UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJA CENTRO DE EDUCAO SUPERIOR II
LARA RIBEIRO DO NASCIMENTO
PEP: COLEO MULTIWEAR INFANTIL
PARA O MERCADO DE LUXO
BALNERIO CAMBORI
2008
2
LARA RIBEIRO DO NASCIMENTO
PEP: COLEO MULTIWEAR INFANTIL
PARA O MERCADO DE LUXO
Trabalho de concluso de curso
apresentado ao curso de Design de
Moda da Universidade do Vale do Itaja
para obteno do Ttulo de Bacharel em
Design de Moda, sob orientao da
Prof. Bianka Capucci Frisoni.
BALNERIO CAMBORI
2008
3
Trabalho de concluso do Curso de Design de Moda da Universidade do Vale do
Itaja, apresentado e aprovado em Banca Avaliadora composta pelos seguintes
membros:
__________________________________
Prof. Bianka Capucci Frisoni
Professor Orientador
_________________________________
Prof. Marco Aurlio Petrelli
Professo Convidado
__________________________________
Prof. Olinda
Professor Convidado
___________________________________
Sara Pinnow, Esp.
Designer de Moda
BALNERIO CAMBORI
DEZEMBRO DE 2008
4
Ao meu pai, minha fonte de
sabedoria; minha me,
minha criatividade e fora; e
minha irm, minha maior
inspirao.
5
AGRADECIMENTOS Agradeo primeiramente a meus pais e minha irm, que acompanharam o
processo de perto e fizeram com que ele se tornasse mais leve e suportvel o que
me fez ir at o fim; minha orientadora Bianka Capucci Frisoni, pessoa
inspiradora; a MCA Txtil, pela oportunidade de estgio que me fez tanto crescer
e amadurecer profissionalmente, o que contribuiu diretamente para o projeto;
Bruna Starling, pelo apoio e pelas idias inovadoras; Manuela Ramos, amiga
eterna e companheira, responsvel pelas palavras de conforto e entusiasmo.
6
RESUMO O presente relatrio descreve o desenvolvimento de uma coleo infantil
feminina de vesturio para multi-wear, inspirada nas obras do artista Romero
Britto. O projeto apresentado desde a pesquisa da oportunidade at o seu
desenvolvimento tcnico, ressaltando suas caractersticas inovadoras e
adequaes ao pblico e prpria proposta no que diz respeito ao conforto da
sua modelagem, bem como a esttica, aos processos de fabricao e aos
materiais utilizados.
Palavras-chave: Moda, Vesturio Infantil, Luxo.
7
ABSTRACT The present research describes the development of a girl kids fashion
collection inspired at Romero Brittos art. The project is presented since the
research of the opportunity until the technical development, emphasizing its new
characteristics and its adequacies to the target audience and the own proposal,
considering the comfort of the clothes, the aesthetics, the fabrication process and
the used materials.
Key words: Fashion, Kids, and Luxury.
8
LISTA DE FIGURAS Figura 1: Criana 1782 .............. 23
Figura 2: Crianas 1902.............. 24
Figura 3: Anos 10 e 20 ....................................................................................... 26
Figura 4: Vestido Infantil 1930 ........................................................................... 26
Figura 5: Camisola Infantil 1930 ........................................................................ 26
Figura 6: Anos 50 ............................................................................................... 27
Figura 7: Dcada de 50 ...................................................................................... 27
Figura 8: Natal de 1987 ...................................................................................... 29
Figura 9: Aniversrio 1988 ................................................................................. 29
Figura 10: Boom das marcas/Estilo esportivo .................................................... 30
Figura 11: A cor preta no universo infantil ......................................................... 30
Figura 12: Scratch de Romero ........................................................................... 31
Figura 13: Miami Beach ..................................................................................... 32
Figura 14: Disney ............................................................................................... 33
Figura 15: Escultura e Romero .......................................................................... 34
Figura 16: Poder de compra .............................................................................. 35
Figura 17: Influncia nos pais ............................................................................ 36
Figura 18: Dior Girl ............................................................................................. 36
Figura 19: Vestidos ............................................................................................. 38
Figura 20: Luxo infantil ........................................................................................ 39
Figura 21: New Look Dior ................................................................................... 40
Figura 22: Marca Guess ............. 41
Figura 23: Pais e filhos .... 42
Figura 24: Puket ................................................................................................. 44
Figura 25: Pijama Jog ...................................................................................... 45
Figura 26: Camisola Jog .................................................................................. 45
Figura 27: Camisola Jog bord ........................................................................ 45
Figura 28: Shorts pijama Jog ............................................................................ 45
Figura 29: Street ................................................................................................. 46
Figura 30: Sobreposio ................................................................................... 47
Figura 31: Misturinha ......................................................................................... 47
9
Figura 32: Branco ............................................................................................... 48
Figura 33: Casaco branco .................................................................................. 48
Figura 34: Bota ................................................................................................... 48
Figura 35: Sono infantil ...................................................................................... 50
Figura 36: Painel semntico pblico-alvo .......................................................... 53
Figura 37: Ballet ................................................................................................. 54
Figura 38: Contato social ................................................................................... 54
Figura 39: Famlia .............................................................................................. 55
Figura 40: I-phone .............................................................................................. 55
Figura 41: Viagem internacional ........ 56
Figura 42: Inteligncia ........................................................................................ 56
Figura 43: Estilo ................................................................................................. 57
Figura 44: Relaxar .............................................................................................. 58
Figura 45: No parque ......................................................................................... 58
Figura 46: Cores gerao .................................................................................. 64
Figura 47: Formas gerao ................................................................................ 65
Figura 48: Tecidos ............................................................................................. 65
Figura 49: Temtica ........................................................................................... 66
Figura 50: Croqui 01 .......................................................................................... 67
Figura 51: Croqui 02 .......................................................................................... 68
Figura 52: Croqui 03 .......................................................................................... 69
Figura 53: Croqui 04 .......................................................................................... 70
Figura 54: Croqui 05 ........................................................................................... 71
Figura 55: Croqui 06 .......................................................................................... 72
Figura 56: Croqui 07 .......................................................................................... 73
Figura 57: Croqui 08 .......................................................................................... 74
Figura 58: Croqui 09 .......................................................................................... 75
Figura 59: Croqui 10 .......................................................................................... 76
Figura 60: Croqui 11 .......................................................................................... 77
Figura 61: Croqui 12 .......................................................................................... 78
Figura 62: Croqui 13 .......................................................................................... 79
Figura 63: Croqui 14 .......................................................................................... 80
Figura 64: Croqui 15 .......................................................................................... 81
10
Figura 65: Cartela de Cores ............................................................................... 83
Figura 66: Ficha tcnica 1/1 ............................................................................... 87
Figura 67: Ficha tcnica ................................................................................. 88
Figura 68: Ficha tcnica 1/3 ............................................................................... 89
Figura 69: Ficha tcnica ................................................................................. 90
Figura 70: Ficha tcnica 2/1 ............................................................................... 91
Figura 71: Ficha tcnica 2/2 ............................................................................... 92
Figura 72: Ficha tcnica 2/3 ............................................................................... 93
Figura 73: Ficha tcnica 3/1 ............................................................................... 94
Figura 74: Ficha tcnica 3/2 ............................................................................... 95
Figura 75: Ficha tcnica 3/3 .............................................................................. 96
Figura 76: Ficha tcnica 4/1 ............................................................................... 97
Figura 77: Ficha tcnica 4/2 ............................................................................... 98
Figura 78: Ficha tcnica 5/1 ............................................................................... 99
Figura 79: Ficha tcnica 5/2 .............................................................................. 100
Figura 80: Ficha tcnica 6/1 ............................................................................. 101
Figura 81: Ficha tcnica 6/2 ............................................................................. 102
Figura 82: Ficha tcnica 6/3 ............................................................................. 103
Figura 83: Prova modelo 1 ............................................................................... 106
Figura 84: Prova modelo 2 ................................................................................ 107
Figura 85: Prova modelo 3 ................................................................................ 107
Figura 86: Tag parte 1 ....................................................................................... 114
Figura 87: Tag parte 2 ....................................................................................... 114
Figura 88: Tag parte 3 ....................................................................................... 115
Figura 89: Tag parte 4 garantia ...................................................................... 115
Figura 90: Etiqueta tamanho 4 .......................................................................... 116
Figura 91: Etiqueta tamanho 6 .......................................................................... 116
Figura 92: Etiqueta tamanho 8 .......................................................................... 116
Figura 93: Etiqueta informacional ..................................................................... 116
Figura 94: Sacola .............................................................................................. 118
Figura 95: Embalagem de presente .................................................................. 118
Figura 96: Plano grfico dos 4 Ps ..................................................................... 120
Figura 97: Propaganda revista 1 ....................................................................... 124
11
Figura 98: Propaganda revista 2 ....................................................................... 125
Figura 99: Propaganda revista 3 ...................................................................... 126
Figura 100: Outdoor .......................................................................................... 127
