O que é o Método DeRose

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UMA CULTURA BASEADA EM CONCEITOS ETÉCNICAS PARA TORNAR NOSSA VIDA MELHOR.

SOB O SELO EDITORIAL  EGRÉGORA 

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Copyright 2009 - De Rose, L.S.A.

1ª edição - 2009

Capa: Produção Gráfica: EgrégoraA Editora não responde pelos conceitos emitidos pelo autor.

 Impressão: Cromosete Gráfica e Editora Ltda.,

diretamente de arquivo em Word  

DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)

De Rose, L.S.A., 1944 -

O que é o Método DeRose / DeRose. - São Paulo :DeRose Editora, 2009.

CDD- 181.45

PERMISSÃO DO AUTOR PARA A TRANSCRIÇÃO E CITAÇÃOResguardados os direitos da Editora, o autor concede permissão de uso e transcrição de trechos destaobra, desde que seja obtida autorização por escrito e a fonte seja citada. A DeRose Editora se reserva

o direito de não permitir que nenhuma parte desta obra seja reproduzida, copiada, transcrita ou mesmotransmitida por meios eletrônicos ou gravações, sem a devida permissão, por escrito, da referida

editora. Os infratores serão punidos de acordo com a Lei nº 9.610/98.

Impresso no Brasil/ Printed in Brazil 

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O QUE É O MÉTODO DeR OSE 

É da natureza humana querer compreender as coi-sas e, para isso, tentamos enquadrá-las em escani-

nhos já estabelecidos em nossa mente. Não é à toaque “enquadrar” e “escaninho” são conceitos as-sociados a algo quadrado e padronizado.

Portanto, é natural que o interlocutor queira saber se

é dança, ginástica, arte, terapia, filosofia... Mas e senão se “encaixar” em nenhuma das alternativas?

Quando um praticante pretende explicar o que é oMétodo, frequentemente é confrontado com a per-gunta:

 – Método de quê?

Para que as pessoas compreendam melhor o que éo Método e, dessa forma, possam desfrutá-lo em

todas as suas nuances, decidimos prestar estesesclarecimentos.

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Para tanto, a primeira coisa a conhecermos deve

ser sua definição. Apesar de este Método ter sidosistematizado a partir de 1960 e, portanto, já con-tar com meio século, o processo foi bem gradativoe empírico. Assim, dispomos de várias definições

muito boas.Podemos definir esta cultura como:

 Método DeRose é uma urdidura entre conceitos

e técnicas, oriundas de tradições culturais muito

antigas.

Ou de forma mais extensa:

O Método DeRose é uma proposta de life stylecoaching com ênfase em boa qualidade de vida,

boas maneiras, boas relações humanas, boa

cultura, boa alimentação e boa forma. Algumas

das nossas ferramentas são a reeducação respi-

ratória, a administração do stress, as técnicas

orgânicas que melhoram o tônus muscular e a

 flexibilidade, procedimentos para o aprimora-

mento da descontração e da concentração men-

tal. Tudo isso, em última instância, visando à

expansão da lucidez e ao autoconhecimento.

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Listando por tópico, facilita a compreensão:

•  uma proposta de life style coaching ;•  com ênfase em boa qualidade de vida;•   boas maneiras;•   boas relações humanas;•

   boa cultura;•   boa alimentação;•   boa forma;•  reeducação respiratória;•  administração do stress;

•  técnicas orgânicas;•  tônus muscular;•  flexibilidade;•  concentração e meditação;•  a meta final é o autoconhecimento.

Benefícios? Não! Apenas consequências de umafilosofia de vida saudável.

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NOSSA DEFINIÇÃO DEQUALIDADE DE VIDA 

Fundamentação elaborada a partir de um texto do colega Maurício Waly de Paulo.

Síntese: Qualidade de vida é tornar sua existênciadescomplicada, é fazer o que lhe dá prazer, com

alegria, saúde e bem-estar.Qualidade de vida é suprir as necessidades fisioló-gicas e ergonômicas, é adotarmos hábitos que pro-movam e mantenham a funcionalidade do corpo,do emocional e do mental, é o aprimoramento e

desenvolvimento das nossas habilidades, através dotrinômio: boa alimentação, boa forma e boa cabeça.

Qualidade de vida é relacionar-se de maneira des-contraída, ética e responsável com o meio ambiente

e o meio sócio-cultural, procurando compartilhar einteragir, agregando sempre generosidade, elegân-cia, respeito e carinho às nossas relações humanas(sociais, profissionais, familiares, afetivas e outras),mediante a adoção de um conjunto de valores queincluem boa cultura, boa civilidade e boa educação.

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Qualidade de vida é adotar uma visão de mundo

que nos motive a buscar o desenvolvimento e oaprimoramento contínuo, conquistando a nossaexcelência através do estudo, dos ideais e do auto-conhecimento.

Qualidade de vida é manter um padrão de gastosdois degraus abaixo do que você ganhar. É residir 

 próximo ao trabalho. É alimentar-se com frugali-dade. É conseguir extrair satisfação de todas ascoisas. É esbanjar o seu tempo dando atenção aosamigos e aos conhecidos. É dar flores à pessoa

amada. É não se deixar abalar pelos percalços davida. É amar com franqueza e perdoar comsinceridade.

Estes são os nossos valores.

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O QUE O MÉTODO DeR OSETEM A VER COM YÔGA? 

MÉTODO DeR OSE É APENAS UM OUTRO NOME

PARA DESIGNAR A MESMA COISA? 

Não. Método DeRose é outra coisa. 

Embora possamos, eventualmente, para encurtar aconversa, declarar que Método DeRose é um mé-todo de Yôga, precisamos ter consciência de queessa é uma simplificação e que ela talvez possa ter 

consequências indesejáveis. Mais para a frente, pode parecer contradição, quando você for dar uma expli-cação mais exata e mais completa. Na verdade, oMétodo DeRose é constituído por uma tecedura deconceitos e técnicas, das quais as técnicas (e unica-

mente as técnicas) são provenientes do YôgaAntigo.

Portanto, Método DeRose não é Yôga. Ao mesmotempo, utiliza o Yôga como um de seus recursos.

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 No âmbito técnico, a maior diferença parece

residir no clima, no vocabulário, no tipo de genteque adere, na total ausência de misticismo, naabsoluta não-intenção de terapia, na estruturadinâmica e alegre de todas as atividades culturaise, principalmente, no fato de constituir uma

Cultura que o praticante pode e deve incorporar àsua vida real, à sua profissão, ao seu desporto, àsua família, às suas relações humanas em geral.

E os conceitos? As atitudes? A estrutura comporta-mental? Isso transcende os limites do Yôga, uma

vez que ele é estritamente técnico. ("Yôga é qual-quer metodologia estritamente prática que conduza

ao samádhi." )

 No âmbito filosófico, nada há de novo nos

conceitos. Eles são inspirados diretamente em umsistema professado no período proto-histórico(Dakshinacharatántrika-Niríshwarasámkhya).

O Método DeRose é uma tecedura de conceitos e

técnicas, da qual as técnicas (e unicamente as

técnicas) são provenientes do Yôga Antigo.

Assim, precisamos compreender que nossa propostautiliza alguns recursos dessa filosofia, mas que: “o Método DeRose é outra coisa”. 

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QUEM DEU O NOME DE MÉTODO DeR OSE?

Quem deu o nome Método DeRose foram os alu-nos e instrutores que vieram utilizando tal referên-cia durante décadas, até que finalmente, comemo-rando cinquenta anos de ensino, concordamos emutilizar essa nomenclatura.

Curiosamente, foram os que ensinam outrasmodalidades de Yôga, que acabaram cunhando afrase "Método DeRose é outra coisa", a fim dedistinguir que o nosso Método é, de fato,

diferente. Nem melhor, nem pior. É "outra coisa".Interessante, porque quem cunhou o termoimpressionismo fora justamente um crítico de arte,opositor ferrenho à pintura de Monet e usaraaquele termo com intenção depreciativa. Acabou

 por produzir o efeito contrário e foi quemdesencadeou a fama desse ilustre pintor.

 No nosso caso, ficou claro que a intenção dos co-legas de outras linhas ao nos classificar como"outra coisa" era de boa-fé quando uma aluna,

casada com um editor inglês, sugeriu que ele pu- blicasse um livro de Yôga e ele se recusou deforma categórica. Quando a esposa disse que pro-

 pusera a edição porque estava praticando o nossoMétodo, o marido respondeu inusitadamente:

"Ah! DeRose eu publico." Ela questionou: "Por 

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que Yôga não e DeRose sim?" E veio a resposta

histórica: "DeRose é outra coisa."Então, está bem. Se todos são unânimes em de-clarar que DeRose é outra coisa, nós simples-mente acatamos a vox populi. Esperamos queseja a vox Dei.

