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Claudia Raia estreia Cabaret “É uma obra que continua atual”
GastronomiaDa Amazônia para o eixo Rio-SP
Vida em FamíliaPrepare sua aposentadoria
sulamerica.com.br
SulAmérica Saúde, a melhor receita para evitar aborrecimentos na sua empresa.
SulAmérica Saúde. Se aborrecer pra quê?
Em uma grande empresa é normal que existam problemas. Mas a
saúde dos seus funcionários não precisa ser mais um. O SulAmérica
Saúde traz agilidade e transparência para quem não quer saber
de aborrecimentos. Ele oferece diversas opções de planos, ampla
cobertura e atendimento de qualidade. Tudo de um jeito cada
vez mais rápido, claro e fácil. Afi nal, seguro é para resolver os
aborrecimentos e não para ser mais um. Consulte seu corretor de
seguros e contrate já.
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1206-048-002 REVISTA SULAMERICA SAUDE 230X280.indd 1 8/30/11 11:09:18 AM
3 _Outubro 2011
Caro leitor,Dedicamos a capa desta edição a um dos espetáculos que encer-
ram a temporada deste ano do Circuito SulAmérica de Música
e Movimento. Criado em 2008, com o objetivo de patrocinar
grandes produções nacionais e internacionais de dança, música
e circo, o Circuito SulAmérica já promoveu diversos espetácu-
los. Xanadu, com Danielle Winits, e Cabaret, com Claudia Raia,
são as nossas próximas produções.
A ligação da SulAmérica com a arte e a cultura é histórica.
Fomos uma das primeiras companhias privadas a investir em
cultura no País. Em 1949, por ocasião da inauguração da filial
no Rio de Janeiro, a companhia promoveu a maior exposição de
arte moderna já realizada no Brasil até então.
Do portfólio cultural da SulAmérica fazem parte atrações
como apresentações dos tenores Luciano Pavarotti e José Car-
reras, a mostra do pintor francês Claude Monet e os shows de
homenagem ao poeta Vinicius de Moraes, em 2000, por ocasião
do seu aniversário de 87 anos.
Patrocinamos por cerca de duas décadas, em parceria com o
jornal O Globo, o Projeto Aquarius, um dos movimentos cul-
turais mais longevos do País, que chegou a reunir um público
EDITORIAL
de mais de 7 milhões de pessoas no período em que foi apoiado
pela seguradora. Multidões reunidas nas areias de Copacabana
puderam usufruir o que há de melhor na música e na dança. No
mundo da dança, graças ao patrocínio da SulAmérica, o Brasil
pôde conhecer, em 2004, o evento Dança da China, que trouxe o
que havia de mais representativo no panorama de dança chinesa.
Já com o Circuito SulAmérica de Música e Movimento, a com-
panhia passou a centralizar suas ações para atingir um público
ainda mais abrangente, democratizando o acesso à cultura e
promovendo, por meio da música, dança e arte, o desenvolvi-
mento social e cultural. Um trabalho vigoroso que incluiu o mu-
sical Gaiola das Loucas, o espetáculo de dança italiana Kataklò,
a companhia de bailarinos ilusionistas Momix Dance Theatre e a
companhia de dança contemporânea Complexions, entre outros.
Além de cultura, esta edição da revista ON Line também trata
de pessoas. Esta companhia não seria o que é se não contasse
com a força produtiva de seus mais de 5 mil colaboradores em
todo o País. Nosso objetivo é engajar todos os funcionários e dar
a eles ferramentas para que possam construir uma carreira de
sucesso alinhada aos objetivos da SulAmérica. Para isso, contra-
tamos recentemente a executiva Vanessa Pina para comandar a
diretoria de Capital Humano da SulAmérica, que nos conta em
uma entrevista exclusiva o conceito de gestão de pessoas que
pretende implantar na companhia.
A próxima edição da ON Line está prevista para o primeiro
semestre de 2012. Até lá, caro leitor, você poderá acompanhar
as novidades da SulAmérica pela internet, no site corporativo
ou em nossa fan page no Facebook.
Boa leitura!
Thomaz Cabral de Menezes
04_Outubro 2011
06 SOBRE RODAS LOUCOS POR CARROS E PELA WEBA paixão dos brasileiros por carros invade a internet
12 VIDA SAUDÁVELPÉ NA AREIAOs benefícios do futevôlei e de outros esportes praticados na areia
18 PERFILCLAUDIA RAIA E O CABARETUm musical para sempre
24 FORA DA FIRMADO ROCK À CERÂMICAOs hobbies de Fábio Ferreira e Beth Santoro
28 CORPORATIVOO VALOR DO CAPITAL HUMANOVanessa Pina e sua metodologia de valorização do profissional
32 SUSTENTABILIDADELIXO ELETRÔNICOO descarte adequado dos aparelhos eletrônicos
40 GASTRONOMIAOS SABORES DA AMAZÔNIAA riquíssima culinária da região amazônica
48 VIDA EM FAMíLIAO PAÍS ENVELHECEA preparação rumo a uma boa aposentadoria
Sumário
05 _Outubro 2011
Conselho Editorial
Zeca VieiraDiretor de Marketing Corporativo
Solange GuimarãesSuperintendente de Comunicação Institucional
Daniela CamposGerente de Comunicação Institucional
Sara DalsinAnalista de Comunicação Institucional
FotosPhotocâmera
Projeto Editorial
Rua Artur de Azevedo, 560 - Pinheiros - SP 05404-001 - Tel.: ( 55 11) 2182-9500 www.j3p.com.br
Fábio PereiraDiretor de Criação
Cesar RodriguesDireção de Arte Projeto Gráfico
Melissa RondonDireção de Arte
Chico VolponiCoordenador de Custom Publishing
Débora Moysés e Luciana FagundesRevisão
Osmar Tavares JuniorArte Final
Giuliano PereiraDiretor Responsável
Sergio ZobaranConteúdo
ColaboradoresEduardo ZobaranFrançoise TerzianLéa Maria Aarão ReisVerônica Couto (textos)Paulo Brenta Fernando Frazão (fotos) Nelson Aguilar (fotos)
PUBLISHING
52 CONTA CORRENTENA ONDA DOS BONS VENTOSO Brasil experimenta os benefícios do bônus demográfico
58 CASA E ARQUITETURALAR DOCE ESCRITÓRIOPara deixar seu ambiente de trabalho mais funcional e agradável
64 BRASIL S/ALEONEL ANDRADE, PRESIDENTE DA CREDICARDA importância das parcerias estratégicas e como anda o mercado de cartões
70 hUMORPOR DIOgO SALLESSaúde Ativa
6_Outubro 2011
Sobre Rodas
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07 _Outubro 2011
POR EDUARDO ZOBARAN
APAIXONADOS PoR C@RRoS
Os automóveis – e seus fãs blogueiros – invadem a internet
A paixão dos brasileiros por automóveis cresce a cada dia,
sem que seja necessária a construção de qualquer autódro-
mo. Bastam uma conexão na internet e uma rápida visita
aos sites de buscas para encontrar centenas de endereços
em português que tratam do assunto. Carros de corrida, antigos ou
modifi cados são apenas algumas das opções no vasto cardápio digital,
no qual as mulheres, antes vistas apenas na hora de segurar o guarda-
sol sobre o capacete dos pilotos de Fórmula 1, ganham posições. “Ain-
da existe muito preconceito nesse universo por eu ser uma mulher e
conhecer do assunto. É até pior do que no futebol. Tento não dar muita
bola para isso e só expor as minhas opiniões. Assim já convenço a
pessoa que sei do que estou falando e a birra acaba” – relata Bárbara
Franzin, do blog velocidade.org.
À esquerda: Ony Coutinho começou sua paixão por carros quando entrou para a faculdade de economia e ganhou o antigo carro da família
08_Outubro 2011
Sobre Rodas
Bárbara Franzin criou um blog de automobilismo sem pretensões e o hobby se tornou trabalho
Apaixonada por corridas, a jornalista de 27 anos começou a frequen-
tar autódromos em 1998. O interesse inicial era pela Fórmula 1, mas
invadiu outras categorias do automobilismo. Em 2005, queria investir
seu tempo no assunto e criou o blog com a ajuda do noivo, que deu
dicas para o design da página. Não parou mais. Desde 2007, o blog
faz um podcast, bate-papo de Bárbara com outro blogueiro, Thiago
Raposo, do Café com F1. Recentemente, um terceiro blogueiro, Thiago
Rosa, também do velocidade.org, foi adicionado ao programa que já ul-
trapassou sua centésima edição. “Durante a semana temos textos mais
variados ou opinativos, o podcast e a coluna Diário de Bordo. No fi m
de semana cobrimos as categorias que estão rolando. Confesso que não
é fácil esse ritmo de atualizações. A média é de um ou dois posts por
dia, aumentando para quatro ou cinco no sábado e domingo” – explica
Bárbara, mostrando que o blog deixou de ser brincadeira há muito
“Eu vejo a participação das mulheres crescendo
cada vez mais, tanto nas pistas quanto nas
coberturas”Bárbara Franzin
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ESSO
AL
09 _Outubro 2011
tempo. “Temos um grupo de editores no Facebook
com quem compartilhamos sugestões de pauta ou
ideias, e quem estiver livre naquele momento avisa
que escreverá sobre o assunto.”
Contaminada pela vida de blogueira e pelas com-
petições, Bárbara também se dedica a interagir com
os leitores do blog. É de lá que recebe muitos elogios
pelo fato de ser uma mulher e manter um blog sobre
o universo dos carros. “Eu vejo a participação das
mulheres crescendo cada vez mais, tanto nas pistas
quanto nas coberturas. São mulheres que trabalham
em equipes, assessoram pilotos, são enviadas de
seus veículos ou que correm mesmo. Podemos ver na
Indy, em que temos três mulheres no grid e sempre
chamando atenção. Tem muita mulher fã de corrida
também, e esse número aumenta cada dia mais.”
Para uma jovem jornalista de São Paulo, a esco-
lha por um blog para falar de sua paixão foi natu-
ral. Um economista de 50 anos, que trabalha numa
empresa de consultoria imobiliária no Rio de Ja-
neiro, escolheu a mesma ferramenta para divulgar
sua paixão. Aficionado por um modelo específico de
carros da americana Chrysler, o DeSoto, Ony Cou-
tinho fez da internet uma prateleira para a coleção
que guarda na garagem de seu prédio. Algo que po-
deria ter ajudado a garimpar informações quando
resolveu reformar com peças originais o presente
que seu pai ofereceu a ele quando ingressou na fa-
culdade em 1980, um DeSoto Diplomat Special De
Luxe Sedan de 1947. “Queria fazer uma bela refor-
ma, 100% original. Levei mais de três anos restau-
rando. Fiz muitos contatos com sócios do Veteran
Car Club – o clube de carros antigos com repre-
sentação em várias cidades do Brasil – e escrevia
para o exterior. Era tudo via correio, um verdadeiro
estudo para obter informações”, relembra.
A blogueira posa no Autódromo de Interlagos ao lado do piloto brasileiro Luiz Razia
Automobilismo: paixão nacional
ACER
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10_Outubro 2011
Sobre Rodas
Mesmo quando encontrava uma peça, a certeza de
tê-la não existia. Em uma de suas buscas, localizou
um pequeno holofote no melhor estilo dos carros de
polícia e que tanto queria. Com um valor inestimá-
vel, o dono topou uma troca com uma condição: que
o ajudasse a encontrar uma lente para seu Ford de
1929. “Quem tem boca vai a Roma e naquela época
era assim mesmo. Hoje, os livros estão na internet. É
link, é fórum, é tudo” – explica Coutinho, que parti-
cipa diariamente de um movimentado fórum com do-
nos de Chryslers antigos dos Estados Unidos. “Isso só
acrescenta. Para montar meu carro, tive que viajar, ir
para feiras, garimpar as peças em ferros-velhos. Hoje
existem mercados das pulgas nos eventos e também
na internet. Está tudo mais fácil.” Coutinho prefe-
re não responder quantos carros possui na garagem,
mas seu blog, desotony.blogspot.com, dá a dica ao
apontar seis, dos quais quatro são DeSoto. Tem ainda
outro que utiliza no dia a dia para evitar desgastes
das relíquias. As raridades ganham as ruas nos fi ns
de semana, seja quando Coutinho vai jogar peteca
com os amigos na praia ou jantar com a família em
um restaurante. Os manobristas, no entanto, nun-
ca desfrutam a oportunidade de guiar seu carro. Só
poucos amigos têm o privilégio. “Estacionar? De jeito
nenhum. Só quando tem encontro de carros antigos
em Araxá é que deixo um amigo dirigir. Levo sem-
pre dois carros. Vou em um e ele no outro” – conta
Coutinho, citando o encontro que acontece na cidade
mineira a quase 800 km do Rio de Janeiro.
A SulAmérica tem o produto ideal para quem acabou de realizar o sonho de comprar um carro novo: o SulAmérica Auto Zero km. O produto foi elaborado para atender às necessidades dos clientes que acabaram de investir em um veículo zero, garantindo a segurança do patrimônio. O seguro traz vantagens exclusivas aos proprietários de carros novos, veículos de passeio e picapes, entre elas a possibilidade de contratação do seguro do veículo pelo valor pago no ato da compra, por toda a vigência do contrato, e para os casos de sinistro com perda total, na modalidade Valor Determinado. Além disso, o cliente conta com serviços diferenciados dentro do pacote da Assistência 24 Horas, como o serviço Leva e Traz para a primeira revisão do automóvel, em que um profi ssional busca o veículo segurado e direciona à concessionária escolhida pelo cliente para a revisão disponibilizando um táxi, sem custo, para transportá-lo de volta à sua casa ou à concessionária para a retirada do veículo. O cliente que contratar o plano 4 da Assistência 24 Horas conta também com cobertura para danos nas lanternas, retrovisores e faróis gra-tuita, opção disponível para veículos de fabricação nacional. Para os veículos com chave codifi cada, um benefício extra: em caso de perda, a seguradora providenciará a segunda via sem custo adicional. Mulheres ganham em dobro Mulheres motoristas que acabaram de comprar um carro novo terão vanta-gens duplicadas. Isso porque, além de todos os diferenciais que a cliente ganha ao ter o seguro para o público feminino – como o Motorista Amigo, troca de pneus ilimitada e profi ssional para acompanhá-la à delegacia para a efetivação do boletim de ocorrência, por exemplo –, ainda pode incluir todas as vantagens do SulAmérica Auto Zero km na apólice.
SulAmérica Auto Zero kmCARRO ZERO, VANTAGENS MIL
11 _Outubro 2011
Curiosamente, o primeiro dos DeSoto parou na
mão dele por acaso. Caçula de cinco irmãos, seu pai
estava com as economias apertadas quando o fi lho
ingressou na faculdade. Todos os irmãos já haviam
levado um automóvel para casa quando passaram no
vestibular e a solução encontrada foi deixar o fi lho
mais novo com o carro encostado na garagem. Anti-
quado, o DeSoto fazia uma de suas irmãs passar ver-
gonha sempre que era utilizado pela família. Trinta
e um anos depois, fez do economista apaixonado por
carros um verdadeiro mecânico. “Aprendi com todos
os meus mecânicos calibres, medições e todos os cui-
dados que deveria ter. Hoje, quem faz a ofi cina sou
eu: freio, embreagem, carburador”, orgulha-se.
“Para montar meu carro, tive que viajar, ir para feiras, garimpar as peças em ferros-velhos. Hoje existem mercados das pulgas nos eventos e também na internet. Está tudo mais fácil”
Ony Coutinho
Para manter sua paixão por carros antigos, Ony aprendeu a mecânica dos veículos e é ele quem faz os reparos
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SUOR nA AREIADisponíveis em grande parte do Brasil,as praias são um ambiente democráticopara a prática de esportes ao ar livre
Rafael Abdo sobe para cabecear a bola nas areias de praia carioca
Vida Saudável
A bola sobe junto à rede e o jogador tem apenas um
toque para passá-la para a quadra adversária. Em
uma partida de vôlei, bastaria um toque com a mão
para conquistar o ponto. Mas o jogo é de futevôlei, e a única
opção para Rafael Abdo, corretor de seguros, é lançar um
dos pés à altura da rede de mais de 2 metros – e a bola vira
ponto. Depois da manobra plástica, vai de encontro ao chão.
