande partedos seus bens a uma Fundação, de direito privado e de utilidadepública, cujos fins estatutários são a Arte, a Beneficência, a Ciênciae a Educação.

No dia 28 de fevereiro passado foi inaugurada a exposição“Os Czares e o Oriente – ofertas da Turquia e do Irão no Kremlinde Moscovo”.

No dia da inauguração esteve presente a diretora-geral doMuseu do Kremlin, Elena Gagarina, filha do cosmonauta soviéticoIuri Gagarin.

Esta exposição que esteve patente em Washington, na Smith-sonian Instituition, é a primeira vez que é vista na Europa.

O seu núcleo é constituído pelas ofertas aos czares, proveni-entes do Irão, no período safávida, e da Turquia otomana (séculosXVI e XVII) e inclui tecidos luxuosos, armas, elaborados arreiosde cavalo, e riquíssimas joias.

Ao todo são 66 maravilhosas peças, todas de grande aparato,criadas para serem usadas em cerimónias oficiais. São peças opu-lentas mas que obrigam a ser vistas ao pormenor.

Os objetos estão magistralmente expostos numa sala escuraem que as luzes, os espelhos e os reflexos transformam a salanum cofre mágico.

Mais uma vez a Fundação Calouste Gulbenkian não desiludiu,pois esta exposição, pelo esplendor dos objetos apresentados,merece ser visitada.

L P

Eleições no Quebeque

Liberais ganham confortavelmente; Carlos Leitão eleito!• Por Carlos DE JESUS

Não obstante as previsões contradi-tórias das sondagens realizadas no final da cam-panha eleitoral para se eleger um novo governodo Quebeque, o Parti Liberal du Québec (PLQ)ganhou as eleições provinciais do passado dia7 de abril por uma larga margem, criando assimuma verdadeira onda de choque nas forças naci-onalistas do Parti Québécois (PQ) que tinhadesencadeado este ato eleitoral com o objetivode ir buscar um governo maioritário.

Com efeito, a primeira-ministra cessante,Madame Pauline Marois, que há dezoito mesesestava à frente dum governo minoritário, re-confortada pelas sondagens do seu partido quea davam vencedora com base na adesão do vo-to francófono ao seu projeto da «Carta dosValores», mal podia adivinhar que o resultadoviesse a ser exatamente oposto ao pretendido.

No final da contagem dos votos expressosnas urnas, o PLQ obteve 70 lugares, o quecorresponde a 42 porcento dos votos, o PQ,30, com 25 porcento dos votos, o partido

Coalition avenirQuébec, 22, com 23porcento dos votos,e Québec solidaire, 3lugares, com 8 por-cento dos votos.

Como ficou lar-gamente demonstra-do pelo correr da cam-panha, o principal fa-tor que fez mentir amaior parte das son-dagens iniciais e asprojeções do própriopartido no governo,foi a entrada em cena

do proprietário do grupo Québecor, Pierre-Karl Péladeau, o qual, com a sua emocionaldeclaração de fervente independentista trouxea terreiro a questão do referendo sobre a inde-pendência do Quebeque.

O facto de a gran-de maioria dos elei-tores ter expresso asua aversão pelo refe-rendo, o mesmo é di-zer à saída do Quebe-que da federação ca-nadiana – o que secompreende quandose tem em conta o quefoi a experiência trau-matizante dos doisprimeiros referendossobre a matéria – pro-vocou um tsunamino seio dos indepen-

dentistas, tanto mais agravado pelo facto de aprópria primeira-ministra, Pauline Marois, tersido vencida na sua circunscrição por uma can-didata desconhecida do PLQ.

Entre os eleitos do Parti Liberal conta-seo economista Carlos Leitão, o primeiro portu-guês a ser eleito como deputado e provavel-mente com assento no Conselho de Ministrosquando o novo primeiro-ministro eleito, Phi-lippe Couillard, designar a constituição do seugabinete.

Carlos Leitão, futuro ministro das Finan-ças!? Foto LusoPresse.

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Dom Henrique louva Portugal e abre portas a 25 de abril• Reportagem de Raquel CUNHA

Hermínio Alves é um empresário co-nhecido na nossa Comunidade, não só pelosseus dois restaurantes de sucesso, o Bico e oBitoque, como também pelo seu trabalho decaridade (table of hope) e pelas suas aventurasliterárias (Breaking Stones).

Empreendedor, Herman, como tambémé conhecido, é imparável, e abre oficialmente,já no próximo dia 25 de abril, as portas do seumais novo projeto, o Dom Henrique. Umespaço para a organização de eventos, poliva-lente, dedicado ao famoso estrategista e a todaa cultura portuguesa. O LusoPresse não podiaficar de fora e, por isso, segue a reportagem.

Herói do Mar...«A ideia já me martelava na cabeça há 25

anos. Para mim, D. Henrique é um dos maioresheróis portugueses. Era um visionário e issosempre me inspirou. Foi ele quem lançou Por-tugal ao mar, aos descobrimentos, e ao mundoem geral».

Foi pois um pioneiro e é graças a ele quePortugal, apesar do seu tamanho e da Espanhacomo tampão, consegue adquirir uma dimen-são mundial, tendo mesmo sido um dos maio-res impérios ultramarinos. Um feito impensá-vel, antes da ousadia desse príncipe. Por issoHerman Alves torna-se categórico na admira-ção pela figura de D. Henrique e também portoda a cultura lusa.

«Com a maturidade, aprecio mais do quenunca a cultura portuguesa. Depois de ter vistoo mundo inteiro, a maior parte dos portuguesesde certa idade, começa a dar mais valor ao nossopaís e à sua cultura. Não só ao que Portugaldeu ao mundo, mas também ao que o mundodeu a Portugal!»

Há 25 anos que tem o imóvel mas andavaà espera que vagasse para que pudesse fazer oprojeto. Com o edifício livre na primavera pas-sada, Herman projetou ali os seus sonhos ecriou um hino à nossa cultura: «um imensocomplexo de 3 andares (colado ao Bitoque)onde se pretende divulgar a cultura portuguesaem três grandes artes: a arte culinária, a arte vi-sual (pintura, fotografia) e a arte cénica (música,teatro).

Esse é o conceito. Cada andar é uma sala eo edifício divide-se em três grandes temas: pri-meiramente, temos a Cave de Vinho do Porto,dedicada à cidade natal de D. Henrique, e aogosto pessoal de todos os portugueses peloVinho do Porto. O andar térreo é compostopela sala dos Descobrimentos, já que D. Henri-que foi o impulsionador. E por fim, no últimoandar encontra-se, em forma de mezzanine, aSala da Nazaré, lugar onde Herman descobriuo mar e as possibilidades do mundo, assim co-mo uma homenagem aos nossos homens domar, marinheiros e pescadores, que tanto pornós têm feito, e que partem muitas vezes doperigoso mar da Nazaré.

Dom Henrique é o lugar por excelênciapara a organização de eventos e divulgação dacultura portuguesa e por isso conta no seunome com o título de «Centro de Artes e Even-tos» porque não se quer um espaço livre de al-ma, mas sim um local preenchido pelas nossasriquezas, que transpareça e introduza a almalusitana, não só ao Quebeque como ao

Mundo.

Fados de AbrilNeste 25 de abril, às 18 horas, o Dom

Henrique abre oficialmente as portas, com jan-tar e espetáculo, que visa angariar fundos parao Festival Portugal Internacional, que se reali-zará entre 6 a 10 de junho na Comunidade. Ca-da bilhete custa 125 $.

A noite será de fados, pela voz de CathyPimentel e de Cláudia Madeira, esta última umanova descoberta. «Um talento no qual vale apena investir», conta Herman, que a descobriuna procura de uma nova voz que animasse oserão. Foi por referência que chegou lá e nãose mostra desiludido. Aliás, Cláudia Madeira,que vem ao Canadá pela primeira vez, pela mãode Herman Alves, tem já uma agenda preenchi-da com digressão por Toronto, além de Mon-treal. Oriunda do Porto, Cláudia Madeira inau-gurará a Cave do Porto do centro Dom Henri-que, um local de novas descobertas.

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se tem feito nos últimos anos para representaro orgulho português. Herman Alves deixa amensagem: «É preciso ter o apoio da Comuni-dade para isto funcionar», e agradece ainda osconselhos e ajuda do arquiteto Paulo Jones,sem o qual não teria conseguido o resultadoque obteve. E isso porque Dom Henrique estáminuciosamente pensado, e nele se encontra acalçada portuguesa, a esfera armilar, representa-ções do Adamastor, das caravelas e mesmo doPadrão dos Descobrimentos. Para não falarnos azulejos portugueses, na belíssima ima-gem da cidade do Porto de 1954, e as ondas deferro que ilustram o palco.

Cuidado até ao mais pormenor, Hermanconseguiu conciliar num só espaço toda umacultura, talvez abençoado pelo visionário D.Henrique, que tão bem quis a Portugal. Sejacomo for, transmite aqui aquela coisa que nãose sabe bem o que é, que se prende nas notasdo nosso fado, que se instala no sal do nossomar e que nos corre na alma, como sangue nocorpo. Talvez tenha transmitido o intransmis-sível, traduzido o intraduzível e expressado,pela primeira vez, o significado místico da nos-sa Saudade.

Hermínio Alves e a sua paixão pelos Descobrimentos Portugueses...

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LE JOURNAL DE LA LUSOPHONIE

Éditeur et rédacteur en chef : Norberto AguiarDirecteur : Carlos de Jesus

Carlos de Jesus

Inês Faro

Norberto Aguiarr Ludmila Aguiar Daniel Pereira

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Página 617 de abril de 2014 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Rúben Correia em Montreal...O jovem escritor que sonha ser 1° ministro de Portugal

• Reportagem de Vitória FARIA

No passado domingo, dia 13 de abril,no Centro Comunitário do Divino EspíritoSanto de Anjou, graças à colaboração do seupresidente, senhor Carlos Almeida, que numcurto lapso de tempo pôde disponibilizar asala e organizar um almoço, o LusoPresse teveo prazer de apresentar em exclusivo, assim co-mo a LusaQ TV, o Rúben Miguel PachecoCorreia à nossa comunidade.

Quem é o Rúben Correia, de quem nuncatínhamos ouvido falar até este dia? É um jovemde 17 anos, com quatro livros publicados euma montanha de sonhos e ambições, para arealização dos quais trabalha com ardor. É na-tural de Rabo de Peixe, nos Açores, onde vivecom os pais, frequenta a escola secundária, tocaguitarra da terra no grupo folclórico Gaivota,se reúne com os amigos como um jovem dasua idade e ainda arranja tempo para escrever.

Esta história algo inabitual começou nu-mas férias em que visitou a Tunísia. O Rúbenficou fascinado com o país e, uma vez de voltaa casa, pôs-se a escrever uma história cujo he-rói era um menino árabe da sua idade, isto é,com dez anos. Não revelou nada a ninguém equando acabou o livro enviou-o por mail a vá-rias editoras. Como não recebesse nenhumaresposta decidiu melhorá-lo e voltar a enviar.E um dia, ao regressar da escola, tinha umaresposta positiva duma editora de Lisboa. Con-tou então aos pais e, a partir daí, tudo se desen-rolou rapidamente. O livro, que se intitula «Ka-mel e a Lâmpada Árabe» foi publicado em2011, quando ele tinha 14 anos de idade.

Por essa altura já tinha escrito o segundolivro – «O Planeta Fogo» – uma história ins-pirada por uma aula de Ciências, em que o pro-fessor falou dos perigos da poluição. Assim, oque acontece é que o Sol explode e mata toda avida na Terra. O livro quer-se uma apologiaduma atividade responsável por parte dos habi-tantes do nosso planeta. Este saiu em livrariano ano seguinte e, em 2013, foi rodada umacurta-metragem tirada da história.

No final de 2012 foi publicado o terceirolivro «O Pinhal dos Segredos e outras aventurasno Natal», o qual procura ensinar que a quadranatalícia não é uma altura de receber presentesmas sim de partilhar, de festejar com os amigose a família e, subjacentemente, uma crítica aoconsumismo. Em 2013 saiu um quarto livro, oqual se insere dentro da coleção «Heróis à modade». Trata-se de uma equipa de autores que escre-vem com regionalismos para que tais expres-sões não se percam nesta era de mundialização,com um léxico no final do volume. Desta veztrata-se de «Heróis à moda dos Açores» e é es-crito em colaboração com Humberta Araújo,jornalista correspondente do LusoPresse emToronto.