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VENDEM-SE CRAVOS 

Certo dia, um comprador viu a placa na porta deuma loja: “Vendem-se cravos”. Como estava pre-cisando de uns condimentos, entrou. Pediu ao

 proprietário:

 – Quero duzentos gramas de cravos, por favor.

Ao que o lojista respondeu:

 – Desculpe, cavalheiro. Não trabalhamos comesse produto.

Para não perder a viagem, o freguês tentou adqui-rir outra especiaria:

 – Então, dê-me duzentos gramas de orégano.

O vendedor informou:

 – Sinto muito, meu senhor. Não trabalhamos comtemperos.

O consumidor, indignado, contrapôs:

 – Mas o senhor colocou um luminoso lá fora di-zendo que vende cravos!

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E o dono da loja, sem perder a elegância, esclare-

ceu: – Exatamente. Vendemos cravos, os nobres ins-trumentos renascentistas, predecessores dos pia-nos. Acho que não é o que o senhor está procu-rando.

Essa história acontecia todos os dias nas escolascredenciadas pelo nosso Método. Muitos candi-datos pensavam tratar-se de academia, ou de tera-

 pia, ou de alguma outra amenidade. No entanto, o

que nós oferecemos é uma Cultura, uma propostade reeducação comportamental, um estilo de vida.

Por isso, em todas as nossas escolas, em diversos países da Europa, os diretores optaram por utilizar somente Método DeRose e revelam-se bem satis-

feitos.Hoje, nas escolas que utilizam o letreiro MétodoDeRose, ninguém mais entra equivocado procu-rando por cravos da Índia. Não ocorre mais oconstrangimento de termos de esclarecer que nãotrabalhamos com aquilo que o interessado veio

 buscar. No Brasil, as escolas que passarem pelocrivo do controle de qualidade começarão a rece-

 ber outorga de habilitação para adotar o Método.

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NOSSA PROPOSTA CULTURAL 

Os candidatos, quando nos procuram, não estãointeressados em paliativos para mascarar as ma-zelas do trivial diário. Eles estão interessados emabsorver uma cultura. Segundo o Dicionário

Houaiss, cultura significa, entre outras coisas:conjunto de padrões de comportamento, crenças,

conhecimentos, costumes etc. que distinguem um

 grupo social . Pois bem, Nossa Cultura é uma ree-ducação comportamental que contempla especi-

almente o bom relacionamento entre os seres hu-manos e tudo o que possa estar associado com isso(por esse motivo, foi sugerido que nossa profissãose denominasse life style coaching ).

Escrevo sobre vários temas: comportamento, fic-ção, boas maneiras, contos, gastronomia, biogra-fia, filosofia, etc. Os que me lêem e assistem àsminhas aulas procuro reeducá-los para que se tor-nem pessoas melhores, mais polidas, mais viaja-

das, mais refinadas, mais civilizadas, mais cultas,que aprimorem até sua linguagem e suas boas

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maneiras. Sugiro uma revolução comportamental,

 propondo uma forma mais sensível e amorosa derelacionamento com a família, com o parceiroafetivo, com os amigos, com os subordinados ecom os desconhecidos. Recomendo que eventuaisconflitos sejam solucionados elegantemente, semconfrontos. De quebra, ensino como respirar me-lhor, como relaxar, como concentrar-se e cultivar a qualidade de vida, proporcionando condiçõesculturais e sociais para que os jovens se mante-

nham longe das drogas, do fumo e do álcool. Tudoisso junto, em última análise, conduz ao autoco-nhecimento.

Esta proposta seleciona o público mais afeito àcultura e faz alusão ao fato de que não ensinamosapenas algumas macaquices, coisas de saltimban-cos, como algumas pessoas entendem, mas queensinamos uma cultura. Como efeito colateral

 benéfico, ficamos atrelados ao Ministério da Cul-

tura e não ao Ministério da Educação. Em reuniãoque tive em Brasília com o Ministro Gilberto Gil,ele me disse uma frase memorável: “Conheci-

mento é com o Ministério da Educação. Autoco-

nhecimento é com o Ministério da Cultura” que é

o nosso caso.

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MANTENDO OS JOVENS LONGE DAS DROGAS 

Se o nosso trabalho não servisse para mais nada,se não proporcionasse nenhuma outra contribuiçãosocial, ele seria válido apenas pelo seu aspecto demanter milhares de jovens longe das drogas.

O grande sonho de todo pai ou mãe é ter a certeza deque seu filho ou filha está em boa companhia e não vaise envolver com drogas, nem sair para a balada condu-zido(a) por um amigo alcoolizado na direção de umveículo assassino.

Durante um curso de da Nossa Cultura, o jovemVinicius Machado dirigiu-se a mim e fez umadeclaração pública que comoveu os presentes:

 – Professor. Quero lhe agradecer, porque vocêsalvou a minha vida.

Respondi que ele também estava salvando a vidade muita gente, pois também era instrutor do Mé-todo DeRose. Mas Vini explicou:

 – Não. Você salvou mesmo a minha vida. Eu tinha

um amigo e costumava sair com ele para a night .A gente enchia a cara e saía por aí. Hoje, depoisda aula, eu estou indo ao velório dele. Encheu acara, bateu com o carro e morreu. Eu podia estar lá, mas estou aqui, vivo. Por isso, digo que você

salvou a minha vida.

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Os pais reconhecem isso. Há tempos um pai me

 perguntou como conseguimos o que ele nuncahavia logrado: como conseguimos que a garotadase mantenha longe das drogas, da bebida e até dofumo?

 Na verdade, quem consegue isso é o ambientesaudável, é a boa companhia, são os demais jo-vens com quem o recém-chegado vai conviver.Ele vê aquela moçada bonita, corpos sarados,gente alegre e feliz. Ele quer participar daquelatribo. Mas para ser aceito pela galera tem que ser 

cara-limpa.

Fica-nos a sensação de confiança que recebemosdos pais e mães, e o sentimento de responsabili-dade com que devemos corresponder àquele pri-

vilégio. Felizmente, cada vez mais pais e mãescompreendem e apóiam seus filhos para que si-gam a profissão que tiverem escolhido.

NADA DE SECTARISMO 

Desaprovamos o sectarismo porque ele compro-mete o senso crítico, a capacidade de julgamento ea liberdade de ação do indivíduo. Nossos alunos eleitores são pessoas cultas, educadas, lidas e via-

 jadas. Em suma, pessoas amadurecidas e lúcidas.

Isso é uma verdadeira vacina contra seitas, sejam

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elas de cunho espiritual, político ou qualquer 

outro.Pleno de coerência, nosso Axioma Número Um,declara laconicamente: Não acredite. Não acreditena propaganda, nem nas notícias que chegam pe-los jornais. Não acredite na informação mais ho-nesta, transmitida pela pessoa mais sincera, poisaté essa sofreu distorção. Não acredite em mim enão acredite no que fala contra mim. Porque todasas “verdades” são relativas a uma ótica particular,dependendo do observador. Todas as afirmações

aureoladas como verdades, sofreram as distorçõesde cultura, neuroses e interesses dos que asaceitam como reais.

Doutrinação não funciona para a nossa proposta.

Pessoas suscetíveis a aceitar catequese, de quemquer que seja, não são o nosso público. Não que-remos entre os nossos a síndrome de rebanho.Costumamos dizer que não somos nem mesmoovelhas negras, pois não admitimos sequer ser ovelhas. É preciso saber pensar livremente. Livre

 pensar não é sinônimo de questionar compulsiva-mente. Também por isso não somos ovelhas, nemnegras, pois não estamos contestando a forma deviver dos outros. Somos adeptos da diversidade deopções e da liberdade de escolha.

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O fato de não professarmos nenhum credo, não

 preconizarmos nenhuma terapia, não oferecermosnenhum benefício, torna nossa proposta cultural

 protegida contra qualquer eventual tendência aoequívoco.

SÓ TENHO UMA ESCOLA,NÃO TRABALHO COM FRANQUIA,E NÃO COBRO ROYALTIES 

As Entidades Credenciadas ao nosso Método(escolas, espaços culturais, associações, federa-

ções) são todas autônomas e cada qual tem o seu proprietário, diretor ou presidente. Não trabalha-mos com franquia1. Utilizamos o sistema decredenciamento de entidades autônomas. Essasentidades autônomas não pagam nada ao DeRose,

não têm nenhum vínculo jurídico, administrativo,fiscal, comercial ou trabalhista com o DeRose.

Então, o que eu, DeRose, ganho com isso? Digni-dade e um bom nome valem mais do que dinheiro.Trata-se de um acordo de cavalheiros. Os creden-ciados nos proporcionam um trabalho sério, o qual

 beneficia o nome; em retribuição têm o direito deusar nos seus produtos a mesma marca, que é

1 Há vinte anos experimentei o sistema de franquia, mas logo verifiquei que nãoera adequado para a minha proposta e nunca mais quis saber de franchising .

