Mahalo Press

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Mahalo Press | Ano 1 | #4 | Distribuição gratuita www.mahalo.com.br Recifes de coral Saiba mais sobre o maior reduto da vida marinha e assoalho das ondas mais perfeitas do mundo Ilhas Fiji Yuri Soledade é o único brasileiro a surfar as maiores ondas já registradas no arquipélago Surfamos ondas intermináveis, comemos ceviche e curtimos a cultura ancestral na região norte do país Rolé no PERU Atleta da MAHALO, Yuri Soledade, em Fiji Nesta edição tem gibi especial para a galerinha

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Quarta edição da Mahalo Press

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Ano

1 |

#4

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www.mahalo.com.br

Recifes de coralSaiba mais sobre o maior reduto da vida marinha e assoalho das ondas mais perfeitas do mundo

Ilhas FijiYuri Soledade é o único brasileiro a surfar as maiores ondas já registradas no arquipélago

Surfamos ondas intermináveis, comemos ceviche e curtimos a cultura ancestral na região norte do país

Rolé noPeRu

Atleta da MAHALO, Yuri Soledade, em Fiji

Nesta edição tem gibi especial para a galerinha

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Fala do editor

Conceito Mahalo

De olho na série

Baiano Pro em Morro

Dica do top

Palavras salgadas

Surf Eco Festival

Skate

No trilho

Você tem fome de quê?

Conceito Mahalo

Perfil Ian Costa

Só sei que foi assim

Musa Mahalo

Shaper room

Sons, filmes e afins

Interface

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66Yuri Soledade encara ondas épicas nas Ilhas Fiji (Foto: Bruno Lemos)

Rumo ao PeruMahalo Press foi à região norte peruana para conferir as longas

‘olas’ e a cultura ancestral do país 26

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Swell absurdo Yuri Soledade surfou ‘bombas’ de mais de cinco metros em Fiji, na maior ondulação já registrada nas ilhas

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Recifes de coralSaiba sobre a importância biológica e como funciona a formação das ondas nesse universo marinho

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Yordan Bosco

“...pero si perder la ternura jamás”. Surfar as ondas de Cloudbreack, nas Ilhas

Fiji, com 15 pés de altura (cerca de 5 metros), é uma tarefa para poucos. Na verdade, para gente grande e muito corajosa. Nosso atleta Yuri Soledade encarou essa missão no mês de julho e entrou para a história do surf de ondas grandes mais uma vez, por ser o úni-co brasileiro a descer as maiores bombas já registradas no arquipélago. Tudo foi devida-mente fotografado por Bruno Lemos.

Fazer uma trip para surfar no Peru tam-bém não é uma missão para qualquer um. As ondas longas, perfeitas e consistentes e o custo baixo da viagem são bem atra-tivos. Porém, se considerar que a água é extremamente gelada, o clima é seco e frio, além da falta de segurança e de con-dições de saúde, com certeza o lugar está muito longe de ser um parque de diver-sões. Mas foi justamente para o Peru que Soledade (ele mais uma vez) partiu, para pegar onda, curtir a cultura ancestral do país e nos mostrar tudo.

Por estas duas matérias dá para ter uma ideia de quanto esta edição vem repleta de aventura, adrenalina, perigo e desafio. Mas, como a Mahalo Press admira a filosofia do revolucionário argentino Che Guevara, que está no título acima, trazemos também, nas páginas a seguir, nosso espírito lúdico, sonhador e divertido. Afinal, em outubro é comemorado o Dia das Crianças e por isso vamos celebrar com a galerinha que um dia assumirá tudo o que tocamos hoje.

O perfil desta edição é com o surfista ado-lescente da MAHALO Ian Costa, de 17 anos. Atleta dedicado e muito inteligente, Costa é um jovem com comportamento a ser se-

guido pela meninada. Talentoso nas ondas e ligado na escola, o surfista de tempera-mento tranquilo toca violão, tem o hábito de ler muito e cultiva uma vida saudável.

Na seção de Meio Ambiente, fizemos uma matéria especial sobre os recifes de coral. Em uma abordagem educativa, bus-camos informações com especialistas so-bre a importância biológica dessas espé-cies para a vida marinha e descobrimos o quanto as bancadas de coral contribuem para a formação das ondas.

MAHALO KidsEm mais uma ação inovadora da MAHA-

LO, resolvemos presentear a garotada com uma história bem bacana, contada em um gibi, que está exatamente no meio da re-vista. Para isso, convidamos um dos car-tunistas mais respeitados e premiados do país, o mineiro radicado em Salvador Cau Gomez. Com cerca de 20 anos de experi-ência, Cau Gomez coleciona dezenas de prêmios internacionais. Sua mais recente conquista foi em agosto, quando ficou em primeiro lugar no III Festival Internacional de Humor do Rio de Janeiro, na categoria Desenho de Humor de Imprensa.

Quando propusemos que ele fizesse uma história em quadrinhos que envolvesse per-sonagens ligados a MAHALO, surf, meio am-biente e educação, Cau viajou de imediato na ideia, incorporou o nosso espírito praieiro e foi fundo na produção. O resultado é este trabalho maravilhoso e inédito entre as em-presas do mercado brasileiro de surfwear.

MAHALO!

A revista MAHALO PRESS é uma publicação bimensal do grupo MAHALO, WAvE BEAcH, EdyE RAdIcAL cO. e ASA cLASSIc WEAR e tem tiragem de 30 mil exemplares. A revista é produzida pelo departamento de comunicação das empresas.

Edição e produção: Yordan Bosco (DRT–BA 2992); Projeto gráfico, diagramação e tratamento de imagens: Alexandre Karr; Revisão: Socorro Araújo; Assessoria comercial: Fabiano Gonçalves; Estagiária: Adriele dos Santos; Colunistas: Fábio Tihara, Juliano Bório, Lucius Gaudenzi, Luiz Augusto Pinheiro e Marcos Pellegrino; Colaboraram nesta edição: (textos) Adriele dos Santos, James Thisted e Yuri Soledade; (fotos) Adriele Santos, Aleko Stergiou, Bruno Lemos, Bruno Veiga, Cláudio Sampaio, David Campbell, Diego Freire, Dodô Surf, Fabriciano Júnior, James Thisted, Lucios Gaudenzi, Luiz Doro, Paulo Fontes, Pierre Tostee, Rowland, Steve Robertson e Zecops; Ilustração: Rafael Brasileiro; Impressão: Vox Editora.

Os textos assinados reproduzem as opiniões dos seus autores e não necessariamente do veículo e do grupo.

contatos por e-mail: comunicaçã[email protected]@mahalo.com.br Telefone: (71) 3443-1546. correspondências: Avenida Tancredo Neves, nº 2915 - Loja 75 - Salvador Shopping, caminho das Árvores - Salvador – BA - cEP 40 820 021

[email protected]

Um dos mais importantes cartunistas do país, Cau Gomez

aceitou nosso convite para produzir um gibi especial

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Coleção Verão 2012 da MAHALO já está nas lojas

Já está chegando nas lojas de todo o

Brasil a coleção Verão 2012 da MAHA-

LO. Com o tema Terra e Mar, a coleção

é inspirada nos espaços de ligação dos

ambientes aquáticos e terrestres e possui

cerca de 350 itens, entre roupas, calçados

e acessórios, adulto e infanto-juvenil.

Como principais características, as rou-

pas trazem estampas coloridas e tecidos

especiais, confeccionados com alta tec-

nologia. As modelagens exclusivas foram

pensadas para proporcionar conforto e

bem-estar, sem esquecer da funcionalida-

de para a prática de esportes.

Para produzir as peças publicitárias

para revistas, outdoor, vídeos, sites, re-

des sociais, banners, entre outras mídias,

a equipe de marketing da MAHALO, co-

mandada por Sandro Sanper, seguiu para

as paradisíacas vilas de Diogo e Santo

Antônio, no Litoral Norte baiano. Os fo-

tógrafos Diego Freire e Zecops mergulha-

ram no clima da coleção e produziram um

material de altíssimo padrão.

Os surfistas profissionais Bruno Galini,

Bino Lopes e Ulisses Meira foram fotogra-

fados em perfeita harmonia com a pro-

posta da campanha, para transmitir ao

consumidor todo o conceito da grife. “Foi

uma experiência muito legal. Tentamos

passar ao máximo nosso estilo de vida,

com bastante naturalidade, e acho que

deu muito certo. Espero que o público

goste”, diz Ulisses Meira.

Foto: Diego Freire

Os surfistas Ulisses Meira, em primeiro plano, Bruno

Galini, ao fundo, e Bino Lopes são as estrelas da campanha

publicitária da coleção

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Slater fantástico no Tahiti

Owen Wright conquista prova mais rica da ASP

Galini faz final no nordestino, em Itacaré

O australiano Owen Wright foi o vencedor da inédita e milionária etapa nova-iorquina do ASP World Tour, válido pela corrida do título mundial. Ele bateu o decacampeão mundial Kelly Slater, 39, na decisão do Quiksilver Pro New York, que foi finalizado em ondas de um metro, no dia 9 de setembro, em Long Beach (EUA). Pela conquista, Wri-ght, que passou pelo brasileiro Alejo Muniz em uma das semifinais, embolsou U$S 300 mil. Mesmo com a vitória, Owen Wright se manteve na vice-liderança do ranking, que continua com Kelly Slater na ponta. Alejo Muniz, Heitor Alves e Jadson André foram os melhores brasilei-ros colocados na competição e finalizaram na quinta co-locação. Resultados: 1) Owen Wright (AUS); 2) Kelly Slater (EUA); 3) Alejo Muniz (BRA); 3) Taj Burrow (AUS).

Os atletas profissionais da equipe MAHALO mostra-ram em Itacaré (BA), nos dias 27 e 28 de agosto, que estão em grande fase. Na sétima etapa do ANS Tour 2011, o nordestino de surf profissional, Bruno Galini arrebentou e ficou na segunda colocação da prova, perdendo apenas para o cearense Edvan Silva. O ilhe-ense liderou toda a disputa e deixou o título escapar no minuto final. Bino Lopes e Ulisses Meira também surfaram muito durante toda a prova, mas não tive-ram sorte na escolha de ondas durante as semifinais e finalizaram na sétima colocação. Em uma fase impres-sionante e com um surf forte e de manobras modernas, Galini disputou quatro baterias no último dia da prova.