Evidentemente que o Rúben continua aescrever. Ele que já lia poesia da Sophia deMello Breyner Andresen ainda pequeno, queandava sempre com os bolsos cheios de poe-mas que tinha escrito, agora o seu autor preferi-do é José Saramago. A partir de 2012 começoua ser convidado para ir apresentar os seus livrosem Lisboa e foi recebido por diversas entidades,primeiro pelo ministro da Educação, depoispelo secretário de Estado do Desporto e da

Juventude, pelo Dr. Mário Soares e, finalmente,pelo Presidente da República e pelo Primeiro-Minis-tro. Todos os postos de televisão portuguesa, assimcomo muitas estações de rádio também quiseramconhecer o precoce escritor. Ao longo das entrevis-tas acabou por confessar com toda a candura que oseu sonho é ser primeiro-ministro para melhorservir o país e contribuir para o bem comum. Con-tudo, como está habituado a apostar no esforço, jáplanificou a sua preparação, que vai começar com asua próxima entrada em Direito, e depois completá-la com uma formação política. Àqueles a quempossa parecer pretensiosa a ambição de Ruben, eleconfessa que tomou por lema uma frase de Fernan-do Pessoa, «Posso não ser nada e não ter tudo, a-parte disso tenho em mim todos os sonhos douniverso».

Nesta sua visita a Toronto, que já não é a pri-meira ao Canadá, o Rúben Correia visitou as escolasportuguesas da cidade, assim como algumas escolaspúblicas onde o português é ensinado. Falou dosseus livros e escutou as queixas dos alunos e dospais pela falta de acesso a livros na nossa língua.Foi também essa a problemática que foi apresentadapela assistência no Centro do Espírito Santo deAnjou, na qual estavam presentes vários antigos eatuais professores de português das escolas deMontreal. Todos estavam impressionados com amaturidade do jovem escritor e com a sua firme de-terminação, sem nenhuma vaidade mas com umsincero desejo de servir. Claro que, como ele pró-prio confessou em resposta a uma pergunta diretasobre como era visto em Rabo de Peixe, disse porvezes ser malvisto, pois há sempre um grupo de«intelectuais» que pensam ser os donos da culturaaçoriana. Embora tivesse trazido consigo algunslivros no caso de haver pessoas interessadas emadquiri-los, para nossa grande pena os volumesnão chegaram para contentar todos os presentes.Tratava-se apenas do segundo livro, o primeiro es-tando em fase de impressão da terceira edição e oúltimo esgotado. Prometeu voltar a Montreal masdesta vez com muitos mais exemplares e de todosos seus livros. Se forem todos como «O PlanetaFogo», que tivemos o prazer de ler e admirar as be-las ilustrações, os nossos jovens têm garantidasumas boas horas de prazer de leitura, assim comoos pais, pois o nosso coração de criança também ésensível às aventuras de Mateus e Arene.

Na presença de Norberto Aguiar, RúbenCorreia, um jovem cheio de maturidade,fala à plateia dos seus livros e da suaambição de ser alguém na política regio-nal ou nacional. Foto de Jules Nadeau/LusoPresse.

L P

35 anos

PáscoaFeliz

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Página 717 de abril de 2014 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Festas Felizes!

Lesados pela PT e RTP• Por Osvaldo CABRAL

Há muitos anos que os Açoresestão a ser lesados em política de comunica-ções.

Muitas vozes já se insurgiram e eu pró-prio já denunciei casos, nestas páginas, deatuações que estão a prejudicar todos os aço-rianos.

O caso da PT é um fenómeno estranho,porquanto encontrou nos Açores um filãode negócio, só com lucros e pouco investi-mento, sem um único reparo das autoridadesregionais.

Agora foi a vez do Presidente-Executi-vo da Zon Optimus, Miguel Almeida, con-firmar como é que somos prejudicados, atra-vés dos custos de acesso ao cabo submarinoque liga o continente à nossa região, cobra-dos pela PT: “Os custos parecem-me exage-rados, o que limita muito a capacidade decrescimento nos Açores e na Madeira”, pre-judicando assim novos investimentos naregião.

Ou seja, à custa do monopólio da PT,os consumidores açorianos são penali-zados.

Na verdade, a utilização do cabo subma-rino pelos outros operadores custa 30 vezesmais do que o praticado por outros cabosinternacionais, incluindo o que a PT cobrapelo circuito entre Lisboa e Londres.

Só a Zon paga por ano 2 milhões deeuros pelo aluguer de circuitos à PT, no querespeita aos Açores.

E a história, que tem barbas, torna-se

mais repugnante, sabendo-se que o cabo sub-marino custou mais de 20 milhões de euros,dos quais a PT investiu apenas 5 milhões, fi-cando o resto à custa da região e de fundos eu-ropeus.

Um rico negócio a que se acrescenta outrode cabo de esquadra: a rede de distribuição detelevisão nos Açores, que pertencia ao canalaçoriano, foi entregue, de mão beijada, à PT,pelo então governo de Cavaco Silva. Daí paracá, a RTP passou a pagar o aluguer da distribui-ção. É só fazer as contas. O que a RTP-Açoresjá pagou à PT dava para instalar mais três ouquatro redes em todas as ilhas e ainda cresciapara investir numa nova televisão.

Mesmo a propósito de nova televisão, sur-giu esta semana mais uma ‘narrativa’ compro-vando o desprezo com que Lisboa trata a RTP-Açores.

Pela milésima vez nesta última década, maisum canal foi re-estruturado em Lisboa. Passa-ram o Canal 2 para o Porto, com todo o inves-timento inerente, e anunciaram ainda, com mui-ta pompa, que o orçamento do canal para 2014vai ser duplicado!

Quer dizer, para os Açores não há dinhei-ro, continuamos com o único canal do grupoque nunca foi re-estruturado e modernizado,permanecemos no limbo dos investimentos etêm o descaramento de irem para o Porto can-tar hossanas ao serviço público.

Mais grave: a proposta que Poiares Madu-ro vai apresentar no próximo dia 14 a VascoCordeiro é um autêntico aborto, sem sentidoe... Inconstitucional.

As obrigações de serviço público não selimitam aos serviços noticiosos.

Querer “passar a bola” da produção paraa região e limitar as obrigações do Estado à In-formação é mais uma manobra dilatória, paraficar tudo na mesma e encaminharem, mais

tarde, para o desmantelamento.Saiba Vasco Cordeiro dar a resposta que essa gente

merece. •••INTOXICAR – Veja-se o que disse o Presidente da

CAEM (Comissão de Análise e Estudos de Meios), An-tónio Casanova, na conferência “New Audience Prati-ces”, realizada nos últimos dias em Lisboa, a propósitoda RTP-Açores e RTP-Madeira: “Só na Madeira, temmais gente do que a SIC e TVI”, e quanto à RTP-A,“não se preocupem, tem ainda mais (funcionários) doque a Madeira”.

É com estas mentiras, ditas por doutos conferen-cistas alfacinhas, que se vai fazendo a opinião sobrenós nos setores centralistas da comunicação lisboeta.

•••TRADUÇÃO – O veto do Representante da Re-

pública ao decreto sobre os professores contratadosestá escrito em português macarrónico.

Aqui vai a tradução à letra do que Pedro Catarinoqueria dizer aos senhores deputados: “Nunca vi um par-lamento tão incompetente, deputados tão trapalhões euma Presidente insignificante, ao ponto de redigiremum decreto com erros ortográficos e gramaticais, es-quecimentos, teimosias e outras aleivosias. Organizemum workshop sobre como fazer leis ou, em última análise,vão frequentar a escola da noite”.

E nós a pagar 12 milhões, por ano, para estas péro-las parlamentares...

•••BICHARADA – A gente lê e não acredita.Um Procurador-Adjunto de Braga deixou prescrever

uma série de processos naquela comarca, designadamen-te um por burla e falsificação que lesava o Estado emmais de um milhão de euros, e outro que permitiu o ar-quivamento de uma investigação aos rendimentos doex-Presidente da Câmara de Braga, Mesquita Machado.

Somem isto às prescrições dos criminosos do BPN,BPP e BCP e vejam a quem este país está entregue...

L P

Celebremos juntos!O 40° aniver-sário do 25de Abril

C elebra-se esteano o 40° aniversário dumadas datas mais marcantes dahistória portuguesa. É nos-so dever de memória nãodeixar passar despercebidatal efeméride.

Convidam-se pois to-dos os interessados a junta-rem-se a um grupo de ami-gos que na próxima sexta fei-ra, dia 25 de Abril, pelas19h00, se reunirá na Asso-ciação Portuguesa do Canadápara um jantar comemo-rativo do 40º aniversário do25 de Abril de 1974.

Vamos confraternizar eaproveitar para recordar ossentimentos que nos habita-ram nesse dia ou simples-mente evocar o que o 25 deAbril representa para cadaum de nós.

Para reservar um lugarou uma mesa é favor ligarpara o (514) 928-1854.

L P

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Página 817 de abril de 2014 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

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Florida:Um Estado dos Estados Unidos Sem Flores Nem Rosas!

• Por Fernando PIRES

Miami é um paraíso de Sol e Mar,com um grande espaço de praia muito interes-sante, e com muita areia e água clara e quente.

O mesmo não se pode dizer da cidade deMiami, perdoem-me aqueles a quem eu nãoagrado, mas pareceu-nos uma cidade fantasma,sem vida, nem gente em movimento, comonoutras cidades urbanas, com pouca ligaçãode grande contacto social. Deu-nos a impres-

são que é um planeta para o futuro (próximomilénio?).

Fala-se muito da “Little Havana”, Peque-na Havana, em termos de promoção publicitá-ria, ou de boca em boca, sendo apontada comosítio turístico a visitar. Em termos de publici-dade o mesmo não acontece com a “LittleHaiti”, que as agências turísticas não apontamcomo sendo de interesse turístico! É certo queem Miami Sul a língua espanhola é talvez tãoutilizada como o inglês. Quanto à minha visitaa “Little Havana”, devo dizer que nada me im-

pressionou. É um pequeno subúrbio que podeser identificado como alguns subúrbios do“West Island”. É uma espécie de lugar onde viuns 30 cubanos jogarem cartas e dominó emgrupos, como um passatempo de laser. Sãorestos da cultura popular de origem cubana.Devo dizer que para além da sétima e oitavaavenidas, que identificam certos hábitos cul-turais, o resto é publicidade comercial de umasociedade incitando ao consumo. Ora da Flo-rida do Key Oeste não posso dizer o mesmo.Aqui havia vida, e gente, e algum ambiente cu-bano, até eu seria capaz de aqui viver algunstempos. Não foi por puro acaso que ErnestHemingway decidiu aqui comprar casa e fixarresidência. Não só quis ver Cuba por um canu-do a 90 milhas de distância, como aí viveu al-guns anos. Key Oeste tem um Porto de Maresplêndido, uma vista maravilhosa, e não foipor acaso o sonho de um homem que tentoulevar o comboio até lá, gastando milhões dedólares, e que o furacão de 100-160 km em1935 desfez todas as estruturas desse caminho-de-ferro sonhado, acabando aqui o sonho coma morte do homem que imaginou tal projeto.

Também não podia deixar de visitar umdos muitos canais pantanosos que existem naFlorida, e lá fui então para o percurso (no “air-boat tours everglades”) ver dois ou três aligato-res e umas quantas aves. Nada de especial, eramais um “show-off business” que outra coisa.Talvez porque este organismo era privado. Se-gundo a minha mulher, havia um outro parquefederal muito mais interessante.

Terminada a minha reserva de uma semanano hotel onde estávamos, a minha mulher foipermanecer com uma amiga ao norte de FortLauderdale. Eu encontrei outra boa pechinchanum “Hostel”, ou seja, um albergue da juventu-de de várias nacionalidades. Foi uma rica ex-periência com uma nova civilização de jovenscom tabletes, talvez alguns com programas deferramenta criptográfica. Eram quartos com seiscamas, umas tarimbas; isto não foi novidadepara mim, já numa outra vida, em França em1959, partilhamos 8 tarimbas, quatro portugue-ses de um lado, e quatro argelinos do outro. Is-to dentro de um vagão instalado na via-férreaque outrora teria servido de transporte de judeuspara os campos de concentração de Hitler. Sóque aqui neste Hostel havia condições de maisespaço, de higiene, e casa de banho. No vagãohavia no centro apenas um fogão a carvão paracozinhar e dormir. Não podíamos estar senta-

dos, os bancos eram as nossas camas debaixo.No entanto convivi aqui com jovens dos cincocontinentes, uma rica experiência que me pôsem contacto com treze nacionalidades. Haviaum respeito mútuo entre jovens e pessoas maisvelhas, compartilhando o mesmo quarto comseis camas, um sujeito do Missouri mais velhodo que eu, e um hindu dos seus quarenta. Haviatambém casais que utilizaram este hostel, po-dendo optar por quarto misto, desde que asregras internas fossem cumpridas.

