7/28/2019 Conhecimento Sobre a Cozinha de Santo
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Conhecimento Sobre a Cozinha De Santo
Quem vem acompanhando as postagens do Portal Afrox, pode
reparar que vem sendo destacado a Comida Ritualstica, as principais
oferendas aos orixs, logo, como este artigo queremos explanar o
quo importante so as Comidas Rituais no Candombl e na
Umbanda.
A cozinha de santo nas Naes de Keto, Gge, Angola, Nag, Ioruba,
Bantos, etc., inclusive no Omoloc quando puxado para uma das
outras Naes, bem diferente das cozinhas profanas, onde se
prepara o alimento do homem em geral.
H uma srie inteira de preceitos do ritual que se h que obedecer.
Os utenslios no so iguais aos da cozinha comum. Por essa razo
traaremos um plano de organizao, colocando em seqncia as
coisas que precisam ser observadas para que tenhamos ORDEM e
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gozemos das simpatias e estima constante, de todos os ORIXS para
os quais preparamos os alimentos, as OBRIGAES.
Via de regra, a Cozinha de Santo tem os seguintes petrechos, osseguintes utenslios:
Mesa ou Banca onde se colocam os fogareiros a carvo, se na casa
no existe ou no tem fogo de lenha. Como medida de precauo e
at mesmo de maior higiene a mesa modesta, ou banca, deve ser
forrada de folha de Flandres (ou folha de alumnio) que evitar seja a
madeira queimada pela quentura dos fogareiros e/ou pelas brasas
que escapam pela grelha; ela pode ser um pouco comprida para
comportar, ao lado, um grande alguidar ou bacia, onde se procedem
a lavagem dos utenslios, panelas e loua.
Um Fogareiro (ou vrios) conforme a necessidade, de ferro, para
carvo vegetal. So facilmente encontrados em lojas de ferragens,
principalmente nos bairros mais modestos.
Panelas de barro, vidradas ou simples, ou ento de ferro. Ns
preferimos as de barro, como nos tempos passados.
As colheres so de pau, de variados tipos. Ralos para coco so de
folha. Urupema (peneira) de taquara e a encontramos em casas
especializadas, o COADOR deve ser de folha.
Atualmente j no se encontra pedra de ralar, de moer (m) para
triturar gros e por esse motivo s pode ser resolvido com um
moinho ou pilo (que j difcil de encontrar). A escumadeira
tambm de folha.
O fogareiro no se abana para os dois lados, como na feitura de
alimentos profanos; abana-se da Direita para a Esquerda, a princpio
parece difcil, mas em pouco tempo acha-se o jeito.
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Constituda ou organizada a Cozinha, vejamos agora a pessoa ou
pessoas que nela vo trabalhar.
As Iabs Ou Iabasss, as cozinheiras do Santo, trabalhamparamentadas, vestidas no Ritual. Colocam ao pescoo a Guia ou
Guias do Orix cujo alimento est sendo preparado ou as guias de
seus Orixs.
Nos depsitos da cozinha de Santo, no devem faltar os seguintes
artigos ou gneros mais aplicados na alimentao ou nas obrigaes: Azeite de dend
Azeite de Oliveira (azeite doce)
Arroz quebradinho
Canjica
Canjiquinha de milho vermelho
Cebolas
Farinha de mandioca, farinha de guerra, farinha de pau
Feijo fradinho, feijo mido
Feijo branco
Feijo vermelho
Fub de milho vermelho
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Fub de milho branco
Fub de Arroz
Maisena
Milho alho - para pipocas
Noz moscada
Ori Velas
Antes de comear o trabalho de cozinhar para o santo, a iab, oufilha de f, ou filha de santo, acende uma vela ao seu eled, prximo
ou ao lado do local onde vai executar o dito trabalho e ao lado da
vela, um copo d'gua. Se o trabalho se alongar e a vela terminar,
antes que isso acontea, acende-se outra sobre o toco que est
terminando, uma outra e ao terminar o trabalho, retira-se vela e o
copo d'gua de perto do fogo ou fogareiro, colocando-a no peji ou
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em lugar alto para terminar, terminada a vela, despacha-se a gua
em lugar que haja gua corrente, no lavatrio, no tanque.