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Slater domou a fera chamada Teahupoo mais uma vez e assumiu a liderança na

corrida pelo 11º título mundial da carreira

Pela vitória no Quiksilver Pro

New York, Wright foi premiado com

U$S 300 mil

Na sétima etapa do nordestino profissional, Bruno Galini só foi barrado por Edvan Silva

O decacampeão mundial Kelly Slater, 39 anos, aumentou para 47 o seu recorde de vitó-rias em 67 finais disputadas na história do ASP World Tour. E o título no Billabong Pro Tahiti era o único resultado para poder recuperar a ponta do ranking na corrida do título mundial mais disputado dos últimos anos. No dia 29 de agosto, em ondas de 6 pés sólidos (1,5 a 2 metros), Slater derrotou o australiano Owen Wright na decisão do campeonato de tubos fantásticos em Teahupoo. “Este é um daqueles eventos estranhos, onde você pode ficar nas primeiras rodadas”, disse Slater, referindo-se à saída precoce dos ex-líderes Joel Parkinson, Jordy Smith e Adriano de Souza. Resultado: 1) Kelly Slater (EUA); 2) Owen Wright (AUS); 3) Josh Kerr (AUS); 3) Travis Logie (AFR).

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Ulisses Meira descola um segundo lugar no Circuito Petrobras

Vendedores da MAHALO vencem campanha da Oakley

Em Morro de São Paulo

O surfista da equipe MAHALO Ulisses Meira fez bonito na segunda etapa do Circuito Petrobras nas Ondas e ficou em segundo lugar na prova realizada no Arpoador, Rio, entre os dias 16 e 17 de setembro. O paraibano só foi barrado pelo baiano de Ilhéus Dennis Tihara. Na bateria decisiva, Tihara derrotou Meira pelo placar de 16,17x 11,7 pontos. Com a segunda colocação na prova, que distri-buiu R$ 40 mil de premiação, Ulisses Meira assumiu a lide-rança do circuito. “Foi um resultado muito bom, que eu estava precisando. Lamento não ter superado o Dennis na decisão, mas é isso mesmo. Estou muito feliz”, come-mora Meira. Resultado: 1) Dennis Tihara (BA); 2) Ulisses Meira (PB); 3) Simão Romão (RJ); 3) Alan Donato (PE).

Os surfistas Bino Lopes, Bruno Galini e Ian Costa passaram uma semana em Morro de São Paulo no final de agosto. Eles competiram na terceira etapa do Circuito Baiano Pro AM (veja matéria na página 18) e aproveitaram para fa-zer umas fotos para a MAHALO PRESS. Apesar de alguns dias de chuva, os fotógrafos Fabricia-no Júnior e Zecops fizeram um material de altís-sima qualidade, que vocês poderão conferir na nossa edição de dezembro/janeiro. Aguardem.

Agora sim. João Lucas, vendedor da MAHALO do Salvador Shopping, em Salvador, tem muito a comemorar. Com 136 pontos, ele é o vence-dor da campanha nacional da Omatter da Oak-ley. O vendedor da MAHALO do Paralela Shop-ping Gabriel Trettin Castro também fez bonito e ficou em segunda colocação na campanha. Os dois foram premiados com um Ipod, além de um kit com bermuda e camisa, oferecidos como bônus pela representação da Oakley na Bahia. A campanha Omatter durou de maio a agosto.

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Foto: Zecops

Com um segundo lugar na prova realizada no Rio, Ulisses Meira assumiu a liderança do Circuito Petrobras nas Ondas

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Foi uma competição diferente. Um dos mais belos cenários do litoral brasileiro, a paradisí-aca Morro de São Paulo recebeu pela primei-ra vez os melhores surfistas da Bahia para uma prova do estadual da modalidade, entre os dias 19 e 21 de agosto. Com ondas pequenas, porém perfeitas, e águas cristalinas, a praia da Pedra do Moleque foi o palco onde Bruno Galini bri-lhou e venceu o Mahalo Apresenta: Morro de São Paulo Pro Contest de Surf, terceira etapa do baiano pro-am (profissional e amador).

Nas direitas extensas, Galini abusou de velo-cidade e de manobras modernas para vencer a decisão contra Iago Silva, Bino Lopes e Aurélio Santana. O detalhe é que três dos quatro fina-listas (Galini, Lopes e Santana) são da equipe de surfistas da MAHALO.

Galini não encontrou facilidades na grande final e revezou a liderança com Bino Lopes e Iago Silva. O diferencial para o ilheense veio em uma onda que valeu 8,5 pontos, na qual

Galini fatura em Morro de São Paulo

ele executou, entre outras manobras, um aéreo re-verse. O escore final foi de 13,93 pontos para Bruno Galini; 11,37 para Iago Silva; 11,17 para Bino Lopes; e 8,93 para Aurélio Santana.

“Vi que a disputa estava muito equilibrada e resol-vi arriscar nas manobras. Achei uma onda boa que me possibilitou inverter a rabeta da prancha nas manobras e realizar um aéreo. Estou muito feliz em vencer neste lugar maravilhoso”, disse o atleta.

O Morro de São Paulo Pro Contest de Surf, apresentado pela MAHALO, teve início na sexta-feira e contou com cerca de 200 atletas em sete categorias. Luiz Fernando “Lamarão”, da Praia do Forte, foi o grande destaque en-tre os amadores e ficou com o título Junior, até 18 anos, ao derrotar Davi Silva, Matheus Rodrigo e Erick Moraes.

Ilheense é o melhor na estreia do circuito baiano de surf profissional no paradisíaco destino turístico. Bino Lopes, Aurélio Santana e Iago Silva também participaram da decisão

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Em decisão acirrada, Bruno Galini conseguiu uma nota 8,5 pontos, para se distanciar dos adversários

Pro1) Bruno Galini2) Iago Silva3) Bino Lopes4) Aurélio Santana

Junior1) Luiz Lamarão

Mirim1) Jadson Santana

Master1) Oswaldo Dinho

Iniciante1) Airton Dilan

Infantil1) Mateus Souza

Feminino1) Carine Goes

Longboard1) Vinicius Cardoso

Resultados

MOrrO dE SãO PAULO PrO COnTEST dE SUrf

Uma das revelações locais da prova, Joedson Purora ficou nas semifinais entre os profissionais

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Galini dá as dicas sobre o sul peruanoEm uma edição que mostramos o Peru em nossa matéria especial, adivinhe qual a indicação do surfista profissional Bruno Galini? Ele é apaixonado pelas ondas extensas e perfeitas da região de Punta Hermosa

Aí galera, a minha Dica do Top para esta edição é um lugar de ondas perfeitas e longas que fica no sul do Peru: Punta Hermosa. É um local que gosto muito, pois, além de pegar altas ondas em picos como Puntas Rocas, Caballeros, Señoritas e Pico Alto, me sinto em casa todas as vezes que vou. As

pessoas são extremamente gentis, calorosas e hospitalei-ras. Fico na pousada Pico Alto, do amigo Oscar Morante, onde me sinto parte da família.

Punta Hermosa fica a uma hora ao sul de Lima, capital peruana. Fui pela primeira vez em 2006 e logo me apai-xonei. Lá você vai encontrar ondas de muita qualidade e com extensão incrível. A minha favorita é Puntas Ro-cas. O frio e o ar seco são fortes e lá não chove, mas a qualidade das ondas, a receptividade dos peruanos e o custo-benefício da viagem compensam.

Punta Hermosa está localizada no distrito de mesmo nome, na região de Lima, e tem uma população de cer-ca de 5 mil habitantes. Uma das coisas que mais gosto da cultura local é o ceviche, prato típico do país.

Galini foi ao Peru pela primeira vez em 2006

Fotos: Arquivo pessoal

Ondas perfeitas e extensas e custos baixos são os principais atrativos do país

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Muchas olas, pratos exóticos e cultura ancestralEm meio a tantas viagens para diversos lugares do mundo, o surfista baiano radicado no Hawaii Yuri Soledade aproveitou uma curta estada no Brasil, em maio, para dar uma esticadinha ao Peru e fazer sua primeira visita ao país. Acompanhado da mulher, Maria, dos amigos Everaldo Pato Teixeira (e família), Wilson Nora e Flávio Caixa D’Água e do fotógrafo James Thisted, o atleta da MAHALO fez uma viagem diferente. Lógico que o grupo pegou muitas ondas, sobretudo em Chicama, onde quebram as esquerdas mais longas do mundo. Mas todos aproveitaram intensamente o pouco período de 10 dias para curtir outros atrativos locais. Durante a trip, que James Thisted narra a seguir, foi rodado material para a série Nalu pelo Mundo, exibida no Canal Multishow

Chicama é uma das ondas mais famosas e a mais longa do Peru. Tem 2,5 quilômetros de extensão

Texto e fotos James Thisted

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No momento desta foto, Soledade, provavelmente, estava com as pernas doendo de tanto surfar em uma só onda

Everaldo Pato em ação

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Apesar de conhecer um bom pedaço de mundo, Yuri Soledade esteve pela primeira vez no Peru

O povo peruano é simples, alegre e hospitaleiro

Chegamos a Chicama no dia 15 de maio e voltamos a Lima no dia 22 do mesmo mês. De lá, Yuri partiu para o Hawaii e

eu e o Pato ficamos em Punta Hermosa até dia 2 de junho. Durante a viagem, passamos por La no Norte e surfamos em Chicama, Pacasmayo, Puemape e Huanchaco, onde visitamos as ruínas e pega-mos onda de Cabalitto de To-tora (prancha primitiva peruana). No dia que che-

gamos, o mar estava pequeno, mas de tarde já tinha um metro e meio. No dia seguinte foi o auge do swell, com mais de dois metrões na série em Chicama. Depois, altas em Pa-casmayo e boas ondas em Puema-pe, já baixando. Quando as ondas diminuíram, fizemos os passeios para ter conteúdo para o pro-grama Nalu pelo Mundo.

Everaldo Pato Teixeira é o pro-tagonista, junto com a mulher, Fabiana Nigol, e a filha Isabela, da série exibida no Canal Mul-tishow. Eles passam o ano via-jando pelo planeta em busca de ondas e de aventura e re-

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Flávio Caixa D’Água

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gistram tudo para o programa. Geralmente quem grava é a Fabiana, mas o Pato faz umas imagens também. Nor-malmente são só eles, mas dessa vez fui convidado para fazer as fotos e umas imagens do surf.

“A gravação é muito simples, pois a Fabiana faz tudo. Desde a produção até as filmagens. É muito legal, porque é realmente a realidade da vida da fa-mília Nalu. Tudo muito natural, sem planejamento. A Belinha é uma figura e, provavelmente, a que mais curte o todo tempo. Desde as partes legais até as roubadas”, explica Soledade.

