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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE BIBLIOTECONOMIA CURSO DE GRADUAÇÃO EM BIBLIOTECONOMIA
ILAYDIANY CRISTINA OLIVEIRA DA SILVA
WEBOMETRIA: um estudo de caso de sítios de Pós-Graduação em Engenharia de Produção no Brasil
NATAL/RN 2008.2
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ILAYDIANY CRISTINA OLIVEIRA DA SILVA
WEBOMETRIA: um estudo de caso de sítios de Pós-Graduação em Engenharia de Produção no Brasil
Monografia apresentada a Disciplina Monografia, ministrada pelas Prof.ª Maria do Socorro de Azevedo Borba e Renata Passos Filgueira de Carvalho, do Departamento de Biblioteconomia do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para obtenção do título de Bacharel em Biblioteconomia.
Orientadora: Profª Msc. Rildeci Medeiros
NATAL/RN 2008.2
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Catalogação da Publicação na Fonte.
Silva, Ilaydiany Cristina Oliveira.
Webometria: um estudo de caso de sítios de Pós-Graduação em Engenharia
de Produção no Brasil / Ilaydiany Cristina Oliveira da Silva. - Natal, RN, 2008.
62 f.
Orientadora : Rildeci Medeiros.
Monografia (Graduação) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Centro de Ciência Sociais e Aplicadas.
1. Estudo métrico - Monografia. 2. Webometria – Monografia. 3. Análise
Webométrica – Pós-Graduação em Engenharia de Produção - Monografia I.
Medeiros, Rildeci. I. Título.
RN/UF/BCZM CDU: 681.2.08:004.738.52
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ILAYDIANY CRISTINA OLIVEIRA DA SILVA
WEBOMETRIA: um estudo de caso de sítios de Pós-Graduação em Engenharia de Produção no Brasil
Monografia apresentada a Disciplina Monografia, ministrada pelas Prof.ª Maria do Socorro de Azevedo Borba e Renata Passos Filgueira de Carvalho, do Departamento de Biblioteconomia do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para obtenção do título de Bacharel em Biblioteconomia.
MONOGRAFIA APRESENTADA EM _____/ _____/ 2008.
BANCA EXAMINADORA
Profª. Msc. Rildeci Medeiros - UFRN
Orientadora
Profª. Msc. Renata Passos Filgueira de Carvalho - UFRN
1ª Examinadora
Bibliotecária Drª. Nádia Aurora Vanti Vitullo - UFRN
2ª Examinadora
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a minha orientadora, Rildeci Medeiros, que mostrou ser mais
do que uma Professora, foi uma verdadeira amiga, sempre disposta a ouvir,
sugerir e aconselhar. Ensinando que tudo que desejamos, somos capazes de
alcançar.
Agradeço a Bibliotecária Nádia Vanti, por ter colaborado direta e
indiretamente na realização desse estudo, por sua extrema atenção e
receptividade em todos os momentos em que necessitei de sua ajuda.
Ao Bibliotecário Everton Rodrigues, por sua amizade de longos anos e
pela dedicação e atenção que me deu nos momentos os quais necessitei para
a realização desse estudo.
Agradeço as Professoras do Departamento de Biblioteconomia, por
todos os ensinamentos.
À Professora Eliane, que sempre tão atenciosa, me ensinou a arte de
escrever trabalhos científicos, me incentivou a publicá-los e me mostrou que a
Universidade é a ponte que nos liga ao futuro.
Às Professoras Renata, Socorro Borba e Antônia, que com sabedoria,
sempre nos surpreendem com palavras ditas nos momentos certos.
Às Professoras Mônica e Luciana que sempre tiveram tanta paciência
ao esclarecer minhas dúvidas... Aprendi com vocês que a simplicidade é a
característica mais pura do ser humano.
Às Professoras Francisca, Terezinha e Fátima, por todos os
ensinamentos acadêmicos e também pelos ensinamentos de vida.
Em especial, à Professora Rilda que me surpreendeu com sua luta pela
vida... Que Deus te dê muitos anos de vida, pois você merece!
Agradeço a todos os meus amigos de sala, pelos conhecimentos
trocados, pelas boas conversas e risadas que demos juntos... Esses momentos
jamais serão esquecidos!
Ao meu pai, Iderval, que me incentivou em todos os momentos, me
mostrando que a vida se conquista com sabedoria, simplicidade e fé.
A minha mãe, Edinalva, que mesmo distante rezou e torceu pelas
minhas conquistas.
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Ao meu noivo e eterno namorado, Paulo Junior, pela sua extrema
paciência, força e carinho.
Aos meus irmãos, Idaliny e Iuri, que sempre me ensinaram que o
sorriso é o remédio para todos os problemas.
A minha tia, Josênia, meu tio Naldo e minha vó Ana, por terem
segurado em minhas mãos, me guiado e não deixarem me perder em meu
caminho...
Em especial, agradeço imensamente a DEUS, por ter me dado
sabedoria, força e dedicação em meio aos meus estudos. E, principalmente,
por ter colocado pessoas tão especiais em meu caminho, pessoas estas que
me ajudaram e me guiaram nesses quatro anos de longa estrada...
Muito Obrigada!!!
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Todas as cousas que podem cair sob o conhecimento dos homens se encandeiam e, desde que nos abstenhamos somente de aceitar por verdadeira alguma que não o seja, e respeitemos sempre a ordem necessária para deduzi-las umas das outras, nenhumas pode haver tão afastadas às quais não possamos por fim chegar, nem tão ocultas que não as possamos descobrir.
(DESCARTES)
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RESUMO
Apresenta uma análise webométrica, por meio do método de um estudo de caso de sítios de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, no âmbito de Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), no Brasil. Seu objetivo principal foi identificar as estruturas de conteúdo dos sítios, o uso, através do comportamento de pesquisas e busca, a qualidade das informações disponibilizadas, bem como a estrutura dos hipertextos existentes nos sítios desse universo de pesquisa. As ferramentas e os procedimentos metodológicos adotados foram: motores de busca (Google, Yahoo, FAST e AltaVista) e indicadores como: tamanho dos sítios web, visibilidade, popularidade, fator de impacto web, luminosidade e densidade média por link. E, ainda, programas mapeadores, como o Programa Xenu Link Steuth, Marketleap Search Engine Marketing Services. Estes instrumentos permitiram uma análise sucinta e avaliativa deste estudo webométrico. Portanto, a partir da literatura e deste trabalho, depreendeu-se que são muitas as vantagens do uso desse tipo de estudo métrico na denominada Sociedade da Informação e, conseqüentemente para com a Ciência da Informação. Isto posto, pela capacidade de possibilitar mudanças significativas às informações disponibilizadas e, ao mesmo tempo, a contribuição imensurável com o desenvolvimento de pesquisas científicas. Desse modo, as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) também contribuem, sobremaneira, para com a webometria no campo científico.
Palavras-chave: Estudo métrico. Webometria. Pós-Graduação. Engenharia de Produção. Brasil.
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ABSTRACT
Its present an analysis webometrics, although of method of a study of the websites cases of dusts-Graduation in Engineering of Output, in scope of Federal Institutions of Higher Education (IFES), in Brazil. Your main object was detect the structures of content dos sites, the usage, across exploratory the behavior and search, the grade of the information gave, as well as consume the structure of hypertexts existing us sieges of that exploratory universe. The implements and they methodological courses adopt be: engines of search (Google, Yahoo, FAST and Altavista) e forefingers consume: size of sieges web, visibility, popularity, factor of impact web, luminosities and density average along link. And, still, map programs like, Xenu Link Steuth, Market leap Search Engine Marketing Services. These implements allow a succinct and available analysis of this webometrics study. Therefore, at break of the literature and this work, understood that are many vantages of the use this type metric study the term Association of the Information and, accordingly towards the Science of the Information. This place, along capability of possibility changeovers meaningful to information gave and, at the same time, at contribution immeasurable with scientific exploratory the development. Of that manner, the Technologies of Information and Announcement (TICs) also contribute, concerning all of it, towards the webometrics in the country high school. Word-key: Metric study. Webometrics. Dusts-Graduation. Engineering of Output. Brazil.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Interface do sítio da Associação Brasileira de Engenharia de Produção (ABEPRO). ........................................................................ 40
Figura 2 – Interface do sítio do Google para Pesquisa Avançada ....................... 43
Figura 3 – Interface do sítio do Google para Pesquisa Avançada por página específica ........................................................................................... 45
Figura 4 – Interface do sítio Marketleap Search Engine Marketing Services ....... 46
Figura 5 - Interface do Programa Xenu Link Steulh ............................................ 47
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Ranking dos sítios, de acordo com seus respectivos Tamanhos, analisados pelo Google....................................................................... 49 Tabela 2 – Ranking dos sítios, de acordo com a visibilidade, analisada pelo Google ............................................................................................... 50 Tabela 3 – Ranking dos sítios, de acordo com a popularidade, analisada pelo Marketleap Search Engine Marketing Services ......................... 51 Tabela 4 – Ranking dos sítios, de acordo com o fator de impacto web................ 52 Tabela 5 – Ranking dos sítios, de acordo com a luminosidade, com dados do Xenu Link Sleuth................................................................................ 53 Tabela 6 – Ranking dos sítios, de acordo com a densidade média por link, de acordo com dados do Xenu Link Sleuth e do Google ........... 54
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 13
2 TECNOLOGIAS: PANORAMA HISTÓRICO-CONCEITUAL ........................... 16
2.1 INTERNET ..................................................................................................... 16
2.1.1 WORLD WIDE WEB ................................................................................... 19
2.2 TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO .............................. 22
3 ESTUDOS MÉTRICOS: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICO-CONCEITUAL ........ 24
3.1 BIBLIOMETRIA............................................................................................... 27
3.2 CIENCIOMETRIA ........................................................................................... 29
3.3 INFORMETRIA .............................................................................................. 30
3.4 WEBOMETRIA ............................................................................................... 31
3.4.1 A webometria no contexto científico ....................................................... 33
4 APLICAÇÕES DA WEBOMETRIA NA COMUNIDADE CIENTÍFICA DE
PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO ................................. 37
4.1 FERRAMENTAS E PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ....................... 42
4.2 ANÁLISE E DESCRIÇÃO DOS DADOS......................................................... 48
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................... 57
REFERÊNCIAS .................................................................................................... 59
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1 INTRODUÇÃO
No final do século XX, mais precisamente, na década de 90, pode-se
perceber que com o advento das novas tecnologias e, conseqüentemente, com
a inserção da Internet, mudanças relevantes ocorreram em contextos
diversificados, tais como: cultural, econômico e social. Nesse sentido,
observou-se como um dos principais fatores de impacto a explosão de
informações disponibilizadas, notadamente, pela web.
