Post on 06-Jul-2020
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
ESCOLA DE ENFERMAGEM DE RIBEIRÃO PRETO / USP
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA E CIÊNCIAS HUMANAS
JOSÉLIA BENEDITA CARNEIRO DOMINGOS
O uso de álcool e as condições de saúde
entre motoristas nas estradas
RIBEIRÃO PRETO
2008
JOSÉLIA BENEDITA CARNEIRO DOMINGOS
O uso de álcool e as condições de saúde
entre motoristas nas estradas
Dissertação apresentada ao Departamento de
Enfermagem Psiquiátrica e Ciências Humanas da Escola
de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de
São Paulo, para obtenção do Título de Mestre, pelo
Programa de Pós-Graduação Enfermagem Psiquiátrica e
Ciências Humanas.
Área de Concentração: Enfermagem Psiquiátrica
Inserida na linha de Pesquisa: Uso e Abuso de Álcool e
Drogas
Orientadora: Profa. Dra. Sandra Cristina Pillon
RIBEIRÃO PRETO 2008
AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA
FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
FICHA CATALOGRÁFICA Preparada pela Biblioteca Central do Campus
Administrativo de Ribeirão Preto / USP
Domingos, Josélia Benedita Carneiro
O uso de álcool e as condições de saúde entre motoristas nas estradas. Ribeirão Preto, 2008. 146p. ; il. ; 30cm Dissertação de Mestrado apresentado à Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto/USP – Departamento de Enfermagem Psiquiátrica e Ciências Humanas – Área de Concentração: Enfermagem Psiquiátrica
Orientadora: Pillon, Sandra Cristina
1. Uso do Álcool. 2. Prevenção. 3. Motoristas nas estradas. 4. fatores de risco para a saúde.
FOLHA DE APROVAÇÃO
Josélia Benedita Carneiro Domingos O uso de álcool e as condições de saúde entre motoristas nas estradas.
Dissertação apresentada ao Programa de Enfermagem
Psiquiátrica da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto
da Universidade de São Paulo, para obtenção do Título
de Mestre. Inserida na linha de Pesquisa “Uso e Abuso
de Álcool e Drogas”.
Área de Concentração: Enfermagem Psiquiátrica
Aprovado em: ____/____/______.
Banca Examinadora
Profª. Dra. __________________________________________________________
Instituição: _________________________Assinatura: ________________________
Prof. Dr. ____________________________________________________________
Instituição: _________________________Assinatura: _______________________
Prof. Dr. ____________________________________________________________
Instituição: _________________________Assinatura: ________________________
Agradecimentos Especiais
A Deus “Amor é uma reação positiva do coração. Deus não começou a amar na cruz nem nos amará mais amanhã do que nos ama hoje” (I João 3:17).
À profa. Dra. Sandra Cristina Pillon Obrigada por confiar e acreditar em mim.
“Amigo se faz em tempo de paz, mas é na angústia, que se prova o seu amor”
(Pra. Ludmila Feber).
À minha mãe Clarisse “Amar a seus filhos incondicionalmente é: Determinar que, não importa o que aconteça você vai sempre buscar o bem dos teus filhos, não o seu próprio” (Jan Silvious, 2003). Mãe eu te amo.
Ao Dr. Faustino Jarruche (In Memorian)
Lembro de suas palavras na carta: “Sabe Jô, tem muitas coisas que só são
conhecidas nas suas devidas dimensões e quase sempre tem um custo muito maior do
que a gente imagina”. Ás minhas mães especiais Zizi, Santa, Luiza, Áurea, Rita Existem pessoas que parece ter vindo direto do céu, vindo direto de Deus, essas pessoas são vocês. Amo demais vocês.
Aos Pastores e irmãos da CCRP em especial
Prs. Djalma & Iolanda Pessoas que admiro e que com certeza
são amigos e ungidos de Deus. Vocês são muito especiais para mim.