A areia da praia da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, amor-
tece o impacto. A poucos metros dali, duas duplas disputam
uma animada partida de beach tennis, uma modalidade que
chegou há poucos anos no Brasil. Amigos conversam du-
rante um trote leve pela areia fofa, e uma pelada começa
a ser disputada por meninos e meninas. Tudo na areia, um
espaço democrático e presente em todo o litoral brasileiro,
que oferece condições únicas para a prática esportiva e está
ao lado de um refrescante mergulho.
POR EDUARDO ZOBARAN | FOTOS FERNANDO FRAZÃO
“Não faço academia. Só o que faço de exercício é jogar futevôlei. Nos fi ns de semana, chego na rede às 8h da manhã e passo o dia inteiro jogando”
Abdo e seu time são premiados pelo diretor Carlos Alexandre ao fi nal do Futvôlei 4x4 SulAmérica
Brasil e Paraguai fi zeram a grande fi nal
Thomaz Cabral deMenezes com Romário
13 _Outubro 2011
“Não faço academia. Só o que faço de exercício é
jogar futevôlei. Nos fi ns de semana, chego na rede às
8h da manhã e passo o dia inteiro jogando. Só saio no
fi nal da tarde. Quando tenho algum tempo nos dias
de semana, seja bem cedo ou depois do trabalho, dou
uma passada por lá e isso já basta”, conta Abdo, sócio
da Paper Assessoria de Seguros.
A dedicação já rendeu vitórias em torneios amadores
realizados na praia ou em condomínios. Abdo chegou
a se inscrever em um torneio em Miami, nos Estados
Unidos, mas, na última hora, por conta do trabalho,
acabou tendo que cancelar a participação. O troféu
mais importante foi conquistado no inédito Mundial
de Futevôlei 4x4 SulAmérica, disputado entre março e
abril deste ano, em Ipanema. Enquanto o Paraguai de
Romerito e Quicho – melhor jogador do campeonato
– desbancou equipes brasileiras de Romário e Renato
Gaúcho, Abdo venceu no torneio paralelo, disputado
apenas por amadores. Além do troféu, ele se apressa
em contar que ainda levou para casa uma bicicleta.
Abdo já trocou passes com o ex-jogador da seleção
brasileira Júnior e com Júlio César, atual goleiro da
seleção. Flamenguista, no início de julho, pela pri-
meira vez, dividiu a quadra com Ronaldinho Gaúcho,
craque de seu time do coração. Uma responsabilidade.
“Fiz dupla com ele. É uma pressão e, ainda por cima,
estávamos jogando contra o melhor jogador do Brasil.
Fomos muito bem e ganhamos por 24 a 22.”
Rafael Abdo
“Muitas pessoas usam o treino na areia para dar um condicionamento físico ou recuperar lesões”
Equipe de corrida treina na areia fofa da Praia do Leblon. Ao fundo, o Morro dos Dois Irmãos
14_Outubro 2011
Vida Saudável
O que Abdo escolheu como estilo de vida há 11
anos, muitas assessorias esportivas investiram como
fonte de motivação para seus alunos. Dos grupos de
corrida de rua aos consultores individuais de atle-
tas amadores ou profi ssionais que exigem melhoria
no rendimento, não há quem não aproveite as ca-
racterísticas únicas da areia para auxiliar na busca
por melhores tempos e qualidade de vida. “Muitas
pessoas usam o treino na areia para dar um condi-
cionamento físico ou recuperar lesões. Você tem que
aplicar muito mais força na areia e as passadas são
irregulares, diferentemente do que acontece no as-
falto. Muda a amplitude da passada, a forma de pisar
é diferente, a força aplicada no pé também. Como é
uma atividade sempre irregular, acaba trabalhando
muito os músculos estabilizadores, da parte interna
e externa da perna”, explica Ricardo Hirsch, diretor
técnico da Personal Life, com mais de 350 alunos em
São Paulo e no Rio de Janeiro. A areia fofa absorve
o impacto, outro benefício, mas o trabalho, ressalta
Hirsch, exige orientação de um especialista. Mesmo
para aqueles que já estão habituados a correr no as-
falto ou na esteira, a transição para a areia deve ser
lenta e gradual. “Meia hora na areia pode representar
até uma hora e meia na rua. Tem que começar de-
vagar, com 5 ou 10 minutinhos”, conta Hirsch, que
também usa a areia como estímulo para a fuga dos
ambientes fechados das academias.
Ricardo Hirsch
15 _Outubro 2011
A areia fofa das praias amortece as quedas de outra turma de atletas. São os praticantes do slackline. O esporte, criado por escaladores em períodos de distração e treinamento, é uma versão moderna da corda bamba. Ao cruzar a corda, presa em duas árvores em praias ou parques, os praticantes testam seu equilíbrio. “É um esporte de desafios e sempre em harmonia com a natureza”, explica Gildeão Melo, o Xaro-pinho, atleta da Slackline Brasil. “Para quem está em forma, em duas horas já dá para atravessar um slack de 7 ou 8 metros.” A distância, é claro, já ficou pequena para Gildeão. Escalador, ele pratica o esporte há mais de três anos – que
é exatamente o tempo em que a prática virou febre no Brasil. Já são mais de 3 mil praticantes no País, mas poucos fazem o que Gildeão consegue. Ele treina o longline, com cordas de 25 a 30 metros. Tudo para se aventurar no highline, que é o longline em altitude. “Um dos melhores lugares é atravessar alguns pontos da Pedra da Gávea, na zona Sul do Rio. São mais de 800 metros de altitude com vento forte e a vista mais bonita da cidade”, conta ele, que, por precaução, veste um cinto de segurança ligado à corda. “O esporte trabalha abdômen, panturrilha e coxa. Mas o que mais exercita é a cabeça”, completa.
Na corda, um esporte “cabeça”
Slackline: a nova moda que invade as praias cariocas
16_Outubro 2011
Vida Saudável
O futebol de areia e o vôlei de praia são esportes já
consagrados, assim como o frescobol. Nos últimos dois
anos, um esporte nem tão novo invadiu as areias do
Rio de Janeiro e conquistou praticantes de todas essas
modalidades. Inventado há mais de 30 anos em Raven-
na, na Itália, o beach tennis, ou tênis de praia, trabalha
membros inferiores e superiores sem deixar de lado a
competitividade. Samantha Barijan e Joana Cortez são
as representantes brasileiras no circuito mundial femi-
nino. Samantha é a sétima colocada no ranking mun-
dial, e Joana, que é bicampeã pan-americana de tênis,
quinta. “Virou uma epidemia no Rio de Janeiro e quase
que um estilo de vida para algumas pessoas.
Assim como o frescobol, é fácil de jogar e de apren-
der. E também tem a parte competitiva”, explica Sa-
mantha. As regras são parecidas com as do tênis, com
partidas divididas em sets e games. A rede lembra a do
vôlei, com 1,70 m, e a raquete é mais parecida com a
do frescobol. Já a bola é como a utilizada nas partidas
de tênis, só que despressurizada. Há partidas simples e
de duplas, e longas disputas são comuns. “O curioso é
que o beach tennis trouxe a turma que já frequentava
a praia para jogar futebol, vôlei e frescobol. O pessoal
do tênis gostou e entrou também”, conta Samantha,
que dá aulas em uma academia da Barra da Tijuca
e na praia. “Tem gente que não gosta de academia.
Beach tennis: competição e performance
17 _Outubro 2011
Da respiração à circulação de um atleta, muito de sua saúde passa pela boca. Aqueles que praticam esporte precisam estar aptos para “entrar em campo” sem diminuir o rendimento físico ou sofrer trau-mas – prevenindo-se e tratando integralmente de sua saúde. O SulAmérica Odontológico oferece, entre as vantagens, opções de coberturas adicionais às exigidas por lei. Além disso, todos os clientes contam ainda com uma rede nacional referenciada com profi ssionais qualifi cados e com títulos de especialização, incluindo dentistas habilitados a tratar de pacientes portadores de necessida-des especiais, e reembolso no Brasil e no exterior. Aquele que optar por contratar o seguro odontológico com a SulAmérica dispõe ainda da opção de contratação do plano Prestige, o que inclui, entre os di-ferenciais, a emergência odontológica domiciliar, concierge, courier para retirada de documentos de reembolso, rede referenciada exclu-siva, clareamento a laser e o Spa Odontológico, um serviço exclusivo para um tratamento dentário completo, podendo ser realizado em um único dia, para maior comodidade do segurado. O SulAmérica Odontológico oferece contratação fl exível, sem carên-cia, e é destinado a empresas do segmento PME, de 3 a 29 pessoas, e grupos acima de 30 membros. Todo cliente que adquire o seguro tem como benefício o Saúde Bucal Ativa, programa de prevenção e promoção à saúde bucal, cujo principal objetivo é combater as causas e gerenciar doenças crônicas por meio de uma equipe de profi ssionais especializados da SulAmérica.
Aqui a gente trabalha membros inferiores e superio-
res. É um esporte completo.” Independentemente do
esporte ou mesmo da superfície em que for praticado,
é sempre importante a atenção com a saúde. Históri-
co familiar de doenças e exames médicos atuais são
algumas das informações que devem ser passadas ao
profi ssional que orientará as atividades. Se não forem
bem trabalhados, os exercícios na areia podem ser
arriscados. E as lesões, diz Hirsch, nem sempre apa-
recem imediatamente: “A lesão não é ação e reação.
Você dá uma corrida agora, amanhã e depois, mas só
muito na frente é que vai ver um resultado negativo,
como uma lesão”.
A saúde começa pela bocaSulAmérica Odontológico cresce e se consolida no mercado
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18_Outubro 2011
Perfil
Não se pode fazer qualquer analogia entre a personagem Sally Bowles, uma prostituta, eternizada no filme Cabaret por Liza Minneli (o que lhe rendeu um Oscar em 1973), com a vida ou a obra de Claudia Raia. Para a atriz, que está prestes a dar vida à personagem na versão brasileira da história, a grande dife-rença entre as duas é que, enquanto Sally Bowles não consegue entrar em con-tato com ela mesma, Claudia busca se conhecer profundamente. “Neste último ano dei de cara comigo mesma”, comenta.
São 28 anos de uma sólida carreira, de muito sucesso. Do cult ao pop, foram 13 peças de teatro (da pioneira Chorus Line, aos 17 anos, até a atual Cabaret), 13 novelas (de Roque Santeiro a Ti-ti-ti, passando pela Rainha da Sucata e A Fa-vorita), sete programas de televisão (entre eles TV Pirata e Não Fuja da Raia) e quatro minisséries (destaque para Engraçadinha, de Nelson Rodrigues), sempre na TV Globo, além de cinco filmes de longa-metragem, como Matou a Família e Foi ao Cinema e Os Normais. Dirigida por José Possi Neto, em versão brasileira de Miguel Falabella e direção musical de Marconi Araújo – e com estreia em ou-tubro, no Teatro Procópio Ferreira, em São Paulo –, Cabaret segue depois para o Rio de Janeiro, em março de 2012: Claudia Raia não para.
“Quero ser Bibi Ferreira e Marília Pêra quando crescer”
Claudia Raia estreia em São Paulo o eterno musical Cabaret, com patrocínio da SulAmérica, e dá entrevista exclusiva à ON Line
18_Outubro 2011
POR SERGIO ZOBARAN | FOTOS ARQUIVO PESSOAL
FOTO : PASCHOAL RODRIGUEZBELEZA: DANIEL HERNANDEZSTYLING: FABRICIO MAIA
ON Line: Vimos você pela primeira vez no musical Chorus Line, uma produção do Walter Clark, no Rio de Janeiro, num teatro em Copacabana...Claudia Raia: Chorus Line estreou em São Paulo no Teatro Sér-
gio Cardoso e no Rio foi no Teatro Tereza Rachel. Era o meu
início, e o teatro me arrebatou.
ON Line: Você fazia a Sheila, a mais velha do elenco de baila-rinos, a ex-mulher do Zack, não era isso? Como se sentia, tão garotinha, fazendo aquele papel?Claudia Raia: Foi um grande desafi o, já que eu tinha 17 anos e
nunca tinha trabalhado como atriz. Entrei no susto, e o exercício
de representar me fez uma atriz.
On Line: O musical Cabaret volta aos palcos brasileiros mais de 20 anos depois (a primeira produção brasileira foi assina-da por Jorge Takla, em 1989). Por quê? Claudia Raia: Cabaret é uma obra que não envelhece, continua
atual. É possível visitá-la e reinventá-la, agora e para sempre.
On Line: Ao comprar os direitos do espetáculo junto com San-dro Chaim, o que vocês têm em mente, além de um sucesso estrondoso, como sempre acontece com seus musicais?Claudia Raia: Temos a paixão pelo teatro musical e a coragem
de remontar uma obra tão conhecida sob um novo olhar.
On Line: Como vê a cena brasileira no gênero? Acha que aju-dou a reabrir o caminho para o musical no Brasil?Claudia Raia: Claro que sim, e não fi z isso sozinha. Miguel Fa-
labella, Charles Möeller, Claudio Botelho, Wolf Maya, Marília
Pêra, Jorge Takla e Bibi Ferreira contribuíram muito e lutaram
pelo teatro musical.
On Line: Inspira-se em alguma dama do teatro, do musical ao rebolado? Claudia Raia: Tenho dois lindos exemplos a seguir, Bibi Ferrei-
ra e Marília Pêra, duas grandes atrizes, cantoras, show women.
Quero ser como elas quando crescer.
teatro (T), novelas (N), programas de TV (P), minisséries (M) e fi lmes (F).
ROQUE SANTEIRO (N)Personagem: Ninon Autor: Dias Gomes e Aguinaldo Silva Direção: Gonzaga Blota, Jayme Monjardim, Marcos Paulo e Paulo Ubiratan
1986 CIDA, A GATA ROQUEIRA (P)Personagem: Cida Autor: Paulo César Coutinho Direção: Roberto Thalma
1987SASSARICANDO (N)Personagem: Tancinha Autor: Silvio de Abreu Direção: Cecil Thiré, Lucas Bueno e Miguel Falabella O OUTRO (N)Personagem: Edwiges Autor: Aguinaldo Silva Direção: Miguel Falabella
1984JÔ SOARES (P)Autor: Max Nunes, Milton Marques e Paulo César Maruzzi Direção: Cecil Thiré
1985GATÃO DE ESTIMAÇÃO (T)Autor: Gérard LauzierAdaptação: Luis Fernando Veríssimo
1988SPLISH SPLASH (T)Autor: Flávio Marinho Direção: Wolf Maya
TV PIRATA (P)Autor: Casseta & Planeta, Luis Fernando Veríssimo, Patricia Travassos e Mauro RasiDireção: Guel Arraes
KUARUP (F)Autor: Antonio Callado Direção: Ruy Guerra
1989LOJA DOS HORRORES (T)Autor: Roger Corman Tradução: Flávio Marinho Direção: Wolf Maya
BOCA DE OURO (F)Autor: Nelson RodriguesDireção: Walter Avancini
1983CHORUS LINE (T)Personagem: Sheila Autores: James Kirkwood e Nicholas Dante Direção: Michael Bennett
20_Outubro 2011
Perfi l
Linha do tempo da carreira
On Line: Fale sobre a escolha da direção por José Possi Neto e a versão brasileira de Miguel Falabella. Eles, de alguma forma, atualizaram a peça?Claudia Raia: O Possi é um antigo sonho, acho um diretor
extraordinário, autoral e com uma estética muito sofi stica-
da e inesperada. Miguel, com todo o seu talento e humor,
traz para nossa versão um pouco da brasilidade – sem per-
der a Alemanha dos anos 1930.
On Line: A caracterização feita por Liza Minneli a influenciou?Claudia Raia: Sem dúvida infl uencia, já que a Liza Minneli
é Sally Bowles, e eu entro de coadjuvante neste grande
sucesso que deu o Oscar a ela. A personagem nada tem a
ver com o meu momento, nem com a minha personalidade,
a Sally Bowles é uma prostituta que vive muitos persona-
gens dentro dela e não consegue entrar em contato com ela
mesma. Já eu busco me conhecer e me administrar e neste
último ano dei de cara comigo mesma.