Diante dessas mudanças significativas, surgem nesse cenário, os
estudos métricos. Estes, por conseguinte, têm como foco principal o registro de
informações, dentre os quais se destacam: a bibliometria, a cienciometria e a
informetria. Os mesmos são métodos quantitativos capazes de medir o fluxo de
informações registradas e, em especial, o estudo webométrico que possui
técnicas quantitativas para medir, especificamente, a informação disponível na
web.
Percebendo-se a importância da webometria no contexto científico foi
que se despertou para o interesse em desenvolver este estudo, com essa
temática. Além disso, a idéia foi reforçada após a apresentação da palestra
ministrada por Nádia Vanti, a qual abordou o tema durante a Jornada de
Biblioteconomia na Universidade Federal do Rio Grande do Norte em meados
de 2008.
Considerando, que a webometria é considerada como um fator
determinante para tomada de decisões e avaliações de informações eletrônicas
disponíveis, esta asserção sustentou a idéia de divulgar as aplicabilidades
dessa ferramenta de caráter, sobretudo, quantitativo, e, ainda, avaliativo de
informação.
Para tanto, a realização deste trabalho, buscou um respaldo
metodológico específico para a sua prática investigativa, no qual se procurou
fazer, de início, uma incursão pela literatura. A partir disso, passou-se então a
uma análise sistemática de pesquisas teóricas, tanto de publicações
impressas, como eletrônicas e, ainda, de trabalhos dedicados aos estudos
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métricos, de forma a absorver informações e contribuir na construção do
conhecimento sobre a temática em discussão. Com o objetivo de alcançar o
entendimento de questões que circundam essa área, perguntou-se: Quais as
vantagens dos estudos métricos na denominada Sociedade da Informação?
Em que medida as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs)
contribuem nos estudos da webometria? Como a webometria tem contribuído
com a Ciência da Informação?
As respostas para esses questionamentos abarcaram, inicialmente, o
projeto que deu origem a este estudo. Este, por conseguinte, foi capaz de
integrar valores a análise webométrica abordando as questões, como também
expor de forma detalhada a metodologia utilizada para a análise webométrica
dos sítios selecionados no contexto desta investigação. Este último aspecto
remete a níveis regionais no Brasil, bem como na área de Engenharia de
Produção e de Pós-Graduação.
Essa pesquisa buscou identificar a aplicabilidade dos estudos
webométricos nessa comunidade científica, como também analisou as
dimensões de usabilidade das ferramentas e indicadores estatísticos de
informação.
Em linhas gerais, a possibilidade de identificar os campos métricos de
avaliação de informações disponíveis na web, tornou pertinente a aceitação do
tema a ser tratado. Isto posto, como forma de proporcionar uma melhor
divulgação dos estudos e pesquisas científicas dessa área do conhecimento.
De tal modo, o trabalho em tela, apresenta-se em definidas seqüências de
capítulos.
No primeiro capítulo, delimita-se uma breve introdução, na qual está
descrita a problematização do tema tratado, assim como os objetivos que este
trabalho buscou alcançar, reforçando-se a idéia principal através da justificativa
apresentada.
No segundo capítulo foram apresentados aspectos histórico-conceituais
das tecnologias, enfocando a origem do computador, o advento da Internet e
15
posteriormente da World Wide Web, como um dos principais fatores
determinantes para a divulgação de publicações e pesquisas científicas. Estes,
por sua vez, contribuem sobremaneira com as Tecnologias de Informação e
Comunicação no campo da Ciência da Informação.
No seguinte capítulo é apresentada a fundamentação teórico-conceitual
dos estudos métricos, ou seja, bibliometria, cienciometria, informetria e
webometria e as suas relações. Com isso, torna-se oportuno ressaltar que este
capítulo é subdivido em partes, cuja apresentação permitiu evidenciar, de
algum modo, o processo de análise da webometria no contexto científico atual.
No quarto capítulo são apresentadas às aplicações da webometria no
campo científico de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, através de
sub-capítulos que abordam, seqüencialmente, uma análise sucinta das
ferramentas e indicadores webométricos. E, ainda, descrevem-se os dados
encontrados nas determinadas Universidades Federais propostas pelo estudo
em questão.
Portanto, o último capítulo apresenta as considerações finais. Neste há
uma análise resumida das principais questões tratadas neste trabalho,
apresentando os resultados apontados através da pesquisa webométrica
realizada. Como também, pontos pertinentes à elaboração deste estudo, uma
vez que foram ressaltados de forma geral.
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2 TECNOLOGIAS: PANORAMA TEÓRICO-CONCEITUAL
As tecnologias, de modo geral, estão presentes nas atividades
cotidianas da sociedade. Isso pode ser observado desde o simples ato de
acender uma lâmpada até o acesso à conta bancária, haja vista as inúmeras
formas de acesso via tecnologias. Ademais, o acesso aos diversos sistemas de
informação.
Nesse sentido, cabe ressaltar uma acepção acerca da tecnologia, ou
seja:
A tecnologia é vista como a expressão material de um processo que se manifesta através de instrumentos, máquinas, dentre outros, cuja suposta finalidade é melhorar a vida humana. Esta visão vem sendo bastante difundida principalmente através dos meios de comunicação que constantemente divulgam produtos e serviços tecnológicos que vieram para facilitar o cotidiano das pessoas, tornando-a mais confortável, mais rápida, mais eficiente, mais ágil e assim por diante. (CARVALHO; FEITOSA; ARAUJO1)
Ainda sobre essa temática tem se tornado evidente que a mesma é
desenvolvida através da junção de conhecimentos técnicos e científicos. Para
tanto, utiliza ferramentas capazes de desenvolver mecanismos que colaboram
na solução de problemas, tornando a realização das atividades, algo mais
eficiente.
Dentre o leque de funcionalidades disponibilizadas pelas tecnologias,
pode-se enfocar a criação dos computadores e a subseqüente criação da
Internet e da web, como os grandes marcos históricos para a evolução
tecnológica informacional.
2.1 INTERNET
O computador surgiu, inicialmente, com o propósito de realizar contas
matemáticas simples. Tal criação foi idealizada pelo inventor Blaise Pascal, em
1 Documento eletrônico não paginado.
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1642, que se revelou como sendo a primeira máquina de calcular, da qual se
têm registros.
De meados de 1670 ao início do século XVI, o matemático alemão
Gottfried Wilhelm Leibniz aprimorou a invenção de Pascal, de forma a criar
uma máquina capaz de realizar as quatro operações matemáticas. Isto foi
concebido como um grande feito histórico, visto que nessa época ainda não
havia o advento das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs).
No início do século XVII, mas precisamente, em meados de 1812, o
matemático inglês Charles Babbage proporciona o desenvolvimento dos
computadores, a partir de uma idéia da construção de uma máquina capaz de
realizar cálculos mais complexos.
Essa idéia torna-se o fundamento utilizado pelo inventor americano
Herman Hollerith em 1889, para que o mesmo criasse uma máquina mais
sofisticada, capaz de armazenar dados, através de cartões perfurados.
Invenção esta, que se assemelhavam aos disquetes criados anos depois.
Em 1903, surge o chamado computador eletrônico, que utiliza álgebra
booleana ou álgebra binária, do verdadeiro ou falso, do 0 ou 1, que é a base
computacional de todos os computadores atuais.
Em meados de 1943, durante a Segunda Guerra Mundial, os cientistas
norte-americanos John Presper Eckert e John W. Mauchly criaram o
computador digital eletrônico, o ENIAC, que auxiliou o exército norte-americano
a realizar cálculos de balísticas para vencerem a Guerra.
Na época, o ENIAC se destacou por realizar 5 mil operações por segundo, velocidade mil vezes superior à de seus antecessores. Hoje, se comparado com os computadores atuais, o poder de processamento do ENIAC seria menor do que o de uma simples calculadora de bolso. (A HISTÓRIA DO COMPUTADOR2)
Ainda na década de 40, John Von Neumann, idealiza a arquitetura de
um computador que possuiria a centralização do processamento da máquina 2 Documento eletrônico não paginado.
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(CPU) e que armazenaria as suas funções (unidade de memória), de forma a
criar um computador mais compacto.
Após a implantação dessa invenção, o computador passa então a ser
mais difundido, visto que essa tecnologia proporciona mais agilidade, eficiência
e praticidade, os quais são fatores primordiais para a difusão de dados,
informações e conhecimento no meio social.
Mas se os computadores, como aconteceu, foram se tornando mais poderosos e utilizados, também cresceu enormemente a quantidade de dados espalhados pelo mundo, e a necessidade/possibilidade de pessoas se comunicarem com outras virtualmente (à distância). Esta é a base, então, do surgimento e da consolidação do uso das redes de computadores, e da internet, no mundo de hoje. (A HISTÓRIA DO COMPUTADOR3)
Diante desse marco histórico surge à necessidade de uma conexão
entre os computadores, que viessem a colaborar com a troca dos dados e
informações geradas, surgindo nesse cenário à rede mundial de computadores,
denominada Internet.
A Internet foi criada, em meados da década de 70 e 80, para fins
militares e caracteriza-se como sendo, uma “rede interconectada”. Esta, por
conseguinte, é utilizada para a transmissão de informações textuais, tais como:
e-mails e transferências de arquivos entre computadores, bastando somente
que os mesmos estejam conectados com uma rede em comum, ou seja, a
própria Internet. (AMORA, 2003)
No decorrer dos tempos, percebeu-se que todo o aparato tecnológico
que emergiu, poderia ser utilizado a favor da formação e disseminação do
conhecimento aos indivíduos. Contudo, a Internet passou a integrar os meios
de comunicação acadêmica, tendo sua expansão também no meio social.
No Brasil, a Internet surgiu em meados de 1989 como uma rede
acadêmica, tendo sua expansão no meio social nos anos subseqüentes. Nesse
grande projeto nacional, o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) deu apoio
3 Documento eletrônico não paginado.
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incondicional, haja vista que possuía a percepção de que essa tecnologia era
capaz de integrar mudanças significativas em diversos contextos.