Figura 101: Catlogo 01 ................................................................................... 127
Figura 102: Catlogo 02 ................................................................................... 127
Figura 103: Catlogo 03 ................................................................................... 128
Figura 104: Catlogo 04 ................................................................................... 128
Figura 105: Catlogo 05 ................................................................................... 128
Figura 106: Catlogo 06 ................................................................................... 129
Figura 107: Catlogo 07 ................................................................................... 129
Figura 108: Catlogo 08 ................................................................................... 129
Figura 109: Catlogo 09 ................................................................................... 130
Figura 110: Catlogo 10 ................................................................................... 130
Figura 111: Catlogo 11 ................................................................................... 130
Figura 112: Catlogo 12 ................................................................................... 131
Figura 113: Carta Press Kit .............................................................................. 131
Figura 114: Carto Press Kit ............................................................................ 132
12
SUMRIO
1. INTRODUO .................................................................................. 15
2. METODOLOGIA ................................................................................ 16
2.1 Metodologia de Pesquisa .................................................................. 16
2.1.1 Objetivo Geral ................................................................................... 16
2.1.2 Objetivos Especficos ........................................................................ 16
2.1.3 Problema ........................................................................................... 16
2.1.4 Justificativa ....................................................................................... 16
2.2 METODOLOGIA DE PROJETO ....................................................... 17
2.2.1 Mapa de Criao ............................................................................... 17
2.2.2 Ferramentas ...................................................................................... 20
2.2.3 Tcnicas de Criatividade ................................................................... 21
3. PESQUISA ........................................................................................ 23
3.1 PESQUISA BIBLIOGRFICA ........................................................... 23
3.1.1 Histria da Moda ............................................................................... 23
3.1.2 Temtica ........................................................................................... 31
3.2 PESQUISA DE MERCADO .............................................................. 34
3.2.1 Mercado Infantil ................................................................................ 34
3.2.2 Mercado de Luxo .............................................................................. 38
3.2.3 Concorrentes .................................................................................... 43
3.2.3.1 Puket ................................................................................................. 43
3.2.3.2 Jog .................................................................................................. 44
3.2.4 Tendncias ....................................................................................... 46
3.3 PESQUISA DE CAMPO ................................................................... 49
3.3.1 Psicologia Infantil .............................................................................. 49
3.4 SNTESE DAS PESQUISAS ............................................................ 51
3.5 PBLICO-ALVO ............................................................................... 53
3.6 AMBIENTES DE USO ...................................................................... 57
4. CONCEITUAO ............................................................................. 60
4.1 BRIEFING ......................................................................................... 60
4.2 COLEO ........................................................................................ 60
5. PRODUTO ........................................................................................ 61
13
5.1 CRIATIVIDADE ................................................................................. 61
5.1.2 Elementos do design ........................................................................ 61
5.1.3 Princpios do design .......................................................................... 62
5.1.4 Gerao de alternativas .................................................................... 63
5.1.4.1 Tecidos ............................................................................................. 82
5.1.4.2 Aviamentos ....................................................................................... 82
5.1.4.3 Cores ................................................................................................ 83
5.1.4.4 Texturas ............................................................................................ 84
6. EXPERIMENTAO ........................................................................ 84
6.1 REUNIO DE DEFINIO .............................................................. 84
6.2 PROCESSOS DE PRODUO ...................................................... 85
6.3 PROTTIPO .................................................................................. 106
6.4 REUNIO DE APROVAO ......................................................... 108
7. COMPOSTO MERCADOLGICO ................................................. 108
7.1 MARCA .......................................................................................... 108
7.1.1 Conscincia do nome da marca .................................................... 109
7.1.2 Lealdada marca .......................................................................... 110
7.1.3 Qualidade percebida ...................................................................... 110
7.1.4 Associaes da marca ................................................................... 111
7.1.4.1 Identidade da Marca ...................................................................... 111
7.2 ATRIBUTOS DO PRODUTO ........................................................ 113
7.2.1 Tag ................................................................................................... 113
7.2.2 Garantia ........................................................................................... 115
7.2.3 Etiquetas de Informao .................................................................. 116
7.2.4 Brindes ............................................................................................. 117
7.2.5 Embalagem ...................................................................................... 117
7.2.6 Customizao .................................................................................. 118
8. MARKETING .................................................................................... 119
9. CONSIDERAES FINAIS ............................................................. 133
14
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ................................................. 135
APNDICE ....................................................................................... 139
15
1. INTRODUO
Tudo comeou nas aulas de expresso tridimensional. A confeco de um
palhao atravs da tcnica de empilhamento de papel fez surgir um desejo e uma
habilidade de se trabalhar com esse universo alegre e criativo. O universo infantil.
O contraste de cores, as formas amplas, a simplicidade e complexidade
trabalhando juntas, compondo uma obra alegre e fascinante.
A moda infantil, por grande parte da histria, no sofreu significativas
transformaes. Era costume vestir as crianas de maneira semelhante aos pais,
como se fosse em miniatura. Jean-Jacques Rousseau, filsofo, foi o responsvel
pela mudana na vestimenta mirim, quando props ampliar as formas das roupas
a fim de liberar seus movimentos.
A partir desse momento histrico que as roupas infantis comeam a
tomar seu prprio rumo, um rumo diferenciado da moda adulta, com roupas mais
amplas e confortveis, com temas prprios, com todo um universo sendo criado
em cima de suas caractersticas, uma moda personalizada.
Atualmente vive-se o boom da moda infantil. Grandes marcas, nacionais e
internacionais, j aderiram a este universo criando suas verses mni. Roupas
cheias de personalidade e conceito, afinal, a maneira como as crianas lidam com
a tecnologia e as aceleraes do mundo atual, incrvel. Fala-se de identidade,
de estilo e de luxo com as crianas.
O desenvolvimento de uma coleo mirim, perante toda a metamorfose
pela qual passou este segmento, se tornou to ou at mais complexo do que uma
coleo para jovens ou adultos. O desafio deste projeto, ento, est lanado.
Como unir em uma nica coleo o luxo, o design, a alegria do universo infantil e
o conforto?
em cima destes conceitos que a Pep desenvolveu uma coleo
divertida, aconchegante e acima de tudo atual. Uma coleo de multi-wear infantil
feminina para o segmento de luxo. Uma coleo cheia de cores, fascnio e
versatilidade.
16
2. METODOLOGIA 2.1 Metodologia de Pesquisa 2.1.1 Objetivo Geral
O objetivo geral do projeto criar uma marca de vesturio infantil e
desenvolver sua primeira coleo feminina de alto luxo para o segmento de multi-
wear, utilizando as obras do artista Romero Britto como fonte de inspirao.
2.1.2 Objetivos Especficos
o Estudar as obras do artista Romero Britto e articular, de maneira inusitada o estilo do artista na coleo.
o Analisar o mercado infantil e de luxo para localizar suas caractersticas e aplica-las no desenvolvimento do projeto.
o Unir o conceito de multi-wear com as tendncias da estao Inverno 2009 a fim de elaborar uma coleo atual e que interaja com o pblico.
o Elaborar uma estratgia de marketing diferenciada para despertar a necessidade de consumo do pblico-alvo.
2.1.3 Problema
Como criar uma marca infantil para o segmento de alto-luxo e lana-la no
mercado atravs do planejamento de sua primeira coleo especfica de multi-
wear?
2.1.4 Justificativa
O mercado infantil o segmento que atualmente mais cresce no mundo da
moda. As crianas com sua ingenuidade e criatividade esto conquistando cada
vez mais o mercado consumidor. Foi-se o tempo em que os pais escolhiam o que
os filhos iriam vestir, e que essas roupas se resumiam a miniaturas de suas
17
prprias vestimentas. Aliado a isto, o segmento de multi-wear abrange as roupas
para a hora de dormir e relaxar, o que cresce juntamente com todo o mercado
econmico, o qual visa cada vez mais a importncia de se investir mais em
momentos de lazer e relaxamento no cotidiano tanto dos adultos, como do pblico
infantil. pensando neste consumidor e nas atualidades do mercado de moda
que se vislumbrou uma oportunidade e se desenvolveu esta coleo de multi-
wear infantil feminina, inspirada nas obras do artista Romero Britto.
2.2 Metodologia de Projeto
Para Munari (1991), uma metodologia no deve servir como uma receita de
bolo. O mtodo tem o propsito de auxiliar o designer a traar um caminho para
se atingir o objetivo de maneira mais rpida e precisa.
Para Treptow (2005) todo o processo de criao, pesquisa, estudo de
viabilidades e de mtodos para a realizao de um produto chama-se
Desenvolvimento de Produto; e com uma viso moderna e de interligao
entre os setores envolvidos nesse desenvolvimento, que atingimos um bom
resultado.
da unio destes dois autores, destes dois mtodos que se criou a
Metodologia Mapa de Criao, desenvolvida pela acadmica e apresentada a
seguir.
2.2.1 Mapa de Criao
Primeiramente observou-se uma oportunidade de pesquisa e assim foi
definido o problema de pesquisa. Aps a definio do problema, foram apontados
os componentes do problema para que uma reunio de planejamento pudesse
ser realizada a fim de estabelecer prazos, tamanhos, ou seja, os nmeros iniciais
da coleo.
Estabelecidos estes dados, iniciou-se o recolhimento de dados,
bibliogrficos e de campo, com relao histria do segmento do projeto, a
temtica, dados mercadolgicos atuais, tendncias e informaes sobre o
18
pblico-alvo. Feitas as pesquisas, uma anlise descrita a fim de apontar os
principais fatores que influenciaro no desenvolvimento da coleo.
Tendo em vista as principais influncias do projeto, so determinados e
definidos os conceitos da marca e do produto, para que assim possa se dar incio
ao processo de criao.
Ao longo do processo de criao sero apontados alguns elementos
marcantes da coleo para que se crie uma uniformidade e tambm com o
objetivo de organizao das idias. aqui que se aplicam as ferramentas de
criatividade Mescrai e brainstorming, e que juntamente com a gerao de
alternativas, faz-se a escolha de tecidos, aviamentos e cores. Aps a tempestade
de idias, a reunio de definio ser a responsvel por estabelecer o parmetro
da coleo, com tamanhos e variaes de cartela de cores.