Pato e Soledade são parceiros de tow-in (modali-dade se surf em que o surfista entra na onda puxado por um jet ski) e ficaram em segundo lugar em um campeonato realizado em Jaguaruna (SC), dias an-tes da viagem. Eu havia marcado a trip com Pato e família e com o Yuri, que convidou Wilson Nora e Flávio Caixa D’Água. Eles se incorporaram à barca no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Pau-lo. Maria, esposa do Yuri, chegou alguns dias depois.

Nora mostrou muita energia durante toda a viagem

Família Nalu grava para o canal Multishow

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“Meu nome é atitude”. Yuri mostra disposição em qualquer situação

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Ficamos em Chicama, que está localizada 700 quilômetros ao norte da capital, Lima. Fizemos uma hora de voo até Trujillo e mais 40 minutos de carro. Ficamos hospedados no Chicama Surf Buenabrigo Hotel e SPA, um ho-tel com toda infraestrutura para total como-didade e conforto do surfista e de sua família. Fica bem de frente ao pico.

Chicama é conhecida como a onda mais longa do mundo. Todos pegaram as famosas olas de 2,5 quilômetros de extensão. São tantas manobras na mesma onda que chega a cansar as pernas. Ainda no norte, surfamos em Pacasmayo, Puema-pe e Huanchaco, que ficam próximas a Chicama.

Peru culturalUm dos vários momentos interessantes da via-

gem foi a visita às ruínas de Huaca de La Luna e Huaca del Sol, em Trujillo. Trata-se de um sitio arqueológico da cultura Moche (pré-Inca). Essa cultura foi praticamente destruída pelos espa-nhóis à procura de ouro. Mas as duas estruturas piramidais, que desde 1990 vêm sendo escava-das, ficaram bem conservadas. Então, pudemos ver como as civilizações viviam naquela época.

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O baiano Wilson Nora testa as manobras nas longas paredes de Chicama

Soledade carimba a junção

Yuri e Pato, de boa

O Peru guarda uma riqueza histórica e arqueológica herdada pelas civilizações Inca e Moche (pré-Inca)

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Fora o barco que virou, teve uma verdadeira rouba-da. Depois que voltamos a Lima, teve um dia que resol-vemos fazer uma visita no Mundial ISA Pro Junior, que rolava em Señoritas, em Punta Hermosa (meia hora de carro). Quando chegamos, encontramos uma galera do Hawaii e paramos para conversar.

Deixei meu tripé e minhas duas bolsas de equipamen-tos (uma com a câmera e as lentes menores e a outra com a tele 600) no chão, bem ao meu lado. Comecei a conversar com um fotógrafo local, que estava do meu lado trabalhando, quando me toquei, senti falta de uma das malas (a mala com a câmera e lentes menores).Ti-nham roubado e havia pouco tempo.

Dei o alerta para o Yuri, que era quem tinha estado ali do meu lado e continuava conversando com o pessoal da equipe havaiana. Já saí correndo para uma das três opções de fuga daquele lugar. Corri para a direita, pro-curando alguém com atitude suspeita, ou mesmo carre-gando a minha mala. Não achei nada. De longe, vi que o Yuri continuava ali só me olhando.

Fiz um sinal e gritei para ele ir checar para o outro lado, pois sabia que tinha sido naquele momento e o ladrão não podia estar longe. Só aí que Yuri se tocou e saiu para procurar. Ele avistou um cara subindo o escadão, que leva para a rua em cima do cliff (a segunda rota de fuga pos-sível), com uma mala parecida com a minha, só que com uma bandeira de uma equipe por cima, tapando a mala.

Mesmo sem ter certeza de que era a minha mala, o Yuri foi no instinto e subiu apressado a escada.Quando botou a mão no ombro do cara, que subia sem olhar para trás, e o puxou alguns degraus pra baixo, o sus-peito largou a mala e saiu correndo. Nisso eu voltava correndo e, quando cheguei, o Yuri estava com a mala na mão, perguntando se aquela era a minha.

Era igual e só podia ser ela. Estava tudo dentro. Por alguns minutos tive quase todo meu equipamento rou-bado e mais alguns segundos o cara tinha conseguido escapar, pois quando o Yuri viu, o sujeito já estava qua-se no final da longa escada. Foram alguns minutos de adrenalina e, dias depois, o Yuri me confessou que ain-da estava adrenalizado e sem acreditar na forma que tudo isso aconteceu. Graças a ele pude continuar o tra-balho lá no Peru e voltei para casa com todo meu equi-pamento. Depois, fiquei sabendo que tinham roubado uma filmadora de uma garota dias antes.

roubada peruana

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GastronomiaDono de restaurante e chefe de cozinha em

Maui, no Hawaii, Soledade conta que a co-mida peruana é muito rica em frutos do mar. “Pelo fato da região ter uma grande costa e muitas vilas de pescadores, o básico é peixe”, comenta. “O ceviche é o prato favorito e é realmente espetacular. Tudo é feito na hora, com os mais frescos ingredientes, seja o pei-xe ou os legumes. Durante a nossa viajem, ti-vemos o prazer, ou não, de experimentar o ceviche de lagarto que, para todos nós, foi a primeira e última vez”, conta.

De pranchinha ou de Cabalitto de Totora, Yuri está sempre instigado

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Las olasTodo mundo pegou boas ondas e um fato

curioso é que, como a onda é muito extensa, eu tinha que escolher uma sessão para foto-grafar. Naquele pedaço ficaria bom o enqua-dramento, distância, etc. Nas outras sessões ficaria longe. Então, quando o surfista passava por determinada sessão era a hora de foto-grafar, pois ele só passaria por ali de novo em muito tempo. Até ele sair do mar, voltar ao outside, pegar outra onda e passar por ali de novo, demorava muito. Até tentei combinar de eles ficarem surfando só numa sessão, mas não deu certo. Com uma onda longa daquelas fica irresistível não fazer ela inteirinha.

No dia de ondas grandes, estava combinado de fotografar no bote do hotel. Quando estava passando a arrebentação com o piloto, o barco resolveu cortar o motor. Veio a série e fomos varridos para a beira com o bote virado. Tive que abortar a missão e voltar ao hotel para pe-gar a tele e fotografar da terra mesmo.

No PeruEm 1991 publiquei minha primeira foto de surf

numa revista. Em 95 fiz minha primeira trip inter-nacional para fotografar. Fui a diversos picos, mas só fui conhecer o Peru em 2007. Confesso que fiquei anos com preconceito do Peru, acreditando que lá não era um bom lugar pra ir, pois a luz para as fotos era ruim. Que puta vacilo! Tá certo que tem lugares que não tem uma luz legal, mas as ondas são incrí-veis, tem uma galera bem legal, o ceviche é algo maravilhoso, é pertinho do Brasil e é barato.

Hoje em dia acredito que o Peru tem o melhor custo-beneficio para uma surf trip. Desde que fui a primeira vez, voltei todos os anos. No norte, a luz é boa, por isso é melhor para fotografar, mas no sul também tem os seus dias, pois tem ondas para to-dos os lados. Este ano fiquei uma semana em Lima e deu para conhecer melhor a capital. Confesso que me surpreendi positivamente com a cidade também.

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“O Peru é um lugar especial. Essa foi a minha primeira de muitas vezes que pretendo ir lá. O povo é bem amigá-vel, a cultura vem de longas datas e as ondas são excelen-tes. Além das esquerdas intermináveis, tem Pico Alto, que é uma das maiores ondas da América do Sul e quebra mui-to constante, de março a novembro. Minha onda preferi-da foi Poemape, por ser mais forte e quebrar sobre uma laje de pedra. Foi muito marcante ir às ruínas das cidades soterradas há muito tempo e ter a confirmação que desde aquela época já se usava o surf como uma forma de lazer.”

Primeira vez de Soledade

Pato e Nora, a caminho da felicidade

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Sorte e azar Se apostasse no par ou ímpar, certamente perde-

ria. Nunca ganhou nada na vida. Nunca mesmo. Era o azarão número 1. Tudo com ele dava errado. Su-perstição ou não, era fato. Quando buscou sua pran-cha nova, levou-a numa benzedeira que, depois de sugar-lhe um pouco de dinheiro e fazer um longo ritual, garantiu que nada aconteceria a ela. Foi só entrar no mar que um haole o atropelou e quebrou--lhe o bico antes mesmo dele pegar a primeira onda. Nem se abalava tanto. Estava acostumado.

Numa manhã qualquer, foi ao mercado. Era cau-teloso até na hora de encher o carrinho. Sabia que aquele carma o acompanhava diariamente em to-das as situações. Algo no chão o chamou a atenção, era um bilhete. Sim, um bilhete apenas preenchido que alguém se esquecera de apostar. Mas lógico que não era um sinal. Afinal, era um cara azarado. Mesmo assim, resolveu tentar a sorte. Sorte! A pa-lavra que sempre passou longe do seu vocabulário.

Dias depois, estava rico. Rico é modo de dizer. Ga-nhou uma boa grana com o tal bilhete. Compreen-deu seu azar. Todos aqueles anos haviam sido com-pensados de uma só vez. Sentiu-se um cara de sorte.

Largou seu emprego, mandou fazer um quiver novo e decidiu que daria a volta ao mundo atrás das ondas. Nunca foi muito bom no surf, mas também pra prego não servia. Lá de vez em quando acertava uma ou outra manobra sem muito estilo. Era hora de mudar isso, de evoluir. A trip seria um bom come-ço. Ligou para a agência de viagens.

– Bom dia, eu gostaria de um pacote completo para a Indonésia.

– Sim, senhor. Ouve uma desistência hoje mesmo, e temos um voo para daqui a dois dias. Tem interesse?

Ria sozinho ao telefone. Parece que o mundo dá voltas mesmo. Agora tudo conspirava a seu favor. Até na hora de comprar o pacote a sorte dava as caras.

– Claro, reserve para mim. –completou. – Confirmado, o senhor embarca em dois dias. Dava pulos de alegria. Há dois dias tinha

uma vida mais ou menos, sem muitas emo-ções, contas a pagar, aluguel, prestação do carro. Agora estava indo buscar o quiver dos seus sonhos e, em algumas horas, embarcando para a Indonésia, com dinheiro no bolso, pronto para sur-far Desert Point, Uluwatu, Nias e a onda que quisesse. Já projetava até estender sua

viagem até a Austrália, país que sempre sonhou em mo-rar. Não se aguentava de tanta felicidade.

