Voz da UNISA - Jornal Laboratório - outubro 2009

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Ano I - Número 1 Assaltantes levam R$ 57 mil da Unisa Cerca de dez ho- mens invadiram o prédio da universidade no dia 3 de setembro, por volta da 1h30 da madrugada. A ação durou aproxima- damente 40 minutos Os quatro vigias, que faziam a ronda noturna, foram obrigados a abrir o portão que dá acesso à garagem. Os assaltantes usaram um maçarico para abrir os caixas eletrônicos e leva- ram aproximadamente R$ 57 mil. Ninguém ficou fe- rido. Este é o terceiro assalto nos últimos dois anos. Em 2008, foram roubados os computado- res das salas de informá- tica e no primeiro semes- tre de 2009, os caixas dos bancos também foram sa- queados. Enquete realiza- da no Campus II revela que 94% dos estudantes teme sair das aulas após às 22h30. Uma das prin- cipais reclamações é a falta de equipamentos de vigilância. A atriz Ju Co- lombo atuou em novelas da Globo e do SBT, em filmes e no teatro. Hoje é universitária e revela, em entrevista exclusiva, como concilia a carreira com a faculdade. cultura Alunos recebem bolsas para competir e conti- nuar os estudos Recém-formados buscam oportunidades de iniciar carreira profissional nas universidades onde estu- daram. Saiba como os cursos superiores chegam em regiões que não pos- suem universidades. Co- nheça a história de pesso- as como Adriana Santos, que mora na cidade de Marataízes (ES). Programa de Pla- nejamento Familiar leva informação à população carente da zona sul. Pro- jeto oferece consultas mé- dicas e cirurgias gratuitas em diversas especialida- des. tecnologia comunidade esportes estudantil Jornal Laboratório da Universidade de Santo Amaro 14 de outubro de 2009 Pág. 11 Pág. 05 Pág. 20 Pág. 13 Pág. 15 Pág. 04 Pág. 03 ANE GREICE PASSOS EMERSON VIANA Arquivo Pessoal Bandidos usam maçarico para abrir caixas eletrônicos

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Boletim de Notícias elaborado na disciplina Jornal Laboratório da Faculdade de Comunicação Social da UNISA, no curso de Jornalismo. Orientação Planejamento Gráfico: profa Elizabeth Fantauzzi.

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Ano I - Número 1

Assaltantes levam R$ 57 mil da Unisa Cerca de dez ho-mens invadiram o prédio da universidade no dia 3 de setembro, por volta da 1h30 da madrugada. A ação durou aproxima-damente 40 minutos Os quatro vigias, que faziam a ronda noturna, foram obrigados a abrir o portão que dá acesso à garagem. Os assaltantes usaram um maçarico para abrir os

caixas eletrônicos e leva-ram aproximadamente R$ 57 mil. Ninguém ficou fe-rido. Este é o terceiro assalto nos últimos dois anos. Em 2008, foram roubados os computado-res das salas de informá-tica e no primeiro semes-tre de 2009, os caixas dos bancos também foram sa-queados.

Enquete realiza-da no Campus II revela que 94% dos estudantes teme sair das aulas após às 22h30. Uma das prin-cipais reclamações é a falta de equipamentos de vigilância.

A atriz Ju Co-lombo atuou em novelas da Globo e do SBT, em filmes e no teatro. Hoje é universitária e revela, em entrevista exclusiva, como concilia a carreira com a faculdade.

cultura

Alunos recebem bolsas para competir e conti-nuar os estudos

Recém-formados buscam oportunidades de iniciar carreira profissional nas universidades onde estu-daram.

Saiba como os cursos superiores chegam em regiões que não pos-suem universidades. Co-nheça a história de pesso-as como Adriana Santos, que mora na cidade de Marataízes (ES).

Programa de Pla-nejamento Familiar leva informação à população carente da zona sul. Pro-jeto oferece consultas mé-dicas e cirurgias gratuitas em diversas especialida-des.

tecnologia comunidade

esportesestudantil

Jornal Laboratório da Universidade de Santo Amaro 14 de outubro de 2009

Pág. 11 Pág. 05 Pág. 20

Pág. 13Pág. 15

Pág. 04

Pág. 03

ANE GREICE PASSOS

EMERSON VIANA

Arquivo Pessoal

Bandidos usam maçarico para abrir caixas eletrônicos

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Abaixem as mãos e leiam A reportagem da página seguinte, capa desta primeira edição do “Voz da Unisa”, não tem a intenção de alarmar quem quer que seja. O intuito é mostrar a preocupação que há com uma universi-dade que oferece passe livre a qualquer pessoa, seja ela aluna ou não. Para con-firmar esta insegurança, foi feita uma en-quete com os universitários. O resultado aponta que a maioria tem receio de estar no local. Pelo menos, no último dia 5 de outubro, as catracas entraram em opera-ção. Agora faltam as câmeras. Bem, mas o jornal não quer ape-nas preocupar seus leitores. A intensão é divulgar as diversas possibilidades que existem em nossa região e dentro de nos-sa faculdade. Contaremos a história de personagens da comunidade. Pessoas humildes como dona Maria de Lourdes, atendida por voluntários no Campus I. Há também aqueles que não são tão anônimos assim, como a atriz Ju Co-lombo, que divide os palcos com a carrei-ra acadêmica. Da saúde à cultura, mui-tas atividades que poucos conhecem, são oferecidas gratuitamente. Aliás, a prática de esportes é algo que merece destaque. Com a confirmação

de que a próxima década terá o Brasil como centro esportivo mundial, pois organizará a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016, vale destacar os campeões paraolímpicos e panamericanos que a Unisa patroci-na e as competições organizadas para integrar alunos dos diferentes cursos. Confesso que nunca tinha escutado algo a respeito dos Jogos Inter-Unisa, mas eles existem e estão a disposição dos universitários. Enfim, mesmo que em deter-minadas matérias, nossa equipe tenha corrido o risco de parecer institucional demais, é preferível o ser, a omitir de vocês leitores as várias oportunidades que existem, mas que são pouco divul-gadas. Quem sabe, em nossas futuras edições, vocês se tornem nossos próxi-mos personagens? Portanto, ao contrário do que afirma a matéria de nossa repórter Ane Greice Passos, abaixem as mãos, segurem firme estas páginas e leiam o “Voz da Unisa”. Descubram aquilo que também nos surpreendeu durante este Jornal Laboratório. Boa leitura!

Expediente “Voz da Unisa”

Editor-chefe Eusir BastosChefe de Reportagem Emerson Viana

Chefe de Pauta Natália OliveiraEditora de Arte Karine Maximiano

Editor de Capa Carlos Gomes

Editora de Cotidiano Milene SampaioEditora de Comunidade Leila Aleixo

Editora de Tecnologia Natália OliveiraEditora Estudantil Karine Maximiano

Editor de Esportes Bruno SaesEditora de Cultura Camila Silveira

RepórteresAne Greice PassosJennifer Villapando

Angélica MouraEdimon TeixeiraDayse Oliveira

Laura Dal Rovere Nayara Kathiúscia

Gleyce MirandaRosângela CianciWagner EmerichEmerson Viana

Valdileny SchleinigerSheila Tito

Carlos GomesFelipe Bastiane

Patrícia Brito

Professores ResponsáveisWagner Belmonte / Elizabeth Fantauzzi

Após reforma, elevador do Campus II faz com que cada aluno perca 42 minutos por mês, devi-do à baixa velocidade. A soma baseia-se em pes-soas do terceiro andar presentes em todos os dias letivos.

O índice de desistên-cia dos nove cursos do Prousa também é negati-vo. Um mês após o iní-cio das aulas, 32% dos inscritos abandonaram a iniciativa. A matrícula é cancelada depois de duas faltas.

Apesar da inclusão de novo curso, o Progra-ma Unisa de Suporte à Aprendizagem (Prousa), realizado aos sábados, teve queda de 3% no número de inscrições no segundo semestre, em relação ao primeiro.

As eleições para o Di-retório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade de Santo Amaro, realizadas no dia 5 de outubro, elege-ram a Chapa Renovação com 87% dos votos. Não havia concorrentes.

A nova lanchonete do Campus II, Ro-ckafé, é inaugurada e está em atividade desde o início do segundo semestre. Para estimular a concorrência, estão previstos para 2010 um terceiro restaurante no mesmo local, duas

ou três cantinas para o Campus III e a reestruturação completa da área de alimentação do Campus I. Tercei-rizadas, estas empresas pagam somente valor referente à locação do espaço e não têm de repassar parcela das vendas para a universidade.