Ao presente de Deus na minha vida Ricardo Rocci “Não desista, não pare de crer! Os sonhos de Deus jamais vão morrer” (Ludmila Feber). Obrigada, pela companhia nos momentos mais importantes na minha vida! Amo você!!!
Aos meus irmãos e sobrinhas Letícia, Larissa e Bianca As grandes conquistas que aconteceram
em minha vida, vocês fizeram parte delas. Vocês são muito especiais para mim.
Agradecimentos
Ao Paulo César, Paulo Pacheco e Munir coordenadores da Campanha Saúde na Estrada, por proporcionar-me o acesso ao campo de estudo. E a todos que colaboram sempre na campanha, para que ela aconteça da melhor forma possível. Aos auxiliares de enfermagem e Enfermeiros da sala de urgência e da Psiquiatria do Hospital da Clinicas de Ribeirão Preto-SP e de Jaboticabal SP. Aos motoristas que participaram da pesquisa. “Deus conhece as nossas carências. Ele sabe do que nós precisamos” (Ludmila Feber). As minhas amigas e amigos especiais:
Léa Parreira, Dr. Roberto, Sheila Alvenira, Sinara Souza, Márcia Vorpagel, Elaine
Cristina, Cida Garcia, Dona Leninha, Cida Alves, Ana, Mary Iwamoto, Marisa Akiko,
Paulo Sérgio Ferreira, Gisela Amorim, Wendy, Munira, Carolina M. Paula, Miriam do
CAPS-ad, Maria Estela, Maria Célia, Stella Telles, Sandra Rocci, Kelly Cristina,
Nazira, Cidinha, Claudeli, William Andrade, Ronildo, Rafael Castilho, Wesley,
Eziomar, Silvia Muzembani, Gabriela Vasters, Regilene, Maria Célia Dalri, Profa.
Luceli, Profa. Gema, Shirlene, Arlete, Leda, Amália, Margareth, Rodrigo “desejo”,
Marta e Munir da Copiadora Endac.
Aos professores da Pós-graduação da EERP-USP, em especial aos do
Departamento de Enfermagem da Psiquiátrica.
Às secretarias do departamento Adriana e Edilene: “Tem pessoas que são feitas de amor, o jeitinho ideal de falar” (Ludmila Feber).
Às bibliotecárias Maria de Lourdes e Bernadete: “Tem pessoas especiais como vocês que tem o dom de encontrar“ (Ludmila Feber).
A Profª. Dra. Ana Maria Pimenta de Carvalho, Os melhores exemplos não são demonstrados por palavras, mas sim por condutas.
Obrigada pela avaliação e orientações precisas no exame de qualificação.
Ao prof. Dr. Marcelo Ribeiro,
Suas sensibilidades e suas competências profissionais trouxeram valiosas
contribuições para a direção deste trabalho, e respaldo para seu desenvolvimento.
LISTA DE QUADROS
Quadro 1- Representação da quantidade em volume, do teor alcoólico e as
taxas de álcool no sangue e no ar expirado......................................40
Quadro 2- Apresentação dos domínios e conteúdos do Teste de Identificação do
Uso do Álcool (AUDIT).......................................................................47
Quadro 3- Valores de glicose plasmática para o diagnóstico de Diabetes
Mellitus. Segundo o Consenso Brasileiro sobre Diabetes. São Paulo,
2002...................................................................................................48
Quadro 4- Classificação dos valores do colesterol total, segundo III Diretrizes
Brasileiras sobre Dislipidemias. São Paulo, 2001.............................48
Quadro 5- Classificação e níveis da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) em
adultos, segundo Manual de Hipertensão Arterial.............................49
Quadro 6- Classificação do Índice de Massa Corporal (IMC), segundo OMS
(2004).................................................................................................49
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Apresentação das informações sociodemográficas, segundo os
participantes da Campanha Saúde na Estrada (n=1 014). Ribeirão
Preto, SP, 2006...................................................................................58
Tabela 2 - Apresentação do padrão do uso de álcool nos últimos 12 meses,
segundo os participantes da Campanha Saúde na Estrada (n=1 014).
