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Secretaria de Estado da Educação Superintendência da Educação Diretoria de Políticas e Programas Educacionais Programa de Desenvolvimento Educacional
AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR - DIÁLOGOS E REFLEXÕES1
Tânia Mara Amadei2 Roseli T. Selicani Teixeira3
RESUMO O presente artigo tem como objetivo refletir acerca dos métodos utilizados no Colégio Estadual Professor Bento Munhoz da Rocha Neto – EFM de Paranavaí, no Estado do Paraná, e também sobre as dificuldades encontradas para a sua aplicabilidade no ensino básico como propõem as Diretrizes Curriculares da Educação do Estado do Paraná, nas escolas públicas de Paranavaí, na disciplina Educação Física. A metodologia utilizada foi um estudo de campo realizado por meio de encontros realizados com professores e alunos. Os resultados evidenciaram a necessidade de realizar uma retomada de estudos e discussões com a comunidade escolar sobre a avaliação da aprendizagem escolar, na concepção histórica-crítica com todas as disciplinas sob os olhares das Diretrizes Curriculares da Educação do Estado do Paraná. Palavras-chave: Educação. Educação Física. Avaliação.
ABSTRACT The present article aims at reflecting about the assessment methods used in the Colégio Estadual Bento Munhoz da Rocha Neto – EFM, in Paranavaí, in the State of Paraná, and also about the difficulties encountered in its applicability in the basic education as it is proposed in the Curriculum Guidelines for Education of the State of Paraná, in the state schools of Paranavaí, in the subject of Physical Education. The methodology used was a field study accomplished through meetings with teachers and students. The results showed the need of a resumption of the studies and discussions with the school community about the school learning assessment in the critical historic conception with all school subjects under the perspective of the Curriculum Guidelines for Education of the State of Paraná.
Key words: Education. Physical Education. Assessment
1 Artigo apresentado para conclusão do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) turma 2007 da Secretaria de Educação do Estado do Paraná em Dezembro de 2008. 2 Professora da Rede Pública no Colégio Estadual Professor Bento Munhoz da Rocha Neto – Paraná, [email protected] 3 Professora Doutora Orientadora da Universidade Estadual de Maringá - DEF/UEM, [email protected]
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Introdução
Este artigo é fruto da formação continuada do Programa de
Desenvolvimento Educacional – PDE, turma 2007. O programa prevê a
implementação de uma pesquisa no contexto escolar, em que os resultados devem
ser culminados em forma de artigo.
Uma das críticas que ocorrem com freqüência nas escolas é “como” e “para
que” a avaliação da aprendizagem é utilizada na atualidade. Esta temática tem como
objetivo abordar as dificuldades pelas quais os professores e a própria comunidade
escolar passam ao realizá-la na escola, assim como trazer à tona as polêmicas em
torno do assunto.
Por haver muita discussão em todos os momentos na escola, a Secretaria
de Educação do Paraná – SEED debate este tema em todas as esferas da
comunidade escolar (nos grupos de estudos das disciplinas, nos grupos de estudos
das pedagogas e nas jornadas pedagógicas). A resposta destes grupos é para que
ocorra um entendimento sobre a avaliação da aprendizagem no contexto escolar
dentro da perspectiva histórico-crítica, sobre as metodologias utilizadas para sua
realização.
Observar a avaliação na ação pedagógica como um modelo único e que
concede privilégio somente a um pequeno grupo (como se existisse apenas uma
forma de saber se ocorreu aprendizagem ou não) denota a importância do trato
nesta temática. Variar as estratégias de ensino é um meio de conseguir reflexão do
aluno e expressão daquilo que de fato aprendeu, sem que ele faça cópias de um
conteúdo que foi ministrado pelo professor. Se as escolas realizarem suas
avaliações dentro da perspectiva que é preconizada pelas Diretrizes Curriculares do
Estado do Paraná – DCE’s é para permitir que o aluno aprenda e o professor realize
uma auto-avaliação sobre o que está sendo ensinado. Desta forma, fica mais claro
para todos o que se pretende analisar e ressaltar como o capital pode estar
influenciando a escola por meio das tendências pedagógicas e, conseqüentemente,
sobre a avaliação da aprendizagem escolar.
A avaliação da aprendizagem escolar deixou de ser importante a partir do
momento em que se deveria repensar sobre o que estava acontecendo na escola.
Deixou-se de analisar as dificuldades relacionadas com a aprendizagem para,
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simplesmente, reduzir o conhecimento à nota para a promoção dos alunos para a
série seguinte, esquecendo-se de que ela representa ou não a aprendizagem do
educando.
A comunidade escolar tem procurado atender as expectativas propostas
pela política educacional e acaba reduzindo o conhecimento em números
estatísticos de valorização da escola pública. A mesma quantificação é verificada
pelas instituições particulares que, para articularem seu merchandise, transformam o
conhecimento em mercadoria e lucro.
A comunidade escolar está assim acostumada e, de certa forma acomodada
a uma avaliação da aprendizagem realizada como um mero executor de “receitas”.
Receitas estas que foram enviadas e elaboradas por meio das políticas de governo.
Seguir estes modelos, tem como conseqüência a perda da capacidade dos
indivíduos de lutar ou realizar mudanças. Utilizar as notas com o significado de
mercadoria favorece uma sociedade cheia de indivíduos egocêntricos, querendo
mostrar que é mais eficiente e superior aos outros, além de contribuir com o
empobrecimento da escola, com o aumento de indivíduos impotentes perante a
sociedade e fortalecendo a divisão de classes.
Ao refletir sobre avaliação, vem à idéia de que algo está parado e amparado
em critérios mecânicos com a finalidade de promover os alunos para a série
seguinte. Nesse sentido, surgem alguns questionamentos: Quais são efetivamente
os objetivos da avaliação? Qual a finalidade da avaliação da aprendizagem escolar e
como estava sendo realizada no sistema educacional? Elegemos estudar a
avaliação sob os olhares da pedagogia histórico-crítica com o intuito de
compreender sobre a aprendizagem na Educação Física Escolar.
Na década de 90, um Coletivo de Autores (1993) inicia um período de
reflexões, estudos e debates para a elaboração de uma metodologia de ensino para
a Educação Física. Trata-se de um grupo de profissionais que ousaram repensar a
Educação Física de forma crítica. Outros pesquisadores também assim fizeram:
[...] pensar a avaliação numa perspectiva crítica de educação, significa partir da análise crítica das formas convencionais como este processo tem sido pensado e aplicado na educação, baseando-se no pressuposto dialético de que as realidades, tanto naturais quanto sociais, longe de tenderem à estabilidade e a uma organização harmônica, são dinâmicas, instáveis e complexas (Palafox, Terra e Pirolo, 1998).
Frente a essa perspectiva de implementação deste trabalho, foi realizado,
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em 2008, um grupo de estudos sob o tema Avaliação, com professores
participantes, na cidade de Paranavaí, no Estado do Paraná. Durante os conselhos
de classe do Colégio Estadual Professor Bento Munhoz da Rocha Neto, da mesma
cidade, também houve a prática da implementação.