No Campus II, queda parcial de energia elétrica interrompe aulas e deixa professores e alunos visivelmente irritados. Durante inci-dente, ocorrido em agosto, a caixa de energia elétrica do terceiro andar foi encontrada aber-

ta, com alguns disjuntores desligados. Acredita-se que tenham sido desativados por algum estudante, mas não houve apuração por parte da universidade, apenas a garantia de que seriam colocados cadeados no local. A promessa ainda não foi cumprida.

::carta ao leitor::

EUSIR BASTOS

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Rodrigo Capelo

Sessão de

Notas

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Cerca de dez ho-mens invadiram o prédio da Univer-

sidade de Santo Amaro, localizado na Rua Isabel Schmidt, zona sul de São Paulo, no dia 3 de setem-bro, por volta da 1h30, e renderam quatro vigilan-tes. A ação dos crimino-sos durou aproximada-mente 40 minutos e não foi acionado, durante esse período, nenhum alarme. Os vigias, que fa-zem a ronda noturna, fo-ram abordados durante a madrugada e obrigados a abrir o portão que dá aces-so à garagem. Três carros foram usados. “Não vi-mos por onde eles en-t r a r am, q u a n d o o l h e i , eles já estavam ali. Só pediram para não bancar-mos os heróis”, disse o porteiro José Cleiton Bri-to, 41. Ele e seus colegas foram mantidos reféns em frente à escada princi-pal no térreo, próximo ao lago. Os assaltantes uti-lizaram um maçarico para abrir a porta dos bancos e os caixas eletrônicos, localizados dentro da unidade. Após a ação, os bandidos prenderam os seguranças no Centro de Informática e deixaram a chave para fora. Ninguém

ficou ferido. A bancária Carla Simões, 25, informou que foram levados cerca de R$ 57 mil do Banco Real, e que essa quantia era alta por causa da proximidade do pagamento dos funcio-nários. Ela afirmou que já foi solicitada a regulari-zação dos caixas, mas que ainda não tem previsão de troca dos aparelhos. Sobre o reforço na segurança, a atendente disse que esse procedimento só é utiliza-do em casos de existência de caixas ‘humanos’, pois o custo é alto. O Bradesco tam-bém foi arrombado e após o assalto foi fechado para reforma. O gerente de in-

fraestru-tura do Campus II, José B a t i s -ta de

Oliveira, disse que o es-quema de segurança será mantido com a atual es-trutura e que esse caso “foi uma fatalidade”. Segundo Oliveira, serão instaladas câmeras ao redor do prédio, mas ele descarta a possibili-dade de colocar aparelhos de segurança em seus cor-redores. “Não podemos colocar câmeras pela Uni-versidade, porque esbarra na privacidade do aluno”, explica. O advogado e professor acadêmico Flá-vio Torresi não confirma

“Foi uma fatalidade”, disse José Batista de

Oliveira

Mãos ao alto no Campus IIUniversidade é assaltada pela terceira nos últimos dois anos

Caixa eletrônico do Banco Real aberto após assalto

ANE GREICE PASSOS

ANE GREICE PASSOS

esta informação. “Não existe nenhuma lei que proíba a instalação de câ-meras em instituições de ensino, esse é um método de segurança”, afirmou o advogado. Esta não foi a pri-meira vez que a Unisa foi assaltada. No início de 2008, foram roubados os computadores das salas de informática. No pri-meiro semestre deste ano, os caixas dos bancos fo-

ram arrombados. O projeto de aces-so a Universidade por ca-tracas eletrônicas através de carteirinhas de iden-tificação estudantil teve inicio no dia 5 de outu-bro deste ano. “Agora teremos mais segurança, mas ainda é preciso criar um sistema de vigilância mais eficaz ”, finaliza a estudante Elizabeth An-dalaft do 4° semestre de Administração.

::cotidiano::03

ARTE: BRUNO SAES

Criminosos renderam seguranças que faziam a ronda noturna Os seguranças foram mantidos

reféns por aproximadamente 40 minutos

Os assaltantes usaram um maçarico para abrir os caixas eletrônicos

Eles fugiram em três carros levando a quantia de R$ 57 mil

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Os assaltos recen-tes à Universi-dade de Santo

Amaro colocaram em xe-que o sistema de seguran-ça da instituição. Embora nenhum deles tenha sido praticado durante o horá-rio de aulas, o medo e a sensação de insegurança tomaram conta de grande parte dos alunos. Entre as principais reclamações de quem estuda no Campus II da Unisa, localizado em Santo Amaro, está o fato de que, apesar de as catracas terem sido insta-ladas há 2 anos nas duas entradas – uma na Rua Isabel Schmidt e outra na Rua São Benedito –, os equipamentos come-çaram a funcionar apenas este mês, o que permitia, até então, o acesso irres-trito às instalações. No início do ano, quando a estudante de jornalismo Cátia Cabral realizou a matrícula para o curso, foi informada que a sua entrada só seria permitida mediante a car-teira de identificação que a Unisa lhe forneceria. Cátia recebeu a carteira, porém apenas agora, na metade do segundo se-mestre, teve necessidade de usá-la para ter acesso à universidade. “Há algum tempo, perdi minha car-teirinha. Para tirar a se-gunda via, tinha de pagar

uma taxa de R$ 20. Como eles sempre prometiam que as catracas funcio-nariam e nunca aconte-cia, decidi não solicitar”, conta a estudante que, mesmo tendo perdido o documento que a identifi-ca como aluna, continuou entrando livremente no Campus por vários me-ses. Para André Oli-veira, que é estudante do 4º semestre do curso de Gestão de RH e que, coincidentemente, faz projetos de segurança, o sistema utilizado pela ins-tituição é falho. Oliveira acredita que a Unisa de-veria investir em equipa-mentos que, segundo ele, não são caros e que au-mentariam muito a segu-rança do local. “Além do funcionamento das catra-cas, deveriam haver duas centrais de monitoramen-to, pois, em caso de as-saltos, se rendessem uma das centrais, a outra con-tinuaria funcionando”, explica. “Hoje, existem câmeras que têm visão de 360º. Com elas, todos os movimentos seriam re-gistrados, o que coibiria a violência”, conclui. Outra aluna que também aponta falhas no sistema de seguran-ça é Daniele de Freitas, que está no 7º semestre de Ciências Contábeis. A estudante, que carrega o trauma de ter sido assal-

Onda de violência preocupa alunos Estudantes reclamam da falta segurança no Campus II da Unisa

JENNIFER VILLAPANDO E MILENE SAMPAIO tada em uma rua próxima

ao Campus II, no início de 2007, acredita que a colocação de câmeras nas portarias e em alguns cor-redores contribuiria para diminuir a sensação de in-segurança. “Algumas ve-zes, a aula termina muito tarde e somos os últimos a sair. Quem garante que não há ninguém esperan-

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do dentro da faculdade?”, questiona. Uma enquete re-alizada com alunos do Campus II confirmou o clima de insegurança que se espalhou por toda a instituição. A maioria dos estudantes considera alto o risco de sofrer algum tipo de violência nas ime-diações. Veja abaixo:

Enquete confirma insegurança no Campus II

Um levantamento realizado entre os estu-dantes do Campus II da Universidade de San-to Amaro revelou que a maioria dos alunos não considera satisfatórias as condições de seguran-ça na instituição. Ográficoaoladoapontaque

83% dos alunos são favoráveis a câmeras de segurança na universidade, o que demonstra o temor.

Já 72 % acreditam que as catracas, que passaram a fun-cionar desde o dia 5 de outu-bro, aumentarão a segurança no Campus .

60% dos entrevistados não se sentem seguros dentro do Campus .

A enquete constatou ainda que 94% dos estudantes te-mem sair após as 22h30 da universidade, um paradoxo se comparado ao número de alu-

nos vítimas de assaltos nas imediações, que são de apenas 14%.