A prxima fase a da experimentao. quando se colocam em prtica as
idias e todos os ajustes necessrios so providenciados. Alm disso, uma
reviso na ergonomia das peas confeccionadas feita, a fim de adequar o
produto melhor ao seu uso, e seu pblico.
Definidas as peas, a modelagem e as fichas tcnicas so desenvolvidas,
e parte-se para a fase final de confeco do produto. Depois de pronto hora de
colocar em prtica o desenvolvimento da marca e do marketing da marca e da
coleo. quando se cria, inspirada nas peas confeccionadas, a identidade da
marca, o modo como ser apresentado o produto para o pblico-alvo, e como
ser trabalhado o marketing da empresa para que a coleo tenha sucesso no
s na confeco, mas tambm no mercado.
Com todo o trabalhado desenvolvido feita uma reunio de feedback, onde
os participantes da elaborao do projeto apontam os pontos positivos e
negativos da coleo para que os erros no se repitam e que melhorias possam
ser aplicadas nos prximos projetos.
19
20
2.2.2 Ferramentas
Baxter (1999) afirma que as ferramentas projetuais correspondem a
mecanismos que auxiliam na organizao e realizao do projeto. As ferramentas
utilizadas neste projeto so:
Cronograma
Tabela de Parmetros
Tabela de Dimenso da Coleo
Quadro 1: Cronograma CRONOGRAMA Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
Semana 1 Definio do tema Coleta de dados
Pr-banca 1, finalizao escrita e power point
Verificar moldes, compra de materiais, pesquisa de campo
Correes finais escritas, prottipos, reunio do catlogo, estamparia, MKT
Banca Final
Semana 2 Coleta de dados
Briefing da coleo, conceituao, elementos do design, princpios do design e gerao de alternativas
Correes escritas, estudo das alternativas, pesquisa de campo, pr-banca 2
Finalizao escrita, MKT, finalizao dos prottipos, produo do catlogo, incio da apresentao
Semana 3 Reunio de planejamento e coleta de dados
Mescrai, cores e materiais, reunio de definio, ergonomia
Compra de materiais, estamparia, reunio de definio, correes escritas.
Finalizao da apresentao, impresso dos catlogos, encadernao dos projetos
Semana 4 Anlise dos dados, escrever textos (fund. Terica) e elaborar power point.
VIAGEM Desenhos tcnicos, finalizao dos croquis no corel, definio da modelo de prova, incio da confeco
Desenvolvimento da apresentao, da impresso das pranchas, do visual da apresentao, finalizao de tudo.
Semana 5 VIAGEM
Fonte: Arquivo Pessoal
21
Quadro 2: Parmetro da coleo
Mix Produto/Moda Bsico Fashion Vanguarda Total Botton 2 4 2 8 Top 2 6 8 Meia 6 6 Macaco 1 1 Camisola 1 4 5 Acessrios 4 3 1 8
Total 9 23 4 36 peas Fonte: Arquivo Pessoal
Quadro 3: Dimenso da Coleo Dimenso da Coleo MIX Total de Modelos Cores Tamanho SKU Botton 8 2 3 48 Top 8 2 3 48 Meia 6 3 3 54 Macaco 1 1 3 3 Camisola 5 1 3 15
Acessrios 8 3 1 24 Total 36 (4-6-8) 192
Fonte: Arquivo Pessoal
2.2.3 Tcnicas de Criatividade
Segundo Baxter (1999) a criatividade uma habilidade humana
considerada muito misteriosa. Tem recebido ateno de sociedades ao longo dos
anos e h estudiosos que dedicaram suas vidas a estud-la. Nas ltimas
dcadas, surgiram vrios mtodos e tcnicas para estimular a criatividade nas
pessoas, porm no se comprovado que ela pode ser estimulada. Existe a
hiptese de que ela seja uma habilidade de nascena. Estudiosos, em
contrapartida, acreditam que ela pode ser despertada em qualquer pessoa, assim
todos podem ser criativos.
Dentre os mtodos existentes para o desenvolvimento da criatividade em
um projeto, propostos pelo autor, estes so os utilizados nesta pesquisa:
22
Mescrai: Modifique, Elimine, Substitua, Combine, Rearranje, Adapte,
Inverta. Lista de aes que fazem com que voc melhore alguns
componentes do seu produto.
BrainWriting: todas as pessoas envolvidas no projeto, ou as que o autor do
projeto gostaria que estivessem envolvidas, escrevem idias de todos os
tipos que lhe vem mente quando se pensa no tema do projeto e no
produto. Dentro destas palavras encontra-se a idia principal que pode ser
desenvolvida e aplicada no projeto.
Brainstorming: semelhante ao brainwriting, porm trata-se da reunio de
imagens e no de palavras que, juntas podem dar origem a uma nova
idia, conceito ou procedimento.
23
3. PESQUISA
3.1 Pesquisa Bibliogrfica 3.1.1 Histria da Moda
Como se pretende atender o pblico infantil, desenvolveu-se uma pesquisa
sobre a histria do vesturio deste, a fim de observar os caminhos que a moda
tomou em funo dos aspectos sociais, culturais e tecnolgicos.
unnime entre trs autores, Braga (2007), Tambm (1999) e Montinho e
Valena (2005) de histria da moda, a afirmao que a histria da moda infantil
somente teve alteraes significativas aps a divulgao das idias
revolucionrias do filsofo, socilogo e pedagogo Jean-Jacques Rousseau, que
mostraram sociedade que a infncia era um estado natural e com definies,
idias e caractersticas prprias. O filsofo defendia que as crianas no deveriam
mais ser tratadas como adultos imperfeitos e em tamanho miniatura, como mostra
a figura abaixo.
Figura 1: Criana 1782
Fonte: Fashion-era
24
A educao infantil um processo espontneo, livre, o que ressaltava a
necessidade de que a criana tivesse mobilidade, liberdade de expresso de sua
inocncia. Para que esta mudana acontecesse, a modelagem infantil deveria ser
liberal, suas roupas no deveriam mais restringir seu crescimento, sua
desenvoltura. [...O melhor fazer com que as crianas utilizem batas durante a
maior parte do tempo possvel...] (MOUTINHO e VALENA, 2005, p.51).
Os novos ideais de Rousseau em relao ao pblico infantil tiveram grande
impacto na sociedade da poca. As meninas foram libertadas dos espartilhos e
passaram a utilizar vestidos esvoaantes, de musseline simples, decotadas e
mais confortveis. Moutinho e Valena (2005) ainda afirmam que essa liberdade
nas roupas infantis perdurou at 1860. Deste perodo at 1900 as roupas
voltaram a se tornar desconfortveis embora algumas famlias ainda adotassem a
filosofia de Rousseau para as crianas. Como mostra a figura a seguir, por volta
de 1880, as meninas utilizavam vestidos inspirados na moda francesa, com saias
pregueadas e simulando a forma de um sino. O comprimento, tambm mudado,
era por volta do joelho.
Figura 2: Crianas 1902
Fonte: Fashion-era
25
Para as meninas, acrescenta Moutinho e Valena (2005), no fim do sculo
XIX foi criado o estilo escocs de se vestir, com vestidos que simulavam as saias
escocesas de pregas e com textura xadrez, moda que no fez sumir o traje
oficial da poca, o estilo marinheiro. Estilo este, que segundo o autor, foi
inspirado na popularizao do banho de mar, pelos adultos que utilizavam roupas
de banho listradas, azul-marinho e branco. curioso constatar que em 1900 j
existia uma estilista especializada em roupas infantis. Jeanne Lanvin era seu
nome, e junto com as irms de Paul Poiret, Germane Bongard e Nicole Groult,
formavam o ncleo de costureiras infantis da poca.
As dcadas de 10 e 20 foram principalmente marcadas pelo encurtamento
das saias e a queda do espartilho. Era poca de guerra, os homens estavam em
campo de batalha o que forou as mulheres a ocuparem cargos no mercado de
trabalho que exigiam maior mobilidade e conforto. Foi nessa poca tambm que
surgiu Chanel, grande inspiradora da moda. Ela, eterna revolucionria, inovou a
moda em si e principalmente o guarda-roupa feminino, deixando-o mais ousado,
atraente e verstil. (BRAGA, 2007, p. 72-73).
J em relao as crianas, Tambini (1999) conta que essa poca altera
profundamente o modo de viver delas, onde fica estabelecido para as meninas, o
uso de vestidos curtos, soltos e com mangas curtas, o que assegura a liberdade e
conforto nas modelagens. O estilo permaneceu at o incio da Segunda Guerra
Mundial. Quando famlias se viram obrigadas a no s a se vestir, mas tambm a
sobreviver como lhes era possvel. Nesta poca o racionamento de tecidos foi
muito comum no cenrio da moda mundial, e a emenda de tecidos e roupas
tornou-se muito presente no dia-a-dia das famlias.
26
Figura 3: Anos 10 e 20
Fonte: Fashion-era
Nos anos 30, Braga (2007) conta que o cinema era fator influenciador no
modo de se vestir. A moda de Shirley Temple com vestidos de mangas em balo
e golas Peter Pan, tiveram grande repercusso no vesturio infantil. J na dcada
de 40 com o trmino da Segunda Guerra, os trajes infantis ganharam mais
praticidade, dando grande importncia durabilidade e conforto das peas.
Vestidos florais, em tecidos que no amarrotavam, eram sensaes da poca.