A turbulência no conhecimento
A década de 80, foi um período de muitas transformações para a Educação
Física que, com a ajuda da comunidade científica, começou-se a estudar e debater
as concepções que a influenciavam. Surgiram publicações e discursos da
perspectiva progressistas que buscavam legitimar a disciplina como campo de
conhecimento, por intermédio de uma abordagem crítica e reflexiva a favor da
formação humana. Os cientistas que defenderam os paradigmas da aptidão física e
da esportivização teceram severas críticas, porém, tratava-se de contemplar as
manifestações corporais produzidas socialmente pelos diferentes grupos humanos,
por meio da corporalidade.
Nesse período, teve início a formação acadêmica de muitos professores do
Curso de Educação Física na Universidade Estadual de Maringá (1981), quando se
deu a oportunidade de conviver com o surgimento das tendências ditas
progressistas. Durante a formação acadêmica, a passagem de vários governantes e
Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, as indagações sobre a avaliação
sempre foram evidentes e viu-se necessário debater sobre o tema. Um momento
oportuno foi a participação dos professores na elaboração das Diretrizes
Curriculares de Educação Física para os anos finais do Ensino Fundamental e para
o Ensino Médio do estado do Paraná que atende a teoria histórico-crítica. Tal
processo contribuiu para uma reflexão sobre o contraste entre a formação
acadêmica vigente, a prática pedagógica sugerida por essa tendência e o que
estava sendo aplicado nas escolas da rede pública do governo anterior.
Apesar da construção das diretrizes curriculares do Paraná ter sido realizada
com a ajuda e participação da comunidade escolar, os conflitos continuaram em
relação à avaliação da aprendizagem. A sensação que se tinha era que a avaliação
continuava sendo utilizada para demonstração de poder e promoção para o ano
seguinte, colocando em dúvida qual a finalidade da avaliação da aprendizagem
escolar e como esta vinha sendo realizada no sistema educacional.
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Percebe-se que a avaliação é mais do que um simples instrumento de
promoção e retenção: é um elemento constituinte do processo ensino e
aprendizagem que deve ser utilizado com o objetivo de regular esse processo. A
avaliação é um processo de mediação realizado entre o educador e o educando,
diante da elaboração do conhecimento na aprendizagem.
A proposta pedagógica das Diretrizes Curriculares de Educação Física tem
se aproximado da pedagogia histórico-crítica. Ela não procura preocupar-se
unicamente com a reprodução e transmissão do conteúdo, mas sim, em tornar
crítica todas as formas de cultura por meio do conhecimento, fato que representa um
avanço na formação básica.
Durante o período de estudos para a construção das Diretrizes Curriculares
de Educação Física, assim como na formulação dos Projetos Políticos Pedagógicos
e nos planos de trabalho docente, uma pergunta era evidente: As metodologias e
procedimentos avaliativos eram realizados na prática do cotidiano escolar e vinham
contribuindo para a formação crítica do educando?
Ainda hoje, as indagações persistem e estão sendo somadas a outras
quando utilizamos como referencial as Diretrizes Curriculares de Educação Física
como referencial da prática pedagógica: Os procedimentos que estão sendo
adotados podem suprir as finalidades do contexto escolar? O professor reconhece,
no processo avaliativo, a relação entre o conteúdo programático e os aspectos
pedagógicos (filosófico, político, econômico, biológico, social, antropológico e
psicológico)? A avaliação da aprendizagem na educação física tem conduzido os
professores e alunos à reflexão, ao estudo e ao aprofundamento da avaliação e
compreensão de seus significados no contexto escolar? Os procedimentos
avaliativos favorecem a busca da coerência entre a concepção defendida e as
práticas avaliativas que integram o processo de ensino e de aprendizagem?
A procura destas respostas proporciona o repensar sobre as avaliações da
aprendizagem escolar, medidas por conteúdos teórico-metodológicos da tendência4
4 Entende-se por tendência toda e qualquer orientação de cunho filosófico e pedagógico que determina padrões e ações educativas, ainda que esteja desprovida de uma reflexão e de uma intencionalidade mais concreta. Uma tendência pedagógica é, na verdade, uma inclinação por pensamentos e comportamentos pedagógicos lidos na história da educação ou mesmo em outras práticas pedagógicas hodiernas. Muitas vezes, em uma escola, em uma comunidade, percebem-se práticas educativas cuja orientação embora existente não é fruto de uma reflexão mais apurada, condensada. Assim, vão-se reproduzindo e tornam-se explicações do processo educativo,
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histórico-crítica. Trata-se de ações educacionais sistematizadas, tendo como
resultado o repensar sobre a sua prática e, assim superar a sua práxis.
Torna-se importante ter a clareza de algumas tendências estiverem sempre
presentes na prática das avaliações.
A preocupação pela objetividade na medição de resultados educativos, entendendo-a desde um conceito positivista da ciência, junto ao predomínio da psicometria na investigação e nas práticas de medição psicológicas, com a conseqüente proliferação dos testes, prestaram à educação parâmetros para julgar a avaliação e realizá-la com a intenção que fosse uma tecnologia precisa, do mesmo modo em que se entendeu a medição psicológica. (SACRISTÁN, 2000, p.300)
Na década de 60 e 70 houve grandes mudanças na economia, com o
desenvolvimento das indústrias e das exportações que se ampliavam, seguido pela
grande alta do petróleo, o que tornava o País submisso ao Fundo Monetário
Internacional - FMI. O regime político militarista no País preconizava a opressão com
leis severas aos intelectuais e aos políticos bem como aos indivíduos que eram
contra esta forma de governo. Em meio a essa lógica ocorreu a formação da maioria
dos professores que ministravam aulas nas Universidades e Faculdades na década
de 80. Surgiram nesse período, várias tendências que influenciaram a ação
pedagógica, sendo a mais dominante, a tecnicista, que tem como característica a
performance do aluno durante as avaliações da aprendizagem escolar.
Ficou refletido na Educação Física as avaliações realizadas de forma
pragmática. As mais utilizadas eram os testes que enfatizavam as habilidades físicas
e a capacidade de acatar ordens, sem indagar. Conseqüentemente os resultados
eram os parâmetros para uma classificação do sujeito; o que menos importava era
uma reflexão sobre o que estava sendo realizando e reproduzir movimentos
mecânicos, era a tônica.
Essa prática ainda está presente na comunidade escolar e fica evidente,
cada vez mais, a classificação e a promoção, sem ter como objetivo a transformação
do ambiente escolar, como relata Luckesi (2005)
Sabemos que outras formas sutis de castigar têm sido utilizadas ainda hoje, tais como: a gozação, com um aluno que não foi bem; a ridicularização de um erro; a ameaça de reprovação; o teste “relâmpago”, como tem sido denominado aquele que é realizado para “pegar os alunos de surpresa”. Um
enraizando-se na dinâmica escolar. Por seu caráter provisório, já que demanda uma maior reflexão, estas orientações são consideradas tendências. Se fruto de análise, de pesquisas, de estudo passam desta configuração ao status de uma teoria, de uma proposta educativa. (FERREIRA, 2002, p.39)
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teste relâmpago, como bem o nome, deve ser algo que assusta e, se possível, mata.(p. 50)
Contudo,
[...] a avaliação do ensino-aprendizagem é muito mais do que simplesmente aplicar testes, levantar medidas, selecionar e classificar alunos. Não esquecer também que ela está incluída ao projeto político pedagógico da escola (COLETIVO DE AUTORES, 1993, p. 98)
Ao ingressar no Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE ofertado
pela Secretaria de Educação do Estado – SEED, com o objetivo de possibilitar a
formação continuada dos professores, surge a oportunidade de estudar essa
temática. Trata-se de uma oportunidade ímpar considerando que, estávamos há
muitos anos atuando nas escolas, longe da vida acadêmica, participando somente
de cursos ofertados pela Secretaria de Educação do Estado do Paraná, e com o
tempo de estudo severamente reduzido.