Nos dias atuais, a Internet tornou-se uma ferramenta indispensável em
diversos segmentos da sociedade, independentemente, do espaço geográfico
e em escala mundial. Pois, Vanti (2007, p. 24), ressalta que a “Internet é uma
rede global que possibilita a comunicação entre computadores e a interconexão
de redes locais, regionais e internacionais”. Isso possibilitou favorecer uma
alternativa no ato de comunicação mediante a disponibilização de informação
para a sociedade, estando presente nas escolas, faculdades, empresas,
domicílios, entre outros.
Nessa perspectiva, a Internet trouxe grandes mudanças em diversos
contextos, principalmente no contexto científico, pois a mesma contribui
diretamente com a produção científica, assim como a difusão e visibilidade da
mesma, de forma a tornar a Internet uma fonte de informação científica de
intensa usabilidade. Isto posto, em função da sua capacidade de colaborar com
o desenvolvimento do país, principalmente no que se diz respeito à
concretização das pesquisas científicas, que são os elos para esse
desenvolvimento.
Porém, este fato não deteve a necessidade do aprimoramento dessa
tecnologia, que ao decorrer dos anos ganhou mais força e amplitude, chegando
a ser idealizado o surgimento de uma rede mais ampla, a qual abrangesse um
nível mundial de conectividade entre os computadores, capazes de transmitir
algo além de dados, surgindo então a World Wide Web (WWW) ou web, como
é popularmente conhecida.
2.1.1 World Wide Web
Após o surgimento da Internet, o engenheiro Tim Bernes-Lee, no início
da década de 90, resolveu aprimorar o uso dessa tecnologia e desenvolveu a
World Wide Web (WWW), traduzindo como teia mundial de informações, que
de acordo com pesquisa de Vitullo (2007, p. 33) afirma que:
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A Web é construída em torno de três idéias principais: distribuição geográfica e física de documentos, localização não-ambígua de documentos e interface uniforme para diferentes bases de dados. Além disso, ela também dispõe de um ambiente multimídia com gráficos, som, imagem, vídeo etc., fazendo com que a informação seja apresentada de maneira muito mais atraente ao usuário.
A web possibilitou a criação dos chamados sítios (sites), com o propósito
de estabelecer uma conexão e interação entre a rede mundial de
computadores, mas não só através do envio de textos, mas acrescentado à
transmissão de imagens, sons e vídeos a esse processo.
Os sítios são conjuntos de páginas da web, que podem ser acessados
através de hyperlinks ou somente links, como são conhecidos. Esses são
referências de documentos em formato eletrônico que nos dão acesso aos
hipertextos e que, por sua vez, é um termo que designa um texto em formato
digital.
Segundo Parente, (1999, p. 75) no contexto da Ciência da Informação, o
hipertexto é:
[...] antes de mais nada, um complexo sistema de estruturação e recuperação da informação em forma multissensorial, dinâmica e interativa. Dentro desta perspectiva, o hipertexto representa o último capítulo da história da escrita e do livro, o livro interativo, audiovisual, multimídia.”
De modo geral, os hipertextos podem ser armazenados dentro de outros
textos, os quais possuem informações relacionadas entre si, sendo acessados
através dos links, que são apresentados no texto principal. Ao clicar em um link
o leitor tem acesso a outro documento, de modo a fazer com que a leitura não
seja seqüencial e oferecendo, ao mesmo tempo, diversos referenciais em sua
pesquisa, tais como: dados, gráficos, imagens, arquivos de áudio ou ainda
animações.
Entre as diversas vantagens proporcionadas pela web, uma das mais
significativas é a contribuição que a mesma tem oferecido a comunicação
científica, pois essa via de comunicação agiliza e dinamiza o acesso a
21
pesquisas científicas de modo a colaborar com processo de elaboração,
transferência de resultados e divulgação dos mesmos. Pois,
[...] a comunicação científica incorpora as atividades associadas à produção, disseminação e uso da informação, desde o momento em que o cientista concebe uma idéia para pesquisar até que a informação acerca dos resultados é aceita como constituinte do estoque universal de conhecimentos. (GARVEY; GRIFFITH apud TARGINO, 2000, p. 10)
É fundamental observar que com o advento da web e suas ferramentas,
as publicações eletrônicas que são umas das fontes mais utilizadas pelos
pesquisadores, no mundo contemporâneo, para divulgação no meio científico,
tornaram-se bem mais divulgadas e acessadas, pois as mesmas possuem
menos custos, desburocratização, flexibilidade de espaço e gratuidade para os
seus usuários.
Outra vantagem atribuída ao uso da web na área científica é a criação
das redes eletrônicas de informação, como os chats, blogs e comunidades
virtuais, que são mecanismos de ligação entre usuários que possuem um
mesmo tópico de interesse sobre determinado assunto.
De tal modo, cumpre frisar que através dos mecanismos disponíveis no
ciberespaço, pesquisadores podem trocar informações, dados, arquivos,
imagens e gravações de experimentos e estudos, constituindo dessa forma
uma rede colaborativa de informações científicas.
Isso permite afirmar que as tecnologias, tais quais: o computador, a
Internet e a web podem ser consideradas como Tecnologias de Informação e
Comunicação (TICs), pois as mesmas trouxeram uma gama de possibilidades
para a disseminação de informação e conhecimento para toda a sociedade e,
em especial a sociedade científica, através do aparato tecnológico
informacional que se firmou durante o tempo.
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2.2 TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TICs)
As TICs surgem como instrumentos essenciais no processo de geração,
transferência, difusão e acesso a dados bem como de informação e
conhecimento e, ainda, na visibilidade e dinamização no processo de
recuperação dos mesmos para a sociedade.
Atualmente, a sociedade vivencia uma intensa explosão da informação,
tanto através da geração e distribuição, como da sua difusão. Isto tem se dado
através dos recursos tecnológicos e nesse contexto torna-se possível
caracterizar uma nova Era, ou seja, a denominada Sociedade da Informação.
Ao considerar a informação como elemento estratégico para tomada de
decisão na sociedade atual, enfatiza-se que:
Nesta era, marcada pelo impacto das tecnologias de informação e comunicação, deter e produzir conhecimento – científico e técnico – e transformá-lo em inovações nas esferas econômica e social é, mais do que nunca, estratégico tanto para o dinamismo e a prosperidade da sociedade quanto para que a nação se defina de forma soberana. (BRASIL, 2002, p.23)
Nessa perspectiva, essa nova sociedade é assim intitulada por vivenciar
uma verdadeira explosão informacional, na qual há uma intensa quantidade de
informações geradas e disponibilizadas, cotidianamente, aos indivíduos,
contribuindo, dessa forma, com a interação em rede, bem como com a
construção intelectual da sociedade. Ademais, independentemente, do lócus
geográfico onde esteja situado o autor conteudista.
Segundo Takahashi (2002, p.3), a Sociedade da Informação é concebida
como [...] “uma nova era em que a informação flui a velocidades e em
quantidades há apenas poucos anos inimagináveis, assumindo valores sociais
e econômicos fundamentais.” Tal afirmativa nos faz perceber a importância das
informações em seus diversos contextos, isto é, local, regional, nacional e
global.
Observa-se que diante do valor que as informações possuem,
sobretudo, nos dias atuais, as TICs são consideradas como um dos meios mais
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eficazes para o processo de disseminação dessas informações produzidas
tanto no meio científico, quanto no meio técnico ou social. Pois, a informação
ao ser considerada como insumo básico para a geração do conhecimento,
torna-se essencial para promover o seu acesso em esfera mundial.
No contexto atual, as TICs têm contribuído consideravelmente com a
produção e divulgação de pesquisas científicas, no tocante ao acesso, uso e
disponibilidade dessas informações. Diante desse novo contexto, inseri-se o
surgimento de estudos métricos que possuem por finalidade avaliar
informações disponíveis em diversos formatos. Assim sendo, será abordado a
seguir aspectos de ordem teórico-conceitual sobre estudos métricos.
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3 ESTUDOS MÉTRICOS: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICO-CONCEITUAL
A ciência ao contribuir com o desenvolvimento torna-se fundamental
para as mudanças sociais, pois a mesma é considerada como um fator de
geração e produção de conhecimentos necessários para essas mudanças.
Além disso, contribui, significativamente, para a evolução das áreas do
conhecimento, bem como para o desenvolvimento da pesquisa.
Conforme afirma Targino, (2000, p.2) em sua concepção a autora afirma
que:
[...] ciência refere-se, sobretudo, ao conjunto de procedimentos transformadores advindos da vinculação ciência-tecnologia e de seus resultados inscritos no meio ambiente, haja vista que o interesse maior da ciência é a emancipação do gênero humano, seja em relação à natureza, seja em relação às suas limitações sociais, culturais e existenciais.
Dentro desse contexto é que, no início do século XX, percebeu-se que a
ciência havia a necessidade de ser avaliada de uma forma mais crítica, de
modo a compreender o porque dela não ter sido capaz de solucionar os
problemas sociais existentes, já que a mesma havia contribuído tão
intensamente na produção tecnológica de armas durante a Primeira Guerra
Mundial (VANTI, 2006).
A partir de então, os órgãos do governo e agências financiadoras de
recursos para projetos científicos que colaboram com a ciência, tiveram a
necessidade de estabelecer critérios capazes de definir quais projetos
científicos deveriam receber mais fundos de investimentos. Nesse sentido,
buscou-se enfatizar o papel da ciência no processo de desenvolvimento, uma
vez que essa tem se tornado evidente na minimização dos problemas sociais e
dessa forma incentivar os pesquisadores a realizarem mais estudos científicos
de contribuição significativa para a sociedade.
Cabe enfatizar, que a produção científica, de modo geral, tem
contribuído para com o progresso científico, tecnológico e social, por meio dos
25
seus resultados. Estes, por conseguinte, ao serem aplicados poderão ser
capazes de modificar e contribuir para com a diminuição dos problemas sociais
que circundam a sociedade, ou seja: doenças, analfabetismo, fome e
desemprego, dentre outros.
