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“EU VEJO QUE A SAÚDE DE TODO MUNDO DE CASA MELHOROU
MUITO, DEPOIS QUE PASSAMOS A PRODUZIR NOSSOS ALIMENTOS”
Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Ano 9 • nº1868
Marçol/2015
Gado Bravo
Na cidade de Gado Bravo - PB, mais precisamente
no Sítio Pedra D'água, a agricultora Ednalva Maria
Barbosa (Nalva) mora com seu companheiro (Josinaldo
Alexandre Barbosa) e seus três filhos (Josicléa, Edson, e
Jeferson) há 22 anos. A terra onde a família trabalha
pertence ao pai dela, cultivam em mais ou menos 5
hectares.
A agricultora conta que logo que se casaram
moraram por um tempo em João pessoa, e em 1997,
voltaram para o sítio e ficaram na casa do pai de Nalva.
Ela diz que Josinaldo pegou a indenização da empresa
onde trabalhou, o dinheiro que conseguiu ganhar
trabalhando alugado e juntou ao dinheiro que ela
guardava do benefício do Governo Federal (Vale Gás), e
compraram a casa que pertencia ao irmão dela, onde
estão morando atualmente.
Também com o trabalho alugado compraram uma
novilha, que depois foi vendida para comprar um
bezerro. E assim, criando e vendendo animais a família
começou a se organizar financeiramente. Nalva, que
sempre trabalhou na agricultura plantando milho,
feijão, jerimum, quiabo, fava e outras culturas, disse que
tudo que produzia já era para o consumo da família.
A água vinha de um açude que ficava na
propriedade dos seus avós maternos. Com o passar do
tempo, viram a necessidade de construírem uma
cisterna de água de beber e juntos com a mãe de
Josinaldo conseguiram fazer a cisterna.
A família foi apoiada pelo Programa uma Terra e
duas Águas (P1+2) com uma Cisterna de Enxurrada que
fortaleceu a produção de alimentos no arredor de casa.
Criam hoje, um garrote, 4 cabras, 4 ovelhas e 20
galinhas de capoeira. Para alimentar os animais, durante
a estiagem, Nalva tira palma da terra do proprietário
onde seu marido trabalha.
Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Articulação Semiárido Brasileiro – Paraíba
Também usam o cardeiro para completar o
resíduo e pegam água no açude próximo a sua
propriedade. As galinhas são alimentadas com
milho, compram meio saco a R$ 19,00 o que dá
para alimentar por duas semanas.
Antes da Cisterna de Enxurrada já cultivavam
no quintal: Laranja, goiaba, caju, manga, graviola,
manga, mamão, acerola, romã, oliveira e cana,
além das plantas medicinais: Capim santo,
cidreira, hortelã grossa, pinhão roxo e alecrim.
Com a chegada da tecnologia ampliaram a
produção para hortaliças, cultivam: Cebolinha,
coentro, cenoura, tomate, alface, couve, beterraba.
A agricultora conta que chegou a vender na
comunidade alface e coentro, vendia a um real,
depois aumentou para R$ 2,00, com essa renda ela
comprou o sombrite para a horta, que está cercada
com tela, apoio que recebeu via projetos do Patac
em 2014.Nesse mesmo ano (2014) a família
plantou uma quadra de palma e se diz desejosa
de formação sobre produção e estocagem de
forragem, estratégia que ajudará a manter as
criações nos períodos de estiagem.
A família também faz uso da água servida da
pia de louça, da pia do banheiro e do chuveiro
através de um sistema simples de capitação de
água, com uma pequena encanação do banheiro e
amparando a água da louça em um balde, Nalva
conseguiu, durante todo o período de estiagem,
manter o seu quintal todo verdinho.
Assim, enfrentando todas as dificuldades e
superando desafios a família segue unida. Os
filhos do casal ajudam nos trabalhos da
propriedade e pretendem estruturar ainda mais a
produção no arredor de casa, já para Nalva, a
produção de alimentos no quintal melhorou muito
a saúde da família. “Eu vejo que a saúde de todo
mundo de casa melhorou muito, depois que
passamos a produzir nossos alimentos,
principalmente as verduras e as frutas, que vêm
para mesa sem veneno, é uma bênção”.
Realização Apoio