MENINGITE BACTERIANAMENINGITE BACTERIANA
MM
2009
COLETA DE LCR PARA DIAGNÓSTICO DE MENINGITE BACTERIANA
MATERIAL : LCR obtido por punção lombar espinhal ;
PROCEDIMENTO :
Após desinfetar a pele lombar, o paciente deita de lado, com o tronco dobrado para frente, a fim de separar as apófises espinhais das vértebras lombares;
Sob anestesia local, introduz-se uma agulha no canal espinhal, entre a terceira e a quarta vértebras..
COLETA E TRANSPORTE DE LCR E SANGUE PARA DIAGNÓSTICO DE MENINGITE BACTERIANA
M ateria l c línic o
Exame V olume M eio de c ultura C ons ervaç ão a té entreg a no laboratório
LC R Quim ioc itológic o +
B ac teriológ ico
1 - 2 m l 1 tubo de vodro es téril
¬entreg a imediata ¬até 3 horas , manter em tempera tura ambiente ¬por ma is de 3 horas , manter a 4 °C
C ultura 0,5 - 1,0 m l 1 tubo de ag ar c hoc ola te
¬s emear imedia tamente - a té 3 horas , manter a 36 °C (nunc a refrig erar)
Látex 0,5 m l 1 tubo de vidro es téril
¬manter a 4 °C ¬viável a té 5 dias a 4 °C
S ang ue H emoc ultura 10 - 20 % fras c os de hemoc ultura (TB S ou B H I c om S PS )
¬s emear imedia tamente ¬manter a 36 °C
PUNÇÃO LOMBAR
COLETA E SEMEIO DO LCR
CONSERVAÇÃO DO LCR EM MICROAEROFILIA
COLETA DO SANGUE PARA HEMOCULTURA
MENINGITE BACTERIANA INTRODUÇÃO
Meningite bacteriana é uma infecção grave das membranas que envolvem o sistema nervoso central, causada por diferentes agentes, destacando-se:
Neisseria meningitidis;
Haemophyllus influenzae tipo b(Hib);
Streptococcus pneumoniae;
INTRODUÇÃO
A maioria dos casos ocorre em crianças com menos de 6 anos de idade;
A taxa de mortalidade varia com a idade do paciente e com o microrganismo envolvido; sintomas como febre alta, dor de cabeça, rigidez na nuca, náusea, vômito e sintomas neurológicos são observados;
A doença tem evolução rápida, levando à morte ou deixando graves seqüelas irreversíveis, como retardo mental e surdez;
O diagnóstico laboratorial fundamental para caracterizar o tipo de meningite e seu agente etiológico.
INTRODUÇÃO
Grande número das meningites notificadas, são classificadas como “Meningites Bacterianas Não Especificadas”( MBNE) ficando o diagnóstico baseado na sintomatologia e outros parâmetros clínicos
Desafio: Entender o número elevado de MBNE;
Quais os fatores que contribuem para a alta ocorrência?