Figura 4: Vestido Infantil 1930 Figura 5: Camisola Infantil1930 Fonte: Fashion-era Fonte: Fashion-era
27
Moutinho e Valena (2005) afirmam que foi na dcada de 50, com o
surgimento do baby-boom que o vesturio infantil comeou a ter grandes
alteraes. O baby-bom era composto de crianas que nasceram no perodo ps-
guerra e estavam chegando adolescncia. Os The Kids como eram chamados,
faziam parte de mais de 5% da populao mundial, e possuam suas prprias
filosofias com relao ao modo de viver e de se vestir. Essa juventude transviada
rejeitava a estrutura de vida dos pais e imps uma srie de novas formas no
mundo da moda. Foi na dcada de 50 que se afirmaram os tnis e as calas
jeans. Para as meninas, observa-se nas figuras 6 e 7, vestidos com a cintura
marcada, mangas bufantes e golas contrastantes. J na dcada seguinte,
vestidos e saias encurtam ainda mais, e os temas futursticos da moda adulta
foram infantilizados em cores e materiais para o uso das meninas.
Figura 6: Anos 50 Figura 7: Dcada de 50 Fonte: Fifties Generation Fonte: Babble
A moda na dcada de 70, segundo Tambini (1999), teve como principal
influncia na moda infantil a afirmao do patchwork. Roupas emendadas, e com
desenhos simbolizando a natureza e a liberdade, faziam parte das composies
mais inusitadas da poca. O autor ainda acrescenta que as saias ficaram mais
longas, e babados complementaram o design tnico que estava em evidncia.
28
Braga (2007) afirma que essas mudanas foram conseqncias do
movimento hippie que apareceu em meados da dcada de 60, e s tomou fora
nessa poca. As calas jeans bocas de sino foram a sensao da moda e
paradoxo surge tambm o estilo new romantic, com estampas florais, rendas e
babados.
A dcada de 80, por sua vez, se firmou como a era dos contrastes. Justo x
amplo, preto x colorido, simples x exagerado. Uma fuso de formas e texturas que
fez com que esta dcada fosse atribuda como a dcada das tribos de moda.
Criam-se diversos grupos com ideais e estilos diferenciados, criando um leque de
opes na moda. (BRAGA, 2007, p.95-96)
De acordo com Tambini (1999), com o boom da cor preta e a influncia da
televiso da moda em geral, o estilo americano foi inserido na moda infantil.
Casacos de times de beisebol, bons, calas jeans com corte reto e camisetas de
algodo com o slogan das marcas estampadas, foram as principais silhuetas
desta poca. Outro tema em voga na dcada de 80 era o estilo romntico; com
jardineiras, florais, tons pastis, macaces; o qual enfeitou a moda infantil
feminina. Na prxima dcada, o movimento na moda que mais teve impacto sobre
a sociedade foi o boom das marcas. A valorizao das marcas como formadores
de opinies, status e estilo foram definitivos para uma poca onde a moda no
teve silhuetas, cores e temas definidos pela primeira vez em anos. O autor conta
que cada marca lanou no mercado sua maneira de se vestir, de criar, de viver.
Alguns tpicos foram bastante comuns entre essas escolhas, como o estilo
colegial de se vestir das meninas, e alguns tecidos como o veludo cotel, as
sarjas, as flanelas e as gabardines. Os comprimentos dos bottoms eram variados,
e as listras junto com a cor preta se afirmaram ainda mais no universo infantil.
29
Figura 8: Natal de 1987 Fonte: Arquivo Pessoal
Figura 9: Aniversrio 1988
Fonte: Arquivo Pessoal
Atualmente a moda infantil toma propores cada vez maiores no mercado
consumidor de moda. As caractersticas infantis ainda so mantidas por muitas
marcas na hora da realizao de suas colees. O boom das marcas continua
muito forte, crescendo cada vez mais e com isso a ascenso do mercado de luxo
mundial. As crianas esto ficando cada vez mais espertas, e cada vez mais
prprias na maneira de pensar. Isso tudo devido valorizao da educao e
30
tambm ao desejo dos pais de preparar os filhos cada vez mais cedo pro que os
espera no futuro.
Figura 10: Boom das marcas/Estilo esportivo
Fonte: Arquivo Pessoal
Figura 11: A cor preta no universo infantil
Fonte: Acervo Pessoal
As marcas continuam lanando suas prprias tendncias, tentando impor
suas cores e silhuetas j que o pblico atual infantil precisa de diversidade na
hora da escolha. Nos ltimos tempos nota-se uma volta ao adulto em miniatura, j
31
que grandes marcas de roupas masculinas e femininas como Roberto Cavalli,
Prada, Cacharel, Louis Vuitton e as brasileiras Cris Barros, Maria Bonita e
Ronaldo Fraga, por exemplo, vem a necessidade de vestir os filhos de seus
clientes com o mesmo conceito, tecido, corte, conforto e design que os pais.
3.1.2 Temtica A pop art um movimento artstico que apareceu no Brasil ao fim da
dcada de 50 e est embasada em imagens populares e de consumo estando
intimamente relacionada com as artes publicitrias.
Figura 12: Scratch de Romero
Fonte: Romero Britto
No Brasil, seu melhor representante surge na dcada de 90, um artista
chamado Romero Britto. De acordo com o site de Romero Britto (2008), Romero
nasceu em Recife em 06 de outubro de 1963, sua famlia era pertencente a uma
classe econmica inferior. Teve seu desejo pela arte despertado aos 8 anos,
porm no tinha condies de explorar seu talento. Freqentou escolas pblicas e
aos poucos a famlia o incentivava com a compra de livros, e todo tipo de
informao sobre arte que lhe podia oferecer.
Aos 14 anos fez sua primeira exibio pblica e vendeu seu primeiro
quadro Organizao dos Estados Americanos. Aos 17 anos ingressou na
faculdade de Direito, fez viagens pela Europa para conhecer a arte que at ento
32
s poderia ver em livros, e foi em 1990, quando resolveu visitar um amigo que
morava em Miami, que sua arte decolou. (DAMBROSIO, 2007, p.8-10).
Figura 13: Miami Beach
Fonte: Romero Britto
Segundo o site do artista Romero Britto (2008), familiarizado com o estilo
de vida acelerado dos americanos, e com maior aceitao de sua arte nos pases
americanos, o artista fez seu incio de vida l, trabalhando em lanchonetes, lava-
rpido e como ajudante de jardineiro. Conheceu sua esposa e nunca desistiu de
sua arte. Sem ter ainda onde expor, Romero expunha suas obras nas praas
pblicas da Flrida, onde foi convidado para expor em uma galeria na prpria
Flrida, e onde seus horizontes foram ampliando. Foi l que conheceu Michael
Roux, Diretor Presidente da marca de vodka Absolut, que o convidou para a
customizao da garrafa da vodka no lanamento de uma campanha de nvel
internacional. A publicidade estava exposta nas melhores revistas americanas,
apareceu em 62 exemplares. Romero afirma que foi o pulo de sua carreira.
Depois da Absolut surgiram Pepsi Cola, IBM, Disney, e no parou mais.
(DAMBROSIO, 2007, p.20-21).
33
Figura 14: Disney Fonte: Pop Art UK
"Warhol se apropriava da publicidade para critic-la. O trabalho de Romero
Britto puro entretenimento. por isso que faz sucesso em propaganda", afirma
Lourenzo Mammi, professor da Escola de Comunicao e Artes da Universidade
de So Paulo. Britto o mais novo e o mais famoso artista de pop art dos ltimos
tempos. Seu trabalho super original traz cores vibrantes com uma brincadeira de
temas e uma mistura de elementos cubistas. Seu objetivo levar aos olhos dos
amantes da arte um lado otimista da vida. (SITE PITORESCO, 2008)
Meu trabalho, por ser dinmico e alegre, promove esperana, o positivismo e a vontade de viver. Acredito que cada um de ns tem uma misso. A minha oferecer parte do meu tempo e da minha arte para arrecadar fundos para obras beneficentes. Me identifico com os necessitados. Jamais vou esquecer o que ser pobre e isso o que faz com que seja to importante pra mim ter meu trabalho acessvel a todas as pessoas. Para mim, a arte pode refletir a celebrao das coisas boas e simples da vida. Isso o mais importante (SITE PINTURA EM TELA, 2008, p.1).
O artista atualmente tem suas obras em mais de 100 galerias ao redor do
mundo, de Tquio a Paris. Suas telas chegam a ultrapassar o valor de
U$120.000,00 (cento e vinte mil dlares). Cerca de 80% dos seus trabalhos so
feitos a base de encomendas, tanto para celebridades, quanto para
colecionadores annimos (DAMBROSIO, 2007, p.30-31).
Ainda de acordo com DAmbrosio (2007), como todo artista plstico,
Romero Britto tem o dever de sempre estar experimentando coisas novas. Em
alguns de seus trabalhos, recentemente, Romero tem injetado cores em suas
34
linhas de contorno. Os quadros passaram a possuir vrias imagens, ao invs de
uma s central e as cores passaram a ser um pouco mais sbrias. O
envolvimento com estilistas e tambm com o universo da moda levou o artista a
experimentar pintura em veludo.
Os temas utilizados em suas obras integram o cotidiano. So imagens da
natureza, aes do dia-a-dia, sempre com o objetivo de inspirar e sensibilizar s
indivduos. (DAMBROSIO, 2007, p.36).