Ribeirão Preto, SP, 2006....................................................................59
Tabela 3 - Apresentação dos sinais e sintomas de dependência, segundo os
participantes da Campanha Saúde na Estrada (n=1 014). Ribeirão
Preto, SP, 2006…………………………………………………………...60
Tabela 4 - Apresentação dos problemas decorrentes do uso do álcool, segundo
os participantes da Campanha Saúde na Estrada (n=1 014). Ribeirão
Preto, SP, 2006……………………………………………………..........61
Tabela 5 - Apresentação dos níveis de risco do beber (AUDIT), segundo os
participantes da Campanha Saúde na Estrada (n=1 014). Ribeirão
Preto, SP, 2006……………………………………………………..........62
Tabela 6 - Comparação entre o último dia em que fez uso de bebidas alcoólicas
e os níveis de risco do beber (AUDIT), segundo os participantes da
Campanha Saúde na Estrada (n=738). Ribeirão Preto, SP, 2006.....63
Tabela 7 - Comparação entre o sexo e os níveis de risco do beber (AUDIT),
segundo os participantes da Campanha Saúde na Estrada (n=1 014).
Ribeirão Preto, SP, 2006.....................................................................64
Tabela 8 - Comparação entre o estado civil e os níveis de risco do beber
(AUDIT), segundo os participantes da Campanha Saúde na Estrada
(n=1 014). Ribeirão Preto, SP, 2006..................................................65
Tabela 9 - Comparação entre a escolaridade e os níveis de risco do beber
(AUDIT), segundo os participantes da Campanha Saúde na Estrada
(n=1 014). Ribeirão Preto, SP, 2006…………….........………...……...66
Tabela 10 - Comparação entre a procedência e os níveis de risco do beber
(AUDIT), segundo os participantes da Campanha Saúde na Estrada
(n=1 014). Ribeirão Preto, SP, 2006……………………………..........67
Tabela 11 - Comparação entre religião e os níveis de risco do beber (AUDIT),
segundo os participantes da Campanha Saúde na Estrada (n=1 014).
Ribeirão Preto, SP, 2006…………………………………….....….........68
Tabela 12 - Comparação entre profissão e os níveis de risco do beber (AUDIT),
segundo os participantes da Campanha Saúde na Estrada (n=1 014).
Ribeirão Preto, SP, 2006……………………………………..................69
Tabela 13 - Comparação entre a presença de doença crônica e os níveis de risco
do beber (AUDIT), segundo os participantes da Campanha Saúde na
Estrada (n=1 014). Ribeirão Preto, SP, 2006………………………....70
Tabela 14 - Comparação entre o uso de medicamentos e os níveis de risco do
beber (AUDIT), segundo os participantes da Campanha Saúde na
Estrada (n=1 014). Ribeirão Preto, SP, 2006…………………………..71
Tabela 15 - Comparação entre o valor da pressão arterial e os níveis de risco do
beber (AUDIT), segundo os participantes da Campanha Saúde na
Estrada (n=1 014). Ribeirão Preto, SP, 2006......................................72
Tabela 16 - Comparação entre níveis de glicemia e os níveis de risco do beber
(AUDIT), segundo os participantes da Campanha Saúde na Estrada
(n=1 014). Ribeirão Preto, SP, 2006……...………………………….....73
Tabela 17 -
Comparação entre níveis de colesterol e os níveis de risco do beber
(AUDIT), segundo os participantes da Campanha Saúde na Estrada
(n=1 014). Ribeirão Preto, SP, 2006…………………………………...74
Tabela 18 - Comparação entre IMC com níveis de risco do beber (AUDIT), dentre
os participantes da Campanha Saúde na Estrada (n=1 014). Ribeirão
Preto, SP, 2006..………..............................................................….....75
Tabela 19 - Comparação entre uso de medicamentos e os níveis de risco do
beber (AUDIT), segundo os participantes da Campanha Saúde na
Estrada (n=1 014). Ribeirão Preto, SP, 2006…….............................76
Tabela 20 - Comparação entre acidentes de trânsito e os níveis de risco do beber
(AUDIT), segundo os participantes da Campanha Saúde na Estrada
(n=1 014). Ribeirão Preto, SP, 2006……………………………...........77
Tabela 21 - Regressão logística entre a pontuação (maior ou menor que 8) do
AUDIT e as variáveis sociodemográfica, segundo os participantes da
Campanha Saúde na Estrada (n=1 014). Ribeirão Preto, SP,
2006....................................................................................................78
Tabela 22 - Regressão logística entre a pontuação (maior ou menor que 8) do
AUDIT e as condições de saúde entre os participantes da Campanha
Saúde na Estrada, (n=1 014). Ribeirão Preto, SP, 2006…..............80
Tabela 23 - Regressão logística entre a pontuação (maior ou menor que 8) do
AUDIT e acidentes de trânsito entre os participantes da Campanha
Saúde na Estrada, (n=1 014). Ribeirão Preto, SP, 2006...................81
Tabela 24 - Média, desvio padrão, variância mínima, mediana e máximo e p valor
(teste t ) dos valores da pressão arterial (P A) entre os participantes