Diante isso, vale ressaltar a acepção de Dea, (2006, p. 16), sobre
produção científica, isto é:
A produção científica é resultante dos estudos divulgados através de canais formais e informais de comunicação científica e tem por objetivo ser mais um instrumento de ensino e de pesquisa, assim como dar suporte na resolução de problemas.
Pois, são diversos os suportes em que a produção científica pode ser
registrada, tais como: periódicos, livros, teses e dissertações, anais de reuniões
científicas, informações veiculadas em redes eletrônicas, artigos de jornais em
seções especializadas, entre outros.
Mediante essa diversidade de canais de comunicação houve a
necessidade do surgimento de ferramentas avaliativas de medição das taxas
de produtividade de pesquisadores e dos centros de pesquisa, como forma de
avaliar o fluxo e a qualidade das informações disponibilizadas por essas
pesquisas. Isto se deu em função da necessidade de se estabelecer então as
prioridades para prover recursos financeiros destinados às essas pesquisas.
Em se tratando de qualidade de informações, torna-se justificável
ressaltar Le Coadic (1996 apud TARGINO, 2000, p. 9), ao mencionar a
importância da informação no âmbito científico, ou seja:
As atividades científicas e técnicas são o manancial de onde surgem os conhecimentos científicos e técnicos que se transformarão, depois de registrados, em informações científicas e técnicas. Mas, de modo inverso, essas atividades só existem, só se concretizam, mediante essas informações. A informação é o sangue da ciência. Sem informação, a ciência não pode se desenvolver e viver. Sem informação a pesquisa seria inútil e não existiria o conhecimento. Fluido precioso, continuamente produzido e renovado, a informação só interessa se circula, e, sobretudo, se circula livremente.
26
Diante de tamanha importância da qualidade de informações científicas,
é que se inserem nesse contexto os indicadores avaliativos de informação que
se designam por serem quantitativos ou qualitativos.
No que se diz respeito às técnicas de indicadores quantitativos de
avaliação pode-se citar os estudos métricos da bibliometria, cienciometria e
informetria (que medem as informações registradas). Em relação a técnicas de
indicadores qualitativos, pode-se mencionar o estudo mais recente da área
métrica, a webometria (que mede tanto quantitativamente quanto
qualitativamente as informações disponíveis pela web em formato digital).
Com base na utilização dos indicadores avaliativos, vale ressaltar a
importância desses por Viotti (2003, p. xxii), quando afirma que:
Os indicadores podem ser utilizados para alimentar as investigações sobre a natureza e os determinantes dos processos de produção, difusão e uso de conhecimentos científicos, tecnologias e inovações (razão científica). Podem servir para informar a formulação, o acompanhamento e a avaliação de políticas públicas (razão política). Também podem informar as estratégias tecnológicas de empresas, assim como, as atitudes de trabalhadores, instituições e do público em geral em relação a temas de [Ciência, Tecnologia e Inovação] CT&I (razão pragmática).
Nessa perspectiva, os estudos quantitativos e qualitativos têm permitido
o conhecimento da produção científica mundial, sob diversos enfoques, tais
como classificações e tendências temáticas, tipos e autoria, tipos de textos e
de publicações, freqüência e produtividade, entre outros. (DEA, 2006).
Tais enfoques delimitam-se dentro dos estudos métricos de informação,
os quais serão abordados, conceitualmente, nos itens que se seguem.
27
3.1 BIBLIOMETRIA
O termo bibliometria é uma junção do grego biblion, que significa livro,
com o latim metricus e o grego metrikos, que significam mensuração. Então,
esse tipo de estudo métrico refere-se a um processo de medida relacionada ao
livro ou documento. (DEA, 2006)
Segundo Tague-Sutckiffe, (1992 apud VANTI, 2002, p. 154) bibliometria
defini-se como sendo o “estudo dos aspectos quantitativos da produção,
disseminação e uso da informação registrada”.
A origem do termo bibliometria advém do século XX. Nesse período
tornou-se possível identificar o fenômeno da plurissignificação de sentido desse
termo, haja vista que alguns autores afirmam que o termo bibliometria, ou
melhor, Bibliometrie foi utilizado pela primeira vez por Paul Otlet em 1934 em
sua obra Traité de documentatión.
Mas, outros registros identificam que o pesquisador Ranganathan
utilizou o termo “bibliotecometria” em meados de 1948, durante a Conferência
da Aslib (Association for Information Management) em Leamington Spa,
quando sugeriu a necessidade do seu desenvolvimento por parte dos
bibliotecários, visto que as bibliotecas lidavam com grande abundância de
números.
Em 1969, o termo “bibliotecometria” foi substituído por “bibliometria” e
teve a sua primeira aparição também nos trabalhos de Ranganathan. Essa
ocorrência se deu durante o Seminário Anual do Documentation Research and
Training Centre (DRTC), cujo trabalho apresentou exemplos de aplicação
estatística na área da Biblioteconomia, popularizando definitivamente esse
termo. (VANTI, 2007)
Todavia, o pesquisador Sengupta afirma que o pesquisador Alan
Pritchard foi o primeiro a utilizar esse termo em suas pesquisas em 1969. Já
outros afirmam que Pritchard, na verdade, tinha apenas popularizado o uso da
palavra bibliometria, quando o mesmo sugeriu que este termo viesse a
substituir a expressão bibliografia estatística. (Fonseca, 1986)
28
Cabe enfatizar, que a bibliometria identifica-se por utilizar métodos
matemáticos e estatísticos em livros, documentos, revistas e artigos, solicitados
por usuários com o objetivo de definir o grau de relevância dos documentos em
relação ao assunto pesquisado.
Tal medida é realizada através dos índices de revocação (que mede a
quantidade de itens relevantes, dentre os que foram recuperados) e o índice de
precisão (que mede a quantidade de documentos irrelevantes) que foram
encontrados em uma determinada consulta.
Em meio aos estudos da bibliometria, pode-se citar três autores que
contribuíram, imensuravelmente, com as pesquisas bibliométricas, ou seja:
Lotka, Zipf e Bradford. Esses três autores realizaram pesquisas significativas,
criando leis que ajudam na realização da avaliação dos indicadores
bibliométricos.
A lei de Lotka, também pode ser chamada de Lei do Quadrado Inverso,
estuda a produtividade científica dos autores em um conjunto de documentos.
A lei de Zipf ou Lei do Mínimo Esforço analisa a freqüência das palavras de um
documento de uma determinada disciplina. Já a Lei de Bradford, conhecida
como Lei de Dispersão avalia a produtividade de periódicos, com o propósito
de estabelecer o núcleo e as áreas de dispersão sobre um determinado
assunto em um mesmo conjunto de revistas. (TAGUE-SUTCKIFFE, 1992 apud
BORSCHIVER; GUEDES, 2005).
Com isso, a bibliometria torna-se um indicador bibliográfico de muita
precisão e que, no decorrer dos tempos, tem ganhado bastante destaque no
meio científico, devido a sua exatidão e contribuição para com a ciência. Pois,
a mesma colabora na definição estatística de parâmetros que ajudam a definir
quais pesquisas e áreas científicas necessitam de mais recursos e
investimentos para se desenvolverem, mediante a sua necessidade de
expansão e resultados em meio aos diversos segmentos da sociedade,
sobretudo, os que envolvem a produção científica e o seu impacto de uso.
29
3.2 CIENCIOMETRIA
A cienciometria ou cientometria ou ainda Scientometrics, segundo Van
Raan (1997 apud VANTI, 2002, p. 154) designa-se como sendo o “estudo dos
aspectos quantitativos da ciência e da tecnologia”.
Com isso, tem como objetivo compreender como e quando os cientistas
se comunicam, de modo a identificar onde os assuntos de interesse estão
concentrados, suas áreas e campos científicos e tecnológicos, assim como
suas disciplinas, atividades científicas, colégios invisível; dissertações e teses e
documentos tecnológicos (patentes).
O termo cienciometria surgiu na Antiga união Soviética (URSS) e na
Europa Oriental. A cienciometria foi idealizada inicialmente no lançamento da
obra “Little Science, Big Science” de Derek de Solla Price, em 1963.
Em 1969, o termo cienciometria é utilizado por Dobrov e Karennoi,
referindo-se à aplicação de métodos quantitativos à história da ciência e do
progresso científico, ganhando notoriedade em 1977 com a publicação da
revista Scientometrics na Hungria, que foi um projeto entre as editoras
cientificas Elsevier de Amsterdã e a editora da Academia Húngara de Ciência,
atualmente a revista é editada na Holanda. (VITULLO, 2007)
Nos dias atuais, o termo Scientometrics ganha espaço no Brasil, sendo
intitulado por cientometria, porém, visto que o termo é oriundo do latim scientia
que origina vocábulos do tipo ciente, científico e cientista, o termo mais
adequado a ser utilizado na literatura científica em português e espanhol é o
termo “cienciometria”, apesar do neologismo inglês. (BUFREM E PRATES,
2005, apud DEA, 2005).
Um importante disseminador dos estudos cienciométricos, mundialmente
é o Institute for Scientific Information (ISI) ou Instituto para a Informação
Cientifica que é uma organização fundada em 1958, por Eugene Garfiel, na
Filadélfia. E uma importante fonte utilizada para os indicadores cienciométricos,
pois o ISI processa um alto número de periódicos, anualmente, que abarcam
diversas áreas do conhecimento.
30
Os indicadores cienciométricos, desse modo ganham força em suas
avaliações, pois tendo o ISI como colaborador de disponibilização dos dados
relacionados aos periódicos científicos, torna-se de maior acessibilidade o
conhecimento sobre os assuntos de interesse, áreas e campos científicos e
tecnológicos, assim como disciplinas e atividades científicas que estão sendo
mais utilizadas na produção científica.
3.3 INFORMETRIA
A informetria segundo Tague-Sutckiffe (1992 apud VANTI, 2002, p.154)
é o “estudo dos aspectos quantitativos da informação em qualquer formato e
referente a qualquer grupo social”, tendo como objetivo principal melhorar a
eficiência da recuperação da informação e identificar estruturas e relações
dentro dos diversos sistemas de informação.