Figura 15: Escultura e Romero
Fonte: Romero Britto
3.2 Pesquisa de Mercado 3.2.1 Mercado Infantil
A percepo de que o poder da deciso da compra tem um forte apelo
emocional e que uma das sadas influenciar todos os sentidos, fez com que os
produtos infantis se tornassem cada vez mais irresistveis. Segundo Flores
(2008), em 2007 o mercado infantil faturou em torno de US$2,53 bilhes segundo
estimativa da Associao Brasileira da Indstria Txtil Confeco (Abit), com uma
produo de 1,2 bilho de peas ao ano e com o segmento infantil feminino
tomando conta de 70% das vendas. A empresa que detm o canal Nickelodeon,
a Viacon, recentemente publicou um estudo mostrando que nos Estados Unidos
so influenciados por seus filhos mais de 40% dos pais e que 65% deles levam a
opinio de seus filhos em conta na hora das compras.
35
Figura 16: Poder de compra
Fonte: Getty Images
Flores (2008) ainda conta que um dos grandes fatores influenciadores
dessa novidade no mercado a necessidade que as crianas tm de renovarem
seus armrios de ano em ano, devido ao seu crescimento fisiolgico. Essa
renovao desperta uma necessidade de consumo, o que faz crescer a habilidade
de compras das crianas, o que faz com que a influncia que elas exercem sobre
o poder de compras dos pais, desde o que vestem at os artigos para toda a
famlia, aumente cada vez mais. Dos 180 milhes de habitantes do Brasil,
estima-se que 39 milhes sejam crianas (de 0 a 14 anos), e de acordo com
pesquisas da InterSciense, 82% delas influenciam os pais na escolha de
produtos.
Nesta era de conhecimento que vivemos atualmente, as crianas sabem de
tudo, acessam tudo, possuem um leque de acesso a informaes que
antigamente no se existia. Essa fora desenvolvida faz com que os baixinhos
tenham o poder de escolha. Carros, nos EUA, usam imagens de crianas em
suas propagandas, sales de beleza esto se especializando em crianas com
at menos de um ano de idade. O mundo, que antigamente se comunicava
somente com os adultos, hoje se direciona para o pblico infantil. Esse poder de
escolha desenvolve na criana opinies claras, concisas e at conclusivas sobre
os produtos. (FERREIRINHA, 2008, p. 74).
36
Figura 17: Influncia nos pais
Fonte: Getty Images
No mundo inteiro os pequeninos esto ganhando status. Rosa (2008)
afirma que internacionalmente no foram poucos os nomes que aderiram a
verso jnior s suas marcas. Armani, Prada, Dior, Burberry, D&G, Versace,
Gucci, Kenzo, Marc Jacobs so alguns destes nomes. No Brasil Isabela Capeto,
Maria Bonita, Cris Barros, Ronaldo Fraga so grandes nomes da moda brasileira
que no conseguiram fugir da nova tendncia.
Figura 18: Dior Girl
Fonte: Boutique Les Culottes Courtes
37
Rosa (2008) ainda acrescenta que todas essas novidades e mudanas
com relao a esse mercado Mini, tem custo, e normalmente bem elevado,
diferente dos adultos a renovao de roupas no armrio infantil mais freqente,
o que resulta em um nmero maior no estoque, entre outras mudanas.
Com todos esses avanos tecnolgicos e mercadolgicos as crianas
tendem a criar uma maneira diferente de ver o mundo. Criam um modo mais
crtico e mais adulto de avaliar os produtos, o que pode fazer com que elas
percam uma importante fase de sua vida, a qual para muitos a mais importante.
quando se formam a responsabilidade e a personalidade da pessoa. (ROSA,
2008, p.79).
Hupsel (2008), afirma que de modo geral para se compreender as crianas
preciso se familiarizar com o contexto cultural em que elas esto inseridas. As
crianas so frutos da cultura em que vivem e so ativos produtores desta.
O pblico infantil lida com materiais tecnolgicos de uma maneira to
natural que deixa os adultos abismados e que, em muitas situaes agem
exatamente como eles, especialmente quando se fala em consumo. A autora
ainda questiona: O que mesmo as crianas querem? O ltimo lanamento em
celular, assentos de primeira classe em viagem internacional e uma casa grande
e cheia de novidades em decorao? Que se manifeste quem no quer essas
aquisies. As crianas so extremamente influenciadas pelos gostos adultos,
mas isso no faz com que elas se tornem adultos em miniatura. Elas enxergam
muitas vezes as mesmas coisas que seus pais, que so frutos do espelhamento
que os filhos procuram para sua vida, mas do seu prprio jeito, e com sua
perspectiva infantil. Essa perspectiva desenvolvida atravs do meio, da cultura e
do ambiente em que vivem. (HUPSEL, 2008, p.64-65).
38
Figura 19: Vestidos
Fonte: Nina
Cotta (2008) destaca que esta viso que as crianas possuem,
evidentemente influenciada por sua classe social. Exemplificando em crianas de
classe alta e mdia, percebe-se que seus desejos de consumo so os mesmos
que os adultos, comentam e falam como os adultos, porm tudo sob uma tica
infantil, desenvolvida por elas mesmas. Isso conclui que o universo infantil
profundamente relacionado com o dos adultos, possui inmeros pontos de
contato e aproximao, porm no o mesmo. Afinal, como diria Confcio: Qual
seria sua idade se voc no soubesse quantos anos voc tem?
3.2.2 Mercado de Luxo
Segundo Allrs (2000), o Mercado de luxo pode ser divido em trs sub-
setores. O luxo inacessvel e marketing parcial, o luxo intermedirio com
marketing elaborado e o luxo acessvel com marketing menos elaborado. O
primeiro se distingue no mercado pela qualidade diferenciada de todos os
produtos desenvolvidos pela marca, por seus mtodos de fabricao podendo
ainda ser de natureza artesanal, e pelo nome de seu criador, que acaba por se
tornar uma celebridade. No luxo intermedirio se encaixam os desdobramentos
de certos produtos destas marcas mais seletivas, e pelo surgimento de novos
criadores no mercado. Ainda segundo a autora, o terceiro nvel de luxo existente
39
o luxo acessvel com o marketing menos elaborado. Corresponde ao mercado
de produtos totalmente acessveis, com preos minimizados, qualidade no to
aperfeioada e distribuio menos controlada.
Seguindo os conceitos da autora, este projeto encaixa-se no segundo tipo
de luxo proposto: luxo intermedirio com marketing elaborado. Este luxo
constitudo por produtos com qualidade um pouco mais inferior que o inacessvel,
porm ainda com um nvel excelente, por preos um pouco mais acessveis e por
uma distribuio maior no mercado de seus produtos, porm ainda muito
selecionada. Allrs (2000) acrescenta que esse tipo de luxo est dirigido a uma
classe social muito bem provida financeiramente, com desejos semelhantes ao da
classe superior de se manter em destaque, de demarcar uma diferena social em
relao s classes mdia e baixa, sobretudo pela aquisio de produtos de alto
nvel, seja de marcas mais antigas e seletivas, ou de inovaes propostas por
novos criadores; estes em alta no mercado.
Figura 20: Luxo infantil
Fonte: Minois
Atualmente o segmento de luxo no mercado mundial aumenta de ano em
ano um valor considervel para a economia, e s tende a continuar multiplicando.
Segundo Carozzi (2004), o mercado de luxo em 2003 atingiu um valor estimado
em US$200 bilhes, correspondendo a um crescimento de 19%. A autora
complementa que das cem marcas mais valiosas do mundo, quinze so de luxo.
Por volta de 2010, a Boston Consulting Group estima que este mercado ir gerar
um lucro de US$ 1 trilho, excluindo os sub-setores de vinhos e destilados.
40
Na moda no diferente. O mercado da moda o pai do luxo. De acordo
com Moutinho e Valena (2005), surgido h mais de 100 anos, a moda teve o
auge do seu luxo na Belle poque, entre 1900 e 1914, quando costureiros
famosos colocaram em vigor uma moda clssica, tanto para homens como para
mulheres quanto para crianas, afirma. Anos depois com o surgimento da
Primeira Guerra Mundial, as rendas familiares tiveram grandes quedas, mulheres
foram convocadas para trabalhar e com essa nova realidade em vigor, a vida
social foi deixada de lado. As roupas foram dominadas por tons neutros, cinzentos
e formas irregulares. Ainda de acordo com Moutinho (2005), o luxo tem seu
retorno na dcada de 30, quando a alta sociedade resolve ignorar os fatores
econmicos em evidncia, como a queda da bolsa de Nova York e a Segunda
Guerra Mundial, desfilando em carros de alto luxo, com casacos de pele, chapus
ornamentais, e acessrios tambm luxuosos. A moda ainda lutava contra a
escassez de material e o isolamento do resto do mundo proposto pela Grande
Guerra.
Figura 21: New Look Dior
Fonte: Maxima
Moutinho e Valena (2005) contam que aps a Segunda Guerra que a
sofisticao aparece com fora total. a dcada do New Look de DIOR e da
41
ascenso das famosas Maisons de Paris. Surge nesta tambm o cultivo dos
nomes de grandes estilistas. Christian Dior, Nina Ricci, Balenciaga, Begford
Goodman e Hattie Carnegie foram nomes de luxo que surgiram nesta poca. O
New Look inspira o prt-a-porter, smbolo de elegncia em tempos de ps-guerra.
Na dcada de 60, observa Moutinho e Valena (2005), o prt-a-porter se
afirma no mundo da moda, e roupas sob medida e encomenda perdem o seu
valor, o que automaticamente muda o mercado de luxo. Grandes estilistas se
vem obrigados a seguir a tendncia do mercado. A moda torna-se mais casual,
liberal e prtica. Mary Quant encurta as saias, o jeans entra em evidncia com o
look pop dos artistas, Cardin instituiu a malha em mini vestidos e Paco Ribanne
introduziu os materiais alternativos em suas roupas. Observando essa
diversidade, constata-se que o luxo comea a ser delimitado de maneiras
diferentes por diferentes estilistas. Comea a se fortalecer o conceito de marca, e
os atributos de luxo que as agregam.