1991/92/93 NÃO FUJA DA RAIA (T) Autor: Silvio de Abreu Direção: Jorge Fernando
1991MATOU A FAMÍLIA E FOI AO CIMENA (F)Autor: Júlio Bressane Direção: Neville D’Almeida
1992DEUS NOS ACUDA (N)Personagem: Maria Escandalosa Autor: Silvio de AbreuDireção: Jorge Fernando
1993 ED MORT – NUNCA HOUVE UMA MULHER COMO GILDA (P) Personagem: Gilda Autor: Luis Fernando Veríssimo Adaptação: Jorge Furtado Direção: Guel Arraes
LISBELA E O PRISIONEIRO (M) Personagem: Inalda Autor: Osmar Lins Direção: Guel Arraes
1995 ENGRAÇADINHA (M)Personagem: Engraçadinha Autor: Nelson Rodrigues Direção: Denise Saraceni e Johnny Jardim
1990RAINHA DA SUCATA (N)Personagem: Adriana(bailarina das pernas grossas) Autor: Silvio de Abreu Direção: Jorge Fernando TV PIRATA (P)
1993/94/95/96NAS RAIAS DA LOUCURA (T)Autor: Silvio de Abreu Direção: Jorge Fernando
1995/6: NÃO FUJA DA RAIA (P)Autor: Silvio de Abreu Direção: Jorge Fernando
21 _Outubro 2011
FOTO: PASCHOAL RODRIGUEZ | BELEZA: DANIEL HERNANDEZ | STYLING: FABRICIO MAIA
On Line: Como está o seu preparo físico e emocional para encenar o espetáculo?Claudia Raia: Não só meu preparo físico é intenso, mas também o meu preparo
vocal. Malho pelo menos quatro vezes por semana, faço aula de balé clássico
seis vezes por semana e aula de canto também, além de seguir uma dieta ba-
lanceada; tudo com supervisão de excelentes profi ssionais.
On Line: A estreia em São Paulo tem uma razão estratégica? Por quê?Claudia Raia: São Paulo é a grande capital do cenário artístico nacional. Aqui
temos um público preparado e com poder aquisitivo. E já viciado em musicais.
On Line: Qual a importância do patrocínio na realização de uma peça? Como foi até vocês chegarem à SulAmérica? Claudia Raia: Bom, seria impossível sem o apoio dos patrocinadores. São pro-
jetos caríssimos e com manutenção cara também, e o preço dos ingressos
jamais supriria as necessidades da produção. Portanto, é inviável sem patrocí-
nio. A SulAmérica já é parceira da Chaim Produções há algum tempo, e agora
sinto muito orgulho em ter uma seguradora com tanta credibilidade unindo
seu nome ao nosso.
2001/02AS FILHAS DA MÃE (N)Personagem: Ramona Autor: Silvio de Abreu Direção: Jorge Fernando
OS NORMAIS (P)Direção: Guel Arraes
2002O BEIJO DO VAMPIRO (N)Personagem: Mina Autor: Antônio Calmon Direção: Marcos Paulo e Roberto Naar
2003ABRACADABRA (F)Personagem: Madrasta da Branca de Neve Autor: Flávio de Souza Direção: Moacir Góes
1998TORRE DE BABEL (N)Personagem: Ângela Vidal Autor: Silvio de Abreu Direção: Denise Saraceni
1996CAIA NA RAIA (T) Autor: Silvio de Abreu Direção: Jorge Fernando
Linha do tempo da carreirateatro (T), novelas (N), programas de TV (P), minisséries (M) e fi lmes (F).
1999 5 X COMÉDIA (T)Autor: Miguel Falabella Direção: Miguel Falabella
2000TERRA NOSTRA (N)Personagem: Hortência Autor: Benedito Ruy Barbosa Direção: Jayme Monjardim e Carlos Magalhães
2004/05BATALHA DE ARROZ NUM RINGUE PARA DOIS (T)Personagem: Ângela Autor: Mauro Rasi Direção: Miguel Falabella
2005MAD MARIA (M)Personagem: Teresa Autor: Benedito Ruy Barbosa Direção: Jayme Monjardim
2006 BELÍSSIMA (N)Personagem: Safi ra Autor: Sílvio de Abreu Direção: Denise Saraceni
2000/01O BEIJO DA MULHER ARANHA (T)Personagem: Aurora Baseado no romance de Manuel PuigVersão musical: Claudio Botelho Direção: Wolf Maya
“Cabaret é uma obra que não envelhece, continua atual. É possível visitá-la e reinventá-la, agora e para sempre”
Claudia Raia
22_Outubro 2011
Perfi l
Com estreia marcada para a segunda semana de outubro no Teatro Pro-cópio Ferreira, em São Paulo, Cabaret é mais uma grande peça musical internacional patrocinada pela SulAmérica este ano, em seu Circuito SulAmérica de Música e Movimento. Ao lado de Hair, um símbolo vivo da cultura hippie dos anos 1960, e de Xanadu, que revive o auge da era das discotecas, Cabaret, que tem direção de José Possi Neto e direção musical de Marconi Araujó, promete marcar a história dos musicais no País. O enredo do espetáculo conta a história da cantora e dançarina
SERVIÇO
CABARETA partir de 27 de outubroTeatro Procópio FerreiraRua Augusta, 2.823 – São Paulo30% de desconto para clientes,funcionários e corretores SulAmérica
Cabaret e Xanadu
americana Sally Bowles, que se envolve com um professor de inglês e um nobre alemão em plena Alemanha nazista, nos anos 1930. Cabaret fi ca em cartaz na capital paulista até março, seguindo para o Rio de Ja-neiro, onde cumpre temporada por todo o primeiro semestre do próximo ano. Xanadu estreia no Rio de Janeiro em dezembro deste ano, com Thiago Fragoso, além de Danielle Winits à frente do elenco como a bela musa grega Kira, que cai do Monte Olympus diretamente em Venice Beach, na Califórnia, na década de 1980.
XANADUA partir de 1º de dezembroTeatro Oi Casa Grande – Rua Afrânio de Mello Franco, 290 – Rio de Janeiro 30% de desconto para clientes,funcionários e corretores SulAmérica
Circuito SulAmérica de música e movimento: é tempo de grandes musicais
2007SETE PECADOS (N)Personagem: Ágatha Autor: Walcyr Carrasco Direção: Jorge Fernando
2008A FAVORITA (N)Personagem: Donatela Fontini Autor: João Emanuel Carneiro Direção: Ricardo Waddington
2009 OS NORMAIS 2 - A NOITE MAIS MALUCA DE TODAS (F)Direção: José Alvarenga Jr.
2006/07SWEET CHARITY (T)Personagem: Charity Autor: Neil Simon Direção: Charles Möeller Versão musical: Claudio Botelho
2009/2010PERNAS PRO AR (T)Personagem: Helô Autor: Luis Fernando Veríssimo Direção: Cacá Carvalho
2010TI-TI-TI (N)Personagem: Jaqueline Autor: Maria Adelaide Amaral Direção: Jorge Fernando
2011 Cabaret (T)Personagem: Sally BowlesVersão brasileira: Miguel FalabellaDireção: José Possi Neto
23 _Outubro 2011
FOTO: PASCHOAL RODRIGUEZ | BELEZA: DANIEL HERNANDEZ STYLING: FABRICIO MAIA
24_Outubro 2011
Fora da Firma
Para o paulista Fábio Ferreira, supervisor de sinistro de seguro saúde e baterista da banda Garbage Truck, a possibilidade da realização de um hobby no dia a dia, em paralelo ao trabalho e à família, é importantíssima e o leva longe. Já para a carioca Beth Santoro, não existe hora ou local para o momento da criação. Segundo esta corretora e ceramista – simultaneamente –, ele chega de repente, unindo natureza, ciência e arte.
o LADo InTERESSAnTE E DESConHECIDo DE QUEM VoCÊ ConHECE
LADO B
Fabio Ferreira descobriu o rock com Led Zeppelin
25 _Outubro 2011
Fábio Ferreira “Ao ouvir Led Zeppelin, entendi o que é tocar uma bate-
ria, não só com as mãos, mas com o coração e a alma.” O
depoimento é do supervisor de sinistro de seguro saúde da
SulAmérica, Fábio Ferreira, cuja vida mudou a partir daí.
Em paralelo ao seu trabalho na seguradora e à sua família,
a bateria, sua paixão, é seu instrumento na banda Garbage
Truck (caminhão de lixo), uma homenagem à californiana
Creedence Clearwater Revival, em que todos trabalhavam
com caminhões – alguns eram até lixeiros – e consegui-
ram seus instrumentos em depósitos de descartes. “Nossa
banda toca releituras de outras bandas e intérpretes, como
Eric Clapton, B.B. King, Rolling Stones, Ray Charles, Elvis
Presley, ZZ Top, Chuck Berry, Buddy Guy e outros nomes,
a lista é enorme.”
A banda se apresenta em eventos, na maioria das vezes,
em moto clubes do Rio, Minas Gerais e São Paulo, como
no encontro de carros Kultura Kustom, no ABC, região me-
tropolitana da capital. Assim, o “caminhão”, como a ban-
da chama a Kombi abarrotada de músicos e instrumentos,
roda o ano todo, em lugares e cidades diferentes. Eles tam-
bém fazem seu show em pubs e bares com foco neste gêne-
ro de música, em especial as casas de blues, rock e classic
rock, como o Woodstock Bar, Manifesto, Rústico, Black-
mor Rock, Charles Edward, Mr. Blues, Café Piu-Piu, Little
Darling e O’Malleys Pub, entre outros. “Eu sou compositor,
escrevo músicas nacionais, voltadas ao R&B – Ritmo em
Blues –, para cantores e cantoras do segmento, e, às vezes,
gravo a bateria destas músicas junto a outras bandas do
gênero”, diz Fábio, que tem como compositores favoritos
os brasileiros Cazuza e Frejat, além de Fernando Fernandes
e Marcelo Schevano. “Meus pais me incentivaram a com-
prar minha primeira bateria no antigo Mappin, na rua São
Bento. Atualmente, minha família (a mulher, Shirlei, e os
filhos, Gabriel, 12, e Vinicius, 6), continua dando todo o
apoio para que eu não pare de tocar e compor.” Fábio tam-
bém valoriza o caminho que segue com a banda. “À noite
nos proporciona grandes amigos, muitos músicos, intérpre-
tes e compositores, todos muito unidos, fora nossos amigos
de moto clube, que enchem as casas onde tocamos.”
NEL
SON
AG
UIL
AR
26_Outubro 2011
Fora da Firma
É possível viver de música? “É possível viver com ela,
mas todos nós da banda temos família e muitos compro-
missos”, afirma. Em casa, Fábio tem apenas um amplifi-
cador e uma guitarra usados para compor, e sua bateria
fica desmontada, aguardando o novo show, enquanto so-
nha com a possibilidade de mais investimento em cultura
por parte das grandes companhias nacionais. “Os jovens de
hoje estão cada vez mais deixando de se interessar por to-
car um instrumento. Gostaria que as escolas fossem como a
minha, que tinha aulas de iniciação musical, incentivando
a paixão pela música”, desabafa.
Beth SantoroA formação universitária foi em arquitetura, em 1982. Mas,
em tempos de construção civil em crise e com vontade de
ter seu próprio negócio, Beth Santoro foi incentivada pelo
cunhado, que trabalhava na área de seguros, a mudar de
ramo e ser corretora. No curso da Funenseg, realizado em
1989, conquistou o primeiro lugar entre as 13 turmas do
curso, logo começou a exercer a carreira, em parceria com
a SulAmérica. “Em 1994, junto com meu sócio e marido,
Eduardo Lima, abri a Relgo Corretora de Seguros, localizada
no Rio de Janeiro, onde trabalho até hoje. Construímos um
negócio sólido, em que a nossa especialidade é o segurado,
pessoa física ou jurídica. Porém nosso principal projeto, sem-
pre em crescimento, é a família. Temos 35 anos de casados
e três filhos: Luciana, Tatiana e Eduardo Filho; e três netos:
Gabriel, Mateus e Julia.” Mas Beth sentia que faltava algo:
“ideias borbulhavam em minha mente; foi quando encontrei
na cerâmica a forma de expressar meus sonhos e sentimen-
tos”. Começou em 1993 a mexer com o barro e fez diversos
cursos – modelagem, massas cerâmicas e coloridas, esmal-
tes, paleteado e outros –, “mas me considero autodidata”. Já
o vidro entrou em sua vida quando conheceu o trabalho do
vidreiro e mestre Roberto Bonino. “Ele me mostrou como um
material tão frágil pode ser transformado com o calor, sem
quebrar, em algo tão belo. O fusing me arrebatou, passando
a fazer parte da minha arte.” Para poder participar de expo-
sições, teve a ajuda dos seus companheiros na Relgo, que
seguraram a barra deixando seu tempo livre para a criação.
NEL
SON
AG
UIL
AR
Com sua banda nos ensaios de terça à noite
27 _Outubro 2011
“Ideias borbulhavam em minha mente, e na
cerâmica encontrei a forma de expressar meus sonhos”
Assim, fez várias exposições em museus e galerias, ganhou prêmios, foi
presidente da Associação de Ceramistas do Rio de Janeiro, desenvolveu
cursos na Universidade Estácio de Sá, trabalhou em pesquisas e projetos
com a Incubadora Cultural da PUC-RJ, participou do projeto Portas Aber-
tas - Caminho das Artes, recebeu Moção Congratulatória pela Assembleia
Legislativa do Estado, concluiu a pós-graduação em Docência do Ensino
Superior, em 2002, e ministrou workshops e cursos para adultos e crianças
– ufa! Admiradora do trabalho de artistas como Mariana Canepa, Fran-
cisco Brennand e Helio Rodrigues, entre outros, Beth curte a cerâmica de
alta temperatura, queimada a 1.240 ºC. E amassar, moldar e transformar
o barro em peças artísticas, nas quais busca formas orgânicas e abstratas.
No ramo das peças utilitárias, desenvolveu uma linha de panelas e pratos
para fondue. Mas o que mais a fascina é o raku, uma técnica desenvolvi-
da no Japão no século XVI, associada ao ritual do chá e da fi losofi a zen
budista – e na qual uma peça nunca fi ca igual à outra. “Atualmente estou
envolvida em projetos de cerâmica e vidro para a construção civil e na
elaboração de um novo ateliê na Barra da Tijuca, com cursos de cerâmica
e vidro, e um espaço para exposição e comercialização. Em paralelo, o
projeto prevê o curso de oleiro, com o objetivo social de aproveitar os
jovens de escolas públicas, em especial de baixa renda.
Beth Santoro
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Técnicas diversas em vidro e cerâmica
Beth Santoro fez diversos cursos, mas se denomina autodidata
28_Outubro 2011
Corporativo
A s pessoas são únicas, não há uma mesma receita
para lidar com elas”, afi rma a nova diretora de Ca-
pital Humano da SulAmérica Seguros e Previdência,
Vanessa Pina, com 20 anos de experiência na área
de recursos humanos em empresas multinacionais, de capital lo-
cal ou consultorias. Por isso mesmo – por serem tantas indivi-
dualidades e jeitos próprios de reagir às circunstâncias – não é
uma missão trivial estar à frente da área de recursos humanos
e reger todas essas diferenças, num conjunto de 5 mil funcio-
nários, em 55 fi liais pelo Brasil, e sintonizar todos nos mesmos
objetivos. Ela não se assusta. “As pessoas desejam se realizar no
trabalho. Nossa razão de ser, em recursos humanos, é ajudar os
líderes e todos os colaboradores a encontrar a melhor forma de
viabilizar esta meta, agregando valor para todos os envolvidos.
Suas responsabilidades na posição anterior, antes de se integrar
ao time da SulAmérica, abrangiam a América Latina, o Caribe e
o Canadá. “Tive a oportunidade de lidar com diferentes culturas,
GENTEa melhor estratégiaA nova diretora de Capital Humano da SulAmérica, Vanessa Pina, acredita em um modelo estratégico de gestão de pessoas, desenvolvido em parceria com as lideranças da empresa, capaz de promover uma administração de talentos totalmente alinhada ao negócio
diferentes visões de mundo e experiências diversas. Você en-
tende, claramente, que uma prática de sucesso em um local ou
em uma empresa não necessariamente dará certo se for copiada
em outra”, conta. Na diretoria de Capital Humano da SulAméri-
ca, Vanessa vai conduzir projetos e iniciativas em linha com as
muitas evoluções em curso dentro da companhia. “O Brasil vive
um momento de aquecimento no segmento de seguros. O consu-
midor brasileiro aumentou seu poder de compra, especialmente
na classe C, e quer inovação, novas tecnologias, novos produtos
fi nanceiros. Tudo isso tem impacto na força de trabalho”, afi rma.