Aps o servio, as brasas dos fogareiros so apagadas com areia,nunca com gua. Organizada a cozinha, poderemos a qualquer
momento, preparar a iguarias originariamente destinadas aos Orixs
tal qual so realizadas na fonte doutrinria da Umbanda e do
Candombl.
A histria da alimentao d-nos uma coleo do que faz mal e uma
variada coletnea folclrica. No se come despido ou sem camisa, ofensa ao Anjo da Guarda
Comer com chapu na cabea comer acompanhado de forasnegativas.
No se come com o prato na mo; a misria fareja.
No se come as pontas dos animais ou aves; so Axs (pertencem)ao santo.
Dinheiro sobre a mesa de refeies provoca misria.
Quando cai comida no cho ou escapa do talher e vai ao solo sinalde que existe parente passando necessidade.
No se apanha alimento que cai ao cho. das almas. Recebe-se o prato com a mo direita; beno do prato cheio
Relativamente cozinheira, prescrevem:
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No se mexe alimentos que esto cozinhando, no sentido da moesquerda, seno desanda ou encrua.
No se mexe comida de Exu com a mo direita, para no absorverfludos negativos.
Antes de comear a cozinhar para o santo, faz-se o sinal da cruz,tudo correr bem.
No bata com a tampa da panela quando estiver cozinhando,afugenta a proteo.
Quando a comida no quer amolecer, coloca-se na panela, trscaroos de milho, amolece rpido.
No deve cozinhar para o santo: os homens de corpo sujo e asmulheres de corpo aberto; Corta o efeito das obrigaes.
H uma poro de determinaes referentes ao ritual de Umbanda e
do Candombl, assim: No se cortam aves ou bichos de quatro ps a no ser nas juntas. O
santo recusa.
Obrigao mal feita ou mal arriada, paga-se em dobro.
Quando se arreia uma obrigao na encruzilhada, no se volta, nemse passa pelo mesmo caminho durante 24 horas, para no pegar os
miasmas de retorno.
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Antes de se sacrificar um animal (quando necessrio) nos terreiros,
manda-se limp-lo com o Ot correspondente, sem isso o santo no
aceita.
O Sacrifcio de aves e/ou animais s so aplicados em ltimo recurso,
pois que atualmente procura-se fazer Imantaes com base em
Frutos e/ou Pedras preciosas dos diversos Orixs; que ser assunto
de uma futura pesquisa.
Comidas Ritualsticas - Ef
Nenhum outro Estado brasileiro tem uma culinria tpica to
diversificada quando a Bahia. A culinria baiana tem forte influncia
das culturas africana, portuguesa e, em menor escala (comparada a
outras regies do Brasil), indgena.
Originalmente, ef era um refogado com os temperos tradicionais
(dend, pimenta, etc) de uma planta chamada lngua de vaca, trazida
de Portugal. Mais recentemente, passou a ser feito tambm com
taioba ou espinafre; algumas pessoas consideram o ef a majestade
da culinria baiana.
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Tendo como contexto principal a terra e os seus frutos, os Iorubs
basicamente tinham sua sobrevivncia pela colheita do inhame (isu),
milho (gbado), feijo (ewa), quiabo (il) e mandioca (paki). So
estes os elementos principais que encontramos at hoje nas comidasque so confeccionadas para os Orixs no Candombl.
A comida assim claramente tambm mais uma tradio que foi
trazida de frica pelos escravos e que foi mantida no culto do
Candombl.
O Ef uma comida ritual do candombl que foi incorporado a
culinria baiana, que pode ser feita com a folha chamada Lngua de
Vaca ou com a Folha de Mostarda. Sua preparao da seguinte
maneira:
Preparo:
Meio quilo de camaro seco, descascado. Pimenta-malagueta em p.
Meio dente de alho. Uma cebola. Uma pitada de coentro. Um mao de
lngua de vaca (ou taioba, ou bertalha, ou espinafre, ou mostarda).
Primeiro, ferve-se a lngua de vaca, escorre-se numa peneira,
estende-se na tbua e bate-se bem com a faca, at ficar uniforme.
Enxuga-se e estende-se na peneira para secar toda a gua. Cozinha-
se no azeite-de-dend puro, temperado com tudo o resto. A panela
fica tapada, para suar. Come-se com arroz. Nan, rainha das guas
doces, quando escolhe, pede um bom ef de lngua de vaca.