Figura 22: Marca Guess
Fonte: Guess
Com os anos, mais estilistas foram surgindo tanto no exterior, como no
Brasil, e atualmente vive-se no mercado o boom das marcas de moda. Segundo
Roux (2005), h dez anos atrs, o marketing de luxo no era considerado pelas
42
altas classes sociais, recusava-se o termo marca. Entretanto, com o aumento da
concorrncia, com o aumento do mercado de moda mundial, empresas se viram
obrigadas a investir no marketing, e agreg-lo s suas estratgias de venda,
tornando o marketing de luxo, uma necessidade do mercado.
Segundo Rosa (2008), o mercado infantil tambm aderiu ao boom do luxo
na moda. Fiona Coleman, editora snior do segmento kidswear do WGSN, World
Global Style Work, o maior portal de tendncias e consumo do mundo, destaca
ainda uma grande movimentao no mercado infantil devido ao crescimento do
luxo na moda adulta. Os consumidores do segmento infantil continuam sendo os
pais, apesar de toda influncia que os filhos tm nas compras. Se os pais ou as
mes compram artigos de luxo para si, h uma grande probabilidade de fazer o
mesmo por seus filhos. As marcas de luxo observaram tanto as mudanas com
relao a isso no mercado, que atualmente oferecem no s roupas para os
pequenos, mas tambm acessrios, artigos para casa, e at perfumes para o
pblico infantil.
Figura 23: Pais e filhos
Fonte: Meionorte
O negcio de luxo no Brasil bastante promissor, porm muito
embrionrio. Segundo Gaspar (2008), o que foi constatado na primeira pesquisa
sobre este tipo de mercado no Brasil, realizado em 2006 pela MCF Consultoria e
Crescimento, empresa que presta consultoria no desenvolvimento de negcios
que seguem as premissas da excelncia, do luxo e do Premium, que empresas
43
internacionais ainda no exploraram o pas de maneira adequada, sendo a
grande maioria do cenrio do negcio nacional made in brazil, com 60% de
empresas nacionais que participam do ramo. Porm, em outras propores o luxo
brasileiro comea a tomar espao no setor internacional, fora das fronteiras
territoriais. Segundo Ferreirinha (2008), diretor da MCF, nossos produtos e
servios esto alcanando um alto nvel para um mercado to competitivo.
Colocando em nmeros, o faturamento do mercado de luxo em 2006 foi de
US$3,9 bilhes, o que representa cerca de 1% do faturamento do mercado
mundial e um crescimento de 32% comparado a 2005.
3.2.3 Concorrentes O segmento escolhido para desenvolvimento deste projeto indito. De acordo com Tafner, Silva e Weiduschat (2003) esta pesquisa pode ser
conceituada como exploratria, pois ainda no existe no mercado infantil uma
marca que tenha lanado uma coleo especfica de multi-wear. A pesquisa
exploratria visa proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas e
torn-lo explcito, afirmam os autores.
Portanto importante ressaltar que no existem concorrentes diretos para
a marca que est sendo lanada neste projeto. O que ser ressaltado neste
captulo, so os concorrentes indiretos da marca, ou seja, empresas que podem
desviar o foco de compras do nosso consumidor, para produtos prprios destas
marcas que podem substituir a funo das peas desta coleo.
3.2.3.1 Puket
Segundo site da Puket (2008), a puket surgiu h 20 anos, quando os
irmos Adolfo e Cludio Bobrow fundaram a IMB Txtil. O propsito era oferecer
ao mercado brasileiro, produtos que combinassem a melhor matria-prima e
tecnologia com boas doses de humor, criatividade, design e irreverncia.
44
Figura 24: Puket
Fonte: Puket
O processo de expanso da marca, afirma a home page Puket (2008),
iniciado em 2003 cresceu vertiginosamente, registrando em 2007 um crescimento
de 60% em nmero de lojas. Atualmente a marca uma das principais fabricantes
de moda do pas. A empresa IMB Txtil alm da marca Puket, possui a Puket
Tech e Simpls. Com mais de 350 colaboradores diretos, localiza-se em So
Paulo, e recentemente inaugurou outra unidade fabril em Campo Grande, MS.
Conta com 8% de participao no mercado nacional, comercializando em mdia
16 milhes de meias por ano, e 1 milho de peas do segmento underwear.
3.2.3.2 Jog De acordo com o site Jog (2008), a empresa surgiu em 1968 com apenas uma loja inaugurada no Shopping Center do Brasil, atual Shopping Iguatemi de
So Paulo. Hoje a Jog conta com 500 colaboradores, 3 fbricas prprias, 40
lojas, 4 franquias e 162 pontos de vendas homologados. Conquistou, ainda, um
patrimnio de 136 mil clientes e consumidores.
45
Figura 25: Pijama Jog Figura 26: Camisola Jog Fonte: Jog Fonte: Jog
Figura 27: Camisola Jog bord Figura 28: Shorts Pijama Jog Fonte: Jog Fonte: Jog
A Jog iniciou seu espao no mercado comercializando apenas lingeries.
Com o crescimento e sucesso da marca outros segmentos foram sendo
explorados, at chegar ao homewear. A linha homewear da Jog atende desde
crianas at o pblico adulto, masculino e feminino. O design da marca e a classe
46
para qual direcionada podem influenciar no desenvolvimento da marca Pep,
em questo neste projeto. (SITE JOG, 2008).
3.2.4 Tendncias A estao que servir como guia de tendncias desta coleo o Inverno
2009. importante ressaltar que as tendncias estudadas nestes tpicos do
projeto no sero copiadas para as peas desta coleo. Sero traduzidas de
maneira a fazer com que as peas sejam mais comerciais e que atendam s
necessidades do mercado. Toda coleo deve ser atrativa para o pblico, o qual
se mantm atualizado sobre as tendncias atravs de revistas e sites na internet.
Portanto atravs destes meios que a pesquisa de tendncia foi realizada.
De acordo com o site UseFashion (2008), o inverno 2009 infantil sbrio,
geomtrico e bastante influenciado pelas tendncias do pblico adulto. Explica-se
melhor as tendncias desta estao que possuem grande importncia para a
primeira coleo da marca Pep atravs de tpicos, expostos abaixo:
Megatendncia Soft-Street: trata-se de um estilo street, roupas utilizados
pelo pblico de rua, com formas amplas e tecidos macios e com texturas
aveludadas. Bons, jeans, capuz e jaquetas so alguns dos elementos
principais dessa tendncia. Tecidos como plush e microsoft esto super
presentes.
Figura 29: Street
Fonte: Take Two Teen
47
Megatendncia Misturinhas: nada mais do que o uso de sobreposies
mais em alta do que nunca. Peas de vero e primavera que misturadas
com artigos invernais tornam o look mais moderno e descolado. Esta
tendncia ser bastante utilizada na coleo. Shorts e saias em grandes
propores utilizadas com meias opacas, camisas de algodo com fartos
jabs no meio.
Figura 30: Sobreposio Figura 31: Misturinha Fonte: Usefashion Fonte: Usefashion
Branco: ao lado dos tons de cinza e negros, o branco entra com uma
proposta de tornar uma parte do inverno mais clean, minimalista e
chique. O branco no trabalha nesta estao sozinho, ele vem
acompanhado de toques de vermelho de outras cores quentes.
48
Figura 32: Branco Figura 33: Casaco branco Fonte: Usefashion Fonte: Usefashion Calados: os calados, entre outras maneiras, aparece em formas
volumosas, fofinhas, gordinhas. Texturas como o camura e o xadrez
aparecem com fora total. Esta tendncia ter influncia no
desenvolvimento da pantufa, que faz parte do mix de produtos da
coleo.
Figura 34: Bota
Fonte: Usefashion
49
importante lembrar que existem muitas outras tendncias para esta
estao que no foram consideradas importantes para o desenvolvimento desta
coleo. E as consideradas importantes, sero traduzidas para a coleo sem
desconsiderar os conceitos da Pepe, ou seja, a identidade da marca.
3.3 Pesquisa de Campo De acordo com Tafner, Silva e Weiduschat (2003) existem algumas
maneiras de se qualificar uma pesquisa. Uma delas em relao abordagem do
problema, que pode conceituar uma pesquisa em qualitativa ou quantitativa.
Neste projeto a pesquisa de campo ter abordagem qualitativa.
A pesquisa qualitativa, de acordo com os autores, considera que h uma
relao dinmica entre o mundo real e o sujeito, isto , uma relao subjetiva
entre o que acontece e com quem acontece que no pode ser traduzida em
nmeros. A interpretao dos fatos que envolvem a pesquisa, e a atribuio de
significados so bsicos no processo deste tipo de pesquisa. No requer o uso de
estatsticas, nmeros e tcnicas, o ambiente natural a fonte direta para anlise,
o instrumento chave. A pesquisa qualitativa descritiva e as anlises so
intuitivas dos pesquisadores, que levam em conta o que consideram os focos
principais. Esse tipo de pesquisa ser utilizado na anlise da entrevista com a
psico-pedagoga que ir auxiliar no conhecimento sobre a psicologia infantil.
3.3.1 Psicologia Infantil
Este captulo baseado na entrevista realizada com a psico-pedagoga
Julianne Reis em 20 de agosto de 2008.
Dormir pode ser uma das atividades mais complicadas para uma criana.
Sempre to cheia de energia a criana pode sentir que a hora de dormir a hora
de ficar sozinha, de se separar da me, a hora do desapego.