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muito respeitada no Brasil e principalmente fora

dele. Isso gera um círculo virtuoso que acaba be-neficiando a todos e estimulando a opinião públicaa buscar o ensinamento da Nossa Cultura em esta-

 belecimentos sérios e em bons livros.

Eu só tenho uma sede, na Alameda Jaú, 2000, emSão Paulo. Levam o nome DeRose as entidades(escolas, núcleos, associações, espaços culturais,federações) que reconhecem a importância danossa obra e que acatam a metodologia proposta

 por nós. É como a rede mundial de escolas

Montessori. São milhares. Nem por isso alguémacha que são filiais ou franquias da professoraMaria Montessori.

AÇÕES SOCIAIS E FILANTROPIA 

Tempos atrás tive uma idéia. Nossa instituiçãoconta com milhares de alunos matriculados nasescolas ou associações credenciadas; e mais de ummilhão de alunos informais à distância, queestudam pela internet, pelos meus livros, vídeos eCDs sem pagar nada, pois podem baixar essematerial didático gratuitamente do nosso website.Isso representa um exército que se for bemorientado pode prestar inestimáveis serviços àcomunidade.

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Considerando apenas os alunos formalmente ma-

triculados, se cada um doasse um real por mês poderíamos construir várias casas populares todosos meses para as populações carentes. Poderíamosconstruir um hospital ou uma escola todos osanos! Mas logo percebi que, embora lindo, esse

ideal poderia me vulnerabilizar por envolver di-nheiro. Então optei por outra forma de ajudar osdesvalidos. Passei a encorajar nossos voluntários aque se engajassem em todas as campanhas nacio-nais, estaduais e municipais, tais como a Campa-

nha do Agasalho, Natal sem Fome e a ajuda vo-luntária a entidades de assistência do seu bairro eda sua cidade. Assim, não mexemos com dinheiro,mas conseguimos uma participação relevante nasações sociais que já existem. Cultivando o instinto

de ajudar, nossos alunos começam a tomar inicia-tiva própria de efetuar donativos, bem como visi-tar orfanatos, asilos e outras instituições para au-xiliar no que for possível.

Em Portugal, nossas escolas destinam uma parte

da mensalidade de cada aluno para a Unicef daUnião Européia, o que nos valeu uma medalhadessa entidade. Em 2007, tive o privilégio de re-ceber o título de Membro Honorário do Rotary.Junto a ele, terei a oportunidade de servir bem

melhor à comunidade.

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Em 2008, fomos agraciados pelo Governador do

Estado de São Paulo com o Diploma Omnium

 Horarum Homo, da Defesa Civil. Em virtude dasnossas atuações nas causas sociais e humanitárias,no dia 2 de dezembro de 2008, recebemos umamedalha da Associação Paulista de Imprensa. Nodia 4 de dezembro de 2008, fomos agraciados coma medalha Sentinelas da Paz, pelos Boinas Azuisda ONU de Joinville, Santa Catarina. No dia 5 dedezembro, recebemos, na Câmara Municipal de

São Paulo a Cruz do Reconhecimento Social eCultural. No dia 9 de dezembro de 2008, recebe-mos no Palácio do Governo a medalha da CasaMilitar, pela Defesa Civil, em virtude da partici-

 pação nas várias Campanhas do Agasalho do Es-

tado de São Paulo e na mobilização para auxiliar os desabrigados da tragédia de Santa Catarina. Nodia 22 de dezembro de 2008, recebemos mais umdiploma de reconhecimento da Defesa Civil noPalácio do Governo.

Mencionamos esses reconhecimentos apenas parailustrar o engajamento e participação dos nossosalunos e instrutores nas causas sociais e huma-nitárias.

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AULAS GRÁTIS ABERTAS AO PÚBLICO 

Paralelamente ao trabalho realizado pelas nossasescolas em suas dependências, mantemos práticasgratuitas e abertas a todos em parques, jardins e

 praias em várias cidades do Brasil e em diversosoutros países pelos quais o nosso Método se di-fundiu.

Saiba mais sobre a Nossa Cultura, visitando o blog do DeRose:

www.MetodoDeRose.org/blogdoderose

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EXPLANAÇÃO SOBRE A

NOSSA CULTURA

Transcrição da entrevista concedida ao jornalista AntónioMateus, no Palácio Pestana, em Lisboa, no ano de 2009,transcrita por Alexandre Montagna e simultaneamente por Renata Coura e Maicon Casagrande, com a colaboração deCaio Martareli, Priscila Ramos, Raffa Loffredo, Taline

Mendes, Rômulo Justa e Alessandra Filippini.

Depois de transcrito, o texto abaixo foi revisado e conver-tido de linguagem coloquial em linguagem escrita. Trechosforam suprimidos ou inseridos em benefício de umamelhor redação.

A sua cultura promove um indivíduo mais lú-cido, mais consciente, mais interventivo na so-ciedade. É isso?

A proposta é essa. A proposta é que através de

um conjunto de técnicas e um conjunto deconceitos nós possamos levar a pessoa comum aum estado de consciência expandida. Se isso vaiser obtido ou não, vai depender de umaconstelação de fatores. Entre eles, a própria

genética do indivíduo. Quanto à partecontrolável, vai depender da dedicação, do

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investimento de tempo na prática dessa filosofia

e também do ambiente onde a pessoa vive.Porque vai depender muito da bagagem culturalque ela traz, da profissão que ela exerce, da idadecom a qual começou.

É possível esculpir um indivíduo diferente,mais interventivo na sociedade?

Cada indivíduo é uma realidade distinta. As pró- prias técnicas, por exemplo, de hiperventilaçãocerebral, vão reagir diferentemente de um indiví-

duo para o outro.

Mas o senhor tem uma intenção, tem um des-tino que quer cumprir no esculpir desseindivíduo?

Sim. A meta que nós queremos alcançar é conce-der a essa pessoa um estado de hiperconsciência,um estado de megalucidez. Que, na verdade, é adireção na qual a humanidade está caminhando.

Quando as sociedades dos nossos dias não têmum perfil nem de indivíduo nem de sociedade emsi, a sua cultura pode ser a proposta que falta.Esse indivíduo, obviamente diferente, maislúcido, mais consciente, que impacto real ele tem

na sociedade? Em que ele pode fazer a

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diferença?

Quando o indivíduo tem mais lucidez, a primeiracoisa que ocorre é que ele vai exercer melhor oseu trabalho, a sua posição na família, o seu en-gajamento em qualquer ideal, seja ele político,humanitário, filantrópico, artístico, seja lá qualfor. E, além do mais, ele se sente integrado.Quando o indivíduo ainda não tem umaconsciência plena, ele acha que o mundo sedivide entre "eu e os outros". No momento emque a consciência se expande, ele percebe que

não existe essa coisa de "eu e os outros". Somostodos uma só coisa, estamos todos interligados,não apenas dentro da espécie humana, mas entretodas as espécies e com o próprio planeta, com o

 próprio cosmos. E esse estado de consciência

expandida é alcançável. Mas, geralmente,quando uma pessoa menciona a sua pretensão, asua intenção de conseguir tal estado deconsciência, um outro que não imagine o que éisso, que não tenha lido a respeito, que não tenha

estudado, que não tenha se esclarecido, podesupor um ideal inalcançável, pode supor umafantasia. Acontece que muita gente já logrou esseestado de consciência.

Esse estado de hiperconsciência, de megaluci-

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dez, traduz-se em quê no dia-a-dia?

 No dia-a-dia, traduz-se em uma participaçãoobjetiva, que nós chamamos de ação efetiva.Porque muita gente tem iniciativas, mas poucastêm acabativas. Então, uma das coisas que umaconsciência maior nos concede, é perceber quenão adianta apenas o discurso, não basta aintenção, é preciso levar a cabo. É necessário ter a iniciativa, a acabativa, o resultado final, para avida deste indivíduo, para a sua família, para osseus amigos, para os seus desamigos, para toda a

sociedade, para a responsabilidade social, pararesponsabilidade ambiental, ou seja, ele vaiexpandindo o seu campo de atuação, ele deixa deser um indigente, ele deixa de ser um indivíduoque não é ouvido, que não tem voz, nem voto.

Ele passa a ser uma pessoa que atua e quemodifica o mundo em que vive. E como essa

 pessoa, em geral, é uma pessoa que tem nobresideais, ao modificar o mundo em que vive,modifica-o para melhor.

Como é que a sua cultura faz isso sobre o indi-víduo? Que instrumentos, que ferramentas éque dispõe para fazer isso?