As pranchas eram verdadeiros foguetes. Uma 5,10’, ra-beta swallon, para os dias de merreca. Uma 6,0’, rabeta round, do jeito que gostava e perfeita para entubar num mar mais cavado. A 6,4’ dos seus sonhos, rabeta round pin, com pouca borda e pronta para os dias em que o swell cres-cesse um pouco e a adrenalina aumentasse. Uma 6,8’ com dupla laminação, forte, resistente, feita para segurar um mar de até 10 pés. E uma gunzera 7,2’, para os dias em que o mar estivesse realmente grande. Não economizou em nada. Nem na hora dos acessórios. Tudo de primeira linha.

– Indonésia, aí vou eu! – gritava de sua sacada. Acordou-se um pouco tarde. Tomou café da manhã,

fez o contorno na escada como de costume e, atrasado, chamou um táxi. Dali direto para o aeroporto. Temia não conseguir chegar a tempo, lembrou que agora era um homem de sorte, e relaxou.

Ao pular do táxi, pagou a corrida e, com apenas uma mo-chilinha nas costas e as pranchas nas mãos, correu em direção ao guichê. Correu, correu, correu e o que encontrou não foi uma linda moça a sua espera e sim um buraco no caminho.

Despencou como Bruce em Pipeline, numa das vacas mais sinistras que já vi na vida. As pranchas voaram para um lado e a mochila para o outro. Não conseguia levantar-se de dor. Quando olhou sua perna, ela estava torta, com o osso quase visível. Fratura exposta na cer-ta. Precisou de muita ajuda e foi mandado direto para o hospital. Ficaria dois meses de muleta e só voltaria ao surf depois de um ano, com sorte. Sorte!

Realmente, nasceu para ser um cara azarado.

Ilustração: Rafael Brasileiro

34

Por Juliano Bório

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35

Foi em um sábado de chuva e vento forte e úmido que o surfista Bino Lopes, 23 anos, marcou seu nome na gale-ria dos vencedores da ASP, ao faturar o Billabong Surf Eco Festival, na praia de Jaguaribe, em Salvador. Após passar pelos conterrâneos Marco Fernandez e Christiano Spirro nas quartas e na semifinal, o baiano venceu de forma es-petacular o jovem cearense Michael Rodrigues, 16 anos, na grande decisão. O evento rolou entre os dias 29 de agosto e 3 setembro e teve também a decisão da seletiva sul-americana sub-20 para o mundial da Austrália.

Após participar de quatro finais em 2011, Bino Lopes decidiu que era a hora de levar um caneco. Foi deter-minado e frio nas seis baterias que disputou e mostrou muito preparo físico no último dia, quando as ondas quebraram longe e havia muita correnteza. Nas quartas de final, mostrou precisão cirúrgica para vencer o talen-toso Marco Fernandez. Adotou a estratégia de só pegar duas ondas. Pegou uma no início, fez 6 pontos, e nos últimos minutos fez a virada com uma onda 6,77.

Contra Spirro, na semi, Bino começou em desvan-tagem, mas reverteu a situação e venceu pelo placar apertado de 10,75 x 10,25 pontos. Já na decisão, Lopes foi soberano, mesmo tendo surfado apenas as duas on-das do somatório mais uma vez. Abriu com uma onda 7 pontos e depois fez outra da série, executou mano-

bras fortes, que renderam 9 pontos. Finalizou a disputa deixando o adversário depender de uma nota 10. O placar foi de 16 x 11 pontos.

“Fazia um ano que eu não ganhava um evento e já estava angustiado com isso, mas agora deu tudo certo. Estou em casa, treino sempre aqui nesta praia e acho que tudo conspirou para a mi-nha vitória”, disse Bino Lopes, depois de ser car-regado pela torcida. “Eu entrei na água sabendo que a final ia ser bastante difícil. O moleque (Mi-chael Rodrigues) vinha sendo o destaque desta semana, desde o Pro Junior. Mas minha estraté-gia de esperar as melhores ondas funcionou. Co-mecei bem e aí foi só administrar a vantagem”.

Bino fatura etapa do WQS em SalvadorAlém de quebrar jejum e ser o primeiro ‘local’ a vencer uma prova do mundial de acesso na Bahia, Bino Lopes também entra para a galeria dos baianos que venceram provas da ASP

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Para poder fazer a festa baiana no pódio, Bino Lopes teve de surfar muito e vencer o

jovem Michael Rodrigues na decisão

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1) Bino Lopes (BRA)2) Michael Rodrigues (BRA) 3) Elivelton Santos (BRA)3) Christiano Spirro (BRA)5) Pablo Paulino (BRA)5) Cesar Aguiar (BRA)5) Marco Fernandez (BRA)5) Dennis Tihara (BRA)

Resultado

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No início do mês de setembro, na

praia de Atalaia, Aracaju-SE, aconte-

ceu a 2ª etapa do Circuito Sergipano

de Skate. Entre os cerca de 70 atletas

que competiram estavam os sergipa-

nos Anderson Neném e Franklin Mo-

rales, os baianos Alex Cardoso e Jail-

son Café, o alagoano Janio Charada

e o pernambucano Victor Bob, que se

consagrou bicampeão da prova. Car-

doso ficou em sexto lugar na compe-

tição, que contou com as categorias

amador 1 e 2, mirim, iniciante e fe-

minino. Além de Victor Bob, levaram

os troféus de campeões os sergipanos

Iran Rodrigo (amador 2), Lenita de

Jesus (feminino), Silvio Oreia (inician-

te) e Bruno Vinícius (mirim).

Alex Cardoso vence etapa do City Caos

radical em SobralAmadores em Aracaju

O skatista Alex Cardoso ficou na sétima colocação da ca-tegoria amador 1, durante a 5ª etapa do Circuito Cearen-se, realizado na cidade de Sobral. A prova rolou nos dias 2 e 3 de setembro, na pista pública da cidade, e contou com skatistas de todo o país, já que na mesma estrutura foi re-alizado o brasileiro profissional. Resultados da categoria amador 1: 1) Alison Pardal (Sobral); 2) Anderson Resende (Fortaleza); 3) Carlos Trator (Fortaleza); 4) Suênio Campos (Fortaleza); 7) Alex Cardoso (Salvador).

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Cardoso briga por uma moto, que será entregue ao campeão do

circuito ao final de quatro etapas

Alex Cardoso, de vermelho, com a galera em Sobral, no Ceará

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O skatista da Edye Surf Co. Alex Cardoso levou mais um troféu de campeão para casa no dia 21 de agosto. Foi na segunda etapa do Circuito City Caos de Skate, na Bahia, que ao final de quatro etapas premiará o campeão com uma moto. O evento rolou na pista pública do Imbuí, em Salvador, e contou com atletas da Bahia e de Sergipe. A prova teve formato de jam session e os juízes analisaram o grau de dificuldade das manobras.

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Uma semana após conquistar o hexacampeonato mun-dial de skate vertical, o brasileiro Sandro Dias ficou em quarto lugar na terceira etapa do circuito Dew Tour. Rea-lizada no dia 10 de setembro em Salt Lake City, nos Esta-dos Unidos, a prova teve como grande campeão o francês Pierre-Luc Gagnon. “O final de semana foi uma verdadei-ra maratona. Correr as eliminatórias, as semifinais, a final e a superfinal não foi fácil”, comenta Dias. Os cinco ska-tistas que disputaram a superfinal com Sandro Dias foram Shawn White, Pedro Barros, Pierre-Luc Gagnon e Bucky Lasek. Na decisão, o brasileiro fez 84,75 pontos.

Durante o mês de setembro, a ONG Skate Social pro-moveu uma gincana para tornar mais feliz o Dia das Crianças do projeto Manobra do Bem, de Poá-SP. Com o objetivo de arrecadar fundos para a realização da gran-de festa, que ocorrerá no dia 12 de outubro, o presi-dente da ONG Sandro Soares e a pedagoga Leila Vieira fizeram um bazar com roupas e calçados. O projeto Ma-nobra do Bem realiza diversas atividades, a exemplo de aulas de arte, de reciclagem e de skate, que, geralmen-te, são ministradas por skatistas profissionais, tornando--os um exemplo a ser seguido pelas crianças assistidas.

Largada do brasileiro proSuperfinal nos EUA

Manobra do Bem

Sandro dias é hexacampeão mundial vertical

Em uma decisão eletrizante, Marcelo Bastos venceu a primeira etapa do Brasileiro Skate Vertical, no dia 18 de setembro, no half montado em frente ao pré-dio dos Correios, no Vale do Anhangabaú, na capital paulista. A disputa reuniu skatistas do primeiro esca-lão do esporte do mundo, a exemplo do hexacam-peão mundial Sandro Dias, que ficou com a segunda colocação. O evento fez parte da programação da quinta edição da Virada Esportiva de São Paulo. Rony Gomes, terceiro colocado, foi outro que mandou mui-to bem. Na quarta colocação ficou Edgard Vovô, se-guido dos paranaenses Mizael Simão e Vitor Simão.

Com uma segunda colocação no Air Attack, quinta e última etapa do World Cup Skateboarding (WCS), o brasileiro Sandro Dias carimbou o seu sexto títu-lo mundial no skate vertical. A prova foi realizada no dia 28 de agosto, em

Antuérpia, na Bélgica, onde o brasileiro conseguiu fechar o ranking em primeiro. Além do Air Attack, o World Cup Skateboarding foi composto de mais quatro etapas: Oi Vert Jam (5 a 7/3 - Rio de Janeiro, Brasil), Kia Asian X Games (29/4 a 2/5 - Xangai, China), The Spot Paradise (1 a 3/7 - Roma, Itália) e X Games (28 a 31/7 - Los Angeles, Estados Unidos). “Estava bem ansioso para a final. Errei a primeira volta, mas consegui me recuperar e acertar toda a segunda volta. Tentei arriscar mais para melhorar na terceira, mas acabei errando. Por isso fiquei um pou-co apreensivo até anunciarem o resultado final”, comemora Dias, que já havia vencido a etapa italiana.