O termo informetria surgiu em 1979, por Otto Nacke, diretor do Institut
für Informetrie, em Bielferd, Alemanha. O termo teve sua total aceitação em
1989, quando o Encontro Internacional de Bibliometria passou a se chamar
Conferência Internacional de Bibliometria, Cientometria e Informetria. Brookes
(1990 apud VANTI, 2007)
A informetria é concebida também como sinônimo da cienciometria por
alguns autores como Sengupta (1992) e Gläzel e Schoepflin (1994), porém
outros autores como Russell (1994), Egghe (1994) e Tague-Sutckiffe (1992),
consideram a informetria como um campo mais amplo que engloba a
bibliometria e até a cienciometria.
Nesse contexto, analisa-se o conceito de informetria como sendo:
[...] o estudo dos aspectos quantitativos da informação em qualquer formato, e não apenas registros catalográficos ou bibliografias, referente a qualquer grupo social, e não apenas aos cientistas. A informetria pode incorporar, utilizar e ampliar os muitos estudos de avaliação da informação que estão fora dos limites da bibliometria e cientometria. (MACIAS-CHAPULA, 1998, p.134)
31
Com efeito, a informetria avalia as informações em diversos formatos,
não se limitando apenas às informações registradas na forma impressa. Desse
modo, pode-se afirmar que a informetria abrange tanto os estudos da
bibliometria, quanto da cienciometria, podendo até mesmo ampliar seus objetos
de estudos à webometria.
3.4 WEBOMETRIA
A webometria ou webometrics, segundo Lennart Björneborn (2004, apud
VITULLO, p. 54) é o “estudo dos aspectos quantitativos da construção e uso
dos recursos de informação, estruturas e tecnologias na web, utilizando
enfoques bibliométricos e informétricos”.
A autoria do termo webometrics é atribuída por Almind e Ingwersen em
meados de 1997 (Vanti, 2002, p. 156). Desde então, se tem um registro intenso
de terminologias utilizadas no decorrer da última década do século XX, bem
como da primeira do século XXI. Com isso, tornou-se possível identificar uma
base terminológica a respeito da avaliação do fluxo informacional na WWW, ou
seja, termos do tipo: “influmetrics” Cronin e Weaver (1995); “internetmetrics”
Shiri (1998); “netometrics” Marcia J. Bossy (1995); “internetometrics” Almind e
Ingwersen (1996) e Quoniam e Rostaing (1997); “webometry” Abraham (1997);
e “web bibliometry” Chakrabarti et al. (2002).
Porém, vale ressaltar a afirmação de Thelwall (2003, apud VANTI, 2007,
p. 56), a respeito da terminologia, isto é: “a razão de ser do termo webometrics
seria o de denotar uma herança na bibliometria e na informetria e ainda
destacar uma perspectiva da Ciência da Informação para os estudos da Web”.
A partir da identificação da diversidade terminológica sobre o tema em
discussão e das áreas correlatas, buscou-se neste trabalho, fazer uma
incursão pela literatura que permitisse uma maior consolidação de ordem
teórico-prática sobre a webometria, uma vez que esse tema se tornou como
tônica das reflexões ora apresentadas.
32
Assim, a webometria objetiva avaliar o acesso a sítios, de forma a
detectar a presença de países, instituições e pesquisadores na rede e melhorar
a eficiência dos motores de busca na recuperação das informações precisas e
necessárias, através das ferramentas e indicadores webométricos.
Desse modo, pode-se afirmar que a webometria é uma forma de
reconhecimento da importância da rede como meio de informação e
comunicação para a ciência e a academia, setores aos quais os estudos
quantitativos têm servido. (DEA, 2006).
Nessa perspectiva, passa-se então a apresentação de um quadro
comparativo da aplicação dos métodos quantitativos de informação:
33
3.4.1 A webometria no contexto científico
Dentre os métodos avaliativos de informação que ganharam espaço no
contexto científico atual, pode-se citar o estudo webométrico que ganha
destaque nesse cenário, através da precisão de seus resultados estatísticos.
Estes, por conseguinte, colaboram com a consecução das pesquisas que
fornecem mais progresso para a ciência, tendo como suporte de estudo a web.
O método webométrico utiliza-se de ferramentas como mecanismos de
obtenção dos dados quantitativos. Entre as ferramentas utilizadas pode-se citar
o motor de busca Google, que fornece quantitativamente a relação de sítios
usados em determinadas pesquisas.
Os dados gerados através das ferramentas são analisados através dos
indicadores webométricos. Estes por sua vez, avaliam as páginas da web em
sua estrutura de conteúdo; uso, através do comportamento de pesquisas e
busca; qualidade das informações disponibilizadas; e, ainda, através da
estrutura dos hipertextos existentes nos sítios.
Através desses recursos pode-se também avaliar a evolução da
presença de uma determinada instituição ou país na rede, assim como também
é possível quantificar o crescimento ou perda de importância relativa de um
tema ou área do conhecimento na rede web. (VANTI, 2007)
As ferramentas webométricas definem-se por: motores de busca;
programas mapeadores e programas para análise e visualização de redes, os
quais são a base para a análise dos indicadores webométricos, conforme
descrição a seguir:
• Motores de busca: também conhecidos como sites de busca, estes
possuem a finalidade de contabilizar o número total de páginas em um
espaço web e seus links, através da pesquisa por um determinado assunto
ou tema, utilizando os operadores booleanos (NOT, AND, OR) para filtrar
essas pesquisas junto às palavras-chave.
• Programas mapeadores: quantifica de forma automatizada, ou seja, através
de softwares, as unidades de informação, processando-as mediante a
34
extração de informações de cada sítio. Com efeito, os mapeadores
aperfeiçoam as informações referentes ao tamanho e ao número de sítios,
assim como avalia estatisticamente os tipos de recursos que contêm e
também são de grande utilidade para calcular a luminosidade dos sítios
web.
• Programas para análise e visualização de redes: representam graficamente
as relações, comportamentos e propriedades estabelecidas entre diversos
atores em uma rede de interação social na web, utilizando-se de softwares
especializados que possibilitam avaliar o princípio sociológico, tendo como
fundamento o valor dos vínculos sociais.
Para melhor compreensão do estudo webométrico, se faz imprescindível
comentar sobre os aspectos indicativos no âmbito desta pesquisa, os quais são
designados por indicadores webométricos, que se compõem por: tamanho dos
sítios web; visibilidade; popularidade; fator de impacto web (FIW);
luminosidade; densidade média por link (DML) ou densidade hipertextual;
densidade da rede (DR), os quais estão listados a seguir:
• Tamanho dos sítios web: essa medição dá-se através da soma de todas as
páginas que fazem parte de um mesmo site de busca, o qual define o
ranking de páginas web.
• Visibilidade: indica como determinado sítio é linkado pela rede, através da
soma da quantidade de páginas que levam ao sítio em questão, ou seja,
relaciona a quantidade de páginas de outras instituições que linkam para o
sítio analisado.
• Popularidade: esse indicador avalia a popularidade de um determinado
sítio, através do número de visitas recebidas pelo mesmo e sua presença
na Web.
• Fator de impacto web (FIW): serve para medir e comparar a atratividade de
sítios da web, baseando-se na soma do número de páginas que levam a um
determinado sítio (visibilidade), dividido pelo número de páginas neste sítio
(tamanho do sítio). De acordo com (VANTI, 2002), representa este indicador
webométrico através da seguinte fórmula:
35
• Luminosidade: analisa o número de links externos que apresenta um sítio,
apontando para outras URLs, ou seja, verifica como um sítio “linka” o resto
da web, indicando o grau de conectividade desse sítio na WWW. Neste
indicador analisa-se a quantidade de links que o sítio analisado possui
como acesso a outras páginas na rede.
• Densidade média por link ou densidade hipertextual: relaciona o número de
páginas de um sítio com a quantidade de links do mesmo, que é dada
através da soma do indicador de visibilidade e luminosidade, obtendo-se o
número médio de links por cada página, como mostra a fórmula a seguir:
• Densidade da Rede: analisa as redes sociais na web, de forma a mostrar o
quanto uma população se relaciona entre si. Para tanto, torna-se imperativo
estabelecer a população que deseja estudar (“nós”) dentro da web e, após,
identificar todas as relações (links) de um mesmo tipo existente entre estes
nós. Contudo, dividi-se o número de links da rede pela soma do total de
nós multiplicado pelo mesmo número, menos 1, conforme demonstra a
fórmula abaixo:
Todos os métodos avaliativos webométricos, anteriormente citados,
apontam para um objetivo comum, ou seja, determinar o grau de relevância de
sítios da web, e especialmente os sítios das áreas científicas, de modo a
colaborar com a avaliação dos mesmos e determinar quais oferecem um maior
índice de perspectiva de contribuição para a ciência em seu contexto social.
Número de links da rede Soma do total de nós x (Número total de nós – 1)
DR=
DML ou DH = Total de links do sítio ou (visibilidade + luminosidade) Total de número de páginas deste sítio
FIW = Nº de páginas que linkam determinado site Nº de páginas do site linkado
36
De tal forma, afirma-se que a webometria contribui com a dinamização
do uso da Internet, e notoriamente, da web, como suporte para a comunicação
e disseminação de informações científicas, tendo na web um fator precursor
para a divulgação das atividades das instituições acadêmicas e dos cientistas.
Com base no exposto, vale frisar uma asseveração acerca da
importância da web no contexto científico:
É comum no ambiente acadêmico professores, pesquisadores e estudantes colocarem na rede material inédito, versões preliminares de artigos, avanços de pesquisa, material para cursos e aulas, apresentações de trabalhos em power point, gráficos, imagens, entre tantos outros recursos que facilitam a divulgação e a circulação mais rápida da informação entre a comunidade acadêmico-científica. (VANTI, 2007, p. 91)
Partindo desse pressuposto, pode-se afirmar que a web é um suporte
tanto para disponibilização da produção científica quanto para as análises
estatísticas das informações que são disponibilizadas na rede.
De acordo com tal acepção, delimitou-se um estudo desses indicadores,
com o propósito de contribuir na compreensão da funcionalidade dos mesmos.
Para tanto, se realizou uma análise webométrica de determinados sítios, a qual
se apresentará no próximo capítulo.
37
4 APLICAÇÕES DA WEBOMETRIA NA COMUNIDADE CIENTÍFICA DE
PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
A webometria inseriu-se ao meio científico, mediante a necessidade de
uma análise capaz de avaliar estatisticamente a inserção de determinadas
instituições na rede, sua funcionalidade e a disposição de suas produções
científicas.
