Post on 07-Apr-2016
Caso Clínico: Varicela
Flávia Gomes de CamposCoordenação: Luciana Sugai
Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS/SES/DF)www.paulomargotto.com.br
Identificação MLDGS,5 anos Feminino Natural e procedente do Gama
História Clínica QP: Febre alta há 1 mês. HDA: Há 30 dias criança apresentou quadro de amigdalite
fazendo uso de Amoxacilina por 7 dias com melhora gradativa. Há 20 dias com retorno dos sintomas, febre alta, tosse e vômitos após vacina SABIN.Internada no HRAN dia 25/08 para tratamento.No 2º DIH apresentou derrame pleural à E, drenado no mesmo dia; porém a mãe relata que desde a colocação o dreno não era funcionante.Dreno retirado no 4º DIH.Permaneceu todo o período com febre contínua - ≥38°C – e estado geral muito ruim. Submetida a punção pleural, sem sucesso, no 17º DIH. Encaminhada à CP para nova drenagem no 21º DIH. Hoje permanece com dreno torácico à E com saída de conteúdo francamente purulento e fístula bronco-pleural.
Evolução Clínica 25ºDIH: Paciente evoluindo bem,
apresentando 4 lesões cutâneas pápulo-vesiculares nos membros.Melhora da febre, em uso de Ceftriaxone(D21) e Oxacilina (D20).
Prescrito Aciclovir venoso 6/6 horas (D0) 26ºDIH: Lesões cutâneas disseminadas em
tronco e membros
Exames Complementares
711.000765.000274.000270.000Plaquetas
12.411.211.012.1Hemoglobina
36.932.237.037.6Hematócrito
-010000Basófilos
00030100Eosinófilos
01020201Monócitos
34211710Linfócitos
00010317Bastões
65727772Segmentados
1130077002050019000Leucócitos
12/0910/0929/0825/08Data
Exames Complementares Radiografia de Tórax (29/08) evidenciando infiltrado
pulmonar difuso. Velamento quase total de HTE (derrame?). Desvio de estruturas mediastinais à direita. Seio costofrênico direito livre.
Eco de parede torácica (03/09) mostrando pequena coleção líquida encapsulada em HTE em linha axilar anterior. Compatível com derrame pleural encistado (empiema?)
Radiografia de Tórax (14/09) com imagem de enfisema subcutâneo à esquerda. Dreno torácico ipsilateral. Infiltrado em pulmão esquerdo. Pequena redução do derrame pleural.
Varicela
Flávia Gomes de CamposInternato em Pediatria HRAS
Outubro/2007
Varicela Primoinfecção pelo vírus Varicela-
Zoster(VZV) Altamente contagiosa Taxa de ataque secundário de 90% Transmissão direta do hospedeiro ao
susceptível
Varicela Contágio: 1-2 antes do aparecimento das
lesões até 5 após o aparecimento da última lesão
Período de Incubação: 10 a 21 dias (14 dias) Transmissão intra-uterina: 2-5 meses de
gestação síndrome da varicela congênita CIUR, hipoplasia de extremidades, cicatrizes cutâneas,
defeitos oculares (microftalmia, coriorretinite, catarata) e comprometimento do SNC com retardo mental, convulsões, atrofia cortical
Varicela Casos secundários mais graves maior carga
viral Período de incubação menor em
imunodeficientes Herpes zoster: reativação do VZV em estado
latente nos gânglios sensitivos dorsais. Pacientes parcialmente imunizados com redução da
imunidade celular específica
Varicela Sinais prodrômicos: 24-48h antes do rash
Febre Cefaléia Anorexia Mal estar Dor abdominal
Varicela Quadro Clínico
Exantema de aspecto máculo-papular, de distribuição centrípeta
Após algumas horas, adquire aspecto vesicular, evoluindo rapidamente
Crostas aparecem em 3 a 4 dias
Varicela Exantema pruriginoso: pode iniciar em tronco,
face ou couro cabeludo Poupa palmas e plantas Máculas eritematosas pápulas vesículas
pústulas crostas Polimorfismo das lesões Média de 300 lesões (<10 - >1500)
Varicela
Febre relacionada ao número de lesões Se mantem enquanto surgem novas lesões Persistência da febre após cessar aparecimento
de lesões geralmente indica infecção bacteriana secundária
Varicela Complicações
Piodermite Bacteriana Secundária Streptococcus pyogenes Staphylococcus aureus Impetigosecreção purulenta e crostas Celulite ou complicações mais profundas
Rash semelhante escarlatina
Varicela Pneumonite Viral
1-5 dias pós exantema Infiltrados intersticiais, nodulares Derrame pleural Imagem compatível com síndrome da angústia
respiratória(adultos e imunodeprimidos) Sepse Endocardite
Varicela Comprometimento Neurológico
Ataxia cerebelar aguda Guillain-Barré Mielite transversa Meningite asséptica
Síndrome de Reye Encefalopatia Degeneração gordurosa hepática Varicela + AAS
Varicela Diagnóstico Diferencial
Varíola (erradicada) Coxsackioses Infecções cutâneas Dermatite herpetiforme de Duhring Brocq Riquetsioses Estrofulose
Varicela Tratamento
Sintomáticos Analgésicos Antitérmicos Antihistamínicos Soluções antissépticas
Varicela Tratamento
Antimicrobianos Antibióticos
Infecções bacterianas secundárias Antivirais
Iniciar 24-48H do início da erupção Imunocomprometidos: IV 500mg/m2 8/8H 7 dias Imunocompetentes: VO 80mg/Kg/dia 6/6H 4-6 dias
Varicela Profilaxia
Imunização Ativa Vacina anti-varicela
12 meses ≤12 anos1 dose ≥13 anos2 doses
Varicela Profilaxia
Casos especiais 72-96H pós contato em comunidades fechadas Imunocomprometidas Vacinação de bloqueio Contatos de paciente HIV(que não podem receber
a vacina)
Varicela Profilaxia
Imunização Passiva VZIG 1.25ml ou 125U/10Kg
Neonatos cujas mães contraíram varicela de 5 dias antes a 2 dias depois do parto
Imunodeprimidos susceptíveis RNPT de 28 semanas ou mais cujas mães não tenham
história de varicela RN de menos de 28 semanas independente da história
materna Gestantes susceptíveis
Varicela Isolamento e Quarentena
Lembrar que ataques secundários costumam ser mais graves maior carga viral
Contactantes imunossuprimidos e susceptíveis têm indicação de imunoglobulina
Retorno das atividades no 6º dia após aparecimento do rash
Imunossuprimidos retornam às atividades somente com o desaparecimento completo das lesões
Consultem:
VARICELA CONGÊNITA
Autor(es): Mauro Bacas
OBRIGADA