O Ef de Nan a deusa dos mistrios, sua origem simultnea
criao do mundo, pois quando Odudua (Deus das guas salgadas)
separou a gua parada que j existia, libertou do saco da criao" a
terra, no ponto de contato desses dois elementos formou-se a lama
nos pntanos, local onde se encontram os maiores segredos de Nan.
Senhora de muitas conchas Nan sintetiza a morte. As grandesmulheres do Candombl se reverenciam a esse orix por toda
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trajetria de suas vidas, fazendo com que o tempo de sua existncia
se estenda. Aos sbados no cair da noite sempre iam ao mangue
oferecer uma comida chamada Andar. Trata-se de um vatap de
feijo fradinho, sem adio de dend. O ritual no aparece nomomento de oferecer a comida, mas no momento de prepar-la, pois
a se sente sua presena. Aprecia tambm o aca dissolvido em
gua de mel, o omitor(gua do cozimento da canjica com mel), Ef
uma comida ritual e da culinria baiana , pode ser feita com folha
de mostarda ou da folha chamada lngua de vaca .Ax!
AbalAbala um nome comum a dois tipos de comidas rituais votivas, um
tipo de massa muito comum na culinria africana e afro brasileira que
por sinal se assemelha muito ao Acaraj, inerentes aos orixs Ob,
Xang e Ew, quando feita de massa de milho verde, ou da massa de
carim votiva ao orix Nan. Este alimento ritual muito apreciado
pelo povo do santo e pela maioria dos nordestinos e chamadopopularmente de pamonha de milho verde e pamonha de carim.
Existem dois tipos de Abala:
Abal de Milho - O milho verde ralado e massa resultante misturada ao leite de coco com parte do bagao, sal e acar. Esta
massa colocada em "palha" da prpria casca do milho, atados nas
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extremidades. As pamonhas so submetidas a cozimento submersas
em gua fervente por um perodo de 15 minutos.
Abal de Carim - O aipim previamentedescascado submergido por um perodo de quatro dias para obter
uma massa chamada de carim, misturada ao leite de coco com parte
do bagao, sal e acar. Esta massa colocada em "palha de
agued" (bananeira), atados nas extremidades. As pamonhas so
submetidas a cozimento submersas em gua fervente por um perodode 25 minutos.
Uma observao deve ser feita nesse assunto, o termo Abala pode
tambm ser encarado e entendido como diversas tiras de pano
coloridas que caem a partir da cintura. Ornamento utilizado nas
cerimnias do candombl pelos filhos de Xang.
Comidas Ritualsticas Tiposde Bolas
Fur, bolinhos, ou bola de: arroz, inhame, farinha de mandioca,farinha de milho etc. o nome da comida ritual votiva, pertinente
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vrios rituais e orixas da cultura afro brasileira denominado de
candombl.
Este alimento ritual muito comum nos rituais de limpeza de corpo,bori, assentamento de cabea, axex, apanan, feitura de santo,
sasanha etc.
Tipos de
Bolas: Abrazo - Bolinho da culinria afro-brasileira, feito de farinha de
milho ou de mandioca, apimentado, frito em azeite-de-dend.
Bolas de arroz - O Arroz cozido na gua sem sal, at ficarpastoso, depois batido com uma colher de pau at soltar da panela,
em seguida formar os bolos de forma arredondada com as mos. Esta
comida ritual para os orixs funfuns e rituais de bori, assentamento
de cabea.
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Bolas de farinha - Em um alguid coloca-se a farinha, depois a guae modela os bolos de forma arredondada com as mos. Esta comida
ritual para limpeza de corpo e axex.
Bolas de inhame - O inhame deve ser bem cozido em gua sem sal,depois pilado em pilo, ou com a ponta de um garfo, em seguida
sovado para obter uma massa pastosa e modela os bolos de forma
arredondada com as mos. Esta comida ritual muito apreciada
pelos orixs oxaguian, oxalufan, oxal, yemanja e entra em vrios
rituais como bori, assentamento de cabea, axex, apanan, feitura de
santo, sasanha etc.
