125172234 doencas respiratorias_relacionadas_trabalho

Post on 09-Dec-2014

227 views 4 download

description

 

Transcript of 125172234 doencas respiratorias_relacionadas_trabalho

DOENÇAS RESPIRATÓRIAS DOENÇAS RESPIRATÓRIAS RELACIONADAS AO TRABALHORELACIONADAS AO TRABALHO

Dr. Paulo Gurgel

Aparelho respiratórioAparelho respiratório

Vias respiratórias superiores

Vias respiratórias inferioresPulmõesPleura

Aparelho respiratórioAparelho respiratórioDoenças ocupacionaisDoenças ocupacionais

AgudasCrônicas

Doenças ocupacionais agudasDoenças ocupacionais agudas

VRS / VRI– irritação – infecção– alergia

Parênquima pulmonar– pneumonias: química / microbiana– pneumonite por hipersensibilidade

Pleura– derrame pleural

Doenças ocupacionais crônicasDoenças ocupacionais crônicas VRS

– úlcera de septo nasal– adenocarcinoma das cavidades paranasais

VRI– asma ocupacional (inclusive bissinose)– DPOC

Parênquima pulmonar– pneumoconioses– carcinoma broncogênico– infecções granulomatosas

Pleura– fibrose / calcificação– mesotelioma

Lista de doenças Lista de doenças relacionadas ao trabalho (*)relacionadas ao trabalho (*)

Parte I – Relação de agentes ou fatores de risco de natureza ocupacional com as respectivas doenças que podem estar com eles relacionadas

Parte II – Relação das doenças relacionadas com o trabalho– Grupo I -Doenças infecciosas e parasitárias– Grupo II - Neoplasias (tumores)– Grupo X - Doenças do sistema respiratório

(*) Portaria nº 1339/GM, de 18 de novembro de 1999

Agentes etiológicos de interesse Agentes etiológicos de interesse para o aparelho respiratóriopara o aparelho respiratório

QuímicosFísicosBiológicos

Agentes químicosAgentes químicos

GasesVaporesFumosPoeirasFibras

Gases e vaporesGases e vapores

Efeito Exemplos

Irritante NH3

NO2

Asfixiante pulmonar

CO2

CH4

Asfixiante extra-pulmonar

CO

HCN

Pneumonite químicaPneumonite química(aspiração de derivado de petróleo)(aspiração de derivado de petróleo)

ACS, 33a, M, mecânico, residente em Fortaleza

Internado HM, em out/2000 Dispnéia e dor torácica um

dia após aspiração de óleo diesel

Fumante 15 anos-maço Febre e leucocitose

(L: 11700/mm3 com 20% GT) nos dias seguintes

Gasometria arterial normal BF: processo inflamatório

agudo

AgrotóxicosAgrotóxicoswww.anvisa.gov.brwww.anvisa.gov.br

Usos: herbicida, fungicida, inseticida, nematicida, rodenticida etc

Vias de absorção: oral, cutânea, respiratóriaAspectos toxicológicosSintomas e sinaisTratamento O Brasil é o terceiro mercado

consumidor do mundo em agro-tóxicos.

OMS>FAO

Agrotóxicos – aspectos toxicológicos Agrotóxicos – aspectos toxicológicos relacionados ao aparelho respiratóriorelacionados ao aparelho respiratório

Irritação de trato respiratório superior / inferiorBroncospasmoEdema pulmonar (não cardiogênico)Pneumonia químicaFibrose pulmonar / alveolite obliterante

Agrotóxicos - gruposAgrotóxicos - grupos Clorados orgânicos Fosforados orgânicos

e carbamatos (*) Piretrinas e piretróides Brometo de metila Fosfinas Sais de cobre Glifosato Dipiridílicos (*)(*) Outros

(*) Inibidores da colinesterase síndrome colinérgica (sialorréia, broncorréia, broncospasmo etc) / trata-mento: sulfato de atropina + contrathion (apenas para fosforados) / não usar morfina e aminofilina

(*)(*) Paraquat (herbicida): após ingestão acumula-se nos tecidos pulmonares e provoca fibrose progressiva e alveolite obliterante / tratamento: Terra de Füller e oxigenioterapia

Asma ocupacionalAsma ocupacionalDefiniçãoDefinição

É a obstrução variável das vias aéreas inferi-ores induzidas por agentes inaláveis, na for-ma de gases, vapores ou fumos, presentes em ambiente de trabalho.

Apresenta causas imunológicas (produtos de origem animal e vegetal, metais, isocianatos etc) e não imunológicas (substâncias irritan-tes)

ASMA AGRAVADA POR FATOR OCUPACIONAL X ASMA OCUPACIONAL

Asma ocupacionalAsma ocupacionalDiagnósticoDiagnóstico

História clínica compatívelPresença de agente conhecidamento causador

de AO em ambiente de trabalhoTestes de função pulmonar

– Espirometria– Broncoprovocação

– inespecífica– específica

– Pico de fluxo expiratório

BissinoseBissinose

A bissinose pode ser caracterizada como uma doença com efeitos pulmonares agudos e crônicos causados pela inalação de fibras vegetais (algodão, linho, cânhamo, juta e sisal). Manifesta-se pela sensação de aperto no tórax e dificuldade para respirar que, geralmente, ocorre logo nos primeiros turnos de trabalho, após o final de semana, volta de férias ou no retorno de afasta-mentos. Estes sintomas têm inicio gradual após algumas horas de exposição e podem revelar distúrbio ventilatório tipo obstrutivo, reversível, que após anos de exposição poderá evoluir para obs-trução fixa.