Diante dessa realidade, identificou-se a possibilidade de realizar um
estudo que integrasse valores à análise webométrica, conforme abordagem
neste trabalho. Como também expor, metodologicamente, os procedimentos
utilizados para a análise webométrica de determinados sítios.
Para tanto, vale ressaltar uma acepção acerca do que vem a ser um
estudo de caso, pois de acordo com Chizzotti (1998, p. 102):
O método de estudo de caso é uma caracterização abrangente para designar uma diversidade de pesquisas que coletam e registram dados de um caso particular ou de vários casos a fim de organizar um relatório ordenado e crítico de uma experiência, ou avaliá-la analiticamente, objetivando tomar decisões a seu respeito ou propor uma ação transformadora.
A partir desta acepção pôde-se perceber como se caracteriza um estudo
específico e que, por conseguinte, colaborou na delimitação desse estudo. De
tal modo, buscou-se determinar uma área do conhecimento que tenha como
princípio básico a elaboração de técnicas e procedimentos capazes de
minimizar problemas de aspecto humano, econômico, social e ambiental.
Dentro desse contexto, inseriu-se o curso de Engenharia de Produção, o
qual é responsável por projetar, implementar, gerenciar e aperfeiçoar sistemas
produtivos, industriais ou de serviços. E, ainda, desenvolver programas de
qualidade e produtividade focados nas mudanças tecnológicas ou de gestão da
produção.
Torna-se oportuno destacar que, de modo geral, o curso de Engenharia
de Produção tem englobado um vasto espaço no meio acadêmico no Brasil e,
por sua vez, tem crescido gradativamente o número de programas de pós-
38
graduação nessa área do conhecimento. Visto tamanho a sua importância,
pode-se concordar com (FAÉ; RIBEIRO 2004, p. 5654) em sua concepção em
relação ao crescimento do curso no país, isto é:
Ao longo dos últimos anos, a Engenharia de Produção no Brasil vem apresentando um crescimento acentuado. Diversos cursos estão sendo criados, tanto em nível de graduação, como de pós-graduação. Além disso, há um grande movimento de mudança nas ênfases dadas nos cursos já existentes: aqueles que até então apresentavam uma habilitação específica estão rumando para a chamada Engenharia de Produção “plena”.
Como base nessa afirmação, pode-se perceber o crescimento do Curso
de Pós-Graduação de Engenharia de Produção (PPGEP) no Brasil, e, por
conseguinte, teve-se a percepção de que este poderia ser uma base para a
realização da pesquisa webométrica em questão. Pois, o universo desta
pesquisa envolveu, necessariamente, o curso mencionado, tornando-se assim
uma fonte intensa de pesquisas na área científica.
Em função de tal acepção, delimitou-se uma pesquisa webométrica a
alguns sítios de Pós-Graduação em Engenharia de Produção em Instituições
Federais de Ensino Superior (IFES) no Brasil, cuja análise se deu em espaços
regionais e com a presença desses sítios na web.
Porém, em razão de um tempo exíguo para a realização desta pesquisa,
ou seja, setembro a novembro de 2008 houve a necessidade de limitar a
análise desses sítios. De tal forma, que ficou estabelecido à análise
webométrica de apenas um sítio selecionado de cada região do país, onde
existe esse tipo de curso.
O propósito desta pesquisa foi avaliar através de ferramentas e
indicadores webométricos, os sítios acima mencionados, em relação às
seguintes características: estruturas de conteúdo; uso, através do
comportamento de pesquisas e busca; qualidade das informações
disponibilizadas; e estrutura dos hipertextos existentes nos sítios. Ademais,
teve como finalidade precípua o processo de aprendizagem da autora, bem
como a possibilidade de se estabelecer melhorias a esses sítios em questão e,
39
conseqüentemente, uma melhor divulgação das pesquisas científicas
elaboradas por esses programas de Pós-Graduação.
O critério utilizado para a seleção dos sítios analisados foi direcionado
em função do tempo e, também, pela existência do curso nas IFES de cada
região, bem como pelas suas principais características, quais sejam: nível do
curso e conceito. Desse modo, a presente pesquisa foi realizada através da
página da Associação Brasileira de Engenharia de Produção4 (ABEPRO),
disponível na web.
Cabe enfatizar que, a ABEPRO divulga uma lista on-line, a qual teve sua
última atualização em 12 de novembro de 2007, com a relação dos Cursos de
Pós-Graduação em Engenharia de Produção no Brasil, de acordo com as IES
(Instituições de Ensino Superior), seu nível (M= Mestrado Acadêmico; D=
Doutorado; F= Mestrado Profissional) e seus respectivos conceitos. Como
apresenta a sua interface (figura 1) a seguir:
4 www.abepro.org.br
41
De acordo com a relação que foi disponibilizada pela ABEPRO,
selecionou-se 1 (um) sítio de PPGEP de uma Universidade Federal de cada
região que tem o referido curso. Para tanto, observou-se os cursos que
possuíam níveis e médias de conceitos divergentes, de modo a analisá-los e
compará-los, de uma forma menos pragmática. Assim sendo, foram
estabelecidos os seguintes sítios para estudo, conforme quadro abaixo:
RELAÇÃO DE INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO SUPERIOR
REGIÕES DO BRASIL
IFES SÍTIO
Norte Universidade Federal do Amazonas (UFAM)
www.ppgep.ufam.edu.br
Sudeste Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
www.producao.ufrj.br
Nordeste Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) www.pep.ufrn.br
Sul Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
www.ppgep.ufsc.br
Centro-Oeste - -
Entre as IES listadas, observou-se que de acordo com o sítio da
ABRAPE, a região Centro-Oeste do Brasil, não dispõe de Cursos de Pós-
graduação em Engenharia de Produção em suas Universidades Federais, de
modo que a mesma não pôde integrar a análise webométrica aqui realizada.
Logo, para este estudo webométrico utilizou-se ferramentas e
indicadores capazes de analisarem a estrutura do conteúdo desses sítios na
rede e, ainda, determinar o seu grau de relevância na web.
De modo geral, as ferramentas webométricas usadas como
quantificadoras são: motores de busca; programas mapeadores e
programas para análise e visualização de redes. Porém, o programa para
análise e visualização de redes não foi utilizado nessa pesquisa, conforme será
justificado mais adiante.
Pois, as ferramentas utilizadas possuíram a finalidade de quantificar a
utilização dos designados sítios, servindo de base para a análise dos
indicadores webométricos.
42
Em relação aos indicadores existentes para o estudo da webometria
destacam-se: tamanho dos sítios web; visibilidade; popularidade, fator de
impacto web; luminosidade; densidade média por link; e densidade da
rede. Estes, por sua vez, apresentam estatisticamente o valor de suas
características, porém para este estudo webométrico não foi requerido à
análise do indicador de densidade da rede, visto que este é utilizado na
análise de relação entre sítios e, para tanto, seria necessária uma quantidade
mais significativa de sítios para o estudo desse indicador.
Da mesma forma justifica-se aqui o não uso da ferramenta programas
para análise e visualização de redes, pois essa ferramenta é utilizada para
calcular o indicador de densidade da rede, conforme mencionado
anteriormente. Portanto, a análise dos indicadores que subsidiam um estudo de
natureza webométrica, apresenta, em geral, aspectos quantitativos e
qualitativos. No estudo em discussão, a análise quantitativa dos dados
coletados de cada sítio foi analisada em comparação aos demais, podendo
dessa forma estabelecer um parâmetro de convergência e divergência entre os
sítios estudados.
No que diz respeito à análise qualitativa, esta requer um maior
detalhamento do estudo desses indicadores, pois os mesmos são analisados
de acordo com a qualidade e disponibilidade de acesso dessas informações à
rede e aos seus usuários. De tal modo, que a análise qualitativa desses
indicadores não se pôde ser realizada neste estudo, visto que não se dispôs de
tempo hábil para a realização dessa análise.
4.1 FERRAMENTAS E PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Entre as ferramentas webométricas que contribuíram para o processo de
análise dos sítios, ressaltam-se, inicialmente, a análise dos motores de busca,
ou sites de busca, como são popularmente conhecidos. Estes, por sua vez,
contabilizam o número total de páginas em um espaço web, através da opção
“Pesquisa Avançada”. É notório observar que essa ferramenta enquanto
43
instrumental metodológico também foi utilizada para calcular alguns
indicadores, tais como: tamanho do sítio, visibilidade e fator de impacto
web.
Para esse estudo utilizou-se como motor de busca o sítio do Google,
haja vista a concepção do mesmo no estudo realizado por Vanti (2007),
quando esta autora afirma que:
O Google, por exemplo, conta com uma base de dados mais abrangente do que outros buscadores, mostrando um número maior de páginas pertencentes a um mesmo sítio, o que o torna mais adequado para mensurar o Tamanho destes. (SMITH, 2004; EICSTES, 2002 apud VANTI 2007, p. 100)
Diante desta afirmação, fez-se a análise do tamanho do sítio através da
opção “Pesquisa Avançada” disponibilizada pelo sítio da Google, o qual define
o ranking de páginas web, conforme mostra a interface (figura 2) a seguir:
Figura 2 - Interface do sítio da Google para “Pesquisa Avançada”.
44
Para a análise do segundo indicador, ou seja, a visibilidade, utilizou-se
o motor de busca do Google com sua “Pesquisa Avançada” na opção
“Encontrar páginas com link para a página” (Figura 3). Dessa forma, pode-se
obter a quantidade de páginas de outras instituições que dão acesso aos sítios
analisados neste estudo, verificando de tal modo à visibilidade dos mesmos.
No estudo realizado por Vanti (2007), sobre webometria, notou-se que a
mesma utilizou o motor de busca do “AltaVista” como ferramenta do indicador
de visibilidade. Fato este determinado pelo mesmo possuir a possibilidade de
uso dos operadores booleanos (AND/ NOT/ OR) em sua pesquisa, como forma
de refinar as páginas da rede que linkam determinado sítio, dando acesso as
suas informações.
Porém, durante a realização deste estudo observou-se que a interface
do AltaVista aprimorou-se e entre as mudanças estabelecidas, percebeu-se
que o mesmo não possui mais os recursos de pesquisa que utiliza os
operadores booleanos. Contudo, utilizou-se nessa pesquisa o motor de busca
do Google, já que o mesmo atendeu as necessidades vigentes para este
estudo. A seguir será apresentada a interface do motor de busca do Google
(Figura 3):
45
Figura 3 – Interface do sítio do Google para “Pesquisa Avançada” por página específica.