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Esclarecer dúvidas simples como gra-videz e vasectomia

fazem parte do programa de Planejamento Familiar oferecido pela Universi-dade de Santo Amaro em parceria com o Ambula-tório de Alta-Resolução (HEWA) à população ca-rente da zona sul de São Paulo. O programa expli-ca para a comunidade o que são as Doenças Sexu-almente Transmissíveis (DST), o que é e como se deve utilizar o Dispositi-vo Intra-Uterino (DIU), apresenta o Método Na-tural, que ensina como a pessoa pode conhecer seu próprio corpo e utilizá-lo de forma consciente e res-ponsável e fala dos Méto-dos Hormonais. Estes são alguns dos assuntos apresentados no curso de caráter educa-tivo e sem fins lucrativos. As pessoas se reúnem to-das as quartas-feiras, das 15h30 às 16h30, no Cam-pus I da Unisa, que fica na Rua Enéas de Siqueira Neto, 340, Jardim das Im-buias. Lá, os participantes recebem informações so-bre os inúmeros métodos contraceptivos existentes hoje em dia. Apesar da faci-lidade de acesso à infor-mação, ainda é possível encontrar pessoas que desconhecem por com-

pleto estes dados. As palestras são ministradas pelo gineco-logista Luis Ossamo, e contam com a ajuda da assistente social, Cláudia Maria Santos Lopes. Para evitar uma gravidez inde-sejada, geralmente pes-soas acima dos 25 anos procuram um método definitivo, como a laque-adura, para as mulheres, e a vasectomia, para os homens. “Um filho sem-pre é bem-vindo, porém, às vezes não há condições financeiras ou psicológi-cas para se conceber um”, afirmou Cláudia. Porém, há casos de menores que com encaminhamento médico, conseguem reali-zar esse procedimento de-cisivo, o que corresponde com a Lei 9.263. Art. 10. Apesar da ampla estrutura das instalações, é necessário um pouco de paciência para realização de cirurgias. O horário de

Programa conscientiza populaçãoPlanejamento Familiar, da parceria entre a Unisa e o HEWA, aten-

de população carente da zona sul de São Paulo

A assistente social Cláudia Maria faz parte da equipe de Planejamento Familiar

LEILA ALEIXO

funcionamento é de se-gunda a sexta-feira, das 7h às 19h. Os grupos são formados por no máximo 16 pessoas. Não há restrições de idade ou sexo, basta a pessoa demonstrar in-teresse, disponibilidade e vontade de participar. É totalmente gratuito. Para

se inscrever, basta ir ao ambulatório e preencher uma ficha com os dados pessoais. “Além de se auto conhecer, no final do cur-so o seu poder de decisão e a sua autonomia são muito maiores, você con-duz melhor a sua vida”, diz Cláudia.

União faz a diferença “Aqui o atendimento é melhor e mais rá-pido”, conta Rosana de Souza, mãe de Isabela, que tem dez anos, oito graus de miopia no olho direito e sete no esquerdo. “Perto da minha casa temumpostodesaúde,masprefiroviratéeste”. Para agendar uma consulta no posto de saúde no bairro onde mora, Rosana precisa le-vantaràs5h30eenfrentarumafilaquedobraaesquina. Mesmo assim nem sempre consegue.“Tem dias que na minha vez a senha já acabou”. Cansada, decidiu ir atrás dos serviços prestados pelo HEWA, que conta com equipa-mentos de tecnologia avançada na área oftalmo-lógica. “A população da zona sul sofre com a fal-ta de acesso aos serviços de saúde especiali-zados, por esta razão o HEWA desempenha um papelimportantenaregião”,afirmouMérciaSo-ares, gerente administrativa do HEWA.

LEILA ALEIXO

::comunidade::05

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Logo no hospital, as mães são informa-

das sobre a importância do aleitamento materno aos recém-nascidos até os primeiros 180 dias de vida. Mas pesquisa divul-gada pelo Ministério da Saúde revela que mesmo as mães que dão o leite do peito, interrompem a amamentação exclusiva em dois meses. Para co-meçar a dar outros ali-mentos ao bebê a Organi-zação Mundial da Saúde (OMS) recomenda que é necessário esperar pelo

menos seis meses e, mes-mo assim, o aleitamento materno deve ser mantido até a criança completar dois anos. O leite da mãe ajuda no desenvolvimen-to dos dentes, fortalece o sistema imunológico que fornece anticorpos aju-dando a prevenir doenças. A enfermeira-che-fe da Unidade Básica de Saúde (UBS) do Jardim Thomás, na zona sul de São Paulo, Lourdes Mu-nhoz, fala sobre as van-tagens do aleitamento. “Quando a mãe amamen-ta ela entra em contato di-

Índice de aleitamento é baixoMinistério da Saúde revela que mães interrompem amamentação

antes das crianças completarem dois mesesANGÉLICA MOURA

EDIMON TEIXEIRA

De acordo com um estudo realizado pela Fundação

Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Brasil, cerca de 5% dos nascidos vivos têm defor-mações congênitas, isto é, algum tipo de defor-mação reconhecível já ao nascimento. Outro dado aponta que, cerca de 60% destas má-formações têm origens genéticas, repre-sentando hoje a segunda maior causa de mortalida-de infantil no país. O “Projeto Curu-mim”, do curso de Fisio-terapia da Universidade

de Santo Amaro (Unisa), tem contribuído há sete anos para mudar o per-centual desta realidade. Ligado ao Centro de Pesquisa e Estudo em Pe-diatria (Cepep-Fisio), o projeto atende crianças portadoras destas defici-ências, e é um exemplo de como um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), pode se tornar uma atividade concreta, capaz de atender gratuita-mente as necessidades da comunidade carente. A iniciativa foi o tema do TCC das en-tão estudantes do curso de Fisioterapia da Unisa,

O “Curumim”, dos alunos de Fisioterapia da Unisa, atende gratuita-mente portadores de doenças congênitas

Sandra Cardozo Martins e Tatiana Vitturi, em 2001. Sob a orientação da professora e fisiote-rapeuta, Dalva Maria de Almeida Marchese, e do geneticista clínico Luis Garcia Alonso, surgiu em 2002, o Ambulatório de Atendimento Fisiotera-pêutico e de Estudo Mul-tidisciplinar de Genética Médica - Projeto Curu-mim. Desde a implanta-ção, foram atendidas mais de três mil crianças. Já colaboraram mais de 500 acadêmicos trabalhando nos atendimentos dos pa-cientes.

reto com seu filho, é um ato de amor”, explica. Ela acrescenta que o exercí-cio reduz a possibilidade de câncer de mama e a hemorragia do pós-parto, além de proteger contra o diabetes, ou seja, não existe nenhuma desvanta-gem em adotar esta práti-ca tão saudável e barata. “Dar o peito para o meu filho, além de ser saudável, é de graça”, fala a dona de casa, Nilza Ma-ria, mãe de Gustavo que tem sete meses. Ela é uma das voluntárias, que junto com Lourdes, promove encontros com gestantes

do bairro para a conscien-tização de outras mulhe-res sobre a importância de dar o leite materno. Nilza afirma que a alimentação é imprescin-dível para o crescimento do bebê, e após o nasci-mento, este cuidado deve ser tão importante quanto foi durante os nove meses no ventre. “No entanto muitas mães não compre-endem a seriedade desta etapa e interrompem o ciclo sem considerar os riscos que oferecem para a própria saúde e, princi-palmente, de seus filhos’, alerta a voluntária..

Projeto de TCC ajuda população

::comunidade::

Serviço

As sessões têm du-ração de uma hora e acontecem todas as 3º feiras, no período da manhã, no Cam-pus I da Unisa

Rua Prof. Enéas de Siqueira Neto, 340 Jardim das Imbuias Santo Amaro

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Quinta-feira, o relógio marca 13h50. Alguns

pés começam a cruzar o pequeno portão do Centro de Convivência de Ido-sos, no Jardim Reimberg, zona sul de São Paulo. São passos acostumados àquele caminho, feito há dez ou quinze anos. Eles sabem que às 14h há um encontro marcado com o “pessoal da Unisa”. Referem-se aos alunos de enfermagem da Universidade de Santo Amaro, que fazem aten-dimento voluntário no local. Tarefas como me-dir a pressão e o índice de glicemia são as mais co-muns, mas o principal ob-jetivo é ensiná-los sobre o uso correto de seus me-dicamentos. “Aqui, não prescrevemos tratamento clínico, mas orientamos”, diz a docente do curso, Hogla Murai. O Centro de Con-vivência existe há mais de 20 anos, por iniciativa de Nair Nunes, 84. Ela notou que no bairro havia con-centração de pessoas da terceira idade, mas não haviam atividades volta-das a este público. Hoje, Nair sofre de Alzheimer e não pode mais frequentar o local. Em seu lugar, na presidência, está sua neta Mônica Nunes. Como o lugar sobrevive de escassas

doações, as instalações são ainda precárias. Na sala de atendimentos, há um computador antigo e poucos móveis, frutos da doação de uma ex-aluna, Alda Alessi. “Nosso pró-ximo passo é conseguir forrar a sala”, diz Hogla, com um olhar otimista que contagia a equipe. Já na sala de a t i v i -dades , a at-mosfe-ra é de constante troca entre os idosos. Jogos de dominós, agulhas de tricô e canudos de jornal. Tudo isso rega-do a muitos sorrisos. Ma-rinalva da Silva, 74, por exemplo, tem uma alegria invejável. Antes mesmo dos alunos chegarem ao recinto, já brinca e ri com eles, como quem festeja a chegada de bons amigos.