Entre os efeitos desses movimentos, a diretora aponta uma maior
concorrência por talentos e a busca por profi ssionais versáteis
e criativos. “Precisamos preparar nossa força de trabalho para
mudanças constantes.” Isso signifi ca, diz Vanessa, ter colabora-
dores capazes de responder rapidamente às novas demandas do
mercado, que lidem bem com processos de reestruturação e que
saibam aprender formas diferentes de atuar e fazer negócio.
POR VERôNIcA cOUtO FOTOS DIVULGAÇÃO
29 _Outubro 2011
Vanessa Pina
30_Outubro 2011
Para desenvolver e manter essas competências, ela garante que há metodologias específi cas,
destinadas a preparar os milhares de profi ssionais da empresa. A executiva explica como se
dá essa necessidade na prática. “A SulAmérica, ao vender um seguro, por exemplo, vende
um compromisso com o nosso consumidor. O compromisso de que, se nosso cliente tiver um
problema com seu carro, estaremos lá para apoiá-lo. Que, se houver um sinistro e ele precisar
de seu seguro saúde, a SulAmérica estará presente. Que, quando ele se aposentar, estaremos lá
também. E, assim, em todas as nossas linhas de negócio. Nosso relacionamento estende-se por
longo tempo. E todos os nossos 5 mil funcionários precisam estar aptos a atender bem nosso
consumidor de forma ágil e transparente. Precisamos estar alinhados em todos os momentos.
Quando se fecha uma venda, todos devem celebrar, porque todas as áreas da empresa contri-
buíram para isto.” A proposta de Vanessa, então, é construir uma área de recursos humanos
que siga o ritmo de evolução futura projetada para a empresa. Para isso, ela quer engajar as
lideranças com o objetivo de mobilizar e capacitar todos os funcionários. O primeiro passo
é identifi car como o conhecimento é desenvolvido na empresa, principalmente nas áreas de
competências-chave, entre elas: gestão de risco, cálculos atuariais, desenvolvimento de pro-
dutos, etc. Depois, defi nir também as características pessoais que são importantes: fl exibili-
dade, capacidade de adaptação, de gerenciar stakeholders – externos e internos –, de defi nir
prioridades e de “fazer acontecer”. Essas informações serão a base para a criação de uma
plataforma estruturada de gestão de pessoas e de conhecimento.
Corporativo
Vanessa Pina
“Faz parte da iniciativa
capacitar todos os funcionários”
Experiência para reger 5 mil funcionários, em 55 fi liais pelo
Brasil, e sintonizar todos nos mesmos objetivos
Essa plataforma, continua a executiva, tem como sustentação
a Universidade Corporativa da seguradora, a UniverSAS. Mas
isso não signifi ca apenas treinamentos. “Aproximadamente 70%
do processo de capacitação de um profi ssional ocorre na prática
do trabalho, 20% por meio de coaching e suporte do gestor e
apenas 10% através de treinamentos formais.
Prioridade na agenda de Capital HumanoTrês principais pilares de trabalho estão na agenda da área de Capi-
tal Humano da SulAmérica. “O primeiro é a evolução dos processos
de gestão de pessoas”, diz Vanessa. Neste pilar, encontram-se os
modelos e programas de RH. “A partir da defi nição de aonde a
companhia quer chegar a curto, médio e longo prazo, identifi ca-
mos o perfi l de nossos colaboradores e o que esperamos deles”,
explica. Em contrapartida, a empresa constrói o que os especialistas
chamam de Employee Value Proposition (EVP), ou, numa tradução
livre, proposta de valor para o empregado, que é o conjunto de re-
compensas oferecido de acordo com a performance esperada. Esse
pilar inclui o processo de recrutamento e seleção dos funcionários.
“A SulAmérica é uma empresa muito especial e precisamos divul-
gar isto no mercado, criando o desejo nos talentos de trabalhar
na empresa”, diz a diretora. O que não acontece sem que se esta-
beleçam, por exemplo, trilhas de carreiras, modelos de remunera-
ção e de reconhecimento. E também de sucessão, observa Vanessa.
A clareza nesses aspectos apoia a tomada de decisão dos gesto-
res e serve de guia para os próprios funcionários no que se refere
ao seu desenvolvimento.
O segundo pilar da plataforma é o desenvolvimento das lideran-
ças. “O papel dos gestores de pessoas é elemento-chave na constru-
ção de uma empresa ainda melhor para se trabalhar. Nosso modelo
de gestão deve garantir que eles estejam alinhados aos valores da
SulAmérica e tomem decisões com base neles. Isso vai resultar na
mobilização dos funcionários e, consequentemente, na alta perfor-
mance”, diz a executiva. E o terceiro pilar é a plataforma de comu-
nicação. Ou seja, a ação de abrir canais e diminuir barreiras entre a
alta liderança e a base, fazendo fl uir informações para que todos en-
tendam os objetivos e as estratégias em andamento. “O grande ob-
jetivo é garantir o engajamento dos funcionários”, afi rma Vanessa.
Demanda de negóciosO tema pessoas encontra-se no topo da agenda dos presidentes
das empresas. De um lado, deve existir uma direção que saiba o
que quer de RH, e, do outro, um RH que saiba enxergar a em-
presa com a cabeça dos negócios. Nesse sentido, Vanessa afi rma
que conta com a parceria do principal executivo da SulAmérica,
Thomaz Cabral de Menezes, e dos demais dirigentes da empre-
sa. “A agenda de gestão de pessoas faz parte da prioridade do
negócio. Não é responsabilidade apenas da área de recursos hu-
manos”, reforça a executiva, para quem também não estão fora
da agenda ações voltadas para os parceiros. “Entendemos que
temos o papel de apoiar o desenvolvimento dos nossos correto-
res, pois trata-se de um importante canal de distribuição.”
Para transformar ações e planejamento em resultados tan-
gíveis, “estaremos aplicando as melhores práticas do mercado
para entregar soluções de gestão que respondam às necessidades
de negócio. Não por meio de modelos prontos, mas com ferra-
mentas customizadas a demandas dinâmicas e bem específi cas”.
A executiva dá um exemplo prático. Supondo que haja um ges-
tor novo na equipe ou que determinado grupo de trabalho não
esteja funcional. A área de Capital Humano vai usar o conheci-
mento disponível na plataforma, capacitar o gestor, avaliar se os
objetivos corporativos não estão claros, se o perfi l do gestor ou
da equipe não está adequado à função e tentar entender o que
precisa ser mudado.
Vanessa afi rma que a área de recursos humanos terá uma atu-
ação estratégica claramente comunicada, que inclui a visão de
futuro e o que a empresa deve fazer hoje para tornar viável
sua sustentabilidade; identifi ca as barreiras que impedem o bom
desempenho e inclui planos de ação para eliminá-las; inclui um
profundo entendimento do perfi l atual dos colaboradores, suas
características e necessidades e como este perfi l deve ser no fu-
turo; tem uma clara defi nição das prioridades de curto, médio e
longo prazo; e monitora indicadores constantemente. E por que
Vanessa mudou o nome da diretoria de recursos humanos para
Capital Humano? “Acredito que o conceito de recursos humanos
está muito associado a questões físicas, fi nanceiras, materiais. E
o principal ativo da SulAmérica são as pessoas”, afi rma.
31 _Outubro 2011
Com a aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, crescem as opções de serviços para o consumidor descartar adequadamente os aparelhos que não usa mais. Jogá-los
em qualquer lugar pode provocar sérias contaminações às pessoas e ao ambiente
LIXO ELETRÔNICO:O PERIGO MORA
DENTRO DE CASA
Sustentabilidade
POR VERôNIcA cOUtO
O Brasil produz por dia nada menos do que 2,6 quilos de lixo eletrônico – ou
e-lixo – por habitante, segundo dados citados por Lina Medeiros, sócia da Re-
genero, empresa carioca especializada no descarte de produtos de tecnologia da
informação. E esse total só tende a crescer. Até 2012, espera-se que a indústria
eletrônica dobre o número de equipamentos vendidos - hoje, da ordem de 120 milhões a 150
milhões de unidades por ano, dos quais cerca de 70% são para substituir aparelhos usados,
que serão “encostados”, de acordo com a estimativa do diretor da Descarte Certo, outra em-
presa de gestão de e-lixo, Ernesto Watanabe. Se contarmos apenas os computadores, já são
cerca de 10 milhões/ano fabricados no País, dos quais uma parcela pequeníssima é reciclada.
Quase ninguém se dá o trabalho de jogar fora seus aparelhos antigos. Os dados apresenta-
dos por Lina indicam que cerca de 70% dos computadores que deixam de ser usados ficam
largados num canto da casa ou da empresa. Outros 15% vão para aterros sanitários, o que é
ilegal e perigoso, porque há várias substâncias nos componentes do equipamento que podem
contaminar o solo (veja o quadro). E só 11% são destinados à reciclagem, isto é, para sua
transformação e reaproveitamento produtivo.
SHU
TTER
STO
CK
34_Outubro 2011
Após 19 anos de tramitação no Congresso Nacional,
foi finalmente sancionada em 2010 a lei 12.305, que
instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, para
disciplinar o descarte de uma série de tipos de produ-
tos, inclusive os eletrônicos. No ano passado, também
se aprovou a sua primeira fase de regulamentação,
que, no entanto, manteve vários aspectos do proble-
ma indefinidos. Por exemplo, a lei estabeleceu que são
corresponsáveis pelos produtos o fabricante ou impor-
tador, o canal que o vendeu e o consumidor. Mas não
está claro quem paga a conta. Ou seja, quem assume
os custos de transporte e reciclagem do equipamento
descartado. O tema está na pauta dos comitês inter-
ministeriais que, junto às entidades empresariais e da
sociedade civil, se dedicam aos próximos passos da
regulamentação da lei. Watanabe observa que, embora
as pessoas e as empresas já remunerem a prefeitura
para que recolha o lixo comum, por meio de impostos
ou taxas, ainda resistem à ideia de pagar pelo descarte
dos eletrônicos. “Um produto desse tipo deve passar
por um processo chamado de manufatura reversa: ser
desmontado para se separar todos os elementos com
que foi criado,” explica. Uma parte deles será reciclada
e outra, depois de limpa, destinada ao aterro.
Sustentabilidade
Perigo escondidoAlém de gases, plástico e vidro, os produtos eletrônicos contêm várias substâncias que podem causar problemas de saúde, se forem expostos ao contato humano. Por isso, eles não podem simplesmente ser jogados fora e lançados ao solo dos aterros sanitários, que, como as pessoas, ficam sujeitos à contamina-ção. Confira alguns desses perigos escondidos nos aparelhos.Mercúrio – provoca distúrbios renais e neurológicos (irritabi-lidade, timidez e problemas de memória), mutações genéticas, alterações no metabolismo e deficiências nos órgãos senso-riais (tremores, distorções da visão e da audição).Cádmio – é um agente cancerígeno, causador de danos ao sistema nervoso. Acumula-se principalmente nos rins, no fígado e nos ossos. Provoca dores reumáticas e mialgias, distúrbios metabólicos que levam à osteoporose, disfunção renal e câncer.Chumbo – provoca perda de memória, dor de cabeça, irri-tabilidade, tremores musculares, lentidão de raciocínio, alu-cinação, anemia, depressão, insônia, paralisia, salivação, náuseas, vômitos, cólicas, perda do tônus muscular, atrofia e perturbações visuais, além de hiperatividade. Lítio – afeta o sistema nervoso central, gerando visão turva, ruídos nos ouvidos, vertigens, debilidades e tremores. Níquel – causa dermatites, distúrbios respiratórios, gengivi-tes, sabor metálico, efeitos carcinogênicos, cirrose e insufici-ência renal.Zinco – provoca vômitos e diarreias. Cobalto e seus componentes – presentes na bateria de lí-tio, causam asma, bronquite e conjuntivite. Bióxido de manganês – usado nas pilhas alcalinas, provoca anemia, dores abdominais, vômitos, crises nervosas, dores de cabeça, seborreia, impotência, tremor nas mãos e pertur-bação emocional.
FONTE: Regenero
35 _Outubro 2011
Para que essa operação dê lucro, os componentes aproveitáveis devem
ser integrados novamente à cadeia de produção, como insumos, geran-
do valor. Para que isso aconteça, são necessários processos de benefi cia-
mento muitas vezes caros e só disponíveis no exterior.
Fora do armárioA Descarte Certo e a Regenero, entre outras empresas que surgem para
atender a essa demanda, coletam os aparelhos nas casas das pessoas
– ou nas empresas –, tratam até certa medida as suas partes e peças e
encaminham o que não conseguem processar para empresas autorizadas,
por certifi cações e normas de qualidade, a fazer o restante do trabalho.
Mas Watanabe ressalta que um dos maiores desafi os para uma política
de resíduos funcionar é motivar o consumidor a tirar os equipamentos
do armário. As pilhas e baterias, por exemplo, já contam com uma
resolução sobre descarte do Conselho Nacional do Meio Ambiente,
Conama, desde 1999, mas de baixa efi cácia. “Não há fi scalização,
ninguém se sente estimulado a buscar os postos de coleta”, diz. No caso
da nova lei, ele acredita que seu efeito também depende de como vão
evoluir as regulamentações.
“Pessoas aindaresistem à ideia de pagar pela coleta e reciclagem”
Ernesto Watanabe
SHU
TTER
STO
CK
Dos cerca de 10 milhões de equipamentos fabricados no Brasil, apenas uma pequena parcela é reciclada
36_Outubro 2011
Nesse sentido, o Comitê para Democratização da Informática (CDI),
organização não governamental que atua em comunidades de baixa
renda, começou este ano a apoiar a coleta e o tratamento do e-lixo,
informa o diretor de Operações da matriz da entidade, José Edimilson
Canaes. Das suas 17 regionais, quatro vão atuar na coleta e reciclagem
dos produtos, ou do seu encaminhamento para o processamento corre-
to: Minas Gerais, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Manaus – as duas
últimas já com atividades em curso. No Rio, 6 das 66 escolas da ONG
já se tornaram pontos de entrega de lixo eletrônico dos moradores dos
seus bairros. Depois de reunidos os equipamentos, a NDMetais, empresa
parceira do CDI, passa nas comunidades para recolhê-los. O que não é
recuperado para reúso segue para prestadores de serviços capazes de
desenvolver os diferentes processos de reciclagem ou descarte. Para cor-
porações, a ONG também pode assegurar o destino final da sua base de
sistemas, de acordo com os termos da legislação.
“Os custos dessa operação, contudo, são altos”, diz Canaes. Alguns
processos podem ser contratados no Brasil, geralmente em São Pau-
lo; outros, só no exterior. Para ser sustentável, argumenta o diretor da
entidade, a gestão do descarte deve movimentar uma cadeia ampla de
reaproveitamento. Por isso, o CDI pleiteou ao governo do Estado do Rio
de Janeiro o financiamento de um projeto orçado em R$ 900 mil para
transferência e disseminação de métodos recicladores. A ideia é dar
conta, localmente, de 200 toneladas por mês de resíduo tecnológico,
80% da demanda local. Na proposta, a Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ) entra com a tecnologia para componentes complexos,
como os monitores de TVs de plasma e outros, que, depois, seria repas-
sada para uma rede de pequenos recicladores locais.
Serviço de coletaA entidade divide os lixos eletrônicos entre aqueles da linha branca,
como as geladeiras; os da linha verde, dos itens tecnológicos (fax, com-
putador, celular, impressora, videogames, etc.); e os da linha marrom,
dos produtos de entretenimento. Entre esses últimos, Canaes chama a
atenção para previsões de que a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada
de 2016 vão resultar em 130 milhões de aparelhos de TV com tubo de
CRT descartados. “Em um computador, 48% são partes de metal, 23%
de plástico e 25% de vidro, se for um monitor tradicional, de CRT. Em
uma televisão, o vidro chega a 62%.”