Faz-se notório ressaltar, que a interface do Google para “pesquisa
avançada”, mostra-se, atualmente, mais aprimorada quando comparada à
pesquisa realizada por Vanti (2007) em sua tese de doutorado sobre a
webometria.
No tocante ao terceiro indicador, o de popularidade, utilizou-se o
programa Marketleap Search Engine Marketing Services5. Este, por
conseguinte, é um portal de serviços de marketing que oferece relatórios de
pesquisa com tabelas comparativas onde pode ser estabelecida a visibilidade
de um determinado sítio, de acordo com diferentes motores de busca. (VANTI,
2007)
5 http://tools.marketleap.com/publinkpop/.
46
Este programa lista a quantidade de acesso que determinada página
recebe, de modo a estabelecer a popularidade da mesma na rede. A seguir é
apresentada a interface deste programa (Figura 4).
Figura 4 – Interface do sítio Marketleap Search Engine Marketing Services.
O quarto indicador tratado neste trabalho refere-se ao fator de impacto
web, o qual é calculado através da soma do número de páginas que levam a
um determinado sítio (visibilidade), dividido pelo número de páginas neste sítio
(tamanho do sítio).
O quinto e o sexto indicadores abordados neste estudo são
respectivamente luminosidade e densidade média por link, os quais utilizam
à ferramenta que é o Programa Mapeador para rastrear os links externos de
um determinado sítio na rede. Para tanto, utilizou-se o Programa Xenu Link
Steulh6, o qual oferece uma listagem detalhada dos links externos que
acessam determinado sítio. A seguir apresenta-se a interface do programa
(Figura 5).
6 http://home.snafu.de/tilman/xenulink.html
47
Figura 5 - Interface do Programa Xenu Link Steulh
Porém, vale ressaltar que durante a realização desta pesquisa, esse
programa apresentou algumas dificuldades em sua execução, e tal observação
também foi registrada em outras pesquisas.
Quanto à questão da funcionalidade do programa Xenu Link Steulh, a
pesquisadora Vanti (2007, p. 105) menciona o seguinte:
Este programa foi escolhido pelo fato de oferecer uma interface intuitiva, de fácil manipulação e apresentar os resultados de forma simples. Estas características o convertem em uma potente ferramenta, especialmente útil para a verificação, contabilização e análise de links. A única limitação importante deste software acontece por ocasião do mapeamento de sítios web muito grandes ou com grandes volumes de links, o que pode levar a demoras significativas na análise dos dados e até a um eventual bloqueio do processo.
Em suma, pode-se inferir que a delimitação das ferramentas e
indicadores utilizados neste estudo visou uma adequação a análise em
questão, visto que para a realização de uma pesquisa mais apurada de todos
os indicadores seria necessário um período de tempo mais extenso para a
obtenção, análise e divulgação dos resultados da pesquisa.
48
4.2 ANÁLISE E DESCRIÇÃO DE DADOS
Para a realização desta pesquisa foram coletados dados, na segunda
quinzena do mês de outubro do corrente ano. Os mesmos poderão apresentar
determinada variação a posteriori, uma vez que se tornou visível a própria
evolução e mutação das ferramentas em questão.
Nessa parte do trabalho ocorreu a aplicação dos seguintes indicadores
webométricos.
a) Tamanho dos sítios web (TSW);
b) Visibilidade;
c) Popularidade;
d) Fator de impacto web (FIW);
e) Luminosidade; e
f) Densidade média por link (DML).
Os indicadores acima relacionados foram utilizados na análise dos sítios
do Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade
Federal do Amazonas (UFAM), Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(UFRN), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e por fim a
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Logo, a sua finalidade foi
avaliar estatisticamente a presença desses sítios na rede, já que os mesmos
são fontes de informação para obtenção e consultas de pesquisas e resultados
científicos que colaboram com a solução de problemas de aspecto humano,
econômico, social e ambiental.
Para tanto, foram utilizadas as análises dos indicadores webométricos,
conforme descrição a seguir:
a) Tamanho dos sítios web (TSW)
Para a análise do tamanho dos sítios utilizou-se o motor de busca do
Google pelo fato do mesmo possuir uma base de dados superior, ao compará-
la com outros motores de busca como, por exemplo, o Yahoo.
49
Esta afirmação pode se sustentada ao analisar a citação proferida por
(AGUILLO, 2005; ARROYO, 2005 apud VANTI, 2007, p. 150) ao analisar os
buscadores em sua pesquisa webométrica, na qual afirma que: “Na maioria dos
casos, o Google apresenta um valor mais elevado do que o buscador Yahoo.
Este fato vem confirmar a superioridade da base de dados do Google no que
diz respeito a sua cobertura”.
Isso impulsionou a utilização do buscador Google para obtenção dos
dados necessários para a realização desta pesquisa, como mostra a tabela a
seguir:
Tabela 1 – Ranking dos sítios, de acordo com seus respectivos tamanhos, analisados pelo Google em outubro de 2008.
TAMANHO URL
www.producao.ufrj.br 243
www.pep.ufrn.br 100
www.ppgep.ufsc.br 22
www.ppgep.ufam.edu.br 01
Fonte: Elaborado pela autora.
Através dos resultados obtidos pelo indicador TSW, percebeu-se que o
primeiro lugar no ranking foi o Curso de Pós Graduação da Universidade
Federal do Rio de Janeiro, com um total de duzentas e quarenta e três páginas
existentes, e em segundo, terceiro e quarto lugar, respectivamente os cursos
da UFRN, UFSC e UFAM.
O tamanho do sítio refere-se, em suma, a importância acadêmica que
têm estas instituições, reveladas através da extensão de sua área. Sendo
importante ressaltar, que o tamanho do sítio também se relaciona com a
quantidade de recursos informacionais automatizados que cada instituição
possui. De tal modo, percebeu-se que de acordo com os dados coletados, por
meio dos dados obtidos na análise do sítio da UFAM, ainda presumiu-se que o
mesmo encontra-se fora do ar ou até mesmo em manutenção.
50
b) Visibilidade
Para o estudo do indicador de visibilidade dos sítios estudados, foi
utilizado o motor de busca do Google, que através de seu recurso de “pesquisa
avançada por página específica”, pôde-se determinar os seguintes valores
referentes a páginas de outras instituições que linkam a esses sítios.
Tabela 2 – Ranking dos sítios, de acordo com a visibilidade, analisada pelo Google em outubro de 2008.
VISIBILIDADE URL
www.ppgep.ufsc.br 10
www.producao.ufrj.br 06
www.pep.ufrn.br 04
www.ppgep.ufam.edu.br 00
Fonte: Elaborado pela autora.
De acordo com os dados coletados pelo buscador Google, observou-se
que o sítio da UFSC, destacou-se em primeiro lugar no que se refere à
quantidade de páginas externas que linkam esse sítio, possuindo um total de
dez páginas. Ocupando o segundo lugar, apresenta-se o sítio da UFRJ com
seis páginas e terceiro e quarto lugar a UFRN e a UFAM, respectivamente.
Os dados coletados pelo buscador do Google mostram que o curso do
PPGEP da UFSC, mesmo possuindo um número pequeno de páginas, possui
um número relevante de visibilidade, tal fato é explicado pela presença da
Instituição na rede e sua importância no contexto científico.
c) Popularidade
A popularidade dos sítios é considerada de acordo com o acesso dos
sítios na rede, pelos alunos, professores e pesquisadores. Para esse estudo
utilizou-se o programa Marketleap Search Engine Marketing Services, o qual
divulga a popularidade dos sítios através da análise de diversos buscadores.
Porém, neste trabalho serão considerados os dados obtidos através do
51
buscador do Yahoo, FAST e AltaVista, pelo fato dos mesmos detalharem uma
busca mais minuciosa dos índices de visitas de sítios, ou seja, apresenta
números mais elevados do índice de popularidade. De tal modo, verificaram-se
os seguintes resultados.
Tabela 3 – Ranking dos sítios, de acordo com a popularidade, analisada pelo Marketleap Search Engine Marketing Services em outubro de 2008.
POPULARIDADE URL Google/
AOL/ HotBot
Yahoo/ FAST/
AltaVista www.producao.ufrj.br 06 468
www.ppgep.ufsc.br 10 258
www.pep.ufrn.br 04 59
www.ppgep.ufam.edu.br 0 04
Fonte: Elaborado pela autora.
De acordo com os dados coletados, pode-se inferir que o curso de pós
em Engenharia de Produção da UFRJ possui o maior índice de popularidade,
tendo uma total de quatrocentos e sessenta e oito acessos. Em segundo lugar
apresenta-se o sítio as UFSC com um total de duzentos e cinqüenta e oito
acessos e em terceiro e quarto lugar apresentam-se o sítio da UFRN e da
UFAM, respectivamente.
O índice de popularidade obtido mostra a veracidade dos dados
coletados pelo indicador de visibilidade, pois se observam que os sítios que
possuem mais páginas de outras instituições “linkando-as” são justamente
aquelas que possuem mais acesso. Ou seja, os sítios mais dinamizados na
rede por outras instituições possuem um número superior de acesso.
d) Fator de impacto web (FIW)
O fator de impacto web mede e compara a atratividade de sítios da web,
através do cálculo do valor da visibilidade dividido pelo tamanho do sítio, ou
seja, este indicador avalia a média de links que remetem a determinada página.
52
Tabela 4 – Ranking dos sítios, de acordo com o fator de impacto web, analisado em outubro de 2008.
URL Visibilidade Tamanho FIW
www.ppgep.ufsc.br 10 22 0,4
www.ppgep.ufam.edu.br 00 01 0,0
www.producao.ufrj.br 06 243 0,0
www.pep.ufrn.br 04 100 0,0
Fonte: Elaborado pela autora.
Conforme os resultados obtidos na análise, verificou-se que a
Universidade Federal de Santa Catarina destacou-se por seer a única a
apresentar resultado positivo com relação ao seu FIW.
Ainda nessa mesma análise, observou-se que a UFAM, UFRJ e UFRN,
ocuparam o segundo, terceiro e quarto lugar no ranking. Se faz notório que a
média dessas instituições revelaram-se muito baixas, visto que a soma das
mesmas não equivale à média atribuída ao FIW na UFSC.