abstêmios e não abstêmios da Campanha Saúde na Estrada
(n=1 014). Ribeirão Preto, SP, 2006……............................................82
Tabela 25 -
Média, desvio padrão, variância mínimo, mediana e máximo e p valor
(teste t) dos valores da glicemia entre os participantes abstêmios e
não abstêmios da Campanha Saúde na Estrada (n=1 014). Ribeirão
Preto, SP, 2006…………………...……………………………...............83
Tabela 26 - Média, desvio padrão, variância mínimo, mediana e máximo e p valor
(teste t) dos valores do colesterol entre os participantes abstêmios e
não abstêmios da Campanha Saúde na Estrada (n=1 014). Ribeirão
Preto, SP, 2006..................................................................................83
Tabela 27 - Média, desvio-padrão, variância mínimo, mediana e máximo e p valor
(teste t) do valores do IMC entre os participantes abstêmios e não
abstêmios da Campanha Saúde na Estrada, (n=1 014). Ribeirão
Preto, SP, 2006…...………………..............................................…....84
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO.................................................................................................. 17
1. INTRODUÇÃO....................................................................................................
25
1.1 Panorama Geral sobre o uso do álcool................................................................. 26
1.2 Os efeitos do uso do álcool na saúde................................................................... 29
1.3 Efeitos do álcool sobre o comportamento ............................................................ 35
1.4 Álcool e acidentes automobilísticos...................................................................... 36
1.5 Limites do beber................................................................................................... 38
2. OBJETIVOS........................................................................................................
42
GERAL ....................................................................................................................... 43
ESPECÍFICOS ........................................................................................................... 43
3. METODOLOGIA ...............................................................................................
44
3.1 Desenho................................................................................................................ 45 3.2 Local...................................................................................................................... 45
3.2 Local...................................................................................................................... 45
3.3 Período.................................................................................................................. 45
3.4 Amostra................................................................................................................. 45
3.5 Instrumento........................................................................................................... 46
3.6 Procedimento..... .................................................................................................. 49
3.7 Coleta de dados.................................................................................................... 50
3.8 Aspectos Éticos..................................................................................................... 51
3.9 Análise dos dados................................................................................................. 51
3.10 Critério de Inclusão ............................................................................................ 53
3.11 Critério de exclusão............................................................................................ 54
4. RESULTADOS................................................................................................... 55
4.1 Análise Exploratória............................................................................................... 56
4.2 Análise de Associação........................................................................................... 57
4.3 Comparações das condições de saúde................................................................. 57
5. DISCUSSÃO ......................................................................................................
85
6. CONCLUSÃO ....................................................................................................
105
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................
