Post on 22-Jan-2019
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Nota Técnica 04
Análise do Balanço de Pagamentos do Estado e a Importância dos APLs no Fluxo de Comércio
Bahia
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www.redesist.ie.ufrj.br
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Projeto
Análise do Mapeamento e das Políticas para Arranjos Produtivos Locais no Norte, Nordeste e Mato Grosso e dos Impactos dos Grandes Projetos Federais no Nordeste
Nota Técnica 04
ANÁLISE DO BALANÇO DE PAGAMENTOS DO ESTADO E A IMPORTÂNCIA DOS APLs NO FLUXO DE COMÉRCIO
Bahia
Equipe Estadual
Coordenador: Hamilton de Moura Ferreira Júnior
Pesquisadores: Rossine Cerqueira da Cruz
Fábio Batista Mota
Thiago Góes
Estagiários: Alexsandra Andrade Santana
Gustavo Orge Orrico
Rodrigo Carvalho Oliveira
Thiago Henrique Rios
Equipe de Coordenação do Projeto / RedeSist
Coordenadora: Valdênia Apolinário
Maria Lussieu da Silva
Thaís de Miranda Moreira
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Composição do VA do Estado da Bahia – 2006 ..................................................... 16 Tabela 2 - Fluxo de comércio do Estado da Bahia em R$ mil – 2006 ..................................... 22 Tabela 3 - Fluxo de comércio interestadual do Estado da Bahia por tipo de atividade em R$ mil – 2006 ................................................................................................................................. 23 Tabela 4 - Fluxo das entradas, por Região, das principais atividades econômicas e dos APLs do Estado da Bahia – 2006 ....................................................................................................... 28 Tabela 5 - Fluxo das saídas, por Região, das principais atividades econômicas e dos APLs do Estado da Bahia – 2006 ............................................................................................................ 29 Tabela 6 - Saldo das transações, por Região, das principais atividades econômicas e dos APLs do Estado da Bahia – 2006 ....................................................................................................... 30 Tabela 7- Balança comercial internacional das transações do estado Bahia segundo suas principais atividades econômicas– 2006 .................................................................................. 32 Tabela 8 - Balança Comercial Total das transações do estado Bahia segundo suas principais atividades econômicas - 2006 ................................................................................................... 40
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Quadro 1 - PIB municipal a preços correntes, Bahia - 2006 .................................................... 10 Quadro 2 - Evolução do Produto Interno Bruto ....................................................................... 16 Quadro 3 - APLs apoiados pelo Projeto Progredir ................................................................... 17 Quadro 4 - Balança comercial da Divisão CNAE Indústria de transformação para a Bahia - 2006 .......................................................................................................................................... 36 Quadro 5 - Balança Comercial da Divisão CNAE agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aqüicultura para a Bahia - 2006 ................................................................................... 37 Quadro 6 - As 10 empresas sediadas na Bahia que mais exportam ......................................... 37 Quadro 7 - As 10 empresas sediadas na Bahia que mais importam ......................................... 38 Quadro 8 - APL Fornecedores automotivos ............................................................................. 43 Quadro 9 - APL de Transformação de Plásticos ...................................................................... 45 Quadro 10 - APL de Rochas Ornamentais ............................................................................... 47 Quadro 11 - APL de Confecções .............................................................................................. 48 Quadro 12 - APL de Fruticultura .............................................................................................. 49 Quadro 13 - APL Caprinovicultura .......................................................................................... 50 Quadro 14 - APL de Sisal ......................................................................................................... 51 Quadro 15 – APL de Derivados de Cana de Açúcar ................................................................ 51
Figura 1 - Distribuição do PIB dos municípios baianos – 2006. .............................................. 11 Figura 2 - Distribuição do Índice de Desenvolvimento Econômico dos Municípios Baianos - 2006 .......................................................................................................................................... 12 Figura 3 - Distribuição do Índice de Desenvolvimento Social dos municípios baianos - 2006 .................................................................................................................................................. 13 Figura 4 - Principais pólos de desenvolvimento econômico da Bahia ..................................... 15 Figura 5 - Distribuição espacial dos APLs apoiados pelo projeto Progredir............................ 18
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................................... 6
1. ESTRUTURA ECONÔMICA ESTADUAL E IMPORTÂNCIA DOS A PLS ............................................. 7
2. A BALANÇA COMERCIAL DOS ESTADOS (BCE) ................................................................................. 19
2.1 RELAÇÕES COMERCIAIS INTERESTADUAIS ................................................................................... 19
2.1.1 Fluxos de comercio interestaduais ........................................................................... 20 2.1.2 Fluxos de comércio interestaduais por atividades econômicas ............................... 24
2.2 FLUXO DE COMÉRCIO INTERNACIONAL DO ESTADO ..... ............................................................ 32
2.3. FLUXO DE COMÉRCIO TOTAL ............................................................................................................. 39
3. A IMPORTÂNCIA DOS APLS NO FLUXO DE COMÉRCIO DO E STADO ......................................... 41
3.1. APLs COM ATIVIDADES FORMALIZADAS .......................................................... 41 3.2. APLs COM ATIVIDADES PARCIALMENTE FORMALIZADAS .......................... 45 3.3. APLs COM ATIVIDADES NÃO FORMALIZADAS ................................................. 50
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................................. 52
APÊNDICES ........................................................................................................................................................ 55
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INTRODUÇÃO
Considerado o ‘Termo de Referência para o Produto 4’ (TR4), o presente relatório tem por
objetivo a elaboração da balança comercial (BC) da Bahia, bem como a análise da sua relação
com os diferentes Arranjos Produtivos Locais (APL) do Estado. Mais especificamente, tal
trabalho abrangeu: (a) as relações comerciais entre a Bahia e os demais Estados da Federação;
(b) as relações comerciais entre a Bahia e o resto do mundo; (c) e a contribuição dos APLs
identificados e apoiados para o fluxo de comércio. Os procedimentos metodológicos
utilizados neste estudo – cujo ano de análise, no que se refere à BC, é 2006 –, estão dispostos,
também, no TR4. Em grande parte, foram utilizados dados secundários disponibilizados pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – Contas Regionais do Brasil 2003-2006
– e Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia (SEFAZ-BA)1.
Esta nota técnica está estruturada em mais três seções, além desta introdutória e das
considerações finais. A seção 1 caracteriza a economia do Estado da Bahia. A seção 2
apresenta a Balança Comercial do Estado. A última, a importância dos APLs no fluxo de
comércio da Bahia.
1 Obs: parte das tabelas geradas em resposta à demanda do TR4, devido à sua extensão, foram, aqui, apresentadas a partir da agregação de certas informações. As tabelas originais, tal como solicitado no TR4, foram enviadas à FUNPEC em arquivo Excel.
7
1. ESTRUTURA ECONÔMICA ESTADUAL E IMPORTÂNCIA DOS A PLS
Historicamente, o processo de industrialização no Estado da Bahia se desenvolveu segundo
períodos de investimentos espaçados no tempo, sendo cada período inaugurado em virtude do
incentivo a grandes investimentos industriais. Nesta apresentação sobre o desenvolvimento
industrial observado na economia baiana, procura-se destacar a sua dinâmica exógena,
espasmódica e a presença marcante de políticas de investimentos estatais via incentivos
fiscais e financeiros, destacando, sempre que relevante, a importância da indústria do
petróleo, como marco inicial, e a implantação do Centro Industrial de Aratu (CIA), do
Complexo Petroquímico de Camaçari e do Complexo Automotivo Ford como momentos de
importância significativa no desenvolvimento industrial do Estado.
Na década de 1930, teve início, no Brasil, a implantação do modelo de substituição de
importações. A partir deste período histórico, e da “nova” divisão nacional do trabalho
promovida por este modelo, se pode principiar a caracterização da economia baiana; cuja
inserção, no plano industrial, se deu de forma subordinada, periférica e marginalmente
complementar ao processo de industrialização tardia ocorrida na região Sudeste.
Durante a primeira metade do século XX – período conhecido como “enigma baiano”
(AGUIAR, 1958) –, a economia baiana estava apoiada no setor agroexportador, destacando-se
o cacau como produto gerador de significativas divisas. Embora houvesse setores comerciais
e financeiros relativamente desenvolvidos, esta estrutura econômica mostrava-se incapaz de
dinamizar a economia, com efeitos multiplicadores bastante limitados (TEIXEIRA;
GUERRA, 2000).
No Estado da Bahia, uma dinâmica econômica mais significativa só pôde ser observada a
partir da segunda metade do século XX. Tal dinamismo derivou da descoberta de um
importante recurso natural, o petróleo. Assim, com a descoberta, em1941, de poços no
Recôncavo Baiano, passaram a ganhar destaque, na economia baiana, as atividades de
exploração e refino de petróleo. Entretanto, o impulso definitivo se deu com o início das
operações da refinaria Landulfo Alves (RLAM), no início da década de 1950, de propriedade
da Petrobrás. Sua inauguração alterou a estrutura produtiva do Estado, ao iniciar o processo
8
de industrialização, com importantes repercussões nos indicadores socioeconômicos do
Estado2.
Após este período, de impulso inicial para a industrialização, observou-se, na década de 1960,
um novo momento de desenvolvimento industrial, implementado através de incentivos fiscais
federais e de expressivos investimentos em infra-estrutura. Em 1983 foi inaugurado um
parque industrial metal-mecânico, o Centro Industrial de Aratu (CIA), localizado no
município de Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS)3. No final da década
de 1970, mais uma vez, o Estado surge como agente de fomento aos investimentos. Em razão
da necessidade de complementar a matriz industrial brasileira, ampliou-se os incentivos à
produção de bens intermediários. Esta estratégia viabilizou a implantação, em 1978, do Pólo
Petroquímico de Camaçari (COPEC), localizado no município de Camaçari, distante 50 km
de Salvador, e o desenvolvimento do setor metalúrgico no Estado. Dessa forma, a Bahia se
inseriu na matriz industrial brasileira, através do que ficou conhecido como “especialização
regional”4, transformando-se em um Estado supridor de bens intermediários para os setores de
bens finais, instalados nas regiões Sul e Sudeste do país (TEIXEIRA; GUERRA, 2000).
Outro surto de investimentos, que alterou a dinâmica da economia baiana, ocorreu na segunda
metade dos anos 1990 e na primeira metade dos anos 2000: com a implantação da indústria de
celulose no extremo Sul baiano5 e, particularmente, do Complexo Automotivo Ford (Projeto
Amazon), na região de Camaçari. Neste período, destacou-se, novamente, a forte participação
estatal nas políticas de atração de investimentos. A atração de investimentos via “guerra
fiscal” provocou uma modificação na estrutura produtiva do setor industrial baiano ao
introduzir a produção de bens de consumo finais, a exemplo do setor calçadista e,
especialmente, automobilístico6. Todavia, em que pese tais avanços, a indústria baiana
2 Este período é considerado o marco de um novo padrão de desenvolvimento da economia baiana. 3 De acordo com o IBGE a RMS é a região metropolitana mais populosa do nordeste brasileiro e é formada pelos seguintes municípios: Camaçari, Candeias, Dias d'Ávila, Itaparica, Lauro de Freitas, Madre de Deus, Mata de São João, Pojuca, Salvador, São Francisco do Conde, São Sebastião do Passé, Simões Filho e Vera Cruz 4 Este processo de industrialização implicou diretamente na aceleração do crescimento da Região Metropolitana de Salvador (RMS), tendo a cidade de Salvador como o centro de atração dos fluxos populacionais, crescendo para além de sua base geográfica e formando, a partir do seu entorno, um eixo urbano-industrial metropolitano. 5 Entretanto, conforme salientado por Teixeira e Guerra (2000), a indústria de celulose caracteriza-se por seu caráter concentrador (capital-intensiva, estreita base de fornecimento, demandantes de grandes extensões de terra) e seu baixo nível de articulação inter-industrial, fato que não a coloca como um núcleo dinâmico, sendo seus impactos diminutos e localizados setorialmente e espacialmente. 6 Maior destaque deve ser dado ao setor automobilístico, por apresentar maior efeito multiplicador do seu investimento.
9
continua fortemente concentrada em bens intermediários, com destaque para os setores
petroquímico e metal mecânico.
Como dito, a indústria baiana instalou-se, principalmente, na Região Metropolitana de
Salvador, onde concentrou infra-estrutura física e alguns serviços necessários para responder
às demandas requeridas pelos empreendimentos ali instalados. Como consequência, observou-
se, também, um grande desenvolvimento de atividades relacionadas ao setor terciário, para
atender tanto demandas da indústria quanto necessidades de uma população em expansão.
O processo de crescimento da população baiana, localizada na RMS, foi fruto de um
expressivo processo migratório, acompanhado por uma notável expansão da classe operária e
da classe média, alterando a estrutura de classes da região. Com o crescimento da classe
média, observou-se um reordenamento da ocupação da cidade do Salvador. Em grande parte,
as áreas próximas à orla marítima e as áreas do centro da cidade passaram a ser ocupadas pela
classe média, ao passo que houve, de certa forma, uma “expulsão” das famílias mais pobres
para as áreas periféricas de Salvador, ou mesmo para fora da capital. Mais ainda, considerado
que os municípios da RMS, onde as indústrias foram implantadas, não apresentavam boa
infra-estrutura, inclusive de moradia, e serviços, parte de seus funcionários – sobretudo
aqueles com cargo de maior hierarquia – acabaram por se fixar em Salvador (DIAS, 2004).
A RMS desempenha um papel de grande importância por concentrar as maiores e mais
importantes atividades industriais, comerciais e de serviços, além dos principais elementos de
infra-estrutura e porte populacional de toda a Bahia. É, portanto, a região mais dinâmica da
economia baiana. Porém, guarda, em seu interior, grandes diferenças sociais e econômicas. A
apropriação local, pelos municípios sede, dos benéficos derivados dos investimentos
industriais do COPEC, CIA e Complexo Automotivo Ford foi, de certa forma, bastante
limitada. Ainda que tais investimentos não tenham sido realizados em Salvador – que
apresenta, marcadamente, uma economia de serviços –, a capital baiana, dentre os municípios
que compõem a RMS, foi a maior beneficiada, em termos de apropriação da renda gerada
pelos investimentos; dado que, como dito, boa parte dos funcionários de maior renda das
indústrias instaladas na RMS residiam em Salvador.
De acordo com dados da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI),
a região metropolitana representou, em 2006, cerca de 50% do PIB baiano; sendo Camaçari,
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Salvador e São Francisco do Conde responsáveis, conjuntamente, por 84% do PIB da RMS e
por aproximadamente 43% do PIB baiano. O quadro abaixo apresenta, para o ano de 2006, os
15 municípios baianos de maior participação no PIB (juntos, representaram, em 2006, 64,2%
do PIB do Estado da Bahia).
Municípios PIB (R$ milhões) Ranking
Salvador 24.072,40 1º
Camaçari 9.534,30 2º
São Francisco do Conde 6.673,67 3º
Feira de Santana 3.853,35 4º
Candeias 2.236,08 5º
Simões Filho 2.152,73 6º
Vitória da Conquista 1.994,78 7º
Lauro de Freitas 1.770,35 8º
Itabuna 1.579,05 9º
Paulo Afonso 1.544,61 10º
Ilhéus 1.534,80 11º
Dias d’Ávila 1.332,58 12º
Juazeiro 1.313,45 13º
Barreiras 1.186,99 14º
Jequié 1.132,99 15º
Quadro 1 - PIB municipal a preços correntes, Bahia - 2006 FONTE: SEI, 2009.
A figura abaixo apresenta, para o ano de 2006, a espacialização do PIB baiano, evidenciando
a sua concentração na RMS. Fora desta região, apenas alguns poucos municípios
apresentaram um PIB relativamente elevado: Barreiras e Luís Eduardo Magalhães (produção
de Soja); Feira de Santana (serviços e indústrias); Ilhéus e Itabuna (produção de Cacau);
Juazeiro (fruticultura irrigada ao longo do Rio São Francisco, especialmente manga e uva); e
Paulo Afonso (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (CHESF) e hidroelétrica de Paulo
Afonso).
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Figura 1 - Distribuição do PIB dos municípios baianos – 2006. FONTE: SEI/ Elaboração própria.
Alternativamente, a concentração econômica pode ser observada, também, a partir dos níveis
de arrecadação do ICMS. Em 2006, os municípios metropolitanos – sobretudo Salvador,
Camaçari e São Francisco do Conde –, foram os que mais arrecadam tal imposto. Em um
patamar intermediário, encontravam-se os municípios de Feira de Santana, Vitória da
Conquista, Barreiras, Luis Eduardo Magalhães, Ilhéus, Itabuna, Eunápolis, Teixeira de
Freitas, Alagoinhas, Catú e Pojuca (SEI, 2009). Como sabido, em parte devido ao pouco
dinamismo das economias de boa parte dos municípios baianos, figura, no Estado, uma
situação de dependência de transferências de recursos da União e do Governo da Bahia.
Segundo dados da SEI, em 2006, cerca de 84% da receita realizada pelo total dos municípios
baianos eram provenientes de transferências (apenas 5,5% dos municípios baianos têm a
proporção de arrecadação própria superior a média do total dos municípios; em torno de
15%).
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A espacialização do Índice de Desenvolvimento Econômico (IDE)7 – que, na sua composição,
leva em consideração os níveis de infra-estrutura, qualificação da mãos-de-obra e renda
gerada localmente – apresenta também, para o ano de 2006, forte concentração em poucos
municípios, bem como um grande espaço homogêneo, com pouco dinamismo econômico
(Figura abaixo).
Figura 2 - Distribuição do Índice de Desenvolvimento Econômico dos Municípios Baianos - 2006 FONTE: SEI/ Elaboração própria.
Por outro lado, a espacialização do Índice de Desenvolvimento Social (IDS)8, para o ano de
2006, apresenta-se mais heterogênea (ausência de uma grande mancha de espaços
homogêneos). Fato devido, aparentemente, à presença do Estado em áreas sociais, tais como
educação e saúde. Dentre os municípios com IDS mais elevados, figuram aqueles situados na
RMS, especialmente Salvador e Lauro de Freitas (Figura abaixo).
7Na construção do IDE estão incluídos outros Índices, quais sejam: o Índice de Infra-estrutura (INF), o Índice de
Qualificação da Mão-de-obra (IQM) e o Índice do Produto Municipal (IPM) (SEI, 2008). 8O conceito do Índice de Desenvolvimento Social é fundamentado no pressuposto de que a população dos municípios está
sendo atendida por serviços de educação e saúde, ao tempo em que tem acesso aos serviços de água tratada e energia elétrica, bem como a idéia de que os chefes de família recebem, de algum modo, uma remuneração mensal. Assim, na construção do IDS estão incluídos o Índice do Nível de Saúde (INS), o Índice do Nível de Educação (INE), o Índice de Serviços Básicos (ISB) e o Índice de Rendimento Médio do Chefe de Família (IRMCF) (SEI, 2008).