“Foi aqui que conheci melhor as coisas, é aqui que choro e que desco-

bri que sou gente”

Ação voluntária no Jardim ReimbergAlunos de enfermagem auxiliam idosos na zona sul da Capital

Voluntária mede a pressão de idosa no Centro de Convivência do Jd. Reimberg

No entanto, todos trazem marcas de uma vida difícil. A maioria é de imigrantes nordestinos que vieram tentar a sor-te em São Paulo, como a alagoana Anaíde, 79. Jo-sina (Zizi), 57, sofre de depressão há seis anos, após ficar desempregada. Embora frequente terapia,

foi na ins t i -tuição q u e e n -c o n -t r o u r e f ú -

gio. Quando fala do as-sunto não consegue evitar as lágrimas. Zizi é uma das melhores bordadeiras do Centro. Enquanto falava, traçava pontos em uma toalha de mesa. Todas se orgulham de suas produ-ções, como um vaso feito de bexiga e jornal e uma caixa com filtros de café e

papelão. Além das ações pontuais que os estudan-tes desenvolvem, surge naturalmente uma amiza-de com seus “pacientes”. “Aqui não tratamos a do-ença, cuidamos do bem-estar”, diz Ricardo San-tos, oitavo semestre, no trabalho há três. “Minha recompensa é o sorriso deles”. Essa gratificação é recíproca. Os universi-tários são os amores de Dona Marinalva, que tem a inscrição número um do Reimberg. “Foi aqui que conheci melhor as coisas, é aqui que choro e que descobri que sou gente”, lembra ela, hoje viúva e mãe de quatro filhos. “Se um dia isso fechar, que-ro ser a derradeira a sair daqui”.

DAYSE OLIVEIRA

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DAYSE OLIVEIRA

Endereço: Rua Masazo Hoshimoto, 103 Jardim Reimbergtelefone: (11) 5939-1132

Page 8: Voz da UNISA - Jornal Laboratório - outubro 2009

Anualmente, cerca de 25 mil cães e gatos são reco-

lhidos pelo Serviço de Controle de Zoonoses, na capital paulista. Segundo a Sociedade Mundial de Proteção Animal, uma cadela, com uma vida reprodutiva de seis anos, pode ter 100 descenden-tes, enquanto uma gata em apenas dois anos pode dar ter até 200 filhotes. Veterinários e amantes dos animais de-fendem a esterilização, não só por diminuir o nú-mero de animais nas ruas, como para a saúde dos próprios bichos de esti-mação. A retirada dos ór-gãos sexuais também traz

reflexo na personalidade do animal, tornando-o muito mais calmo. Dessa forma, o método é eficaz também para espécies sil-vestres. Esse é o caso de Tucura, um cavalo branco doado para o Hospital Ve-terinário Unisa, localiza-do no Jardim dos Imbuias, zona sul de São Paulo. O animal foi cedi-do ao hospital, pois além de ter um problema no tendão, dificuldade que o impedia de carregar peso e de correr, atividades fun-damentais para criação na fazenda, Tucura também era conhecido pelo com-portamento muito agres-sivo. A solução que os veterinários encontraram para amansar o cavalo foi

Castração como medida de saúdeCampanhas divulgam método para diminuir animais na rua

Cavalo Tucura recebe atendimento após castração no Hospital Veterinário da Unisa

ARQUIVO UNISA

justamente a castração. Atualmente, com o com-portamento mais sereno e tratado da doença no ten-dão, Tucura ajuda nos es-tudos práticos dos alunos do curso de veterinária da universidade. O Hospital Vete-rinário Unisa já promo-ve cirurgias de castração com baixo custo para cães e gatos. Entretanto, para disseminar ainda mais a conscientização da popu-lação, entrou com um pe-dido de credenciamento no programa permanente de castração junto à Pre-feitura de São Paulo. A resposta para a solicitação deve chegar dentro dos próximos dois meses. Se aprovada, o Hospital po-

derá operar cães e gatos com custo zero. “Espera-mos atender cerca de 200 animais por mês”, explica Rafael Agropian, profes-sor responsável pelo pro-jeto. De acordo com diversas entidades prote-toras dos animais, como a Arca Brasil, a castração não provoca o aumen-to de peso, diferente do que é dito, e ainda ajuda na prevenção do câncer. Com a retirada do útero e ovários, as fêmeas não desenvolverão câncer na mama, nem no ovário ou colo do útero. Já os ma-chos, com a extração dos testículos, não terão pro-babilidade alguma de ter câncer de próstata.

LAURA DAL ROVERE

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::comunidade::

Desde outubro de 1999, o Juizado Especial Cível

da Universidade de Santo Amaro dá auxílio jurídico à população. São cerca de 60 atendimentos por dia e para ter acesso, é preciso preencher dois requisitos: pertencer à região e mo-ver ação de, no máximo, 20 salários mínimos, hoje equivalente a R$ 9,3 mil. Já na Defensoria Pública a pessoa deve comprovar baixa renda. Na primeira tria-gem os advogados rela-c i o n a m os docu-m e n t o s e verifi-cam se a questão é viável ou não. “Existe uma lei que veta a ação contra órgãos públicos. Neste caso, não podemos aten-der à demanda”, esclarece Marcelo Ferreira, coorde-nador do Juizado desde março de 2001. Segundo ele, 90% das pessoas pro-curam o local para ajuda em assuntos relacionados à direitos do consumidor, direito de vizinhança, co-lisão de veículo, cobrança e dúvidas sobre contratos. Nesta primeira seleção, é distribuída se-nha para comunidade às 7h da manhã, retornando às 12h (horário de início da assistência). “A Unisa

é a única faculdade que abre os portões antes do atendimento. No entanto, as pessoas que não conse-guirem retirar a senha às 7h também serão recebi-das, caso entrem antes das 18h”, garante Ferreira. O coordenador ainda explica que alguns já chegam à primeira tria-gem com os documentos, então inicia-se o processo no mesmo dia. Mas para analista de RH, Valéria Gomes, não funciona des-ta forma. “Eu estava com tudo pronto, pois antes havia passado no Fórum

de Santo Amaro e disseram os docu-m e n t o s n e c e s -s á r i o s .

Mesmo assim, tive que voltar no outro dia, pois faltou apenas a gravação de uma ligação telefô-nica”, protesta Valéria, atendida sem senha. Ao contrário do que Ferreira diz, quem passa pela primeira sele-ção com toda documen-tação necessária deve voltar, em outro dia, ao Juizado e pegar a senha para abrir o processo. “Na segunda triagem o atendimento dura de 30 a 40 minutos, pois como esta fase é feita pelos es-tagiários, vai depender da experiência de cada um e da agilidade do deman-

Jurídico é oferecido à populaçãoMoradores podem mover ações que atinjam até 20 salários

dante”, aponta Marcelo Ferreira. Para Roni Silva, que passou pela triagem II, a ajuda lhe trouxe uma expectativa. “Já saí daqui com a primeira audiência de conciliação marcada!”. Nesta, os estagiários são os conciliadores e não há necessidade da presença de um juiz. Se não houver acordo é marcado uma se-

gunda data com o compa-recimento dos advogados e do magistrado. O Juizado Espe-cial faz parte do Núcleo de Práticas Jurídicas da universidade que também conta com um escritório dedicado à assistência de pessoas carentes para questões da área familiar.