107
REFERÊNCIAS.......................................................................................................
110
ANEXOS...................................................................................................................
122
Anexo A - Parecer do Comitê de Ética ....................................................................... 123
Anexo B - Parte I- Identificação sócio demográfica e condições de saúde................. 124Anexo C - Parte II - AUDIT- The Alcohol Use Disorder Identification Test……........... 125
Anexo D - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ........................................... 126
APÊNDICES ............................................................................................................... 127
Apêndice A - Repercussões da divulgação em sites da pesquisa.............................. 128
Apêndice B - Artigos em revistas (Magazine) on line.................................................. 137
Apêndice C - Divulgação Científica na mídia.............................................................. 138
Apêndice D - Artigo publicado em Revista.................................................................. 139
RESUMO
DOMINGOS, J.B.C. O uso de álcool e as condições de saúde entre motoristas nas estradas. 2008. 146f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) - Universidade de São Paulo – Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, SP, 2008. O uso de álcool entre motoristas é tema preocupante devido às graves
conseqüências e aos altos índices de acidentes de trânsito que tem gerado. O
presente estudo teve como objetivo identificar o uso do álcool entre motoristas nas
estradas, bem como avaliar as condições de saúde entre os participantes da
Campanha Saúde na Estrada em Ribeirão Preto, SP. A amostra foi composta por
1014 participantes, a maioria homens, com idade de 30 a 45 anos, casados, com
baixo nível de escolaridade, procedente da Região Sudeste, religião católica. Entre
os participantes, 81,5% são caminhoneiros. Quanto ao uso do álcool, 738 (72,7%)
bebem de 2 a 4 vezes por mês, de 3 a 4 doses numa única ocasião e se embriagam
semanalmente, índices considerados altos quando se trata de motoristas. Esses
apresentam uso de bebidas alcoólicas em níveis de risco e de baixo risco. Entre os
229 (31%) motoristas que sofreram acidentes de trânsito, 19 (2,5%) acidentes
ocorreram após o beber. Em relação às condições de saúde, 33% que apresentam
hipertensão fazem uso de risco, quase 30% apresentam diabetes e também fazem
uso de risco, no entanto, aqueles que expressaram ter pancreatite foram 74,5% e
apresentaram colesterol acima de 200mg/dL 39,1% fazem uso de baixo risco. Na
análise dos dados, avaliados através da pontuação do AUDIT maior que 8, ter idade
menos que 30 e entre 30 e 45 anos, ser do sexo masculino, não ter religião,
sobrepeso e obesidade foram considerados as características que contribuíram para
os fatores de riscos entre os participantes. Ao passo que, ser evangélico, praticar
religião, estar casado/amasiado e possuir nível superior foram os fatores de proteção
para o uso abusivo de álcool. Esses dados nos fornecem subsídios para o
desenvolvimento de campanhas preventivas pontuais sobre o beber e dirigir, como
também ações educativas e informativas permanentes para essa clientela expostas
aos riscos nas estradas.
Palavras chaves: Uso do Álcool, prevenção, motoristas nas estradas, fatores de
risco para a saúde.
ABSTRACT DOMINGOS, J.B.C.. Use of Alcohol and health conditions from drivers in the roods. 2008, 146f. Dissertation (Master’s Degree in Nursing). School of Nursing,
University of de São Paulo, Ribeirão Preto, SP, 2008.
The use of alcohol among drivers is a matter of concern because the serious
consequences and the high rate of traffic accidents which has created. This study
aims to identify the use of alcohol among drivers on the roads, as well as assess the
health conditions among participants of the Campaign Health on the Road in
Ribeirao Preto-SP. The sample was composed of 1014 (85.5%) participants, mostly
men, aged 30 to 45 years old, married, with low level of education, founded the
Southeast, Catholic religion. Among the participants 81.5% are truck drivers.