A Nossa Cultura! Eu chamo de “Nossa Cultura”

com N maiúsculo e C maiúsculo, porque é um

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conjunto de conceitos, é uma filosofia, é um sis-

tema de vida. Essa Nossa Filosofia, essa NossaCultura, propõe isso através de uma reeducaçãocomportamental progressiva e espontânea. Nãosomos a favor de doutrinação, portanto, doutrina-ção está excluída. Não somos também a favor de

repressão. Sem doutrinação e sem repressão, omelhor caminho é o exemplo. É a convivência. Éo que nós chamamos de egrégora. É conviver com o poder gregário, de um grupo que já estádedicado a esses ideais. E, a partir daí, os

conceitos são incorporados com muito maisfacilidade. E as técnicas, isso aí já é uma questãode dedicação individual, de praticar, de executar tais técnicas.

Pode-se comparar esse tipo de intervenção comoquem afina uma orquestra? Vamos reunir osviolinos, as flautas, e pô-los todos a prestaremum comportamento numa mesma direção?

Certamente que é. Nós geramos uma sincronia

entre todos os elementos que nos constituemcomo um ser humano. Não apenas corpo emente, mas corpo físico, emocional, mental,intuicional, enfim, todos os elementos que vãosinergizar-se, como você muito bem

exemplificou, como uma orquestra. Depois, nós

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vamos extrapolar para além do indivíduo. Não

queremos que o nosso praticante se restrinja aatuar dentro do seu pequeno mundinho, do seuuniverso pessoal. Extrapolando, essa orquestra

 passa a ser também a orquestra da família, aorquestra do trabalho que ele executa, a orquestra

da sua arte, de todos os elementos, pessoas,indivíduos, circunstâncias, daquele ambiente. Àmedida que vai ampliando seu campo de atuação,você chega a considerar que o mundo é muito

 pequeno, porque alcança as pessoas, através de

veículos diversos. Outrora, era através da escrita,através de livros, antes deles, pelos pergaminhos.Hoje conseguimos atingir as pessoas por veículoseletrônicos, conseguimos estar, num momento,escrevendo em nosso computador e ao mesmo

tempo sendo lidos, sendo acessados por pessoasem todo planeta.

Carl Sagan defende, pelo oposto, um sujeitoque é contaminado pela sociedade, que é polu-ído pela sociedade. A Sua Cultura promove ooposto. Promove um indivíduo ativo, consci-ente, interventivo.

Eu concordo com ele. A sociedade contamina oindivíduo. Mas o indivíduo tem o poder de

contaminar a sociedade. Isso parte da proposta de

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você realmente perceber que a sociedade tem

esse poder, que todo o ambiente cultural em queuma pessoa vive, tem poder sobre nós. De fato,somos produto, nós somos frutos do ambiente, dacultura em que fomos educados, na qualvivemos. Se tivermos consciência disso, desse

 poder do ambiente de nos contaminar, e nosrecusarmos a aceitar passivamente essacontaminação, então nós inverteremos o processoe passaremos a influenciar a sociedade, a culturae o mundo em que vivemos.

Essa contracorrente do sujeito ativo, e nãopassivo, entronca naquilo que referi aoprincípio, que é a perspectiva do indivíduomais lúcido, mais consciente. Essa lucidez

também tem a ver com o indivíduo aperceber-se de como a influência exterior lhe pode serdanosa, é isso?

Sim. Mas é preciso lembrarmo-nos de que esta proposta, embora revolucionária em termos com-

 portamentais, não é agressiva, no mau sentido. Não é violenta. Ou seja, nós não estamos indocontra o que já está estabelecido, nós não quere-mos que as pessoas simplesmente mudem e ado-tem a Nossa Filosofia. A proposta é: quem já

estiver pensando dessa forma, não se sinta um

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avis rara. Que esses indivíduos sintam que há

outros que pensam da mesma forma. E, então,nós podemos nos reunir, comungar um mesmoideal e compartilhar as ideias, os conceitos, as

 práticas, a maneira de viver, a maneira deconstituir amizades, constituir relações afetivas,

de uma forma que nós consideramos maiscivilizada, que é muito mais amorosa, muitomais tolerante.

Certa vez uma jovem aluna do nosso Método nosescreveu uma linda cartinha que terminava di-

zendo: "Sempre me senti o coringa do baralho eagora encontrei um baralho em que todas ascartas são coringas."

Porque Vossa Cultura não traz só uma pro-

posta interior, do indivíduo, é também naforma como ele se relaciona com os seres hu-manos à sua volta, com o mundo físico à suavolta. Há uma nova estética e uma novaética?

Certamente, porque o conceito de um interior  pressupõe que haja uma dicotomia entre interior e exterior. E a Nossa Cultura não entende oindivíduo, nem o mundo, como uma coisaseparada. Um corpo e alma, por exemplo. Um

antagonismo entre o espiritual e o natural, o

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físico, o corporal. Então, nós entendemos que

interior e exterior são uma coisa só. Que estandointegrados, nós conseguimos realizar muito maise muito melhor, muito mais bem feito o nossotrabalho. De nada adianta que consigamos

 proporcionar uma evolução pessoal a um

indivíduo se isso não for se reverberar nasociedade, no mundo, na humanidade e até nomeio ambiente. Um mais elevado nível deconsciência forçosamente desencadeia uma novaestética e uma nova ética em relação aos valores

que hoje estão vigentes. Por outro lado, nada doque proclamamos é novo.

Quando os governos dos nossos dias pouco ounada se preocupam com o perfil de indivíduo

a definir, com o perfil de sociedade a alcançar,a não ser no plano puramente material, doacerto de contas financeiras, é preciso haverum novo olhar sobre a qualidade doindivíduo. E a sua proposta de Culturaresponde exatamente a isso. É um sujeito maislúcido, mais ativo, e que sabe para onde elequer caminhar?

Exatamente. E sempre sob a égide da tolerância.Porque, se não for assim, nós estamos correndo o

risco de inventar uma religião nova, o que não é

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absolutamente a intenção. A nossa é uma

 proposta educacional, uma proposta cultural, delevar o indivíduo a um patamar mais elevado decivilidade, de cultura, de educação, de sensoartístico, de sensibilidade e, como você disseantes, de ética e de etiqueta também. A etiqueta é

uma pequena ética. Quer dizer, temos a grandeética, e temos aquela ética, aquela etiquetaaplicada ao dia-a-dia, no relacionamento dentrode uma sociedade específica, na qual nós

 precisamos nos adaptar. Porque quando expomos

uma proposta abrangente como esta, temos deconsiderar que existe uma cultura cristã, masexiste uma cultura hindu, uma cultura judaica,uma cultura islâmica e nós não podemos sugerir uma proposta que se adapte apenas a uma dessas

culturas.Isso muda completamente a dinâmica domundo à nossa volta. Que possibilidades é quese abrem?

As possibilidades são múltiplas e bem abrangen-tes. No entanto, a realização é sempre lenta, por-que a mudança de paradigmas é muito difícil

 para o ser humano. Nossos circuitosneurológicos foram projetados de uma forma

que, a partir do momento em que aprendemos

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um determinado conceito, um determinado

código de procedimento, não conseguimosmudar. É muito difícil mudar. Então, quandotransmitimos este ensinamento, devemos noslembrar de que é um ensinamento basicamente

 para um público jovem, adulto jovem. Adulto

 jovem, é aquele que está na ativa, é aquele queestá na dinâmica empresarial, política, artística,enfim, em qualquer área. Essa pessoa temcondições ainda de processar uma transmutaçãona sua maneira de ser. Tem condições de in-

corporar uma nova práxis. E quem o tiver, nomeu entender, é um adulto jovem.

Martin Luther King legou-nos um sonho queele tinha – “ I have a dream”. O John Lennon

pintou com música – “ Imagine”. Nelson Man-dela trocou a sua liberdade por esse sonho. Ovisionário DeRose, como é que configura essesonho?

Eu não diria visionário. Porque o nosso trabalho

é muito terra-a-terra, é muito objetivo, vai direta-mente ao indivíduo no mundo em que ele vive.Ou seja, sem subjetividades, sem teorizações,sem suposições. Ideais, sim. Mas dentro de umcuidado muito grande para que esses ideais não

se tornem fanáticos. O fanatismo tem que ser 

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evitado. Mas a intenção é justamente conduzir 

estes conceitos a que o indivíduo possa aplicá-losde fato. Que não seja apenas uma linda proposta,um lindo discurso, mas que ele realmente cheguelá na sua empresa e faça isso funcionar,modificando a estrutura do seu negócio,

modificando a administração da empresa,tornando cada funcionário, cada colaborador seu,um indivíduo que tem um valor, que tem um

 potencial, que tem uma criatividade e que é umser humano. Não no sentido obsoleto de entender 

o funcionário e o empresário como forçasoponentes num cabo de guerra, mas colocandotodos a tracionar na mesma direção, direção essaque é o progresso individual e, por consequência,o progresso da sociedade.

Quando o senhor imagina, vamos pegar no “ Ima-

 gine” do John Lennon, quando o senhor sonha umfuturo, sonha o quê? Vê o que no fim dessaviagem?