A avenida que mais me cativou em MiamiSul foi a avenida Meridiana, onde habita umacomunidade de origem judaica. A avenida Me-ridiana tem muitas árvores de um lado e de ou-tro, que me encantaram. Árvores assim nuncatinha visto. Havia um corte nesta avenida peloParque Flamingo, que continua até ao MiamiBeach Convention Center.

Depois de descrever todos estes pequenosdetalhes, não posso deixar passar em silêncioum anúncio à entrada do Hall do Salão da Câ-mara Municipal de Miami Sul. Esta câmaraanuncia sessões de dois organismos privados,de lésbicas e homossexuais, num espaço públi-co. Não tenho nada contra a opção sexualdestes grupos, têm todo o direito de o serem.O que me estomacou foi uma instituição públi-ca, paga com o dinheiro dos cidadãos, albergarorganismos privados! Para terminar, como bi-cho curioso que sou, sabendo eu que os moto-ristas de táxi são pessoas que melhor conhecemas cidades, aqui vai uma pergunta ao motoristade táxi: “Que pensa o Sr. de Miami? Dá-meimpressão que é um paraíso de mar e sol.” Aresposta veio logo. “Engana-se. Isto é um pa-raíso da especulação da finança imobiliária eda máfia, a riqueza controla parte do porto demar e da cidade!”

Deixo-vos aqui, partilhando convoscoesta minha rica experiência, esperando que pos-sa ser útil a outros turistas visitantes.

Vítor CarvalhoADVOGADOEscritórioTelef. e Fax. 244403805

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Página 917 de abril de 2014 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Escolas do OntárioRúben Correia apresenta os seus livros

Rúben Correia, jovem escritor de sucesso, natural de Rabo dePeixe, visitou, mais uma vez, a grande cidade de Toronto, a fim de visi-tar algumas escolas, públicas e privadas, numa iniciativa conjunta como Instituto Camões, através da Coordenação do Ensino Português noCanadá.

O jovem açoriano, que já foi recebido e distinguido por diversas fi-guras de relevo nacional e internacional, como o Presidente da Repúblicade Portugal, visitou, com o intuito de falar da sua precoce carreira e dassuas obras publicadas, no dia 7 de abril, a Escola de St. Mathew e St.Anthony, da Direção Escolar Católica, no dia 8 a Escola de MontroseJunior e a Escola Alexander Muir, da Direção Escolar Pública.

No sábado, dia 12 de abril, Rúben Correia esteve, ainda, com osalunos das escolas portuguesas First Portuguese e Novos Horizontes,terminando as suas apresentações com uma sessão de autógrafos na li-vraria Rainbow Caterpillar Bookshop. L P

Vítor CarvalhoADVOGADOEscritórioTelef. e Fax. 244403805

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Página 1017 de abril de 2014 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

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Na Associação Portuguesa do Espírito Santo de HochelagaFADALISTAS NO CORAÇÃO E NA MEMÓRIA DO PO

• Reportagem de Adelaide VILELA – texto e foto

Quando se tem uma voz que encantao coração e fica na memória não é nada difícilcaminhar rumo ao sucesso, ou então, obser-vamos e vemos abrir rapidamente janelas poronde alguns artistas (no campo das cantigas)rasgam muitos e belos horizontes para con-quistarem o mundo em três tempos. Natural-mente levo até aos nossos leitores Jesus nasminhas palavras, já que os artistas, aos quaisfazemos referência, são da Ilha Terceira, apenasum deles é “nosso irmão” brasileiro. Os Fada-listas são artistas de grande craveira, com umagenerosa experiência no canto e em músicaclássica e noutros estilos. Eles e elas já partici-param nos famosos carnavais, bailinhos e des-files na Ilha de Jesus, a terceira a ser descobertano século XV, na época da Expansão Marí-tima Portuguesa.

O Percurso dos Fadalistas reúne interes-sados desde o ano 2012, ano do seu apareci-mento. Desde logo a sorte sorriu-lhes, talvezpelo tipo de música que escolheram e pela ma-neira como se dão em espetáculo. São três estre-linhas que brilham do princípio ao fim da noi-te. Tanto em Portugal como nos Estados Uni-dos e Canadá, na difícil arte de cantar, segundoLeandra, a cantora com quem tivemos o privi-légio de conversar, a primeira influência é posi-tiva: “Nós sentimo-nos tão felizes por cantarpara este povo tão simpático e acolhedor que

vamos embora com um nó na garganta e avontade de regressar”. Eles, os músicos sãobons e grandes profissionais, elas são genuínastal como o fado que modernizaram ou adapta-ram para que brilhe mais com os contornosdas suas vozes de ouro. Pelo que nos foi dadoobservar, em breve terão muitos mais cami-nhos para cruzar, outros mares a navegar outrosimaginários; outras culturas, com outras refe-rências sociais e culturais e para tanto, aí está oempresário que os trouxe a Toronto, o Sr. PauloBorba (Produções Musicais), pronto a acom-panhar os Fadalistas para quaisquer das 5 par-tidas do mundo, onde o amor musical os queira.

Durante a alocução do Sr. Álvaro Godi-nho, enquanto apresentava os Fadalistas comogrupo, em silêncio, a conversa, ia ficando gra-vada (na algibeira), para que nada falhasse. Pres-tamos atenção e gostamos muito. Para já ficama ser nossos favoritos. Fada-Lista-s: sim, cla-ro, as fadas, os Fadalistas ficam na minhalista. Agora é que brigo com quem vier e quiserdizer que o Fado é de Lisboa. O Fado é patri-mónio de Portugal, certo: de Lisboa, do Bairroalto, da Madragoa! O Fado foi de Maria Severae hoje é de quem o canta, é tão belo como es-tas três lindas mulheres: Sara, Leandra e Filipa!Elas, as três artistas, longe das luzes e dos pal-cos da certeiríssima Ilha tiveram a tenacidadede mostrar, com sentido e emoção, que a figurade Amália Rodrigues, a rainha do fado (1920-

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1999), continua viva no nosso imaginário. As-sim sendo, cantaram alguns poemas do grupomas a maior parte são sucessos de Amália Ro-drigues e dos nossos poetas portugueses.

Apesar de notarmos cansaço nos olhosdo nosso amigo Joe Puga, vimo-lo feliz naqueledia. Partilhando a mesma paixão pela música,foi ele quem descobriu os Fadalistas e lhes tra-tou da viagem para Montreal, sempre preocu-pado com o bem-estar do grupo, durante as 24horas que passaram nesta nossa cidade francó-fona.

O lugar de presidente do Festival foi entre-gue ao Joe Puga, o qual, pela sua experiência,desempenha muito bem o seu lugar. A notarque este é o primeiro dos eventos que enaltecea língua de Camões e os nossos valores pátrios,já incluído no Festival Português, que se vai re-alizar de 6 a 10 de junho. Naturalmente, o Sr.Alberto Feio e a Conceição Ferreira tambémfazem parte do corpo diretivo do FestivalPortugal Internacional de Montreal,razão pela qual o espetáculo foi filmado, seminterrupção, com o entusiasmo e o profissio-nalismo que todos lhes conhecemos. A LinaPereira, depois de ter cantado os parabéns àmamã, também veio cumprimentar os Fada-listas. Ficou-lhe muitíssimo bem visto ser a vi-ce-presidente deste grande acontecimento, reali-zado pela primeira vez em Montreal.

Os convivas, na Associação do DES deHochelaga, depois de deliciados com os man-jares que ia servindo a direção de Hochelagaescutavam com atenção: notava-se um carinhopeculiar e belo nos presentes! Os artistas soube-ram passar o testemunho e não deixaram denos interpelar, num apelo afetuoso, lindo e au-têntico. As meninas cantam, como se tivessematravessado a ponte entre o passado e o pre-sente, o fado tradicional trazido para outrostempos. O Fado antigo, o genuíno, é semprecultural quando leva a marca do coração e orelevo de quem o canta e sabe valorizar o cunhoda autenticidade. Assim, importa dizer que ahistória dos Fadalistas nos levou a um mundomaravilhoso de um sonho na canção, aqui dolado de cá de Portugal; aqui onde tão bem pulsao coração português porque ama.

Os nossos parabéns ao grupo, OS FADA-LISTAS e boa viagem de regresso.

Para concluir, espetáculos, exposições dearte e poesia, distintos trabalhos, em consonân-cia com o FESTIVAL PORTUGAL começamjá a proporcionar momentos de alegria, de or-gulho e de distração para a comunidade portu-guesa de Montreal e arredores. Estão na listamuitas surpresas nesta primavera até que junho6 aproxime a sua multidão, e com visão todos

Os Fadalistas, da ilha Terceira, um grupo de classe pura!

gritem: VIVA PORTUGAL EM MON-TREAL.

“Os fins justificam os meios”. E não hámeias medidas, se quiser pontuar com a nossarazão, vá connosco no dia 25 de abril ao res-taurante DOM HENRIQUE – Centro de Ar-te e Eventos – para muitas gerações, como oseu nome o indica. Vai haver muitas formaspara de lá sair feliz! Para além de festejar odia da Liberdade, sugere-se que leve boa dispo-sição, pois vai ouvir cantar o Fado por excelên-cia na voz de: Cathy Pimentel, Cláudia Ma-deira (de Portugal) e Susi Silva.

No Consulado

Novos horários

O Consulado Geral de Por-tugal em Montreal informa que, devidoa um processo de re-estruturação inter-no, o horário de abertura ao públicopassará a ser o seguinte:

Segunda-feira: Das 9.00 às13.00 e das 14.00 às 15.30;

Terça-feira: Das 9.00 às 13.00;Quarta-feira: Das 9.00 às 13.00

e das 14.00 às 17.00;Quinta-feira: Das 9.00 às 13.00;Sexta-feira: Das 9.00 às 13.00.

SECÇÃO DE VISTOS:

Terça-feira: Das 14.00 às 15.00;Quinta-feira: Das 14.00 às

15.00.

Mais se informa que o Serviço deRegisto Civil funciona na 2ª feira e na6ª feira e o de Notariado (procurações)à 3ª feira de manhã e 4ª feira da parte datarde, ambos os serviços mediantemarcação, de preferência via [email protected]

O novo horário entra em vigor apartir do dia 1 de maio de 2014.

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Maria João Sousa...

Uma ria artística no interior da arte• Reportagem (texto e foto) de Adelaide VILELA

Maria leva o nome de Nª. Senhora.Sim, a graça de Maria e João por ter nascido nodia 24 de junho, o dia de S. João Baptista, oSanto que Batizou Jesus Cristo. Segundo a Bí-blia Sagrada, João viria a anunciar o nascimentode Cristo, o Salvador. Transformado em prega-dor S. João Baptista batizou no rio Jordãouma imensidão de almas incluindo o Messias,o Filho de Deus. Chegava então, solenemente,o cristianismo para os convertidos.

Aproveitamos os pensamentos gloriosospara desejar à Maria João e a todos os meusleitores uma Santa e Feliz Páscoa, em Cristoressuscitado.

Depois da primeira exposição, no CentroComunitário do Espírito Santo de Anjou, aMaria João vê crescer e florescer as suas obrasde arte. É importante promover a nossa gentee ajudar a assinalar o progresso em suas vidas.Quiçá, talvez a Majao tenha também recebidouma ajudinha dos santos acima referidos:“Quem não pede não ouve Deus”! Este ditado

é dos mais antigos da terra. Use e abuse comofaz a nossa Majao com a sua pintura.

Como o leitor se deu conta estamos con-vosco para uma nova história. Desta feita, fo-mos “dar fé” de uma exposição de arte que es-tá patente no restaurante Chez le Portugais. Aartista plástica recebeu-nos com amabilidade esimpatia para inaugurar o encontro, na passadaquinta-feira. Também marcaram presença, osfilhos da Maria João e a nora. Até a Alicinha(com oito meses), se sentiu no país das maravi-lhas, no meio daquela montanha de cores vivas,da vovó, que faiscavam com os lindos olhosda princesa. Portou-se muito bem a boneca,ora parlava ao colo do pai, ora sorria nos bra-ços da mãe.