A explicação para tal fenômeno se dá pela percepção de que a maioria
dos sítios analisados possui um número elevado de páginas na web, porém
essas mesmas páginas são pouco divulgadas por outras instituições, ou seja, a
relação de troca de informações através de links institucionais por meio da web
não é bem difundida.
e) Luminosidade
Para medir este indicador utilizou-se o programa Xenu Link Sleut, que
oferece uma listagem detalhada dos links que acessam determinado sítio, já
que o mesmo tem por finalidade indicar o grau de conectividade e relação
desse sítio na WWW, através do mapeamento dos sítios.
53
Tabela 5 – Ranking dos sítios, de acordo com a luminosidade, com dados do Xenu Link Sleuth, obtidos em outubro de 2008.
URL Luminosidade
www.pep.ufrn.br 2053
www.producao.ufrj.br 70
www.ppgep.ufsc.br 04
www.ppgep.ufam.edu.br 00
Ao se analisar a luminosidade dos sítios, nota-se que a UFRN, possui
um número relevante de links, possuindo um total de dois mil e cinqüenta e três
links que dão acesso a páginas externas, ou seja, a páginas de outras
instituições na web.
Porém, vale salientar que durante a pesquisa o programa utilizado para
quantificar os dados apresentou alguns problemas em seus resultados, pois o
mesmo não conseguiu concluir o mapeamento do sítio de PPGEP da UFRN
em 100%, tendo-se o valor de dois mil e cinqüenta e três links retirados da
média de 61% de mapeamento do respectivo sítio do PPGEP da UFRN.
Contudo, pode-se afirmar que o resultado obtido através do
mapeamento do sítio da UFRN apresentou-se muito divergente aos resultados
dos demais sítios analisados. Havendo a necessidade de reavaliação do
mapeamento do sítio da UFRN em outros estudos.
No entanto, os outros sítios tiveram o seu mapeamento completo,
obtendo-se os seguintes valores: em segundo lugar aponta-se a UFRJ com
setenta links; em terceiro apresenta-se o sítio do PPGEP da UFSC com quatro
links e em quarto colocado encontra-se o sítio da UFAM, o qual não possui
nenhum link externo.
Contudo, vale salientar que devido o fato do programa utilizado como
fonte para esta pesquisa apresentar algumas oscilações entre seus resultados
iniciais e finais é relevante considerar que este fato ocasionou uma análise
incompleta, diante dos resultados proporcionados por este indicador.
54
f) Densidade Média por Link (DML)
Este indicador relaciona a quantidade de links que este sítio apresenta
como um todo com o número de páginas de um sítio, através da divisão dos
mesmos, obtendo-se o número médio de links por cada página.
Tabela 6 – Ranking dos sítios, de acordo com a densidade média por link, de acordo com dados do Xenu Link Sleuth e do Google, obtidos em outubro de 2008.
URL Links Tamanho DML
www.pep.ufrn.br 2057 100 20,57
www.ppgep.ufam.edu.br 04 01 4,0
www.ppgep.ufsc.br 14 22 0,6
www.producao.ufrj.br 76 243 0,3
Na análise do indicador de DML, o sítio da UFRN destacou-se em
primeiro lugar, tendo uma média de mais de vinte links por página.
Em segundo, terceiro e quarto lugar apresentam-se respectivamente os
sítios da UFAM, UFSC e UFRJ com densidades médias de links por página
relativamente baixas.
Porém, cabe ressaltar a oscilação do programa Xenu Link Sleut, como
foi enfatizado anteriormente, fato este que pode ter alterado os resultados
obtidos por este indicador.
De modo geral, observou-se que os seguintes sítios de PPGEP das
Universidades Federais do Brasil, apresentaram determinados valores,
conforme quadro a seguir:
55
De acordo com as análises dos dados coletados, pode-se detectar que o
sítio da UFAM, possui um tamanho de apenas uma página em seu domínio
web. Isso pressupõe que este sítio esteja temporariamente inativo. A
visibilidade deste sítio apresenta-se com um valor referente a zero, significando
que nenhuma página da web disponibiliza links deste sítio atualmente. A
popularidade ou número de visitas resumem-se em apenas quatro. O FIW
constatou um valor referente a zero por páginas, a luminosidade totalizou um
valor de zero links e a DML resultou em quatro links por página. De forma
geral, pode-se observar que a presença deste sítio na rede é relativamente
baixa, possivelmente devido à falta de recursos informacionais da instituição.
A Universidade Federal do Rio de Janeiro possui o sítio de Pós-
Graduação em Engenharia de Produção com proporções webométricas
referentes a um tamanho de sítio igual a duzentas e quarenta e três páginas.
Sua visibilidade possui um valor de seis páginas de outras instituições que dão
acesso ao sítio de PPGEP da UFRJ, através de links. A popularidade somou
um total de quatrocentas e setenta e quatro visitas a esse sítio, número
bastante relevante que permitiu afirmar que a UFRJ possui uma presença
RELAÇÃO DOS DADOS GERAIS OBTIDOS
INDICADORES WEBOMÉTRICOS
INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE
ENSINO SUPERIOR
Tamanho do sítio
web Visibilidade
Popularidade
Fator de
impacto web
Luminosidade
Densidade
média por link
Universidade Federal do Amazonas
(UFAM)
01 00 04 00 00 4,0
Universidade Federal do Rio
de Janeiro (UFRJ)
243 06 468 00 70 0,3
Universidade Federal do Rio
Grande do Norte (UFRN)
100 04 59 00 2053 20,57
Universidade Federal de
Santa Catarina (UFSC)
22 10 258 0,4 04 0,6
56
muito significativa na rede. O FIW totalizou uma quantidade de zero links, a
luminosidade é igual a setenta e a DML totalizou um valor de 0,3 links por
página, uma média muito baixa quando comparada às outras instituições
analisadas. De modo geral, percebe-se que este sítio possui uma quantidade
de páginas bastante elevada, como também a quantidade de links que
acessam esse sítio. Fato que determina que o mesmo disponibilize bastantes
informações e devido a sua popularidade, pode-se inferir que a mesma é uma
fonte assídua de informações íntegras e acessíveis.
O sítio de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da UFRN possui
um tamanho de cem páginas. Sua visibilidade totalizou quatro páginas de
instituições externas que dão acesso ao sítio em questão e a popularidade
somou um total de sessenta e três visitas ao seu sítio. O FIW resultou um valor
de zero links por página e sua luminosidade totalizou uma média de dois mil e
cinqüenta e três link que dão acesso a outras instituições. A DML resultou em
uma média de quase vinte links por página, índice bastante relevante. Contudo,
avaliou-se que esse sítio possui pouco acesso por outras instituições, porém
apresenta uma quantidade de links por página muito relevante, que
proporciona uma enxurrada informacional muito intensa que dificulta a
veracidade das informações disponibilizadas.
O sítio da UFSC possui um tamanho referente a vinte e duas páginas
disponíveis em seu sítio, com um valor de visibilidade igual a dez páginas. A
popularidade, ou seja, as visitas a esse sítio resultaram no valor de duzentos e
sessenta e oito visitadas. O FIW totalizou uma média abaixo de um link por
página e luminosidade igual a quatro links, tendo a DML um valor de inferior a
um. Em razão dos dados coletados, notou-se que o sítio da UFSC, possui um
valor pequeno de páginas, porém, a quantidade de Iinks faz com que este sítio
possua uma disponibilidade de informações bastante elevada. O que
demonstra a alta integridade e veracidade das informações contidas neste sítio,
devido o intenso acesso.
Assim sendo, após essa discussão e análise dos dados passa-se então
às considerações gerais acerca do tema em foco.
57
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Percebeu-se ao desenvolver este trabalho que as novas tecnologias, em
especial, as Tecnologias de Informação e Comunicação contribuem,
imensuravelmente, com o desenvolvimento de resultados e pesquisas
científicas, a sua disseminação e o acesso. Com isso colaboram diretamente
com o desenvolvimento do país.
A experiência de abordar os estudos métricos de informação, ou seja,
bibliometria, cienciometria, informetria e webometria, representaram uma
fundamentação de ordem teórico-conceitual, bem como metodológica, para a
autora deste trabalho. Pois, ficou demonstrada a importância dos mesmos no
contexto científico, através de suas avaliações e aplicabilidades.
Tal perspectiva tornou possível abordar, mais especificamente, o estudo
da webometria, como uma ferramenta avaliativa capaz de estabelecer um
método estatístico da integridade, disponibilidade e acessibilidade das
informações científicas, disponibilizadas digitalmente na web.
Em suma, pode-se perceber que o estudo webométrico realizado,
apresentou resultados bastante promissores e que apesar dos resultados
inconsistentes do programa mapeador utilizado nesta pesquisa, pôde-se
verificar a qualidade da aplicabilidade dos indicadores webométricos. E que os
mesmos foram capazes de detectar falhas nos sítios pesquisados, como
também apontar as características que podem ser melhoradas nos sítios em
questão, de forma a possibilitar uma melhor divulgação das informações e
pesquisas científicas elaboradas no Brasil, por esses programas de Pós-
Graduação de Engenharia de Produção.
Contudo, vale salientar que o estudo webométrico mostrou-se muito
relevante e que o mesmo pode ser mais aplicado em pesquisas no meio
científico. Pois os objetivos delimitados neste trabalho foram alcançados e
propôs a continuidade dessa pesquisa, como forma de estabelecer um
parâmetro mais abrangente aos sítios de pós-graduação na área acima citada.
58
Conclui-se, com a acepção de que a webometria colabora diretamente
com o reconhecimento da importância da web como fonte de informação e
comunicação no contexto científico. E, que, a mesma é capaz de operar
mudanças significativas às informações disponibilizadas por este meio, da
mesma forma, contribuindo imensuravelmente com o desenvolvimento de
pesquisas científicas que colaboram com o desenvolvimento do país, em seus
aspectos humano, econômico, social e ambiental.
Assim sendo, no tocante a este estudo, depreendeu-se que diante da
realidade investigada são muitas as vantagens do uso desse tipo de estudo
métrico na denominada Sociedade da Informação e, conseqüentemente, para
as redes e sistemas de informação. Aliada a isso, as TICs contribuem,
sobremaneira, para com a webometria no campo científico.
59
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