Durante o primeiro ano no programa foi possível aproximar de informações,
e buscar a reflexão sobre a temática que envolve a avaliação do processo ensino
aprendizagem. A forma como a avaliação está sendo realizada tem como
conseqüência “hábitos criados pelo medo que, com certeza, não serve para nada
mais do que garantir uma submissão internalizada. O medo tolhe a vida e a
liberdade, criando a dependência e a incapacidade para ir em frente” (LUCKESI,
2005, p.51).
Entretanto, a avaliação da aprendizagem na escola pode ser vista de
ângulos diferentes, pois:
[...] contém um caráter “formal”, aparentemente explicitado e assumido pela escola, por exemplo, na determinação de períodos para avaliação e de notas, na seleção dos talentos esportivos e etc. Contém, ainda, um caráter “não formal expresso em todas as condutas e comportamentos que constantemente, durante a aula, o professor utiliza para situar o aluno em relação aos seus conhecimentos, hábitos e valores. (COLETIVO DE AUTORES, 1993, p.99).
A avaliação na Educação Física ainda continua sendo feita de forma
tradicional. Suas preocupações estão centradas na utilização de métodos e técnicas,
cujos critérios têm fins classificatórios, seletivos, disciplinadores e escondem seus
resultados. Assim, o fraco é ridicularizado e o forte elogiado, autenticando o
fracasso, a discriminação e a evasão do aluno. São deixadas de lado as reflexões
que deveriam ser feitas independentes de sua classe social.
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Ao estudar, discutir e refletir sobre a avaliação escolar pode-se ter a
preocupação principal em não atender as exigências burocráticas expressas em
normas, atender a legislação vigente ou selecionar alunos para competições
(execução de gestos técnicos, destrezas motoras ou qualidades físicas). Pode-se ter
também, como um ponto de partida, a construção de conhecimento que vai ao
encontro às perspectivas de homem que almejamos formar, um homem que
estabelece relações críticas com o meio em que está inserido e transformando sua
realidade social.
Não discutimos tendências pedagógicas a todo o momento, mas toda ação
pedagógica tem uma intenção ou sentido político e filosófico. Daí, a avaliação
escolar não poderá ficar alheia à contextualização política que está ocorrendo dentro
e fora da escola. As Diretrizes Curriculares dão o sentido à ação pedagógica e “[...]
devem ser abordados em complexidade crescente, isto porque, em cada um dos
níveis de ensino, as características dos alunos são distintas, pois, os mesmos
trazem múltiplas experiências relativas ao conhecimento sistematizado.” (PARANÁ,
on-line, 2008, p. 19). Assim, a avaliação deveria auxiliar o aluno na transformação
do senso comum em conhecimento científico; o professor, reconhecer no processo
avaliativo, a relação entre o conteúdo programático e os aspectos pedagógicos.
O intercâmbio entre Escola X Instituição de Ensino Superior (IES) no processo de formação continuada
O contato realizado entre os participantes do Programa - PDE, Universidade
Estadual de Maringá – UEM e os professores de Educação Física dos Núcleos
Regionais - NRE de Maringá, Paranavaí, Campo Mourão, Cianorte e Loanda se
mostrou bastante rico. Verificou-se uma diversidade de anseios na busca do
entendimento da ação docente de profissionais mergulhados em estudos nas mais
diferentes temáticas, troca de conhecimentos, de experiências, de sentimentos e
valorização dos saberes escolares nas diferentes realidades desses Núcleos
Regionais de Educação - NRE.
Para a apropriação do conhecimento de sua área de atuação, somente uma
coisa é melhor que voltar à academia. É ter tempo para realizar pesquisas no
espaço escolar;. ter tempo e espaço para entender o que estava sendo desenvolvido
nesses anos passados e refletir sobre o que aconteceu durante o período em que se
esteve distante da formação acadêmica que leva a pensar sobre a prática
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pedagógica. Refletir é uma prática que felizmente começa a ser compreendida pela
política educacional do Paraná e, assim, realizar o intercâmbio participando de
atividades práticas teóricas.
Os encontros de conhecimento realizados por meio de cursos específicos e
gerais, tiveram como objetivo principal a reflexão, destacando-se a importância de
aproximar-se do conhecimento crítico. A aproximação com a academia possibilitou
vivenciar e ouvir professores que trabalham e pesquisam dentro das mais variadas
tendências, em que se incluem os ecléticos ou pluralistas.
Nos seminários avançados houve aproximação entre os saberes produzidos
na academia e nas escolas, com destaque a intervenção do cotidiano escolar.
Ocorreram socializações por intermédio de discussões e depoimentos sobre as
práticas escolares. As reflexões revelaram a importância destes momentos que urge
por transformações na comunidade escolar. Tais momentos foram valorizados
considerando-se a falta de qualidade na formação continuada na rede pública; na
falta de tempo e espaço de estudo no cotidiano escolar; na falta da
interdisciplinaridade que refletiram no desenvolvimento das atividades escolares,
empobrecendo a prática pedagógica.
A sociedade está em mudança a todo instante, mas infelizmente a escola
caminha em passos mais lentos. A escola sofre a todo o momento os reflexos de
uma sociedade violenta e desumana em que a impunidade está evidenciada em
todos os meios de comunicação. Tudo isso poderia ser amenizado se todos
tivessem direito ao acesso, de forma mais igualitária, à cultura, à educação e ao
conhecimento, incluindo o professor.
Consideramos que o PDE representou um avanço nas práticas educativas
porque valorizou o professor pela sua forma de pensar, no seu conhecimento e na
experiência acumulada durante anos. Ao ser encorajado e levado a ler, escrever e
pesquisar sobre as experiências do cotidiano e na práxis, contribuiu para a
superação de suas contradições.
Educação e avaliação: uma História
A História nos conta como a avaliação foi utilizada pelo homem para
classificar ou demonstrar poder. Por onde tem sido realizadas as discussões sobre
esse assunto sempre há muita controvérsia. A demonstração de poder político vem
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da civilização grega que utiliza a avaliação da performance dos seus atletas para
escolher os representantes dos jogos. Os jogos eram considerados um meio de
demonstração da força de uma nação sobre a outra. Fatos como estes ainda são
utilizados na atualidade com os Jogos Olímpicos, onde os países demonstram seu
poder por intermédio do número de medalhas conquistadas.