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Figura 3 - Distribuição do Índice de Desenvolvimento Social dos municípios baianos - 2006 FONTE: SEI/ Elaboração própria
Na Figura abaixo, são apresentados os pólos de desenvolvimento econômico do Estado da
Bahia. Pode-se observar que os pólos de maior dinamismo estão concentrados nas bordas do
território, não estabelecendo, aparentemente, relações entre si ou com os demais pólos
(especialmente aqueles situados mais ao interior do território). Constituem os pólos mais
relevantes: (a) o da RMS, articulada com Feira de Santana e com os municípios de
Alagoinhas, Catú e Pojuca (Macrorregião de Salvador), formando o centro industrial e
econômico do Estado; (b) o de Eunápolis e Teixeira de Freitas, no extremo Sul da Bahia
(produção de papel e celulose); (c) o de Barreiras, no cerrado baiano (produção de soja e
algodão); (d) o de Juazeiro, importante centro logístico e com atividades de fruticultura; (e)
Vitória da Conquista, Itabuna e Jequié (pólos de serviços); (f) e o de Ilhéus, como um
pequeno pólo industrial e de turismo.
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Assim, grosso modo, três grandes áreas geográficas concentram os pólos de desenvolvimento
mais dinâmicos do Estado: o Litoral, principalmente, o Oeste e o semi-árido. Na primeira,
observam-se áreas em processo de crescimento econômico, como no caso da RMS e entorno,
com atividades ligadas ao setor de serviços, indústria e turismo, e do Extremo Sul, com a
celulose e o turismo. No litoral, outras duas áreas de grande potencial são a Região do Baixo
Sul, com o turismo e uma agricultura familiar voltada para especiarias (cravo, pimenta do
reino, borracha, dendê etc.), e o litoral norte, com o turismo e um setor rural mais voltado para
uma produção de modelo produtivista, engajada em cadeias agroindustriais, como no caso da
laranja e da silvicultura. Finalmente, a região cacaueira (Ilhéus), que, de certa forma, ainda
vive o “drama” da crise do cacau, busca no turismo e na indústria formas de restabelecer seu
potencial de desenvolvimento. Na segunda área, a região Oeste do Estado, predomina
atividades ligadas ao agronegócio, produção de commodities voltadas à exportação (soja,
algodão, milho, feijão, café e frutas). A última, o semi-árido – com cerca de 2/3 do território e
43% da população do Estado –, constitui um espaço econômico bastante pobre, baseado na
agricultura familiar. Todavia, aqui se pode encontrar, também, áreas econômicas mais
prósperas, baseadas em recursos naturais (extração de urânio e minério de ferro e de Rochas
Ornamentais) e no turismo (chapada diamantina).
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Barreiras
Itabuna Ilhéus
Teixeirade Freitas
Eunapolis
Vitoria daConquista
Jequié
Juazeiro
SantanaFeira de
Camaçari
Salvador
Concentração Industrial
Cidades-Pólo (Comércio/Serviços)
Figura 4 - Principais pólos de desenvolvimento econômico da Bahia FONTE: Elaboração própria.
O processo de desenvolvimento econômico do Estado da Bahia – pautado na forte atuação
estatal, via incentivos fiscais e financeiros, caracterizado por blocos de investimentos
industriais espaçados no tempo, com uma lógica produtiva fundamentada em grandes
empreendimentos polarizadores –, implicou em uma concentração não apenas espacial e
socioeconômica, mas também setorial. A tabela abaixo apresenta a composição do valor
adicionado (VA) do Estado da Bahia, evidenciando a maior participação de atividades
econômicas relacionadas aos setores secundário e, principalmente, terciário. No primeiro,
destaca-se a ‘indústria de transformação’, que representou, em 2006, 15,8% do valor
adicionado do Estado. Dentro deste, predominam as indústria química e petroquímica, que,
juntas, respondem por 46,5% do total do setor. No segundo setor, destaque para as atividades
de ‘administração, saúde e educação públicas’, com 17% do VA do Estado. Em parte, a
diminuição da participação do setor primário, no VA da economia baiana, pode ser creditada
à perda de dinamismo em mercados de produtos seculares, como o cacau, sisal, fumo e
mandioca. Por outro lado, mais recentemente, observa-se forte processo de modernização e
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expansão de “novos” produtos agrícolas; notadamente soja, algodão, milho e frutas (como uva
e manga).
Tabela 1 - Composição do VA do Estado da Bahia – 2006
ATIVIDADES VA
PART.% no
VA Total
AGRICULTURA, SILV. E EXPLOR. FLORESTAL 4.775 5,8
PECUÁRIA E PESCA 1.717 2,1
IND. EXTRATIVA MINERAL 1.724 2,1
IND. DE TRANSFORMAÇÃO 13.041 15,8
CONSTRUÇÃO CIVIL 6.133 7,4
PROD. E DISTR. DE ELETR. E GÁS, ÁGUA, ESGOTO E LIMP. URBANA 4.424 5,4
COMÉRCIO E SERV. DE MAN. E REP. 9.495 11,5
SER. DE ALOJAMENTO E ALIMENTAÇÃO 1.952 2,4
TRANSPORTES, ARMAZENAGEM E CORREIO 3.778 4,6
SERV. INFORMAÇÃO 2.397 2,9
INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA, SEGUROS E PREV. COMPLEMENTAR 3.236 3,9
SERV. PRESTADOS ÀS FAMÍLIAS E ASSOCIATIVOS 1.871 2,3
SERV. PRESTADOS ÀS EMPRESAS 3.238 3,9
ATIV. IMOBILIÁRIAS E ALUGUEL 6.990 8,5
ADMINISTRAÇÃO, SAÚDE E EDUCAÇÃO PÚBLICAS 14.025 17,0
SAÚDE E EDUCAÇÃO MERCANTIS 2.639 3,2
SERVIÇOS DOMÉSTICOS 1.107 1,3
VALOR ADICIONADO TOTAL 82.542 100,0
FONTE: IBGE, 2009.
Entre 2003 e 2006, a economia baiana apresentou taxas de crescimento acima da média
nacional. O PIB da Bahia, no acumulado do período, cresceu 25%, enquanto o do Brasil
cresceu 20,6%. No ano de 2006, o PIB baiano correspondeu a cerca de 31% do PIB da região
Nordeste e a 4% do Brasil (vide Quadro abaixo).
Produto Interno Bruto a Preços Correntes (1.000.000
R$) Participação do PIB baiano no PIB do
Nordeste e do Brasil (2006) 2003 2004 2005 2006
Bahia 68.147 79.083 90.919 96.556 –
Nordeste 217.037 247.043 280.545 311.175 31,03%
Brasil 1.699.948 1.941.498 2.147.239 2.369.797 4,07%
Quadro 2 - Evolução do Produto Interno Bruto FONTE: IBGE, 2009
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A estratégia de desenvolvimento regional endógeno, baseada no fomento aos chamados
Arranjos Produtivos Locais (APLs), enfatiza a criação de vantagens competitivas dinâmicas
nas firmas, concedendo, portanto, papel fundamental à inovação, sobretudo ao seu caráter
local e específico. Tal abordagem, a partir de 2003, se constituiu como uma das novas formas
de intervenção de políticas públicas no Estado da Bahia. O foco em APLs – que guarda
oposição com o padrão histórico de intervenção do Estado na economia baiana, baseado,
grosso modo, em grandes empreendimentos industriais polarizadores – pretenderia estimular
o desenvolvimento econômico da Bahia, em parte, a partir do fomento à cooperação, inovação
e aprendizado em firmas de porte menor (usualmente, mas não necessariamente).
O Projeto Progredir9, antigo projeto BID, é a principal iniciativa de fomento para APLs no
Estado da Bahia. Tal projeto é coordenado pela Secretaria de Ciência e Tecnologia (SECTI) e
conta com a parceria de diversas instituições, com destaque para SEBRAE, IEL e
DESENBAHIA. Os recursos financeiros para operacionalização do programa são originários
do Banco Interamericano para o Desenvolvimento (BID), principalmente, e, também, do
próprio governo do Estado. As ações desenvolvidas no âmbito do Projeto Progredir abarcam
11 arranjos produtivos (Quadro abaixo).
APL MUNICIPIOS DE ABRANGENCIA FORNECEDORES AUTOMOTIVO
RMS, Feira de Santana, S.Antonio de Jesus e Cruz das Almas.
CAPRINOVINOCULTURA Senhor do Bonfim, Andorinha, Jussara, Pintadas, Ponto Novo e Juazeiro. CONFECÇÕES RMS e Feira de Santana.
DERIVADOS DE CANA
Abaira, Piatã, Mucugê, Utinga, Rio de Contas Jussiape,Vale do Rio Gavião, Piripá, Licinio de Almeida, Cordeiros,Caculé ,Mortugaba, , Ibirataia, Jaguaripe ,Amargosa, e Ilhéus.
FRUTICULTURA Juazeiro, Curaçá, Sento Sé e Casa Nova. TRANSFORMAÇÃO DE
PLASTICO RMS e Feira de Santana.
PISCICULTURA Paulo Afonso, Canudos e Glória. ROCHAS ORNAMENTAIS RMS, Ourolândia e Jacobina.
SISAL
Araci, Barrocas, Biritinga, Candeal, Cansanção, Conceição do Coité, Ichu, Itiúba, Lamarão, Monte Santo, Nordestina, Queimadas, Quijingue, Retirolândia, Santa Luz, São Domingos, Serrinha, Teofilândia, Tucano e Valente).
TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO
Salvador, Feira de Santana
TURISMO Costa do Cacau – Ilhéus, Itabuna, Itacaré, Canavieiras, Sta. Luzia, uma.
Quadro 3 - APLs apoiados pelo Projeto Progredir FONTE: Elaboração própria.
9 O Estado da Bahia, por meio do Núcleo de Apoio a APLs, apóia 14 arranjos no Estado. Porém, apenas 11 já receberam ou recebem ações concretas de apoio.
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Os APLs apoiados pelo Projeto Progredir estão, de forma geral, dispersos ao longo do
território baiano (inclusive pelo semi-árido, região bastante pobre). Todavia, pode-se
observar, ainda, uma relativa concentração na Macrorregião de Salvador, formada pelos
municípios que compõem a RMS, mais Feira de Santana.
Figura 5 - Distribuição espacial dos APLs apoiados pelo projeto Progredir FONTE: Elaboração própria.
19
2. A BALANÇA COMERCIAL DOS ESTADOS (BCE)
2.1 RELAÇÕES COMERCIAIS INTERESTADUAIS
As relações comerciais entre a economia baiana e o mercado interno brasileiro, em parte,
podem ser entendidas a partir da compreensão de sua inserção no processo de
industrialização. Este processo, iniciado na década de 1930 e intensificado na segunda metade
do século XX, resultou na inserção da Bahia como um Estado produtor de bens
intermediários10 – com uma indústria especializada e complementar à matriz industrial
brasileira –, consumidor de bens finais, exportador de produtos primários e fornecedor de
mão-de-obra barata.
Entretanto, destaque deve ser dado ao novo cenário surgido a partir do período estabilidade
econômica, que tem como marco inicial o Plano Real. Com a intensificação do processo de
globalização, e, navegando em mares de relativa estabilidade, a Bahia passou a produzir e
exportar bens finais, mesmo que ainda de forma tímida, como, por exemplo, automóveis,
calçados e computadores.
Em 2006, a Bahia apresentou saldos positivos na balança comercial por vias internas com a
maioria dos Estados brasileiros. Obteve, no total, um saldo comercial de R$ 6,7 bilhões. Das
27 unidades federativas, a Bahia apresentou saldo negativo com apenas cinco. E, das regiões
do país, apresentou déficit somente com a Norte. A região Sudeste, nesse mesmo ano, se
destacou como a principal parceira comercial da Bahia; em grande parte devido ao comércio
com o Estado de São Paulo. As regiões Centro-Oeste e Norte, por outro lado, não se
constituíram como grandes parceiros comerciais. Há, nestas, Estados com os quais a Bahia
não estabeleceu, em 2006, quaisquer relações comerciais.
No volume das relações comerciais interestaduais, dois setores da economia baiana merecem
destaque, a saber, a indústria de transformação e o setor de serviços. O primeiro foi
responsável, em 2006, por mais de 50% das exportações e importações estaduais. Aqui,
10 Em especial insumos industriais destinados às indústrias sediadas nas regiões Sul e Sudeste do país.
20
destaque deve ser dado aos seguimentos químico e petroquímico, que, juntos, abarcaram mais
de 40% do total de exportações e importações. Por sua vez, o setor de serviços11 foi
responsável por 43% das entradas e 19% das saídas.
O comércio interestadual da Bahia, nesse mesmo ano, ficou concentrado em apenas seis
Estados da Federação, sendo quatro da região Sudeste (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas
Gerais e Espírito Santo) e dois da região Nordeste (Pernambuco e Sergipe). Tais Estados
foram responsáveis por 75,6% das importações12 e 73,1% das exportações com a Bahia. No
que tange à concentração por segmento de comércio, destaque para a indústria de
transformação e o comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas, que, juntos,
foram responsáveis por 89,9% das importações e 90,2% das exportações estaduais.
2.1.1 Fluxos de comercio interestaduais
Como dito, o Estado da Bahia tem na região Sudeste o seu grande parceiro comercial e na
indústria de transformação sua principal atividade econômica exportadora. Em 2006, esta
região foi o destino de 78,3% das exportações baianas. A forte parceria comercial da Bahia
com a região Sudeste foi devida, em grande parte, à relação com São Paulo. Este estado foi o
destino de 54,5% do total das exportações baianas, sendo 48,0% proveniente da indústria de
transformação. Por sua vez, a indústria de transformação foi responsável por 76,6% do total
de exportações baianas para outros Estados, com destaque para os produtos derivados da
química e petroquímica, com 40,8% do total.
Conforme destacado, o Estado da Bahia caracteriza-se como um forte mercado consumidor de
produtos finais, em especial de bens duráveis. Em decorrência desta característica é possível
entender a razão da menor participação da indústria de transformação nos registros de
entradas, em comparação com a sua participação nas exportações, e do destaque dado ao
comércio. Em 2006, a indústria de transformação respondeu por, aproximadamente, metade
11 Com destaque para o segmento de comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas. 12 Se for incluído o Estado do Amazonas entre os principais importadores, este percentual chega a quase 80%, em razão da presença da Zona Franca de Manaus.
21
das importações, sendo seguida do comércio e reparação de veículos automotores e
motocicletas com 39,6% deste total.
Em 2006, grande parte das importações baianas, cerca de 64%, teve como origem a região
Sudeste, sendo São Paulo o seu principal parceiro comercial, responsável por 41,2% do total
importado pela Bahia (45,2% do total importado foi devido à indústria de transformação e
36,0% ao segmento de comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas). O
Sudeste foi responsável por 72,0% da corrente do comércio interestadual (exportações mais
importações) baiana, sendo o estado de São Paulo responsável por 42,0% deste total. Por
outro lado, as regiões Norte e Centro-Oeste – com as quais a Bahia manteve fraca relação
comercial13–, que, juntas, somaram 7,1% das entradas e 6,7% das saídas14, e, apenas, cerca de
8% da corrente de comércio baiana.
Na região Norte, o principal parceiro comercial da Bahia é o Estado do Amazonas, devido,
especialmente, à Zona Franca de Manaus, com 1,4% das exportações e 4,1% das importações
baianas. Isto, devido ao fato de que a Bahia, como dito, na balança comercial, pode ser
caracterizada como um Estado produtor de bens intermediários e consumidor de bens finais.
Na relação entre estes dois Estados, destaque para a indústria de transformação – com os
segmentos de fabricação de bebidas, equipamentos de informática, produtos eletrônicos e
ópticos – e o setor de telecomunicação – depois de São Paulo, o Amazonas é o principal
fornecedor de produtos deste gênero para a Bahia, com 15,8% da demanda do Estado.
Nesse mesmo ano, a região Nordeste foi a segunda principal parceira comercial da Bahia,
sendo responsável por 21,7% da corrente de comércio interestadual. Destaque para
Pernambuco, com 6,9% da corrente de comércio, seguido por Sergipe, com 4,9%. Esta região
respondeu por 19,2% das entradas e 23,9% das saídas. Pernambuco, o parceiro comercial
mais importante, respondeu por 6,5% das importações e 7,3% das exportações baianas. Por
sua vez, Sergipe foi responsável por 4,4% das importações e 5,3% exportações. Vale destacar
a participação do Estado do Ceará como forte comprador de produtos produzidos na Bahia,
responsável por 3,2% do total das saídas.
13 Deste rol, pode-se excluir o Estado do Amazonas, em decorrência de estar sediada neste estado a Zona Franca de Manaus. 14 Os principais produtos comercializados entre estas regiões são ligados à agricultura e pecuária. Aproximadamente 18% das compras relacionadas a estes produtos são originários da região Centro-Oeste.
22
Com a região Nordeste, as relações comerciais com a Bahia se deram, em grande parte, em
bens originários da agricultura, pecuária, indústria de transformação, comércio por atacado e
comércio de veículos automotores e motocicletas. Com relação aos produtos agrícolas e
agropecuários, a região Nordeste foi responsável por 18,7% do total das compras baianas
(destaque para Pernambuco e Sergipe, que forneceram, respectivamente, 12,2% e 3,3% dos
produtos). Do total das exportações baianas, 49,0% destinaram-se para Estados desta região,
especialmente para a Paraíba (15,3%), seguida por Ceará (9,4%), Pernambuco (7,3%) e
Sergipe (7,2%). A indústria de transformação foi o segundo segmento mais importante nas
relações comerciais entre a Bahia e região Nordeste, com 17,2% das saídas e 17,4% das
entradas. Os principais produtos exportados e importados foram bens de consumo não
duráveis – como a produção de alimentos, bebidas e têxtil – e a produção de insumos
industriais – como derivados de petróleo e minerais não metálicos.