NAYARA KATHIÚSCIA

“Já saí daqui com a primei-ra audiência de conciliação

marcada”

Estatísticas2.417 pessoas atendidas entre janeiro e junho de 2008

4.866 pessoas atendidas entre janeiro e junho de 2009

1.800 processos tramita atualmente na faculdade

Serviço12h às 18h o atendimento é feito, de segunda a quinta-feira

12h às 17h o atendimento é feito as sextas-feiras

7h as senhas podem ser retiradas

O processo On-line pode ser feito pelo site: www.juizadoonline.com.br

Fila de pessoas aguardando atendimento jurídico

NAYARA KATHIÚSCIA

09

Page 10: Voz da UNISA - Jornal Laboratório - outubro 2009

Maria Jesus Cruz é cabeleireira e mora no bairro

de Santo Amaro. Aos 16 anos, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, teve uma filha, o que a impossibilitou de conti-nuar os estudos. Hoje, aos 55, após participar de um programa de alfabetiza-ção, tem um sonho: ingressar em um cur-so superior. Dados da Pes-quisa Nacional por Amostra de Domicí-lios (Pnad), divulga-dos em setembro deste ano, pelo Instituto Brasi-

leiro de Geografia e Es-tatística (IBGE), revelam que, em 2008, o Brasil possuía 14,2 milhões de pessoas com mais de 15 anos que não sabiam ler e escrever. Não houve mu-danças significativas em relação ao ano anterior. A queda foi apenas de 0,8%. Maria fez muitos amigos durante o curso.

Destes, alguns não sabiam escrever o próprio nome,

“Muitos não sabi-am escrever o próprio nome”

Analfabetismo mantém médiaDados divulgados pelo IBGE, em setembro deste ano, apontam de-

safiosparaaeducaçãodejovenseadultosbrasileiros

Alfabetização cresce no Brasil, porém ainda não atinge metas satisfatórias

GETTI IMAGES

realidade de um em cada dez brasileiros. “Eu já ti-nha um pouco de estudo e ajudava algumas pessoas que não conseguiam nem juntar as sílabas”, conta. A responsável pelo aprendizado da cabe-leireira foi Viviane Silva. Aos 18 anos, a estudante de pedagogia da Univer-sidade de Santo Amaro (Unisa) participou do projeto de alfabetização, feito em parceria com empresas da região e ex-tinto em 2008 por falta de apoio financeiro. Viviane encontrou

obstáculos para lidar com a classe. “Tive de desco-

brir ferramentas signifi-cativas para assimilação e aprendizado, como a linguagem para lidar com este tipo de público alvo”, diz. Estes alunos pre-cisam de atenção espe-cial, pois geralmente tra-balham, têm um ritmo de vida intenso e trazem pro-blemas pessoais, que po-dem interferir no acom-panhamento escolar. A cabeleireira Maria assu-me que, muitas vezes, não conseguia ter bom rendi-mento. “Os problemas financeiros mexem muito com o meu emocional e por isso, eu era improdu-tiva”, lamenta. A atual pedagoga ganhou a confiança da tur-ma. “Eles me viam como uma espécie de neta, tive de desenvolver meu tra-balho para que eles perce-bessem que eu não estava ali brincando”, relembra. Iniciativas de pro-gramas de alfabetização – governamentais ou não – podem mudar a vida de muitas pessoas como Ma-ria, que concluiu a quarta série do programa. De lá, foi encaminhada para uma escola estadual para fazer o ensino fundamental. As primeiras sensações foram positivas: “fiquei muito feliz porque passei em Português e Inglês”, finaliza.

GLEYCE MIRANDA

::comunidade::10

Page 11: Voz da UNISA - Jornal Laboratório - outubro 2009

“Realidade mudou com a chegada de um pólo de edu-

cação a distância”

Tecnologia promove educaçãoMétodo de ensino a distância é opção em lugares afastados

Os alunos de Marataízes, Espírito Santo, assistem aula do EAD via satélite

NATALIA OLIVEIRA E ROSÂNGELA CIANCI

Marataízes é um município do estado do Es-

pírito Santo povoado por 32.502 habitantes. Loca-lizado no litoral, tem uma geografia farta em flores-tas tropicais e próximas ao mar. A economia local depende do turismo e da agricultura. “Quando as grandes temporadas aca-bam fica difícil de ganhar dinheiro”. A auxiliar de escritório Adriana Santos Oliveira, 25, é quem des-creve a cidade. A mineira escolheu Marataízes para viver e sonhar. “Quero ser diretora de escola estadu-al. Educar é um dos meus dons”. Desejo que foi adiado por cinco anos, já que a faculdade mais pró-xima do município fica em Cachoeiro do Itapemi-rim, a 42,7 km. “Por isto demorei a fazer. Eu traba-lho no escritório de con-tabilidade do meu marido e o meu tempo sempre foi muito limitado”. Essa realidade mudou com a chegada de um pólo de educação a distância. A construção aconteceu em 2005 e desde então Adria-na assiste as aulas de pe-dagogia ministradas por professores da Universi-dade de Santo Amaro, em São Paulo. Em outro ponto de Marataízes, mora Andréa

Longue Alves, 29. Casa-da, sem filhos e dona de uma empresa de produtos naturais, Andréa vem de uma família de não-for-m a d o s . “Um dos mot ivos seria a falta de faculda-de, que só há na cidade vizinha, ain-da assim, todas particula-res e de custo alto”. Sem referencial, a comerciante se matriculou no curso de administração com um

objetivo. “Sinto a neces-sidade de aprimorar-me no ramo em que trabalho, uma vez que cuido da par-te administrativa do meu negócio”, conta. Uma vez por semana, as estudantes substituem a web para acompanhar o conteúdo passado ao vivo pelos profissionais paulistanos. Enquanto a explicação do

professor é feita no estú-dio, os dados de áudio e imagem são enviados para o teleporto local, que codifica as informações e

encami-nha ao satélite. A d i s t r i -b u i ç ã o aos pó-

los acontece em seguida. Entre São Paulo e Mara-taízes existem 805 km, percurso que a tecnolo-gia quebra em 1 segundo (Veja o quadro da próxi-

ma página). Mestre em Admi-nistração de Empresas, Douglas Soares analisa o mercado de trabalho e os profissionais forma-dos pelo método EAD. “O aluno que opta por estudar a distância pode competir de forma igual aos que não. As organiza-ções já reconhecem isso”, comenta. Soares ainda

explica que o sistema tec-nológico não fica atrás do presencial, exige dedica-ção e empenho. “O aluno tem que acessar o mate-rial, assistir as aulas, além de participar de chats e fóruns que enriquecem muito o aprendizado”, conclui. Além da forma-ção, Carlos Gonçalves, mestre em Ciências So-ciais, acredita que o pólo de educação pode refletir na economia local de for-ma positiva. “O ensino superior potencializa no-

vos negócios, pois des-perta as pessoas para as características da região e suas necessidades, as cha-madas oportunidades ob-servadas.” Gonçalves ex-plica que o conhecimento muda a cultura local e isto reflete na forma com que as pessoas vivem. .“É possível a criação de no-vos negócios - comércio e serviços, como por exem-

::tecnologia::11

ARQUIVO UNISA

Page 12: Voz da UNISA - Jornal Laboratório - outubro 2009

Unisa Digital atinge 15 estados brasileiros

WAGNER EMERICH

Com 13 mil alunos espalhados por 51 pólos em 15 estados do Bra-Com 13 mil alunos espalhados por 51 pólos em 15 estados do Bra-sil, a Unisa Digital, área da universidade responsável por toda a modalida-de de educação via web, alcança lugares em que não há faculdade. Fusão de dois programas de ensino anteriores, o Centro de Educa-ção a Distância (Cedu), de 2000, e a Unidade Virtual Empresarial (UVE), de 2001, a Unisa Digital tem o objetivo de “implantar, implementar, de-senvolver e avaliar cursos que visem o desenvolvimento da produção e disseminação da Educação a Distância (EAD)”, como diz seu site. Foi cre-denciada pelo MEC, nesta modalidade de ensino, em 2005. O EAD contém 28 cursos, separados em Graduação, Pós-Gradu-ação, Graduação Tecnológica e Extensão Universitária. Eles são produzi-dos em sistemas de módulos, cada um oferecendo ao aluno as disciplinas do curso escolhido. Todas as aulas são transmitidas pela televisão e pela Internet. As aulas pela televisão são exibidas duas vezes por semana, ao vivo, para todos os pólos do Brasil, e são intercaladas com trabalhos e atividades exigidos pelos professores. Já na web, as aulas são gravadas no sistema de podcast e deixadas para serem acessadas a qualquer mo-mento no site. Qualquerpessoaquetemcertificadodoensinomédiopodepartici-par do processo seletivo. As inscrições são feitas pela Internet e custam R$20, para quem não possui o boletim de desempenho do Exame Nacio-nal do Ensino Médio (Enem). Para quem tem, é grátis.