A Majao tem vindo a surpreender-nos,na vertente criativa: quanto mais avança nosaber mais maravilhas produz e mais se senteaprendiz da vida. “Só sei que nada sei”. Sócra-tes. Como artista plástica nada tem que apontarà vida. É concreta, corajosa, sente-se enriqueci-da com tudo o que vai conseguindo, “fruto de

muito trabalho”, diz. Mas vamos conhecermelhor a Maria João – enaltecendo a força destamulher – viúva, mãe, avó e artista plástica. Faroviu nascer uma linda jovem, recriadora de so-nhos de menina apaixonante e cheia de garra.O pior é que a sua Ria Formosa a deixou usar,

A pintora Majao, a primeira a contar da esquerda, com um leque de entusiastasadmiradores.

um dia, o lenço branco da partida… Empreen-deu uma vigem, talvez sem regresso e para trásficou Faro do seu coração. Faro, viu-a partirpela segunda vez e perfazer fielmente o cami-nho de viajante, com os seus três filhos e um

Cont. Pág. 22, Maria João...

A S S E M B L E I A - G E R A L A N U A L

Convocam-se os societários da Caixa Desjardins Portuguesa à Assembleia-Geral Anual que se realizará:

DData: 26 de Abril de 2014 HHora : 14h LLugar : – Associação Portuguesa do Canadá – 4170 rue Saint-Urbain, Montreal

para apresentação do Relatório Anual aprovado pelo Conselho de Administração, contendo o Balancete financeiro, o relatório das actividades do Conselho Fiscal e outras informações

prescritas pela lei. Decidir sobre a distribuição dos excedentes anuais, dos juros a pagar às quotas-permanentes, e às quota-partes de distribuição.

Será também efectuada a eleição para os lugares vagos no Conselho de administração e no Conselho Fiscal. Está previsto igualmente um período reservado a perguntas e respostas sobre

as actividades da Caixa.

Eleições

Queira notar que, aquando das eleições, é elegível toda a pessoa física que é societário de pleno direito(1) há mais de 90 dias e que não seja inelegível segundo a lei sobre as

cooperativas de serviços financeiros e que ela não exerce uma função incompatível em virtude do código de deontologia da Desjardins. Todo o candidato deverá consentir por escrito a

um inquérito de segurança e de crédito que lhe diga respeito e deverá comprometer-se a desenvolver os conhecimentos e as competências requeridas para o exercício da sua função como

dirigente. Uma candidadura só poderá ser submetida à Assembleia-Geral se um pré-aviso assinado por um societário de pleno direito e contra assinado pelo candidato, for entregue até

às 15h 00 do dia 22 de Abril de 2014.

Os formulários de candidatura, cujo uso não é obrigatório, estão disponíveis na Caixa.

Todos os societários da Caixa estão cordialmente convidados a participar nesta assembleia.

(1) Entende-se por societário de pleno direito, todo o indivíduo de origem ou descendência portuguesa

- Prémios de presença

- Distribuição das bolsas de estudo aos recipiendários Paula Bernardino, Secretária

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O LusoPresse em Seminário no Porto...«Imprensa Portuguesa no Quebeque: do corta e cola ao profissionalismo»

Texto da comunicação apresentada pe-lo diretor do LusoPresse no Seminário Inter-nacional sobre a «Imprensa de Língua Portu-guesa no Mundo», realizado na semana passa-da no Porto, sob a direção do Centro de Estu-dos da População, Economia e Sociedade emcolaboração com a Entidade Reguladora paraa Comunicação Social, sob o patrocínio daSecretaria de Estado das Comunidades e como apoio da Fundação Manuel António daMota.

Não se pode compreender a evolução dojornalismo sem se compreender a evolução dasociedade onde ele se insere. Isto é verdade emtodas as latitudes, línguas e culturas, mas é par-ticularmente verdade nas comunidades emi-grantes onde a relação entre o jornal e os seusleitores se reveste dum caráter particular, o deservir de cimento à sua coesão e à sua sobrevi-vência enquanto comunidade condenada à as-similação. No caso da imigração portuguesano Quebeque, há uma outra característica a to-mar em conta, é o facto de esta província cana-diana ser a única sociedade francófona na Amé-rica do Norte, com todas as vantagens e incon-venientes que isso representa para as comuni-dades imigrantes que são uma minoria dentrode uma sociedade minoritária.

A emigração portuguesa para o Quebeque,em números significativos, começou a verifi-car-se no princípio dos anos 50, tendo-se con-sensualmente aceite a data de 1953 como oponto de partida para designar a chegada dosprimeiros contingentes de imigrantes portu-gueses ao Canadá e ao Quebeque. Em 2003,os 50 anos da comunidade portuguesa do Que-beque foram celebrados com vários eventosde relevo, durante os quais se procurou subli-nhar – com bastante êxito – o contributo eco-nómico e cultural dos lusitanos imigrantes jun-to da sociedade de acolhimento.

No ano passado, por ocasião da passagemdo sexagésimo aniversário, embora com me-nos relevo – isto é, mais voltada para si mesma– a comunidade voltou a celebrar o evento, a-través das suas associações, organismos e im-prensa.

A imigração portuguesa no Quebeque foi,durante as primeiras décadas, principalmenteoriunda das regiões rurais de Portugal e, na suamaioria, de origem açoriana. Este facto explicaa baixa escolaridade dos imigrantes portuguesese a sua dispersão pelos quatro cantos do Que-beque. Foi com a chegada dos imigrantes políti-cos que aparece, em 1958, o primeiro jornal delíngua portuguesa, o “Luso Canadiano”, fun-dado por Henrique Tavares Bello, o qual tinhauma linha editorial claramente anti-situacio-nista.

Com o início das guerras em África, o go-verno de Salazar decidiu contrapor outra vozao “Luso Canadiano”, e deste modo, sob ainstigação do Consulado de Portugal em Mon-treal, com a colaboração de um dos seus funcio-nários, resolveu criar um novo jornal. Nasceuassim, no dia 25 de abril de 1961, o segundojornal em língua portuguesa, que manteve umalinha pró situacionista até aos alvores do 25de Abril. Entretanto, com a morte do seu fun-dador, o “Luso Canadiano” acabou por desa-parecer. Vários outros periódicos foram entre-

tanto criados mas quase todos eles já desapare-ceram. Hoje restam praticamente dois: A Vozde Portugal e o LusoPresse.

Os primeiros jornaisTodos os jornais na época dispunham de

poucos meios técnicos para a sua feitura e to-dos eles estavam mais voltados para a atualida-de em Portugal do que para a atualidade local.As notícias relativas à sociedade de acolhi-mento eram completamente ignoradas. A prin-cipal fonte de notícias era a própria imprensaportuguesa que chegava de Lisboa, por avião,mas mesmo assim com alguns dias de atraso.

Os jornais chegados de Portugal eram pas-sados em revista, cortavam-se as notícias emfunção dos interesses editoriais de cada um,colavam-se os recortes em folhas de montageme enviava-se a montagem à tipografia que seencarregava da sua impressão.

O material local estava reduzido ao míni-mo, geralmente aos anúncios publicitários e aum ou outro editorial que passou a ser com-posto localmente quando apareceu o primeirotipógrafo português na comunidade. Mas mes-mo assim os custos eram exorbitantes, tantomais que os jornais eram – e ainda são – distri-buídos gratuitamente.

A situação modificou-se significativamen-te quando, após o 25 de Abril, se sente que acomunidade precisa de ser informada com maisobjetividade e mais em cima dos acontecimen-tos. Eu, pessoalmente, aproximei-me do entãodiretor do jornal “Voz de Portugal”, ArmandoBarqueiro, que já havia algum tempo tinha vin-do a moderar as tendências situacionistas nosseus editoriais, e propus-lhe que fundássemosum novo jornal. Foi assim que surgiu “A Vozde Portugal”, que embora sendo, de um pontode vista jurídico, um novo jornal, se reclamousempre ser a continuação do primeiro, a talponto que ainda hoje ele reclama ser o maisantigo jornal de língua portuguesa do Canadá.

Criámos então, em 1975, com outros sóci-os, uma sociedade editora com atividades co-merciais de edição e publicação capazes de sus-tentarem os novos meios técnicos para a feiturada nova versão do jornal, a saber uma fotocom-positora e um minicomputador. Passámos as-sim a imprimir um jornal com um conteúdolocal muito mais importante e um novo visual.

Entretanto levei para o jornal um joveme prometedor jornalista, o Norberto Aguiar,que se ocupava principalmente de desporto.Foi ele que procurou dar à “A Voz de Portugal”uma nova direção, fazendo deste jornal um ór-gão de comunicação da comunidade e não umacorreia de transmissão das notícias que chega-vam de Portugal, largamente apoiadas, no pós25 de Abril, pelo terminal de telex que a Lusaalimentava 24 horas por dia.

Razões económicas levaram entretanto aempresa a cindir-se em duas entidades. Umapuramente comercial encarregada da tipografiae a outra, pela edição do jornal. Esta alteraçãolevou-me a sair da gestão do jornal e fiqueiapenas ligado a ele como jornalista eventual.

O jornal tomou então uma linha comercialmuito acentuada, a tal ponto que as notíciaslocais eram menosprezadas porque «não da-vam lucro». Norberto Aguiar, sentindo ingló-rio o seu combate em prol da atividade comu-nitária, resolve sair e criar o seu próprio jornalsegundo uma linha editorial muito clara – fazerdo jornal um órgão da comunidade e promoveratividades afins, de ordem cultural e social, queinspirassem esta mesma comunidade.

O LusoPresseFoi por estas razões que nasceu, há 18 a-

nos, o LusoPresse, um jornal que tem vindo amarcar a vida cultural, política e social da comu-nidade portuguesa do Quebeque e cuja influên-cia vai hoje muito para além das fronteiras geo-gráficas da comunidade luso quebequense, gra-ças à Internet.

Em 2006, quando se quebrou o meu vín-culo com “A Voz de Portugal” pelo facto deeste ter sido vendido a um outro grupo de in-teresses, resolvi aceitar o convite do NorbertoAguiar para dirigir o LusoPresse e dar-lhe a vi-ragem tecnológica que se impunha, isto é, a decriar a sua edição eletrónica na Web, com o seupróprio site e passar a estar presente nas redessociais, com o Facebook e o Twitter.

A composição do jornal, que já se faziapor computador, passou a beneficiar da redeInternet, tendo os jornalistas, revisores e tra-dutores passado a colaborar à distância. Outroelemento importante digno de ser realçado foia contratação de jornalistas profissionais a queo jornal se pode abalançar nos últimos anos.

Tradicionalmente todos os jornais viviam dotrabalho voluntário dos seus colaboradoresque, por carolice e amor à língua portuguesa,alimentavam o conteúdo local dos jornais.

Esta evolução só foi possível graças à evo-lução da própria comunidade, que passou doestatuto de minoria invisível ao de reconheci-mento por parte da sociedade canadiana pelaqualidade humana e profissional dos seusmembros.

Entre estas qualidades destacamos as pro-verbiais características dos imigrantes portu-gueses, como incansáveis trabalhadores, ordei-ros, e facilmente integrados na sociedade deacolhimento, a tal ponto que por vezes se dizsermos uma minoria audível – por oposiçãoàs minorias visíveis – por causa do sotaque.

Com o crescimento da comunidade e oaumento da escolaridade dos filhos da segundageração, os lusos quebequenses têm vindo aconquistar todas as esferas da vida social, artís-tica e política, tanto a nível provincial comofederal.