Pneumonites de hipersensibilidade (PH)Pneumonites de hipersensibilidade (PH)

Grupo de doenças pulmonares resultantes da sensibilização por exposições inalatórias a antígenos bacterianos, fúngicos, proteínas de alto peso molecular e haptenos inorgânicos

Alguns exemplos: Feno, palha e cereais mofados

Pulmão do fazendeiro

Cana mofada Bagaçose

Pó de madeira

Penas e excrementos de aves

Pulmão dos criadores de aves

Isocianatos

PneumoconiosePneumoconiose

Termo criado por Zenker, em 1866, para designar um grupo de doenças crônicas do parênquima pulmonar que se originam da exposição a poeiras fibrosantes. Em 1971, este termo foi redefinido como sendo o acúmulo de poeiras nos pulmões + a reação tecidual à sua presença.

Pneumoconioses Pneumoconioses Principais tiposPrincipais tipos

NÃO FIBROGÊNICAS– Siderose– Estanose– Baritose

FIBROGÊNICAS– Silicose– Asbestose– Pneumoconiose dos Trabalhadores de Carvão– Beriliose– Pneumoconiose por Poeiras Mistas– Pneumoconiose por Metais Duros

PNEUMOCONIOSE DIATOMÍTICAPNEUMOCONIOSE DIATOMÍTICA+ DPOC+ DPOC

•BM, masculino, 56, trabalho com terra diatomácea (20 anos). P. 62.358

•Doente há 5 anos: dispnéia (aliviada com BD), tosse produtiva

•Fumante 20 cigarros/dia x 42 anos

•AP: roncos e sibilos

•BF: bronquite crônica. LB: NDN

•Espiro: padrão obstrutivo em grau moderado

Agente físicoAgente físicoCâncer de pulmão ocupacionalCâncer de pulmão ocupacional

Em 1879, Hurting e Hesse descreveram mortes de mineiros de Schneeberg e Joachimstahl, regiões de mineração da Europa central, por câncer de pul-mão. A explicação definitiva sobre a origem desta doença em mineiros somente aconteceu em 1920, quando se estabeleceu a ligação entre câncer pul-monar e radiação ionizante (radônio), que existe em concentrações importantes em minas de urânio e outras minas.

Lista da IARCLista da IARCwww.iarc.frwww.iarc.fr

Grupo 1: carcinógenos reconhecidos

Grupo 2A: carcinógenos prováveis

Grupo 2B: carcinógenos possíveis

Grupo 3: não classificados Grupo 4: provavelmente

não carcinógenos

Grupo 1: com 87 agentes, atualizada em 05/04/2000

Exemplos:– Asbestos– Berílio– Cádmio– Crômio– Madeira (pó)– Níquel– Sílica livre– Radônio

Agentes biológicos – alguns exemplosAgentes biológicos – alguns exemplos

Influenza (myxovirus)Mycoplasma pneumoniaeChlamydia psittaciLegionella pneumophilaMycobacterium tuberculosisParacoccidioides brasiliensisHistoplasma capsulatumCoccidioides immitis

Tuberculose em profissionais de saúdeTuberculose em profissionais de saúde

Segundo recomendações da CNPS – com o objetivo de conferir maior proteção aos profis-sionais da área de saúde que exercem atividades em hospitais e instituições onde haja permanên-cia de pacientes com TB ou AIDS, freqüente-mente expostos, portanto, à infecção - devem se vacinar com BCG todos os não reatores e reato-res fracos ao PPD, incluídos os novos profissio-nais admitidos nos mencionados serviços.

Rosemberg J – Vacinação BCG. Fortaleza, Secretaria da Saúde do Estado do Ceará, 2001

Histoplasmose pulmonarHistoplasmose pulmonar

14 microepidemias descritas no Brasil que se originaram em visitas a cavernas, minas abandonadas, bueiros, limpeza de forro de casa e de galinheiros

Histoplasmose pulmonarHistoplasmose pulmonar(HO: criação de pássaros)(HO: criação de pássaros)

Biópsia pulmonar a céu aberto Histoplasma capsulatum

Coccidioidomicose pulmonar Coccidioidomicose pulmonar em caçadores de tatusem caçadores de tatus

Município Autores e ano Nº de casos

Oeiras - PI Wanke et al, 1978 3

Aiuaba - CE Silva et al, 1997 4

Boa Viagem - CE Costa et al, 2001(*) 1

(*) J Pneumol 2001;27(5): 275-278

Poluição do ar em ambientes fechadosPoluição do ar em ambientes fechados(indoor air pollution)(indoor air pollution)

Agentes– Produtos da combustão (cigarros, fogões, lareiras, carros)– Compostos orgânicos voláteis e formaldeído– Fibras– Microbiológicos– Insetos (alérgenos)– Radônio

Classificação dos efeitos adversos– Respostas sintomáticas– Exacerbações de doenças preexistentes– Doenças (PH, asma, intoxicação pelo CO, infecções

respiratórias)

Síndrome do edifício doente (SED)Síndrome do edifício doente (SED)

A maioria dos casos da SED tem sido documentada em prédios recentemente construídos ou remodelados, com sistema de ar condicionado central e janelas que não são abertas, para maior eficiência em relação ao consumo de energia.

Os sintomas se relacionam com a quantidade de tempo no ambiente de trabalho e recorrem quando se retorna a este ambiente.

GRATO PELA ATENÇÃO

pgcs@ig.com.br