Sustentabilidade
ACER
VO P
ESSO
AL
José Edimilson Canaes
37 _Outubro 2011
Lina, da Regenero, lembra das difi culdades que ela e seus
outros quatro sócios enfrentavam para conseguir descartar
os produtos da empresa em que, na ocasião, os cinco traba-
lhavam, todos na área de informática. “Nós precisávamos
transportar os equipamentos para São Paulo, custava caro,
e a diretoria não aprovava. Até que, no ano passado, um
dos nossos amigos teve um insight: por que a gente não
cria uma empresa para isso?” Atualmente, a Regenero co-
leta cerca de 5 toneladas por mês de e-lixo, a maioria de
pessoas físicas e, em maior volume, televisores e monitores
de tubo (CRT). A empresa separa por tipo de peça e destina
a refi narias, em que os componentes serão incinerados ou
fundidos. Os componentes incluem chumbo, prata e ouro,
entre outros metais, plástico, alumínio, cobre e partes de
PVC. Da ordem de 98% a 99% do conjunto pode ser rein-
troduzido na cadeia industrial. Pelo serviço de coleta, a
empresa cobra uma taxa de R$ 0,90 por quilômetro – a
contar da sua sede no bairro da Cidade Nova, região cen-
tral da capital carioca. São aceitos produtos de informática
e eletroeletrônicos em geral (com exceção de geladeiras).
Se é possível recauchutar o equipamento para uso, Lina diz
que o encaminha para doação.
Watanabe, da paulista Descarte Certo, acredita que, em
quatro ou cinco anos, o descarte apropriado dos produ-
“O CDI quer processar200 toneladas por mês deresíduo tecnológico, 80%da demanda local. A UFRJentra com a tecnologiapara componentes complexos, como os monitores de plasma”
tos estará incluído na venda, da mesma forma como,
hoje, a garantia contra defeitos. A empresa dele tem
vários modelos de cobrança e de parcerias. O usuário
pode entrar no site, agendar o dia de coleta, pedir um
orçamento e fechar a contratação on-line. Também
pode comprar o serviço nas lojas do Carrefour. Por
exemplo, junto com a aquisição de um televisor, levar
o descarte do modelo velho, e, para uma data futu-
ra, também do novo. Outra forma de atuação é com
parceiros industriais. A Descarte Certo é responsável,
por exemplo, pelo recolhimento e destinação dos car-
tuchos dos usuários de uma grande marca de impres-
soras. “É preciso criar formas atrativas, associar com
outros serviços, como cartão de crédito e seguros, para
estimular o usuário a tratar corretamente seus produ-
tos”, argumenta Watanabe. Por enquanto, ele acredita
que menos de 5% do e-lixo brasileiro tenha o trata-
mento adequado.
José Edimilson Canaes
SHU
TTER
STO
CK
38_Outubro 2011
Sustentabilidade
As escolas do programa CDI Comunidade oferecem conte-údos educacionais para conscientizar os consumidores de eletrônicos dos riscos relacionados ao seu descarte inade-quado. “Lixo é um problema sério. Como somos indutores de lixo eletrônico, pelo uso de tecnologia no fomento a projetos e avanços sociais, já ensinamos o que fazer com ele, onde depositar, os riscos para a água, as plantas, a saúde das pessoas”, conta o diretor de Operações do CDI matriz, José Edimilson Canaes. E, nas escolas que já começaram a atuar como postos de coleta, também há uma orientação especial, “para que a pessoa entenda que está trabalhando com uma coisa valiosa e que jogar o aparelho fora como um lixo qual-quer pode provocar uma contaminação séria”. O programa CDI Comunidade, focado no apoio a áreas de baixa renda, desenvolve várias atividades. Seu fundamento está na educação – inclusão digital, efi ciência no consumo de energia, educação fi nanceira, etc. –, que envolve uma me-todologia própria da entidade, mas sempre associada a uma parceira local, como uma associação de moradores. Todo o trabalho, segundo Canaes, é voltado à transformação da so-ciedade. São cursos e serviços já sistematizados pela rede CDI e que são oferecidos nos CDIs Comunidade, as escolas de que fala o diretor da ONG. Desde os mais tradicionais – como o de montagem e manutenção de computadores – até os de edição de vídeo e criação de blogs, por exemplo, cujas demandas são crescentes. A SulAmérica mantém uma parceria com o CDI para promo-ver ações na comunidade do bairro do Estácio de Sá e Cidade Nova, no Rio de Janeiro, onde estão as suas instalações. O propósito é reduzir as condições de risco social e estimular o
SulAmérica e CDI – parceria para a inclusão digital
desenvolvimento local por meio de inclusão digital e social, fomentando iniciativas de voluntariado, acesso à tecnologia e à educação. A unidade CDI Comunidade Estácio de Sá - Cidadão de Berço atende 38 alunos em cursos de Offi ce e multimídia. Este ano, vão passar por eles cerca de 180 moradores da região, a maioria de 15 a 29 anos. Como as demais escolas da rede no Rio, vai se transformar em um posto de coleta de lixo eletrôni-co, até o fi nal do ano. O Comitê para Democratização da Informática (CDI) foi fundado em 1995, com foco no uso da tecnologia como ferramenta para combater a pobreza e a desigualdade, estimulando o empreendedo-rismo e criando novas gerações de empreendedores sociais.
Para ler a íntegra da lei que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, acesse:http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm
39 _Outubro 2011
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40_Outubro 2011
AMAZÔNIA (quase) DESConHECIDAO Pará se divide entre o Norte e o Sul e traz para São Paulo sua riquíssima culináriaPOR LUIZA FEcAROttA, repórter do caderno comida, da Folha de S.Paulo FOTOS DIVULGAÇÃO
40 _Outubro 2011
Gastronomia
Filhote com tucupi e tapioca, do restaurante D.O.M., em São Paulo
41 _Outubro 2011
N ão faz nem três anos que o chef Alex Atala trouxe
da Amazônia um fruto do mar de mangue esqui-
sito, com aspecto de lombriga, que se abriga em
troncos. E foi de um pedaço de tronco, no meio
do salão de seu restaurante D.O.M., em São Paulo, que ele tirou
o turu para servir à nata – da nata – dos chefs da vanguar-
da espanhola, em seu auge. Estavam reunidos ali Ferran Adrià,
Martín Berasategui, Juan Mari Arzak e mais uma comitiva de
cozinheiros da Espanha que se amontoaram diante daquilo,
curiosos. Alex Atala não é só o chef mais celebrado do Brasil –
e considerado o sétimo melhor do mundo pela revista britânica
Restaurant. Ele representa e encabeça esse espírito desbravador
de conhecer o Brasil que os próprios brasileiros desconhecem. E
é aí que surgem suas incursões na floresta e sua busca obstinada
por ingredientes que aos trancos e barrancos – e quase nunca
– chegam a São Paulo. Assim ele dá base e fomenta a cozinha
do Brasil que faz uso de técnicas de vanguarda, mas explora in-
gredientes nativos. E dessas andanças e testes saem curiosidades
(apenas para nós, sulistas) como o jambu, uma erva com a ca-
pacidade de anestesiar ligeiramente a língua quando mastigada.
O jambu é que dá forma a pratos tradicionais e típicos do Pará,
como o tucupi, um caldo ralo feito a partir da raiz da mandioca-
brava, que entra na composição do tacacá, caldo feito com a
goma da mandioca, temperado com alho, sal e pimenta.
Blinis de moqueca e camarão grelhado com creme e farofa de castanha-do-pará, do chef Roland Villard, do Le Pré Catelan, no Rio
Surpresa de chocolate e creme de coco com sorvetes de frutas da Amazônia, açaí, cupuaçu e taperebá, do restaurante Le Pré Catelan, no Rio
42_Outubro 2011
Gastronomia
No D.O.M., Alex emprega a erva no preparo do consommé
de cogumelos ao perfume de ervas, por exemplo, que leva
ainda chicória e alfavaca do Pará, duas outras ervas da flo-
resta. Para chegar mais perto da Amazônia, porém, é preciso
provar de suas frutas, que quase nunca chegam intactas por
aqui, depois de uma viagem longa, e dos peixes de rio. O
filhote, de carne branca e firme, é uma das estrelas. Aparece
também em seu cardápio, servido na companhia de tucupi e
tapioca. Há poucos dias, protagonizou um festival coman-
dado a quatro mãos no restaurante Tordesilhas, quando a
chef Mara Salles recebeu em sua cozinha Thiago Castanho,
do restaurante Remanso do Peixe, em Belém do Pará. Ele é
um dos nomes em maior ascensão naquelas bandas e mos-
trou em São Paulo um trabalho marcado por ingredientes
de lá, que, aliás, trouxe na mala. Foram quilos e quilos de
matéria-prima (quase 200 kg, no total), divididos em cinco
isopores, autorizados pelo governo a embarcar. Fez uma
versão do filhote que serve em seu restaurante: o peixe
fresco, criado solto, sem ração – hoje muitos são criados
em cativeiro — e que chega à mesa num ensopado espesso
de tucupi temperado com chicória, jambu, pimentão, ce-
bola, alfavaca e coentro. Esse prato ganha a companhia
de uma farinha chamada ovinha, da região de Uarani: um
achado. Ela é preparada às margens do rio Solimões — e
somente lá — e, depois de hidratada, transforma-se em pe-
quenas bolinhas que lembram ovas de peixe e sêmola de
cuscuz marroquino.
Antes de tudo, o chef abriu o apetite dos comensais com
um beiju cica com manteiga de aviú e tucumã. Ahn? A
massa do beiju, seca e quebradiça, é feita da massa da ta-
pioca prensada. Aviús são os minicamarões — minúscu-
los mesmo! — de água doce de Santarém, que são secos e
salgados. Tucumã é um fruto típico da região amazônica,
oleoso e alaranjado, que incrementa a receita da manteiga,
com base na polpa da fruta e banha de porco. No cardápio
do festival, ainda apareceram uma salada de folhas e ervas
da Amazônia, com vinagrete de taperebá, fruta de casca
fina e polpa alaranjada de sabor azedo, típica da Amazônia
e da Mata Atlântica. Mais: pirarucu defumado artesanal-
mente, de sabor acentuado, cozido em leite de coco e ser-
vido com banana-da-terra cozida e grelhada; um prato da
ilha de Marajó (porco cozido em tucumã); sorvete de bacuri
Chef Alex Atala, do restaurante D.O.M., um dos mais prestigiados no mundo
Pirarucu fresco grelhado com tucupi e minilegumes, servido no restaurante Tordesilhas, em São Paulo
43 _Outubro 2011
(saborosa fruta da região) com flor de vinagreira empana-
da com farinha, de sabor delicadamente azedo. Vinagreira,
diga-se, é uma hortaliça que provavelmente se originou na
África e no Brasil é usada principalmente na cozinha ma-
ranhense. O festival acabou, com reservas esgotadas, mas o
Tordesilhas permanece um bom lugar para provar daquela
cozinha de raiz amazônica. Fixo no cardápio, há o clássico
pato ao tucupi, o chibé, um caldo refrescante de origem
indígena que leva ervas amazônicas, água gelada e farinha
ovinha de Uarini. Ainda desfilam pirarucu fresco grelhado
com tucupi e minilegumes, filhote ao molho de hortaliças
com purê de banana-da-terra e, para encerrar, três sorve-
tes: cupuaçu, açaí e tapioca. E só é preciso lembrar que são
pratos de valor um pouquinho salgado. Natural, para che-
garem em São Paulo em boas condições, esses ingredientes
exigem um caríssimo transporte aéreo que leva os preços
lá para o alto. Mas vale a pena.
Ambiente do restaurante D.O.M., do chef Alex Atala, eleito o 7º melhor do mundo pela revista britânica Restaurant
Filhote ao molho de hortaliças com purê de banana-da-terra, do restaurante Tordesilhas, em São Paulo
44_Outubro 2011
Gastronomia
Ingredientes: Para o consommé
•1 litro de água•200 g de shitake seco•30 g de cebola cortada em meia lua•Sal •2 pimentas-de-cheiro•50 ml de vinagre de vinho tinto•100 ml de tucupi•5 galhos de coentro
Sautée de cogumelos•Azeite de alho•Azeite de ervas•30 g de shimeji•30 g de shitake•30 g de paris •20 g de yamabushitake•20 g de pleurotos eryngu•20 g de nameko enoritake•Sal e pimenta-do-reino
Ervas da horta para finalização•Azeite de ervas
•6 ciboulettes•1 galho de cerefólio•1 galho de salsa crespa•1 galho de manjericão•1 galho de coentro•1 galho de salsa lisa•Brotos de beterraba•Brotos de azedinha•Brotos de rúcula selvagem•Brotos de mache•Brotos de mentruz•Flor de jambu
Ervas da Floresta•1 maço de alfavaca do Pará•1 maço de chicória do Pará•1 maço de jambu•1 maço de caruru
Azeite de alho•500 g de alho•1 litro de azeite de oliva
Preparo:Tire a casca do alho, aqueça uma panela
Consommé de cogumelos com perfumes de ervas da horta e da florestacom água e deixe-o imerso por cerca de 5 minutos. Dispense a água e retire a casca do alho. Bata no liquidificador junto com o azeite. Guarde na geladeira.Para o consommé
Cozinhe em fogo baixo por 40 minutos o shitake seco com a água e o vinagre. Deixe descansar por 1 hora, coe e reserve (dispense uma parte dos cogumelos). Adicione a cebo-la, o tucupi, a pimenta-de-cheiro, o coentro e acerte o sal. Coe e reserve. Para o sautée
Fatie finamente os cogumelos. Em uma fri-gideira, salteie-os com o azeite de alho, reser-vando alguns para a decoração. Adicione as ervas da floresta picadas e o azeite de ervas.
Num prato fundo, disponha no centro o sautée de cogumelos, decore com as ervas da horta e os cogumelos crus. Salpique pimenta-do-reino e no momento do serviço, com o au-xílio de uma jarra, sirva o consommé na frente do comensal.
Receita do chef Alex Atala, do restaurante D.O.M.
45 _Outubro 2011
Alternativas e descobertasA cozinha amazônica é um bom caminho para conhecer
e resgatar - quem sabe – o Brasil de antigamente. Foi ali
naquela região ao norte, que avança inclusive por outros
territórios, que a culinária se manteve mais preservada, em
relação ao resto do País. Pela dificuldade de acesso, as co-
munidades – e suas cozinhas – ficaram isoladas e, aos pou-
cos, vão aparecendo para o mundo, via trabalho de chefs.
O uso desses ingredientes aparece também como uma for-
ma de preservar a região via culinária. E faz do Brasil uma
potência gastronômica para o mundo que atrai olhares de
chefs internacionais para a riqueza de suas possibilidades.
Para Felipe Ribenboim, que acaba de fechar as portas de
seu restaurante Dois - Cozinha Contemporânea, para um
período de incubação (que desaguará em um novo projeto
com estreia prevista para 2012), está claro que ainda se tem
pouco acesso a muitos desses produtos, mas nasce uma
preocupação, tardiamente, de entrar em contato com o que
é nosso, brasileiro.
“Sempre tivemos muito acesso a ingredientes importados,
agora estamos invertendo esse cenário e conhecendo mais
os nossos produtos que sempre foram tratados como inaces-
síveis”, ou desinteressantes. Ainda se conhece muito pouco.
Muito pouco do que existe e muito pouco dos usos que tais
matérias-primas permitem na cozinha. E ainda há uma difi-
culdade enorme em trazer isso para São Paulo.
Mas há alternativas. Inspirado pelo trabalho de Ferran
Adrià, com quem já fez estágio, Ribenboim aproveita seus
estudos para testar produtos para criar saídas curiosas. Ele
fazia no Dois, por exemplo, um ossobuco de vitela com po-
lenta mole e ervilha-torta incrementado com uma redução
de iquiriba - especiaria aromática muito usada em banhos de
cheiros, com perfume floral e sem tanta picância. Mas a iqui-
riba é difícil de encontrar aqui – compravam, aliás, em lojas
Ao lado:Chef Roland Villard, do restaurante
Le Pré Catelan, no Rio, que faz menu-degustação apoiado em
ingredientes amazônicos
Abaixo:Chef Felipe Ribenboim, do extinto
Dois – Cozinha Contemporânea,um entusiasta dos
ingredientes brasileiros
46_Outubro 2011
Gastronomia
de umbanda e candomblé. “A gente desenvolveu uma essência
dessa iquiriba com uma empresa de aromas porque não tínhamos
acesso a isso sempre”, diz Ribenboim.