Critério Diagnóstico : Clínico ou Quimiocitológico;
AGENTE ETIOLÓGICO: Neisseria meningitidis
Família: Neisseriaceae
Gênero: Neisseria
Espécies importantes:N.gonorrohoeae e N.meningitidis
Morfologia e FisiologiaDiplococos Gram negativos (DGN) capsulado;Em associação a polimorfonucleares;Imóveis, anaeróbios facultativos;
Meningite Meningocócica
Meningite MeningocócicaNeisseria meningitidis
Patógeno estritamente humano
Portador assintomático: prevalência: 5%–10% <1% dos portadores se tornamSintomáticos;
Transmissão: Secreção respiratória Contato direto Período de incubação : 2–10 dias
Neisseria meningitidis é a única bactéria capaz de provocar surtos e epidemias de meningite
Coloração Gram
Neisseria MeningitidisComponentes da Membrana Celular
Fosfolípede
Proteínas de membrana externa(sorotipo/sorosubtipo)
Cápsula polissacarídica(sorogrupo)
Pili
Lipooligossacáride
Membrana citoplasmática
Membrana citoplasmáticaEspaco periplásmicoMembrana externa
Sorogrupo 12 sorogrupos baseados no polissacáride capsular 5 sorogrupos - A, B, C, W135, e Y- causam maioria da doença;
Sorotipo e sorosubtipo Baseado nas proteínas de membrana externa incluindo as proteínas de classe 2 e 3 (porB) e proteínas de classe 1(porA);
Imunotipo Baseado no lipooligossacáride
Neisseria meningitidis Classificação
Meningite Meningocócica Diagnóstico laboratorial
Amostras: Sangue (hemocultura), líquor com suspeita de meningite, são enviadas ao LACEN para a realização da Cultura ,Contra-Imunoeletroforese e PCR
Exame Físico do líquor
Aspecto – turvo Exame citológico
Quantitativo – contagem total dos leucócitosCito-morfológico – contagem específica das células
Exame BioquímicoDeterminação da proteína total – aumentadaDeterminação da glicose – diminuída
Meningite Meningocócica Diagnóstico laboratorial
Esfregaço do Liquor corado pelo Gram: DGN – associados a neutrófilos
Meningite Meningocócica Diagnóstico laboratorial
Cultura: Meio Agar chocolate em atm. de CO2 e umidade;Fatores V(NAD) e X (hemina);Colônias pequenas(1,5mm), mucóides, convexas, brilhantes e translúcidas.
Cultura em meio Agar chocolate
Meningite Meningocócica Diagnóstico laboratorial
Identificação: Provas Bioquímicas :
Oxidase (+)
Reativo (Tetrametilparafenileno diamino)
Fermentação de carboidratos:
Glicose (+) Maltose (+) Sacarose (-) Lactose (-)
N.gonorrhoea
N.meningitidis
Meningite Meningocócica Diagnóstico laboratorial
Identificação:
Teste de aglutinação em látex: Detecção de antígenos antígenos capsulares no líquor; Prova + Prova -
Teste sorológico para determinação do sorogrupo: utilizando anti-soros aglutinantes específicos;
Contra Imuno Eletroforese (CIE) – pesquisa de antígenos
bacterianos no liquor: o liquor é submetido a um campo
elétrico juntamente com anti-soros específicos –
para determinação do sorogrupo. CIE
Meningite Pneumocócica
Agente etiológico: Streptococcus pneumoniae;
Gênero: Streptococcus;
Espécie : Streptococcus pneumoniae;
Morfologia e Fisiologia: Diplococos gram positivos; Possui mais de 80 sorotipos; A cápsula antifagocítica é o seu fator de virulência O tipo 3 é o mais virulento.
Microbiota transitória da nasofaringe;
Transmissao: Respiratória.
Meningite PneumocócicaDiagnóstico laboratorial
Esfregaço de liquor corado pelo Gram
DGP associado a Neutrófilos
Meningite PneumocócicaDiagnóstico laboratorial
CULTURA
Meio Agar-sangue em atmosfera de CO2 e umidade;
Colônias alfa-hemolíticas
Meningite PneumocócicaDiagnóstico laboratorial
1967 - foram reportadas na Austrália as primeiras cepas de S.pneumoniae Penicilina – Resistente;
1974, nos Estados Unidos;
1992 - Hungria, 69 % dos isolados de S.pneumoniae eram resistentes a Penicilina;
No Brasil, há relatos de surgimento de cepas resistentes a Penicilina partir de 1993;
27% dos pneumococo atualmente apresenta resistência intermediária e alta à Penicilina,
Meningite PneumocócicaDiagnóstico laboratorial
LACEN - CE (2003 a 2007) foram isolados10 casos de S.pneumoniae resistentes a Penicilina:
2003 – 2 isolados;
2004 – 3 isolados;
2006 – 5 isolados.