Uma comunidade em evoluçãoOs exemplos são inúmeros, mas realce-

mos alguns mais notáveis. No campo da saúdesobressai a figura do Dr. Horácio Arruda, Dire-tor Nacional da Saúde Pública do Quebeque eque é o porta-voz do governo que vem infor-mar o público sempre que algum foco de epi-demia se anuncia. No campo da economia, ado Dr. Carlos Leitão, considerado pela Bloom-berg o segundo melhor economista mundialentre 2006 e 2008 e que se apresenta agora empolítica com grandes hipóteses de ser eleito evir a ser o próximo ministro das Finanças doQuebeque caso o Partido Liberal do Quebequeganhe as eleições em curso. Ainda no campopolítico temos vários vereadores, presidentesde câmaras municipais e, mesmo a nível federal,temos a presidente do Parido Liberal do Cana-dá, secção Quebeque, a Alexandra Mendes queperdeu por uma unha negra o posto equivalentea nível pan-canadiano. No campo sindical so-bressai Ken Pereira que se tornou num heróinacional por ter tido a coragem de enfrentar edenunciar os grupos mafiosos e a corrupçãoque infestam o mundo sindical. No campodesportivo temos entre muitos outros a cam-peã olímpica, Meghan Benfeito, o Mike Ribei-ro, celebrado jogador internacional de hóqueino gelo. No teatro, citemos a Paula de Vascon-celos, diretora da companhia teatral Pigeonsinternational, criadora e encenadora dum nú-mero sem conta de peças de teatro e dança,atualmente com uma peça em cena num dosteatros de vanguarda de Montreal, a qual seráapresentada em junho deste ano no TeatroSão Luiz, em Lisboa; no mesmo campo te-mos a Isabel dos Santos, que chegou a acumu-lar o seu papel de vereadora municipal de Mon-treal e o de intérprete numa telenovela popularna televisão de Radio-Canada. No cinema, te-mos o Pedro Pires, realizador do filme premia-do internacionalmente Triptyque, com RobertLepage. Na música, salientamos o Alexandreda Costa, violinista emérito, vencedor do Mu-sical American Artist of the Year em 2010.No campo universitário temos vários e ilustresprofessores cuja lista seria demasiado longapara os citar sem correr o risco de omitirmosalguns. No campo financeiro contamos comum organismo de primeira importância no im-pulso dado à comunidade, que é a Caisse Des-jardins Portugaise, um banco cooperativo filia-do na Caisse Desjardins, a mais importanteentidade financeira do Quebeque. No campoprofissional, já por várias vezes na imprensa

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canadiana tem vindo referido o facto de osportugueses fornecerem um dos mais impor-tantes contingentes na Ordem dos Engenhei-ros. Embora não tão numerosos, a comunida-de conta também com bastantes advogados,notários, contabilistas e pessoal médico. Pode-mos também referir que o único representantecivil do Canadá no Conselho de Segurança Ci-bernética da NATO é um português de Mon-treal, nascido em Lisboa, o Dr. Tiago de Jesus.

Uma classe empresarialNo campo empresarial é de especial relevo

o facto de termos vários gestores e homens denegócios de grande calibre que, embora nãoescondendo as suas origens portuguesas, sãoconsiderados pela comunidade de acolhimentocomo perfeitos quebequenses.

É o caso da Linen Chest, 15 lojas de grandesuperfície das mais reputadas no ramo, ondeos produtores portugueses de atoalhados, loi-ças, cobres e outros artigos domésticos têmum aliado na pessoa do seu diretor, um portu-guês. É o caso igualmente do distribuidor devinhos do Porto, Emanuel Cabral, que criou asua própria linha, o “Porto Cabral”, que setornou a marca de vinhos do Porto mais popu-lar no Quebeque.

No campo empresarial há, no entanto,um setor que se tornou no mais importanteveículo para a promoção da comunidade por-tuguesa, da sua cultura e dos produtos portu-gueses em geral, é o da gastronomia.

Temos, sobretudo em Montreal, e váriasvezes confirmado por viajantes conhecedores,que a mais sofisticada gastronomia portuguesaque os estrangeiros podem apreciar fora dePortugal se encontra nesta cidade. Tambémtemos muitas churrascarias que fizeram a repu-tação da cozinha popular portuguesa, mas é apresença de grandes chefes, inovadores, arroja-dos, confiantes no saber fazer da cozinha por-tuguesa que nos honram neste campo; é o ca-so da Helena Loureiro, autêntica estrela da culi-nária de Montreal, com os seus dois restauran-tes, o “Portus Calle”, no centro do chamadobairro português de Montreal, e o “Helena”no centro histórico do Vieux Montréal. É ocaso do empresário Carlos Ferreira, proprietá-rio de vários restaurantes entre os quais o “Fer-reira Café”, centro de atração de tudo quantoMontreal tem de jet-set e que é também umgrande impulsionador da nossa portugalidadeno seio da comunidade quebequense.

Com cerca de 80 mil indivíduos, 55 mildos quais vivem concentrados na área da gran-de Montreal, com três grandes centros comu-nitários (Igreja de Santa Cruz, Nossa Senhorade Fátima e os Unidos de Hull), com várias de-zenas de associações de cariz social, desporti-vo, folclórico ou musical, algumas das quaisem sedes próprias com um valor patrimonialsuperior a um milhão de dólares, a comunidadeportuguesa foi criando também um númeroconsiderável de empresas, nos mais diversossetores de atividade, de tal modo que se conse-gue hoje, graças ao apoio publicitário forneci-do pelos comerciantes, tanto de dentro da co-munidade como de fora, manter, além dos doisjornais mencionados, outras publicações peri-ódicas, um anuário, dois programas de televisãoe dois programas de rádio em língua portu-guesa.

Projetos e deceçõesTem sido pois, no interior desta comuni-

dade, que o LusoPresse tem vindo a evoluir. E,fiel aos seus objetivos iniciais, este jornal temprocurado, ao longo da sua existência, promo-

ver todo um leque de atividades para promovera nossa cultura, a nossa língua, as nossas tradi-ções e favorecer a inserção social, económicae política dos seus membros no concerto dasociedade de acolhimento.

Para tal, o jornal tem lançado as mais di-versas atividades. Uma das primeiras iniciativasfoi a de criar um grupo de jovens, sobretudodaqueles que tinham passado pelas escolas deportuguês ao sábado e assim dar-lhes a opor-tunidade de criarem uma experiência jornalís-tica e de implicação social, ao mesmo tempoque procuravam praticar e melhorar o seu por-tuguês. Foi um verdadeiro alfobre de grandestalentos que hoje enriquecem a comunidadede acolhimento e nos enaltecem. Nesse quadroenviámos, em reportagem, jovens jornalistasao Brasil, à África e a Portugal.

Criámos depois a tradição de celebrarmostodos os anos o “Dia da Mulher”. Este anovai ser o décimo quarto ano. Para o efeito te-mos abordado os mais variados temas, sob asmais diversas formas. Ora em forma de simpó-sio, de mesa redonda, de conferência, com ousem público, mas de modo a refletir a realidadeda mulher portuguesa no Canadá. Já nos hon-raram com a sua participação personalidadesda vida pública portuguesa, que se deslocarama Montreal para o efeito, como a Dra. MariaBarroso e a Dra. Manuela Aguiar (esta portrês vezes, uma delas como Secretária de Estadodas Comunidades).

Outro pretexto para promovermos ativi-dades extra jornalísticas, junto da comunidade,tem sido a data do aniversário do jornal, utili-zando igualmente o mesmo formato do “Diada Mulher”, isto é, através de conferências,simpósios, mesas redondas, grupos de discus-são.

O mais importante foi há dois anos paracelebrarmos o décimo quinto aniversário dojornal. Elaborámos um calendário que nosmanteve ocupados durante todo o ano, comas mais diversas atividades sociais, culturais,políticas e desportivas, incluindo um ambicio-so projeto que foi o de levarmos todas as asso-ciações a criarem um organismo de cúpula,com sede própria, cujo nome era “Casa dePortugal”. Encontrámo-nos com todos os di-rigentes associativos, promovemos mesas re-dondas em público, convidámos especialistasidóneos como consultantes, como o Prof. Dr.Victor Pereira da Rosa, da Universidade de Ota-va, que veio esclarecer, num debate público, asvantagens e inconvenientes duma tal iniciativa.Conseguimos, finalmente, reunir todos os pre-sidentes de associações num hotel de Mon-treal, onde foi decidido que todos iriam convo-car assembleias gerais de sócios para que oprojeto fosse avante. Sempre insistimos paraque tudo fosse feito com a mais completatransparência e democraticamente, tendo o jor-nal sempre sublinhado, ao longo de todo oprocesso, que apenas estava ali para apoiar osorganismos e de modo algum querer substituir-se ou impor-se às associações comunitárias.Com a preocupação de que o processo fossebem claro convidámos igualmente a Delegadado Conselho das Comunidades pelo Quebe-que, a acompanhar-nos nesta diligência, factoque ela aceitou e correspondeu até ao fim.

Infelizmente, o projeto acabou por abor-tar por razões que nunca nos foram comunica-das mas que julgamos conhecer. Não é demaisafirmar que todos os custos envolvidos comeste processo foram assumidos pelo LusoPres-se, mas não estamos arrependidos. Esta foi anossa forma de retribuir à comunidade um pou-co do que ela nos tem dado.

Outro evento que também sobressaiu foipor ocasião do décimo aniversário onde foramrealizadas as mais diversas atividades, com con-ferencistas convidados e discussões sobre osmais diversos aspetos da comunidade. O se-nhor secretário de Estado das Comunidade,José Cesário, fez mesmo questão de estar pre-sente na cessão de encerramento, o que muitonos honrou.

Mas a nossa participação na vida social,económica e política da comunidade não setem feito só à volta dos nossos aniversários.A qualidade e o profissionalismo do nossotrabalho têm sido reconhecidos para além dasfronteiras da comunidade. Foi no seio da nossaequipa que o Comité Consultatif de Radio-Ca-nada veio buscar um conselheiro, assim comoo jornal “The Gazette”. Foi também com oLusoPresse que o principal jornal francófonoda América do Norte, “La Presse”, fez umaparceria para fazer uma reportagem em Portugalde lés a lés, por ocasião da Expo 98. Foi entãopublicado um “encarte” bilingue, naquele jor-nal e no nosso, com uma tiragem de 350 milexemplares na sua edição de sábado.

Antes de terminar, quero sublinhar queao longo da sua existência o LusoPresse nuncaviu regateado o apoio e a colaboração de váriosintelectuais portugueses, uns que nos cedemregularmente as suas crónicas, como é o casodo Prof. Onésimo Teotónio de Almeida, daUniversidade Brown, ou do Prof. Victor Pereirada Rosa, da Universidade de Otava, que sempreque pode não nos nega o seu apoio e colabora-ção, e mais recentemente o caso de jornalistasreformados em Portugal que nos alimentamcom material original.

Um dos aspetos que porventura passamais despercebido do grande público mas queé de sublinhar quanto ao aspeto ético com quesempre temos vindo a publicar o LusoPresse,é que temos levado a nossa política editorial aoponto de nos privarmos de boas receitas publi-citárias quando o material proposto viola anossa linha de respeito pelo leitor. É o casodos anúncios de curandeiros, adivinhos e que-jandos que recusamos sistematicamente.

Uma nova eraRecentemente, como prova da considera-

ção, importância e do reconhecido profissiona-lismo de que temos dado provas, mesmo paraalém das fronteiras da diáspora, o canal de tele-visão «ICI International Channel», convidou-nos a assumir a produção de um programa emlíngua portuguesa, disponível gratuitamentepor antena e por cabo. Escusado será dizer queassumimos essa responsabilidade após longareflexão. Desde novembro de 2013 a LusaQTV está no ar, com a mesma equipa do Luso-Presse e mais alguns novos colaboradores.

Como mencionei no princípio, as comuni-dades emigrantes no Quebeque são minoriasdentro duma minoria. 78% dos 8 milhões dehabitantes desta província são de origem cana-diana francesa o que faz com que esta sociedade,embora maioritariamente francófona, seja tam-bém uma minoria no oceano anglófono da A-mérica do Norte. Este facto tem repercussõessobre o uso da língua materna por parte dosimigrantes. Efetivamente, sobretudo na regiãode Montreal onde se concentra a maioria dosimigrantes e dos anglófonos do Quebeque, adualidade linguística, francês/inglês, faz comque a pressão sobre os imigrantes para queadotem no âmbito familiar e social o francêsou o inglês é bem menor do que aquela que severifica nas outras sociedades mono linguísti-cas, onde a tendência para se abandonar a língua

materna se começa a sentir desde a primeirageração de imigrantes. Esta característica doQuebeque faz com que a maioria dos filhos deimigrantes sejam trilingues, ou mesmo poliglo-tas, como é o caso dos meus netos filhos deuma mãe portuguesa e de um pai grego, cujalíngua principal em casa é o inglês, o que émuito frequente nos casais mistos, e que vão àescola francesa, falam grego com os avós helé-nicos e português com os avós lusitanos. Tudoisto para concluir que é facto aceite que a quali-dade da língua portuguesa falada pelos luso ca-nadianos do Quebeque é ligeiramente superiorà dos seus conterrâneos que emigraram paraoutras latitudes.

Antes de terminar, não posso deixar demencionar o trabalho insuficiente dos corres-pondentes da Lusa no Canadá que, positiva eostensivamente ignoram o nosso trabalho eo de todos os portugueses que por cá labutamem prol sua terra e preferem enviar notícias de“faits-divers” do que falar daquilo que é notíciada comunidade. O exemplo mais flagrante foia notícia da Bloomberg sobre o Carlos Leitão,como segundo melhor economista mundial,que passou completamente fora do radar dacorrespondente da Lusa em Montreal e larga-mente noticiado pela imprensa canadiana atlarge.