Empenhado nas descobertas de técnicas que ajudam a desven-
dar as possibilidades de uso de cada ingrediente, Ribenboim tam-
bém elaborou uma receita de ravióli de palmito pupunha recheado
de cogumelos e salada de brotos e germinados (muitos deles do
Norte). Em uma de suas versões, o ravióli leva uma pincelada de
tucupi reduzido, inspirado no antigo tucupi preto, seco ao sol e
temperado com formiga pelos índios.
No Rio de Janeiro, um dos mais celebrados chefs de cozinha da
cidade, o francês Roland Villard, apresenta em seu sofisticado res-
taurante Le Pré Catelan, no hotel Sofitel Rio, em Copacabana, um
menu dedicado integralmente à Amazônia. Villard, que foi um dos
primeiros nomes a disseminar ingredientes brasileiros por meio de
técnicas francesas, ainda nos anos 80 – assim como fizeram seus
conterrâneos Claude Troisgros e Laurent Suaudeau neste país –,
resgata sabores nacionais ainda desconhecidos.
Brandade de tucunaré (um peixe de médio porte típico das
águas dos rios amazônicos, que se alimentam de peixes menores
e pequenos crustáceos) ao leite de coco abre o menu-degustação
que se desenrola em dez etapas, por R$ 250. Na sequência, sur-
gem receitas como o beiju de tapioca recheado com crustáceos
e palmito fresco finalizado com geleia de pimenta ou o pastel
Beiju de tapioca recheado com crustáceos e palmito fresco acompanhado de geleia de pimenta e brandade de tucunaré ao leite de coco, do restaurante Le Pré Catelan
47 _Outubro 2011
de carne de siri com chutney de bacuri (fruto esverdeado do bacurizeiro
usado sobretudo na elaboração de doces e sorvetes) e “pérolas” de sagu de
tapioca marinadas na caipirinha.
Nas receitas de Villard também aparecem outros ingredientes caracte-
rísticos da cozinha amazonense, como o pirarucu, um peixe de feições
pré-históricas, com gordura entremeada em sua carne, castanha-do-pará,
jambu, tambaqui (outro peixe de lá pelo qual o chef se encantou em suas
andanças), farinha de mandioca e frutas daquela região, como açaí, cupu-
açu e taperebá. Com o time de chefs como Felipe Ribenboim, Alex Atala,
Mara Salles, Roland Villard e Thiago Castanho, a Amazônia vai saindo
das suas fronteiras e surgindo em mesas dentro e fora do Brasil. Espere-
mos mais novidades. Hão de vir.
SERVIÇO | ONDE COMERSÃO PAULOD.O.M.Rua Barão de Capanema, 549, Cerqueira César, tel.: 11 3088-0761TordesilhasRua Bela Cintra, 465, Consolação, tel.: 11 3107-7444
RIO DE JANEIROLe Pré Catelan (Hotel Sofitel Rio)Av. Atlântica, 4.240, Copacabana, tel.: 21 2525-1160
BELÉM DO PARÁRemanso do PeixeTravessa Barão do Triunfo, 2.590, Casa 64, tel.: 91 3228-2477
Ambiente do sofisticado restaurante Le Pré Catelan,
no Rio
Pastel de carne de siri com “pérolas” de sagu de tapioca e chutney de bacuri, do chef Roland Villard
48_Outubro 2011
A NOVA TERCEIRA IDADEA figura do idoso inativo não existe mais. O Brasil agora se vê diante de um novo perfil de pessoas com mais de 60 anos
Vida em Família
POR LÉA MARIA AARÃO REIS
A atual terceira idade tem mais preocupações com sua própria saúde
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Renato Veras
49 _Outubro 2011
Um país com cara jovem, mas com os primeiros
cabelos brancos: esta é a imagem que o médico
Renato Veras costuma usar para se referir ao rápi-
do envelhecimento da população no país. O Brasil
está assumindo um perfi l demográfi co de países mais velhos e
desenvolvidos, com um franco aumento da terceira idade e si-
multânea redução da taxa de natalidade, dizem os especialistas.
E eles acrescentam: o que era chamado de pirâmide etária, hoje
se assemelha a um círculo que caminha para a forma de uma
pirâmide invertida, como ocorre nos países europeus. Além dis-
so, o perfi l desta população é outro. O idoso de hoje é extre-
mamente ativo. Muitos deles continuam trabalhando mesmo já
tendo atingido a idade para se aposentar e mantêm-se produti-
vos por muitos anos. Os novos idosos também têm uma maior
consciência sobre os cuidados que devem ter com sua saúde e
praticam esportes e atividades físicas. O avanço da medicina e
da tecnologia, que permitem ao homem ultrapassar a barreira
dos 90 anos, e a mudança na dinâmica familiar, que passa a ter
no máximo dois fi lhos por casal, complementam o atual cená-
rio. Ou seja: o Brasil tem hoje, segundo o Instituto Brasileiro
de Geografi a e Estatística(IBGE), uma formidável população de
cerca de 20 milhões de pessoas acima dos 60 anos de idade – o
que signifi ca praticamente dez por cento de sua população. Em
Estados como o de São Paulo, com PIB e Índice de Desenvol-
vimento Humano(IDH) elevados, os números são ainda maio-
res. Com este quadro, duas perguntas pedem respostas precisas:
como fi ca a estrutura da família brasileira com tantos idosos
para cuidar? E quais são as preocupações básicas daqueles que
se aposentaram ou estão em vias de parar de trabalhar diante de
mais 30 anos que a vida agora lhes oferece de presente?
Para a psicanalista Elisabeth Adler, que atende a grupos de
idosos no seu consultório no bairro do Jardim Botânico, na
zona sul do Rio de Janeiro, “a velhice ainda é um fenômeno de
gênero feminino”. Ao fazer este comentário, Elisabeth está se
referindo à imensa maioria de senhoras viúvas, de mais de 80
anos de idade, de classe média, que vive com acompanhantes
mesmo quando contam com o carinho e a atenção dos fi lhos.
“Elas são mais longevas. Enquanto vivem, em média, 76 anos,
os homens brasileiros apenas chegam aos 70.” Já na opinião de
Veras, diretor da Universidade Aberta da Terceira Idade (UNA-
TI), que funciona na Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ), com mais de dois mil alunos, “é cada vez maior o nú-
mero de idosos vivendo sozinhos. As famílias atuais são
menores, têm grande mobilidade, e pouco conservam da
estrutura da família nuclear do passado”.
Projetos de aposentadoriaÉ importante o profi ssional se preparar para a aposenta-
doria. Seja do ponto de vista fi nanceiro ou pensando no
aspecto emocional. “Há empresas que oferecem programas
de preparação para esse momento delicado”, diz Veras, “e
quando fazemos palestras para esses grupos, mostramos os
benefícios de não parar todas as atividades”. Consultorias
nessa idade, por exemplo, são bem-vindas e podem até
ser contratadas pela própria empresa que está aposentando
o funcionário. Projetos de trabalhos acalentados durante
toda uma vida, talvez possam ser realizados a partir da
aposentadoria. Nos primeiros meses pode ser muito in-
teressante acordar, levantar da cama e não ter qualquer
atividade obrigatória; mas depois cansa. É quando, geral-
mente, aparece a depressão. Para ele, “as empresas estão
preocupadas e começaram a perceber as vantagens em
aproveitar a nova força de trabalho dos mais velhos, com
experiência, maior poder de decisão e de análise abran-
gente dos assuntos; os mais idosos têm uma visão mais
sofi sticada do contexto das situações e assim podem vê-las
com mais nitidez. É claro que estes indivíduos poderão se
sair bem em determinadas tarefas e não em outras. Como
um atleta com performances extraordinárias quando era
jovem, que, depois, ao envelhecer, continua com bom con-
dicionamento físico”.
“Há empresas que oferecem programas de preparação para esse momento delicado e, quando fazemos palestras para esses grupos, mostramos os benefícios de não parar todas as atividades”
50_Outubro 2011
Vida em Família
Previdência privada para um futuro tranquiloA população brasileira vem envelhecendo a um ritmo surpreendente de duas dé-cadas para cá. Em 1990, 4,8% das pessoas faziam parte da chamada terceira ida-de. Hoje, este montante saltou para 7,4% de acordo com o Censo 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE). Com o aumento do poder aquisitivo do brasileiro, seu maior acesso à saúde e melhora na qualidade de vida, as pessoas estão vivendo mais.Porém, são poucas as que pensam na vida pós-apo-sentadoria emuita gente acaba se vendo desamparado e sem recursos fi nanceiros no futuro. Com uma atitude preventiva e colaborações mensais mínimas, é possível assegurar uma velhice tranquila. Para caber no bolso de todos, a SulAmérica ofere-ce planos de previdência sob medida que ajudam o indivíduo a acumular recursos gradativamente de forma a assegurar uma renda no momento em que desejar parar de trabalhar. Para ter acesso aos produtos não é preciso investir um grande volume de capital. A partir de R$ 100 por mês, é possível comprar um plano de previdência e investir em fundos de renda fi xa ou até 49% em renda variável. Em resumo, o cliente poupa um percentual mensal da renda mensal, aplica este dinheiro nos melhores fundos de investimento e, ao se aposentar, passa a receber a quantia investida em forma de renda.
Os programas de preparação para a aposentadoria têm sido cada vez mais frequentes
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O fato é que, segundo Veras, a realidade do tempo
de trabalho profi ssional se inverteu: hoje, com fre-
quência, trabalhamos durante menos anos do que o
período em que se estará aposentado. Por isto, para
ele, a conta da previdência não pode fechar e o atual
momento é de transição no que se refere aos cuidados
familiares proporcionados aos mais velhos. “Veja-se,
por exemplo, o bairro de Copacabana, onde a concen-
tração de idosos é a maior do país e até do mundo – já
bateu a da Flórida, nos Estados Unidos. Lá, há prédios
em que 80% dos moradores têm mais de 60 anos de
idade e vivem sozinhos. Contam com o conforto de
serviços à mão, bancos, farmácias, consultórios, res-
taurantes, cafés, academias, clubes, cinemas, e con-
tam até com a assistência e a atenção especial dos
porteiros dos seus edifícios. Eles conhecem os hábitos
dos moradores e são treinados pela campanha Portei-
ro Amigo, um movimento criado pelos comerciantes
e instituições locais para socorrê-los rapidamente em
casos de urgência, para monitorar seus horários e para
ajudá-los de algum modo quando entram ou saem.
51 _Outubro 2011
Uma aposentadoria ativa e confortávelSão cinco as preocupações sugeridas para o cidadão que ainda está no pleno exercício de suas habilidades profi ssionais. En-quanto se encontra valorizado no mercado de trabalho ele deve:
1. Procurar poupar mesmo que sejam valores pequenos, mensais;2. Aplicá-los em fundos de previdência confi áveis;3. Organizar-se para continuar desenvolvendo atividades produtivas (e rentáveis) depois da aposentadoria;4. Não esquecer que, aposentado, o estilo de vida eventualmente pode mudar;5. Para chegar à velhice confortavelmente, deve-se investir na saúde.
Lembra o Dr. Renato Veras: “A aposentadoria pode ser considerada o fi nal de uma fase da vida. Para alguns, pode representar o ingresso em um grupo de inativos para os quais a vida carece de signifi cado. Mas, para outros, pode ser a possibi-lidade de realização de novos projetos. Nas últimas décadas a economia mudou radicalmente em todo o mundo. O assalariado sabe que, atual-mente, não existe um sistema de seguridade social, qualquer que seja, baseado nas aposentadorias que garanta um nível de vida estável. Ele tem consciência que este nível pode se deteriorar continuamente depois de aposentar-se – com algumas exceções. Tenta defender-se, então, re-duzindo gastos e buscando serviços necessários a preços diferenciados. O trabalho complementar é uma solução para compensar a insufi ciência de recursos das aposentadorias. Para viver no mesmo padrão de antes é preciso elaborar um esquema razoável das próprias possibilidades, an-tes da aposentadoria, embora seja fundamental contar com rendimentos que proporcionem um nível de vida mínimo e digno. Preparar-se para a aposentadoria envolve o desenvolvimento de um projeto de vida. É o que pode dar sentido à existência. Os aposentados que não chegam a con-seguir o mínimo necessário para sobreviver têm maior difi culdade para realizar seus projetos de vida. Portanto, é necessário, enquanto adulto, conseguir meios fi nanceiros para garantir a sobrevivência básica e aí sim projetar a vida futura porque nada é mais frustrante para o ser humano do que a falta de objetivo para viver - mesmo que a satisfação pessoal não possa ser alcançada totalmente. Para desenvolver o seu projeto de vida, o aposentado – ou, mesmo antes, durante a vida adulta - deve identifi car que tipo de recursos o seu projeto requer e planejar a sua realização para, então, começar a exercitar a atividade.”
São iniciativas como essas que virão substituir os cuidados
familiares do passado e às quais devemos estar todos atentos,
porque as mudanças, no Brasil, acontecem muito rápido, ao
contrário dos países europeus, onde elas são bem mais lentas.”
Negação da velhiceO aspecto relativo aos aposentados que mais chama a atenção
de Elisabeth Adler é a garantia – tanto do poder público como
do privado – de condições dignas de moradia, atendimento
médico-dentário, de alimentação, atividades interessantes,
convívio com outros aposentados, amigos, familiares e cui-
dadores. A boa preparação para a aposentadoria, tanto para o
homem como para a mulher, deve ser feita ao longo de toda
a vida, tomando-se as providências necessárias, construindo
projetos, exercitando a capacidade de mudar, de transformar
e praticando o desapego”, diz ela. “Um dos males psicológicos
nesse momento é a depressão que pode ser desencadeada pela
perda do vigor físico, pela solidão e isolamento, e/ou por di-
fi culdades fi nanceiras, pelo ócio e pelo tédio.” Os programas
chamados de PPA – preparação para a aposentadoria – são
fundamentais, na opinião da psicanalista, “para despertar a re-
fl exão, já que ainda vivemos numa cultura que nega a velhice
e a aposentadoria e, em última instância, a morte”.
Tendo trabalhado em serviço público, com indivíduos das
classes mais pobres, Adler também oferece uma visão geral
dos cuidados e cuidadores dos idosos. “Nas classes médias o
casal trabalha, sai cedo de casa e volta tarde para dormir. As
crianças vão cada vez mais cedo para as creches e a ajuda da
avó ou das avós é episódica. Nas classes populares, encontra-
mos cada vez mais famílias constituídas de mãe trabalhadora,
pai ausente ou desconhecido e fi lhos que contam com a ajuda
fundamental, constante e contínua da avó materna.” Há estu-
dos recentes, de 2010, desenvolvidos pelo Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (IPEA) que registra um número maior de
idosos (avós) auxiliando fi nanceiramente fi lhos e netos do que
desses ajudando os familiares mais velhos. É um dos sinais da
importância da expressão social e econômica dos novos ve-
lhos brasileiros – expressão aliás, que vem a ser título de livro
a ser lançado pela Editora Record: Os Novos Velhos. E é bom
não esquecer que daqui a uma geração, em 2050, pelo que
prevê a Organização das Nações Unidas ( ONU) haverá mais
brasileiros acima dos 80 anos do que na faixa de 20 a 24 anos.
E seremos o sexto país mais velho do mundo.