A região Sul abarcou 8,9% do total da corrente de comércio interestadual do estado da Bahia,
com 8,8% das entradas e 8,9% das saídas. Os Estados do Paraná e Rio Grande do Sul foram
os principais parceiros. A relação comercial com tal região se dá, em grande parte, através de
bens originários da indústria de transformação, agricultura, pecuária, pesca e aqüicultura. No
que tange à indústria de transformação, 7,3% dos produtos adquiridos pela Bahia pertenceram
à região Sul (destaque para produtos de couro, artigos para viagens e calçados). Vale destacar
a participação dos Estados de Santa Catarina e do Paraná, com, respectivamente, 10,5% do
‘vestuário e acessórios’ e 12,9% dos móveis importados pela Bahia.
Tabela 2 - Fluxo de comércio do Estado da Bahia em R$ mil – 2006
ESTADOS ENTRADAS
(R$) E
PART. NO TOTAL
ENTRADAS %
SAÍDAS (R$) S
PART. NO
TOTAL SAÍDAS
%
SALDO (R$) (S-E)
PART. NO SALDO
TOTAL %
NORTE 2.223.863,91 4,91% 1.936.141,79 3,72% -287.722,12 -4,26% RO 12.082,78 0,03% 83.847,58 0,16% 71.764,80 1,06% AC 637,10 0,00% 36.356,26 0,07% 35.719,16 0,53% AM 1.882.820,42 4,16% 726.184,63 1,39% -1.156.635,79 -17,11% RR 2.420,51 0,01% 17.372,45 0,03% 14.951,95 0,22% PA 265.614,28 0,59% 950.150,78 1,82% 684.536,50 10,13% AP 0 0,00% 0 0,00% 0,00 0,00% TO 60.288,82 0,13% 122.230,09 0,23% 61.941,27 0,92%
NORDESTE 8.683.504,52 19,16% 12.448.221,31 23,91% 3.764.716,79 55,71% MA 428.013,52 0,94% 625.630,39 1,20% 197.616,87 2,92% PI 76.551,01 0,17% 428.772,33 0,82% 352.221,32 5,21%
23
CE 758.256,32 1,67% 1.686.923,86 3,24% 928.667,54 13,74% PB 371.740,09 0,82% 936.018,81 1,80% 564.278,72 8,35% PE 2.942.685,25 6,49% 3.806.568,84 7,31% 863.883,59 12,78% AL 943.408,97 2,08% 1.502.694,27 2,89% 559.285,30 8,28% SE 2.010.513,45 4,44% 2.772.873,23 5,33% 762.359,78 11,28% RN 1.152.335,90 2,54% 688.739,57 1,32% -463.596,33 -6,86%
SUDESTE 29.304.845,86 64,67% 36.133.407,26 69,39% 6.828.561,40 101,04% MG 4.001.922,13 8,83% 3.851.261,62 7,40% -150.660,52 -2,23% ES 2.428.932,76 5,36% 2.176.194,22 4,18% -252.738,54 -3,74% RJ 4.213.585,38 9,30% 3.237.924,58 6,22% -975.660,80 -14,44% SP 18.660.405,59 41,18% 22.222.423,20 42,68% 3.562.017,62 52,71%
SUL 3.989.595,58 8,80% - 0,00% -3.989.595,58 -59,03% PR 1.405.203,59 3,10% 1.516.743,26 2,91% 111.539,67 1,65% SC 889.706,03 1,96% 1.199.197,86 2,30% 309.491,84 4,58% RS 1.694.685,96 3,74% 1.929.662,51 3,71% 234.976,55 3,48%
CENTRO-OESTE 1.111.505,31 2,45% 1.553.783,17 2,98% 442.277,86 6,54% MS 0 0,00% 0 0,00% 0,00 0,00% MT 107.650,37 0,24% 184.733,38 0,35% 77.083,01 1,14% GO 788.217,42 1,74% 824.107,30 1,58% 35.889,88 0,53%
DF 215.637,53 0,48% 544.942,49 1,05% 329.304,96 4,87%
BRASIL 45.313.315,17 100,00% 52.071.553,52 100,00% 6.758.238,35 100,00% FONTE: Elaboração Própria a partir de dados disponibilizados pela Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia (SEFAZ).
Tabela 3 - Fluxo de comércio interestadual do Estado da Bahia por tipo de atividade em R$ mil – 2006
SETORES E ATIVIDADES
ENTRADAS (R$)
PART. NO TOTAL
ENTRADAS %
SAÍDAS (R$)
PART. NO
TOTAL SAÍDAS
%
SALDO (R$)
PART. NO
SALDO TOTAL
%
AGROPECUÁRIA 502.105,34 1,11% 1.132.791,61 2,18% 630.686,27 9% AGRICULTURA, PECUÁRIA, PRODUÇÃO FLORESTAL, PESCA E AQÜICULTURA
502.105,34 1,11% 1.132.791,61 2,18% 630.686,27 9%
INDÚSTRIA 25.194.161,15 55,60% 40.972.191,58 78,68% 15.778.030,43 233% INDÚSTRIA EXTRATIVA
1.019.054,59 2,25% 805.866,79 1,55% -213.187,80 -3%
INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO
22.777.216,15 50,27% 39.913.239,33 76,65% 17.136.023,18 254%
ELETRICIDADE E GÁS
1.241.038,57 2,74% 172.186,51 0,33% -1.068.852,06 -16%
ÁGUA, ESGOTO, ATIVIDADES DE GESTÃO DE RESÍDUOS E DESCONTAMINAÇÃO
42.395,83 0,09% 17.769,96 0,03% -24.625,87 0%
CONSTRUÇÃO 114.456,01 0,25% 63.128,99 0,12% -51.327,02 -1% SERVIÇOS 19.617.048,67 43,29% 9.966.570,32 19,14% -9.650.478,35 -143%
COMÉRCIO; REPARAÇÃO DE VEÍCULOS
17.966.867,24 39,65% 7.051.320,55 13,54% -
10.915.546,69 -162%
24
AUTOMOTORES E MOTOCICLETAS
TRANSPORTE, ARMAZENAGEM E CORREIO
542.474,88 1,20% 2.276.901,71 4,37% 1.734.426,83 26%
ALOJAMENTO E ALIMENTAÇÃO
105.520,74 0,23% 14.610,74 0,03% -90.910,00 -1%
INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
827.967,86 1,83% 409.667,58 0,79% -418.300,28 -6%
ATIVIDADES FINANCEIRAS, DE SEGUROS E SERVIÇOS RELACIONADOS
2.361,17 0,01% 2.201,31 0,00% -159,86 0%
ATIVIDADES IMOBILIÁRIAS
24.279,87 0,05% 14.366,71 0,03% -9.913,16 0%
ATIVIDADES PROFISSIONAIS, CIENTÍFICAS E TÉCNICAS
22.477,45 0,05% 32.382,84 0,06% 9.905,39 0%
ATIVIDADES ADMINISTRATIVAS E SERVIÇOS COMPLEMENTARES
62.525,52 0,14% 92.041,20 0,18% 29.515,67 0%
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, DEFESA E SEGURIDADE SOCIAL
7.601,63 0,02% 4.930,62 0,01% -2.671,01 0%
EDUCAÇÃO 3.025,99 0,01% 222,64 0,00% -2.803,35 0% SAÚDE HUMANA E SERVIÇOS SOCIAIS
778,21 0,00% 14,93 0,00% -763,29 0%
ARTES, CULTURA, ESPORTE E RECREAÇÃO
1.132,26 0,00% 124,53 0,00% -1.007,73 0%
OUTRAS ATIVIDADES DE SERVIÇOS
50.035,86 0,11% 67.784,98 0,13% 17.749,12 0%
SERVIÇOS DOMÉSTICOS
0,00 0,00% 0,00 0,00% 0,00 0%
TOTAL 45.313.315,17 100,00% 52.071.553,52 100,00% 6.758.238,35 100% FONTE: Elaboração Própria a partir de dados disponibilizados pela Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia (SEFAZ)
2.1.2 Fluxos de comércio interestaduais por atividades econômicas
As importações de produtos da indústria química e petroquímica representaram 28,4% do
total das compras das empresas baianas – originárias, especialmente, do Estado de São Paulo,
responsável por 31,3% do total das importações. No que tange às importações baianas,
observou-se um nível elevado de concentração setorial. A indústria liderou os fluxos de
25
comércio interestaduais, com 78,7% das exportações baianas. Deste total, a indústria de
transformação foi responsável por 97,4%. Insumos para uso na indústria química e
petroquímica representaram 40,8% do total da indústria e 31,3% do total das exportações da
Bahia.
O setor serviço foi responsável por 19,1% das exportações interestaduais. Destaque para o
comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas, com 70,8% do total do setor e
39,7% do total das saídas do Estado. Finalmente, a agricultura, pecuária, produção florestal,
piscicultura e aqüicultura, com uma participação de 2,2% nas exportações estaduais
(agricultura e pecuária responderam, juntas, por 67,0% da participação deste segmento).
Em 2006, a indústria concentrou 55,6% do comércio interestadual, seguida pelo setor
serviços, com 43,3% de participação. No setor industrial, os segmentos mais importantes
foram os bens intermediários e os bens de capital. No setor serviços, destaque para o
segmento de reparação de veículos automotores e motocicletas, com 91,6% do setor de
serviços e 39,6% do total do comércio por vias internas.
Finalmente, algumas considerações pontuais pertinentes à participação dos APLs baianos
(apoiados pelo Estado) no comércio interestadual. Tal discussão requer certo cuidado, posto
que os dados relativos ao comércio interestadual refletem atividades econômicas
desenvolvidas em âmbito estadual, sem discriminar, portanto, a participação dos APLs –
podendo-se fazer, como disposto no TR4, por inferência, com base no conhecimento tácito
dos pesquisadores. Abaixo, breves considerações envolvendo o comércio interestadual de
alguns dos produtos produzidos, também, no âmbito de alguns APLs baianos objeto de
políticas públicas.
Como sabido, a maior parte da produção de uva e manga na Bahia encontra-se no entorno da
região de Juazeiro, onde está localizado o APL de Fruticultura. Desse modo, poder-se-ia
inferir que parcela significativa das exportações baianas de frutas, no comércio interestaual,
tem origem na produção deste APL. Tais exportações, em 2006, foram destinadas, em grande
parte, para os Estados de Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo. A produção de manga da
Bahia teve em Pernambuco o seu principal comprador, com aproximadamente 77% das
exportações interestaduais. Por sua vez, a produção de uva teve por principais destinos São
Paulo (32%), Pernambuco (29,25%) e Rio de Janeiro (17,6%).
26
A importância do Estado de Pernambuco na compra de frutas produzidas na Bahia está
associada à proximidade da região produtora baiana, Juazeiro, com o município de Petrolina-
PE, onde se encontram alguns das principais empresas exportadoras de frutas para o resto do
mundo. Trata-se, na verdade, de um bipólo (Juazeiro/Petrolina) produtor e distribuidor destes
produtos. No comércio de uvas, Bahia-Pernambuco, observou-se, em 2006, um saldo positivo
de cerca de R$ 2,7 milhões, para a Bahia, enquanto o de manga apresentou déficit de
aproximadamente R$ 8 milhões.
Pernambuco é, também, um dos principais destinos da produção baiana de peixe de água doce
– atividade que guarda aderência com o APL de Piscicultura –, abarcando cerca de 54% da
produção exportada. Todavia, o saldo comercial deste produto foi negativo em 2006, com um
déficit de aproximadamente R$ 260 mil.
A extração de mármore e seu beneficiamento é outra atividade econômica que pode ser
associada a um APL baiano, o de rochas ornamentais, que tem no mármore bege o seu
principal produto. O comércio interestadual de produtos ligados à extração e beneficiamento
do mármore registrou, em 2006, um saldo positivo, de, aproximadamente, R$ 5 milhões.
Espírito Santo e Minas Gerais foram os principais compradores da produção baiana.
O comércio por vias internas de água ardente de cana de açúcar, produto que guarda aderência
com a produção do APL de Derivados de Cana de Açúcar, apresentou saldo comercial
negativo; cerca de R$ 80 mil. O principal destino dos produtos baianos foi o Estado de São
Paulo. Observou-se, também, que São Paulo e Rio Grande do Sul foram os maiores
fornecedores nacionais de água ardente de cana de açúcar para a Bahia.
O comércio interestadual de vestuário e acessórios apresentou um saldo positivo de
aproximadamente R$ 143 milhões. Na Bahia, tais produtos são produzidos em grande parte
pelo APL de Confecções de Salvador-Feira de Santana. O principal destino da produção
baiana é o Estado de São Paulo, que é, também, o maior fornecedor destes produtos para a
Bahia.
Em 2006, o comércio de produtos relacionados ao APL de transformação plástica apresentou
saldo negativo. Também o saldo do comércio interestadual de produtos ligados à cadeia
27
produtiva automotiva foi negativo em 2006. A fabricação de tais produtos está relacionada,
em parte, ao complexo automotivo Ford-BA e ao APL dos fornecedores da cadeia
automotiva. Nesse ano, o Estado de São Paulo foi o maior fornecedor e, também, comprador
dos produtos baianos.
Em que pese às fragilidades competitivas do setor de Tecnologia da Informação (TI) na
Bahia, no comércio por vias internas este segmento apresenta saldo comercial positivo, nas
diversas classes da classificação CNAE; exceto no desenvolvimento e licenciamento de
programas de computador customizáveis. Os grandes demandantes dos produtos ligados ao
setor de TI baiano são os Estados do Rio de Janeiro e São Paulo, responsáveis por,
respectivamente, 31,70% e 20,77% das exportações.
O saldo do comércio interestadual de produtos relacionados ao APL de sisal foi positivo em
2006; exceto para produtos ligados à fabricação de artefatos e tapeçaria, com déficit de R$
14,3 milhões. Tal comércio abrangeu produtos como tecelagem de fios de fibras têxteis
naturais (exceto algodão), fabricação de artefatos têxteis para uso doméstico, fabricação de
artefatos de tapeçaria e fabricação de artefatos de cordoaria. São Paulo e Minas Gerais foram
os maiores destinos das exportações baianas. A Bahia importou, em 2006, produtos oriundos
de tecelagem de fios de fibras têxteis naturais (exceto algodão), especialmente de São Paulo e
Ceará.
Não foram disponibilizados dados desagregados relacionados à comercialização interestadual
de produtos ligados ao APL de caprinovinocultura, de modo que fica prejudica a tentativa de
inferir sobre a sua participação na corrente de comércio da Bahia. Todavia, o comércio de tais
produtos tem pouca significância nas relações comerciais interestaduais baianas, visto que a
inserção deste segmento produtivo é, em grande parte, local/regional.
Os dados do comércio interestadual dos produtos que guardam relação com os APLs baianos
evidenciaram que os Estados do Sudeste, particularmente São Paulo, foram, em 2006, os
grandes parceiros comerciais da Bahia – tanto para exportações quanto importações. De modo
geral, foram encontrados saldos positivos na comercialização de produtos relacionados aos
APLs baianos (exceto, especialmente, o comércio ligado aos APLs de transformação plástica
e de fornecedores da cadeia automotiva).