Na Idade Média, os chineses utilizavam a avaliação escolar com o intuito de
selecionar os indivíduos dentro das escolas para o mundo do trabalho como
funcionários públicos. Esse cargo lhes dava grande poder e prestigio perante seu
povo.
Para SAVIANI (2008), “a colonização do Brasil contou com a contribuição
imprescindível das ordens religiosas. Pode-se considerar que os primeiros
evangelizadores do Brasil foram os franciscanos” (p.39), mas “além de franciscanos
e beneditinos, outras ordens religiosas se fizeram presentes no processo de
colonização do Brasil, como os carmelitas, mercedários, oratorianos e capuchinhos,
tendo desenvolvido alguma atividade educativa” (p.41).
No Brasil colonial, segundo RIBEIRO (1992, p.21), para defender os
interesses econômicos da burguesia mercantil portuguesa, tornou-se necessário a
vinda de uma pequena nobreza para executar o trabalho de organização do cultivo
da terra ao decidir sobre a produção de mercadoria (cultivo da terra). Mas para que
obtivesse uma boa margem de lucro fez-se necessário a exploração do trabalho
escravo dos índios e negros. Para que tal fato fosse concretizado, houve a
necessidade da intervenção dos Jesuítas que utilizaram a educação, tanto para
formação da elite (trabalho intelectual) como para catequizar os índios
transformando-os em indivíduos submissos, fáceis de serem explorados, e como
mão-de-obra barata, juntamente com os negros.
Para SAVIANI (2004, p.126) a educação no Brasil “[...] é marcada pela
organização e consolidação da educação jesuítica centrada no Ratio Studiorum”
(p.126), “as idéias pedagógicas expressas no Ratio correspondem ao que passou a
ser conhecido na modernidade como Pedagogia Tradicional5 [...]” (p.127),
predominando no ensino brasileiro por quase dois séculos. Este plano foi destinado 5 “A concepção pedagógica tradicional se caracteriza por uma visão essencialista de homem, isto é, o homem é concebido como constituído por uma essência universal e imutável. À educação cumpre moldar a existência particular e real de cada educando à essência universal e ideal que o define enquanto ser humano.”(SAVIANI, 2004, p.127)
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exclusivamente aos filhos dos colonos que formavam a elite colonial e excluía os
dos indígenas.
Juntamente com a história da educação, entramos na história da avaliação.
Este fato é remetido ao período entre a década de 70 até o presente momento.
Nota-se que durante todo este período permaneceu-se uma reprodução do que foi
ensinado e reforçado durante a formação acadêmica.
Nota-se que muitas ocorrências na educação e avaliação parecem estar
estagnadas e, no presente, ainda reproduzimos as mesmas intenções do passado.
Para Dornelles (on-line, 2007), a história da avaliação tem início com o
filósofo grego Sócrates com seu lema "conhece-te a ti mesmo". O lema tinha como
objetivo fazer uma reflexão individual, pois o mesmo não impunha o conhecimento,
somente auxiliava-o a aflorá-lo por meio do autoconhecimento.
LIMA (on-line, 2008) diz que na Idade Média, os mestres ensinavam ou
escreviam seus livros como verdade absoluta e sem direito à contestação. Aos
alunos cabia repetir exatamente como lhes havia sido ensinado. Os exames
versavam decodificar e comentar trechos dos grandes mestres. Durante o
Renascimento ocorreram algumas mudanças; passaram a ser consideradas e
valorizado as diferenças individuais (interesse e aptidão).
Com o desenvolvimento da didática moderna (séculos XVIII e XIX), têm
início as práticas avaliativas. No século seguinte ela começou a ser utilizada como
uma importante arma para o controle social. “[...] o termo "avaliação educacional" foi
proposto primeiramente por Tyler em 1934 na mesma época em que surgiu a
educação por objetivos, que tem como princípio formular objetivos e verificar se
estes foram cumpridos”.(ROSSATO, on-line, 2007)
No ano de 1982, aconteceu a primeira eleição para governo nos estados
brasileiros para a gestão de 4 anos (1983 – 1986), iniciando assim o processo de
abertura política no país. Nesse período, por intermédio da Secretaria de Educação,
o governo do estado do Paraná, iniciou-se estudos sobre as novas tendências e,
conseqüentemente, as mudanças no sistema de avaliação da aprendizagem
escolar. Este fato gerou uma grande insatisfação dos professores devido aos seus
critérios adotados e que fugiam da realidade do aluno, levando-os a um grande
número de repetência e à evasão escolar.
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As inquietações procediam devido às formas como as avaliações vinham
sendo utilizadas. Ou seja, elas não eram um instrumento para o professor realizar a
análise crítica de seu planejamento e para a execução das atividades como meio de
regulação da aprendizagem, mas sim como instrumento para punir e reter, portanto
como um complicador da aprendizagem. Como conseqüência, iniciou-se pela
primeira vez estudos sobre a avaliação da aprendizagem escolar, considerando-a
como um elemento constituinte do processo educacional.
Apesar dos esforços empreendidos, a avaliação carece de uma atenção
especial por parte de todos que dela se apropria para regular as suas práticas
docentes. Ela não pode ser como meio para corroborar com as ideologias das
sociedades modernas, possibilitando ao indivíduo progredir ou não dentro de seus
resultados. O exercício da avaliação do indivíduo continuou sendo apreciado pelo
trabalho executado no momento (provas), o conhecimento valorizado como o
resultado em números (notas) e o seu desenvolvimento, durante o ano escolar, não
serve como identificador sobre aprendizagem
[...] é que o atual exercício da avaliação escolar não está sendo efetuado gratuitamente. Está a serviço de uma pedagogia, que nada mais é do que uma concepção teórica da educação, que por sua vez, traduz uma concepção teórica da sociedade. O que pode estar ocorrendo é que, hoje, se exercite a atual prática da avaliação da aprendizagem escolar – ingênua e inconsciente – como se ela não estivesse a serviço de um modelo teórico de sociedade e de educação, como se ela fosse uma atividade neutra. Postura essa que indica uma defasagem no entendimento e na compreensão da prática social (Luckesi,1980, apud Luckesi,2005, p28).
Até mesmo o sistema de ensino acabou reforçando o uso da avaliação como
meio de classificar, em nome da aprendizagem. Os governantes (estaduais e
federais), realizam várias avaliações (provas), para saber quais são os problemas
que ocorrem dentro do próprio sistema e se os objetivos da educação estão sendo
atingidos. Neste caso é feita uma única verificação do grau de aprendizagem do
aluno, esquecendo-se do que propõe a LDB (Lei 9394-96) no seu artigo 24º, inciso V
item a. quando a LDB analisa o rendimento escolar e prevê uma
[...] avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais.
De posse dos resultados destas avaliações, os órgãos responsáveis
analisam a situação da educação no país, estados ou municípios, independente da
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região e condição socioeconômica.Com estes dados não procuram soluções para os
problemas detectados. As causas são mais profundas que meros números
estatísticos. O mesmo fato é visível quando os sujeitos continuam sendo valorizados
pela sua aptidão física, sem capacidade de decodificar a realidade. Reduzir a
avaliação à aptidão física é o mesmo que supervalorizar a individualidade e dificultar
as reflexões sobre a sua prática, são atitudes típicas das exigências do mundo do
trabalho.