::tecnologia::

plo, uma sorveteria ou agência de eventos locais para turistas.”, comenta. O Ministério da Educação é o órgão res-ponsável pela fiscalização das instituições que se propõe a oferecer ensino a distância no país. Ainda assim, segundo o site da organização, nem todas estão aptas ao trabalho. Em novembro foram desativados 1.337 centros de ensino que mantinham aulas em es-paços mal estruturados e sem atendimento presen-cial. Para evitar futuras armadilhas, o MEC man-tém uma lista de empre-sas credenciadas no por-tal.mec.gov.br. Consultar a lista antes de fazer a matricu-la garante a segurança da escolha, mas para Soares é importante se atentar a outro detalhe. “Vale ob-servar a competência do profissional que vai mi-nistrar as aulas, é uma boa forma de avaliação”, sugere e conclui. “E va-mos estudar, pois para o aprendizado não há dis-tância.

12

ARTE: BRUNO SAES

Page 13: Voz da UNISA - Jornal Laboratório - outubro 2009

O profissional aca-bou de concluir o curso superior

e se depara com um novo tipo de situação: ironica-mente, o inusitado fica por conta das velhas caras. Os seus agora colegas de trabalho são pessoas que o acompanharam, se não toda, durante boa parte de sua jornada acadêmica. O Campus II da Univer-sidade de Santo Amaro é um bom modelo disso. Hoje, dos 24 funcionários do Laboratório de Rádio e Televisão (RTV), por exemplo, 11 são prove-nientes das salas de aula da instituição. Samuel Ruche, 25, faz parte desse qua-dro. Em 2008, concluiu o curso de Rádio e TV e atualmente ocupa o car-go de assistente de estú-dio. Antes, trabalhou dois anos como estagiário na mesma função, o que lhe permitiu rápida adapta-ção. “Eu já conhecia as pessoas. É aquela coisa: você não precisa provar nada, pois elas já sabem do que você é capaz”, jus-tifica. Ruche é respon-sável pela captação de imagens e por gravações tanto internas como exter-nas. Registrado há cinco meses, ele enfatiza alguns diferenciais do trabalho

neste período. “Já aprendi bastante coisa. Nenhum lugar que eu conheço me dá a liberdade que eu te-nho aqui”. Foi esse tipo de ambiente que fez de Ro-drigo Queiroz Rodrigues, 30, editor de vídeo. A for-mação em RTV, há cinco anos, abriu caminho para que aprendesse a maioria das técnicas após ingresso na área. E l e a d i a n -ta que d e v e usar os c o n h e -cimentos em futuros de-safios profissionais. “Eu pretendo trabalhar em te-levisão. Apesar de acredi-tar que seja extremamen-te cansativo e estressante, eu quero passar por esta experiência”, confessa. Para o coordena-dor geral do laboratório, da TV e da área de En-

“Nenhum lugar que eu co-nheço me dá a liberdade

que eu tenho aqui.”

Recém-formado trabalha na faculdadeInstituição de ensino passa a ser opção de serviço para ex-alunos

Recém-formado, Samuel Ruche trabalha como Assistente de Estúdio na Unisa

EMERSON VIANA

sino a Distância (EAD), Francisco Cláudio Gomes Lemos, 49, a qualidade na educação é que torna a pessoa mais gabaritada para assumir futuras va-gas. “Acho que o aluno tem uma boa formação aqui, diferente de outras universidades”, diz. “Na Unisa ele tem acesso ao estúdio, tem liberdade para fazer programas, o

que não é normal em ou-tros luga-res”.L e m o s d e s t a -

ca que o interesse de al-guns surge mesmo antes da conclusão do curso e, claro, é o que o coloca um degrau à frente de futu-ros concorrentes. “Tenho exemplo de pessoas que me dizem: eu quero que você saiba que eu existo, estarei aqui quando tiver uma vaga”, conta.

Apesar de tam-bém priorizar alunos da instituição, o jornalista Milton Santoja, 48, Su-pervisor de Operações desde 2004, afirma não fazer acepção na hora de contratar. Ele apenas es-clarece que o recém-for-mado tem vantagens em relação ao mercado. “Nós partimos do princípio de que o profissional tem, obviamente, não o con-ceito operacional, porque esse não é o objetivo do curso, mas o conceitual”. Santoja ressalta que apesar do estúdio dar uma maleabilidade maior, a rotina é parecida com a de um programa de televi-são convencional. “Todo o procedimento, estrutura e forma de visualizar as coisas são semelhantes às de uma emissora de TV”. Segundo o jornalista, a experiência, esta sim, é crucial na hora de procu-rar outro emprego.

EMERSON VIANA E VAL SCHLEINEGER

::estudantil::13

Page 14: Voz da UNISA - Jornal Laboratório - outubro 2009

O Marketing Pes-soal é uma fer-ramenta muito

usada atualmente para a autopromoção, princi-palmente em entrevistas de emprego. A expressão significa vender a própria imagem. Emílio Michele Cirillo, professor e mes-tre em Administração na Universidade de Santo Amaro, e MBA em lide-rança e estratégia orga-nizacional, explica que existem dois exemplos de Marketing Pessoal: o bom e o ruim. A lógica é sim-ples: quanto mais educa-da, atenciosa e prestativa for a pessoa, melhor refe-renciada será. Se for in-conveniente, chata e mal-educada, passará uma imagem ruim. “Fazer um bom Ma-r k e t i n g P e s s o a l é colocar excelência em tudo o que se faz.”, explica o especia-lista. Mas para vender a própria imagem é neces-sário ter conteúdo e, para isso, Cirillo diz que é pre-ciso seguir alguns passos básicos: “A pessoa deve aperfeiçoar-se em ser um produto de qualidade, em

ter habilidade e conheci-mento para depois mos-trar-se e vender-se”. Ele ensina ainda que o Marketing Pessoal pode ser usado em qual-quer situação e isso pode gerar bons frutos, por exemplo, se o aluno apli-car o método dentro da instituição de ensino. “O Marketing Pessoal não só lhe ajuda a conseguir em-prego, mas sim em qual-

quer organi-zação”, diz. O profes-sor ainda deixa algu-mas suges-tões para

quem quer adotar a prá-tica. “Controle suas emo-ções, seja pontual, com-petente e gentil com as pessoas”. Confira no Box ao lado, dez dicas para fazer um bom Marketing Pes-soal em todos os lugares em que passar.

“A pessoa deve aper-feiçoar-se em ser um produto de qualida-

de”

Professor ensina como usar imagemA personalidade torna-se cada vez mais o ponto chave para

alavancar a carreira profissional

Emílio Michele Cirillo durante gravação do programa Informe-se, da TV Unisa

KARINE MAXIMIANO

Dicas para usar o Marketing Pessoal a seu favor no trabalho e no ambiente de estudo

1- Seja gentil e atencioso ao tratar as pe-sasoas

2- Use um linguajar adequado, evite gírias ou expressões chulas.

3- Controle seus gestos (mãos e braços)

4- Venda corretamente sua imagem: seja competente e pareça competente.

5- Controle suas emoções.

6- Aprenda a ouvir.

7- Aprenda a usar seu celular, lembre-se que muitos lugares ele é inconveniente.

8- Seja pontual, essa é uma característica que marca muito as pessoas.

9- Use a indumentária adequada ao ambi-ente.

10-Use o bom senso, nunca se compro-meta com aquilo que não é capaz de fazer.

::estudantil::14

ROSÂNGELA CIANCI

Page 15: Voz da UNISA - Jornal Laboratório - outubro 2009

Os jovens João Palassão e Re-nan Kopleswki

de Castro praticam remo juntos há nove anos no Club Athletico Paulista e tem entre as suas maiores conquistas a medalha de prata do Pan-Americano do Rio de Janeiro, em 2007. Porém a falta de in-vestimento no esporte e a dificuldade de encontrar um patrocinador fez a du-pla procurar uma carrei-ra que desse maior segu-rança financeira. Os dois decidiram cursar odonto-logia, pois Palassão vem de família de dentistas e Castro gosta da área des-de a infância. Eles não queriam abandonar o esporte e resolveram pedir bolsas de estudo para a Unisa. Conseguiram desconto de 100% na mensalidade por um semestre. “O patrocí-nio me ajudou a econo-mizar dinheiro que pude investir em mim, como em gastos com nutricio-nistas e em suplementos alimentares”, afirma. A concessão de descontos para alunos que são atletas é uma medida importante de incentivo ao esporte aplicada pela Universidade de Santo Amaro. É uma parceria com o esportista e garante melhores condições para que o estudante se forme

sem abandonar as com-petições. O aluno recebe uma bolsa de estudo, pelo período acertado entre as partes, e, em troca, estam-pa o nome da Unisa em camisetas e bonés. Além desta du-pla, a Unisa patrocina um grupo de 14 estudantes de Administração e Publi-cidade e Propaganda, do Polo de Apoio Presencial de Piracicaba, no interior de São Paulo, que fazem parte da equipe oficial de taekwondo da cidade. A universidade também já patrocinou André Oli-veira, formado em agosto de 2009 em Publicidade e Propaganda, e medalha de prata no Revezamento 4x100m nas Paraolimpía-das de Pequim, em 2008. A ajuda é funda-mental para estes jovens atletas que buscam uma formação, mas que ainda vivem uma vida de espor-