Meningite Pneumocócicae Mortalidade
2006 - 4 pacientes com diagnóstico de S.pneumoniae por cultura foram a óbito:
02 amostras - Hospital São José;
02 amostras - SVO
Meningite PneumocócicaX Mortalidade
Meningite por Haemophilus
AGENTE ETIOLÓGICO: Haemophilus influenzae;
GÊNERO: Haemophilus;
ESPÉCIE: Haemophilus inluenzae;
MORFOLOGIA E FISIOLOGIA: Bacilos gram negativos pleomórficos.
Meningite por HaemophilusDiagnóstico Laboratorial
ESFREGAÇO CORADO PELO GRAM:Bacilos Gram negativos pleomórficos; Prova do satelitismo;
Necessidade de fatores de crescimento V e X;
Soro aglutinação em lâmina com soro polivalente.
Meningite por HaemophilusDiagnóstico Laboratorial
ESFREGAÇO CORADO PELO GRAM:Bacilos Gram negativos pleomórficos; Prova do satelitismo;
Necessidade de fatores de crescimento V e X;
Soro aglutinação em lâmina com soro polivalente.
ISOLADOS DE CULTURAS DE LCR NO LACEN, 2004
H.influenzae 3
N.meningitides C 2
S.pneumoniae 20
Outros 30 N.meningitides B 33N.meningitides B
N.meningitides C
H.influenzae
S.pneumoniae
Outros
453 amostras, 88 (19,4%) tiveram seu agente etiológico identificado;
Dentre as meningites meningocócicas, a incidência maior foi do sorogrupo B.
ISOLADOS DE CULTURAS DE LCR NO LACEN, 2005
ISOLADOS DE CULTURA DE LCR EM 2005
N.meningitides B 20
N.meningitides C 3S.pneumoniae 13
Outros 17 N.meningitides B
N.meningitides C
S.pneumoniae
Outros
465 amostras, 50 (11%) tiveram seu agente etiológico identificado;
A partir deste ano não foi mais isolado H.influenzae.
ISOLADOS DE CULTURAS DE LCR NO LACEN, 2006
N.m eningitides B 15
N.m eningitides C 3
S.pneum oniae 20
Outros 30
ISOLADOS DE CULTURA DE LCR EM 2006
N.meningitides B
N.meningitides C
S.pneumoniae
Outros
599 amostras, 68 tiveram seu agente etiológico identificado;
O Streptococcus pneumoniae foi mais predominante que as meningites meningocócicas.
ISOLADOS DE CULTURAS DE LCR NO LACEN, 2007
614 amostras, 39 (6,4%) tiveram seu agente etiológico Identificado;
O Streptococcus pneumoniae foi mais predominante que as meningites meningocócicas
ISOLADOS DE CULTURAS DE LCR NO LACEN, 2008
Foram analisadas 816 amostras de LCR, 54 (6,6%), tiveram seu agente etiológico identificado;
O S.pneumoniae, 14 (29%) foi mais isolado que N.meningitidis B, 11(20%);
Foram isoladas, 4(7,9%) de N.meningitides C.
CONCLUSÃO
Os dados representam apenas os casos com diagnóstico laboratorial com a identificação do agente etiológico;
Não representa a totalidade dos casos ocorridos dura o ano;
Representa um subconjunto de um conjunto maior de dados que devem ser levantados, para se CONHECER E ANALISAR o perfil epidemiológico, a evolução e as tendências das MB no Ceará;
Diante da gravidade e alto índice de mortalidade, as MB representam um grave problema de saúde pública;
É fundamental a participação dos profissionais de saúde na NOTIFICAÇÃO DOS CASOS, NO DIAGNÓSTICO PRECOCE, e TRATAMENTO;
O APOIO LABORATORIAL é muito importante para esclarecer o ag. etiológico, para o desenvolvimento de ações de saúde, que permitam reduzir a disseminação, a morbidade e mortalidade da doença..
Equipe do LACEN-CE
Iracema PatrícioLucia PortelaMaria do Carmo MacielMaria do Carmo VidalNúbia SalvianoRozzelê Ângelo