 No “Imagine” eu vejo um credo. O que ele propõe é realmente revolucionário. Até me causaespécie que não tenha havido reações maisvirulentas contra aquelas propostas, porqueLennon exorta o indivíduo a superar as

limitações de pátria, as limitações de fronteiras.

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Isso obviamente não agrada nada à maior parte

da população, dos governantes, dos poderesconstituídos. Querer que todos sejamos um só

 povo, uma única humanidade. E ao propor “no

religion too”! Era de se esperar que todas asreligiões censurassem a ousadia. Mas não

aconteceu isso. A música é linda e o que nósvemos é que a sua letra é aceita por todos,inclusive pelos governantes, pelos poderes cons-tituídos, pelas religiões em geral. As pessoasgostaram da mensagem de Imagine porque

Lennon soube como expressá-la com arte eestética.

Mas o senhor quando mobiliza os seusinstrutores, a sua família, a sua egrégora

DeRose, está a configurar um futuro. Onde é ohorizonte que configura para esta suapassagem pela vida?

Eu diviso, a curto prazo, pessoas mais felizes emais saudáveis, com uma qualidade de vida me-

lhor. Porque isto é o que as nossas técnicas pro- porcionam. Em primeiro lugar, maior qualidadede vida. A médio prazo, eu vejo prosperidade. Alongo prazo, autoconhecimento.

Uma pessoa que tem melhor qualidade de vida,

que tem mais tolerância, que sabe lidar com o ser 

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humano, que sabe lidar com seus superiores hie-

rárquicos ou com seus comandados, sabe lidar com seus clientes, com seus fornecedores, sabelidar com seus amigos e com a sua família, comas suas relações afetivas, essa pessoa está nocontrole. Converte-se em um líder. Um líder 

sereno, carismático dentro do seu respectivoambiente. Então, a médio prazo, isso proporcionaestabilidade. Estabilidade na relação afetiva,estabilidade na família, estabilidade no trabalho.A conseqüência é prosperidade.

Eu já estou nessa caminhada há meio século. Du-rante estes cinquenta anos de profissão, tenho ob-servado que de fato as pessoas que seguem a

 Nossa Cultura, a médio prazo, começam a con-quistar a estabilidade, a prosperidade, mais felici-

dade, maior expectativa de vida.O aumento da expectativa de vida é conferido,inclusive, pelos bons hábitos que são propostos.

 Nossa Filosofia ensina a não utilizar drogas, anão utilizar álcool, não utilizar fumo. E buscar hábitos saudáveis. Isto, muito longe de tornar avida sem graça, torna-a muito mais interessante,

 porque aumentando a sua lucidez de formanatural, você não está sob influência de drogaalguma. Então, se você não está sob o jugo denenhuma dessas substâncias tóxicas, que

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interferem com a consciência,

inquestionavelmente, desfruta de mais felicidade,mais lucidez, percebe o mundo de uma outramaneira e, consequentemente, o mundo e a vidaficam muito mais divertidos. Essa pessoa ficamais feliz de forma verdadeira. E, a longo prazo,

a proposta é aquele estado de consciênciaexpandida que nos conduza aoautoconhecimento.

Esse é o objetivo no âmbito individual?

 No âmbito individual, o autoconhecimento. Se umdia, a humanidade conseguir chegar a esse estado,nós vamos ter uma humanidade muito diferenteda que temos atualmente, porque hoje nós

 partimos para soluções drásticas. Nós sempre

observamos que, em um mesmo momento, váriasnações estão em conflitos armados. Seconseguíssemos que, senão toda a humanidade,

 pelo menos aqueles que têm o poder de decisão,aqueles que podem criar leis, aqueles que podem

declarar guerras, se todos esses estivessem em umestado de consciência melhor, mais expandido,nós teríamos um mundo muito mais harmonioso.Hoje, nós vemos que, muitas vezes, em muitos

 países, o governante não quer o bem-estar e a

evolução do povo. Até porque, se o povo ficar 

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mais lúcido, é capaz de tirá-lo do poder.

Considerando o nosso ideal, nós [a humanidade]não estamos em um momento bom. E a de-monstração disso são, justamente, esses conflitosque nós observamos em várias regiões do globo.Mas se, passo a passo, gradualmente, sem

nenhuma intenção de converter pessoa alguma,aos poucos, isso der certo, no sentido de umaexpansão para a população em geral, eu acreditoque realmente nós vamos ter, num futuro, ummundo muito diferente.

O século XXI já está diferente se nós comparar-mos a qualidade de vida e o nível de consciência,não apenas de cultura, não apenas de informação,não apenas de ilustração, mas o nível deconsciência mesmo da maior parte da população

comparada com 200 anos, 500 anos atrás, 800anos atrás, nós estamos numa curva ascendente.

O senhor regride aos alicerces do nosso existirno (livro) “ Eu me lembro”, como quem ganha

balanço em recuo para um salto. Esse saltoleva-nos para onde?

O livro “ Eu me lembro” é um conto ambientadonum local, num período, numa civilização emque, até onde nos consta, pela história, pela

arqueologia, habitava um povo que vivia em

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harmonia. A população tinha qualidade de vida,

o cidadão era respeitado. Não se encontraramconstruções faraônicas para os monarcas, nem

 para o clero, mas encontraram-se casas muitoconfortáveis para a população. Estamos nosreferindo a um período proto-histórico que está

situado imediatamente antes do surgimento dosregistros históricos. Os historiadores recorreram,muitas vezes à arqueologia, para poder montar um pouco da história daquele povo.

Estamos falando de 5000 anos atrás, 3000 antes

de Cristo. E nessa época, nessa civilização,chamada Civilização do Vale do Indo, já haviacidades extremamente bem urbanizadas,saneadas, as casas do povo eram prédios comdois andares, e mais, com átrio para ventilação

interna, com o banheiro dentro da casa, com águacorrente. Mas isto, 3000 antes de Cristo, équalquer coisa de inacreditável. Os própriosarqueólogos quando encontraram suas ruínas,recearam comunicar a descoberta às academias

de ciências, receando ser tidos por imprecisos.Então, as descobertas foram sendo comunicadasgradualmente. Convidaram outros arqueólogos,de diversos países, a que fossem lá constatar.Porque era realmente uma civilizaçãoexcepcional para a época e até comparada com

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algumas regiões do nosso planeta atualmente.

Então, imagine que, aquela ambientação na qualessa história, esse conto, essa ficção (o livro Eume lembro...), se baseia, é a de um povo feliz, éde um povo saudável, estável, próspero dentrodos limites do período histórico. E recuando para

essas origens, diríamos, muito próximo dasorigens da civilização mesma, nós aprendemosalguma coisa com eles. Algo que foi perdidodepois.

As sociedades primitivas, não-guerreiras, todas

tenderam ao matriarcalismo (como é o caso dacivilização do Vale do Indo) e as sociedades

 patriarcais, todas foram guerreiras. Com achegada dos arianos em 1500 a.C., ocorreu aconsequente introdução do sistema patriarcal

naquela região. Desde o passado remoto, osistema patriarcal tem vivido da guerra.

Por outro lado, a sociedade matriarcal, privilegiaa mãe, o carinho, o ventre, o seio... é uma outraforma de ver o mundo, uma outra proposta paraadministrar a família e o próprio Estado. Semguerras, esse povo obviamente consegue dedicar seu tempo e os seus recursos econômicos à arte,à cultura, à ciência e à filosofia. Tudo isso, semrepressão, porque a sociedade matriarcal, em ge-ral, não é repressora. Então, sem repressão, ima-

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gine até onde puderam se expandir os impulsos

artísticos e culturais daquele povo.

No “ Eu me lembro...”, o senhor recua a umpassado onírico e depois transporta-nos poruma realidade mais palpável, onde aspectos

tangíveis, como os instrumentos de escrita, aprópria linguagem, já são mensuráveis. Équase como se fosse uma visão antropológica.Como o senhor não dá um ponto sem nó, quernos levar para onde com esse transporte?

 Não nos esqueçamos de que toda a descrição éuma fantasia, porque nesse livro, “ Eu me

lembro”, eu discorro sobre memórias de um passado, mas esse passado não é nada espiritual,é uma história. Então, levando o leitor até aquela

realidade cultural, até aquela civilização, atéaquela maneira de ser, eu estou sugerindo umareflexão do indivíduo a respeito da validadedaquela maneira de se relacionar com os filhos,com os pais, com os amigos, com os inimigos,

com a pessoa amada. Então, talvez o conteúdo dolivro possa fazer uma contribuição aoaprimoramento individual. Agora, onde está afronteira entre a fantasia, a ficção, o mito e arealidade, isso eu deixo para que o leitor descu-

 bra.

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No entanto, a segunda parte do livro, já tem

um cariz quase antropológico, já não é umaficção pura?