Foto: Divulgação / www.sandrodias.com.br

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Rony Gomes ficou entre os três primeiros na largada do

brasileiro vertical

Sandro Dias havia conquistado cinco títulos mundiais de 2003

a 2007 e carimbou o hexa na Bélgica, no final de agosto

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Um dia para poucos sonharem

Foi de última hora. Eu visualizei o swell e, como tinha surfado a última grande ondulação que rolou em Fiji, imaginei que esse poderia ser ain-da maior. Logo comecei a contactar a galera e o Bruno Lemos se interessou de cara em fotografar, pois também estava monitorando tudo. Depois foi procurar uns moleques novos que tivessem vontade de encarar um swell desse tamanho. En-traram na barca os filhos de brasileiros Ian Gentil e Joao Marco Maffini, ambos com 15 anos, os ha-vaianos Albee Layer e Theo Niarchos, os dois com 18, além do argentino Daniel Silvani, que mora em Maui (no Hawaii) há muito tempo. Sempre gosto de fazer umas viagens com uns moleques da nova geração, pois posso trabalhar como téc-nico e passar um pouco da minha experiência.

Conheço as Ilhas Fiji há dois anos e já tive lá por quatro vezes. Cada viagem me sinto mais em casa. Adoro as ondas do local. O povo é superalegre e atencioso, o clima é perfeito e se pudesse me mudaria para viver lá. Acho que deve ser como o Hawaii há 20 ou 30 anos. Dessa vez fiquei uma semana e o ambiente dentro d’agua foi o melhor possível. Essa é uma das coisas que diferenciam

o surf de ondas grandes e de ondas normais. O grupo que persegue essas ondas é muito unido e todo mundo se conhece e se ajuda. É uma turma pequena e, por ser uma tarefa muito arriscada, todos nos sentimos responsáveis pela segurança do outro.

O swellForam dois dias de ondas gigantes em Cloudbreak.

Em uma terça e uma quarta-feira (12 e 13 de julho). Na terça foi o dia liso e o mar estava muito perfeito, com ondas de 10 a 12 pés. Todo mundo na remada com on-das incríveis. Foram vários tubos insanos e vários caldos. Pelo tamanho do mar e pela força das ondas, a ajuda dos jet skis no resgate foi muito importante. Felizmen-te, ninguém se machucou seriamente. Nesse dia, pela tarde, quando todos os barcos tiveram que ir de vol-ta para a ilha principal, conseguimos fazer um tow-in. Com certeza foi o ápice do swell, com séries passando dos 15 pés. Mas, infelizmente, não registramos a sessão. No dia seguinte, a ondulação continuou na casa dos 12 a 15 pés, mas, como tinha vento, o dia começou com o tow-in e, depois, quando o vento parou, voltamos para a remada. Foram as melhores ondas que já surfei. Nun-ca tinha visto um mar tão grande e tão perfeito.

No início de julho, o baiano radicado no Hawaii Yuri Soledade surfou a maior ondulação já registrada nas Ilhas Fiji. Em uma semana de estada, ele pôde entrar mais uma vez para a história do surf de ondas grandes e foi o único brasileiro a pegar ondas perfeitas, de até 15 pés (5 metros). Em dois dias inesquecíveis no paraíso da Polinésia Francesa, o atleta da MAHALO dividiu as bombas de Cloudbreak com surfistas consagrados, a exemplo do decacampeão mundial Kelly Slater, do legendário havaiano Garrett MacNamara e dos destemidos Jeff Rowley, Ryan Hipwood e Dean Bowen. O fotógrafo Bruno Lemos estava lá e registrou tudo

Yuri Soledade surfou ondas como esta, de cerca de 5 metros, para entrar mais uma vez para a

história do surf de ondas grandes

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Por Yuri Soledade | Fotos Bruno Lemos

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RepercussãoCom certeza, essas sessões mudaram a visão sobre o

que pode ser feito em ondas desse tamanho. Até o Kelly (Slater) deixou de competir numa das mais importantes etapas do circuito mundial (na África do Sul) para surfar lá. Repercutiu como as melhores ondas já surfadas na história. Picos como Cloudbreak, Tavarua Rights, Res-taurante, Swiming Pools, Namotu Lefts e Wilks quebra-ram como nunca antes. Sorte e alegria de todos que tiveram a oportunidade de surfar essas ondas.

Localizadas na Polinésia Francesa, as Ilhas Fiji são um dos destinos mais belos do planeta

Pupilo de Soledade, o havaiano Ian Gentil (filho de brasileiros) mostra que está no caminho do mestre

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Graças à experiência nas ondas mais temidas do planeta, Soledade mostra total domínio da situação nesta sequência

Yuri Soledade

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Sobre as ilhas FijiA ilha de Fiji é a principal de um complexo de

322 ilhas, com ondas para todos os gostos. Duran-te muito tempo, as ondas e os reefs eram fecha-dos. Inclusive as da região de Tavarua e Namotu ficavam restritas aos seus donos, que cobravam fortunas para quem quisesse surfar. Mas, há cerca de um ano, o governo decretou uma lei e todos os picos foram abertos para qualquer pessoa que chegue pelo mar. Isso fez o crowd aumentar nes-ses picos, mas também possibilitou que os melho-res atletas do mundo surfem as ondas grandes, sem precisar ficar em uma dessas ilhas.

Para mim, a abertura foi de grande benefício para quem busca os maiores swells ao redor do mundo e, principalmente, para os ‘locais’. Te-nho vários amigos de lá que sempre sonhavam em poder surfar essas ondas e nunca tiveram o prazer, pois o custo de ficar nessas ilhas era absurdo. A cultura é bem simples, o povo vive da plantação e da pesca e é bem religioso e superfeliz com o pouco que tem.

“Em Cloudbreak, a onda é perfeita, mesmo em

condições extremas. Se conseguir entrar nela e

fazer a cavada, com certeza vai ser a onda da vida.

Quanto aos caldos, o perigo maior é sempre ficar preso debaixo d’agua por mais

de uma onda e apagar. Por isso, você tem que ter uma certa experiência e estar preparado fisicamente e psicologicamente para o

que der e vier”

As sessões em Fiji foram divididas em tow-in (puxado por um jet ski) e na remada

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Foto: James Thisted

Marcos Pellegrino

Pastor e coordenador da Missão Surfistas de Cristo

no Nordeste

[email protected]

O dom de ouvir e de aceitarRefletindo sobre o tema Instrução, achei

os significados ensinar, informar e escla-

recer. Vendo por esta ótica e analisando o

comportamento humano, cheguei à conclu-

são de que não o levamos em consideração

como deveríamos. Lembro-me muito bem

quando comecei a surfar. Foi na Praia dos

Artistas, no Corsário, em Salvador.

Peguei a prancha de meu irmão, uma

Hollywood vermelha. Parecia um cigarro

em forma de prancha. Imagine que con-

tradição, afinal, o surf é um esporte tão

saudável. Mas, enfim, peguei, passei vela

(não tinha parafina) e achava que servi-

ria. Fui ‘surfar’ sem nenhuma instrução. Só

sabia que deveria ficar em pé e, é lógico,

com tantos erros, não consegui.

Vemos o nível do surf moderno e precisa-

mos lembrar o que está por trás disso. Quan-

ta instrução, ensino, orientação e esclareci-

mento! Ver meninos cada vez mais jovens,

às vezes crianças, já em projetos profissionais

para se tornarem grandes atletas me faz en-

tender que, verdadeiramente, o surf mudou.

As ondas são as mesmas, o princípio também,

mas se aperfeiçoando cada dia mais.

Ver ídolos do passado, a exemplo de Mar-

tin Potter, comandando grandes equipes nos

mostra como é importante a participação de

pessoas experientes para instruir novos atle-

tas, que almejam grandes feitos. Na vida não

é diferente. Somos resistentes aos conselhos,

afinal, “queremos ter a nossa própria histó-

ria”. Não é que não devemos, porém, ouvir

sempre é positivo, pois é uma boa oportuni-

dade de acrescentar em nossas decisões.

“Não havendo sábios conselhos, o povo

cai, mas na multidão de conselhos há segu-

rança” (Provérbios 11:14). Está diante de

nós esse desafio que vai passar pelo nosso

coração. Se quisermos crescer em nossas

vidas, precisaremos ter humildade e reco-

nhecer que precisamos de instruções. Seja

em que nível for, como disse.

Obrigado por sua atenção. Boas ondas.

“Ouvir sempre é

positivo, pois é uma

boa oportunidade

de acrescentar em

nossas decisões”

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Lucius Gaudenzi

Chefe e surfista, mora na Austrália e

viaja pelo mundo em busca de ondas e de

novos sabores

Lembranças de uma trip especial a Uluwatu

Estava a caminho de Nias para uma temporada de tubos solitários e estudos. Porém, por conta de um atraso no meu voo de Sydney, acabei perden-do a conexão que levaria à ilha de Jakarta. Bem, estava em Bali e fui dar mais uma checada na pre-visão das ondas. Entraria um swell no dia seguinte e não tive duvida: vou para Uluwatu!

Poderia estar escrevendo para vocês sobre qualquer outra trip que tenha feito, porém esta foi especial e vou contar um pouco desse pico maravilhoso, considerado um dos melhores do mundo. Dessa vez, fiquei apenas em Uluwatu, muito bem instalado no Hotel Puri. Precisava apenas descer as escadas e já estava dentro da gruta que dá acesso àquela praia maravilhosa.

O máximo que me arrisquei foi ir a Padang, em um final de tarde clássico, mas ali onde estava encontrei paz, dias maravilhosos de surf, uma galera massa e muita comida deliciosa! O lugar é como uma peque-na vila, com restaurantes, lojas de surf, oficinas de pranchas, galeria de arte e muito, muito mais.

Um dos melhores finais de tarde do mundo, com certeza! Gente de todo o planeta, com o sorriso es-tampado no rosto pelos tubos feitos, pela música agradável. A massagem relaxante, a cerveja gelada, o peixe fresco, tudo isso integrado ao caloroso e feliz povo balinês. Curtindo um pôr do sol inesquecível.

Em 15 dias, surfei ondas de 3 a 12 pés, tubos, manobras e muitos cortes no pé. Afinal, a bancada é bem rasa, o coral afiado e as on-das poderosas. É fundamental estar bem fisicamente, dormir bem e se alimentar com muita proteína e carboidrato.

Nada difícil, pois Bali tem bons restau-rantes e um dos pratos típicos de lá é o nasi goreng, feito com arroz frito e peixes, ma-riscos, carne ou ovos. Além do mais, tudo o que se faz é andando, subindo e descendo escadarias e morros. Uma remada que pode chegar a uns dois quilômetros até o outside, nos dias grandes, sob uma correnteza cabulosa, tam-bém ajuda no condicionamento físico.

