Transcript of MENINGITE BACTERIANA DOCENTE : Prof.º Gleidson Sena.
- Slide 1
- MENINGITE BACTERIANA DOCENTE : Prof. Gleidson Sena
- Slide 2
- INTRODUO As meningites bacterianas representam um importante
desafio em sade pblica, tendo em vista sua expressiva
morbimortalidade e seqelas, principalmente nos pases em
desenvolvimento. Anualmente, estima-se que ocorram no mundo mais de
um milho de casos e 200 mil bitos relacionados s meningites
bacterianas. Convm salientar que as meningites bacterianas
apresentam alta incidncia nos primeiros dois anos de vida.
Destaque-se que o conhecimento do perfil etiolgico das meningites
de suma importncia para a formulao de polticas pblicas, com vistas
ao adequado controle desse agravo.
- Slide 3
- Entende-se por meningite a inflamao das meninges (pia- mter,
dura-mter e aracnide), cujas membranas envolvem o crebro e medula
espinhal ou, mais precisamente, indica infeces das leptomeninges
(pia-mter e aracnide) e do espao subaracnideo delimitado por ambas.
O espao subaracnideo, preenchido por liquor, oferece pouca
resistncia s bactrias.
- Slide 4
- Considera-se caso suspeito de meningite: todo paciente com
quadro de febre alta, de incio sbito e vmito, sem foco de infeco
aparente, acompanhado de cefalia intensa, rigidez de nuca,
sonolncia, torpor, irritao, diminuio da suco em lactentes,
abaulamento de fontanela e convulses. Iremos abordar os temas que
compreendem o conhecimento a cerca da patologia, tais como sua
etiologia e fisiopatologia, os principais agentes etiolgicos, seus
sinais e sintomas e o possvel diagnstico.
- Slide 5
- ETIOLOGIA Vrios agentes podem causar meningites, como bactrias,
vrus, parasitas e fungos. Dentre as meningites ocasionadas por
bactrias, vale destacar trs bactrias responsveis por mais de 90%
das meningites com agente etiolgico definido, a saber: Neisseria
meningitidis (meningococo), Haemophilus influenzae tipo b (Hib) e
Streptococcus pneumoniae (pneumococo).
- Slide 6
- Constituem as principais vias de infeco: 1- acesso direto a) em
fraturas de crnio; b) em crianas com defeitos congnitos de
fechamento do tubo neural (espinha bfida, meningocele,
meningomielocele, meningoencefalocele); c) em infeces iatrognicas,
causadas por punes liquricas com agulhas contaminadas ou sem
assepsia; 2- por contigidade, a partir de estruturas prximas,
geralmente otites mdias, mastoidites ou sinusites; 3- por via
hematognica, algumas bactrias, como o meningococo e o pneumococo,
atingem o sistema nersangnea; 4- derivaes liquricas: uso de
cateteres de derivao liqurica ventriculoperitoneal
(hidrocefalia).
- Slide 7
- AGENTE ETIOLGICO Recm-nascidos e lactentes jovens (um a trs
meses) Estreptococos do grupo B Bacilos Gram negativos
(principalmente E.coli) Listeria monocytogenes Lactentes e
pr-escolares (trs meses a cinco anos) Haemophilus influenzae tipo B
Streptococcus pneumoniae Neisseria meningitidis Escolares e
adolescentes Streptococcus pneumoniae Neisseria meningitidis
- Slide 8
- PATOGENIA O sistema nervoso central, especificamente o crebro,
possui um sistema protetor eficiente contra agentes patognicos
invasivos, composto pela caixa craniana, meninges e a barreira
hematoliqurica. Inmeros microrganismos podem ser causa de
meningite. A infeco pode ocorrer por trs mecanismos bsicos:
propagao direta: infeco dos ossos, vasos sangneos, sistema nervoso,
traumatismo craniano ou fstula liqurica; via hematognica (primria
ou secundria a um foco de infeco a distncia); contgio pela bainha
dos nervos, que se faz em geral pelo nervo olfativo, em conseqncia
de traumatismo da regio.
- Slide 9
- A principal barreira para a disseminao hematognica da infeco
para o sistema nervoso a presena dos anticorpos circulantes e a
atividade bactericida mediada pelo complemento. Deficincias de
imunoglobulinas predispem a infeces por bactrias encapsuladas. No
recm-nascido ocorrem por aspirao do lquido amnitico, por penetrao
de bactrias pela pele ou mucosa, e principalmente por processos
infecciosos gastrointestinais.
- Slide 10
- As principais vias de infeco so a transplacentria; vertical
(via cordo umbilical) ou horizontal aps o nascimento. A colonizao
bacteriana ocorre de incio na pele, coto umbilical, nasofaringe e
reto; promove bacteremia e invaso menngea. H a imaturidade do
sistema imune do recm-nascido: deficincia de anticorpos, vias do
complemento, concentraes reduzidas de fibronectina e alterao da
funo microbicida dos neutrfilos.
- Slide 11
- Os prematuros tm nveis diminudos de IgG e o recm- nascido
normal tem baixas concentraes de IgM e IgA; isto facilita infeces
por bactrias Gram-negativos e penetrao de bactrias pelo trato
respiratrio e gastrointestinal
- Slide 12
- FISIOPATOLOGIA As principais alteraes na fase aguda das
meningites bacterianas so aracnoidite, ventriculite, edema
cerebral, tromboses, infartos, encefalopatia. Ocorre de incio uma
plexite coride e ventriculite, que evolui para a leso caracterstica
que a aracnoidite. Esses achados podem ser observados em qualquer
etiologia bacteriana.