Alunos recebem bolsa para competirEm troca de maior visibilidade de sua marca, a Unisa concede

descontos aos estudantes que praticam esportes

Renan e João durante prova dos Jogos Inter-Unisa

tista. A rotina de viagens para competições e trei-nos pode atrapalhar os es-tudos. “Fico tranquilo de ter que viajar para partici-par das competições por-que sei que eles sempre nos amparam em relação às provas que eventual-mente perdemos”, conta. Esse tipo de parce-ria traz frutos para ambos os lados. A universidade ganha em divulgação da marca e os alunos tem a chance de ter uma forma-ção sem abandonar a prá-tica esportiva. Os remadores, Pa-lassão e Castro, afirmam que, mesmo tendo con-quistado medalhas no Pan do Rio, em 2007, seguirão a carreira de dentista, pois a vida de atleta é muito difícil e pouco valorizada no país. O Brasil perde dois jovens competidores do remo, mas ganha dois novos dentistas.

BRUNO SAES

::esportes::

ARQUIVO PESSOAL

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Page 16: Voz da UNISA - Jornal Laboratório - outubro 2009

O Programa de Atividades Es-portivas para a

Comunidade (Paec), re-alizado no Campus I da Universidade de Santo Amaro (Unisa), tem re-cebido uma quantidade cada vez maior de parti-cipantes e deixado para trás um maior número de possibilidades de doenças cardíacas, respiratórias e neurológicas. “Troquei a sacolinha de remédios pelas aulas de hidrogi-nástica”, conta uma das participantes, Maria de Lourdes Rezende, 54 anos. “Foi a maneira de tratamento mais eficaz que encontrei”, afirma. Segundo o Conse-lho Federal de Educação Física (Confef), praticar

Paec promove saúde à populaçãoPrograma oferece natação, ginástica, hidroginástica e aulas de

condionamento físico para moradores da zona sul

Paec oferece aulas de hidroginástica para pessoas de todas as idades no Campus I da Unisa

SHEILA TITO esportes após os 60 anos, além de regularizar o fun-cionamento do coração possibilita um bem maior para a mente, a auto-esti-ma fica elevada e o prazer de viver ganha um novo impulso. No ano de 2008, as atividades esportivas para a comunidade pode-riam ter chegado ao fim, mas devido o esforço do do professor de Educa-ção Física, Marco Auré-lio Paganella, o Paec não foi extinto. “Sabemos da importância do programa para a região, e seria mui-to injusto se nossa casa não recebesse mais as vi-sitas daqueles que ajuda-mos”, conta Paganella. Natação, hidrogi-nástica, condicionamento físico e ginástica artística

são as atividades destina-das à comunidade externa. Os interessados devem contribuir com o valor de R$ 35 mensais para a ma-nutenção dos equipamen-tos e preservação dos gi-násios. “Não encaro como um gasto, mas como um investimento”, diz Maria de Lourdes, que acredita chegar aos 100 anos com um vigor de fazer inveja a qualquer um. Segundo dados do do Ministério da Saúde, aproximadamente 85% dos idosos brasileiros apresentam uma ou mais doenças cardíacas ou re-lacionadas com a artrite e a hipertensão arterial. Daí a importância do trabalho do Paec nesta faixa etária. Em épocas de maior procura, a Unisa

faz uma lista para vagas remanescentes e assim procura atender um nú-mero maior de interessa-dos. Também atua com o grupo da comunidade in-terna (alunos e funcioná-rios), através da natação, musculação e condiciona-mento físico. Saiba mais

O serviço é gratui-to, mas deve haver a apresentação do cra-chá ou holerite para os funcionários e o comprovante de paga-mento da mensalidade para os estudantes.

O telefone para infor-mações é: (11) 2141-8846

::esportes::

ARQUIVO UNISA

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Page 17: Voz da UNISA - Jornal Laboratório - outubro 2009

Você conhece o JIU? E a Copa Aesul? Sabia que

um professor da Unisa é treinador da seleção bra-sileira de atletismo juve-nil? Bom, se as respostas foram negativas não fi-que envergonhado, pois a grande maioria dos estu-dantes também não sabe. No Campus I da universidade, localizado no Jardim das Imbuias, zona sul de São Paulo, se concentra o Programa de Atividades Esporti-vas para a Comunidade

(Paec), que promove os Jogos Inter-Unisa (JIU). São as competições que atraem a maior quanti-dade de atletas dentro da universidade. Ao longo do ano letivo, modalidades como futebol, basquete, volei-bol, handebol, futebol de salão, atletismo e natação estimulam a competiti-vidade entre os alunos. Para o coordenador do curso de Educação Físi-ca, Luiz Carlos Casal, “a competição é um grande instrumento de interação entre os alunos de todos

Alunos competem dentro da Unisa Participações em campeonatos internos e externos são formas de

integrar alunos que estudam nos Campus I, II e IIIos cursos, não somente de Educação Física”. A Unisa também participou da 1ª Copa Ae-sul de Futsal, torneio que reuniu 18 times de empre-sas localizadas na zona sul de São Paulo, e que foi realizado durante os meses de agosto e junho. Porém, a equipe foi eliminada já na pri-meira fase, pois perdeu pelo placar de 5 a 0 para o Nut Transportes. O cam-peão do torneio foi o Ni-kkei, que venceu o Buffet Prime por 8 a 6. A instituição tam-bém mostra que é concei-tuada na área esportiva.

CARLOS GOMES

::esportes::

O professor Ricardo de Souza Barros esteve entre os dias 31 de julho e 2 de agosto em Port of Spain, em Trinidad e Tobago, país da América Central, com a seleção brasileira, participando do Campe-onato Pan-Americano de Atletismo Juvenil. Na competição, o Brasil con-quistou 13 medalhas, sen-do duas de ouro, seis de prata e cinco de bronze. Para todos aque-les que se interessaram em competir a Unisa re-serva um espaço dedica-do somente ao esporte em seu portal na internet. (www.unisa.br)Classificação do JIU 2009

Alunos que competiram nos Jogos Inter-Unisa 2009ARQUIVO UNISA

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Page 18: Voz da UNISA - Jornal Laboratório - outubro 2009

Liliane Moraes, 26, é uma daquelas pessoas que foi

buscar na Casa de Cul-tural Manoel Cardoso de Mendonça, uma oportu-nidade de conhecimento múltiplo. Sempre preo-cupada com o desenvol-vimento de suas habili-dades, a moça, além de professora, tem licencia-tura em psicopedagogia. “A Casa fornece a todos uma oportunidade de conhecimento para de-senvolver possíveis habi-lidades artísticas ou até mesmo se entrosar com outras pessoas”, diz. Quando concluiu o ensino médio, Liliane já sabia que iria atuar na área da educação. E foi ali, na Praça Dr. Francis-co Ferreira Lopes, 433, que tudo o que a moça buscava acabou encon-trando. Palestras, cursos, e rodas de conversas co-meçaram a fazer parte da rotina da jovem. Segundo a psicopedagoga, “a Casa exerce um papel presente na vida das pessoas que ali vão, proporcionando uma inclusão de maior experiência com uma ba-gagem cultural diversifi-cada, além de apropria-da”, afirma. A Casa de Cultura de Santo Amaro também promove ações no sentido de viabilizar e valorizar a produção cultural local,

oferecendo espaços para que os artistas possam de-senvolver, experimentar e apresentar seus trabalhos. Com um públi-co bastante heterogêneo, vindo de todas as partes de São Paulo, cerca de 70% dos frequentadores (dados da própria Casa) provêm das regiões peri-féricas da zona sul de São Paulo. E é da Estrada do Alvarenga, que Liliane sai para ir semanalmen-te à Casa buscar conhe-cimento e compartilhar suas histórias com outros admiradores do ambien-te. “Conhecer e ajudar o próximo é muito bom, sem falar que cada vez que frenquento saio daqui com um pouco mais de

Casa integra cultura na comunidadeOrquestra, samba e coral são algumas das atividades oferecidas

Psicopedagoga Liliane Moraes fala da Casa

Informações

Casa de Cultura Manoel Cardoso de

Mendonça

Praça Dr. Francisco Ferreira Lopes, 433 São Paulo - SP

telefone (11) 5522-8897(11) 5691-0164

sitehttp://www2.pre-feitura.sp.gov.br/noticias/ars/santo_am-aro/2006/02/0005

FELIPE BASTIANE

conhecimento de vida”, conclui. Liliane, que hoje trabalha em duas escolas (uma na rede estadual e a outra particular), bus-ca sempre os projetos da Casa de Cultura, pois crê que eles têm como uma de suas principais carac-terísticas, promover ativi-dades que contribuam di-retamente com a questão sociocultural, uma vez que a arte como lingua-gem universal, propicia a inclusão cultural e inte-gração das classes, colo-cando pessoas de níveis sociais diferentes no mes-mo espaço, vivenciando o mesmo repertório para que assim, possam rece-ber os mesmos aplausos.