Uma vez no pico, busque onde estão os locais e procure ficar no lugar certo. Sentar e esperar pela sua, sempre vem. Uluwatu é uma onda com várias opções e quando se pega a certa lá do fundo, vai atravessando toda a praia em ondas interminá-veis, com tubos longos, manobras variadas e um visual único! Ah! Para a nossa receita desta edição vai um Camarão ao Alho. Super simples.

Ingredientes: 12 cama-rões grandes com casca e cabeça: 1/2 cebola cor-tada em tiras; 6 dentes

de alho cortados em tiras bem finas; 30 ml de azeite

de oliva; 30 ml de molho soyo; 1 colher de manteiga; 1 colher

de mel; sal e pimenta preta; e 1 li-mão. Tempere os camarões com sal e pimenta, coloque o azeite em uma frigideira quente. Em seguida, adicione a manteiga, cebola e alho e deixe por 1 minuto até pegar uma cor, mas sem queimar. Adicione os camarões e frite-os por um minuto em cada lado. Depois adicione o soyo e o mel, misture bem e deixe por mais 1 minuto. Sirva com o molho por cima e esprema o limão sobre. Sirva com arroz, salada ou mandioca frita!

SE LIGUE:

Fotos: Dodô Surf Photography / Arquivo pessoal

Lucius Gaudenzi pesquisou, andou, comeu, cozinhou, conversou, mas não negou fogo nas

intermináveis esquerdas de Uluwatu, na Indonésia

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recifes de coralMorada marinha e assoalho de ondas perfeitasMaior berço de vida marinha e rampa para a formação das ondas mais perfeitas do planeta, os recifes de coral também contribuem, e muito, para dar mais beleza às praias. Um só coral é capaz de abrigar até 3.500 espécies. Em bancadas de recifes quebram ondas como Pipeline, Cloudbreak, Mentawaii e Teahupoo

Os picos de surf mais cobiçados do planeta estão em fundos formados por recifes de co-ral. Dois dos mais perfeitos e perigosos deles, o santuário Pipeline (Hawaii) e a temida Te-ahupoo (no Tahiti), quebram sobre bancadas, que, além de possuírem rica diversidade bio-lógica, possibilitam que as ondas quebrem perfeitas, sempre no mesmo lugar. Abrigo de pelo menos 65% dos peixes e de uma em cada quatro espécies marinhas do planeta, os recifes de coral são os principais nichos eco-lógicos do fundo do mar. Por serem grandes fontes de alimento e de renda para muitas comunidades, eles também possuem uma im-portância econômica muito grande.

No Brasil, o litoral nordestino se destaca por concentrar uma grande quantidade de recifes de coral e consequentemente por possuir muitas bancadas de ondas perfei-tas. Essas áreas são mais estáveis e, aliadas à intensidade e direção do vento, resultam em bons picos para o surf na região. Praia do Forte, Skar Reef, Olivença e Farol de Itapuã, na Bahia; Serrambi e Porto de Ga-linhas, em Pernambuco; Pipa e Baía Formo-sa, no Rio Grande do Norte; e Paracuru, no Ceará, são alguns exemplos.

Sobre a influência do tipo de fundo na formação das ondas, o surfista e biólogo especializado em oceanografia biológica

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Por Adriele Santos

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Adriano Paiva explica que as ondas são um fenômeno físico formado pela transferência de energia do ven-to para a água, gerando pequenas deformações na superfície. “Os fundos de pedras e de corais, em espe-cial as bancadas, são mais estáveis e modificam muito pouco com o movimento das águas. Isso permite uma formação constante e mais previsível”, explica.

“Essa movimentação tem o seu início afastado das margens da praia, onde a profundidade é grande e as ondas são irregulares. Porém, à medida que se apro-ximam da costa, ocorre uma refração, definindo-as em forma e direção”, explana Paiva, que surfa há 25 anos e é consultor e assessor ambiental. “A linha da costa é o que ajuda a definir como as ondas chegam até a praia, e conforme o fundo (areia, pedra ou re-

cifes de coral) serão adequadas para o surf, ou não”, complementa o biólogo.

Adriano Paiva detalha que a onda boa para a prática do surf é a da arrebentação. Aquela que atrita com a costa litorânea ou com as for-mações submersas de baixa profundidade que ocasionam a arrebentação. De um modo geral, a formação submersa das praias pode ser de areia, o mais comum, ou fundo de pedra, como em Silveira e Joaquina (SC) e Olivença (BA), e fundo de coral, como várias praias da Austrália, do Hawaii e do Nordeste brasileiro.

Bastante experiente nas ondas de fundo de coral, apesar de ter apenas 23 anos de idade, o surfista Bino Lopes comenta: “As ondas não

Yuri Soledade surfa a laje de Jaguaruna, em Santa Catarina, uma onda oceânica que quebra em uma bancada de pedra

O litoral nordestino concentra a maioria das bancadas de recifes de coral do Brasil. A Praia do Forte tem ondas perfeitas e vida marinha abundante

Os recifes de coral são os principais nichos ecológicos dos oceanos

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sofrem mudanças, os fundos estão sem-pre iguais. E as melhores ondas do mundo estão em recifes de coral. As que têm essa composição e mais gosto são as ondas da minha casa, da Praia do Forte, e as do Tahiti e do Hawaii”, opina.

Para Lopes, Teahupoo, no Tahiti, é a ban-cada mais perigosa do mundo, pela força das ondas e por ser muito rasa. “Mas, antes de conhecer, achava que fosse mais raso ain-da”, conta. “A bancada de Pipeline é muito perigosa, porque tem umas cavernas. Mas a mais casca-grossa do Hawaii pra mim é Long Cabines. É a mais sinistra que surfei, porque tem umas pontas. Tem também uma direita em Morea, na Polinésia Francesa, que é mui-to rasa e perigosa”, diz o surfista baiano.

Eleito o melhor surfista de ondas gran-des do mundo neste ano, o baiano Danilo Couto conhece bem as ondas de bancadas de coral, sobretu-do as que quebram no oceano. “Aqui no Brasil temos a Laje de Jaguaruna, que fica a mais ou menos seis quilômetros da costa catarinense. No Rio de

As ondas da Pedra do Moleque, em Morro de São Paulo, também

quebram sobre fundo de coral. Na onda, Ian Costa

Janeiro, no Espírito Santo, em São Paulo e no Sul também existem várias”, conta.

“São ondas que necessitam de um swell de alta intensidade, com ondulações de pe-ríodo longo e são muito sensíveis ao vento. Necessitam de uma grande combinação de fatores, se tornando difícil quebrarem per-feitas. Acredito que tenhamos boas ban-cadas oceânicas na Bahia também. Temos o banco de Santo Antônio, com um navio afundado, onde bem raramente quebram ondas solitárias”, afirma Couto.

Biodiversidade marinhaAssim como muitos nichos ecológicos, os

recifes de coral não são imunes às agressões humanas. A mais comum é a pesca preda-tória que através de redes de malha redu-zida, explosivos e produtos químicos vem

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Foto: Fabriciano Júnior

Expert em ondas de fundo de coral, Bino Lopes

surfa em uma das ondas mais temidas do planeta,

Teahupoo, no Tahiti

Foto: Aleko Stergiou

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degradando os recifes. O turismo desordenado também é uma forma de ameaça para esse habitat, pois as ban-cadas de coral acabam sendo pisoteadas por banhistas, pescadores e até mesmos pelos próprios surfistas.

O pisoteio dos recifes, além de matá-los, extingue do local as outras espécies responsáveis pela constru-ção e cimentação da bancada. É preciso compreen-der que isso compromete até mesmo a formação das ondas que quebram no ambiente. Esses organismos possuem um crescimento muito lento e o pisoteio constante degrada ainda mais.

O doutor em zoologia, biólogo e especialista em mergulho científico Cláudio Sampaio constatou que o inevitável uso de protetor solar em áreas recifais, por exemplo, pode levar ao branqueamento da espécie. O que ocorre é a perda de micro-organismos simbiontes (animais e plantas como as algas), que são responsá-veis pelo fornecimento de energia para a realização da fotossíntese, que gera a coloração desses corais.

Tomar consciência da necessidade da preservação do meio ambiente é o mais importante se queremos desfrutar (com responsabilidade, é claro!) por muitos anos dos inúmeros benefícios que a natureza pode nos trazer. É por esses motivos que devemos nos preo-cupar com a preservação dos recifes de coral.

As baleias jubartes são identificadas através das caudas

• Um único recife de coral pode abrigar em média 3 mil espécies de animais;

• Uma de cada quatro espécies marinhas vive em recifes de coral;

• Pelo menos 65% dos peixes vivem nesse nicho ecológico;

• Os recifes de coral ocupam menos de 1% da área total dos oceanos;

• Ao todo, existem mais de 350 espécies de recifes de coral, sendo que oito delas são encontradas apenas em águas brasileiras.

Durante o Ano Internacional dos Recifes de Coral, em 2008, Cláudio Sampaio começou a ficar preocupado com a falta de atividades voltadas à conservação dos co-rais na Bahia. Juntamente com um grupo de alunos da Universidade Federal da Bahia (UFBA), amigos e opera-doras de mergulho, ele realizou palestras e exposições fotográficas em escolas públicas localizadas nas proxi-midades das praias de Salvador.

Então surgiu naturalmente a Liga Baiana para Con-servação dos Ambientes Recifais. “Realizamos deze-nas de palestras, exposições fotográficas e o I Simpósio Baiano sobre os Recifes de Coral, na Ufba, com a partici-pação de renomados pesquisadores brasileiros. Foi uma experiência e tanto para todos!”, explica o biólogo.

CUrIOSIdAdES

Pesquisadores fundam liga de proteção aos recifes

53

No Ano Internacional dos Recifes de Coral, em 2008, Cláudio Sampaio e

outros especialistas criaram a Liga Baiana para Conservação dos Ambientes Recifais

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O garoto já conquistou mais de 80 troféus em competições de surf

no caminho da felicidade

Pela quantidade de troféus, divididos em duas grandes prateleiras, não parece tratar--se do acervo de um garoto de apenas 17 anos recém-completados. Contados, são exatos 56 ‘canecos’. Mas o campeão em questão, o sur-fista Ian Costa, afirma que já perdeu mais de 30. Na casa onde mora, no bairro de Stella Ma-ris, em Salvador, com a mãe, Ana Cláudia, e os irmãos Adalto Filho, 14, e Enzo, 5, não faltam indícios de que ali é um reduto de surfistas. São fotografias, quadros, pranchas, lycras e adesi-

vos para todos os cantos. Porém, um aspecto chama a atenção: todas as coisas de Ian Costa são muito or-ganizadas. Os acessórios de surf, o material escolar, o violão e os livros, tudo nos seus devidos lugares.