Regarding the use of alcohol 738 (72.7%) drink from 2 to 4 times per month, 3 to 4
doses in a single occasion and that numbing weekly, indices considered high when it
comes to drivers. They have use of alcohol at levels of risk and low risk. Among the
229 (31%) drivers who suffered traffic accidents, 19 (2.5%) occurred after drinking.
Regarding the conditions of health 33% have hypertension make use of risk, almost
30% have diabetes also make use of risk, however those answered pancreatitis and
74.5% had cholesterol above 200 mg / dL 39.1% make use of low risk. In the
analysis of the data, assessed by the AUDIT scores greater than 8, have less than
age 30 and between 30 to 45 years old, being male, not having religion, overweight
and obesity were contributing to the factors of risk between participants. While be
evangelical, practicing religion, be married / roommate and Higher Education have
been factors to protect the abuse of alcohol. These data give us subsidies for the
development of preventive campaigns spot on the drinking and driving, as well as
educational and informative permanent shares to this clientele at risk on the roads.
Key Words: Use of Alcohol, prevention, drivers on the roads, risk factors for health.
RESUMEN DOMINGOS, J.B.C. El consumo de alcohol y las condiciones de salud entre conductores de carreteras. 2008. 146f. Disertación (Maestría en Enfermería) - Universidad de São Paulo – Escuela de Enfermería de Ribeirão Preto , SP, 2008. El consumo de alcohol entre conductores es problema que genera preocupación, debido a
las graves consecuencias y a los altos índices de accidentes de transito ocasionados. El
presente estudio tiene por objetivo identificar el consumo de alcohol entre conductores que
transitan en carreteras, así como evaluar las condiciones de salud entre los participantes de
las Campañas de Salud en las entradas de acceso a Ribeirão Preto,SP. La muestra fue
constituida por 1 014 participantes, siendo la mayoría hombres, con edades entre 30 y 45
años, casados, con bajo nivel de escolaridad, procedentes de la Región Sureste y de
religión católica. De los participantes, 81,5% son camioneros. Con respecto al uso de
alcohol, 738 (72,7%) beben de 2 a 4 veces por mes, tomando entre 3 a 4 dosis por vez,
embriagándose semanalmente; índices altos, si consideramos que son conductores. El uso
de bebidas alcohólicas es de riesgo, no obstante otro grupo se ubica en bajo riesgo. Entre
los 229 (31%) conductores que tuvieron accidentes de transito, 19 (2,5%) fueron
consecuencia del consumo de alcohol. Con respecto a las condiciones de salud 33% tienen
hipertensión e aproximadamente 30% tienen diabetes; encontrándose este grupo en riesgo.
Sin embargo aquellos que mencionaron tener pancreatitis (74,5%) y colesterol en niveles
superiores a 200 mg/dL (39,1%), son individuos clasificados como de bajo riesgo. Durante el
análisis de los datos, al ser evaluados a través de la puntuación del AUDIT (mayor a 8); la
edad menor a 30 y entre 30 y 45 años, el sexo masculino, el no pertenecer a ninguna
religión, el sobrepeso y obesidad; fueron variables que contribuyeron al riesgo entre los
participantes. Mientras que, el ser evangélico, practicar religión, estar casado/conviviente y
tener Nivel Superior fueron factores de protección que evitaban el consumo abusivo de
alcohol. Estos datos nos brindaron subsidios para el desarrollo de campañas preventivas
específicas, relacionadas al beber y dirigir, así como acciones educativas e informativas
permanentes para este tipo de clientes; quienes, están expuestos a riesgos en las
carreteras.
Palabras claves: Uso de alcohol, prevención, conductores en las carreteras,
factores de riesgo para la salud.
Apresentação
Apresentação
Minha trajetória profissional na área de dependência de drogas foi iniciada
com momentos difíceis que envolveram períodos da minha infância e adolescência.
