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“Ou o Brasil acaba com a saúva, oua saúva acaba com o Brasil”
Desde que o naturalista francês August Saint-Hilaire es-creveu a frase emprestada para título deste editorial, mui-tos a utilizaram, literalmente ou com pequenas variações.Getúlio Vargas e Monteiro Lobato, entre muitos brasileirosilustres, citavam esta frase com regularidade. Até Macuna-íma, o anti-herói criado por Mário de Andrade, fez referên-cia à saúva e à saúde no Brasil. E não aprendemos a priori-zar a saúde, não só a humana, mas também a animal.
O ressurgimento do Mormo em São Paulo, após déca-das sem registro da doença, acarretou transtornos, como amudança de diversos eventos anteriormente agendados.Os impactos econômicos foram sentidos e não desapare-cem de imediatos. Ao contrário, a recuperação leva tempo.Países que suspenderam as importações de animais origi-nários do Brasil após a notificação do foco só normalizarãoas transações comerciais após seis meses, se tudo correrbem. Mas como já destacado por Fernanda Caju, o momen-to exige precaução, não pânico.
Por precaução entende-se que se deve acabar com asaúva antes que ela acabe com o Brasil. Nessa linha, comotem sido a prevenção, controle e erradicação das doençasda equideocultura, como o mormo, no Brasil? A respostapode ser evidenciada pela atenção dispensada pelo Gover-no à questão. Em 2007, a dotação orçamentária para estafinalidade foi de simbólicos um milhão de reais para todoterritório nacional. Dessa dotação, apenas R$ 181.494,62 fo-ram gastos naquele ano. A dotação orçamentária para 2008corresponde ao valor despendido neste ano: zero reais. Secriadores e demais agentes ligados ao complexo do agro-negócio do cavalo não se mobilizarem para orçamentoscompatíveis com a importância da equideocultura nacio-nal, as chances de vitória das saúvas se elevarão conside-ravelmente.
Roberto Arruda de Souza Limaraslima@esalq.usp.br
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