28
Tabela 4 - Fluxo das entradas, por Região, das principais atividades econômicas e dos APLs do Estado da Bahia – 2006
SEÇÕES NE N CO SE S TOTAL
AGRICULTURA, PECUÁRIA, PRODUÇÃO
FLORESTAL, PESCA E AQÜICULTURA
76.138,30 6.985,95 37.768,98 314.565,22 66.646,90 502.105,34
INDÚSTRIAS EXTRATIVAS
90.003,34 3.230,38 931,80 889.544,13 35.344,95 1.019.054,59
INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO
4.366.080,89 917.701,17 187.428,89 15.647.999,07 1.658.006,14 22.777.216,15
ELETRICIDADE E GÁS
344.910,96 68.694,60 3.285,77 671.802,50 152.344,74 1.241.038,57
ÁGUA, ESGOTO, ATIVIDADES DE
GESTÃO DE RESÍDUOS E
DESCONTAMINAÇÃO
6.937,14 619,14 468,97 27.959,96 6.410,61 42.395,83
CONSTRUÇÃO 21.009,06 1.484,98 2.267,18 80.885,12 8.809,67 114.456,01
COMÉRCIO; REPARAÇÃO DE
VEÍCULOS AUTOMOTORES E MOTOCICLETAS
3.584.145,90 1.083.881,38 839.939,78 10.554.828,86 1.904.071,33 17.966.867,24
TRANSPORTE, ARMAZENAGEM E
CORREIO 67.721,17 6.552,75 10.251,51 382.101,11 75.848,34 542.474,88
ALOJAMENTO E ALIMENTAÇÃO
35.674,08 423,89 1.649,51 57.667,61 10.105,66 105.520,74
INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
46.954,19 129.485,61 6.835,54 582.569,43 62.123,09 827.967,86
ATIVIDADES FINANCEIRAS, DE
SEGUROS E SERVIÇOS
RELACIONADOS
1.478,96 0,00 11,13 724,14 146,94 2.361,17
ATIVIDADES IMOBILIÁRIAS
7.254,13 914,59 14.798,71 799,35 513,10 24.279,87
ATIVIDADES PROFISSIONAIS, CIENTÍFICAS E
TÉCNICAS
7.742,72 343,21 33,14 13.501,30 857,08 22.477,45
29
ATIVIDADES ADMINISTRATIVAS E
SERVIÇOS COMPLEMENTARES
14.181,01 2.805,67 1.266,18 40.909,36 3.363,30 62.525,52
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, DEFESA E
SEGURIDADE SOCIAL
232,85 355,76 1.561,20 3.665,61 1.786,21 7.601,63
EDUCAÇÃO 273,36 175,54 237,80 1.982,15 357,14 3.025,99
SAÚDE HUMANA E SERVIÇOS SOCIAIS
61,88 0,00 12,68 703,65 0,00 778,21
ARTES, CULTURA, ESPORTE E
RECREAÇÃO 44,40 0,00 29,73 911,85 146,28 1.132,26
OUTRAS ATIVIDADES DE
SERVIÇOS 12.660,21 209,29 2.726,83 31.725,45 2.714,09 50.035,86
TOTAL 8.683.504,52 2.223.863,91 1.111.505,31 29.304.845,86 3.989.595,58 45.313.315,17 FONTE: Elaboração Própria a partir de dados disponibilizados pela Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia (SEFAZ) Tabela 5 - Fluxo das saídas, por Região, das principais atividades econômicas e dos APLs do Estado da Bahia – 2006
SEÇÃO NE N CO SE S TOTAL AGRICULTURA,
PECUÁRIA, PRODUÇÃO
FLORESTAL, PESCA E AQÜICULTURA
384.507,48 8.784,88 92.859,02 575.209,97 71.430,26 1.132.791,61
INDÚSTRIAS EXTRATIVAS
48.782,30 1.277,07 2.743,23 733.977,62 19.086,57 805.866,79
INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO
7.379.644,61 1.639.164,96 1.178.181,57 25.596.376,91 4.119.871,28 39.913.239,33
ELETRICIDADE E GÁS
29.015,27 603,58 142,67 140.595,22 1.829,77 172.186,51
ÁGUA, ESGOTO, ATIVIDADES DE
GESTÃO DE RESÍDUOS E
DESCONTAMINAÇÃO
5.713,17 11,36 78,19 8.830,65 3.136,58 17.769,96
CONSTRUÇÃO 23.297,48 805,44 1.592,40 33.883,39 3.550,28 63.128,99
COMÉRCIO; REPARAÇÃO DE
VEÍCULOS AUTOMOTORES E MOTOCICLETAS
3.983.639,19 204.704,44 128.605,45 2.542.423,08 191.948,39 7.051.320,55
TRANSPORTE, ARMAZENAGEM E
CORREIO 410.669,79 72.045,54 119.928,72 1.477.774,61 196.483,06 2.276.901,71
30
ALOJAMENTO E ALIMENTAÇÃO
2.885,48 6,21 799,46 9.549,86 1.369,74 14.610,74
INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
104.072,46 5.062,72 7.932,82 258.214,81 34.384,77 409.667,58
ATIVIDADES FINANCEIRAS, DE
SEGUROS E SERVIÇOS
RELACIONADOS
302,05 0,00 57,20 1.833,19 8,87 2.201,31
ATIVIDADES IMOBILIÁRIAS
6.951,64 18,42 7.198,16 194,18 4,31 14.366,71
ATIVIDADES PROFISSIONAIS, CIENTÍFICAS E
TÉCNICAS
11.872,78 62,19 48,46 20.133,77 265,65 32.382,84
ATIVIDADES ADMINISTRATIVAS E
SERVIÇOS COMPLEMENTARES
22.010,71 2.656,23 4.572,56 61.142,26 1.659,43 92.041,20
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, DEFESA E
SEGURIDADE SOCIAL
3.157,90 25,52 1.287,14 455,49 4,57 4.930,62
EDUCAÇÃO 28,17 12,17 22,86 153,57 5,87 222,64
SAÚDE HUMANA E SERVIÇOS SOCIAIS
0,62 0,00 0,00 14,31 0,00 14,93
ARTES, CULTURA, ESPORTE E
RECREAÇÃO 0,31 0,00 0,00 124,13 0,09 124,53
OUTRAS ATIVIDADES DE
SERVIÇOS 31.669,90 901,07 7.733,27 26.916,60 564,15 67.784,98
TOTAL 12.448.221,31 1.936.141,79 1.553.783,17 31.487.803,62 4.645.603,64 52.071.553,52 FONTE: Elaboração Própria a partir de dados disponibilizados pela Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia (SEFAZ) Tabela 6 - Saldo das transações, por Região, das principais atividades econômicas e dos APLs do Estado da Bahia – 2006
SEÇÃO NE N CO SE S TOTAL
AGRICULTURA, PECUÁRIA, PRODUÇÃO
FLORESTAL, PESCA E AQÜICULTURA
308.369,19 1.798,93 55.090,05 260.644,74 4.783,36 630.686.272,67
INDÚSTRIAS EXTRATIVAS
-41.221,04 -1.953,31 1.811,43 -155.566,51 -16.258,37 -213.187.800,50
INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO
3.013.563,72 721.463,79 990.752,69 9.948.377,84 2.461.865,14 17.136.023.178,52
31
ELETRICIDADE E GÁS
-315.895,69 -68.091,02 -3.143,10 -531.207,27 -150.514,98 -1.068.852.061,46
ÁGUA, ESGOTO, ATIVIDADES DE
GESTÃO DE RESÍDUOS E
DESCONTAMINAÇÃO
-1.223,97 -607,78 -390,78 -19.129,31 -3.274,03 -24.625.873,50
CONSTRUÇÃO 2.288,43 -679,54 -674,78 -47.001,73 -5.259,39 -51.327.015,05
COMÉRCIO; REPARAÇÃO DE
VEÍCULOS AUTOMOTORES E MOTOCICLETAS
399.493,29 -879.176,94 -711.334,33 -8.012.405,78 -1.712.122,94 -10.915.546.693,69
TRANSPORTE, ARMAZENAGEM E
CORREIO 342.948,62 65.492,78 109.677,21 1.095.673,50 120.634,72 1.734.426.830,28
ALOJAMENTO E ALIMENTAÇÃO
-32.788,60 -417,68 -850,05 -48.117,75 -8.735,92 -90.910.000,10
INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
57.118,27 -124.422,89 1.097,28 -324.354,61 -27.738,32 -418.300.275,83
ATIVIDADES FINANCEIRAS, DE
SEGUROS E SERVIÇOS
RELACIONADOS
-1.176,91 0,00 46,07 1.109,04 -138,07 -159.858,95
ATIVIDADES IMOBILIÁRIAS
-302,49 -896,17 -7.600,54 -605,17 -508,80 -9.913.164,21
ATIVIDADES PROFISSIONAIS, CIENTÍFICAS E
TÉCNICAS
4.130,05 -281,02 15,32 6.632,46 -591,43 9.905.388,76
ATIVIDADES ADMINISTRATIVAS E
SERVIÇOS COMPLEMENTARES
7.829,70 -149,44 3.306,38 20.232,91 -1.703,87 29.515.671,61
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, DEFESA E
SEGURIDADE SOCIAL
2.925,05 -330,24 -274,06 -3.210,12 -1.781,64 -2.671.009,73
EDUCAÇÃO -245,19 -163,37 -214,94 -1.828,58 -351,28 -2.803.345,95
SAÚDE HUMANA E SERVIÇOS SOCIAIS
-61,26 0,00 -12,68 -689,34 0,00 -763.288,85
ARTES, CULTURA, ESPORTE E
RECREAÇÃO -44,08 0,00 -29,73 -787,72 -146,19 -1.007.727,00
OUTRAS ATIVIDADES DE
SERVIÇOS 19.009,70 691,78 5.006,44 -4.808,84 -2.149,94 17.749.123,85
TOTAL 3.764.716,79 -287.722,12 442.277,86 2.182.957,76 656.008,06 6.758.238.350,87
32
FONTE: Elaboração Própria a partir de dados disponibilizados pela Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia (SEFAZ)
2.2 FLUXO DE COMÉRCIO INTERNACIONAL DO ESTADO
Tabela 7- Balança comercial internacional das transações do estado Bahia segundo suas principais atividades econômicas– 2006
SEÇÕES EXPORT. (R$) PART
EXPORT %
IMPORT (R$) PART
IMPORT %
SALDO (R$)
AGRICULTURA, PECUÁRIA, PRODUÇÃO FLORESTAL, PESCA E
AQÜICULTURA
749.264,34 5,08% 199.733,33 2,05% 549.531,01
INDÚSTRIAS EXTRATIVAS 205.967,79 1,40% 2.491.799,36 25,59% -2.285.831,57
INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO
13.626.568,78 92,45% 6.374.429,81 65,46% 7.252.138,97
ELETRICIDADE E GÁS 0,00 0,00% 0,00 0,00% 0,00
ÁGUA, ESGOTO, ATIVIDADES DE GESTÃO
DE RESÍDUOS E DESCONTAMINAÇÃO
0,67 0,00% 0,00 0,00% 0,67
CONSTRUÇÃO 0,00 0,00% 0,00 0,00% 0,00
COMÉRCIO; REPARAÇÃO DE VEÍCULOS
AUTOMOTORES E MOTOCICLETAS
0,00 0,00% 0,00 0,00% 0,00
TRANSPORTE, ARMAZENAGEM E
CORREIO 0,00 0,00% 0,00 0,00% 0,00
ALOJAMENTO E ALIMENTAÇÃO
0,00 0,00% 0,00 0,00% 0,00
INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
66,14 0,00% 3.907,16 0,04% -3.841,02
ATIVIDADES FINANCEIRAS, DE
SEGUROS E SERVIÇOS RELACIONADOS
0,00 0,00% 0,00 0,00% 0,00
ATIVIDADES IMOBILIÁRIAS
0,00 0,00% 0,00 0,00% 0,00
ATIVIDADES PROFISSIONAIS,
CIENTÍFICAS E TÉCNICAS 0,00 0,00% 140,59 0,00% -140,59
ATIVIDADES ADMINISTRATIVAS E
SERVIÇOS COMPLEMENTARES
0,00 0,00% 0,00 0,00% 0,00
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, DEFESA E
SEGURIDADE SOCIAL 0,00 0,00% 0,00 0,00% 0,00
EDUCAÇÃO 0,00 0,00% 0,00 0,00% 0,00
33
SAÚDE HUMANA E SERVIÇOS SOCIAIS
0,00 0,00% 0,00 0,00% 0,00
ARTES, CULTURA, ESPORTE E RECREAÇÃO
12,14 0,00% 683,71 0,01% -671,58
OUTRAS ATIVIDADES DE SERVIÇOS
4,03 0,00% 28,86 0,00% -24,83
NÃO TRADUZIDO 157.491,90 1,07% 667.336,71 6,85% -509.844,81
TOTAL 14.739.375,78 100,00% 9.738.059,54 100,00% 5.001.316,24
FONTE: Elaboração própria a partir de dados disponibilizados pelo MDIC
As relações comerciais da Bahia com o resto do mundo estão fortemente baseadas nos
setores: Indústria de Transformação e Agricultura – principalmente (o saldo positivo da
balança comercial, em 2006, foi devido a estes setores) –, e Pecuária, Produção Florestal,
Pesca e Aqüicultura e Indústrias Extrativistas (conforme classificação CNAE). Como não
poderia deixar de ser, nas relações comerciais com o exterior, o caso da indústria de
transformação – assim como o da agricultura – guarda relação com o perfil da economia
baiana, traçada anteriormente; fortemente baseada na produção de bens intermediários
voltados para atender à indústria localizada no Sul e Sudeste do País e, também, na produção
de gêneros agrícolas para exportação (Commodities). Dessa forma, os grupos de atividades
(CNAE-Divisão) que se destacaram na corrente de comércio, em 2006, foram: (a) Fabricação
de Celulose, Papel e Produtos de Papel; (b) Fabricação de Produtos Químicos; (c) Metalurgia;
(d) Fabricação de Veículos Automotores, Reboques e Carrocerias; (e) Fabricação de Produtos
Alimentícios; (f) e Fabricação de Coque, de Produtos Derivados do Petróleo e de
Biocombustíveis.
Vale destacar, nas relações comerciais da Bahia com o exterior, as atividades de ‘Fabricação
de Produtos Químicos’ e ‘Fabricação de Coque, de Produtos Derivados do Petróleo e de
Biocombustíveis’. Tais atividades, em 2006, foram responsáveis pela maior parte das
exportações baianas, cerca de 36% do total. Por outro lado, os produtos relacionados à
Fabricação de Coque, de Produtos Derivados do Petróleo e de Biocombustíveis foram aqueles
de maior peso nas importações industriais baianas; cujo valor, bastante elevado, contribuiu
para a redução do saldo comercial obtido naquele ano.
As exportações de produtos relacionados às divisões CNAE ‘Fabricação de Veículos
Automotores’ e ‘Fabricação de Celulose, Papel e Produtos de Papel’, se inserem na dinâmica
recente da economia baiana; resultado da implantação do Complexo Automotivo Ford, em
Camaçari, e de indústrias extrativistas no extremo sul do Estado. O complexo industrial da
34
Ford, particularmente, aumentou significativamente a produção de bens finais no Estado,
contribuindo sobremaneira para a alteração da pauta de exportações do Estado, que, até então,
se concentrava em bens intermediários.
Quanto à exportação de produtos relacionados à fabricação de produtos alimentícios (CNAE-
Divisão), destacam-se as seguintes atividades (CNAE-classe): 1) fabricação de óleos vegetais
em bruto, exceto óleo de milho; 2) fabricação de produtos derivados do cacau, de chocolates e
confeitos; 3) fabricação de óleos vegetais refinados, exceto óleo de milho; 3) e fabricação de
conservas de frutas, legumes e outros vegetais.
Por sua vez, na exportação de produtos relacionados à Metalurgia (CNAE-Divisão),
destacam-se as seguintes atividades (CNAE-classe): 1) metalurgia do cobre; 2) metalurgia dos
metais preciosos; 3) produção de laminados longos de aço; 4) produção de ferroligas; e 5)
produção de semi-acabados de aço.
DIVISÃO/CLASSE
CNAE EXPORT. (R$)
PART
EXPORT
%
IMPORT (R$)
PART
IMPORT
%
SALDO (R$)
INDÚSTRIA DE
TRANSFORMAÇÃO 13.626.568.775,38 0,92 6.374.429.809,98 0,65 7.252.138.965,40
FABRICAÇÃO DE
PRODUTOS
ALIMENTÍCIOS
894.460.705,76 0,06 243.845.771,01 0,03 650.614.934,75
FABRICAÇÃO DE
BEBIDAS 143.859,79 0,00 1.882.069,72 0,00 -1.738.209,93
FABRICAÇÃO DE
PRODUTOS DO FUMO 12.383.123,16 0,00 624.142,47 0,00 11.758.980,69
FABRICAÇÃO DE
PRODUTOS TÊXTEIS 465.998.669,18 0,03 22.043.549,18 0,00 443.955.120,00
CONFECÇÃO DE
ARTIGOS DO
VESTUÁRIO E
ACESSÓRIOS
26.877.883,72 0,00 2.876.075,21 0,00 24.001.808,51
PREPARAÇÃO DE
COUROS E
FABRICAÇÃO DE
ARTEFATOS DE COURO,
333.046.856,25 0,02 42.485.797,76 0,00 290.561.058,49
35
ARTIGOS PARA
VIAGEM E CALÇADOS
FABRICAÇÃO DE
PRODUTOS DE
MADEIRA
27.403.779,63 0,00 324.130,10 0,00 27.079.649,53
FABRICAÇÃO DE
CELULOSE, PAPEL E
PRODUTOS DE PAPEL
1.556.711.421,30 0,11 29.884.583,68 0,00 1.526.826.837,63
IMPRESSÃO E
REPRODUÇÃO DE
GRAVAÇÕES
6.093,08 0,00 836.495,02 0,00 -830.401,94
FABRICAÇÃO DE
COQUE, DE PRODUTOS
DERIVADOS DO
PETRÓLEO E DE
BIOCOMBUSTÍVEIS
2.292.284.205,15 0,16 2.015.691.811,10 0,21 276.592.394,05
FABRICAÇÃO DE
PRODUTOS QUÍMICOS 2.884.049.731,68 0,20 1.080.280.163,14 0,11 1.803.769.568,54
FABRICAÇÃO DE
PRODUTOS
FARMOQUÍMICOS E
FARMACÊUTICOS
77.586,67 0,00 2.993.303,89 0,00 -2.915.717,22
FABRICAÇÃO DE
PRODUTOS DE
BORRACHA E DE
MATERIAL PLÁSTICO
222.581.283,04 0,02 69.714.425,27 0,01 152.866.857,77
FABRICAÇÃO DE
PRODUTOS DE
MINERAIS NÃO-
METÁLICOS
17.074.625,03 0,00 17.961.244,33 0,00 -886.619,30
METALURGIA 2.582.384.008,78 0,18 74.585.507,61 0,01 2.507.798.501,16
FABRICAÇÃO DE
PRODUTOS DE METAL,
EXCETO MÁQUINAS E
EQUIPAMENTOS
25.665.397,79 0,00 26.419.181,42 0,00 -753.783,63
FABRICAÇÃO DE
EQUIPAMENTOS DE
INFORMÁTICA,
PRODUTOS
16.981.868,76 0,00 607.391.145,32 0,06 -590.409.276,56
36
ELETRÔNICOS E
ÓPTICOS
FABRICAÇÃO DE
MÁQUINAS,
APARELHOS E
MATERIAIS ELÉTRICOS
61.755.459,21 0,00 106.896.018,45 0,01 -45.140.559,24
FABRICAÇÃO DE
MÁQUINAS E
EQUIPAMENTOS
65.925.236,75 0,00 620.719.955,85 0,06 -554.794.719,10
FABRICAÇÃO DE
VEÍCULOS
AUTOMOTORES,
REBOQUES E
CARROCERIAS
1.990.574.383,58 0,14 1.384.366.542,69 0,14 606.207.840,90
FABRICAÇÃO DE
OUTROS
EQUIPAMENTOS DE
TRANSPORTE, EXCETO
VEÍCULOS
AUTOMOTORES
924.270,19 0,00 8.522.745,70 0,00 -7.598.475,51
FABRICAÇÃO DE
MÓVEIS 146.267.388,42 0,01 3.373.892,90 0,00 142.893.495,52
FABRICAÇÃO DE
PRODUTOS DIVERSOS 2.990.938,47 0,00 10.711.258,17 0,00 -7.720.319,71
MANUTENÇÃO,
REPARAÇÃO E
INSTALAÇÃO DE
MÁQUINAS E
EQUIPAMENTOS
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Quadro 4 - Balança comercial da Divisão CNAE Indústria de transformação para a Bahia - 2006 FONTE: Elaboração própria a partir de dados disponibilizados pelo MDIC
Outra atividade importante no comercio externo foi a ‘agricultura, pecuária, produção
florestal, pesca e aqüicultura’. Dentro desta, a ‘agricultura, Pecuária e Serviços Relacionados’
(conforme CNAE-Divisão), com destaque para o comércio de produtos relacionados ao
(CNAE-Classe): 1) Cultivo de soja; 2) Cultivo de café; 3) Cultivo de frutas de lavoura
37
permanente, exceto laranja e uva15. Quanto à divisão (CNAE) Pesca e Aqüicultura destacou-
se as atividades de Aqüicultura em água doce, sobretudo na área de Paulo Afonso; onde a
atividade conta com o apoio de diversas instituições governamentais, bem como se favorece
de condições naturais adequadas e da presença de grandes lagos criados pelas Hidroelétricas
situadas na região.
DIVISÃO/CLASSE CNAE EXPORT.