A ficção à qual eu me refiro é o conto em si. Euutilizei o máximo possível de elementos palpá-veis, de fatos reais, de dados históricos paraconstruir o alicerce do conto. Eu vejo a

 possibilidade de que a pessoa, primeiro, sejaconquistada pelo coração, por isso o início dolivro é muito doce, muito meigo, depois ele éromântico, e finalmente ele é, digamos, mais

filosófico. Na parte final, ele perde um pouco dadoçura, porquanto na idade madura tornamo-nosmais realistas. É a história de uma pessoa quecresce. Primeiro é criança, então tem uma visãomais imaginativa do mundo. Depois torna-se

adulto. Naquela época o homem tornava-seadulto aos 15 anos de idade, era a idade em que

 já estava apto a reproduzir, constituir família. Eenvelhecia cedo, já era um senhor aos 30 anos deidade. Nesse momento, ele já vê o mundo de

uma maneira mais consistente, mais cuidadosa,mais prudente. Eu tento transmitir no texto um

 pouco da nossa filosofia, não muito, apenas um pouco, porque o livro é pequeno. É um dosmenores livros que eu escrevi.

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Pode ser menor em tamanho, mas eu senti que

era o elemento mais instigante, porque há va-rias leituras a fazer por trás.

Sim, inclusive uma leitura revolucionária, no bom sentido. Uma leitura que subverte os maushábitos e a estrutura de parca civilidade do nossomundo. Não na intenção de demolir nada, mas nosentido de sugerir que o leitor pare e pense:"Afinal, essa proposta parece interessante! Quemsabe, nós podemos adotá-la? Vamosexperimentar, vamos usar isso na família, vamos

aplicar esses procedimentos com os nossosamigos."

Quando o senhor, por exemplo, promove, em umdos seus pensamentos, defender a liberdade como

primeiro pilar da nossa existência e, quando ela sechoca com a disciplina, primar sempre pela liber-dade.

Esse pensamento é bem categórico. Ele proclamaque a liberdade é o nosso bem mais precioso.

No entanto, pela oposição, nós precisamos ter umadisciplina interior e existencial para defender osvalores. Onde é que as duas fronteiras se cruzam?

A continuação desse pensamento diz que se adisciplina violentar a liberdade, opte pela

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liberdade. Como é que nós vamos temperar essas

duas forças? A disciplina é fundamental, mas, sea disciplina de um grupo especifico, qualquer grupo que seja, um grupo político, um grupo deesporte, um clube de futebol, não importa o quê,se este grupo tem normas e tais normas, tal

disciplina me violenta, eu devo priorizar aliberdade. Fazendo o quê? Brigando, indocontra? Não! Afastando-me. Obviamente, talgrupo não serve para mim. Esta empresa, estecolégio, esta faculdade, este clube, não serve,

 porque suas normas me violentam. Então, eu saio procurando preservar as amizades e vou procurar a minha turma. Se nós fizermos isso, ao invés dequerer bater de frente, conseguiremos desfrutar uma vida muito melhor. E é claro que eu respeito

quem pensa o contrário. Há quem tenha aopinião de que, para defender um ponto de vista,nós precisamos brigar, gritar, insultar, agredir,fazer escândalo. É uma questão detemperamento, de educação, de caráter. Está

 bem. Mas esse é um outro grupo. Sempre que possível, procuro ficar distante dele.

O senhor, por exemplo, defende a disciplina, o

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rigor, a farda, o vestir da camisola2, e esse

coletivo pressupõe uma secundarização doindivíduo. É correto isso?

 Não, não é. Nosso discurso pressupõe que tudo quevocê disse é válido, desde que não violente oindivíduo. Não pode violentar a liberdade dele e temque estar bem assentado sobre a tolerância. Se nósconseguirmos esse amálgama, que é alquímico,encontramos ali o equilíbrio do fio da navalha. Porquerealmente é um equilíbrio sobre um caminho muitoestreito. Uma brisa faz com que você se incline para

um lado, para o extremismo da intolerância, dadisciplina que tem que ser cumprida a todo custo, ou

 para o outro lado, da tolerância excessiva, dacomplacência com a falha.

Sua Cultura trabalha, por outro lado, sobre osextremos. Nós devemos trabalhar sobre aquiloque são as nossas dificuldades, os pontosmenos bons, ou os pontos que são maispositivos?

 Não sei se eu colocaria dessa forma, porquecolocando assim nós, de uma certa forma,cristianizamos um pouco esse conceito,

2 "Vestir a camisola" em Portugal tem o sentido de "vestir acamisa" no Brasil.

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exacerbando a noção do bem e do mal. E a nossa

 proposta é a de que tenhamos sempre aconsciência de que bem e mal são semprerelativos. "Você está fazendo errado." Maserrado em relação a quê? Com relação a quemomento? Richelieu disse, certa vez, que ser ou

não ser um traidor é uma questão de datas. É um pouco isso, a respeito do certo e do errado. Emque sociedade, em que religião isto é certo ouisto é errado? Você entra numa igreja católica etira o chapéu em sinal de respeito. Aí você entra

numa sinagoga e coloca-o, em sinal de respeito.Eu me lembro de que uma vez nós fomos visitar um templo sikh, na Índia, e eles pediram para co-

 brirmos a cabeça. Até a câmera que eles mesmosusavam para gravar o ritual, era coberta em sinal

de respeito, com um tecido branco. Conclui-se, portanto, que tudo é convenção. E nós temos queestar conscientes disso cada vez que nos deixar-mos conduzir, dentro da tradição que recebemos,que é a do bem e do mal. “Este é o seu lado

mau”. “Isto foi um erro cometido”. Talvez,observando sob outra ótica, não seja bem assim.É melhor considerar: isto talvez não tenha sidoconveniente, neste momento, ou neste grupo.

 Não que seja mau, ou que seja errado. Outrosútra diz que mal é o nome que se dá à sementedo bem. Porque tudo o que você passou na vida

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de “mal” ou de “mau”, você pode observar que,

em seguida (ou já, ou logo depois), produziu umfruto muito bom.

Realizando a lucidez do cidadão consciente, oindivíduo lúcido, na viagem para o estado de

hiperlucidez, esse sujeito tem que ter umavisão para onde caminha. Como quem vaifazer uma corrida de fundo, ele tem quesaber, para se automotivar, para onde elecaminha. A Sua Cultura, como é que o

impregna desse sentido objetivo? Nós procuramos ver como se fosse uma viagemlinda que você está fazendo de trem e que sabeque o percurso conduz a um determinadodestino. Mas você olha a bela paisagem do lado

de fora, conversa com um amigo do lado dedentro, vai até ao vagão restaurante, delicia-secom uma comidinha, recosta, dorme um pouco.Você usufrui. Você desfruta do prazer daviagem. E, assim, chega mais rápido. E se o

indivíduo ficar só pensando: "eu tenho quechegar; o meu destino, o meu destino, o meudestino". A viagem fica desagradável e parecemais longa. Com relação à nossa meta, arecomendação é: não se preocupe com a meta.

Vamos desfrutar a comunidade, as pessoas. As

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 pessoas que, em geral, seguem este sistema, são

 pessoas interessantes, são pessoas bonitas, por dentro e por fora, são pessoas educadas,sensíveis, que têm assunto para conversar comqualquer interlocutor.

No entanto, quando nós vemos, por exemplo,uma sociedade conservadora que, vamos ima-ginar, por exemplo, defende que a mulherdeve ter um papel na sociedade, que deveviver para o marido, para os filhos, para as

aparências, o estado de lucidez permite a eladerrubar essa fronteira. A sociedadeconservadora não hostiliza imediatamenteessa lucidez?

 Não, porque nós não criticamos a postura tradi-

cional em muitas sociedades hoje vigentes nomundo. E como a Nossa Filosofia não tem inten-ção de catequizar, não é uma coisa que queira seexpandir e, enfim, tomar simpatizantes de outrossistemas filosóficos, muito menos dos religiosos.

Por esse motivo, nunca houve uma reação nega-tiva, nunca houve uma oposição com relação aesta proposta.

Mas pode haver no âmbito das células familia-

res. Por exemplo, se eu desconheço determi-

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nada luz, sinto-me perdido no meu túnel de

sombra e, de repente, aparece uma luz nofundo desse corredor, que pode ser, suponha-mos, a Sua Proposta, e eu, de repente, passo acaminhar com outro alento nessa direção. E seo túnel de sombra é criado pela estrutura con-

servadora que a sociedade foi montando à mi-nha volta, eu torno-me rebelde. Pelo menoscaminho numa direção oposta. Essa cisão nãocria anticorpos?