Campeão baiano em todas as categorias de base e na disputa do primeiro lugar da Junior nesta temporada, o jovem surfista é um exemplo de comportamento a ser seguido pela garotada. Talentoso dentro d’água, o estudante do segundo ano colegial é um cara tran-quilo, caseiro, saudável e tem um hábito incomum à maioria dos meninos da sua idade. Leitor compulsivo,

Em uma visita divertida e surpreendente à casa do surfista Ian Costa, de 17 anos, descobrimos muita coisa bacana sobre ele. Campeão baiano de três categorias e na briga pelo título da Junior deste ano, o atleta da MAHALO nos apresentou sua família e mostrou que é um garoto esperto, dedicado, que cultiva uma verdadeira paixão pela literatura. Além de treinar forte, competir, dar conta das obrigações escolares, ele toca violão e lê uma média de dois livros por mês

Por Yordan Bosco | Fotos Fabriciano Júnior

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A música é uma das grandes paixões de Ian

ele devora, em média, dois livros por mês. Nada pouco para quem tem bastante ocupação com as tarefas esco-lares e a rotina de treinos, viagens e preparação física.

“Atualmente estou lendo A cabana, de Willian Young, e entre as coisas que mais gostei estão as biografias de Mark Occhilupo e de Kelly Slater e o livro Transforman-do Suor em Ouro, de Bernardinho. A leitura faz a gente viajar e nos ensina muito”, afirma Ian, que também é apaixonado pela música e toca violão. Os sons que mais curte? “Avence 7 Fold, To Door Cinema Club, O Rappa e Charlie Brown”, revela. “Ele gosta também de Victor e Léo e do Arrocha de Silvano Sales”, zoa o Irmão Adalto Filho, o Daltinho. “Sai fora”, rebate Ian.

FamíliaNesse momento, a corretora de imóveis Ana Cláudia ri

e destaca a diferença de personalidade entre os dois fi-lhos mais velhos. Eles são o oposto. Ian é muito organi-zado, tranquilo, certinho e tímido, enquanto Dal-tinho é bagunceiro, desinibido e inquieto. “Ele parece um velho e está sempre regulando. Tem um amigo nosso que chama ele de seu... (não vamos entregar), que é o nome do avô dele”, zoa Daltinho mais uma vez.

A base familiar e a harmonia no lar de Ian Costa são fatores responsáveis pelo foco e pela cabeça no lugar do surfista. O pai, Adalto Cos-ta, é o maior incentivador dele e de Daltinho, que também compete. Surfista

Com a mãe, Ana Cláudia, e o irmão Daltinho

fissurado, Adalto colocou os filhos nas ondas desde cedo e, mesmo separado da mãe dos

garotos, está presente em todos os momentos e acompanha e orienta os filhos e todos os amigos que andam com eles. Ian e Daltinho começaram a surfar com cerca de 5 anos de idade e Enzo já pega suas primeiras ondas.

“Sou um surfista apaixonado e sempre incentivei eles a pegar onda.

Mas nunca os obriguei a nada. Dei sorte que eles gostam muito também

e fico feliz e realizado por eles competi-rem”, explica. Em algumas viagens para

competições no litoral baiano, Adal-

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to aluga uma van e leva a garotada. “É uma coisa de extrema responsabilidade cuidar de um monte de adolescente, mas é uma diversão muito grande. Acho que curto mais do que eles”, confessa.

O apoio aos filhos na atividade esportiva é tão grande por parte dos pais que Ana Cláuda con-ta que há três anos alugou seu apartamento no bairro da Barra e se mudou para Stella Maris, para os filhos terem mais facilidades pra treinar. Gosto muito mais de morar na Barra, mas vim pra cá para facilitar a vida deles. Eles adoram morar aqui”.

viagensEmbora ainda esteja planejando sua primeira

viagem internacional para janeiro, quando vai surfar no Peru, Ian conhece quase todo o litoral brasileiro. Ele explica que aproveita muito todos os lugares que visita. “É muito bom viajar. Você aprende a se virar sozinho, conhece novas pesso-as e se desenvolve muito. Em 2012 pretendo via-jar muito mais. Vou competir em todas as provas pro-junior (eventos profissionais para surfistas com até 21 anos de idade), além de etapas do circuito mundial de acesso“, explica.

Maior fã dos filhos e apoiadora incondicional da carreira competitiva deles, Ana Cláudia expli-

ca que o esporte só tem ajudado na vida de Ian, pois o torna mais focado e determinado nos estudos e nas outras coisas que faz. Em relação às viagens, ela explica que já se acostumou e fica tranquila.

“Mas, no começo, era muito difícil. Ficava apreensiva e muito preocupada. Lembro uma vez, quando ele tinha uns 12 anos e foi passar uns dias no Guarujá, em São Paulo. Eu ficava desesperada”, conta. “Mas agora já estou acos-tumada e percebo que as viagens fazem muito bem para ele, que amadureceu muito, está mais solto e perde cada vez mais a timidez”, complementa a corretora de imóveis.

SonhosComo todo adolescente da sua idade, Ian Costa carrega

um monte de sonhos. O fato de ser um atleta de destaque e de já ter vivido muitas experiências legais faz com que esses sonhos sejam mais possíveis. “Meu maior sonho, que na verdade é uma meta, é um dia fazer parte da elite do surf mundial e conhecer o mundo surfando”, projeta.

“Tenho consciência de que para isso acontecer é necessário investimentos em viagens, equipamentos e competições. Ainda tenho três anos para competir na pro-Junior e na próxima temporada quero dar uma virada e focar mais nas competições nacionais, já que este ano meu maior foco fora da Bahia foi o brasileiro amador e umas provas do nordestino”, comenta.

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Inspirado nos tops do circuito mundial, Ian Costa utiliza

muita força nas manobras modernas e arrojadas

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Ano de 2000, dezembro, Sunset Beach - Hawaii. Após um longo ano de competições, chegava o último dia do evento da temporada do circuito World Qualifyng Series (WQS). Desde o início do ano, após a vitória no Reef Classic, em Floripa, fui mantendo bons resultados até obter um excelente vice-campeonato em Durban (África do Sul). A partir daquele momento, minha pre-tensão era conquistar o título mundial. Porém, se chegar na frente do ranking tinha sido uma tarefa difícil, mais complicado era se manter na ponta até o último evento.

Na última etapa, pelo menos três surfistas ainda pos-suíam grandes chances de ultrapassar a minha pontua-ção. O australiano Daniel Will, o brasileiro Marcelo Nu-nes e o havaiano Andy Irons. Na primeira fase do evento fiz a minha parte e alguns adversários deram adeus à disputa e foram eliminados logo na estreia.

Mas restava Andy Irons. Depois do evento ser adiado por diversos dias, esperando por melhores condições, final-mente o desfecho do ranking chegaria. Minha bateria foi uma das primeiras. Mar grande e balançado, pressão em ter que defender a liderança. Acabei sendo desclassificado.

Após sair da água, fui correndo fazer as contas e tomei conhecimento que o Andy precisava vencer o evento para me ultrapassar no ranking. Eu, na praia, sozinho, assistindo a tudo, sem poder fazer nada. Não suportando a tensão, decidi ir para a casa em que estava hospedado, a poucos quilômetros do evento. Liguei meu lap top e fiquei online na transmissão. Meu coração estava batendo a mil por hora.

Porém, Andy parecia estar tranquilo. Em total sinto-nia com as ondas, passou suas baterias em primeiro até chegar à final. Na bateria decisiva ele enfrentaria Sunny Garcia (HAW), Pacho Sulivan (HAW) e Thiago Pires (POR).

Sunny puxou o ritmo e saiu na frente, seguido por Andy e Thiago. Nesse momento eu já não conse-guia manter meus olhos secos de emoção.

Eu pensava na minha família em casa, nos meus amigos, eu pensava em tudo que estava acontecendo e o que tinha acontecido até eu chegar naquele momento, e que tudo aquilo poderia ser coroado em poucos minutos. E não é que, no meio da bateria, o jovem português Thiago Pires foi iluminado e com maestria sur-fou um tubo enorme, tirando uma nota alta e pulando para a liderança da bateria? Andy caiu para terceiro e minhas chances aumentavam.

Naquele momento eu não sabia se levantava da mesa e ia para a praia ou se ficava ali sentado. Faltavam poucos minutos e, para meu desespero, a internet saiu do ar por quase um minuto. Era só o que faltava, mas na volta estava tudo da mes-ma maneira e eu estava confiante.

Chegavam os minutos finais, eu chorava sem pa-rar, o meu corpo estava mole e trêmulo de tanta emoção. Era o meu sonho de menino sendo con-cretizado. Contagem regressiva... a sirene tocou. Explodi de emoção, gritei, peguei o telefone que estava ao meu lado e mal conseguia discar os núme-ros para dividir toda a emoção com a minha família.

O telefone chamou, foi só emoção, mal con-seguia falar, apenas escutei todos emociona-dos me parabenizando e reconhecendo toda a minha dedicação e merecimento. Estava nas nuvens. Foi, sem dúvida, o momento mais emo-cionante da minha carreira.

Campeão na raça e na fé

Armando Daltro comenta sobre os bastidores do título mundial WQS de 2000. Na base da tensão e de muita emoção, o baiano teve de torcer para Andy Irons não vencer a última prova, em Sunset, Hawaii

Por Armando Daltro

Foto: Pierre Tostee / ASP

Aqui, Mandinho compete em Lacanau, na França, no ano que conquistou o título mundial do WQS

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Ouvir Nando Reis, Jack Johnson, Incubus ou Do-navon Frankenreiter é um dos prazeres que satis-fazem Daniela Borges, a nossa musa desta edição. Com 18 aninhos, ela faz academia para manter as belas curvas, curte uma boa leitura e está estu-dando para entrar na Faculdade de Direito. “Meu sonho é ser juíza”, diz. Um pouco tímida, a linda morena é apaixonada pela vida e pelo mar. Dani, que foi fotografada pelo nosso colaborador Pau-lo Fontes, em Ilhéus, tem vontade de conhecer o Hawaii. Quem ela levaria junto? “As pessoas que me fazem feliz”. A musa conta que já pegou onda de bodyboarding, durante quatro anos que morou no Rio de Janeiro. Sobre a sensação de ser uma Musa Mahalo, ela confessa: “Representar a MAHALO é uma grande honra, por ser uma marca forte no mercado e por estar ligada ao esporte”.