(R$)
PART
EXPORT
%
IMPORT (R$)
PART
IMPORT
%
SALDO (R$)
AGRICULTURA, PECUÁRIA, PRODUÇÃO FLORESTAL, PESCA E AQÜICULTURA
749.264.341,54 5,08% 199.733.327,62 2,05% 549.531.013,92
AGRICULTURA, PECUÁRIA E SERVIÇOS RELACIONADOS
741.237.975,13 5,03% 190.988.615,37 1,96% 550.249.359,76
PRODUÇÃO FLORESTAL 6.386.033,11 0,04% 8.734.919,80 0,09% -2.348.886,69
PESCA E AQÜICULTURA 1.640.333,30 0,01% 9.792,45 0,00% 1.630.540,85
Quadro 5 - Balança Comercial da Divisão CNAE agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aqüicultura para a Bahia - 2006 Elaboração própria a partir de dados disponibilizados pelo MDIC
Em grande parte, o comércio exterior baiano é realizado por poucas empresas de grande porte,
cuja pauta de exportação inclui poucos produtos. Tais empresas mantêm fracas relações
comerciais dentro do território baiano. Grande parte dos insumos utilizados na fabricação de
seus produtos são adquiridos fora do Estado. Grosso modo, estas empresas importam quase
tudo que precisam para produzir e exportam quase tudo que produzem (vide Quadros 6 e 7,
abaixo).
EMPRESA Exportações R$ FOB
Part. Total (%)
PETROLEO BRASILEIRO S A PETROBRAS 2.478.215.098,43 17% FORD MOTOR COMPANY BRASIL LTDA 1.988.002.329,13 13% EMPRESA NAO CADASTRADA 1.866.199.592,64 13% BRASKEM S/A 1.259.237.907,18 9% VERACEL CELULOSE S.A. 762.086.475,47 5% SUZANO PAPEL E CELULOSE S.A. 682.646.077,87 5% BUNGE ALIMENTOS S/A 347.869.602,94 2% CARGILL AGRICOLA S A 290.837.910,63 2% MONSANTO NORDESTE S.A. 260.721.409,10 2% GERDAU ACOS LONGOS S.A. 226.808.359,47 2% SOMATÓRIO DAS 10 PRINCIPAIS EMPRESAS 10.162.624.762,86 69% TOTAL DA EXPORTAÇÕES DEMPRESAS SEDIADAS NA BAHIA 14.736.508.874,69 100% Quadro 6 - As 10 empresas sediadas na Bahia que mais exportam
15 Ao fazer a tradução do código NCM para o CNAE 2.0, observou-se que o código NCM referente a Uvas frescas foi traduzido para a classe CNAE 0133.4 (Cultivo de frutas de lavoura permanente, exceto laranja e uva). Porém, esta tradução deveria ocorrer para a classe 0132.6 (Cultivo de Uva).
38
FONTE: SECEX/MDIC, 2006
EMPRESA Importações R$ FOB
Part. Total (%)
EMPRESA NAO CADASTRADA 2.367.810.798,72 24% BRASKEM S/A 1.494.541.368,45 15% FORD MOTOR COMPANY BRASIL LTDA 1.422.384.211,84 14% PETROLEO BRASILEIRO S A PETROBRAS 754.256.052,22 8% BRASTEC TECNOLOGIA E INFORMATICA LTDA 322.582.149,25 3% CONTINENTAL DO BRASIL PRODUTOS AUTOMOTIVOS LTDA 196.061.588,61 2% MONSANTO NORDESTE S.A. 143.843.287,55 1% CARGILL AGRICOLA S A 132.290.383,49 1% SEMP TOSHIBA INFORMATICA LTDA 117.898.497,92 1% BRIDGESTONE FIRESTONE DO BRASIL INDUSTRIA E COM 107.561.131,39 1% TOTAL DAS 10 PRINCIPAIS EMPRESAS 7.059.229.469,44 72% TOTAL DA EXPORTAÇÕES DEMPRESAS SEDIADAS NA BAHIA 9.837.734.926,46 100% Quadro 7 - As 10 empresas sediadas na Bahia que mais importam FONTE: SECEX/MDIC, 2006
39
2.3. FLUXO DE COMÉRCIO TOTAL
SEÇÕES/GRUPOS E
ATIVIDADES/ESTADOS
SAIDAS P/
OUTROS ESTADO
S (R$)
PART SAIDAS %
EXPORT. (R$)
PART EXPORT %
TOTAL SAÍDAS (R$)
ENTRADAS OUTROS
ESTADOS (R$)
PART ENTRADAS %
IMPORT (R$)
PART IMPOR
T %
TOTAL DAS ENTRADAS
(R$)
SALDO DA BC (R$)
AGRICULTURA, PECUÁRIA, PRODUÇÃO FLORESTAL,
PESCA E AQÜICULTURA
1.132.791,61
0,02 749.264,34 0,05 1.882.055,96 502.105,34 0,01 199.733,33 0,02 701.838,67 1.180.217,29
INDÚSTRIAS EXTRATIVAS
805.866,79
0,02 205.967,79 0,01 1.011.834,58 1.019.054,59 0,02 2.491.799,36 0,26 3.510.853,95 -2.499.019,37
INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇ
ÃO
39.913.239,33
0,77 13.626.568,78 0,92 53.539.808,11 22.777.216,15 0,50 6.374.429,81 0,65 29.151.645,96 24.388.162,14
ELETRICIDADE E GÁS
172.186,51
0,00 0,00 0,00 172.186,51 1.241.038,57 0,03 0,00 0,00 1.241.038,57 -1.068.852,06
ÁGUA, ESGOTO, ATIVIDADES DE
GESTÃO DE RESÍDUOS E
DESCONTAMINAÇÃO
17.769,96 0,00 0,67 0,00 17.770,62 42.395,83 0,00 0,00 0,00 42.395,83 -24.625,21
CONSTRUÇÃO 63.128,99 0,00 0,00 0,00 63.128,99 114.456,01 0,00 0,00 0,00 114.456,01 -51.327,02
COMÉRCIO; REPARAÇÃO DE
VEÍCULOS AUTOMOTORES
E MOTOCICLETAS
7.051.320,55
0,14 0,00 0,00 7.051.320,55 17.966.867,24 0,40 0,00 0,00 17.966.867,24 -10.915.546,69
TRANSPORTE, ARMAZENAGEM
E CORREIO
2.276.901,71
0,04 0,00 0,00 2.276.901,71 542.474,88 0,01 0,00 0,00 542.474,88 1.734.426,83
ALOJAMENTO E ALIMENTAÇÃO
14.610,74 0,00 0,00 0,00 14.610,74 105.520,74 0,00 0,00 0,00 105.520,74 -90.910,00
INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
409.667,58
0,01 66,14 0,00 409.733,72 827.967,86 0,02 3.907,16 0,00 831.875,02 -422.141,30
ATIVIDADES FINANCEIRAS, DE SEGUROS E
SERVIÇOS RELACIONADOS
2.201,31 0,00 0,00 0,00 2.201,31 2.361,17 0,00 0,00 0,00 2.361,17 -159,86
ATIVIDADES IMOBILIÁRIAS
14.366,71 0,00 0,00 0,00 14.366,71 24.279,87 0,00 0,00 0,00 24.279,87 -9.913,16
ATIVIDADES PROFISSIONAIS, CIENTÍFICAS E
TÉCNICAS
32.382,84 0,00 0,00 0,00 32.382,84 22.477,45 0,00 140,59 0,00 22.618,04 9.764,80
ATIVIDADES ADMINISTRATI
VAS E SERVIÇOS
COMPLEMENTARES
92.041,20 0,00 0,00 0,00 92.041,20 62.525,52 0,00 0,00 0,00 62.525,52 29.515,67
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, DEFESA E
SEGURIDADE SOCIAL
4.930,62 0,00 0,00 0,00 4.930,62 7.601,63 0,00 0,00 0,00 7.601,63 -2.671,01
EDUCAÇÃO 222,64 0,00 0,00 0,00 222,64 3.025,99 0,00 0,00 0,00 3.025,99 -2.803,35
SAÚDE HUMANA E SERVIÇOS SOCIAIS
14,93 0,00 0,00 0,00 14,93 778,21 0,00 0,00 0,00 778,21 -763,29
ARTES, CULTURA,
124,53 0,00 12,14 0,00 136,67 1.132,26 0,00 683,71 0,00 1.815,97 -1.679,30
40
ESPORTE E RECREAÇÃO
OUTRAS ATIVIDADES DE
SERVIÇOS 67.784,98 0,00 4,03 0,00 67.789,02 50.035,86 0,00 28,86 0,00 50.064,72 17.724,30
NÃO TRADUZIDO
0,00 0,00 157.491,90 0,01 157.491,90 0,00 0,00 667.336,71 0,07 667.336,71 -509.844,81
TOTAL 52.071.553,52
1,00 14.739.375,78 1,00 66.810.929,30 45.313.315,17 1,00 9.738.059,54 1,00 55.051.374,71 11.759.554,59
Tabela 8 - Balança Comercial Total das transações do estado Bahia segundo suas principais atividades econômicas - 2006 FONTE: Elaboração própria a partir de dados disponibilizados pelo MDIC
41
3. A IMPORTÂNCIA DOS APLS NO FLUXO DE COMÉRCIO DO E STADO
De acordo com as recomendações dispostas no TR4, os APLs baianos foram divididos em 3
grupos: (a) APLs com atividades formalizadas; (b) APLs com atividades parcialmente
formalizadas; (c) e APLs com atividades não formalizadas. Todavia, o TR4 não definiu o que
chamava de formalização do APL. Desse modo, definiu-se um método para alocação dos
APLs nesses grupos, a partir da consideração de alguns critérios: (a) fluxo de comércio
internacional – como um indicativo de formalização; (b) participação da atividade na
composição do PIB do Estado; (c) e base tecnológica requerida para o processo produtivo das
diversas atividades econômicas dos APLs apoiados. De maneira complementar, além do
conhecimento tácito dos pesquisadores, foram observados, também, estudos que tratam da
temática de APLs, tais como: monografias do curso de pós-graduação realizado no núcleo de
pós graduação na faculdade de Administração da Universidade Federal da Bahia; Planos de
Melhoria da Competitividade de Arranjos Produtivos Locais; e o Plano de desenvolvimento
preliminar dos APLs, disponibilizados pela SECTI.
Todavia, como dito, considerações acerca da inserção dos APLs baianos no fluxo de
comércio, seja interestadual ou internacional, devem ser realizadas com cautela. Isto, porque
os dados disponibilizados pela SEFAZ-BA, relativos a 2006, não discriminam a participação
de tais APLs.
3.1. APLs COM ATIVIDADES FORMALIZADAS
Foram considerados APLs com atividades formalizadas: (i) Tecnologia da Informação; (ii)
Transformação de Plásticos; (iii) Fornecedores Automotivos; (iv) e Turismo. Estes APLs, de
forma geral, apresentam estrutura de governança, empregos formais, participação no fluxo de
comércio (interestadual e externo) e no PIB baiano, e relativo número de empresas legalmente
constituídas.
42
O APL de TI , que era composto por 88 empresas em 2006, exige profissionais
especializados. Este arranjo, de acordo com a SECTI (2006), é composto por empresas de
micro ou pequeno porte, com até 19 funcionários, e faturou, em 2006, cerca de R$ 300
milhões. A estrutura de governança relativamente ativa, inclusive com a existência de um
núcleo Gestor, evidencia a formalização do APL, que conta com diversas Instituições
parceiras: ASSESPRO-BA, DESENBAHIA, FAPESB, FRB, IEL, PMS, SEBRAE, SECTI,
SINEPD, SOFTEX, UEFS, UFBA e UNIFACS. Em certos nichos da área de TI, como, e.g., a
fabricação de software, exige que as empresas obtenham certificações nacionais e
internacionais, o que, por conseguinte, tem como pré-condição a formalização das mesmas.
Em 2006, a participação no comércio externo de produtos relacionados a tal APL foi bastante
fraca, talvez pelas características da atividade deste arranjo. O APL de TI da RMS e Feira de
Santana, desenvolvem atividades de desenvolvimento de software, prestação de serviços e
consultoria em software; serviços que não entram no cálculo da balança comercial.
O APL de fornecedores automotivos também pode ser classificado como formalizado. Aqui,
destaca-se a Governança exercida pela Ford, empresa âncora do APL e maior dinamizadora
do setor na Bahia. Esse APL é formado por empresas sistemistas (que atuam junto ao
complexo automotivo da Ford) e produtoras de peças (fornecedoras das sistemistas). Percebe-
se o grande potencial dinamizador deste APL ao se verificar o grande número de empresas e
empregos gerados, bem como a sua participação na cadeia produtiva da Ford. Com base no
Quadro abaixo, pode-se observar que o APL não se insere de forma ativa no comércio
exterior, visto que os fornecedores da cadeia automotiva, basicamente, ofertam produtos para
os mercados baiano e paulista.
APL Fornecedores automotivos
Municípios exportadores
Exportações Totais (R$)
Produtos Exportados
Relação dos produtos exportados pelo município e os produtos vinculados às atividades desenvolvidas
nos APLs (*)
Salvador 115.481.645
Consumo de bordo - combustiveis e lubrif.p/aeronaves; granito cortado em blocos ou placas; utros acidos graxos monocarbox.ind.e oleos acid.refino,
Sem Informação
Camaçari 2.156.928.651
automoveis c/motor explosao,1500<cm3<=3000,ate 6 passag; benzeno; polietileno linear,densidade<0.94,em forma primaria
Fraca
43
Candeias 155.828.200 propilenoglicol (propano-1,2-diol); metiloxirano (oxido de propileno) ; eletrodos de carvao p/uso em fornos eletr.
Não existe
Dias D'Ávila 859.762.405 sulfetos de minerios de cobre; poli(epsilon caprolactona); partes de outros aparelhos p/filtrar ou depurar gases
Fraca
Feira de Santana
62.244.103 pneus novos para automoveis de passageiros; outros pneus novos para onibus ou caminhoes; óleo de rícino
Não existe
Lauro de Freitas
11.025.998 outros fios de ligas de cobre; mangas frescas ou secas ; maios e biquinis,de banho,de malha de fibras sintéticas
Sem Informação
Madre de Deus
4.171.484
cera de petroleo microcristalina,ceras minerais,etc.; impermeabilizante a base de parafina,etc.p/ind.papel; gorduras e oleos,animais,vegetais,cozidos,oxidados,etc.
Não existe
Mata de São João
1.483.677 Joalheria de ouro do capitulo 71 da ncm; pedras lapidadas/trabalhadas do capitulo 71 da ncm
Não existe
Pojuca 61.057.991 ferrossilicio contendo peso>55% de silicio; assentos estofados,com armacao de madeira; assentos transformaveis em camas,de madeira
Não existe
São Francisco do Conde
1.380.640.460 "fuel-oil" ; oleos brutos de petroleo; outras gasolinas
Não existe
São Sebastião do Passé
2.107.265
impermeabilizante a base de parafina,etc.p/ind.papel; outros agentes de apresto/acabamento,etc.p/ind.do papel; cera de petroleo microcristalina,ceras minerais,etc.
Não existe
Simões Filho 247.304.731
assentos estofados,com armacao de madeira; outs.fio-maquinas de ferro/aco,n/ligado,sec.circ.d<14mm; prods.semimanufat.de ferro/aco,n/ligados,carbono>=0.25%
Fraca
Vera Cruz 0 Não existe
Cruz das Almas
15.656.479
fumo n/manufat.n/destal.em fls.secas,etc.tipo capeiro; tecido impregnado/revestido,etc.c/outros plasticos; fumo n/manuf.total/parc.destal.fls.secas,fermen.capeiro
Não existe
Sto. Antônio de Jesus
15.383 outros calcados de borracha ou plastico ; outs.calcados de materia textil,sola de borracha/plast.
Não existe
Quadro 8 - APL Fornecedores automotivos FONTE: SECEX/MDIC, 2006
O APL de Transformadores Plásticos, situado na RMS, é intensivo em bens de capital d
apresenta baixa capacitação produtiva. Esse arranjo é constituído por empresas de vários
portes (pequenas empresas, em grande parte), linhas de produtos e conteúdos tecnológicos.
44
Apresenta, também, uma estrutura de governança relativamente desenvolvida, bem como
elevado potencial de geração de emprego e renda e integração na cadeia produtiva da
indústria baiana. Não houve, em 2006, inserção comercial externa de produtos relacionados
ao APL, cuja oferta se limitou ao comércio interestadual (porém, deficitário).
APL de Transformação de Plásticos
Municípios exportadores
Exportações Totais (R$)
Produtos Exportados
Relação dos produtos exportados pelo município e os produtos vinculados às atividades desenvolvidas
nos APLs (*)
Salvador 115.481.645
consumo de bordo - combustiveis e lubrif.p/aeronaves; granito cortado em blocos ou placas; utros acidos graxos monocarbox.ind.e oleos acid.refino,
Fraca
Camaçari 2.156.928.651
automoveis c/motor explosao,1500<cm3<=3000,ate 6 passag; benzeno; polietileno linear,densidade<0.94,em forma primaria
Fraca
Candeias 155.828.200 propilenoglicol (propano-1,2-diol); metiloxirano (oxido de propileno) ; eletrodos de carvao p/uso em fornos eletr.
Fraca
Dias D'Ávila 859.762.405 sulfetos de minerios de cobre; poli(epsilon caprolactona); partes de outros aparelhos p/filtrar ou depurar gases
Não existe
Feira de Santana
62.244.103 Pneus novos para automoveis de passageiros; outros pneus novos para onibus ou caminhoes; oleo de ricino
Fraca
Lauro de Freitas 11.025.998 outros fios de ligas de cobre; mangas frescas ou secas ; maios e biquinis,de banho,de malha de fibras sinteticas
Fraca
Madre de Deus 4.171.484
Cera de petroleo microcristalina,ceras minerais,etc.; impermeabilizante a base de parafina,etc.p/ind.papel; gorduras e oleos,animais,vegetais,cozidos,oxidados,etc.
Não existe
Mata de São João
1.483.677 joalheria de ouro do capitulo 71 da ncm; pedras lapidadas/trabalhadas do capitulo 71 da ncm
Não existe
Pojuca 61.057.991
ferrossilicio contendo peso>55% de silicio; assentos estofados,com armacao de madeira; assentos transformaveis em camas,de madeira
Não existe
São Francisco do Conde
1.380.640.460 "fuel-oil" ; oleos brutos de petroleo; outras gasolinas
Não existe
São Sebastião do Passé
2.107.265
impermeabilizante a base de parafina,etc.p/ind.papel; outros agentes de apresto/acabamento,etc.p/ind.do papel; cera de petroleo microcristalina,ceras minerais,etc.