Quando num casal, numa estrutura familiar, um dos

dois cônjuges adota esta filosofia e o outro não, even-tualmente, pode ocorrer inicialmente alguma dificul-dade de comunicação, como se só um dos dois ado-tasse um partido político, diferente do [partido] dooutro cônjuge, ou um time desportivo, contrário ao

time do outro cônjuge. Isso pode gerar um atrito mo-mentâneo, caso não se verifique uma atitude de com-

 preensão, carinho e respeito. Se você evoluiu, se ado-tou uma filosofia que tem pretensão a uma evoluçãomaior, uma civilidade maior, uma lucidez maior,

quem mudou foi você. Porque os dois se casaramdentro de uma determinada visão que um tinha dooutro, e cada qual gostava do outro como ele era.Criaram-se regras e você mudou as regras do jogo, nomeio do jogo. Quem está errado não é o cônjuge, que

está reagindo mal. Então, você precisa ter mais

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 paciência, tem que ter mais tolerância, deve tentar 

içá-lo, sem forçá-lo a isso. Talvez consiga incentivá-lo a adotar o mesmo estilo de vida através doexemplo, pela sua forma de agir, mostrando que hojevocê é uma pessoa muito melhor para ele ou para ela.

E se a outra pessoa preferir viver em outrotipo de referências. Por exemplo, quiser viverpara as aparências e não para o conteúdo dobolo?

Tem sido raro. O que nós temos observado é que,

se ocorrer o processo que eu mencionei, de tole-rância, de paciência e de carinho, cativando a ou-tra pessoa ao invés de cobrar dela uma postura, ocônjuge, geralmente, acompanha. Porque gostado que está vendo. Seja marido, seja mulher,

nota que o outro melhorou. Melhorou como paiou mãe, melhorou como marido ou esposa,melhorou como amante, melhorou comocompanheiro, como amigo. Então, em geral, eleou ela acaba aceitando de bom grado e adotando

a mesma filosofia de vida.

No “ Encontro com o Mestre”, o pós-imberbe De-Rose encontra-se com o DeRose já maduro, jáconsciente. O que é que o Mestre já consciente

diria hoje ao DeRose pós-imberbe? Seria a

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mesma coisa que disse no livro?

Iria resultar no mesmo desencontro que eu expusno livro, porque ali era o autor com 58 anos, con-versando com ele mesmo aos 18. Foi uma ficção,em que o DeRose de 18 anos aparece na vida doDeRose de 58. Ele, então, discorda, discute, de-

 bate. Ele diz: "não pode ser assim; eu não con-cordo com isso; isto não pode ser". E o diálogoentre os dois, entre o jovem idealista de 18 e ohomem experiente de 58, pretende dar ao leitor um equilíbrio entre as duas opiniões, porque

muitos dos nossos leitores têm 18, 20, 25, 30, eoutros têm 50, 60, 70, 80. São dois universoscompletamente diferentes e o livro procura casar esses dois universos, mostrando que ambos estãocorretos, que tudo é uma questão de perspectiva.

Os dois equilibram-se? São uma mesma coisa?São dois olhares sobre a mesma coisa? Ou umé uma evolução sobre o outro?

Eu diria que, na verdade, os dois têm seus preconceitos, seus pré-conceitos. Ambosdiscriminam e ambos procuram não discriminar.Ambos tentam não ter preconceitos e aí, o maisvelho aprende com o mais novo, e o mais novoaprende com o mais velho.

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Nós tendemos a acrescentar na diferença.

Normalmente as pessoas lidam muito mal como que lhes é diferente, defendem-se, rejeitam,oprimem, suprimem, em vez de somarem-sena diferença.

Essas diferenças são muito importantes. Se todosos meus amigos só me fizessem elogios, euestaria cercado por bajuladores, como algunsmonarcas no passado e alguns empresários hoje.O que eu vou aprender com isso? Vou estar errando e todos vão dizer que estou acertando.

 Não vão me ajudar em nada. Mas quanto aosmeus críticos de plantão, quando eu ainda nemtiver chegado a errar e eles já estarão meapontando o dedo. Quem estará me ajudandomais? Quem estará me ajudando mais é aquele

que se considera inimigo, mas que, na verdade, émais eficiente do que os meus amigos ao

 promover o meu crescimento, porque me mostrao lado sombrio do que eu estou cometendo ou doque estou prestes a cometer. Ele aponta o erro e

eu posso corrigi-lo. Sempre comparo o amigo e oinimigo a uma árvore, em que as raízes, queestão nas trevas, que crescem para baixo, são osinimigos, porque estão nas trevas, mas sem osquais a árvore não fica em pé. A árvore precisa

das raízes e os inimigos são as raízes. Já os ami-

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gos são as flores, são os frutos lindos, maravilho-

sos, mas sem as raízes, não existiriam.

O senhor, neste outro livro que acabou de serlançado em Lisboa, dá logo o exemplo até nadedicatória da obra, porque dedica não só a

pessoas que o senhor admira pela luz. Podenos falar um pouco disso?

Há pessoas que, às vezes, por implicância, até por não conhecerem bem o outro lado, a outraverdade, atacam, difamam, agridem, injuriam,

excluem. Você pode se considerar um perseguido, injustiçado, pode se considerar uma pessoa infeliz, pode ficar ressentido. Ou pode perceber, numa visão de grande angular, queaquilo ali foi extremamente importante e você

 pode ser grato àquela pessoa. Mas comsinceridade. Não adianta ser grato comhipocrisia. Obviamente, tem que ser uma atitudeautêntica.

O cristianismo só ficou conhecido porque foi perseguido, senão teria sido uma pequena seita judaica que teria desaparecido logo depois. Masa perseguição deu visibilidade e, a partir daí, pes-soas que concordavam com aquele ponto devista, puderam conhecê-lo, fortalecer suas

fileiras e fizeram com que se perenizasse.

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Isso não é o que nós entendemos ou que a Sua

Cultura descreve como ahimsá? Não é otrocar o fel por mel, é algo muito maisprofundo?

 Nossa Cultura propõe um conceito de não-agres-são ativa e jamais passiva. Se você tiver maturi-dade e auto-estima, tem condições de compreen-der que determinada pessoa está sendo agressiva

 porque ela tem medo. Uma pessoa é agressivaquando teme.

Se aqui entrar a Jaya, que é minha weimaraner,um cão de grande porte, abanando o rabinho, nósvamos dizer: "que bonitinha, vem cá, deixe-mefazer um carinho." Mas, se entrar aqui, rosnando,mostrando os dentes, você logo diz: "tira esse bi-

cho daqui senão eu dou uma pedrada nele." Por que você ficou agressivo? Ficou agressivo porque sentiu medo. E assim é em todas assituações. Se você prestar atenção, analisar comimparcialidade, vai notar que, em todos osmomentos nos quais uma pessoa ficou agressivafoi porque ela sentiu medo, sentiu-se ameaçada,entrou em defensiva. Algumas pessoas são assimo tempo todo porque o mundo lhes pareceameaçador.

Se alguém lhe for agressivo, você pode, ou ter 

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uma reação imatura, que é: foi agressivo comigo,

devolvo-lhe agressividade e meia. Ou pode ter uma reação ponderada, de pessoa que temelevada auto-estima e que tem maturidade. Se foiagressivo comigo, eu tenho que compreender quevocê se sentiu agredido por mim, mas eu não tive

a intenção de agredi-lo; você se sentiu ameaçado por mim, mas eu não tive a intenção de ameaçá-lo; você talvez tenha tido um péssimo dia; talveztenha um péssimo casamento; não sei, talvez te-nha dificuldades, problemas na sua vida. E eu

vou devolver mais agressividade? Isso não vaime ajudar. Não vai ajudar a nossa relação, quer seja uma relação de negócios, se for uma relaçãode amizade, não importa o quê. Devolver agressividade é tentar combater o ódio com mais

ódio. Tentar combater fogo com gasolina. Essaatitude não ajuda.

Eu gostei muito da sua frase "devolver fel commel". É interessante, é mais ou menos isso. Por-que se a pessoa agrediu e você lhe retribui com

um sorriso, um sorriso sincero, aquela agressivi-dade se reduz. Reduz-se drasticamente.

Lembro-me de uma situação em que houve en-contro de duas linhas filosóficas de nomes quaseidênticos, mas que são antagônicas. Nesse encon-tro, entre as duas filosofias, uma senhora, profes-

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sora da outra linha veio caminhando na minha

direção, com o dedo em riste e disse: “DeRose,você isso, você aquilo!” E começou a me insultar em altos brados, com a intenção assumida de quetodos escutassem. Imagine a cena kafkiana: elaera professora de uma filosofia que prega o equi-

líbrio, a não-agressão e o autocontrole,insultando e agredindo outro professor, só por ser linha diferente! Todos pararam para ver qualseria a minha reação. "Será que tudo isso que elediz, afinal é mentira? Como será que ele vai

reagir? Ele vai dizer umas boas a essa senhora?Vai gritar com ela? Talvez agredi-la? Vai virar-lhe as costas e sair andando como um maleducado? Ou vai ficar parado ouvindo,

 passivamente, deixando que ela agrida, fale, fale,

fale, insulte, insulte, insulte? Qual será areação?"