O esporte na avaliação da aprendizagem escolar
Vivemos em uma sociedade capitalista em que o espírito do Toyotismo
predomina nas exigências do mundo do trabalho. Este sistema
[...] traduz a exigência das novas qualificações para o mundo do trabalho, e por outro lado, tende a ocultar (e estamos diante de uma operação ideológica!) que seu substrato estrutural organizacional, o toyotismo, possui como lógica interna a “produção enxuta e uma dinâmica social de exclusão que perpassa o mundo do trabalho. (ALVES, on-line, 2007)
A influência deste sistema, dentro da escola e indiretamente na avaliação
auxilia na formação desse indivíduo para o mundo do trabalho e exige:
[...] profundas mudanças nas qualificações exigidas para o trabalho industrial, Ana Teixeira observou: ‘Essa mudança poderia ser sintetizada como perda de importância das habilidades manuais em favor das habilidades cognitivas (leitura e interpretação dos dados formalizados; lógica funcional e sistêmica; abstração; dedução estatística; expressão oral, escrita e visual) e comportamentais (responsabilidade, lealdade e comprometimento; capacidade de argumentação; capacidade para trabalho em equipe; capacidade para iniciativa e autonomia; habilidade para negociação). Essas novas qualificações poderiam ser organizadas em três grandes grupos: novos conhecimentos práticos e teóricos; capacidade de abstração, decisão e comunicação; e qualidades relativas à responsabilidade, atenção e interesse pelo trabalho’.(TEIXEIRA, 1998, apud ALVES, on-line, 2007).
A sociedade está estruturada com indústrias que fazem uso de tecnologias
na produção, tendo como conseqüência indivíduos alienados e impossibilitados para
a iniciativa e sem autonomia para criar, transformando-se em máquina que
unicamente reproduz movimentos e ordens.
A escola é o reflexo desta sociedade e acaba esquecendo o seu real papel
que, segundo Soares (1996, p.6), é “organizar criticamente o conhecimento a ser
tratado no tempo [...] produzir desafios com este desconhecido, arrancar alegria a
cada conquista”. Enquanto disciplina escolar, a Educação Física contribui com seus
conteúdos ao levar o conhecimento por meio do seu acervo histórico e cultural e
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pode ou não ajudar na estrutura desta sociedade que aí está..
A avaliação escolar pode ser um instrumento que se preocupa com a
seleção dos melhores e classificando-os de acordo com as suas habilidades
motoras, contudo deveria “[...] pensar o humano a partir das práticas culturais
voltadas ao corpo, sobre as formas como os seres humanos constroem seus modos
e costumes, seus valores, suas técnicas corporais, suas práticas de alimentação,
saúde, sexo, educação” (SOARES, 2007, p.xi).
Estudar a avaliação da aprendizagem escolar ajuda a esclarecer sobre o seu
valor e sobre as mais variadas formas para aplicação, diferentemente da exigência
burocrática de atribuir notas e classificar os alunos de acordo com as suas aptidões
motoras (em melhores ou piores). Selecionar alunos para participarem de
competições denota que o Plano de Ação Docente não está articulado com as
Diretrizes Curriculares da Educação Física. O sentido a ser alcançado pelas
Diretrizes Curriculares é a reflexão do que foi realizado e o significado que a
aprendizagem do conteúdo propõe ao aluno. Este fato deveria estar contemplado no
Projeto Político Pedagógico.
A Educação Física, enquanto disciplina escolar, sempre é lembrada por se
preocupar somente com as modalidades esportivas, com a formação de indivíduos
saudáveis e disciplinados. Ela reflete o Lema Olímpico “Citius, Altius, Fortius” (Mais
rápido, mais alto, mais forte). Tal lema é almejado desde a Grécia Antiga e, até hoje,
é realizado nas aulas, necessitando ser superado no cotidiano escolar. As Diretrizes
Curriculares da Educação Física se aproximam do método materialista e, para que
os professores estejam empregando-as na sua prática, torna-se necessário que se
tenha conhecimento suficiente e estejam convencidos deste fato. Sugerimos três
mudanças: lema, maior aprofundamento no conhecimento e que a prática esteja
baseada nas Diretrizes Curriculares da Educação Física.
Realizar essas mudanças demanda esforço e horas de estudos e não
ocorrerá se a classificação dos mais habilidosos durante as aulas se mantiver
presentes. Ou, se o mito do mais forte continuar, sendo a cultura do esporte e da
competição na escola. Como exemplo, os Jogos Colegiais do Paraná, promovido
pela Secretaria de Estado de Educação – SEED, tem como um dos objetivos
oportunizar “o surgimento de novos talentos esportivos” (ESPORTE, on-line, 2008).
A competição entre as escolas (estaduais e particulares) fortalece alguns esportes
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para que se tornem mais presentes nas aulas de educação física no decorrer do
ano. Este fato é completamente adverso à proposta das Diretrizes Curriculares do
Estado do Paraná para a Educação Física.
Logo, os Jogos Colegiais do Paraná têm como finalidade selecionar os
melhores que, após passar por várias etapas em nível estadual, classifica somente o
1º lugar (os melhores). Este é convidado para representar o estado nas Olimpíadas
Escolares, em nível nacional, e é a forma de conquistar a participação no
Campeonato Sul-Americano (até 14 anos). Os alunos das escolas públicas não têm
a mesma estrutura e filosofia que as particulares. Esta tem como objetivo principal
formar equipe de rendimento, reforçando o uso do aluno como mercadoria para
demonstrarem seu poder.
Para que a Educação Física Escolar desempenhe seu real papel na
formação do homem, devem ser deixados de lado a performance que, por sua vez, é
um dos fatores que influencia a avaliação, pois nela há uma preocupação do
rendimento.
Os graus de desempenho têm sido acentuadamente usados e a avaliação tem suas referências em rendimentos máximos observáveis em situações de competição. Podemos identificar esse uso, por exemplo, no sistema esportivo escolar ora vigente, que atribui bolsas de estudos para alunos com desempenho máximo, incentivando e acobertando a constante “compra” de atletas das escolas da rede pública para aqueles da rede particular ou clubes. (COLETIVO DE AUTORES, 1993, p.102).
Esse fato, im`põe-se a se repensar qual é a real intenção da avaliação entre
os professores de Educação Física. Vê-se uma divisão entre professores
preocupados com a maioria dos alunos (sua formação e a conscientização nos
aspectos pedagógicos, políticos e sociais que lutam contra as ilusões do esporte) e
aqueles que esquecem deste fato e continuam avaliando de forma reducionista,
punindo com notas baixas, sendo técnicos durante as aulas, preocupando-se
exclusivamente com o desempenho esportivo de poucos alunos.
A concepção histórico-crítica, portanto materialista, permite aos alunos uma
participação com questionamentos das normas. Tal prática tem como finalidade criar
novos jogos e recriar os já existentes, levando em consideração os aspectos
pedagógicos, um repensar na realização das avaliações e, portanto, não ficar preso
em aulas de caráter tecnicista.