A convivência com diversas pessoas da minha família como meu pai e avôs me
levaram a vivenciar momentos desagradáveis, em que o consumo de álcool era
projetado negativamente dentro de minha casa.
Esse tema vem me preocupando desde que tive entendimento sobre o
alcoolismo como doença que leva a fatalidades e conseqüências graves. Também,
ao me identificar com colegas que tinham familiares usuários de bebidas alcoólicas,
durante o percurso da minha vida, e, já ingressada na enfermagem, procurei me
aprofundar, buscando conhecer um pouco mais sobre a dependência do uso do
álcool, bem como suas conseqüências, e entender melhor até que ponto o bebedor
chega, por exemplo, a ser abandonado pela família e à autodestruição, quando não
é percebido como pessoa inválida.
Ao longo da trajetória profissional, atuando na Santa Casa de Misericórdia de
Ribeirão Preto como auxiliar de enfermagem, deparei-me com pacientes cardíacos
clínicos e cirúrgicos. Nesse serviço, mesmo que não existindo protocolo de
assistência para identificar o uso do álcool na especialidade, sempre perguntava
sobre o beber. Outro fato curioso observado foi que, ao ler a evolução médica, raras
eram às vezes em que havia notificação do uso de bebidas alcoólicas no prontuário
do paciente.
Ao término do curso técnico de enfermagem, minha indignação aumentou
ainda mais por perder meu pai por alcoolismo.
Atuando na Unidade de Emergência do Hospital das Clinicas da Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo (HCFMRP-USP), mais uma
vez observei o grande número de pacientes vítimas do alcoolismo. Os pacientes
Apresentação
apresentavam lesões múltiplas e a causa principal, em grande parte, era o uso do
álcool. Observava que, entre os principais acidentes, estavam as colisões
automobilísticas, atropelamentos, quedas, enfim, lesões provocadas após o uso
abusivo de bebidas alcoólicas. Quando não chegavam essas urgências, chegavam
pacientes com hemorragia digestiva alta, pacientes esses bebedores crônicos. E, na
maioria das vezes, pacientes com diagnóstico de pancreatite aguda, dor abdominal
aguda e, novamente, quando avaliava o histórico do paciente, dificilmente era
encontrada alguma informação sobre o uso de bebida alcoólica.
Experiência curiosa que vale ressaltar aqui foi, após minha formação
acadêmica, quando trabalhei em serviços de resgate, ou seja, no atendimento pré-
hospitalar. Trabalhei durante sete anos na empresa que realizava serviços à
concessionária Autovias. Aqui, inicia o meu envolvimento na Campanha de Saúde
na Estrada, local que surgiu o desenvolvimento do presente estudo, no entanto,
torna-se necessário a apresentação das atividades realizadas ali, pois, foi por meio
da parceria e troca de experiência que o presente estudo surgiu. A campanha
acontece no posto de serviços da rodovia Anhanguera, SP-330, no Km 312-pista
norte, sentido capital-interior. Geralmente é realizada três vezes ao ano, aqui nas
rodovias de Ribeirão Preto, SP, e atende cerca de 1800 participantes. Essa
campanha é trabalho de cunho social, que visa a prevenção, realizada para avaliar
as condições de saúde dos participantes, que geralmente são motoristas. Somando-
se às entrevistas, também é efetuada a mensuração dos sinais vitais, a dosagem de
glicemia e o colesterol, além da atualização das carteiras de vacinações e devidas
orientações.
Ao participar da campanha, sugerimos aos coordenadores que na entrevista
houvesse a inserção da identificação do uso do álcool, seguido por orientações
Apresentação
sobre os valores pontuados no AUDIT, instrumento que permite identificar o padrão
do uso do álcool e suas conseqüências, fato que foi acolhido calorosamente pelos
coordenadores da campanha.