Essa sensao ocorre com todas as crianas em geral. Trata-se de uma
transio emocional que em alguns casos, pode ser muito difcil e trabalhosa.
Alguns pais, como forma de minimizar o trabalho e o transtorno na hora do sono,
criam um ritual do sono, uma espcie de condicionamento do dormir. Ensinam a
50
criana que ao chegar uma certa hora, extremamente necessrio escovar os
dentes, tomar banho, trocar de roupa, fazer um pequeno lanche, e ir para a cama.
Esse ritual muito saudvel e muito recomendado.
Porm h algumas crianas que sentem um vazio maior na hora desta
mudana. So crianas, talvez, cujos pais trabalham fora e passam muito tempo
longe de casa, o que faz com que os filhos no queiram desgrudar quando esto
presentes.
Em funo desse desapego necessrio, dessa transio, algumas crianas
criam como fonte de conforto, relaxamento e segurana, a necessidade de um
objeto que os acompanhe, um objeto de transio. Trata-se de ursinhos de
pelcia, chupetas, travesseiros, cobertas, cheirinhos, bonecos, o prprio dedo
(geralmente o polegar), um tnis, uma pantufa, uma roupa e at uma roupa da
me ou do pai.
Figura 35: Sono infantil
Fonte: Corbis
Geralmente essa sensao de perda e desapego deve-se mais a figura
materna da me. Por ter sido a gestora da criana. A prpria psicloga afirma que
seu filho de onze anos, quando est nervoso, muito concentrado ou triste, toma
posse de uma camisola da me, a qual a me usava para cuidar dele na primeira
semana em que havia nascido. A camisola no est no melhor estado, porm o
filho nem pensa em trocar.
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Os objetos de transio so intransferveis, e a criana os escolhe em um
momento repentino, por razes mais simplrias possveis, e algumas vezes, no
admite nem que seja lavado, reformulado ou cuidado. Quer simplesmente que ele
esteja perto, a hora que ela quiser e o tempo que ela precisar.
Tomando como uma fonte de inspirao, os objetos de transio sero os
links que a coleo deste projeto ter com as crianas. Cada look criado ter uma
forma de interagir com a criana e com o seu objeto de transio, a fim de ter uma
afinidade maior com a criana, de produzir uma sensao de conforto e
interatividade.
3.4 Sntese das Pesquisas
A histria da moda relata que apesar de ser um setor da moda que
demorou a desenvolver e a buscar inovaes, a moda infantil evoluiu de uma
forma que atualmente est no auge da criatividade, da ousadia e da
transformao. Aliada a moda adulta, o infantil ampliou suas formas e estabelece
o conforto como seu principal foco nos ltimos anos.
As obras do artista Romero Britto, por sua vez, utilizam o conceito de
conforto de uma maneira diferenciada. Buscando transmitir em suas obras uma
sensao de conforto, despertando alegria e admirao por onde passa. Para
atingir seu objetivo usa em suas obras cores vivas, formas amplas e objetivas, e
situaes do cotidiano.
O pblico-alvo deste projeto trata-se de meninas de quatro a oito anos de
idade. Perodo em que a criana est desenvolvendo uma fase de transio
emocional, bastante presente no seu dia-a-dia na hora de dormir. a hora em
que o desapego materno est se desenvolvendo, e para minimizar o impacto
dessa mudana a criana tende a buscar objetos que confortem essa situao.
Os objetos de transio passam a ser algo essencial no desenvolvimento dessa
menina,
Observando os dados do mercado atual, tanto o mercado infantil como o
segmento de luxo, so os dois principais focos de vendas e produtos atualmente
em todo o mundo. Crianas cada vez mais se tornam consumidores promissores,
buscando melhor qualidade, diversidade e criatividade; e anexo a este mercado, o
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de luxo aumenta seu leque de transformaes e inovaes, investindo muito no
marketing, e assim conquistando, a cada ano, um pblico maior e mais fiel.
As tendncias da estao Inverno 2009, por sua vez, no tm como deixar
o mercado infantil e de luxo de fora. Tecidos extramente confortveis e com
cores diferenciadas compem o inverno junto com as formas amplas, e maneiras
de agregar valor s roupas, como em tcnicas artesanais e de estamparia.
analisando estes conceitos que a coleo toma forma, em conjunto com
a criatividade e a dedicao da autora.
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3.5 Pblico-Alvo Para apresentar o pblico a que se destina a coleo, desenvolveu-se uma tcnica de criatividade para melhor exemplific-lo, uma tcnica de Baxter (1999),
chamada Painel Semntico. Este demonstra a faixa etria, o estilo de vida, classe
sociais e principais conceitos do perfil do consumidor.
Figura 36: Painel semntico do pblico-alvo
Fonte: Arquivo pessoal
O painel mostra que o pblico-alvo composto por meninas de quatro a
oito anos, de classe social alta, divertidas, inteligentes e ousadas.
Segundo TREPTOW (2005), sempre que desenvolver uma coleo de
moda, o designer deve levar em considerao que tipo de consumidor (pblico-
alvo) esse produto se destina. Tomando o conceito da autora como base,
definimos o life style do pblico em questo.
Esta menina possui interesses culturais aguados, educada e pratica
esporte, em especial o ballet. disciplinada e foi orientada pelos pais a gostar da
atividade, o que com o tempo se tornou algo natural. Ela percebe que no ballet
adquire leveza, amizades, disciplina e graa.
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Figura 37: Ballet
Fonte: Image Bank
Possui um grupo de amigos selecionados, impostos pela condio
social e pela poltica de relacionamentos que os pais possuem. Encontra-
se com seus amigos periodicamente, sempre em lugares diferentes, que
esto em alta e que lhes proporcionam conforto e status, ou em eventos sociais.
Figura 38: Contato Social
Fonte: Cavalli
A menina filha nica, do primeiro casamento de ambos, pai e me.
Formam o tpico exemplo de famlia recm-formada. Os pais procuram sempre
incluir a filha em seus programas, a fim de estabelecer uma boa relao entre
eles. A menina, por ser a nica e primeira filha, um pouco mimada.
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Figura 39: Famlia Fonte: Image Bank
A menina que se encaixa neste pblico, extremamente ligada a altas
tecnologias e ao que se lana de novo no mercado em relao a marcas,
produtos e moda. O acesso a este tipo de informao feito atravs da
internet, e diariamente. A aquisio de produtos de ltima moda e luxo
essencial para seu convvio no ambiente social em que inserida.
Figura 40: i-phone
Fonte: I-Phone
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A famlia dessa jovem possui seu prprio negcio, e possui
flexibilidade de horrios, folgas e feriados. Costumam fazer viagens
internacionais de frias, sempre no perodo de recesso escolar da menina.
Figura 41: Viagem internacional
Fonte: Image Bank
Estuda em colgio particular, tradicional, tira notas boas e tem um
comportamento exemplar. A menina j estuda um segundo idioma, e tem como
objetivo estudar outros futuramente.
Figura 42: Inteligncia Fonte: Take Two Teen
Sempre antenada ao mundo da moda, se veste de maneira atual,
misturando com o clssico. No tem medo de ousar, e est sempre pronta para
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lanar moda entre os amigos. Confiante e bem assessorada pelos pais e por
toda informao que lhe rodeia, vai s compras quinzenalmente com os pais,
principalmente com a me. Quando algo novo lanado no mercado, ela est
sempre por dentro mas seleciona na hora da compra.
Figura 43: Estilo Fonte: Simonetta
3.6 Ambientes de Uso
Segundo Coutinho (2007), ...a linha multi wear, para a hora de relaxar, permite diversidade de uso, para ficar em casa, dormir ou ir praia. O bem-estar
tambm se fortalece.
O multi-wear destaca-se pela elaborao de roupas que podem ser
utilizadas em ambientes informais, lugares que passam sensao de leveza e
relaxamento e em ocasies no providas de stress ou tenso.
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Figura 44: Relaxar
Fonte: Corbis
Para a criana estes ambientes de uso tornam-se mais amplos, j que suas
obrigaes so menores, e a tendncia a enfrentar locais e situaes de stress e
tenso consideravelmente menor que adolescentes ou adultos. Esses mini
jovens usufruem de roupas confortveis para as mais diversas situaes
cotidianas. Em supermercados, para ficar em casa, em pequenos passeios como
ir a farmcia ou alugar um vdeo para assistir, para dormir, e at para brincar em
um parquinho ou praa pblica.
Figura 45: No parque Fonte: Getty Images
Levando em considerao que o pblico em questo possui plena
liberdade de escolha para decidir onde e como gostaria de utilizar as peas da
coleo e possui tambm capacidade de inovar nessas escolhas, sugere-se que
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as peas da coleo sejam usadas em qualquer situao que proporcione
conforto, relaxamento e descontrao. mais do que uma coleo verstil, um
transmissor de alegria.
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4. CONCEITUAO
4.1 Briefing
Nome da marca: Pepe Nome da coleo: Pimpo Criao: Lara Nascimento Pblico-alvo: Infantil Feminino Segmento: Multi-wear Estao: Inverno 2009 Temtica: Romero Britto Conceito: Interao, Criatividade, Luxo, Diverso. Proposta Conceitual: Desenvolver uma coleo de multi-wear especfica para o pblico infantil feminino de alto luxo, a fim de inovar roupas de dormir e relaxar e
ao mesmo tempo conquistar o pblico com a diverso e interao que as roupas
propem.