Não existe
45
Simões Filho 247.304.731
assentos estofados,com armacao de madeira; outs.fio-maquinas de ferro/aco,n/ligado,sec.circ.d<14mm; prods.semimanufat.de ferro/aco,n/ligados,carbono>=0.25%
Fraca
Vera Cruz 0 Não existe Quadro 9 - APL de Transformação de Plásticos FONTE: SECEX/MDIC, 2006
O APL de Turismo da Costa do Cacau pode ser classificado como um arranjo formalizado
dado o aspecto da Governança desempenhada pela Superintendência de Desenvolvimento do
Turismo (SUDETUR); na articulação de entidades governamentais e não-governamentais e na
integração de políticas e estratégias para o desenvolvimento do turismo sustentável no Estado.
Esta – em ação conjunta com a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste
(SUDENE), Banco do Nordeste do Brasil (BNB), o Programa de Ação para o
Desenvolvimento do Turismo do Nordeste (PRODETUR-NE) e o Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) –, buscou a sensibilização dos atores sociais
responsáveis pelos sete municípios que compõe a Costa do Cacau para formação de uma
governança única para essa zona turística, a qual teria como finalidade atender aos interesses
comuns dos integrantes. O APL do turismo, localizado na região litorânea do Estado da
Bahia, na costa do cacau, outrora uma das regiões mais ricas e pujantes da Bahia. O APL de
Turismo se caracteriza pela heterogeneidade dos serviços e produtos oferecidos. A grande
potencialidade do arranjo é o atrativo natural da Costa do Cacau.
3.2. APLs COM ATIVIDADES PARCIALMENTE FORMALIZADAS
Os Arranjos aqui arrolados possuem características que, por vezes, torna a sua classificação
uma tarefa difícil. Isto, em parte, devido a existência, conjunta, de atividades formalizadas e
não-formalizadas. Todavia, tal dificuldade foi, em parte, superada com base no conhecimento
tácito dos pesquisadores e, também, em trabalhos anteriormente realizados. Foram incluídos
como APLs parcialmente formalizados: (i) rochas ornamentais; (ii) confecções; (iii) e
fruticultura.
O APL de Rochas Ornamentais é composto tanto por empresas formais quanto informais.
As empresas informais se concentram, sobretudo, no primeiro elo da cadeia, o de extração.
46
Neste caso, a dificuldade para legalização se refere, em boa parte, à obtenção de licenças
ambientais. Este APL possui elevada importância econômica para a região onde está
localizada, constituindo-se em alternativa ao desenvolvimento de atividades agrícolas,
dificultada pelo clima semi-árido.
O APL de Rochas Ornamentais possui participação, ainda que não significativa, no comércio
externo do Estado, especialmente nas vendas do mármore Bege. Os blocos do mármore são
preparados para a exportação no município de Lauro de Freitas16 e comercializados, no
mercado externo, a partir de Salvador. Os métodos de produção no APL são, de forma geral,
bastante rudimentares, implicando em baixa produtividade. A falta de linhas específicas de
financiamento, baixa qualificação da mão-de-obra, incipientes ações de marketing e a falta de
articulação local são obstáculos que precisam ser transpostos para o aumento da
competitividade do arranjo e sua maior inserção comercial.
APL de Rochas Ornamentais
Municípios exportadores
Exportações Totais (R$)
Produtos Exportados
Relação dos produtos exportados pelo
município e os produtos vinculados às atividades desenvolvidas nos APLs
(*)
Salvador 115.481.645
consumo de bordo - combustiveis e lubrif.p/aeronaves; granito cortado em blocos ou placas; utros acidos graxos monocarbox.ind.e oleos acid.refino,
Forte
Camaçari 2.156.928.651
automoveis c/motor explosao,1500<cm3<=3000,ate 6 passag; benzeno; polietileno linear,densidade<0.94,em forma primaria
Sem Informação
Candeias 155.828.200 propilenoglicol (propano-1,2-diol); metiloxirano (oxido de propileno) ; eletrodos de carvao p/uso em fornos eletr.
Não existe
Dias D'Ávila 859.762.405 sulfetos de minerios de cobre; poli(epsilon caprolactona); partes de outros aparelhos p/filtrar ou depurar gases
Não existe
Feira de Santana 62.244.103 pneus novos para automoveis de passageiros; outros pneus novos para onibus ou caminhoes; oleo de rícino
Fraca
Lauro de Freitas 11.025.998 outros fios de ligas de cobre; mangas frescas ou secas ; maios e biquinis,de banho,de malha de fibras sintéticas
Fraca
16 A explicação para este município participar do APL é a realização das atividades de corte em blocos e placas, já que o mesmo não possui reservas da rocha para extração.
47
Madre de Deus 4.171.484
cera de petroleo microcristalina,ceras minerais,etc.; impermeabilizante a base de parafina,etc.p/ind.papel; gorduras e oleos,animais,vegetais,cozidos,oxidados,etc.
Não existe
Mata de São João
1.483.677 joalheria de ouro do capitulo 71 da ncm; pedras lapidadas/trabalhadas do capitulo 71 da ncm
Não existe
Pojuca 61.057.991 ferrossilicio contendo peso>55% de silicio; assentos estofados,com armacao de madeira; assentos transformaveis em camas,de madeira
Não existe
São Francisco do Conde
1.380.640.460 "fuel-oil" ; oleos brutos de petroleo; outras gasolinas
Não existe
São Sebastião do Passé
2.107.265
impermeabilizante a base de parafina,etc.p/ind.papel; outros agentes de apresto/acabamento,etc.p/ind.do papel; cera de petroleo microcristalina,ceras minerais,etc.
Não existe
Simões Filho 247.304.731
assentos estofados,com armacao de madeira; outs.fio-maquinas de ferro/aco,n/ligado,sec.circ.d<14mm; prods.semimanufat.de ferro/aco,n/ligados,carbono>=0.25%
Fraca
Vera Cruz 0 Não existe
Jacobina 46.649.263 ouro em barras,fios,perfis de sec.macica,bulhao dourado
Não existe
Quadro 10 - APL de Rochas Ornamentais FONTE: SECEX/MDIC, 2006
O APL de confecções é caracterizado pela heterogeneidade de empresas quanto ao porte.
Neste APL, participam grandes empresas (que exportam, compram e vendem em larga
escala), pequenos produtores, empresários individuais (“fundo de quintal”) e cooperativas. A
importância deste APL se dá, principalmente, pelo grande número de empregos gerados e pela
relativa formalização dos produtores. A governança deste APL já se apresenta bastante
desenvolvida; sobretudo por causa do apoio governamental que vem recebendo. Tal APL
possui uma tímida inserção no comércio exterior, limitando-se, em boa parte, ao comércio
regional e nacional. Dificuldades de acesso a novas tecnologias comprometem a capacidade
competitiva das empresas do APL e, consequentemente, a ampliação do seu market share;
inclusive na conquista de espaço no mercado externo. O padrão inovativo deste APL parece
seguir a tendência geral da indústria de confecções nacional, a imitação de desenhos, seja
através de revistas especializadas, feiras ou mesmo observação de vitrines de lojas.
48
APL de Confecções
Municípios exportadores
Exportações Totais (R$)
Produtos Exportados
Relação dos produtos exportados pelo município e os produtos vinculados
às atividades desenvolvidas nos APLs
(*)
Salvador 115.481.645
Consumo de bordo - combustiveis e lubrif.p/aeronaves; granito cortado em blocos ou placas; utros acidos graxos monocarbox.ind.e oleos acid.refino,
Sem Informação (**)
Camaçari 2.156.928.651
Automoveis c/motor explosao,1500<cm3<=3000,ate 6 passag; benzeno; polietileno linear,densidade<0.94,em forma primaria
Sem Informação
Candeias 155.828.200 Propilenoglicol (propano-1,2-diol); metiloxirano (oxido de propileno) ; eletrodos de carvao p/uso em fornos eletr.
Não existe
Dias D'Ávila 859.762.405 Sulfetos de minerios de cobre; poli(epsilon caprolactona); partes de outros aparelhos p/filtrar ou depurar gases
Fraca
Feira de Santana 62.244.103 Pneus novos para automoveis de passageiros; outros pneus novos para onibus ou caminhoes; oleo de rícino
Sem Informação
Lauro de Freitas 11.025.998 Outros fios de ligas de cobre; mangas frescas ou secas ; maios e biquinis,de banho,de malha de fibras sintéticas
Forte
Madre de Deus 4.171.484
Cera de petroleo microcristalina,ceras minerais,etc.; impermeabilizante a base de parafina,etc.p/ind.papel; gorduras e oleos,animais,vegetais,cozidos,oxidados,etc.
Não existe
Mata de São João
1.483.677 Joalheria de ouro do capitulo 71 da ncm; pedras lapidadas/trabalhadas do capitulo 71 da ncm
Não existe
Pojuca 61.057.991 Ferrossilicio contendo peso>55% de silicio; assentos estofados,com armacao de madeira; assentos transformaveis em camas,de madeira
Fraca
São Francisco do Conde
1.380.640.460 "fuel-oil" ; oleos brutos de petroleo; outras gasolinas
Não existe
São Sebastião do Passé
2.107.265
Impermeabilizante a base de parafina,etc.p/ind.papel; outros agentes de apresto/acabamento,etc.p/ind.do papel; cera de petroleo microcristalina,ceras minerais,etc.
Não existe
Simões Filho 247.304.731
Assentos estofados,com armacao de madeira; outs.fio-maquinas de ferro/aco,n/ligado,sec.circ.d<14mm; prods.semimanufat.de ferro/aco,n/ligados,carbono>=0.25%
Fraca
Vera Cruz 0 Não existe Quadro 11 - APL de Confecções FONTE: SECEX/MDIC, 2006
49
O APL de fruticultura é comporto por pequenos produtores, e também por grandes
empresas, que destinam grande parte de sua produção, principalmente de uva e manga, para o
mercado externo. O atendimento ao mercado internacional demanda controle de qualidade,
treinamento de mão-de-obra etc.; exigências custosas, usualmente atendidas pelas empresas
de tamanho maior. O APL de fruticultura, que possui uma estrutura de governança
relativamente desenvolvida, é marcado pela heterogeneidade das firmas quanto ao porte. De
um lado, Grandes produtores, cuja produção é destinada em boa parte ao mercado externo
(produtos de maior qualidade, que atendem certificações internacionais), do outro, pequenos
produtores, que operam com baixa produtividade e carecem de capacitação técnica e
financiamento. Em 2006, a agricultura (seção CNAE) representou 5% do total das
exportações baianas para o mercado externo; uva e manga foram os produtos mais
comercializados. Todavia, a fraca infra-estrutura logística e a má qualificação da mão-de-obra
se apresentam, ainda, com duas das maiores fragilidade do arranjo, dificultando a sua inserção
(ou ampliação) no comércio externo e, também, nacional.
APL de Fruticultura
Municípios exportadores Exportações Totais (R$) Produtos Exportados Participação do APL (*)
Casa Nova 38.497.111
MANGAS FRESCAS OU SECAS; UVAS FRESCAS; LIMOES E LIMAS,FRESCOS OU SECO
Principal
Curaçá 561.891 UVAS FRESCAS; MELOES FRESCOS; MANGAS FRESCAS OU SECAS
Principal
Juazeiro 61.230.299
UVAS FRESCAS; COUROS INT.BOVINOS,N/DIV.UM.PENA FLOR<=2,6M2; MANGAS FRESCAS OU SECAS
Principal
Sento Sé 5.602.944 UVAS FRESCAS Principal
Sobradinho 441.215 UVAS FRESCAS Principal
Quadro 12 - APL de Fruticultura FONTE: SECEX/MDIC, 2006
No APL de Piscicultura, em todas as etapas da cadeia produtiva, coexistem pequenos,
principalmente, e grandes produtores. A estrutura de governança já se encontra consolidada;
devido à coordenação da BAHIAPESCA e ao apoio do Curso de Engenharia da Pesca, da
Universidade do Estado da Bahia. Porém, a sua inserção comercial é, apenas, local/regional,
limitando-se, além da Bahia, a Estados como Pernambuco e Alagoas.
50
3.3.APLs COM ATIVIDADES NÃO FORMALIZADAS
O APL de caprinocultura é composto, em sua maioria, por pequenos produtores distribuídos
pelo território baiano; existem, apenas, duas grandes empresas, que se destacam na área de
curtume. Participam, também, deste APL, cooperativas e associações de produtores. Porém,
embora tais organizações de produtores sejam, do ponto de vista legal, formalizadas, é sabido
que grande parte de seus integrantes não são formalizados. Esse APL, como pode ser
observado no Quadro abaixo, não apresentou, em 2006, relação comercial com o exterior.
APL Caprinovicultura Municípios
exportadores Exportações Totais (R$)
Produtos Exportados Participação do APL (*)
Andorinha 39.420 Cromita (minerios de cromo) Não existe
Juazeiro 61.230.299 Uvas frescas; couros int.bovinos,n/div.um.pena flor<=2,6m2; mangas frescas ou secas
Não existe
Senhor do Bonfim 938.044 Quartzo; outras pedras de cantaria,etc.trabalhad.out.modo e obra
Não existe
Quadro 13 - APL Caprinovicultura FONTE: SECEX/MDIC, 2006
O APL de Sisal é, em grande parte, formando por agricultores familiares, embora participem,
também, empresas formais, cujos produtos são comercializados no mercado externo (vide
Quadro abaixo). A governança do APL tem por instituição coordenadora a Associação de
Desenvolvimento Sustentável e Solidário da Região Sisaleira (APAEB).
APL de Sisal Municípios
exportadores Exportações Totais (R$)
Produtos Exportados Participação do APL
(*)
Conceição do Coité
40.562.477
Sisal/outras fibras texteis "agave",em bruto; cordeis de sisal/outs.fibras "agave",p/atadeiras/enfard; fios de outras fibras texteis vegetais
Principal
Queimadas 307.423 Fios de outras fibras texteis vegetais Principal
Retirolândia 1.350.694
Fios de outras fibras texteis vegetais; outs.cordeis/cordas/cabos,de sisal/outs.fibras "agave"; sisal/outras fibras texteis "agave",em bruto
Principal
Santaluz 1.157.499 Tapete de outra materia textil,de ponto nodado/enrolado; sisal/outras fibras texteis "agave",em bruto
Principal
São Domingos 6.090 Feltros agulhados/artefs.da costura por entrelaçamento
Sem Informação
51
Serrinha 14.234.054 Outros calcados de couro natural; outros calcados de borracha ou plastico; outros calcados de couro natural,cobrindo o tornozelo
Não existe
Valente 2.383.988
Outs.tapetes/revestimentos p/pavim.de matérias texteis; fios de outras fibras texteis vegetais; tapete,etc.de outs.mater.texteis,n/aveludado,n/confecc
Principal
Total das exportações do APL
60.002.225 Dos 20 municípios 7 são exportadores e apenas 2 o apl
Principal
Quadro 14 - APL de Sisal FONTE: SECEX/MDIC, 2006
O APL de derivados de cana pode ser caracterizado pela heterogeneidade de produtores,
formais (grande porte) e informais (agricultura familiar). Atualmente. a atuação da
Associação Baiana dos Produtores de Cachaça de Qualidade (ABCQ) tem dinamizado o APL,
sobretudo com a proposta de certificação da marca “Cachaça da Bahia”. O APL de Derivados
de Cana apresenta certa inserção no comércio baiano, especialmente no comércio
interestadual.
APL de Derivados de Cana de Açúcar
Municípios exportadores
Exportações Totais (R$) Produtos Exportados Participação do
APL (*)
Amargosa 7.511.470 Outros calcados de couro natural; outros calcados de couro natural,cobrindo o tornozelo; fasquias de madeira, para telhados
Não existe
Ibirataia 125.475 Estatuetas/outs.objetos ornament.de ceram.exc.porcelana; outras obras forjadas/estampadas,de ferro ou aço
Não existe
Ilhéus 219.851.549 Manteiga,gordura e óleo,de cacau; cacau em pó,sem adição de açúcar ou outros edulcorantes; pasta de cacau,não desengordurada
Fraca
Rio de Contas 1.542 Cachaça e caninha (rum e tafia); outros tipos de mate
Principal
Utinga 1.148.776 Café não torrado, não descafeinado,em grão Não existe
Quadro 15 – APL de Derivados de Cana de Açúcar FONTE: SECEX/MDIC, 2006
52
REFERÊNCIAS
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56
APÊNDICE A - Caracterização dos 11 APLs que recebem apoio do programa
PROGREDIR
APL DE SISAL
O Arranjo Produtivo do Sisal é formado pelos municípios que compõem o Território de
Identidade do Sisal: Araci, Barrocas, Biritinga, Candeal, Cansanção, Conceição do Coité,
Ichu, Itiúba, Lamarão, Monte Santo, Nordestina, Queimadas, Quijingue, Retirolandia,
Santaluz, São Domingos, Serrinha, Teofilandia, Tucano e Valente. Deve-se destacar esse
último município (Valente) que possui um diferencial do ponto de vista organizacional em
virtude da atuação da APAEB (Associação de Desenvolvimento Sustentável e Solidário da
Região Sisaleira)
A cadeia produtiva do sisal é composta por três fases principais: desfibramento,
beneficiamento e industrialização. A primeira compreende as atividades de desfibramento e
secagem, realizadas no campo por trabalhadores contratados e maquinário alugado. Este
maquinário é exatamente o que acima chamou-se de “paraibana”. Esta é uma fase crítica em
razão da exposição dos trabalhadores a riscos de acidentes de trabalho.
Segundo a CONAB (2008), a Bahia é o estado com maior produção no Brasil com 88,5% em
2007, seguida da Paraíba (com 8,8%), Rio grande do Norte (2,1%) e Ceará (0,6%). Além
disto, 84% da produção brasileira se destina ao mercado externo, com os Estados Unidos
sendo o destino 69,662% da produção brasileira e a China de 11,203 %. Até Junho de 2009, a
composição das exportações de sisal é composta por 59%, Cabos, cordas e cordeis, 24,4%
sisal beneficiado, 18,2%, fios e 1,4%, tapetes (CONAB, 2009). É válido observar que a menor
parte das exportações é de tapetes – produto que apresenta o maior valor agregado. A
produção é destinada, em sua quase totalidade, ao mercado internacional.
Segundo pesquisa realizada pelo NIEAP-UEFS (núcleo Interdisciplinar de Estudos em
Economia e Administração Pública) em parceira com o SEBRAE, a tecnologia utilizada para
o desfibramento do sisal é basicamente a mesma desde o início da década de 50. A tecnologia
ultrapassada, somada a falta de uma organização na cultura, que adota métodos arcaicos de
plantio, colheita e desfibramento, faz com que o sisal brasileiro seja considerado de baixa
57
qualidade quando comparado ao de outros países produtores. Limitando a competitividade do
produto nacional.