O tecnicismo usa a escola com o objetivo de descoberta de talentos; de
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formação de futuros campeões; de propiciar e oportunizar a aplicabilidade de
aparatos tecnológicos unicamente para o rendimento; buscar o corpo primoroso nos
centros de treinamento esportivo, a qualquer preço; e utilizar os meios de
comunicação à sua disposição para vender e expor seus produtos, inclusive o
corpo, como mercadoria. Tratar esse conhecimento dará, ao aluno, a capacidade de
compreender como funciona este mundo na concepção materialista e permitirá sua
crítica sobre o que é ensinado na escola.
Como afirma KUNZ (2004, p.31),
o aluno enquanto sujeito do processo de ensino deve ser capacitado para sua participação na vida social, cultural e esportiva, o que significa não somente a aquisição de uma capacidade de ação funcional, mas a capacidade de conhecer, reconhecer e problematizar sentidos e significados nesta vida, através da reflexão crítica.
Ao repensar sobre a avaliação da aprendizagem escolar e entender qual é o
objetivo dela dentro das Diretrizes Curriculares, do Projeto Político Pedagógico da
Escola e do Plano de Trabalho Docente, o professor deixará de usar critérios
avaliativos baseados simplesmente em rendimentos esportivos e de presenças de
alunos em aula. Esse repensar sobre a avaliação no processo de ensino
aprendizagem, segundo o Coletivo de Autores (1993, p.104), deve “[...] levar em
conta a observação, análise e conceituação de elementos que compõem a
totalidade da conduta humana e que se expressam no desenvolvimento de
atividades”. Deve também superar as avaliações que levam em consideração a
mecânica dos movimentos procurando, simplesmente,
[...] mobilizar plenamente a consciência dos alunos, seus saberes e suas capacidades cognitivas, habilidades e atitudes para enfrentar problemas e necessidades, buscando novas soluções para as relações consigo mesmo, com os outros e com a natureza, e que estas soluções criticamente encontradas sejam entendidas a outras situações semelhantes (Waiselfisz, 1960, apud COLETIVO DE AUTORES, 1993, p.104).
Ao tornar-se mais consciente, o professor pode desenvolver um olhar mais
crítico sobre os acontecimentos políticos e sociais que envolvem a formação dos
alunos e, assim, intervir nesse processo de maneira significativa, na busca do sujeito
autônomo e presente na sua realidade social.
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Nos grupos de estudos e a volta à escola, elementos constituintes e resultados da investigação
A partir do momento que se vivencia, a realidade, a proposta das Diretrizes
Curriculares de Educação Física para os anos finais do Ensino Fundamental e para
o Ensino Médio, para as escolas públicas do Paraná e na estrutura de um Projeto
Político Pedagógico, as avaliações são realizadas com outro sentido e outros
significados que geram diversas indagações. Neste estudo foi realizado uma
pesquisa qualitativa para responder ou entender algumas indagações que não
podem ser quantificadas. Ao refletir sobre estas inquietações no aspecto qualitativo,
as das Diretrizes Curriculares, convém não se ater aos limites exclusivos de avaliar
o mensurável e avançar além destes critérios, utilizando as dimensões do
comportamento humano.
As Diretrizes Curriculares de Educação Física para os anos finais do Ensino
Fundamental e para o Ensino Médio do estado do Paraná propõem que a avaliação:
pode e deve ser trabalhada em interlocução com outras disciplinas que permitam entender a Cultura Corporal em sua complexidade, ou seja, na relação com as múltiplas dimensões da vida humana, tratadas tanto pelas ciências humanas, sociais, da saúde e da natureza. (PARANÁ, on-line, 2008)
Elas ainda sugerem conteúdos variados como esporte, dança, ginástica,
lutas, jogos, brinquedos e brincadeiras, aumentando sua visão de mundo, para além
do tecnicismo e da desportivização; ter consciência dos aspectos político,
econômico e social na história; e empregar como base as Diretrizes para os
planejamentos e as avaliações, para repensá-la sobre a sua prática.
Estas reflexões vieram acompanhadas das participações dos professores a
quando se elaborou e aplicou-se as avaliações; também das participação em
conselhos de classe; grupos de estudos realizados com professores de diversas
disciplinas, pedagogas e alunos; foram feitas leituras de textos e debates sobre a
temática. A intenção foi contribuir na Intervenção na escola, versar sobre a avaliação
da aprendizagem escolar. Para auxilio dos estudos foram utilizados alguns autores
que discutem a temática como: Paulo Freire, Demerval Saviani, Lino Castelani Filho,
Eleonor Kunz, Valter Bracht, Carmen Soares, Pedro Demo, Cipriano Carlos Luckesi,
Celso Vasconcelos, Gabriel H. Munhoz Palafox, Dinah Vasconcelos Terra, entre
outros.
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Com o intuito de estudar, discutir e verificar as dificuldades encontradas
pelos professores antes, durante e após realizar as avaliações, optou-se pela
pesquisa qualitativa. Para responder ou entender algumas indagações que não
podem ser quantificadas, a pesquisa qualitativa, segundo Minayo (2004, p.21),
trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis.
Em um primeiro momento a pesquisa ocorreu com a participação em um
grupo de estudos temáticos, composto de seis encontros de 4 horas de duração,
envolvendo leitura de textos, debates e elaboração de trabalhos específicos. Essa
atividade foi elaborada pela SEED e coordenada pelos NRE, envolveu 16
professores de Educação Física da cidade de Paranavaí e de algumas cidades
próximas pertencentes ao mesmo núcleo.
Como resultado desses encontros, foi possível identificar angústias
relacionadas a realização de avaliações da aprendizagem, às exigências da
comunidade escolar ou às propostas enviadas pelo governo do estado. Não restam
dúvidas que a avaliação representa o nível de aprendizado do aluno, a compreensão
do que foi ensinado e a possibilidade de rever metodologias. Por outro lado,
representa a nota e a progressão em que cada um tem, um valor pelo que foi
“aprendido”, deixando transparecer a ansiedade do que poderia ser feito para serem
mais justos e, realmente, estarem realizando algo coerente com a realidade.
O segundo momento de estudos contou com a participação de pedagogas
do Núcleo Regional de Paranavaí, cujo objetivo foi o de organizar o trabalho
pedagógico nas escolas públicas no estado, envolvendo a avaliação na comunidade
escolar. Pode se constatar que a avaliação na escola pode ser tratada como uma
especificidade ou como um caso separado do ensino-aprendizagem, e sim, contar
com a participação de todos os elementos constituintes do processo (comunidade
escolar) para revisar e aprimorar a sua prática, procurando o meio mais adequado a
cada conteúdo para que o aluno construa conhecimentos de forma a perceber a
história que vem construindo.
Para implementar as práticas avaliativas, foram sinalizadas algumas
necessidades como: garantir espaços para realização de leituras e debates,
buscando uma maior compreensão dos processos avaliativos, encaminhado ao
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NRE, uma vez que compreender as formas de avaliações da aprendizagem
propostas pela SEED requer um determinado tempo para que seja incorporado as
práticas existentes.