Cores: Vivas; rosa, verde, azul, amarelo, laranja e nuances de preto. Formas: Largas; balon, god, retas. Tecidos: Malhas de algodo egpcio; ribana, malho, malha cermica, plush. Superfcies: Estamparia com foil e relevos, bordados. Mix de Produto: 64% fashion, 25% bsico e 11% vanguarda. Acessrios: Luvas, gorros, lenos, pantufas. Data do briefing: 20/10/2008.
4.2 Coleo
Adiantando um pouco do contedo de identidade da marca, a Pep tem
como misso da empresa a interatividade com a criana. de responsabilidade
da equipe, desenvolver produtos divertidos, encantadores, confortveis e que
estimulem a criana a brincar com a roupa.
seguindo o conceito da marca que a Pepe cria a coleo Pimpo, com
sua identidade baseada em trs conceitos principais, representados pelas
palavras-chave: cor, conforto e brincadeira.
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Uma coleo com malha de ltima gerao, que fazem jus ao glamour do
segmento de luxo; com cores vivas e fortes, que espelham a alegria das crianas
e a genialidade das obras do artista Romero Britto (temtica da coleo); e com
formas que vo fazer a cabea das meninas mais antenadas dos dias de hoje.
5. PRODUTO 5.1 Criatividade
O design de um produto um processo complexo e real que mais se
aproxima da gesto e menos de uma habilidade determinada de um
indivduo. Muitas empresas acreditam que o sucesso de seus
produtos deve-se unicamente ao criativa do designer...]
(TREPTOW, 2005, p.66)
Segundo Ostrower (1997) a criatividade no se trata de um talento que
nasce em um grupo seleto de pessoas. Trata-se de um talento a ser desenvolvido
que pode e influenciado de acordo com o meio scio-econmico e cultural em
que o indivduo est inserido. Nesta coleo foram utilizados foram utilizadas trs
ferramentas para complementar a criatividade. So elas: elementos do design,
princpios do design e MESCRAI.
5.1.2 Elementos do design
Segundo Treptow (2005), os elementos do design de moda so: a silhueta,
a linha, a textura e a cor.
Silhueta: a silhueta pode ou no acompanhar os volumes e curvas do
corpo. Cabe ao criador estabelecer a direo da sua coleo. TREPTOW
(2005, p.132). Por ser uma coleo infantil e ter como um de seus aspectos
atrativos da coleo o conforto, a coleo trabalha com formas amplas, ou
seja, deixa a silhueta bastante livre e abrangente, para que os movimentos
da criana no sejam limitados.
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Linha: ao mesmo tempo que as linhas utilizadas na criatividade desta
coleo so extremamente suaves, elas devem exigir uma certa rigidez
para condizer com seu pblico consumidor. As estampas, por exemplo,
transmitem um ar de liberdade e abertura quando utilizadas como
estampas corridas e com desenhos despojados, porm possuem contornos
escuros, e assim como nas estampas localizadas, transmitem um pouco de
rigidez e ordem.
Textura: Treptow (2005) afirma que a relao que o indivduo tem com a
roupa, no apenas visual, tambm sensorial. Portanto um estilista deve
saber explorar bem as texturas diferenciadas que um bordado, uma
estampa, um tecido ou qualquer outra aplicao pode agregar para uma
pea. Neste projeto, aplicaes em tecidos diferenciados, o uso do plush e
das malhas com um toque macio, trmico e leve faro a diferena a textura
da coleo.
Cor: a cor o reflexo da luz sobre um objeto. Onde no h luz, no h cor.
Levando em conta esta afirmao de Treptow (2005), pode-se dizer que
esta coleo cheia de luz. Assim como as obras do artista Romero Britto,
a coleo composta de cores vivas e alegres, em combinaes
inusitadas e com o intuito de transmitir a criatividade e diversidade que
uma criana passa ao colorir, ao brincar ao se divertir.
5.1.3 Princpios do Design
Os princpios do design correspondem a uma ferramenta que pode auxiliar
e dirigir o foco de ateno da criao de uma coleo. O designer pode agir sem
conscincia de que esteja fazendo uso desses princpios, mas eles esto sempre
presentes, mesmo quando em forma de negao. (TREPTOW, 2005, p. 134). Os
princpios utilizados neste projeto so:
Repetio: trata-se do uso da simetria na roupa, princpio utilizado quase
em todas as roupas desta coleo. Em estampas e na harmonia dos look a
simetria sempre levada em considerao nos looks da coleo.
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Ritmo: caracterizado pela repetio com um padro personalizado, como
por exemplo a repetio distribuda de dois em dois. Est presente
principalmente nas estampas corridas da coleo e nos listrados.
Contraste: faz com que o foco visual de quem olha a pea se desvie,
avaliando a de maior importncia, como exemplo, duas cores fortes em
uma estampa. Na coleo est bastante presente na maneira de utilizao
das cores nos looks.
Harmonia: implica em combinaes de elementos com caractersticas
prximas e gera a sensao de unidade e continuidade em uma criao.
Tambm bastante presente nas estampas e nos elementos de destaque
como os punhos, as golas, os acabamentos em geral.
Equilbrio: como o prprio nome diz, o equilbrio entre todos os elementos
que compem uma pea. a distribuio de peso e importncia no
desenvolvimento da criao. O equilbrio muito forte nesta coleo.
utilizado de maneira ousada, quase no limite. H peas que se a harmonia
no fosse presente, o equilbrio da roupa estaria totalmente fora.
Proporo: a comparao de um elemento com o outro na distribuio
da pea, como exemplo, o uso de botes grandes em um casaco pequeno,
no estaria de acordo com as propores. Na coleo a proporo
utilizada nas golas, botes, fechos, estampas e acessrios.
5.1.4 Gerao de Alternativas
De posse de um parmetro da coleo definido, tema escolhido,
cartela de cores delimitada e tecidos e aviamentos selecionados, o
designer passa a criar propostas para a coleo. [...O esboo no
possui compromisso esttico; ele serve para que o designer transfira
para o papel, de maneira rpida, uma srie de idias. Muitas vezes
pode ser apenas um lado da pea desenhado (direito ou esquerdo) ou
mesmo uma anotao por escrito. Tambm no possui compromisso
comercial; por isso, o designer pode dar vazo criatividade sem
preocupar-se com a viabilidade das peas (TREPTOW, 2005, p.140).
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Para o desenvolvimento da gerao de alternativas, a tcnica de
criatividade brainstorming foi utilizada. Ao todo foram somadas quarenta e cinco
geraes de alternativa, presentes no apndice A. A seguir, foram desenvolvidos
painis semnticos a fim de fazer uma sntese de imagens que d forma a
coleo. Trata-se de um resumo do que estar presente na coleo, em cores,
material, formas e temtica.
Figura 46: Cores Gerao
Fonte: Arquivo Pessoal
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Figura 47: Formas Gerao
Fonte: Arquivo Pessoal
Figura 48: Tecidos Fonte: Arquivo Pessoal
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Figura 49: Temtica
Fonte: Arquivo Pessoal
Relembradas as influncias da criao desta coleo, apresentam-se os
croquis.
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Figura 50: Croqui 01
Fonte: Arquivo Pessoal
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Figura 51: Croqui 02 Fonte: Arquivo Pessoal
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Figura 52: Croqui 03 Fonte: Arquivo Pessoal
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Figura 53: Croqui 04 Fonte: Arquivo Pessoal
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Figura 54: Croqui 05 Fonte: Arquivo Pessoal
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Figura 55: Croqui 06 Fonte: Arquivo Pessoal
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Figura 56: Croqui 07 Fonte: Arquivo Pessoal
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Figura 57: Croqui 08 Fonte: Arquivo Pessoal
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Figura 58: Croqui 09 Fonte: Arquivo Pessoal
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Figura 59: Croqui 10 Fonte: Arquivo Pessoal
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Figura 60: Croqui 11 Fonte: Arquivo Pessoal
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Figura 61: Croqui 12 Fonte: Arquivo Pessoal
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Figura 62: Croqui 13 Fonte: Arquivo Pessoal
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Figura 63: Croqui 14 Fonte: Arquivo Pessoal
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Figura 64: Croqui 15 Fonte: Arquivo Pessoal
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5.1.4.1 Tecidos O segmento de multi-wear corresponde a roupas feitas para dormir e
relaxar. Tratando-se ainda de uma coleo infantil, de luxo, e da estao Inverno
2009, os tecidos definidos para essa coleo so altamente confortveis, trmicos
e de alta qualidade. So eles:
Ctton de algodo egpcio: extremamente confortvel, o ctton ser
utilizada para peas que necessitem de um caimento mais rgido, dando
caimento s formas amplas e garantindo o conforto da criana.
Composio: 90% algodo 10% elastano.
Ribana de algodo egpcio: a ribana por ser de algodo egpcio tem um
toque muito mais suave que a ribana normal, mas possui a mesma funo,
que acabamento das peas em punhos e cs. Composio: 80% algodo
20% elastano
Malho de algodo egpcio: o malho usado em peas para ter um
caimento mais pesado e obter uma sensao trmica mais quente.
Bastante presente na coleo. Composio: 100% algodo
Plush: com aspecto aveludado, o plush d brilho a coleo. Seu toque
macio o que faz com que as roupas alm de luxuosas, sejam confortveis.
Utilizado no corpo das peas e tambm em aplicaes. Composio: 80%
algodo 20% polister.
5.1.4.2 Aviamentos
Os aviamentos utilizados nesta coleo so de uso extremamente
funcional, ou seja, no se tratam de elementos decorativos. So eles:
Boto: utilizado para fechamento de algumas peas no tamanho 22 e em
cores vivas, da mesma cartela da coleo.
Boto de presso: extremamente funcional, ut