Pela primeira vez, o Brasil experimenta os benefícios de
um fenômeno até então típico das nações desenvolvi-
das: o bônus demográfico. É assim que são chamados
os ganhos resultantes de um período em que a po-
pulação em idade produtiva se torna bem maior do que o total
de dependentes – crianças e idosos aposentados. E significa, na
prática, uma grande oportunidade para o País dar um salto no
seu desenvolvimento. Para o investidor, o contexto de reservas
em caixa e juros em queda sinaliza a hora de buscar novas apli-
cações, capazes de tirar proveito das perspectivas otimistas do
bônus demográfico e oferecer taxas melhores do que os ativos
financeiros tradicionais. No SulAmérica Summit 2011, realizado
em São Paulo, cujo tema foi “Uma visão de longo prazo: o Bra-
sil nos próximos dez anos”, especialistas discutiram como vão
A pirâmide etária brasileira promete alta produtividade e um salto no crescimento interno do País. Especialistas analisam as melhores opções de investimentos para conseguir taxas acima da média, a longo prazo
POR VERôNIcA cOUtO
se comportar os mercados durante essa onda de prosperidade
e quais serão as melhores alternativas de investimento para os
próximos 20 anos. Segundo o vice-presidente da SulAmérica In-
vestimentos, Marcelo Mello, o bônus ou dividendo demográfico
se caracteriza por baixas taxas de natalidade e de mortalidade,
população predominantemente urbana e um excesso de renda
disponível em relação aos gastos com as necessidades básicas.
Ou seja, sobra dinheiro no orçamento doméstico. Se os mais jo-
vens são propensos a gastar, o executivo observa que as pessoas
em idade produtiva, agora majoritárias, têm maior inclinação a
poupar. “As sociedades com grande percentual de pessoas em
idade produtiva aumentam a velocidade do crescimento econô-
mico”, diz. Entre 2005 e 2015, 70% do crescimento da população
latino-americana vai ocorrer no intervalo de 20 a 70 anos.
BÔNUS DEMOGRÁFICO: Como aproveitar os bons ventos
52_Outubro 2011
Conta Corrente
O que acontece em um cenário de bônus demográ-
fico, explica Mello, “é que a economia passa por um
processo de acumulação de capital, em nível indivi-
dual e agregado; cresce a arrecadação fiscal do go-
verno, que pode, assim, proporcionar maiores investi-
mentos em infraestrutura; e caem as necessidades de
gastos públicos com saúde e educação, devido à faixa
etária da maioria da população”. Nos Estados Unidos e
na Europa, essa distribuição privilegiada da pirâmide
etária ocorreu durante os anos das décadas de 60 e
70. Deve chegar aos países emergentes na próxima
década e começou no Brasil no ano 2000, devendo
se estender até 2020. Por outro lado, de acordo com
Mello, os portfólios de ações são apenas 11% do total
de ativos administrados no Brasil, em comparação a 44%
nos Estados Unidos e mesmo a 82% na Alemanha. Além dis-
so, o valor de mercado dos ativos representam 73% do PIB
do País, menos do que os 80% na Colômbia, ou dos 163% no
Chile, ou, ainda, dos 113% nos Estados Unidos. O que sugere,
em síntese, que há bastante potencial para desenvolver a
indústria brasileira de fundos de investimentos, atualmente
formada por cerca de 7 mil fundos, ou US$ 972 bilhões.
Mapa das oportunidadesPara identificar as áreas com melhores potenciais e elabo-
rar as estratégias para oferecer novas opções de rentabili-
dade, a SulAmérica Investimentos criou a Superintendên-
cia de Longo Prazo (veja o quadro).
53 _Outubro 2011
SHU
TTER
STO
CK
“Para conseguir aferir lucros ou taxas mais satisfatórias de
retorno, os investidores vão precisar buscar teses mais ela-
boradas para suas aplicações”, alerta o titular responsável
pela nova área, Fernando Tendolini. “Os grandes clientes,
como os fundos de pensão e os investidores institucionais
– que têm compromissos futuros com metas atuariais, ou
seja, com uma rentabilidade mínima, como no caso dos
planos de previdência –, estarão cada vez mais atentos a
formas diferenciadas de buscar retorno.”
A Superintendência de Longo Prazo, entre outras mis-
sões, vai estruturar fundos baseados em investimentos
com ciclos mais longos e, claro, capazes de oferecer re-
tornos mais altos. Algumas áreas de negócios, nesse senti-
do, destacam-se. Na opinião de Tendolini, o fenômeno de
amadurecimento da população aumenta o contingente no
mercado de trabalho, a geração de renda e os gastos com
educação, planos de saúde e imóveis (construção civil).
Segmentos que se juntam a projetos de infraestrutura, que
também serão necessários para dar conta do movimento de
expansão econômica.
• Queda na taxa de natalidade• Queda na base da pirâmide etária
• Crescimento desproporcional da força de trabalho• Excesso de renda gerado em relação às necessidades básicas
80-84
70-74
60-64
50-54
40-44
30-34
20-24
10-14
0-4
2025
8.6 6.5 4.3 2.2 0.0 2.2 4.3 6.5 8.6
80-84
70-74
60-64
50-54
40-44
30-34
20-24
10-14
0-4
2000
8.6 6.5 4.3 2.2 0.0 2.2 4.3 6.5 8.6
Geração com alta taxa de natalidade
atinge a idadede 15 anos
• Largamente rural• Alta taxa de natalidade• Alta taxa de mortalidade
• Predominantemente urbana• Baixa taxa de natalidade• Baixa taxa de mortalidade
Fem.
Masc.
Fem.
Masc.
Bônus Demográfico
“Estamos estudando o mercado interno, a sociedade brasileira e os seus vetores de crescimento”
Fernando Tendolini
54_Outubro 2011
Conta Corrente
“A pergunta a ser feita é quais setores específicos
vão sentir os impactos desse incremento”, analisa o
executivo. “Por exemplo, nos aeroportos, a parte co-
mercial e os ramais logísticos podem crescer muito e
ser melhor explorados.” De modo a obter essas respos-
tas, ele conta com uma equipe dedicada a se debruçar
sobre o desenvolvimento de estratégias de longo pra-
zo. “Estamos estudando o mercado interno, a socieda-
de brasileira e os seus vetores de crescimento.”
O crescimento dos planos de saúde suplementar, por
exemplo, estaria diretamente associado à expansão do
emprego formal – não só porque a pessoa passa a ter
mais condições de adquirir o serviço, mas porque a
grande maioria das médias e grandes empresas ofe-
rece o benefício a seus funcionários. “E há bastante
espaço para novos negócios”, assinala Mello. Atual-
mente, apenas 22% da população têm plano privado
de saúde, um índice baixo em comparação a outros
mercados internacionais – 59,9% no México e 84,7%
nos Estados Unidos.
Os adultos jovens, na faixa dos 20 aos 30 anos,
também mudam mais de casa, notícia que aquece a
construção civil. Além dos efeitos da renda maior, esse
mercado experimenta os ganhos do crédito facilitado.
Mesmo assim, no Brasil, as pessoas trocam de casa em
média três vezes durante a vida, total que, nos Estados
Unidos, chega a 11,7 vezes. Com base em dados do
IBGE, da Fundação Getúlio Vargas e do JP Morgan, o
vice-presidente da SulAmérica Investimentos apontou
uma demanda de 1,5 milhão de unidades de imóveis
por ano, equivalentes a cerca de R$ 185 bilhões, com
lançamentos crescendo a um ritmo de 18% ao ano.
Mas as incorporadoras listadas em bolsa atuam apenas
nas cidades com mais de 200 mil habitantes, onde a
procura é estimada em R$ 81,7 bilhões/ano – ou seja,
só 57% do mercado potencial.
55 _Outubro 2011
SHU
TTER
STO
CK
Podemos entender, então, que as famílias vão mudar
mais. E impactar, assim, não só a indústria da cons-
trução civil propriamente, mas toda a cadeia do setor:
vendas de cimento, materiais de construção, etc.
Já com relação ao setor educacional, é significativo
que mais da metade dos pais brasileiros queiram que
os filhos tenham pelo menos a graduação, e mais
de 20%, que consigam também um doutorado. Os
dados são de pesquisa recente e foram apresentados
no Summit 2011. Tendolini, da Superintendência de
Longo Prazo, também observou a tendência às con-
solidações nessa área, que já vem de algum tempo e
deve continuar. É uma indústria aquecida, com fu-
sões, aquisições frequentes e altas taxas de cresci-
mento. Para se ter ideia do quanto ainda se poderia
avançar neste setor, estudos feitos pelos técnicos da
SulAmérica, com base em diferentes fontes, revelam
que a educação representa 7% da renda familiar bra-
sileira; em comparação a 17% na Coreia. Da mesma
forma, a maior parcela (ou 77%) dos universitários
entre 18 e 35 está na classe A; e apenas 9% são da
classe C. Somando todas as classes, teríamos um mer-
cado potencial de 47 milhões de estudantes – mais de
quatro vezes o atual, de 10 milhões –, se o País con-
seguir prover o financiamento dessa demanda. Nessa
área, o número de vagas criadas pelas universidades
públicas anualmente tem sido bem inferior ao total
das particulares. A tendência, de acordo com os ana-
listas da SulAmérica dedicados aos cenários futuros,
é que o governo atue com financiamentos de longo
prazo na educação superior, disponibilizando ao jo-
vem universitário maior renda mensal. Todas essas
áreas, contudo, e toda a perspectiva de crescimento
resultante do cenário favorável esbarram em garga-
los de infraestrutura. Há grandes expectativas de in-
vestimentos nesse campo.
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011(p)
2012(p)
2013(p)
2014(p)
2015(p)
1,7%1,7%1,7%1,9%
2,2%2,5%
3,0%
3,5%
3,9%4,2% 4,3% 4,3%
4,1%4,3%
4,5% 4,5%4,8%
4,9% 5,0%
Crescimento do PIB Potencial
*(p) previsão
56_Outubro 2011
Conta Corrente
Governança sólida, para ganhar a longo prazoO SulAmérica Expertise Fundo de Investimentos em Ações é o primeiro pro-duto da Superintendência de Longo Prazo da SulAmérica Investimentos, uni-dade especializada em gestão de recursos de terceiros, do grupo SulAmérica. A ideia desse fundo se baseia em dois grandes pilares: a diversifi cação em relação aos tradicionais fundos de investimentos; e uma postura ativa do pon-to de vista da governança corporativa, explica o superintendente de Longo Prazo, Fernando Tendolini. “A proposta é que sejamos investidores com parti-cipação nos Conselhos de Administração e Fiscal das corporações, engajados em melhorar a percepção de valor das empresas no mercado, por meio dos instrumentos de governança.”Governança é palavra-chave nessa operação, que trabalha com empresas com alto potencial de crescimento e grande rentabilidade a longo prazo. Tendolini assumiu o novo posto, tendo atuado nos últimos dez anos como gestor de Renda Variável, principalmente em fundos reconhecidos por promo-verem avanços na governança corporativa das empresas em que aportaram recursos. “O que sustenta essa ideia é que o cenário de médio e longo prazo aponta para juros reais descendentes e para variáveis macroeconômicas, que são dadas com grande perspectiva de crescimento para diferentes setores”, afi rma o executivo. “Estamos apostando no dinamismo do Brasil.” Por en-quanto, a superintendência vai atuar concentrada no mercado de ações. No futuro, podem ser incluídas operações com créditos de longo prazo, private equity, etc. Com a nova área, a SulAmérica Investimentos passa a ter, no segmento de Renda Variável, duas equipes dedicadas a este tipo de ativo e oito analistas. A asset tem sob sua gestão R$ 20,2 bilhões, um crescimento de 25,2% em comparação a um desempenho geral da indústria de 19,7%.
No ranking de competitividade 2010/2011 do Fórum
Econômico Mundial, o Brasil aparece em 62º lugar,
com baixo risco político e mercado de capitais bem
desenvolvidos. Mas, em termos de qualidade das es-
tradas, vai à 105ª posição; e à 123ª quando o assunto
são os portos. O custo local para movimento de um
contêiner chega a US$ 1,440 mil, fortemente baseado
no transporte rodoviário (61%); enquanto, na China,
onde apenas 12% do transporte é feito por estradas, o
valor é de US$ 545.
É importante mudar a forma de transportar carga
no Brasil, alertam os analistas. Essa transformação
envolve capital intensivo e aspectos regulatórios,
para aumentar o uso de outros modais.
A vitalidade econômica desses segmentos já é no-
tável. No Summit 2011, o diretor de Investimentos
da SulAmérica, Marcelo Saddi, ressaltou que 84%
dos IPOs realizados a partir de 2004 estão associa-
dos a setores benefi ciados pelo bônus demográfi co.
Essas áreas, contudo, ainda não estão representadas
no comportamento dos indicadores da bolsa de va-
lores, que não refl etem sua força para a composição
do PIB brasileiro. Na verdade, os índices de mercado
continuam lastreados principalmente nos segmentos
exportadores, que variam principalmente conforme
as circunstâncias internacionais. Mesmo assim, es-
pera-se uma nova rodada de grandes investimentos
diretos, sem falar nas aplicações já em curso para a
exploração do petróleo em águas muito profundas –
a camada pré-sal. A estimativa é que se alcance, em
2015, uma taxa média de investimento e poupança de
21,9% sobre o PIB – para uma previsão de 19,3% em
2011. Desse índice, a parcela de poupança externa se-
ria da ordem de 3,5% contra 2,8%, no cenário calcu-
lado para este ano. Em resumo, superadas as barreiras
de infraestrutura, formação educacional e profi ssio-
nal e de ajustes regulatórios, novos setores da econo-
mia prometem gerar novos patamares de ganho para
investidores que souberem, a tempo, identifi car neles
as melhores oportunidades. O bônus demográfi co é
uma realidade para o Brasil e está só começando.
Para mais informações, acesse:www.sulamericainvestimentos.com.br
57 _Outubro 2011
DIV
ULG
AÇÃO
POR SERGIO ZOBARAN FOTOS DIVULGAÇÃO
LAR DOcE ESCRITÓRIO
Boa iluminação, conforto e muita disciplina: as dicas de renomados arquitetos para trabalhar em casa ou em um escritório de pequeno porte
Casa e Arquitetura
O escritório da arquiteta Adriana Da Riva, tem janelões que dão para o jardim
de bambus - ela foi para lá quando a equipe precisou crescer, há nove anos
E conomia de tempo e dinheiro, além da tranquilidade de se ter realmente tudo à mão – dos ele-
mentos básicos de um escritório tradicional às refeições e até aos fi lhos –, fazem da casa um dos
melhores espaços do mundo para exercer uma atividade profi ssional em tempos globalizados e
altamente tecnológicos. Afi nal, se hoje é possível trabalhar de qualquer lugar para qualquer lugar
via computador, a opção pelo home offi ce pode se mostrar efi ciente e até sustentável, evitando deslocamentos
e gastos de energia altamente desnecessários. Mas é importante seguir algumas regras e se impor muita dis-
ciplina para manter uma rotina produtiva e que não nos transforme em workaholics convictos – ou trabalha-
dores dispersos. Dos horários previamente estipulados à busca permanente pela concentração, tudo deve ser
pensado para se obter o melhor rendimento e conquistar esta liberdade tão desejada de atuar individualmente,
sem sofrimento e com muito orgulho e prazer, itens fundamentais para se obter o melhor resultado na hora
das tarefas que trazem o pão nosso de cada dia.
A revista ON Line foi buscar opiniões de alguns dos melhores profi ssionais do mercado para nos ajudar a
montar um canto de trabalho para chamar de seu e ouviu os arquitetos paulistanos Fernanda Marques, Guto
Requena e Adriana Da Riva, que fazem sucesso em sua profi ssão aqui e fora do Brasil com seus projetos. Eles
nos deram seus depoimentos pessoais, além de dicas precisas e preciosas para a montagem de um escritório
em casa. Afi nal, se hoje optaram por trabalhar em grandes escritórios que carregam suas grifes e competên-
cias comprovadas, foi em casa que tudo começou.
Fernanda Marques mantém em casa uma bancada de trabalho voltada para o verde
60_Outubro 2011
Casa e Arquitetura
Vivendo a mesma paixão pela arquitetura, cada um
com seu estilo, Fernanda, Adriana e Guto concordam
que a organização é a base de tudo – mas reforçam
que o fato de estar cercado daquilo de que se precisa
e gosta é o mais importante na hora da montagem
adequada deste ambiente.