Qualidade: Sincera

Frequenta qual praia: Olivença

Último livro que leu: O Monge e o Executivo

Manequim: P e M, varia de tamanho

Busto: 87 cm

Cintura: 65 cm

Quadril: 91 cm

Altura: 1,55 m

Peso: 49 kg

daniela BorgesFotos: Paulo Fontes

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Quer ser uma Musa MAHALO? Envie fotos para o e-mail: [email protected] confira mais fotos no www.mahalo.com.br

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foguetes para as altas performances

Nesta edição, vamos falar sobre a rocket,

“o foguete” da MAHALO. Esse modelo de

prancha de alta performance foi desenvol-

vido em conjunto com o atleta Bino Lopes

para proporcionar um surf de alto rendi-

mento ao surfista que procura o máximo

de desempenho de uma prancha.

Não é por acaso que é o modelo de pran-

cha que Bino tem em seu quiver. Ele já se

consagrou campeão de duas etapas do

nordestino pro, uma em casa (Stella Ma-

ris), outra em Fernando de Noronha, e este

ano já fez dois pódios. Um terceiro lugar

no Ceará e um quarto em Fernando de No-

ronha. Com tantos bons resultados, pode-

mos dizer que ela já se consagrou como

um excelente modelo de prancha.

Ficha técnica da prancha rocket

Seu fundo possui um single to double con-

cave, que proporciona mais velocidade ao

surfista e deixa a prancha mais solta. A borda

‘low soft’ dá bastante segurança e fluidez nas

manobras. É ideal para o surf de nosso litoral.

Luiz Augusto Pinheiro

Designer dasPranchas MAHALO

Foto: Bruno Veiga

As pranchas com modelo rocket proporcionam velocidade e alto rendimento aos atletas. Foi com esse shape que Bino Lopes ganhou uma competição em Fernando de Noronha no ano passado e fez algumas finais nesta temporada

Em 2010, Bino Lopes ganhou a etapa do nordestino de Fernando de Noronha com uma rocket

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Quem são os ídolos da garotada de hoje?

Assisti, incrédulo, a um famoso prê-mio musical onde foram contemplados os melhores artistas da música brasileira. Num misto de perplexidade e ignorância pop, definitivamente não sabia nada so-bre 90% dos artistas que foram indica-dos. Na verdade, até me senti aliviado de não saber, depois do que vi e ouvi.

Cresci acreditando que os anos 80 fo-ram ‘bregas’ para a música e que a década de 90 tinha sido somente um pouco pior. Ledo engano. Tenho saudade daqueles tempos. Já escrevi sobre a tecnologia e o avanço da informação, a modernidade e a velocidade da internet e todos os benefí-cios da era tecnológica que vivemos.

Sou grato por ter visto essa evolução e estar vivendo essa modernidade. Me sinto um privilegiado. Mas sou mais gra-to ainda por não ser um adolescente nos dias atuais. Sinto falta dos meus ídolos da adolescência e das referências que tínhamos naquela época. Quem são os ídolos dos jovens de hoje?

Toda essa enxurrada de informações, a facilidade e a velocidade massificaram aquele movimento e o nascimento de ídolos que marcaram uma geração. Os jo-vens de hoje têm referências, mas elas são tantas que eles acabam se perdendo no caminho. Com 15 anos de idade, escutava

Nirvana e Chico Science. E o que os jovens de 15 anos escutam atualmente?

Ainda existe muita coisa boa acontecen-do na música brasileira e mundial, mas a proporção do bom para as coisas assim di-tas ‘descartáveis’ é um disparate. A indús-tria fonográfica cresceu e com ela formou--se uma fábrica de ídolos para uma geração faminta por consumir. Ídolos literalmente descartáveis, pois o sucesso dura o tempo medido por capas de revistas de fofoca.

Diante de tantas excentricidades, o mú-sico se afastou do artista e se aproximou da celebridade. Influencia a moda, o com-portamento, o estilo, mas alguns vão di-zer que isso não é novidade.

Já tivemos o grunge de Seattle com Nir-vana e Pearl Jam e camisas e bermudões xa-drez. A diferença é que, naquela época, esti-lo era atitude e não moda. Nossos ídolos não eram bonitinhos e simpáticos (Kurt Cobain) quebrava guitarras no palco, uma agressão que chocava -, mas criavam admiração.

E o que dizer das bandas de hoje com ca-belos esdrúxulos, calças coloridas e aperta-das e camisetas com dizeres ‘Tutti Frutti’ em letras garrafais? São muitas perguntas que prefiro não saber as respostas. O que sei é que os tempos mudaram, os verdadeiros ídolos morreram e o mais importante na música hoje, infelizmente, é estar na moda.

Fábio Tihara

Jornalista, especializado em sons e vídeos

Foto: Divulgação

Tihara explica que com 15 anos de idade escutava Nirvana e Chico Science (foto) e questio-na o que a molecada de hoje anda ouvindo

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The Kerrazy Kronicles

“crônicas de um surfista moderno”

cancer to capricorn

“vida de ciganos surfistas pelos trópicos”

Podcast da edição (as mais ouvidas na redação)

corinne Bailey Rae - Is This Love (Bob Marley cover)

“Uma nova versão para uma velha canção”

Adele - Rolling in the deep (Jamie XX Remix)

“Esqueça a original e parta para a remix”

Jay-Z & Kanye West - Gotta Have It

“duelo de titãs”

SBTRKT - Wildfire

“A música do ano”

Mayer Hawthorne - A Long Time

“O cara do momento”

Rumors“O melhor do

México”

PARA ASSISTIR

SBTRKT - SBTRKT

dizem que a primeira im-pressão é a que fica. O disco de estreia do SBTRKT (lê-se substract) é satis-fação garantida. O clichê pode soar pretensioso, mas basta a primeira audição para entender que não é exagero. Aaron Jerome é a face mascarada por trás dos beats densos e melódicos. Mas o destaque do álbum fica por conta do vocal sexy de yukimi Nagano, do Little dragon, e a belíssima canção Wildfire. de-licioso prazer ouvir e tentar identificar todas as referências que permeiam as 11 faixas do disco. O melhor disco de 2011 disparado e, de quebra, a melhor canção (Wildfire).

Jay-Z & Kanye West - Watch the Throne

Um dos discos mais aguardados do ano. Muitos torceram o na-riz, pois pensavam se tratar de uma batalha de egos superinfla-dos pelo show business. Jay-Z é o rapper mais bem-sucedido do planeta, e tanto sucesso o tornou um dos mais ricos também.

Kanye West é conhecido por seu superego e declarações nada humildes. Mas uma coisa ambos têm em comum: o talento. E isso é impossível de negar ao ou-vir Watch the Throne. Batidas pesadas, mas muito bem ca-denciadas, recebem samples dos céus, como a canção Otis, com Otis Redding, ou “The Joy”, com vocais do além de Sir. curtis Mayfield. Agradando a gregos e a troianos, Jay e Kanye escrevem mais um capítulo na história do hip hop.

Metronomy - The English Riviera

A Riviera Inglesa não é o que se pode chamar de paraíso praieiro, mas serviu de inspiração para os ingleses do Metronomy compo-rem as 11 faixas do ótimo The English Riviera. A banda, que é conhecida por trabalhos e dis-cos mais experimen-tais, surpreende com canções numa linha mais suave e minima-lista. Os tão importan-tes sintetizadores do rock atual estão pre-sentes, evidentemente, junto com aquela gui-tarra seca e vocais pon-tuais. Um disco daqueles que você acompanha sa-colejando a cabeça.

PARA OuvIR

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Luiz Carlos Abbenhusen – MAHALO Paralela Shopping

cliente fiel - Uma semana antes de disputar uma prova em Brasília, o veleja-

dor Luiz Carlos Abbenhusen, 40, passou na MAHALO do Paralela Shopping

para comprar uns óculos modelo Split Jacket, da Oakley. Surfista há 30

anos, ele aproveitou a viagem e deu uma olhada nas pranchas Tokoro. O vi-

ce-campeão brasileiro na classe Dingue e velejador do Yacht Clube da Bahia

é um cliente assíduo das lojas e consumidor fiel dos produtos MAHALO. “Já

perdi as contas de quantos anos compro aqui. Esta variedade de roupas e

acessórios não existe em nenhum outro lugar da cidade”, explica Abbenhu-

sen, que em novembro disputa mais um brasileiro de vela. “Venho sempre

com o meu filho, Lucas, de 16 anos. Gosto das bermudas e das camisetas

MAHALO, que a cada dia ficam com mais qualidade”, elogia.

Ramhon Dias – MAHALO Paralela Shopping

Bom atendimento - De rolé pelo Paralela Shopping, o comerciário

Ramhon Dias passou na loja MAHALO para comprar umas peças. Acom-

panhado do amigo Gabriel Fernandes, ele experimentou bermudas e

camisetas, assessorado pelo vendedor Alfredo, e acabou levando uma

camiseta Oakley, uma bermuda Billabong e uma calça e uma bermuda

MAHALO. “As roupas MAHALO são confortáveis e bonitas. Tenho muitas

peças em meu guarda-roupa, pois sou cliente de uma das lojas do Igua-

temi. Mas gostei muito do atendimento daqui também. Bom vendedor

esse Alfredo. Não pode perder ele não”, recomenda Ramhon.

Lauro Moura – MAHALO Salvador Shopping

Festejando o aniversário - Acompanhado dos amigos Luan Andrade,

Matheus Lopes e da mãe, Cláudia Moura, o aniversariante Lauro Mou-

ra (à direita, na foto) saiu da loja MAHALO do Salvador Shopping com

visual completo. Escolheu bermuda e camiseta MAHALO, além de boné

da Billabong. Tudo presente do pai, Orlando Moura. A mãe do garoto

de 12 anos comentou que “ele curte tudo o que veste o irmão mais ve-

lho, também cliente MAHALO”. E Lauro complementa: “É o meu jeito

de vestir. Curto o mesmo estilo de roupas do meu irmão”.

Uma das presenças ilustres da coluna Interface desta edição é o velejador baiano, vice-campeão brasileiro da classe Dingue, Luiz Carlos Abbenhusen. Ele estava na MAHALO do Paralela Shopping, comprando óculos para velejar. Encontramos também com o garoto Lauro Moura e com o comerciário Ramhon Dias.

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