- Slide 13
- No processo inflamatrio inicial predominam leuccitos
polimorfonucleares e macrfagos com bactrias no seu interior. Aps
algumas semanas eles diminuem, predominando os mononucleares,
principalmente histicitos e macrfagos. O exsudato diminui e se
desenvolve fibrose aracnidea.
- Slide 14
- O processo inflamatrio no espao subaracnideo leva a uma
vasculite cerebral, que pode determinar infarto cerebral, que tambm
culmina com o decrscimo do fluxo sangneo cerebral para
auto-regulao. H maior produo liqurica e/ou menor reabsoro com
conseqente hidrocefalia e edema intersticial, que associado ao
edema citotxico induzido pelo peptidoglicano, e ao processo
inflamatrio, leva ao aumento da presso intracraniana, o que tambm
diminui o fluxo sangneo cerebral para preservar a
auto-regulao.
- Slide 15
- Slide 16
- SINAIS E SINTOMAS Os sintomas precoces mais importantes de uma
meningite so a febre, a dor de cabea, a rigidez do pescoo, a dor de
garganta e os vmitos. A rigidez do pescoo (rigidez da nuca) no
significa simplesmente dor na flexo do mesmo; de facto, impossvel
ou provoca muita dor procurar fazer com que o queixo toque no
peito.
- Slide 17
- Os adultos podem adoecer gravemente no perodo de 24 horas e as
crianas podem, inclusive, levar menos tempo. As crianas mais velhas
e os adultos podem tornar-se irritveis, confusos e cada vez mais
sonolentos. Este estado pode progredir para o estupor, o coma e,
finalmente, a morte.
- Slide 18
- A infeco provoca inflamao dos tecidos cerebrais e impede o
afluxo sanguneo, o que produz sintomas de um ataque vascular
cerebral como uma paralisia. Em alguns casos surgem convulses. A
sndrome de Waterhouse-Friderichsen, uma infeco de evoluo rpida e
catastrfica, causada pela Neisseria meningitidis; produz diarria
grave, vmitos, convulses, hemorragias internas, hipotenso, choque
e, frequentemente, a morte.
- Slide 19
- Nas crianas com menos de 2 anos, a meningite causa
habitualmente febre, vmitos, irritabilidade, convulses, problemas
para comer e choro de um tom muito agudo. A pele sobre a fontanela
(a zona mole entre os ossos do crnio) fica tensa e a fontanela pode
fazer salincia. O fluxo de lquido volta do crebro pode ver-se
bloqueado, fazendo com que o crnio aumente (hidrocefalia). Ao
contrrio da criana mais velha ou do adulto, uma criana com menos de
1 ano pode no apresentar rigidez do pescoo (rigidez da nuca).
- Slide 20
- DIAGNSTICO Ante a suspeita de meningite bacteriana deve-se
proceder coleta adequada de amostras biolgicas (principalmente
sangue e/ou liquor), a fim de permitir a identificao do agente
etiolgico. Recomenda-se a puno lombar, salvo contra-indicaes, para
obteno do exame do liquor (quimiocitolgico, bacteriolgico,
imunolgico, PCR). O exame do liquor importante para o diagnstico:
revela-se hipertenso, com aspecto turvo ou francamente purulento. H
pleocitose: centenas ou milhares de neutrfilos por mm; aumento de
protenas e diminuio de glicose.
- Slide 21
- Vale assinalar que a cultura ainda o padro ouro para a
classificao sorolgica, investigao de surtos e para a tomada de
decises em relao profilaxia com vacinas. muito comum que pacientes
com suspeita de meningite recebam antibiticos parenterais
previamente puno lombar, o que acaba prejudicando a recuperao de
bactrias nas culturas de liquor ou sangue.
- Slide 22
- A reao em cadeia de polimerase (PCR) tem o potencial para
superar todas estas limitaes; e pode detectar, por amplificao,
seqncias de cidos nuclicos (DNA) especficos tanto no sangue quanto
no liquor. Seu uso j se encontra bem estabelecido em relao ao
meningococo. A realizao da tomografia computadorizada de crnio e/ou
ressonncia magntica, em meningite, auxilia no diagnstico de
complicaes como abscessos cerebrais, hemorragias ou quando outras
causas de meningismo possam ser consideradas, por exemplo, tumores
de fossa posterior.
- Slide 23
- Puno lombar para o diagnstico de meningite Insere-se uma agulha
pequena e oca na parte inferior do canal medular, normalmente entre
a quarta e a quinta vrtebra lombar, abaixo da regio onde termina a
medula espinhal. O lquido cefalorraquidiano recolhido num tubo e
enviado ao laboratrio para a sua anlise.
- Slide 24
- CONCLUSO A partir dos conhecimentos adquiridos e reforados
durante as pesquisas a respeito de meningite bacteriana, conclumos
que o rpido diagnstico de suma importncia, tanto para a diminuio
dos possveis agravos e suas sequelas, como para a baixa nos ndices
de mortalidade. Com esse trabalho adquirimos conhecimento terico a
respeito da meningite bacteriana, tais como sua etiologia e
fisiopatologia, os principais agentes etiolgicos, seus sinais e
sintomas e o possvel diagnstico, e como futuros profissionais da
rea da sade saberemos como agir quando depararmos com uma situao
igual ou semelhante, garantindo uma assistncia de enfermagem de
qualidade.