E qual é o maior segredo para se trabalhar num home
office ou em um pequeno escritório? Segundo Adriana
Da Riva, que antes de se mudar para uma casa nos
Jardins, que abriga sua equipe, chegou a abrir todas
as paredes de seu apartamento para transformá-lo em
um escritório integrado, “é, antes de tudo, ser muito
rigoroso com horários e ser organizado”. E, ainda, “ter
um espaço flexível e reconfigurável”, como comple-
menta Guto Requena, que acaba de montar seu novo
escritório na rua Oscar Freire por absoluta necessidade
de crescer. Para ambos, existem vantagens e desvan-
tagens no home office. “A principal vantagem é não
perder tempo com deslocamentos. E a grande desvan-
tagem é ter sempre que organizar a vida privada para
ela não ser invadida”, afirma Guto. Adriana assume
que tomou essa atitude por desejo materno: “Optei por
trabalhar em casa, pois ficaria mais próxima de minha
filha pequena. Mas, ao mesmo tempo, era difícil que
ela entendesse que eu estava trabalhando quando ela
queria brincar”. Enquanto Guto sugere como dica de
decoração do escritório caseiro ou mesmo do escri-
tório de pequenas dimensões estar cercado de objetos
com memória afetiva, lembranças da família ou da in-
fância, Adriana lembra que a situação ideal, na sua
opinião, é estar o mais possível em contato com a na-
tureza, o que sempre ajuda no desenrolar de um bom
trabalho. Atuando agora num espaço único com seus
demais arquitetos, ela garante saber o que está acon-
O jovem arquiteto Guto Requena levou
de casa a informa-lidade e a diversão
para o novo local de trabalho, onde atua de forma integrada
com seus sócios e parceiros
61 _Outubro 2011
tecendo a todo momento (como foi em casa um dia),
enquanto Guto – também cercado por seus pares –
afirma que é indispensável manter um clima informal
e divertido. E por que não da mesma forma quando se
está só? Fernanda Marques, à frente de sua empresa
que ocupa três andares de um edifício comercial, em
função do crescimento de seu escritório, alerta que em
casa o ideal é escolher um local que seja bem ventila-
do e iluminado, já que muitas horas serão despendidas
neste ambiente. E dá dicas práticas: a altura da mesa
deve ficar entre 72 e 75 cm, no máximo, e a cadeira
deve ter regulagem de altura e inclinação de encosto –
uma garantia para um dia de trabalho mais produtivo.
Além disso, para ter a mobilidade necessária no dia a
dia, o ideal é o uso de uma cadeira de rodinhas. “Isso
permite alcançar o telefone ou um objeto que se faça
necessário”, explica. “Aliás, um telefone sem fio é a
solução. A base pode ficar próxima à previsão do seu
ponto fixo, sem necessidade de mudanças drásticas na
fiação, e o receptor próximo ao usuário”, completa a
arquiteta. E o computador? “Deve ficar do lado onde
a incidência de luz não seja direta na tela, nem contra
um plano que emita luz diretamente no rosto do usu-
ário. Em outras palavras, é o mesmo raciocínio usado
para definirmos a localização de um televisor.”
Fernanda ressalta que, para conseguirmos manter
nosso ambiente de trabalho o mais em ordem possível,
gaveteiros móveis são uma boa dica, pois permitem
que tenhamos nossos objetos de uso mais constante
sempre à mão, como pastas elásticas para documentos
e caixas para miudezas (“e uma boa dose de discipli-
na”). Uma recomendação importante da arquiteta é ter
uma iluminação difusa, porque os focos de luz tendem
a interferir negativamente: “Lâmpadas fluorescentes
Adriana preza a boa iluminação na casa térrea, tanto a natural quanto a artificial
62_Outubro 2011
Guto Requena
Adriana Da Riva
No mezanino de Adriana está a sala de reuniões compartilhada pela equipe da redação que edita a revista Bamboo, de
arquitetura, decoração, design e paisagismo
Casa e Arquitetura
63 _Outubro 2011
são ideais para atingir este resultado, além de emi-
tir pouco calor”. Apreciadora das artes, como Guto e
Adriana, Fernanda entende que obras de arte e objetos
pessoais são bem-vindos, “pois é importante reconhe-
cermos no espaço de trabalho a nossa personalidade”.
E encerra: “Para aqueles que têm a necessidade de re-
ceber clientes, o home offi ce não deverá se localizar na
área íntima da casa”. Portanto, quanto mais próximo
seu escritório estiver da porta de entrada da casa ou
apartamento, melhor.
Conheça mais os arquitetos e seus estilosEm 1995, Fernanda Marques abriu seu próprio escri-
tório para atender aos ramos residencial e imobiliário
depois de se graduar na USP em arquitetura e urba-
nismo, em 1988. O local de trabalho da arquiteta é
localizado num dos três andares que ocupa em pré-
dio emblemático do Itaim Bibi. Lá a integração entre
os arquitetos e demais funcionários se dá através da
transparência que as divisórias de vidro oferecem: to-
dos se veem, mas ainda assim mantêm a privacidade e
a concentração necessárias na hora do trabalho.
Seu estilo é marcado pela contemporaneidade e o
minimalismo. A quase engenheira Adriana Da Riva
cursou arquitetura no Mackenzie e trabalhou com um
arquiteto especialista em construções de madeira, par-
ceria que durou sete anos. Ao fi nal desta fase, decidiu
abrir seu próprio escritório, há nove anos – inicial-
mente em casa, num apartamento transformado em
loft. Hoje, cercada de bambus numa casa dos Jardins,
projeta os espaços de grandes grifes da moda nacio-
nal e internacional. Formado em arquitetura na USP,
Guto Requena defendeu o mestrado Habitar Híbrido:
Interatividade e Experiência na Era da Cibercultura,
e, em 2008, abriu em casa seu Estúdio Guto Requena,
projeto de baixo custo e apenas 80 m², apresentado
como um desdobramento de sua pesquisa. Este ano
foi obrigado a sair ‘da toca’ porque, junto com o escri-
tório Athié Wohnrath, está desenvolvendo o projeto-
conceito para a nova sede da Google em São Paulo,
um trabalho de porte que exige maior estrutura.
Optou por abrir seu negócio? Além dos cuidados com a estrutura do local de trabalho, é importante preocupar-se com a proteção do imóvel para evitar desgastes fi nanceiros no futuro e não comprometer seu negócio. A SulAmérica Seguros e Previdência investiu na segmentação de seus produtos ao desenvolver uma linha de seguros voltada especialmente para determinados setores. A solução é destinada aos segmentos de bares e restaurantes, hotéis e pousadas, shopping centers e padarias, oferecendo melhores condições e serviços para os corretores de seguros e clientes por meio de descontos e coberturas exclusivas para cada nicho de mercado. Com a segmentação do produto Empresarial, o corretor de seguros pode potencializar suas vendas oferecendo condições específi -cas para determinadas atividades, com coberturas que realmente inte-ressam ao negócio e tranquilizam o empresário.
Proteção para sua empresaO seguro para hotéis e pousadas, bares e restaurantes, shopping centers e padarias
Fernanda Marques
Brasil S/A
Leonel Andrade, presidente da Credicard
PARCERIAS PARA CHEGAR MAIS LONGEO presidente da Credicard, Leonel Andrade, quer ter alianças com players de grande representatividade em cada segmento de mercado
POR VERôNIcA cOUtO FOTOS NELSON AGUILAR
65 _Outubro 2011
O setor brasileiro de cartão de crédito deve crescer
de 17% a 18% este ano, segundo estimativas de mer-
cado citadas pelo presidente da Credicard no Brasil,
Leonel Andrade. Parece muito. Mas a empresa proje-
ta uma taxa ainda maior para seu próprio resultado,
que, segundo ele, deve chegar a 19%. Ou seja, obter
um faturamento de R$ 31 bilhões em 2011. “Você
conhece alguém que não tenha cartão de crédito?”,
pergunta o executivo. “É um mercado de altíssimo
crescimento. Há mais de 15 anos, supera os 10%
ao ano, mesmo durante a crise global, entre 2008 e
2009. A pessoa sem cartão se sente discriminada. Ele
virou, de fato, um substituto do dinheiro.”
A sala de trabalho do executivo fica no 17º andar
de um prédio na Água Branca, de onde se pode ver,
no inverno, um espetacular pôr do sol. Andrade,
baiano de Salvador, trabalha há nada menos do que
18 anos com cartões, os últimos cinco no grupo
Citibank – ali, há cerca de três anos, assumiu a pre-
sidência da Credicard. Desde o início da carreira,
esteve nove anos no antigo Banco Nacional (três
deles com o Cartão Nacional), outros três na Visa,
quase oito na Losango, em que também foi presi-
dente e de onde saiu para a financeira do grupo
Citibank, a atual Credicard Financiamentos.
Na opinião dele, o segmento de cartão de crédito
avançou de tal forma que o produto pode ser com-
parado hoje ao aparelho de telefone celular. Todos
têm um, às vezes vários cartões. “Não dá para par-
ticipar fortemente do mercado no Brasil sem pensar
na classe C.” Embora, destaca o executivo, a Credi-
card esteja presente em todas as faixas sociais. “Dos
nossos 7 milhões de clientes, a grande maioria vem
da classe C. Somos muito a cara do Brasil. E, além
da marca Credicard, temos a marca Citibank e a
Diners Club, de posicionamento para consumidores
de maior renda.”
Para avançar nessa demanda tão aquecida, as
alianças estratégicas são prioridade para a Credi-
card, afirma Andrade. Na definição das alianças, “a
proposta é, em cada segmento, ter um grande par-
ceiro, com alta representatividade”.
66_Outubro 2011
Brasil S/A
“Dos nossos 7 milhões de clientes, a grande
maioria vem da classe C. Somos muito a
cara do Brasil”
A empresa já tem alianças com representantes dos setores de aviação, ter-
ceiro setor, entretenimento e varejo. “Faltava o setor de seguros, agora coberto
com o acordo feito com a SulAmérica (veja o box)”, comenta. “Neste caso,
temos serviços muito complementares e públicos-alvo parecidos, além de es-
tarmos em dois segmentos que têm as maiores taxas de crescimento no Brasil,
em termos de mercado financeiro”, diz o presidente da empresa de cartões. A
Credicard é a empresa mais tradicional desse mercado e a mais antiga, fundada
em 1970. Era controlada, então, pelo Citibank, Itaú e Unibanco, numa operação
que conciliou interesses e competências complementares. “O Citibank já era o
maior banco em cartão de crédito no mundo; queria ter um negócio no Brasil,
mas não tinha canal de distribuição”, conta Andrade. “Os bancos brasileiros,
por sua vez, também queriam explorar o segmento de cartão de crédito, tinham
a distribuição, mas não a experiência. Abriram, então, a Credicard, com um
terço para cada sócio.” O que se seguiu é que a marca se tornou top of mind.
Em 2002, o Unibanco decidiu sair e os sócios restantes dividiram 50% a 50%
o capital. E, em 2006, fizeram um split (separação de ações) da companhia,
dividida ao meio. O Citibank manteve a marca Credicard, e os clientes foram
distribuídos entre as duas instituições. O acordo previu, ainda, o uso da marca
pelo Itaú até dois anos atrás. Hoje, ela é 100% Citibank. “Somos o quarto do
mercado”, afirma Andrade.
67 _Outubro 2011
68_Outubro 2011
Brasil S/A
“A proposta é, em cada segmento, ter um grande
parceiro. Faltava o setor de seguros”
A empresa e os famososPela sala do executivo, fica clara a estratégia da empresa
em associar sua marca a pessoas notórias de diversos seg-
mentos. Pôsteres e objetos dos ícones e parceiros da empre-
sa, como a foto de Roberto Carlos, com quem a Credicard
lançou o cartão Credicard Emoções; o capacete de Ayrton
Senna, referência ao trabalho conjunto com o Instituto;
e a garota-propaganda da marca, Grazi Massafera, estão
espalhados pelo local de trabalho de Andrade. A empresa
também patrocina o Bel, do grupo baiano Chiclete com Ba-
nana. Nomes que, de acordo com o presidente da empresa,
são representativos dos diferentes segmentos do conjunto
do público brasileiro.
Mais recentemente, a Credicard fechou contrato com Fe-
lipe Neto, o vlogueiro (um blogueiro de vídeo) preferido dos
jovens, que o acompanham no Youtube. “É o vlog mais as-
sistido na internet pelos universitários”, diz Andrade. Para
lançar o cartão Meu Credicard, ele explica que a empresa
teve de se dirigir ao público universitário. “E, para isso,
precisou falar a língua em que esse jovem está.” A estraté-
gia da Credicard foi desenvolver uma campanha muito for-
te de mídia on-line. Celebridade da web, Felipe Neto postou
um vídeo em seu canal no Youtube, o “Não faz sentido”.
“Conseguiu mais de 1 milhão de visualizações em poucos
dias e levou as pessoas que gostaríamos de atingir para a
fan page do Meu Credicard no Facebook”, conta.
Para a Credicard, diz Andrade, “foi muito importante
aproveitar a audiência que o Felipe Neto tem entre os jo-
vens e utilizar a mídia on-line como veiculação prioritária
para lançar um produto diferenciado para esse grupo”. E
‘essa galera’ não é um público-alvo desprezível. Segundo
o Target Group Index, estudo do Ibope Mídia, na chamada
geração Y (de 20 a 29 anos), 69% havia feito alguma com-
pra pessoal no mês anterior à pesquisa, e a maioria enxerga
o cartão de crédito como um “facilitador” para adquirir
bens. Essa geração também foi a que apresentou, na pes-
quisa, o maior número de brasileiros dispostos a comprar
casa no prazo de um ano. E 75% querem atingir o topo
mais alto de suas carreiras.
De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de
Cartões de Crédito e Serviços, o mercado de cartões conti-
nua aquecido, apesar de medidas de contenção do governo,
como o aumento da taxa de juros. No primeiro trimestre, o
faturamento em cartões de crédito no Brasil cresceu 23%
em relação ao mesmo período de 2010, o equivalente a uma
receita da ordem de R$ 83,7 bilhões. Levando em conta
cartões de crédito, débito e de lojas, o ticket médio (valor
médio das transações) aumentou 17% em relação ao mes-
mo período do ano de 2010.
A Credicard espera conquistar 200 mil novos clientes em três anos, dos quais 20 mil ao longo deste segundo semestre, como resultado direto da parceria fechada com a SulAmérica Seguros e Previdência para lançamento de um cartão de crédito co-branded, o SulAmérica Credicard Auto. A partir deste ano, o cartão está disponível para 1,5 milhão de clientes do seguro de automóveis da SulAmérica. Para o presidente da Credicard, Leonel Andrade, a empresa e a SulAmérica têm pontos em comum, como serem grandes players em seus seg-mentos e não trabalharem com canais próprios de distribuição física. “Operamos via internet, mala direta, telemarketing e parceiros, que asseguram ampla capilaridade aos produtos”, explica. Do ponto de vista do cliente, ele acredita que a combinação de benefícios, ao tra-zer vantagens e comodidade, vá representar um forte instrumento de fi delização para as duas parceiras. “Para nós, a aliança permite chegar a um canal de vendas único e importante, que são os 30 mil corretores de seguros que trabalham com a SulAmérica. Com esse acordo, tenho acesso à base integral dos clientes de seguro para automóvel e todo um novo canal de distribuição.” Por outro lado, a Credicard poderá
dar à SulAmérica, na opinião dele, um diferencial competitivo e maior rentabilidade. “Todos vão ter algum benefício”, afi rma o executivo. “Os corretores aumentam a possibilidade de rentabilizar o negócio ao agregar valor ao seu produto prioritário, que é o seguro.” Para eles, há uma estrutura de comunicações, treinamentos, promoções e incen-tivo, além de programas de capacitação por e-learning (ensino pela internet) e presenciais, oferecidos com a coordenação da SulAmérica. São vários os ganhos para os clientes das duas empresas promovidos pelo co-branding. Todos os portadores do cartão de crédito têm 25% de desconto em shows no Credicard Hall e no Citibank Hall, além de direito à compra de ingressos em pré-venda para todos os espetáculos de Roberto Carlos ou realizados pela Time for Fun (a mesma que trouxe o U2 ao Brasil), com quem a Credicard tem contrato. Junto à SulAméri-ca, poderão parcelar o seguro com prazo maior em vez de quatro vezes sem juros, em uma entrada mais seis parcelas sem juros. E, toda vez que usar o cartão, o cliente acumula pontos que poderão ser trocados por descontos na compra de autopeças, serviços mecânicos e até na compra dos veículos.
69 _Outubro 2011
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70_Outubro 2011
71 _Outubro 2011
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