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40 anos do 25 de Abril *

Salazar, um ditador diferente dos outros• Por Carlos DE JESUS

Poucos podem negar que o 25 de Abrilfoi a data mais marcante no espírito do povoportuguês, porventura dos últimos 500 anos.É possível que outros acontecimentos tenhamalimentado as crónicas onde o povo se viuembarcado, como quando da chegada de Vascoda Gama a Lisboa, depois do seu extraordináriopériplo pelos mares da Índia, com o incontávelnúmero de lisboetas que o vieram acolher àsmargens do Tejo, ou a Revolução Liberal noPorto em 1828 que procurou trazer uns aresde democracia parlamentar a que o povo tantoalmejava, ou a independência do Brasil em 1822que marcou o princípio do fim dum impériocolonial mas para a qual o povo nunca foi ou-vido nem achado, ou a implantação da repúbli-ca em 1910 que esperava criar um país desenfeu-dado da monarquia parasita que o sugava até àmedula. Acontecimentos de sobejo acontece-ram durante este entretempo mas com os quaisas massas populares raramente se viram envol-vidas tanto como quando do 25 de Abril de1974. Com os novos meios de comunicaçãodo século XX, a rádio, a televisão e os jornais,o 25 de Abril chegou a todos os cantos dePortugal. Até aí, todas as revoltas eram muitolocalizadas, tanto geograficamente como aonível das classes sociais. As grandes perturba-ções políticas que os compêndios da Históriade Portugal registam, raramente foram maislonge que os recintos palacianos e só pela mar-

gem e a longo prazo vieram afetar a vida diretada maioria do povo. Não esqueçamos que atéao 25 de Abril a grande maioria dos portugue-ses era um povo agrícola e semianalfabeto, dife-renciando-se pouco, em muitas regiões do in-terior, quer pelos meios de produção, quer pelaestrutura social, dos seus antepassados da IdadeMédia.

Salazar, o ditador cujo regime dominoupraticamente durante meio século, não foi umditador como os outros. Embora isto custe aaceitar a certa esquerda ideológica, mesmo nosdias de hoje em que os arquivos foram esmiu-çados, Salazar não foi um ditador como Mus-solini, como Franco ou como Pinochet. Asua obsessão pelo poder nunca foi pelas hon-rarias, nem pelas riquezas, nem para beneficiara sua família. Antes pelo contrário. Até faziagala de pagar as suas contas de água e luz enunca tirou os pais da miséria.

Salazar, como bom seminarista que foi,não quis o poder para privilegiar este ou aquelegrupo. Serviu-se deles para atingir os seus obje-tivos. Acima de tudo impôs uma mão de ferroao país, prendendo, exilando ou até fazendodesaparecer certos opositores para criar umasociedade conforme ao seu ideário político.Uma sociedade sem classes, paternalista, sobo tema fascista de Deus, Pátria e Família. Umasociedade que era ao mesmo tempo anticomu-nista e anticapitalista. Uma sociedade corpora-tiva à imagem das corporações profissionaisda Idade Média onde todos os misteres colabo-ram entre si e não se opondo como pretende

o ideário de Karl Marx. Para evitar as lutas declasses, intimamente ligadas ao desenvolvi-mento industrial, recusou o progresso tecno-lógico, reduziu os anos de ensino primário,sob o pretexto que o cidadão quanto mais sabemais infeliz é. Quis, até ao limite do suportável,manter o antigo império colonial, como umaobra de civilização e evangelização.

Lidou com mão de mestre – mesmo osopositores lho reconhecem – a delicada neutra-lidade de Portugal durante a última GrandeGuerra, quando o país foi várias vezes amea-çado de ser invadido, tanto pelos alemães como

pelos espanhóis, ou de perder os Açores àsmãos dos Aliados. Foi graças à sua hábil diplo-macia, quando ocupou as pastas de ministrodos Negócios Estrangeiros e, das Finanças edo Interior concomitantemente com a de pri-meiro-ministro, que Portugal tirou o maiorproveito económico da guerra, graças ao vol-frâmio que ele ajudou a vender a uns e a outros.

A gestão deste episódio da história portu-guesa serviu-lhe de caução moral e política jun-to de grandes setores da população portuguesapara que ele pudesse ignorar completamente amodernidade que exigia uma transição para ademocracia.

No final da sua governança o povo portu-guês estava pobre e esfomeado, mas o Bancode Portugal estava a abarrotar de barras de ouro.

Foram precisas as guerras coloniais commilhares de estropiados e mais de um milhãode expatriados pelo mundo fora para que osistema salazarista começasse a abrir brechas.Entre elas o estrondo do livro do General Spí-nola “Portugal e o Futuro”.

As repetidas missões dos oficiais de carrei-ra, aliadas ao contacto com os oficiais milicia-nos, mais politizados e mais críticos do regime,levaram os primeiros a realizar que a guerra co-lonial estava num beco sem saída. Em julhode 1973 realiza-se no Porto o Congresso dosCombatentes no Ultramar. Em novembro domesmo ano, entre os oficiais do quadro, come-ça a falar-se à boca pequena no derrube do re-gime como única alternativa possível. Em de-zembro os capitães mais ativistas criam o MO-FA (Movimento dos oficiais das forças arma-das) e elegem uma comissão composta porVasco Lourenço, Salgueiro Maia e Otelo Saraivade Carvalho com a função de preparar umaação militar contra o estado. Das reuniões se-

Otelo Saraiva de Carvalho, o grande es-tratega militar do 25 de Abril!

Cont. Pág. 22, Salazar...

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Comemora «Festa da Paz»• Por Norberto AGUIAR

A Associação Angolana de Mon-treal, que tem vivido ultimamente alguns so-bressaltos, esteve em festa no passado dia 5 deabril, quando organizou uma tarde e noite emhonra dos Acordos de Paz, realizados em An-gola, entre os partidos nacionais desavindos eque, por isso mesmo, se cruzaram numa guerrafratricida, pouco depois de se ter tornada inde-pendente, em novembro de 1975.

Para o efeito, como convidado, esteve emMontreal o embaixador Agostinho Tavares.À volta da sua estada na Associação Angolana,muitos convivas, necessariamente quase todosoriundos daquele belo país africano.

Outra das razões porque o evento foimuito concorrido, teve a ver com a chegada denovos dirigentes ao organismo, isto depoisde um período nada famoso, como nos disse-ram alguns dos nossos interlocutores, que in-vocaram má organização, consubstanciada emfaturas não pagas e outras coisas mais.

Agora, para colmatar os problemas vivi-dos no próximo passado, um grupo de 15 pes-soas, onde neste momento não há nenhumchefe, como também nos foi dado saber, deci-diu tomar as rédeas da Associação Angolana edar-lhe a orientação certa, como já aconteceunoutras etapas da sua existência...

A promessa que fizeram os novos timo-neiros é de que precisam de um período de trêsou quatro meses para reorganizarem a Associ-ação, em termos de «limpeza» financeira e, de-pois, passarem à formação de um elenco dire-tivo responsável e sério que possa, uma vezpor todas, dar à Associação Angolana de Mon-treal a estabilidade que precisa de maneira aconstruir o seu futuro sem vacilamentos.

É nesse sentido que os atuais dirigentesquerem trabalhar, como também nos foi ditopor António Magalhães, um dirigente angola-no que depois de se ter ausentado do dirigismoestá de volta com vontade de colaborar.

«Estamos decididos em encontrar novasinstalação para a Associação, visto as atuaisserem exíguas. Além disso temos a ambiçãode criarmos uma escola de português para asnossas crianças e isso só pode ser possível nointerior do nosso organismo, por razões eco-nómicas e de estratégia...», diz-nos, com segu-rança, António Magalhães. Para logo respon-der a outra pergunta nossa: – Não vamos paraas escolas de português da comunidade portu-guesa por questões económicas. No interiorda nossa Associação tudo será mais fácil, a co-meçar pelas propinas que terão um custo quasesimbólico. De resto, em lista de espera já temos25 crianças inscritas.

Entretanto, soubemos que a AssociaçãoAngolana já está em negociações com um em-

presário da comunidade portuguesa para o ar-rendamento do espaço requerido e que «... dêpara albergar uma centena de pessoas de cadavez».

A festa do dia 5 de abril não teve só a pre-sença e o discurso do embaixador angolano àcomunidade local, que de resto enalteceu, pelasua «coragem e determinação». Houve tam-bém jantar, «uma Muamba de lamber o beiço»,e muita música. A tarde tornou-se serão, mercêda alegria e vivacidade de todos os presentes.

A festa terminaria com mais uma nota deesperança para os angolanos presentes quandoo embaixador Agostinho Tavares deixava saberque «o nosso país, depois que acabou a guerra,nunca mais parou no seu franco desenvolvi-mento!»

A «Festa da Paz» na Associação Angolana de Montreal foi assaz participada. Fo-to LusoPresse.

Embaixador Agostinho Tavares. FotoLusoPresse.

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João Ponte defendeNovo modelo de financiamento das autarquias

Crescimento da LagoaJoão Ponte quer que estatuto de Cidade seja uma oportunidade

LAGOA, Açores - Esta foi uma dasprincipais mensagens deixadas pelo Presidenteda Câmara Municipal da Lagoa na sessão sole-ne evocativa do 2.º aniversário da cidade.

Segundo João Ponte, os desafios coloca-dos ao poder local são cada vez maiores e maisexigentes, o que obriga a repensar e a reavaliaras prioridades, pelo que a governação futura,sem esquecer as preocupações sociais, devepassar pela gestão responsável das finançasmunicipais e pelo favorecimento da economialocal e da empregabilidade.

Contudo, o edil lagoense considera queexistem intervenções estruturais e prioritáriaspara o concelho, dado o contributo que pode-rão vir a dar no âmbito do crescimento econó-mico e da empregabilidade.

Neste sentido, frisou que, o contributodo município para o futuro da cidade da Lagoaserá feito através da promoção de ações queserão importantes alavancas para o progressoda cidade e do concelho, destacando: o Tecno-parque, onde muito em breve o primeiro edifí-cio do Nonagon – Parque Tecnológico da ilhade S. Miguel irá receber as primeiras empresasde base tecnológica; a instalação de dois impor-tantes empreendimentos, também no Tecno-parque, cujos contratos foram assinados emsetembro. O primeiro destinado à construçãode uma unidade hospitalar e de cuidados conti-nuados. O segundo destinado a uma unidadede prestação de cuidados de saúde, com recurso

a métodos e técnicas próprios da medicina nu-clear.

Ambos os projetos implicarão um inves-timento superior a 30 milhões de euros, queespera possam ser concretizados ainda nestemandato autárquico, inserindo-se assim na es-tratégia de promoção do Tecnoparque e sendosimultaneamente um estímulo ao contínuo de-senvolvimento da cidade e do concelho.

Para além disso, a autarquia está a trabalharpara que, no próximo quadro comunitário deapoio seja possível a concretização de alguns

projetos essenciais ao desenvolvimento da ci-dade da Lagoa, designadamente a ampliaçãodo Porto dos Carneiros, o passeio marítimoda Cidade, que ficará situado entre a Pousadada Juventude e o Portinho de São Pedro, e ain-da o Mercado Municipal.

Para o Presidente da Câmara Municipalde Lagoa, a história ensinou que, ao longo de492 anos, outras crises já se viveram e foramultrapassadas. Por isso com uma atitude posi-tiva, construtiva e exigente procuraremos tri-lhar um caminho de progresso para a cidade epara o concelho.

As juntas de freguesia, parceiras neste per-curso de desenvolvimento, sabem que podemsempre contar com o apoio do município, so-bretudo pelos resultados obtidos que de-monstram que valeu a pena o esforço financei-ro realizado na última década.

Numa cerimónia que foi presidida peloPresidente do Governo Vasco Cordeiro, o au-tarca Lagoense assegurou que a sua autarquiaprocurará manter sempre o bom relaciona-mento em termos da cooperação com o Go-verno dos Açores referindo que, sabe que “osenhor Presidente do Governo sabe quais sãoos seus compromissos e as necessidades desteconcelho.

E que também sabe que o senhor Presi-dente sabe melhor do que todos nós quandoterá as melhores condições financeiras de con-cretizar os compromissos do seu governo comos lagoenses.

Nós estaremos cá para aplaudir ou pararelembrar se for o caso”, terminou.

João Ponte, presidente da Câmara.

L P

O Presidente da Câmara Municipalda Lagoa defendeu um novo modelo de financi-amento das autarquias, durante a sessão solenecomemorativa do segundo aniversário da ele-vação da vila da Lagoa a cidade.