APL DE ROCHAS ORNAMENTAIS
Na Bahia, o início e desenvolvimento da produção ocorre em estreito paralelismo com o
mercado nacional. Atualmente, o Brasil ocupa a 5ª colocação na produção mundial de Rochas
Ornamentais, sendo que a Bahia responde por 490 mil toneladas, 6,5% da produção nacional,
caracterizando-se como o terceiro estado que mais produz no país.
A figura 1 representa a cadeia produtiva do mármore Bege Bahia.
VANTAGENS DESVANTAGENS
Apelo Ecológico por ser uma fibra
natural, não poluente e biodegradável
Baixo índice educacional na região
Atividade que fixa o homem no campo
Baixo nível tecnológico
Possibilidade de novos usos para o sisal
Falta de financiamento para os produtores rurais
Articulação entre instituições
Baixo aproveitamento da planta
Governança relativamente sólida com a
APAEB
Doença da “podridão vermelha” ainda sem solução
Intenção do Estado em substituir a
“paraibana”
Precária organização da cadeia produtiva
58
Figura 1. Cadeia produtiva do Bege Bahia Elaboração Própria a partir de dados obtidos em Botelho (2008) As reservas do mármore Bege17 na Bahia estão distribuídas ao longo do vale do rio Salitre,
entre os municípios de Ourolândia, Jacobina, Mirangaba e Campo Formoso, na região do
Piemonte da Diamantina, no centro norte do estado. O APL tem como pólos dinamizadores os
municípios de Jacobina, núcleo urbano da região, e Ourolândia, detentora de 90% das
reservas do Mármore Bege Bahia.
Segundo Botelho (2008), a indústria de rochas na Bahia possui 82 empresas de extração,
cerca de 130 pedreiras, e 22 empresas de serragem dos blocos. No aglomerado foram
levantadas 35 empresas, destacando-se o segmento de serrarias com 12 empresas, do total de
22 no Estado. Todas estas empresas possuem porte de micro ou pequenas empresas, algumas
ainda informais.
Os fatores que determinam a competição neste mercado são a preferência dos consumidores
por determinado tipo de mármore (costume), cultura, tendências da moda. No entanto,
Botelho (2008) destaca que os fatores principais para a entrada de empresas neste mercado
são de ordem legal e ambiental. Para ter acesso às matérias primas é necessária uma
autorização do Ministério das Minas e Energia, denominada corriqueiramente de Portaria da
Lavra. O problema é referente ao período entre o requerimento do alvará até a portaria da
Lavra, que pode levar até 90 meses. No entanto, é permitida a venda da produção durante a
fase de pesquisa, que é de volume reduzido.
17 O mármore produzido na Bahia tem como nome comercial “Marmore Bege” por causa das suas características, que o diferem dos outros tipos. Porém, o nome técnico para este tipo de mármore é “Mármore Travertino”
59
Tabela 1. Vantagens e Desvantagens do APL de Rochas Ornamentais Fonte: Elaboração Própria a partir de dados obtidos em Botelho (2008)
VANTAGENS DESVANTAGENS
Aumento da capacidade de produção,
baseada na incorporação de máquinas
mais modernas.
Baixo número de funcionários qualificados
Tributação do SimBahia e do Simples
Incipientes ações de marketing, estudos de mercado
e divulgação para nichos de mercado específicos.
Possibilidade da criação de uma marca
que crie uma identidade para o Bege
Bahia
Falta de P&D
Baixo custo de exploração em relação
aos outros produtos apreciados pelo
mercado
Incipientes iniciativas de cooperação, apontadas
pelo autor como uma das formas de superar os
obstáculos.
Reservas abundantes
Vendas dirigidas ao mercado internos de baixa
exigência
Boa inserção no mercado interno Baixa qualidade da infra-estrutura de transportes
Número expressivo de empresas Falta de crédito para financiamento
Em nenhuma das empresas existe programa de
qualidade, que possibilitaria melhoria de processos
e redução de custos
60
APL DE FRUTICULTURA
O APL de fruticultura localiza-se no Nordeste do Brasil, compreendido entre os Estados da
Bahia e Pernambuco, mais especificamente, no sub-médio do rio São Francisco, na região
denominada PPJ (Pólo Petrolina-Juazeiro). Fazem parte do pólo os municípios de Casa
Nova/BA, Curaçá/BA, Juazeiro/BA, Lagoa Grande/PE, Orocó/PE, Petrolina/PE, Sento
Sé/BA, Sobradinho/BA e Santa Maria da Boa Vista/PE. Os principais produtos da região são
uva e manga in natura.
Destaca-se o fato de a atividade de fruticultura ter se desenvolvido a partir da utilização de
técnicas de irrigação. Atualmente, as principais culturas frutícolas permanentes e temporárias
cultivadas no APL são manga e uva, e correspondem a aproximadamente 87% e 99% das
exportações, respectivamente. Há ainda, em menor escala, na região o plantio de banana, côco
verde, goiaba, maracujá, mamão, limão, melão e melancia. (PMC, 2009)
A cadeia produtiva pode ser definida em seis grupos, sendo eles: 1) fornecedores de insumos
agrícolas (mudas, sementes, fertilizantes e defensivos agrícolas), de máquinas e equipamentos
agrícolas, sistemas de irrigação e de serviços de suporte técnico a fruticultura; 2) produtores
do sistema local de cultivo de frutas, segmentados em três importantes subgrupos a partir do
porte (tamanho do empreendimento), arranjo produtivo praticado, nível tecnológico, destino
da produção e especialização da produção; 3) Packing Houses18 - unidades que têm por
função, selecionar, classificar e embalar frutas, no caso, principalmente mangas e uvas; 4)
agentes de intermediação e atacadistas de frutas composto por três categorias; 5) canais de
comercialização que ligam ao consumidor final. No caso do APL, a distribuição é feita por
meio de três canais; e 6) Facilitadores da rede produtiva e agentes organizacionais.
Apesar de se destacar que representantes de todas as etapas da cadeia participam da
governança do APL, o PMC ressalta três agentes cujas atuações contribuem mais para o
desenvolvimento da fruticultura, são eles a Câmara de Fruticultura, a Codevasf e o Grupo
Gestor da Fruticultura.
61
Segundo Vazquez e Moraes (2007), a maior vantagem competitiva do APL é em relação às
condições edafoclimáticas, que permitem que se produza a qualquer época do ano, e coloca o
produto à disposição dos mercados quando as demais produções estão em suas entressafras.
Fora isto, a produtividade decorrente do manejo das técnicas agrícolas, coloca a produção de
UVA do sub-médio do São Francisco entre as regiões mais produtivas do Brasil e dos
principais países exportadores.
Tabela 2. Potencialidades e fragilidades do APL de Fruticultura
Fonte: Elaboração Própria a partir de dados obtidos em Plano de Melhoria da Competitividade (2009)
VANTAGENS DESVANTAGENS
Condições Edafoclimáticas Desarticulação entre os agentes da
governança
Alta produtividade decorrente do manejo das
técnicas agrícolas
Pequenos produtores não tem acesso
fácil às desenvolvidas técnicas
agrícolas
A existência de centros tecnológicos, de
pesquisa, de assistência técnica e de instituições
de desenvolvimento para o setor
Precariedade dos equipamentos do
principal entreposto comercial da
região
Desenvolvidas técnicas de irrigação A irrigação dos produtores de menor
porte é feita através de inundações
Produção planejada de maneira eficiente Não há planejamento por parte dos
pequenos produtores
Infra-estrutura de energia e irrigação Péssimas condições de acesso e
escoamento rodoviário da produção.
Diversas Packing-Houses, com um bom número
em condições de exportar para os EUA
Empresas certificadas para exportar para
a maioria dos mercados mais exigentes
62
APL DE CAPRINOVINO
A Bahia é um dos estados com maior produção no segmento de caprinos e de ovinos.
Diversos fatores colaboraram no sentido de transformar o estado na força que representa hoje,
dentre eles: fatores históricos, climáticos e culturais.
O fator climático exerce uma enorme influência sobre a produção. Na Bahia, a identidade
climática foi fundamental na determinação geográfica da produção no estado, uma vez que as
cidades integrantes do APL de caprinovinocultura localizam-se na Região do Baixo São
Francisco e do Piemonte da Diamantina. Regiões que apresentam clima, predominantemente,
semi-árido.
Na produção de caprinos, a Bahia desponta como líder nacional, enquanto na produção de
ovinos ocupa o segundo lugar, não somente por possuir os maiores rebanhos, que em ambos
os seguimentos superam três milhões de cabeças, como também por ser o único estado
certificado como “zona livre da febre aftosa”.
Segundo o Plano de Desenvolvimento Produtivo do APL (PDP) da Caprinovinocultura
(2008), na base da cadeia produtiva, destaca-se o pólo de Senhor do Bonfim, onde são
desenvolvidas as matrizes geneticamente melhoradas e adaptadas à região. Quanto ao
fornecimento de outros insumos destaca-se a existência de casas especializadas espalhadas
pela região e a produção de feno em larga escala pelo Pulmão Verde19. A produção tem seu
centro em Juazeiro, enquanto que as demais cidades concentram a atividade agroindustrial e
de beneficiamento dos produtos.
Diante da relativa dispersão geográfica dos produtores, a estrutura de governança é liderada
por quatro pólos. Para cada município líder da governança, existe um representante (PMC,
2009). São eles: Fazenda Icó – Localizada em Juazeiro, COOAP – Cooperativa
Agroindustrial de Pintadas, localizada em Pintadas/BA; COPERJ – Cooperativa de
Empreendedores Rurais de Jussara, localizada em Jussara/BA; e ACCOSB - Associação dos
Criadores de Ovinos e Caprinos de Senhor do Bonfim, cuja localização é em Senhor do
Bonfim/BA.
19 Entidade criada pelo Estado e, atualmente, gerenciada por Cooperativa (COOPFORTE). Ressalte-se que a organização serve a criadores de bovino, caprinos entre outros animais (SILVA; DINIZ, 2007).
63
Tabela 1. Potencialidades e fragilidades do APL de Caprinovinocultura Fonte: Elaboração Própria a partir de dados obtidos Silva e Diniz (2007)
VANTAGENS DESVANTAGENS
Existência de uma cultura de cooperação
no APL
Dificuldade na gestão da empresa,
consequentemente, controle de custos ruim e
inexistência de uma estratégia de marketing.
Disponibilidade de centros tecnológicos
na região
Baixa qualidade do produto.
Oferta de novos produtos mais
trabalhados, como embutidos.
Existência de estabelecimentos com produtividades
muito diferentes.
Novas técnicas de manejo Falta de integração entre os elos da cadeia
produtiva.
O tamanho do rebanho, aliado à
certificação de “zona livre da
aftosa”.
Vendas dirigidas ao mercado interno de baixa
exigência de qualidade.
Clima favorável Alto índice de utilização do abatedouro informal
Apoio de vários setores institucionais.
Inclusive, com a existência de linhas
próprias para o agro-negócio (os
informais são excluídos dessa política).
Baixa qualificação da mão de obra
Importância sócio-econômica por
apresentar ser uma atividade econômica
auxiliar à agricultura (desfavorecida na
região por questões climáticas)
Falta de infraestrutura
64
APL DE FORNECEDORES AUTOMOTIVOS
A indústria automobilística é uma das principais atividades industriais em uma economia por
ser uma grande geradora de emprego e renda. Seus impactos sobre a cadeia produtiva,
gerados pelo seu nível de atividade, tem fortes implicações sobre estes indicadores. Com a
instalação da fábrica da Ford20, estabeleceram-se em Camaçari 33 empresas compartilhando
do mesmo espaço físico destinado a empresa, constituindo o Complexo Industrial Ford
Nordeste (CIFN). Estas empresas são chamadas de sistemistas e atendem a Ford com o
fornecimento de sistemas e módulos (ALMEIDA, 2007).
De acordo com o plano de melhoria da competitividade (PMC) do APL de fornecedores
automotivos, o fornecimento à Ford caracteriza-se por ter níveis hierárquicos. No primeiro
nível estão as empresas sistemistas fornecedoras diretas da Ford. No segundo nível estão
empresas fornecedoras de peças e componentes para as sistemistas e os níveis terceiro e
quarto são constituídos por empresas fornecedoras de matérias primas e peças mais simples.
O APL de fornecedores da industria automotiva é constituído por empresas aptas ao
fornecimento às sistemistas, ou seja, empresas do segundo nível hierárquico. A proposta é o
abastecimento destas por empresas baianas em substituição a empresas situadas em outras
regiões do Brasil e do exterior.
A governança de APL de fornecedores do setor automotivo é feita pela Ford. APLs que são
constituídos por uma empresa líder tem vantagens em relação as demais uma vez que a
empresa líder exerce uma governança hierárquica condicionando as demais empresas a ela.
Para a constituição do arranjo foram identificadas 57 empresas com potencialidades para o
fornecimento às sistemistas sendo que a maioria destas são micro ou pequenas. Das MPEs, 49
são estabelecidas principalmente na Região Metropolitana de Salvador (RMS) e as restantes
são empresas que fazem parte das regiões sul e sudeste mas com interesse em fazer
investimentos na Bahia.
20 A fábrica da Ford em Camaçari tem capacidade para produção de 250 mil veículos e, atuando neste nível de
capacidade produtiva, gera 5 mil empregos diretos e 50 mil empregos indiretos (DOMINGOS, 2004).
65
Destas 57 empresas apenas 23 se encontram capacitadas para o fornecimento. E destas 23
apenas 11 empresas foram selecionadas para elaboração de um plano de negócios visando o
fornecimento para a indústria automotiva baiana (ALMEIDA, 2007).
66
VANTAGENS DESVANTAGENS
Pequeno porte e a flexibilidade a ele
associado
Defasagem tecnológica escala de produção
baixa;
Proximidade com uma montadora de
automóveis verticalmente integrada com
seus fornecedores de primeiro nível
Baixo poder de barganha
Apoio às exportações da indústria
automobilística que, ao aumentar suas
vendas, beneficia os fornecedores devido
ao impacto para trás na cadeia
Juros elevados, elevada tributação,
Existência de vínculos de fornecimento,
ainda que incipientes com as sistemistas
Incipientes ações de marketing, estudos de
mercado e divulgação para nichos de
mercado específicos;
Utilização de novas técnicas
organizacionais pela Ford estimulando o
relacionamento baseado na cooperação e
confiança entre demandantes e
fornecedores
Baixa freqüência no uso de certificações e
sistemas de qualidade
Proximidade com o maior produtor de
resinas termoplásticas Baixa inserção no mercado local
Disponibilidade de crédito para produção
e comercialização
Mercado demandante na RMS por peças
plásticas e metálicas com escala reduzida
Apoio governamental a micros e
pequenas empresas
relações capital-trabalho atrasadas e infra-
estrutura deteriorada.
Mão de obra desqualificada
67
APL CONFECÇÕES
O segmento de confecções caracteriza-se pela heterogeneidade de empresas com relação ao
tamanho, por ser trabalho intensivo e ter baixas necessidades de capital, por possuir baixas
barreiras a entrada. Sua importância pode ser medida pela geração de empregos e por ser um
produto de alta demanda atingindo todas as classes sociais alem de outros setores produtivos.
O segmento de confecções é majoritariamente composto por pequenas empresas, pois as
barreiras tecnológicas e econômicas são relativamente menores, devido, sobretudo, à ampla
difusão de sua tecnologia básica (a máquina de costura), exigências menores de capacitação
da mão-de-obra e aportes menos expressivos de investimento.
Na Bahia a indústria de confecções é formada predominantemente por micro e pequenas
empresas que concentram suas atividades nas cidades de Salvador e Feira de Santana e
ofertam uma grande quantidade de produtos e empregos.
Segundo Góes (2008) a participação da indústria baiana de confecções na produção nacional é
de 2,8% com uma média de 19 empregados por empresa, diferentemente da media brasileira
de 65 empregados por empresa. São 430 indústrias de confecções sendo que a maioria destas
é micro empresas. Salvador possui 42,3% das empresas de confecções, Feira de Santana tem
25,6%. Juntos, esses municípios abrigam 67,9% das indústrias de confecções do Estado.
Lauro de Freitas participa com 3,5%, Jequié, com 3,3%, e demais municípios com 25,3%.
O Arranjo Produtivo Local (APL) de Moda do Estado da Bahia é composto por dois núcleos:
a) Feira de Santana e Região21; e b) Região Metropolitana de Salvador (RMS)22.
De acordo com a SECTI, o APL de Moda da RMS é constituído por 105 empreendimentos
com uma estimativa de 2.100 empregos diretos e 1.000 empregos indiretos, envolvendo os
segmentos de moda praia, moda feminina, masculina, infantil, moda íntima e uniforme. A
21 Abrange os municípios de Feira de Santana, Amélia Rodrigues, Coração de Maria, Conceição da Feira, Santo Estevão, São Gonçalo dos Campos, Conceição do Coité, Santa Luz, Serrinha, Tanquinho, Santo Antonio de Jesus e Jequié. 22 Localiza-se, majoritariamente, no bairro do Uruguai, na Península de Itapagipe. Essa região concentra parcela considerável das empresas do município, além de ser o espaço pioneiro nas articulações destinadas à implementação de um arranjo produtivo no Estado.
68
distribuição por ramo de atividade econômica é a seguinte: 55 empresas na indústria; 30
estabelecimentos no comércio; 20 empresas de serviços. Juntas, estas empresas formam 20
associações empresariais.
Em Feira de Santana e Região, 240 empreendimentos constituem o APL de e estima-se um
número de 3.260 empregos diretos e 1.010 empregos indiretos, envolvendo os segmentos de
moda praia, moda feminina, masculina, infantil, moda íntima e uniforme. A distribuição por
ramo de atividade econômica é a seguinte: 90 empresas na indústria; 85 estabelecimentos no
comércio; 65 empresas de serviços. Juntas, estas empresas formam 20 associações
empresariais.
Para poderem competir as empresas com altos custos salariais procuraram diferenciação dos
produtos com base em marketing, design, etc. Por apresentarem altos custos de mão de obra,
buscaram em nichos de mercado mais lucrativos, de qualidade superior e que agregam mais
valor. Inovações nos processos produtivos, organizacional e de produtos foram os diferenciais
buscados pelas empresas (GOES, 2008).
A competitividade das empresas esta baseada na busca por inovações. O dinamismo do
sistema econômico esta pautado na criação de diferenciais que possam proporcionar às
empresas que o detêm alcançar altos lucros.