A reação foi: agarrei a senhora, abracei-a forte-mente e quando eu a soltei, ela já não tinha maisagressão alguma, não tinha insulto algum para

dizer. Quando eu a soltei, ela olhou para mim edisse: “Ah! DeRose, você, hein?” Pronto, tirou ofel com o mel do abraço, sem dar a outra face,sem ficar passivamente escutando as agressõesdela e sem devolver as agressões o que, afinal,

não ajudaria nada a minha relação com ela, não

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ajudaria nada minha imagem com os outros que

estavam assistindo. E também não me ajudariacomigo mesmo, porque naquela noite eu nãoteria dormido tão bem.

Isso pressupõe o tal indivíduo que a Sua Cultura,

o Método DeRose, pretende esculpir, do talindivíduo lúcido, que se apercebe de uma formacomo quem vê um filme o que está a acontecer àsua volta, e reage de uma forma atuante,consciente e lúcida, e não de uma forma

primária.Exatamente. Vamos trazer isso para a realidadede um casal, de um casamento, enfim, qualquer relacionamento afetivo. Em um casal, ambossabem exatamente qual é a fisionomia, qual é o

tom de voz e qual é a frase que irrita o outro.Sabem perfeitamente, pois vivem juntos. E numconflito de casal se este disse aquela palavra oufez aquela cara, o outro sabe exatamente qual é afisionomia, qual é o tom de voz e qual é a

 palavra que vai agradá-lo, que vai atenuar aquelasituação. Mas por que não diz? "Porque eu nãovou me dobrar, não vou ceder, senão o outro pisaem mim."

Depende da sua atitude, ao dar essa palavra para

interromper o conflito conjugal que pode surgir 

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ali. E depois estabelecer limites. Se essa relação

 pode ser mantida, ela vai ser mantida com res- peito, com consideração, com carinho, com com- panheirismo. Se não puder ser mantida, é uma pena. Porque toda relação que se rompe tem umcusto emocional muito caro, um custo sobre a

saúde muito alto. Mas, paciência. Há um mo-mento mágico em que as relações precisammesmo terminar porque, nesse caso, os protago-nistas terminam o relacionamento como amigos.E se ultrapassar o momento mágico e as pessoas

insistirem que têm que permanecer juntas, talvezna hora em que mudarem o  status quo, rompamcomo inimigos, com ressentimentos.

Às vezes, é apenas a questão de "hoje eu cedo eamanhã a outra pessoa vai ceder". Porque há uma

reciprocidade natural entre os seres humanos.Quando você tem uma atitude cavalheiresca,uma atitude fidalga com relação a uma pessoa,mesmo que íntima, mesmo que seja um irmão,mesmo que seja um cônjuge, a tendência é que o

outro reaja de uma forma semelhante numacircunstância imediata ou futura. Certa vez, umamigo meu estava dirigindo e conduzia muitomal. Fez uma conversão péssima e o outromotorista quase abalroou o carro dele, pôs a

cabeça para fora e já ia dizer uns impropérios.

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Esse meu amigo abriu-lhe um sorriso muito

simpático, como quem diz: desculpe, eu errei. Ooutro motorista botou a cabeça para dentro edisse: "vai, meu filho, vai!" E não deu briga. Oque evitou o confronto? Foi só um sorriso.

A importância do indivíduo mais consciente, maislúcido, mais atuante a todos os níveis. É isso que aSua Cultura quer relançar dentro da sociedade?

Precisamente. A tendência é colocar um rótulonessa Cultura. Eu prefiro chamar de Nossa Cultura

ou Nosso Sistema, Nossa Filosofia, evitandocolocar rótulo. Por quê? Porque na hora em que as

 pessoas colocam rótulos, elas engessam a coisa. Eaí começam todas as intolerâncias, até com relaçãoa quem está fora. Uma das confusões que eu

 procuro corrigir, uma das visões distorcidas, é quea pessoa pratique o Método dentro da sala de aulana qual ela o aprende. Só que ali é para aprender,não é para praticar. É para pôr em prática na vidareal.

Por exemplo, se dentro de uma sala de classe,nós ensinamos a respirar corretamente, na horaem que a pessoa sai por aquela porta e vai em-

 bora, ela não há de sair respirando errado. Casocontrário, não terá adiantado nada. Ela aprendeu

a respirar certo aqui dentro, agora deve sair 

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respirando certo e ir caminhando até ao seu

carro respirando certo, deve sentar-se e conduzir o veículo, respirando corretamente. Chega aoseu escritório e vai trabalhar, ou chega ao seuginásio e vai fazer esporte, respirandocorretamente. Vai respirar corretamente, de

forma mais produtiva, sempre, porque foi issoque aprendeu aqui. Eu usei como exemplo arespiração, contudo, poderia utilizar qualquer outra técnica para ilustrar. Esse conjunto detécnicas e conceitos que o praticante aprende na

nossa instituição, ele deve aplicar em todas assituações da vida. Isso é o que nós tentamosexplicar, tentamos expor. Que o nosso aluno vaitransmitir isso, vai irradiar isso, para toda asociedade, porque ele vai irradiar para a família,

vai irradiar aos amigos, vai reverberar aos seuscolegas de trabalho. Então, aquilo vai criandoondas de choque e nossa proposta acaba por contagiar de uma forma positiva todas as

 pessoas que travam contato com o nosso

 praticante.Se o Carl Sagan dizia que a sociedade cor-rompe o indivíduo, esse efeito impregnadortambém pode funcionar, e deve, e o senhorpretende que funcione em sentido contrário?

Sabemos que a sociedade influencia o indivíduo.

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 No entanto, o indivíduo também influencia a

sociedade.

Se o senhor escrevesse agora não o “ Eu me

lembro”, mas o “ Eu sonho”, que sonho é quese escreveria?

 Na verdade, no “ Eu me lembro” eu não conseguiriaacrescentar mais nada, porque aquele livro me saiunuma arrancada só. Às sete da noite eu comecei aescrever. Às sete da manhã, fui descansar. E

 pronto, estava terminado.

E o “ Eu sonho”, o que é que tinha lá dentro?

 Não sei. Há muita coisa! Eu tenho muitossonhos!

Mas vê, com certeza. Nós sonhamos que osnossos filhos cresçam num mundo, numadeterminada direção. E nós configuramosqual é essa direção. O senhor não“hipotecou”, não investiu 50 anos de

investigação, em procura de saberes, semsentir dentro de si onde é que queria chegar?Onde é que quer chegar?

Eu gostaria de chegar a um ponto em que as pes-soas, minimamente, escutassem o que nós temosa dizer. Que nos permitissem falar. Que não nos

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amordaçassem. Nós temos coisas muito boas

 para dizer, não propondo um debate, mas propondo uma reflexão. O que ocorre é que osque não gostam do sistema, ou pensam que nãogostam, não escutaram. Eles não conversaramcomigo, não conversaram conosco, não

conheceram a nossa gente, não leram nossoslivros. O meu sonho seria poder arrancar essamordaça.

Eu me sinto sob aquela punição antiga, puniçãoeclesiástica, denominada silêncio obsequioso.

"Disse o que não devia, não falará mais." Nãoquerem que eu fale. Mas você observa que o queeu digo não é polêmico. Não considero

 polêmico, porque nós não estamos polemizando,nós não estamos discordando dos outros. Não é

agressivo, acho que não é, não tenho intenção deque seja. Não quero agredir ninguém. E a

 proposta é boa, a proposta de boas relaçõeshumanas, boas maneiras, boa saúde, boaqualidade de vida, boa cultura, bons hábitos. Nós

trabalhamos essencialmente com adultos jovens.Portanto, ao produzir uma juventude saudável,longe das drogas, do álcool e do fumo, se maisnada prestasse no nosso trabalho, pelo menosisso seria uma contribuição a ser reconhecida.

Contribuição essa que o nosso trabalho já está há

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meio século proporcionando à sociedade.

Para nós que de fora visitamos a Sua Cultura,vamos fazer um exercício de flash. A sua visãoou a sua missão aponta para onde? Onde é ohorizonte que configura para esta sua passa-

gem pela vida?Eu tenho conhecido gente muito interessante, re-almente exemplos de seres humanos. Pessoascom quem eu tenho o privilégio de conviver.Algumas há mais de 30 anos, outras há mais de

20 anos, outras que eu estou conhecendo agora,como é o seu caso, e que para mim constitui um

 privilégio. Essa profissão nossa, esse nosso ideal,nos permite isso: conhecer pessoas. Nós nãosomos head hunters, nós somos heart hunters.

 Assista ao vídeo desta entrevista, acessando o blog do DeRose:

www.MetodoDeRose.org/blogdoderose