O terceiro momento em que se discutiu e se refletiu sobre o tema foi durante
o Grupo de Trabalho em Rede – GTR. Trata-se de uma atividade realizada de forma
não presencial (online), que contou com o apoio do Sistema MOODLE (Modular
Object-Oriented Dynamic Learning Environment), software livre, ambiente que tinha
como objetivo principal socializar as atividades desenvolvidas no 1º ano de estudos
do professor PDE (2007), por meio de diálogos e trocas de informações sobre a
pesquisa com os demais professores da rede e que foi formado por professores
Quadro Próprio do Magistério do Estado do Paraná – QPM.
Como resultado dessa vivência foi possível destacar sugestões de textos e
propostas de estudos sobre a avaliação da aprendizagem escolar. Durante 6 meses
foram realizadas breves discussões nos Fóruns entre os participantes e diálogos nos
Diários entre o professor PDE e professor participante.
Esses três momentos iniciais foram preparatórios para a intervenção na
escola e representaram um chamamento à possibilidade de discussão da avaliação
da aprendizagem na comunidade escolar. A partir daí, foram realizados encontros
quinzenais com duração de quatro horas, no Colégio Estadual Professor Bento
Munhoz da Rocha Neto de Paranavaí. Os estudos ficaram restritos a este grupo
devido às dificuldades de deslocamento, sobrecarga de atividades dos professores
convidados para participarem do processo.
Foram formados dois grupos. Um constituído por professores, pedagogas e
psicopedagogas e um outro com alunos do 1º ano do Ensino Médio do período
matutino. O primeiro grupo, denominado Professores, participou de seis encontros .
O segundo grupo, denominado Aluno, participou de dois encontros. Nesses foram
realizadas diferentes leituras resultantes de diálogos em momentos anteriores para
auxiliar no entendimento das dúvidas que envolviam questões relacionadas à
avaliação da aprendizagem. O objetivo era de desmistificar, suprir as dificuldades
dos grupos e facilitar a compreensão da temática. O momento foi aproveitado para
romper com alguns paradigmas, ampliar e aprofundar o conhecimento sobre a
avaliação na comunidade escolar.
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Alguns textos foram debatidos no grupo dos professores. O primeiro foi “O
Mito da Caverna” de Marilena Chauí (1996, p.40), que permitiu refletir e relacionar
com a realidade escolar. Algumas comparações foram: o ato de sair da escola e
perceber as dificuldades que estavam presentes no contexto escolar e não se
conseguia notar; o ir em busca de novos caminhos sem medo de tentar; o retornar à
escola e ter que enfrentar as dificuldades que surgirem; saber compartilhar com a
comunidade escolar as experiências e tentativas que teve fora de seu mundo
(disciplina); melhorar o caminho alcançado pelo conhecimento entre todos; evitar
caminhos traçados por meros números retirados das avaliações; acompanhar a
evolução do aluno e, conseqüentemente, melhorar o plano de trabalho e
metodologia empregada. E, para que haja superação na prática, precisa ser
analisado o que acontece com o aluno, quando está realizando algo e não ficar
exclusivamente preocupado com aquele momento único de aferição de um conteúdo
específico com data marcada.
O outro texto utilizado para o estudo da temática é intitulado de
“Tendências Educacionais: Concepção Histórico-Cultural e Pedagogia Histórico-
Crítica de Vera Regina Oliveira Alves (2006, on-line, 2008). Dele resultou no
entendimento sobre as influências das pedagogias na educação da escola pública
do Paraná e as formas mais variadas de tendências que estão presentes no meio
escolar. Ao entender as tendências e seu trajeto na história, foi possível notar que,
na avaliação da aprendizagem escolar, está utilizando na pedagogia tradicional.
Especificamente na Educação Física, a tendência que permanece muito forte é a
tecnicista. O conhecimento dos professores apesar de sua participação na
construção das Diretrizes Curriculares de Educação Física foi de forma
segmentada deixando lacunas muito grandes quanto ao entendimento da proposta
como um todo. O que é a pedagogia histórico-crítica e sua aplicação nas aulas e
nas avaliações da aprendizagem não se consolidou. Prevaleceu avaliações
classificatórias como tradicionalmente fora ensinado, não se desenvolveu o hábito
de repensar sobre a própria prática.
Algumas falas extraídas dos encontros marcam esta questão: “Muitas
vezes, me sinto perdendo tempo devido aos alunos que terei de aprovar sem
saber muita coisa, outras vezes me animo por causa dos bons, que são poucos,
“bons” que são comprometidos, não precisa ser o nota “10”” (professora
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participante 1); “Vamos dar nota logo para passar, assim o núcleo não nos
chamará nas férias” (professora participante 2); “Aquele aluno não quer saber de
nada! Nem na aula ele vem direito” (professora participante 3); “Deveria haver
uma forma de o aluno mostrar o que adquiriu de conhecimento sem a necessidade
de uma cobrança com prova, mas de uma maneira que o resultado do processo
fosse algo natural, fosse conseqüência” (professora participante 4).
Essas falas retratam as dificuldades e, em alguns momentos, o descaso
presentes nas práticas avaliativas realizadas na escola. Muitas vezes, tais práticas
resultam em sentimentos de culpa por parte dos professores que, ao
questionarem soluções coerentes, sentem-se desamparados e trabalhando
isoladamente, em diferentes ocasiões (em sala ou durante os próprios
planejamentos).
O planejamento anual é um possível meio de implementação de
estratégias educativas. O professor discute pouquíssimo seu plano de trabalho
docente e bem menos a avaliação por ele utilizada. Em alguns casos, os
professores afirmam que as discussões não têm validade na medida em que, na
prática da sala de aula, cada professor desenvolve os conteúdos à sua maneira. E
que, ao final do ano, terão mesmo que continuar aprovando os alunos,
independentemente das avaliações realizadas, sendo na perspectiva crítica ou na
tradicional.
Vídeos também foram analisados. O filme “O milagre de Anne Sullivan”
(1962), baseado em fatos reais de Helen Keller, relata a história comovente, de uma
professora (Anne Sullivan) e sua luta para que uma garota cega, surda e muda
consiga se adaptar ao ambiente em que vive. A trama mostra as dificuldades
geradas pelos pais que, ao sentirem pena da filha, deixam de colocar limites em sua
vida e a protegem do mundo.
Outro vídeo é o episódio “Três desejos” – sétima temporada – série Arquivo
X, em que um gênio indiferente com a vida concede três desejos para a pessoa que
a encontrou. Os pedidos são realizados exatamente como são pedidos e não como
as pessoas gostariam que fossem realizados. Esta situação gera conflitos entre os
envolvidos sobre o entendimento daquilo que foi solicitado ao gênio. Do episódio foi
extraído um trecho que caracterizou que a oferta garante mais destruição do que
felicidade.