Bolinhos de dend - Em um alguidr coloca-se a farinha, depois agua, azeite de dend e modela os bolos de forma arredondada com
as mos. Esta comida ritual para limpeza de corpo, axex e
oferenda ao orix Exu.
Bolinhos de egun - Em um alguidr coloca-se a farinha, depois agua com aguardente e modela os bolos de forma arredondada com
as mos e acrescenta um pequeno pedao de carvo vegetal. Esta
comida ritual para limpeza de corpo, axex e Egum.
Bolinhos de Yemanj - O Arroz ou milho branco cozido na guasem sal, at ficar pastoso, depois batido com uma colher de pau at
soltar da panela, em seguida formar os bolos de forma arredondada
com as mos. Esta comida ritual para os orixs funfuns e rituais de
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bori, assentamento de cabea, em especial como o nome j diz
oferecido para o orix Yemanj.
Bolinho de tapioca - A tapioca e colocada em leite de coco e acarat ficar pastoso, depois batido com uma colher de pau at soltar da
panela e depois sova, em seguida formar os bolos de forma
arredondada ou alongada com as mos. Esta comida ritual para os
orixs funfuns e rituais de bori, assentamento de cabea.
Os de formas alongadas so fritos em azeite ou leo, sendo
carinhosamente oferendado aos ibejis e apreciados pelo povo do
santo. Nota Este mesmo bolinho vendido nos tabuleiros das baianas
de acaraj com o nome de punheta ou bolinho de estudante.
Comidas Ritualsticas Farofa
Antes de mais nada o que uma farofa? um prato culinrio salgado
de acompanhamento da cozinha brasileira cujo ingrediente principal
a farinha de mandioca ou a farinha de milho, geralmente passada na
gordura qual podem ser acrescentado inmeros outros
ingredientes.
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Uma comida de grande influencia na Cozinha Ritualstica do
Candombl e da Umbanda, um instrumento de extrema importncia
nas oferendas de nossa religiosidade. Abaixo algumas significaesda Farofa como Comida Ritual.
Farofa ou mi-ami-ami um nome comum a vrios tipos de comidas
rituais votivas, feita de uma mistura, que tem como base farinha de
mandioca, farinha de pau ou farinha de guerra. Esta comida ritual
sagrada, tambm um alimento ritual e muito apreciada pela maioria
do povo do santo da cultura Nago-Vodum.
Tipos de Farofas Farofa de dend, farofa amarela, farofa vermelha, farofa de
azeite ou farofa de bamba - so nomes comumente chamado pelo
povo do santo em sua variada apresentao a depender do ritual que
esteja acontecendo. Normalmente chamada de farofa de dend a
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farofa servida aos adeptos e participantes do candombl, feita com
farinha, azeite de dend, camaro seco, cebola e sal, vista sempre no
ritual do olubaj.
Esta farofa, que considerada hoje como um prato tpico da culinria
brasileira de origem africana, utiliza a farinha de mandioca como
ingrediente principal, cuja origem dos nossos indgenas, se tornou
mais um elemento aculturado para o dia a dia da cultura brasileira,
em especial na culinria afro-brasileira.
Os outros tipos so denominaes para rituais pertinentes a limpeza
de corpo, pad de exu, sasanha, afexu, axex etc. Tambm oferecido
para alguns orixs e preparadas s com azeite de dend e sal. Farofa branca, farofa de gua ou farofa de egun - so farofas
preparadas s com gua e sal. Determinados orixs funfuns apreciam
esta iguaria e algus preferem sem sal. Farofa de mel ou mi-ami-ami owin - uma farofa preparada com
farinha e mel de abelha, muito utilizada nos rituais de er, ibeji, osain
e oxun, comumente visto nos carurus dos santos gmeos e devoo a
So Cosme e So Damio, Crispim e Crispiniano, nesse tipo de farofa
mistura-se a farinha de mandioca com mel de abelhas e pronto.
Pode-se colocar num Ober, nos ps de Ogum, ou nas estradas,
pedindo a Ogum que adoce os seus caminhos e suas estrada
Farofa de cachaa ou mi-ami-ami otin - uma farofa preparadacom farinha e cachaa, muito utilizada nos rituais de exu, pad e
limpeza de corpo. O povo do santo tambm chamam de farofa de
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cachaa toda farofa feita com aguardentes, vinhos ou qualquer
bebida alcolica.