Municípios que compõe o
APL Vantagens Desvantagens
APL - Salvador
Qualidade da matéria-prima e
dos insumos
Pouca disponibilidade de mão
de obra qualificada
proximidade com os
clientes/fornecedores
proximidade de fornecedores
de insumos e matérias-primas
e a capacidade de
atendimento dos pedidos
Inovação em produtos e
69
processos
qualidade da mão-de-obra
qualidade do produto
APL – Feira de Santana
Infra-estrutura física do
arranjo
Pouca disponibilidade de
mão-de-obra qualificada
Inovação em produtos e
processos
proximidade com os clientes obtenção de matérias-primas
e insumos
RESUMO – APL DE PISCICULTURA
O APL de Paulo Afonso se situa na bacia hidrográfica do rio São Francisco, na região norte
da Bahia, na divisa com os estados de Pernambuco, Alagoas e Sergipe. A temperatura média
da região é elevada e o índice pluviométrico é baixo.
No APL tem a predominância de pequenos produtores individuais e algumas organizações
associativas e cooperativas. Entretanto, encontram-se também grandes produtores do pescado,
produtores de ração, alevinos e unidades de beneficiamento, destacando-se as empresas AAT,
Netuno e Qualimar. Atualmente, o município de Paulo Afonso é o maior produtor de Tilápias
em Tanque-rede do Estado. A vantagem que possibilita essa produção é a presença de grande
quantidade de recursos hídrico disponíveis pelo rio São Francisco e a criação de Lagos devido
à hidroelétrica de Paulo Afonso.
A Tilápia, como peixe escolhido para a atividade, decorre de diversos fatores, tais como: a)
boas características organolépticas e nutricionais. Em linhas gerais, os sistemas de produção e
as técnicas de manejo utilizadas variam pouco entre os produtores. Ocorre atualmente a
predominância de sistema intensivo com a utilização de tanques-rede. Em algumas grandes
produções utiliza-se uma nova técnica, denominada Raceways, considerado superintensivo,
em que a água circula nos tanques com maior velocidade, sendo continuamente reaproveitada.
Este sistema apresenta uma quantidade maior de peixes e uma maior produtividade.
70
O principal determinante para a realização da piscicultura são as condições naturais e
ambientais. Paulo Afonso dispõe de condições ótimas para a realização desta atividade,
devido à grande disponibilidade de recursos hídricos bem como a existência de um grande
“lago” propiciado pela contenção de água na hidroelétrica de Paulo Afonso. Ademais, esta
água possui ótima qualidade, a temperatura elevada da região bem como as baixas oscilações
da mesma contribuem para o desenvolvimentos da atividade.
No âmbito institucional, destaca-se a atuação da Bahia Pesca, iniciativa pioneira do governo
do Estado da Bahia no Brasil, como instituição dinamizadora e de apoio a estas atividades.
Outras instituições também apóiam este APL, dentre elas o SEBRAE, a Universidade do
Estado da Bahia, a Universidade Federal da Bahia, a CODEVASF, o BNB, a prefeitura de
Paulo Afonso, dentre outras.
VANTAGENS DESVANTAGENS
Mercado crescente Má qualidade da infra-estrutura de
transportes
Cooperativismo Problemas ambientais (concessão de
licença)
Realização de P&D pelas grandes
empresas e pela Universidade do Estado
da Bahia.
Mão de obra pouco qualificada (pequenos
produtores)’
Promoção da capacitação Alto custo da ração
Disponibilidade de recursos naturais
Disponibilidade de Crédito
Disponibilidade de insumos
Linhas de crédito específicas, como a
“Aquipesca”, do BNB, e isenção de ICMS
para saídas da Bahia
Tabela 1. Vantagens e Desvantagens do APL de Psicultura em Paulo Afonso Fonte: Elaboração própria a partir de dados obtidos em Diniz.
71
APL TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
A primeira tentativa do governo do estado da Bahia de incentivo à área de Tecnologia da
Informação – TI, ocorreu na segunda metade da década de 60, com a criação da Secretaria
Estadual de Ciência e Tecnologia. Dado o avanço desta área nas duas décadas seguintes,
houve um significativo aumento na demanda por serviços de processamento de dados,
seguido da redução no custo dessas operações.
O APL de TI da Região Metropolitana de Salvador e Feira de Santana, refere-se à atividade
de desenvolvimento de software, bem como a prestação de serviços e consultoria em
software.
Os principais clientes desses produtos são: a) governo do estado da Bahia; b) empresas em
geral; e c) empresas de TI. A maioria dos clientes destas empresas se divide no território
baiano e em outros Estados da federação, sendo muito baixo o número de clientes de outros
países (BASTOS, 2007). Segundo Fialho (2006), as 88 empresas inicialmente cadastradas
tinham, juntas, um faturamento de R$ 300 milhões, sendo que metade dizia respeito a apenas
quatro empresas.
Em estudo realizado pelo SEBRAE (2006), observa-se que 72,7% das empresas do setor de
TI, na RMS e Feira de Santana, atuam no mercado há mais de 4 anos, sendo que, deste
percentual, 44,8% estão de 4 a 10 anos no mercado, enquanto 6,7% estão a mais de 15 anos.
De acordo com a SECTI (2006), o APL de TI é composto por empresas de micro ou pequeno
porte, com até 19 funcionários. Vale ressaltar que esses números se referem ao setor de TI e
não ao seu Arranjo Produtivo.
O APL de TI possui um núcleo gestor que define os temas de interesse do arranjo, além de
grupos temáticos para elaboração de planos de ação. Esses GTs são formados por
empresários, acadêmicos, representantes das instituições parceiras. Além disto, quaisquer
interessados nas discussões podem participar. Esse núcleo Gestor é formado por algumas
instituições, a saber: ASSESPRO-BA, DESENBAHIA, FAPESB, FRB, IEL, PMS, SEBRAE,
SECTI, SINEPD, SOFTEX, UEFS, UFBA e UNIFACS.
72
APL DE DERIVADOS DE CANA
Devido às condições edafoclimáticas da região centro-sul da Bahia formou-se uma população
dependente dos produtos derivados da cana-de-açúcar. A partir da década de noventa o
governo do Estado passou a buscar uma integração entre os produtores e demais atores dessa
atividade. Com isso, surgiram diversas associações, dentre as quais a Associação baiana dos
produtores de cachaça de qualidade (ABCQ), para fins de promover o desenvolvimento do
Arranjo seja no mercado regional, nacional ou internacional.
Dentro da cadeia produtiva (Figura 1), os produtores podem ser divididos em produtores
formais e informais. Isto porque, as técnicas de produção, bem como a gestão, são
VANTAGENS DESVANTAGENS
Interesse do governo em implantar o
APL de TI
Necessidade de produção do conhecimento e mão
de obra desqualificada, baixa integração com
universidades
Facilidade em encontrar software na
RMS e em Feira de Santana
Empresários com pouca capacidade gerencial
Interesse de capacitação por parte dos
empresários
Falta de investimentos em P&D
Avanço do mercado de Tecnologia da
Informação
Falta de articulação entre os empresários
Existência de um Grupo técnico que
pode contribuir na identificação das
potencialidades e limitações do APL
Predomínio de produtos de baixo valor agregado
Baixa cooperação e articulação entre as empresas
Existência de barreiras à fabricação de software
Dificuldades para transcender o mercado local
Baixa rentabilidade
73
diferenciadas. Cointeiro e Lins (2007) afirmam que o modelo de gestão dos primeiros é mais
moderno e permite acesso a técnicas, materiais, insumos e métodos de distribuição não
alcançados pelos produtores informais.
Figura 1. Cadeia produtiva do APL da Cachaça na Bahia.
Elaboração Própria a partir de dados obtidos Marketstrat (2009)
De acordo com o Plano de Desenvolvimento do APL de derivados de Cana de Açúcar (2008),
o arranjo tem em torno de 7.000 produtores, que empregam 35.000 pessoas e seus centros
produtores estão localizados em 13 pólos23 dispersos pelo centro-sul do estado.
Por existirem tantos pólos produtores, são muitos os atores que compõem a estrutura de
governança. Destes, a maioria está representada por cooperativas e associações24, assim como
por instituições do Estado25, tanto da administração direta quando indireta. Atualmente, na
liderança das ações do APL, destaca-se a ABCQ, que atua estimulando a produção em todos
os seus aspectos e fazendo a ponte entre os produtores e os órgãos estatais.
23 Pólo Barreiras; Pólo Barra; Pólo Nazaré; Pólo Itaquara; Pólo Itabuna; Pólo Vitória da Conquista; Pólo Itarantim; Pólo Porto Seguro; Pólo Caetité; Pólo Abaíra; Pólo Lençóis; Pólo Santana; Pólo Piripá(BAHIA, 2008) 24 Associação Baiana dos Produtores de Cachaça de Qualidade (ABCQ), Associação Comercial da Bahia (ACB), Ribeirão Agroindustrial Ltda, Agroindustrial BFLM Ltda, Engenho Bahia Ltda, Associação Comunitária São José, Associação Comunitária Brejo, Associação Comunitária do Suruca, Andrequice e Caraíbas, Associação Local dos Pequenos Produtores de Rio de Contas, Fazenda Vaccaro Ltda, Cachaça Tombad´oro Ltda, Agropecuária Cabeceira do Rio Ltda, Rio do Engenho Ind. E Comercio de Bebidas Ltda, COODECANA - Cooperativa de Produtores de Derivados de Cana-De-Açúcar da Região do Rio Gavião, Associação dos Pequenos Produtores Rurais da Fazenda Matinha e Região, Associação de Pequenos Agricultores de Taquaril, Associação dos Pequenos Produtores de Rapadura e Derivados da Canade- Açúcar do Vale do Jacaré, Associação dos Moradores e Produtores Rurais da comunidade Jacaré, Associação de Pequenos Produtores Agrícolas da comunidade de Cana Brava (BAHIA,2009). 25 Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI), Secretaria de Indústria, Comércio e Mineração (SICM), Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (SEAGRI), Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), Centro Internacional de Negócios (PROMO), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Instituto Baiano de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (IBAMETRO)
74
Em relação à infra-estrutura, volta a ocorrer o descompasso entre os atores formais e
informais. Segundo Cointeiro e Lins (2007), enquanto os primeiros têm acesso a energia e
instalações de qualidade, os segundos continuam a produzir através de tração animal e com
instalações impróprias, inclusive, utilizando lenha da mata, o que pode causar problemas
ambientais.
Para Cointeiro e Lins (2007), o mercado da cachaça é composto por dois produtos, a cachaça
artesanal e a industrial, que apesar de serem diferenciadas26 ainda são, muitas vezes,
considerados produtos substitutos por alguns consumidores, apesar de haver uma crescente
conscientização, por parte dos consumidores, sobre a maior qualidade da cachaça artesanal.
Sendo assim, a principal barreira para a competitividade é a preferência por marcas já
consolidadas, as quais, normalmente, são cachaças industriais. Ademais, os autores destacam
o baixo grau de concentração do mercado, o que reduz as barreiras à entrada.
26 “Embora a legislação não estabeleça distinção entre os produtos finais das destilarias industriais e dos alambiques artesanais, existem, na prática, muitas diferenças entre cachaça de alambique e cachaça industrial. As cachaças industriais são controladas por empresas e a cana-de-açúcar é cultivada em grandes áreas, enquanto a pinga artesanal é produzida em pequena escala por pequenos produtores, em sua maioria utilizando mão-de-obra familiar. Estima-se que existam por volta de 40 mil produtores de cachaça artesanal no Brasil.
O processo de produção também é diferente, pois em larga escala utiliza-se, muitas vezes, colunas de destilação e tonéis de aço-inox, a adição de produtos químicos na fermentação e não se separa a parte nobre do destilado. No processo artesanal, a destilação é feita em alambiques de cobre e a fermentação ocorre de forma natural.
A parte nobre da cachaça é separada das impurezas com o objetivo de dar mais qualidade ao produto artesanal e, por fim, vem o processo de envelhecimento em tonéis de madeira (carvalho, bálsamo, além de espécies nativas do País).”(SAKAI,2008)
75
Tabela 1. Potencialidades e fragilidades do APL de Rochas Ornamentais Fonte: Elaboração Própria a partir de dados obtidos em Botelho (2008)
VANTAGENS DESVANTAGENS
Criação da ABCQ, possibilitando
integração e desenvolvimento de marca
própria.
Baixa qualificação da mão de obra para produção e
manutenção equipamentos
Projetos de fomento por parte do
Estado da Bahia e do governo federal
(PROCANA).
Incipientes ações de marketing, estudos de mercado
e divulgação para nichos de mercado específicos.
Produto orgânico (bagaço da cana) que
pode ser utilizado fonte de energia ou
fator de diferenciação.
Forte concorrência enfrentada por outros Estados
(São Paulo, Cera e Fortaleza).
Possibilidade de identificação regional
do produto, diante do seu caráter
histórico.
Incipientes iniciativas de cooperação.
Clima adequado e matéria prima
abundante.
Preconceito ainda arraigado na população em
relação à cachaça
Produto com capacidade de expansão
no mercado internacional.
Elevada carga tributária, por tratar-se de bebida
alcoólica.
Número expressivo de produtores e
grande capacidade de gerar postos de
trabalho.
Gestão feita de forma pouco profissional.
Presença de instituições de ensino e de
pesquisa atuantes Alto grau de informalidade
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APL DE TRANSFORMAÇÃO DE PLÁSTICO
O Arranjo Produtivo de Transformação de Plástico da Bahia está sendo construído por
instituições públicas e privadas, entidades empresariais, sindicatos, organizações e empresas
que pertencem à cadeia produtiva de plásticos. A necessidade de estruturar, organizar e
montar o APL de plástico no estado ocorre devido a grande concentração de industrias de 3ª
geração que estão localizadas na Região Metropolitana de Salvador – RMS, e no município de
Feira de Santana, atraídas pela proximidade de matéria-prima, localização georáfica e
incentivos governamentais..
Os fatores para a competitividade da APL de transformação de plástico passa por
determinantes empresariais, estruturais e sistêmicos.
Determinantes de competitividade Grau de importância Justificativa
Empresariais
Mão-de-obra
Equipamento
Gestão
Produção
Muito importante
Muito importante
Importante
Importante
Contribui para produtividade
Ferramentaria
Competência
Segmentação da industria
Estruturais
Fornecedor
Distribuidor
Mercado
Concorrente
Muito importante
importante
Muito importante
Muito importante
Matéria-prima
Acesso aos centros
Incentivo à inovação/processos
Competição
Sistêmicos
Política Econômica
Câmbio
Globalização
Instituições
Muito importante
Muito importante
Importante
Muito importante
Estabilidade da indústria
Petróleo – “commodities”
Competição/mercado
Condução para o desenvolvimento
Quadro 1. Principais determinantes da competitividade da cadeia de Plástico.
Fonte: Autores. Disciplina de Competitividade e Desenvolvimento, EAUFBA, 2006.
77
A produção industrial de artefatos de plástico é caracterizada por empresas conhecidas como
“transformadores de plástico” e constam basicamente da transformação de resinas
termoplásticas nos mais variados tipos de produtos de plástico, como embalagens, brinquedos,
utensílios domésticos, produtos de uso industrial, materiais de construção, tubos, conexões e
uma variedade imensa de peças, componentes e artigos diversos feitos com aquela matéria-
prima.
A cadeia completa da transformação do plástico tem as seguintes etapas: a) produção de
produtos básicos a partir da nafta (produtores de primeira geração); b) produção de resinas
termoplásticas a partir dos produtos básicos (produtores de segunda geração); e c) produção
de produtos transformados de plástico a partir das resinas (produtores de terceira geração).
O aglomerado é constituído por empresas de variados portes, linhas de produtos e conteúdos
tecnológicos, sendo predominante as pequenas empresas que normalmente são dependentes
de poucos e grandes fornecedores de matérias-primas. As principais atividades econômicas
das empresas do APL estão relacionadas com o setor calçadista, laminados planos e tubulares,
embalagens flexíveis e artefatos diversos. Isso mostra pouca atividade produtiva ligada a
mercados de alto valor agregado de produtos, a exemplo do setor automotivo e eletro-
eletrônico. A maioria das empresas pertence ao setor de embalagens flexíveis, tendo como
produtos principais sacos e sacolas.
APL DE TURISMO
O APL de Turismo da Costa do Cacau abrange os municípios de Ilhéus, Canavieiras, Itacaré,
Santa Luzia, Una, Uruçuca e Itabuna. Esta região é caracterizada pelo desenvolvimento das
atividades cacaueira, pecuária bovina, agricultura, pesca e turismo, tendo o pólo de
informática de Ilhéus, atualmente, importante destaque nas atividades econômicas da região.
A história da Costa do Cacau pode ser dividida em duas partes, antes e depois do apogeu da
monocultura cacaueira, o período econômico que antecede à atividade turística propriamente
dita. A crise desta monocultura, associada aos baixos preços internacionais do cacau,
proporcionou uma reorientação da economia regional da Costa do Cacau, levando a região a
buscar outros caminhos para seu desenvolvimento. Em razão disto, a atividade turística da
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região significou aumento dos investimentos privados, empregos e unidades habitacionais,
gerando renda e melhoria da qualidade de vida da população.
A Costa do Cacau se estende por cerca de 180 km de faixa litorânea no sul da Bahia, sendo
boa parte coberta pelo ecossistema da Mata Atlântica e por praias pouco exploradas.
Apresenta uma população estimada em 553.742 habitantes, contempladas numa área total de
6.673 km².
Em relação ao turismo, os municípios de Ilhéus e Itacaré são os que mais geram fluxos
turísticos e estão localizados respectivamente a 459 km e 421 km de Salvador. Além disto,
contribui para o fluxo turístico as seguintes características da região: a) clima tropical quente
e úmido; b) temperatura média anual de 24ºC; e c) vegetação de mata atlântica e grande
biodiversidade.
Os aspectos de Governança podem ser caracterizados pelo importante papel que a
Superintendência de Desenvolvimento do Turismo (SUDETUR) desempenha na articulação
de entidades governamentais e não-governamentais e na integração de políticas e estratégias
para o desenvolvimento do turismo sustentável no Estado. Esta, em ação conjunta à
Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste - SUDENE, ao Banco do Nordeste do
Brasil -BNB, ao Programa de Ação para o Desenvolvimento do Turismo do Nordeste
(PRODETUR-NE) e ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES,
buscou a sensibilização dos atores sociais responsáveis pelos sete municípios que compõe a
Costa do Cacau para formação de uma governança única para essa zona turística, a qual teria
como finalidade atender aos interesses comuns dos integrantes.