Em grande par-te, as pessoas participam de todas as atividades, mas muitos projetos, por suas características, têm público próprio. Um de-les é o tradicional Samba da Vela, que acontece na Casa todas às segundas-feiras a partir das 20h30. E como de costume, a moça vai duas vezes ao mês participar desta roda de samba para ter mo-mentos de alegrias com amigos e principiantes. “Vir aqui me emociona, além do mais, estas rodas de samba sempre esti-veram presentes em mi-nha família. Lembro que quando criança, meu pai me levava nos batuques de bairros próximos de onde morávamos”, fala com um sorriso no rosto.

::cultura::

FELIPE BASTIANE

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Page 19: Voz da UNISA - Jornal Laboratório - outubro 2009

Santo Amaro recebe Festival de TeatroCompanhias de cinco países exibem peças para a comunidade

Fachada da associação cultural Paidéia, em Santo Amaro, zona sul de São Paulo

::cultura::

Serviço

Associação CulturalPaidéia

Rua Darwin,153- Alto da Boa Vista-Santo Amaro-SP

telefone(11) 5522-1283

sitewww.paideiabrasil.com.br

A arte tem a capa-cidade de reunir pessoas através de

sentidos e expressões. Ela quebra barreiras e possi-bilita o encontro de várias etnias. Uma prova clara disso é o evento que acon-tece neste mês na Associa-ção Cultura Paidéia. Em um ritmo ace-lerado, a terceira edição do Festival Internacional de Teatro para a Infân-cia e Juventude, que tem como tema “Uma janela para utopia”, vem se des-dobrando para realizar as dezenas de atrações que estão em sua programa-ção. As pessoas que assis-tem aos espetáculos ficam impressionadas com as di-versas atividades e com a

movimentação de pessoas que sai de uma peça teatral e já vai para um workshop oferecido gratuitamente durante o festival. O público jovem é uma presença constante, não só como espectador, mas também auxiliando nas produções. Todos dis-postos a contribuir com o objetivo do evento e da associação, que é promo-ver a troca de ideias entre vários grupos e instigar o encontro entre profissio-nais para , assim, propor novos caminhos para o te-atro destinado às crianças e aos jovens. A diversidade de companhias de vários paí-ses não causa nenhum em-pecilho ao projeto. Pelo contrário, as vantagens ficam mais explícitas. Os

artistas que fazem parte do Festival de Teatro vêm de países como a Bélgica, a Alemanha, a Argentina, a Turquia e, claro, do Bra-sil.. Apesar das diferenças culturais, eles dão a prova que quando o assunto é arte o entendimento se tor-na mútuo. Andreas Denk é coreógrafo e dançarino, e trabalhou por 12 anos como diretor artístico da companhia Hans Hof En-sembles, da Holanda. Atu-almente, ele organiza es-petáculos de dança, além de comandar sua compa-nhia Plan-D. O artista, que veio da Bélgica e já reali-zou diversos trabalhos no Brasil, se apresentando em festivais e em instituições, como o SESC Santo Ama-ro, contribuí no festival

com a peça Panamá além de conduzir um workshop para a liberação da expres-são física através da dança no teatro. Durante suas ofi-cinas no festival, ele teve o auxílio da artista Bebê Soares para traduzir os seus exercícios para o português. Primeiro com uma básica apresentação, ele soltou o seu inglês ten-tando prender a atenção dos presentes. A tradutora fez o seu trabalho, mas o decorrer das dinâmicas as palavras deixaram de ser necessárias. Entrou em cena o jogo de olhares e expressões corporais. Até mesmo quando as pala-vras eram pronunciadas, ficou mais fácil entender pela sintonia impregnada no ambiente

PATRICIA BRITO

PATRÍCIA BRITO

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Page 20: Voz da UNISA - Jornal Laboratório - outubro 2009

Aos quatro anos, Jucimara Colom-bo Ferreira já se

interessava pelo universo das artes. Desde cedo, de-monstrava desenvoltura e identificação com as lin-guagens teatrais e musi-cais. Foi nesta fase que a garota estrelou o seu pri-meiro espetáculo na esco-la onde estudava. Assim, o teatro sempre fez parte de sua vida. Com o pas-sar dos anos, ela se apro-fundou nos estudos de artes cênicas e vivenciou algumas performances artísticas. Paralelamente, começou a praticar espor-tes e a jogar vôlei. Então, decidiu fazer faculdade de Educação Física e, aos 19 anos, conseguiu tirar o DRT (registro de atriz). Hoje, além de es-tar no 6º semestre de Rela-ções Públicas da Univer-sidade de Santo Amaro, Ju Colombo, como é co-nhecida no meio artístico, é atriz, cantora e educa-dora. Ela também carre-ga na bagagem profissio-nal diversos espetáculos teatrais, como Os sinos dobram por elas, de Dir-ce Thomas, o infantil A Bruxa Zelda e os 100 docinhos, Dom Chicote Mula Manca e Bandida, de Analy Alvarez, entre outras montagens premia-das. “Compreendi então que a escolha da profissão está ligada à nossa mis-

são, àquilo que somente nós podemos fazer, de forma única e plena. Sigo com esta compreensão até hoje”, conta. Além das peças de teatro, ela fez partici-pações na televisão. Na Rede Globo, atuou em Belíssima, novela escri-ta por Sílvio de Abreu e exibida entre 2005 e 2006. Agora, integra o elenco de um seriado de humor chamado Norma, protagonizado por Deni-se Fraga, que estreou em 4 de outubro na emissora carioca. Ju ainda faz par-te da equipe do programa Almanaque Educação, exibido na TV Cultura, e coordena um elenco in-

Estudante atua em novelas e teatroA atriz Ju Colombo explica como consegue conciliar a faculdade de

Relações Públicas com a carreira de atrizCAMILA SILVEIRA

Atriz divide sua carreira com estudos na Unisa

CARREIRANovelasRazão de Viver (SBT) Belíssima (TV Globo)

Programas de TVOh! Coitado (SBT)A Diarista (TV Globo)

Peças de teatroOs sinos dobram por elasA Bruxa Zelda e os 80 doci-nhosDon Quixote Mula Manca Filmes1606DomésticasO Contador de histórias

::cultura::

fantil para o musical O Rei e Eu, produzido por Jorge Takla, que estreará no Teatro Alfa, em março de 2010. Um dos momen-tos áureos de sua carreira foi o convite para a pro-dução brasileira O Con-tador de Histórias, filme de Luiz Villaça baseado na vida real do mineiro Roberto Carlos Ramos. “A experiência de parti-cipar de uma produção cinematográfica foi fan-tástica. Particularmente, tive um grande desafio pelo fato de vir do teatro, em que toda a interpreta-ção é ‘maior’, além de ser comediante e muito cari-cata. Mas o resultado me

deixou muito feliz e espe-ro que tenha encantado o público também”, relata. Mas diante de tan-tas tarefas, o maior desa-fio de sua vida é conciliar a arte com a vida acadê-mica. Em 2006, decidiu ingressar na faculdade de Relações Públicas para aprimorar uma atividade desenvolvida por ela na Coordenadoria Educacio-nal da Associação Brasil Soka Gakkai Internacio-nal (BSGI), que propor-ciona a aproximação da Universidade Soka, do Japão, com instituições educacionais do Brasil com o objetivo de esti-mular o intercâmbio aca-dêmico entre os alunos. “Integro os trabalhos que tenho, como se um fosse a continuidade do outro, então, consigo otimizar meu tempo. No mais, faço os trabalhos de sala na madrugada, em horá-rios alternativos. Quando estamos determinados, tudo dá certo”, diz.

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