Segundo João Ponte “a profunda criseatual originou uma diminuição bastante consi-derável nas receitas correntes dos municípios,acrescentando que, no caso concreto da Lagoa“entre 2008 e 2013, o município perdeu cercade 5 milhões de euros de receita expectável, sóem taxas e impostos, o que condicionou, emmuito, a atividade camarária, por se tratar deverbas que representam quase 25% das receitaspróprias correntes”.

O autarca lagoense defende por isso que éurgente repensar e mudar o modelo de finan-ciamento das autarquias locais, pois como édo conhecimento geral grande parte das recei-tas das câmaras municipais advém das transfe-rências do orçamento de estado e dos impostose taxas associadas ao urbanismo, sendo preci-samente estas duas parcelas que têm vindo aser reduzidas significativamente.

O edil lagoense teme mesmo que, a man-ter-se esta tendência decrescente, resultado daspolíticas aplicadas pelo governo da república,dentro de uma década, muitas autarquias estar-ão à beira da falência técnica ou até mesmo deum retrocesso histórico nos serviços presta-dos às suas populações.

L P

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Autarquia da Lagoa aposta no TurismoA Pousada de Juventude da Lagoa assinalou,

no passado domingo, o seu segundo aniversário, emcerimónia comemorativa que contou com a presençado presidente da Câmara Municipal de Lagoa, JoãoPonte.

A Pousada da Juventude de Lagoa foi um equipa-mento construído pela autarquia lagoense, com o obje-tivo de atrair mais pessoas ao concelho e por via dissoestimular a economia local, que tem acolhido não sójovens, como também muitos turistas que têm desta-cado positivamente a qualidade deste equipamento edos seus serviços prestados. É de realçar que a Pousadada Juventude já registou cerca de 8.000 dormidas e maisde 2.500 turistas de 35 nacionalidades diferentes.

Segundo João Ponte, “estes são números impor-tantes mas que naturalmente não nos satisfazem. Te-mos, por isso, que continuar a trabalhar para crescerem dormidas na época baixa e aumentar a frequênciade jovens, através de parcerias com eventos que se re-alizem na ilha de São Miguel”.

A cerimónia comemorativa serviu, formalmente,ao lançamento do guia “Lagoa Comvida”, onde sãodivulgados os principais eventos culturais, desportivose de lazer que podem atrair mais pessoas à cidade deLagoa. Este é um instrumento que será distribuído emtodas os alojamentos da ilha de S. Miguel, sendo, porisso, um convite a todos os micaelenses para visitarema Lagoa e sentirem a vivacidade e o dinamismo da maisnova cidade do país.

O edil lagoense salientou a aposta do município,nos últimos anos, na disponibilização de novos equi-pamentos que considera importantes para a estratégiade afirmação cultural da Lagoa na ilha de São Miguel.Referindo-se, concretamente, à Mercearia Central – CasaTradicional; à Casa das Memórias do Convento; ao

Convento dos Franciscanos; ao Museu Etno-gráfico do Cabouco e à Casa da Cultura CarlosCésar.

Em parceria com a Nortravel, “consegui-mos colocar alguns destes equipamentos noscircuitos turísticos promovidos por aquela em-presa, permitindo assim a visita de turistas dediferentes nacionalidades a estes espaços muse-ológicos, ao longo de todo o ano”, referiu Jo-ão Ponte.

No decorrer da cerimónia comemorativa,João Ponte frisou ainda que o desenvolvimentodo turismo na Lagoa passará também pela dina-mização de trilhos pedestres. É propósito des-te executivo camarário, homologar alguns tri-lhos como forma de atrair mais visitantes aoconcelho como é o caso de “A rota da água”.

A dinamização das zonas balneares doconcelho, nomeadamente do complexo muni-cipal de piscinas que é motivo de atracão demuitos visitantes pela qualidade e excelênciados serviços prestados, ganhou ainda mais no-toriedade com a abertura do novo, moderno eapelativo ginásio Aquafit.

“Esperamos que em breve seja confirmadaa atribuição da 3ª bandeira azul à Lagoa. Assim,e o seu espaço de lazer será mais um local deatracão e de convívio de visitantes, agora garan-tido com a qualidade que aquele galardãoconfere.

O Porto da Caloura assistirá este ano à aberturado Posto de Turismo do Mar, com o objetivo depromover o concelho e actividades náuticas comvista a cativar quem nos visita e sobretudo dar a co-nhecer o nosso património natural e cultural”,acrescentou o autarca João Ponte. L P

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Faleceu em Greenfield Park, no dia 10 de abril de 2014, com 89 anos de idade,João da Costa Maiato, natural de Rabo de Peixe, São Miguel, Açores, viúvo de EvangelinaReis e pai do falecido João Maiato.

Deixa na dor os(as) seus(as) filhos(as) Zenaide Mota (Dinis Mota), José Maiato(Grace Maiato), Gabriela Maiato, Filomena Maiato (George Apostolatos), FátimaMaiato (José Martins), Carlos Maiato, Nélia Maiato (Sam Salmi), Nori Maiato (Joe Fa-sulo), Mário Maiato (Angela Maiorino) e Sandy Maiato (Johnny Butterin), os seus ne-tos e netas, os seus bisnetos e bisnetas, assim como restantes familiares e amigos.

Os serviços fúnebres estiveram a cargo de

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O velório teve lugar na sexta-feira, dia 11 de abril de 2014, das 14h às 17h e das 19hàs 22h, e no sábado a partir das 8h.

Seguiu-se a missa de corpo presente, no sábado, dia 12 de abril de 2014, às 10h naIgreja Saint-Enfant-Jésus, tendo sido sepultado no cemitério Le Repos St-Françoisd’Assise.

A família vem por este meio agradecer a todas as pessoas que, de qualquer forma,se lhes associam neste momento de dor. A todos o nosso obrigado pelo vosso con-forto. Bem Hajam.

António RodriguesConseiller aux familles10 300, boul. Pie-IXMontréal (Québec) H1H 3Z1Général : 514 727-2847 / 1 888 727-2847Télécopieur: 514 322-2252Ligne directe : 514 727-2828 - poste [email protected]

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LE JOURNAL DE LA LUSOPHONIE

Éditeur et rédacteur en chef : Norberto AguiarDirecteur : Carlos de Jesus

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Il est écrit08h30 M Cultura M Cultura Hay Horizon

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Le Grand Maghreb ArabeAfromonde Afromonde Metropoli Humsafar TV

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Pagini TVMabuhay Montreal TV

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12h00 Bem-Vindos a Beirais

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Bloque Latino

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13h30 M Cultura M Cultura14h00

Pagini TV La Voix HelléniqueLe Grand Maghreb Arabe

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LusaQ TV Afromonde LusaQ TV La Voix Hellénique15h3016h00

Sportivi 360˚ Metropoli Sportivi 360˚ Metropoli Sportivi 360˚Tamazgha TV

Pagini TV16h30 Hay Horizon17h00 Bem-Vindos

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uuuuuuuêêêêêêêêêêêssssss!!!!

chef : Norberto Aguiaresusesus

Sexta-feifeirar SábSábado DoDomingingoo

PROGRAMA SEMANAL

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GRILLADES PORTUGAISES

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cretas nasce a ideia de fazer correr o boato queestavam a preparar um golpe militar par o 1ºde Maio de 1974, como querendo tirar proveitodos habituais confrontos do dia dos trabalha-dores com a polícia, isto de modo a poderemfazer um golpe antes daquela data e assim apa-nharem o regime desprevenido. Daí nasce ogolpe de 16 de março daquele ano no Regi-mento de Infantaria 5 das Caldas da Rainha, oqual, com cerca de 200 homens entre praças,sargentos e oficiais, e sofrendo de má prepa-ração e mau planeamento acaba em falhanço.A 3 quilómetros de Lisboa souberam que esta-vam sozinhos e voltaram para trás, vindo to-dos a ser detidos e os oficiais enviados para aTrafaria.

Finalmente, com mais preparação e saben-do que o seu nome constava duma lista daPIDE como alvo do movimento dos revolto-sos militares, Otelo Saraiva de Carvalho, acabapor organizar o golpe no dia 25 de abril, apa-nhando mesmo assim de surpresa a políciapolítica que aguardava uma revolta nos quartéispara o dia 1 de maio daquele ano.

O resto já todos, mesmo os que nasceramdepois do 25 de Abril, sabem como se passou.Os militares acabaram por levar avante o seuplano e a democracia, facto inédito na história,foi imposta em Portugal por um golpe militar,faz agora no próximo dia 25, 40 anos.

*Embora este artigo tenha sido escrito se-gundo o novo acordo ortográfico, mantive oAbril com maiúscula por me referir a umadata importante. Segundo o novo AO os no-mes dos meses são sempre em minúscula. Épor isso que o 16 e 25 de abril, que no textose referem a datas, estão em minúsculas. Estaé a minha pequena homenagem aos homensdo 25 de Abril.

SALAZAR...Cont. da pág 16

MARIA JOÃO...Cont. da pág 13

EDITORIAL...Cont. da pág 1

mo, embora a própria chefe Madame PaulineMarois tenha sido derrotada na sua circunscri-ção, mas sim contra a opção fundamental destepartido que é a sua razão de ser – fazer a inde-pendência do Quebeque.

E no entanto, à partida, tudo parecia ali-nhado para que ela e o seu partido ganhassemestas eleições.

É verdade que os primeiros meses de go-verno foram incompreensivelmente difíceis.Não obstante a grande experiência ministerialda então nova primeira-ministra, o seu gover-no fez as mais controversas propostas possí-veis, como foram os cortes nos programassociais, os aumentos de impostos e de taxassobre as minas, do défice zero e aí por diante,tendo, em quase todos eles de recuar.

Com o desastre ferroviário do Lac-Mé-gantic, Pauline Marois passou a ganhar umacerta simpatia pública, de proximidade com opovo, ela que sempre fora considerada comodemasiado pedante.

Entretanto, nas oficinas do governo pe-quista, o novel ministro e antigo jornalistaBernard Drainville organiza toda uma campa-nha à volta da chamada «Carta dos ValoresQuebequenses», que mais tarde é rebatizadanum nome demasiado longo para que alguéma possa nomear. Em resumo, trata-se de explo-rar o filão do tema identitário que tinha sidotão proveitoso ao partido da antiga Actiondémocratique du Québec quando Mário Du-mont resolve tirar o seu partido do anonimatoe propulsá-lo ao lugar de Oposição oficial naseleições de 2007, tendo para o efeito exaltadoos ardores nacionalistas do eleitorado com oschamados abusos dos imigrantes em termosde acomodamentos razoáveis.

A discussão à volta da Carta acaba por di-vidir a população. Os pró carta vão ao pontode acusar os seus adversários de serem antiQuebeque. Os segundos acusam os primeirosde serem xenófobos. O certo é que várias son-dagens dão um sólido apoio, do lado francófo-no, à dita carta e, baseada nesses reconfortantesresultados, a primeira-ministra resolve demitiro governo e chamar o povo a novas eleiçõessob o pretexto que, como governo minoritáriotinha todos os projetos de lei bloqueados pelaoposição e que precisava de obter um votomaioritário para sair do impasse e assim poderimpor a Carta.

Uma das mais frequentes acusações feitasao Parti Québécois é o facto de ser um partidocom poucas bases no mundo empresarial e,com os seus deputados militantes ecologistasser mesmo contra os investimentos privados.

Como que para paliar a este défice de ima-gem, Madame Marois consegue trazer para asua equipa um nome sobejamente conhecidono mundo dos negócios, Pierre Karl Péladeau(PKP), proprietário da Québecor, o maior ma-gnate da informação do Quebeque, com osseus canais de televisão, de jornais diários, se-manais, revistas, companhia de televisão porcabo e companhia de telefones.

Acontece que Péladeau não é bem vistono mundo sindical, que é a base militante doPQ. Com os seus 14 lock-outs e despedimentosem massa, PKP sempre foi considerado ummau patrão e mesmo um mau gestor para ou-tros, com a falência da Quebecor World. Mas,na opinião geral dos quebequenses francófo-nos, é considerado como um grande empresá-rio, um exemplo de sucesso económico.

Ora, para que este novo militante fossebem aceite pela base pequista, claramente daesquerda ou social-democrata, era preciso quea sua entrada em cena se fizesse sob a bandeirado nacionalismo independentista e foi assimque ele foi apresentado ao público, diante dascâmaras de televisão com o punho no ar, comoum vulgar agitador, a gritar «entro em políticapara fazer do Quebeque um país!».