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Num primeiro momento, os filmes discutidos resultaram, ao grupo de
professores, observações sobre conceitos e sobre a necessidade de, durante a
prática pedagógica, colocar limites, elaborar a avaliação com critérios bem definidos;
evitar que o aprendizado seja secundário e que haja justificativa da falta de
condições de se repensar a prática avaliativa. Num segundo momento, os
professores reviram as intenções implícitas nos processos avaliativos realizados e o
que realmente as mesmas objetivam. Diante disso, as análises e reflexões
revelaram que tais posturas são raramente realizadas na comunidade escolar,
deixando de lado um componente regulador do processo de aprendizagem.
Nos encontros realizados com os alunos, a preocupação com o tempo
interferiu na qualidade da maioria das discussões acerca da temática. Elas foram
permeadas com muitas perguntas por parte deles. Na leitura dos textos “O mito da
caverna” (CHAUÍ, 1996, p.40) e “Os indiferentes” de Antonio Gramsci 1917, houve
discussão sobre o medo de ir à busca do conhecimento que contrapõe a perspectiva
de permanecer parado e esperar que soluções venham prontas. Os alunos
relacionaram o fato à condições vividas em sala. Por exemplo, quando alguém da
sala se aventura a dizer algo diferente e é ridicularizado pelos demais, por apelidos
que objetivam intimidá-lo. Perante estes fatos excludentes e que ocorrem
cotidianamente, gera a sensação de estarem imunes a tudo e a todos no mundo.
Inclusive eles acreditam que, no último minuto, conseguirão conhecimento suficiente
ou um meio para realizar as avaliações e ainda serem promovidos para a série
seguinte.
O mesmo acontece a aqueles que permanecem indiferentes ou passivos em
relação ao conhecimento. Os dois grupos de alunos, os indiferentes e os
ridicularizados, concluíram que se sentem culpados por agirem assim, reforçando a
sociedade vivente. Eles conseguiram relacionar o fato às condições de não
conseguirem emprego por terem qualificação insuficiente para ocupar determinada
posição nas empresas, principalmente aqueles que colocam à prova seu
conhecimento.
Quanto às avaliações realizadas na escola há uma grande diversidade de
opinião entre os profissionais, que vai desde aqueles que alegam ter concepções
que divergem das preconizadas pelas Diretrizes Curriculares de Educação Física,
até aqueles que estão convencionados em sua própria disciplina. Na Educação
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Física existe também uma agregação de estratégias avaliativas, entretanto a que
predomina é a avaliação tecnicista que, por sua vez, está voltada à realização de
movimentos preconizados, a performance ou aptidão física. Na percepção dos
alunos, ainda se mantêm algumas práticas que comprometem o aprendizado. Os
alunos se preocupam em decorar, com medo de esquecer o que foi aprendido ou
conseguir meios alternativos para alcançar a média e promoção para a série
seguinte, portanto, estão mais preocupados em classificação e promoção.
Conclusões de uma longa jornada
A reflexão que se vê acerca da avaliação da aprendizagem, remete aos
conceitos estabelecidos e à retratação de uma realidade posta e imposta. Muitas
dessas reflexões sugerem a pergunta: Afinal, para que serve esse exercício, ora
árduo, ora prazeroso? Árduo na medida em que se enfrenta as dificuldades da
prática, e prazeroso quando se percebe que, a partir dessas reflexões e de outras
que virãomodificando, implementando, revendo práticas docentes no cotidiano
escolar.
Estamos sentindo a necessidade de superar nossas contradições. Este fato
é inerente desta profissão, que não é muito valorizada, de forma institucional ou não.
Não restam dúvidas que os objetivos delineados neste artigo a priori foram atingidos
e que muito ainda se tem a caminhar.
Consideramos que houve um avanço entre a primeira lei que regulamentou
a Educação no Brasil (Lei de Diretrizes e Bases – LDB nº 4024 de 20 de Dezembro
de 1961), e a que está em vigor (LDB nº 9394-96, de 20 de Dezembro de 1996).
Esta última em seu capítulo II da Educação Básica, na seção I das disposições
gerais, artigo 24, inciso V item a, quanto a verificação do rendimento escolar, diz que
deve-se levar em consideração:
avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais.(CONGRESSO NACIONAL, on-line, 2008)
Nesta expressão nota-se, que há o desejo de um novo repensar sobre a
avaliação da aprendizagem dentro da comunidade escolar e sobre realidade dos
conselhos de classe. Neles também se tem buscado uma relação não mais voltad às
notas e a individualização do que voltada à aprendizagem e com aquilo que o
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coletivo poderia estar fazendo para sua melhoria.
Motivados a falar mais sobre o assunto, os professores receberam a
colaboração dos alunos. Estes fizeram relatos de como poderiam estar sendo
ajudados nos fatores que interferem na aprendizagem da turma, deixando de lado a
individualidade e não transformando a escola em uma reprodução do que acontece
na sociedade.
Ao explorar a avaliação da aprendizagem escolar, pode-se notar as crenças
e mitos que envolvem as pedagogias e que está presente na comunidade escolar.
Há falta de tempo para que os professores possam se reunir, estudar e discutir o
assunto, deixando de ser meros reprodutores de conceitos.
As dificuldades em explorar os conteúdos das Diretrizes Curriculares de
Educação Física para os anos finais do Ensino Fundamental e para o Ensino Médio
do Estado do Paraná ficaram evidenciadas em diferentes momentos desta
investigação. Tais dificuldades podem estar ocorrendo por falta de entendimento da
proposta da pedagogia histórico-crítica que evidência que não existe separação
entre teoria e prática ou por uma resistência pessoal que a busque melhorar a sua
prática docente.
Os planos de trabalho, sem articulação com o Projeto Político Pedagógico
da escola ou com as demais disciplinas da mesma série, impossibilitam a reflexão
sobre uma construção coletiva constitui-se numa ameaça à formação básica de
qualidade. Assim devem ser combatidos a todo o momento.
Também verificou-se pouco entendimento sobre os elementos articuladores.
Neste caso, o conhecimento fica restrito à prática e repetição de movimentos sem
sentido, ou seja, o aluno acaba reproduzindo o que está sendo proposto pelo
professor, o qual deixa de situar-se como sujeito que faz parte da história. O
empobrecimento histórico interfere negativamente nessa construção.
Um fato que nos chamou a atenção, com relação aos professores de
Educação Física, foi a relação quantidade e a variedade das avaliações realizadas
no decorrer do ano. Sem estarem acostumados, alguns acham mais fácil deixar de
estudar e ficar preso à sua forma ou metodologia. Estes geralmente deixam que os
alunos joguem bola ao invés de terem aulas de Educação Física. Parece que aqui
há um problema com o tempo operacional da própria avaliação e falta de
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entendimento sobre o sentido que a educação vai fornecendo.
Diante desses indicadores aqui assinalados vale incentivar o
desenvolvimento de programas de capacitação docente, como o PDE, que
possibilita um espaço de aproximação com a academia e oportuniza aos professores
a investigar, a construir e a reconstruir conhecimentos na busca da superação das
contradições da educação. É de suma importância que outros programas como este
possam estar sendo disponibilizados a todos os professores da rede de ensino do
Estado do Paraná, pois ele envolve diferentes desafios evidenciados na prática
docente, entre eles a avaliação das aprendizagens, foco desse estudo.
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