Foi a partir daí que tudo derrapou para oPQ. Levados pela onda da profissão de fé doTyson financeiro do Quebeque, mesmo os líde-res sindicais mais militantes de esquerda, comoos antigos líderes do próprio partido, saíram àrua a louvar em coro o novo recruta. A própriaprimeira-ministra começou a falar do novopaís, do seu passaporte, das suas fronteiras eda sua moeda – que seria o dólar canadiano, in-do mesmo ao ponto de falar em que o Quebe-que devia ter um assento no Conselho de Ad-ministração do Banco do Canadá!

Se o Partido Liberal, que até aí pouco tinhabrandido, como é aliás seu hábito nas eleiçõesprovinciais, o lema do referendo para se atacaraos pequistas, do género «se não querem umreferendo, a única alternativa é votarem liberal»– palavras do candidato Yves Bolduc na cidadede Quebeque – desta feita nem foi preciso insis-tir muito no mote porque os pequistas se encar-regaram de levar a boa nova a todos os cantosda província.

Esta declaração de guerra dos independen-tistas foi o que incendiou a mecha anti PartiQuébécois. Votar pela Carta dos Valores pas-sou para segundo lugar. O mais importanteera evitar que houvesse um novo referendo,custasse o que custasse. E nem foi preciso oPartido Liberal insistir muito nisso, ao contráriodo que dizem agora os derrotados, de que oPLQ fez uma campanha de medo com o refe-rendo. Aliás, o segundo partido da Oposição,a Coalition Avenir Québec (CAQ), pela vozdo seu dirigente, François Legault, marteloumuito mais nesse aspeto, sobretudo duranteos debates televisivos, que o próprio líder libe-ral Philippe Couillard.

E aqui entra a grande contradição do PQ.Por um lado quer manter o primeiro artigo doseu programa eleitoral que é fazer do Quebequeum país independente, por outro não quer quese fale nisso e acusa mesmo os seus adversáriosde maus jogadores por lhe apontarem esse ob-jetivo.

Com a vitória incontestável e folgada doPartido Liberal que ficou a dever-se à grandetransferência de votos francófonos do PQ parao PLQ, a derrota dos pequistas foi muito maisamarga porque até ao passado dia 7 estavamconvencidos e proclamaram por toda a parteque os liberais eram o partido dos ingleses edos imigrantes. Com os resultados obtidos deapenas 26 porcento, quase todos obtidos naszonas rurais do interior, longe dos centros ur-banos como Monreal e Quebeque, mas sobre-tudo com a derrota humilhante da sua próprialíder, o Parti Québécois, acordou na manhãdo dia 8, como se tivesse acordado dum mausonho.

No fim, o grande inimigo do Parti Québé-cois nem são os liberais, nem os caquistas,nem os seus próprios militantes e estrategas.Muito menos os símbolos religiosos, os emi-grantes ou os ingleses. É o tempo. Como setem digo e redito o projeto de fazer do Quebe-que um país soberano é um velho sonho dageração dos baby-boomers.

A professora da Universidade de Mon-treal, Claire Durand, especialista na análise das

sondagens, num dos seus blogues chamava aatenção para o facto de que em 1980, o apoioà soberania se encontrava na faixa dos menosde 35 anos. Hoje, a média de idade dos queapoiam a soberania é de 55 anos.

Como dizia a cronista e conhecida escrito-ra e polemista Denise Bombardier, a demogra-fia é que nos apanhou!

Mais uma eleição e o Parti Québécois vaientrar noutra liga, como entrou o Bloco Qué-bécois em Otava, a liga dos existencialistas.Dos que teimam em existir.

marido que a adorava. A nossa Maria João é afilha única de José Bonito de Sousa e de Gertru-des da Encarnação Diogo.

Maria João, quando pretendia reter o sus-piro, à chegada, com os seus três filhos, aindapequenos no regaço, perde o marido, depois opai e a seguir a mãe… Tudo sucedeu em apenasem cinco anos. Ora, fica bem dizer-lhe assimcom palavras minhas: “Na verdade tenhomedo/ e do meu rosto magoado/cai

uma lágrima, um segredo/ que no mar ficaguardado”.

A vida desta mulher extraordinária é como um li-vro aberto, que se apresenta dividido em muitos capí-tulos. Depois de dar a volta a todos eles resolvi fazerum pequeno resumo e num só chamar-lhe: mulherCoragem. Todavia percebi que Maria João traz exem-plos de esperança do povo da sua Ria e o brilho dassuas paisagens, pintadas e emolduradas no peito: recor-dação que ela alimenta quando chora… é para acolhera saudade, sem que o sofrimento a faça abandonar abeleza que é a vida.

A Maria João vive agora feliz, no caminho da paz,através da realização de um sonho, pintar até descobriro outro lado da vida. Mas a sua maior aposta é o orgulhoque sente na sua família, nas duas filhas e no filhoGonçalo, genros e nora e nos três lindos netinhos.

Quão belas são as cores das suas telas, quanta luze amor saem das flores, das paisagens, dos jardins, dasserras, dos montes e dos campos. Diria que, a curtoprazo, as janelas da memória de Majao talvez sejamtransformadas num prado colorido virado para as influ-ências dos pintores famosos, tais como Camille Pis-saro e Edourd Manet, Renoir, que Maria João tantoaprecia.

Pintamos o fim com um abraço de para-béns aesta grande artista, à Maria João Sousa Neves, pormais esta exposição de artes plásticas.

IGREJA BAPTISTA PORTUGUESADomingos às 15H00 – Pregação do Evangelho6297 Ave. Monkland, (NDG) Montreal

http://www.madisonbaptistmontreal.com/portugues.htmlTel. 514 577-5150 – [email protected]

L P

Arcos de ValdevezPresidente da Câmara reuniu com Juntas de Freguesia

Principal objetivo do encontro foi proceder às as-sinaturas dos protocolos de apoio ao emprego e inser-ção no mundo do trabalho e esclarecer os autarcas sobreo Regime jurídico de atribuições e competências dasFreguesias.

Teve lugar na passada quinta-feira, dia 3 de abril,no Centro Municipal de Informação e Turismo, umareunião da Câmara Municipal com as Juntas de Freguesiado Concelho que teve como principais objetivos deba-ter com os autarcas a celebração dos acordos de execuçãono âmbito do novo Regime jurídico de atribuições ecompetências das Freguesias, bem como proceder àassinatura dos protocolos do Programa de apoio aoemprego e inserção no mundo do trabalho, ProgramaCantoneiros.

O Programa Cantoneiros foi criado pela CâmaraMunicipal com o apoio de Centro de Emprego, e jápermitiu a 80% das Juntas de Freguesia do concelho te-rem um funcionário que faça a limpeza das vias e espa-ços públicos das suas localidades.

João Manuel Esteves considera esta iniciativa extre-mamente importante, tanto pela mais-valia que repre-senta nas localidades, como pela dinamização do empre-go, o qual poderá posteriormente resultar em criaçãode emprego e autoemprego.

Este programa, o qual ajuda a manter o concelhoainda mais agradável e limpo, teve bastante adesão, ten-do criado já 38 postos de trabalho.

Da discussão sobre a transferência de competênciaspara as freguesias, prevista na Lei 75/2013 de 12 de se-tembro, resultou uma posição unânime das Juntas deFreguesia, assumindo não terem condições para garantirum serviço eficiente e eficaz sem que o mesmo resulteem aumento de custos globais.

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Campeonato Norte-americano de Futebol

Impacto: seis jogos e nenhuma vitória• Por Norberto AGUIAR

O Impacto de Montreal já leva seisjogos disputados e ainda não sabe o que é osabor de uma vitória...

Com efeito, depois de iniciar a época comdois desafios fora de casa, onde averbou duasderrotas, contra o Dallas FC (2-3) e o Dynamode Houston (0-1), ambos do Texas, o Impacto,no terceiro jogo, já intramuros, defrontou oSounders de Seattle, e voltou a perder, destavez por 0-2. Aqui, esperava-se que a formaçãode Montreal tivesse mais sorte, visto que tudofez para levar de vencido o time do Oeste ameri-cano, que até atuou sem algumas das suas prin-cipais figuras, a começar por Clint Dempsey,o jogador mais bem pago de toda a liga, com ocifrão a registar 6,7 milhões de dólares ameri-canos por época...

De seguida, o Impacto foi a Filadélfia de-frontar o União local (1-1). Foi aqui que osmontrealenses conquistaram o seu primeiroponto, já no fim da contenda, mercê de um ex-celente trabalho de Di Vaio.

De regresso a Montreal para a disputa dedois encontros seguidos, os azuis e pretos,primeiro defrontaram o Red Bull de Nova Ior-que, com quem voltaram a empatar, pela marcade duas bolas, num jogo que os quebequensesvoltaram a não merecer perder. O segundo jogo,realizado sábado passado, o último a ter lugarno Estádio Olímpico, voltou a ser concluídopor um empate, mas agora numa partida fran-camente mal jogada. De todos os seis encon-tros disputados até ao momento, foi no desafiode sábado, contra o Chicago Fire, que o Impac-to fez o seu pior jogo... E sabe-se como o Im-pacto queria ganhar esta contenda de maneiraa oferecer os três pontos ao seu treinador, quena época passada dirigiu os homens da Cidadedo Vento (Chicago).

Já com o reforço Jack McInerney no ali-

nhamento, que até viria a marcar o único golo,o Impacto não conseguiu dar à partida um ru-mo de vitória, muito embora tenha marcadoainda na primeira parte, chegando a dar a enten-der que queria vencer o desafio. Não foi assimque aconteceu e em mais um embate que era deganhar, sobretudo por jogar em casa, o Impac-to viu-se obrigado a ceder mais dois pontosno campeonato... Desta forma, o atual cam-peão do Canadá está em último lugar da compe-tição quando, no dizer dos seus dirigentes, oplantel tem capacidade para andar nos lugaresda frente.

Sabemos que o Campeonato da MajorLeague Soccer é longo, e difícil, diga-se já agora,de maneira que quem está hoje na frente daprova pode muito bem deixar de estar por daquia um ou dois meses. E quem sabe se não seráo Impacto a surpreender e lá mais para diantepassar a liderar a sua zona ou mesmo no con-junto da liga?

ReforçoCom os resultados, e por conseguinte,

os golos a não aparecerem, os dirigentes daequipa montrealense decidiram contratar umnovo jogador, claro que de preferência atacante.E fizeram-no bem, trazendo para Montreal omelhor jogador do União de Filadélfia e umdos melhores jovens avançados de toda a liga,de seu nome Jack McInerney. Melhor marcadorda sua antiga equipa nos últimos dois anos ecom apenas 21 anos de idade, McInerney temum grande futuro à sua frente se for, como es-tá bem de ver, bem aproveitado. De resto, estre-ou-se sábado e logo marcou o golo da suaequipa. Não é alto, mas é muito rápido, commuito sentido de oportunidade, e cheira o goloa cada momento que se dirige à baliza contrária.Tem parecenças com o próprio Di Vaio, umjogador felino, que só é pena estar a dar os se-us últimos suspiros no futebol. Não se esque-çam que o internacional italiano já conta 38 a-

chegada de Jack McInerney a Montreal obrigou Andrew Wenger a dei-xar o Impacto. Em nossa opinião, a decisão não terá sido a mais sábia.E porquê? Porque somos daqueles que acreditamos no enorme potencialde Wenger como jogador, para mais jogando ele na posição de pontade lança. O ideal teria sido manter Wenger ao mesmo tempo que se re-crutava McInerney. Mas certamente que o União não quis outra alter-nativa ao seu antigo jogador que não fosse Wenger, que até é oriundodaquela região dos USA.

E a provar que o União acreditou na troca, deu imediatamente aWenger a titularidade no seu primeiro jogo, tal como fizeram aliás ostécnicos do Impacto relativamente a Jack McInerney. E também aqui,a prestação de Wenger foi magnífica, marcando um golo de belo efeito,para além de outras boas jogadas que desenvolveu, uma das quais re-sultou num chapéu ao guardião adversário que só não foi golo porquelá estava a barra para o impedir...

Próximos jogosDia 19 de abril, em Kansas CitySporting – Impacto (20h30)Dia 26 de abril, em MontrealImpacto – União de Filadélfia (16h00).

nos de idade.Andrew Wenger

Infelizmente a

L P

Norberto AguiarÉditeur - Rédacteur en chef

Tél.: (450) 628-0125Courriel : [email protected]

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LE JOURNAL DE LA LUSOPHONIE

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