A Autovias é concessionária pertencente à Obrascón Huarte Lain (OHL S,A)
no Brasil, que engloba a Centrovias e a Intervias e, dessa forma, é composta pelos
10 melhores trechos pavimentados do Brasil. A OHL concessionária é forte
operadora que administra diversas concessionárias não apenas nas rodovias no
Brasil, mas também em outros países da América Latina e Europa. Essa empresa
mantém presença no mercado brasileiro desde 1998, considerada uma das
primeiras concessionárias brasileiras. Sua área de abrangência compreende trechos
de outros municípios polarizadores, abrangendo, além de Ribeirão Preto, mais sete
cidades da região.
Em média, trafegam 48 000 veículos por dia. A Autovias mantém, em seu
trecho, completa infra-estrutura de atendimento aos usuários, disponibilizando assim
diversos serviços nas rodovias com, por exemplo, ambulâncias, carro pipa e outros.
Com toda a infra-estrutura existente, promove o Programa Saúde na Estrada
que foi criado em janeiro de 2001, onde já foram realizados 43 894 exames (aferição
de pressão arterial, controle de colesterol e glicemia, avaliação da qualidade do sono
e medição do índice de massa corpórea), além de 10 543 vacinas (contra sarampo,
rubéola, gripe, tétano, difteria e febre amarela) e atendimento odontológico.
A campanha conta ainda com a parceria de empresas, secretarias municipais
e instituições de ensino superior. O programa tem apoio da Universidade de Ribeirão
Preto, da Agência de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp), do São
Francisco Resgate, das Secretarias Estaduais da Saúde e dos Transportes,
Secretaria Municipal da Saúde de Ribeirão Preto e Polícia Militar da Rodovia do
Apresentação
Estado de São Paulo e, neste momento, também o da Escola de Enfermagem de
Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (EERP-USP) como programa de
extensão voltado para alunos de graduação, com enfoque para as orientações
relacionadas ao beber e dirigir.
Voltando ao contexto da minha inserção como enfermeira, no atendimento
pré-hospitalar, quando atuava nas estradas, observei que os acidentes de trânsito,
onde realizava a assistência de enfermagem, eram dos mais diversos, variando
desde aqueles leves sem lesões, até outros com vítimas fatais. Percebia que o uso
de álcool era proibido entre os motoristas, no entanto, a realidade era outra, ou seja,
a regra do trânsito não era levada a sério pelos motoristas. Ao buscar na literatura,
pude observar que as estatísticas deixavam evidentes e que, na maioria dos
acidentes graves, o condutor havia consumido bebida alcoólica em grande
quantidade.
Durante a assistência às vitimas socorridas nas estradas, observei os sinais e
sintomas, pois, mesmo inconscientes, exalavam hálito etílico e, no entanto, esses
fatos não podiam ser reportados ou anotados, e muito menos ser dito que o
motorista estava alcoolizado. Nessas ocasiões tornava-se necessário a realização
de testes laboratoriais, ou mesmo o uso do bafômetro para diagnóstico mais preciso
do uso do álcool. Muitas vezes, o comportamento dos motoristas alcoolistas era de
agressividade, pois esses nos ameaçavam e nos agrediam verbalmente, quando
investigávamos sobre o consumo de bebidas alcoólicas, muitos negavam o fato,
mesmo apresentando hálito etílico e, como provas, estavam presentes no veículo
latas e garrafas de cerveja.
Durante o atendimento, pude perceber como a equipe de saúde que atuava
no resgate ficava fragmentada ao realizar abordagem específica a esses clientes. Se
Apresentação
as vítimas alcoolizadas recusassem os atendimentos, mesmo que houvesse lesões,
os profissionais pouco se importavam em seguir com o protocolo de atendimento, já
que os motoristas negavam a ser examinados e tampouco aceitavam ser
encaminhados para serviço hospitalar.
Muitas vezes, era necessário que a vítima assinasse um termo de
responsabilidade, assumindo assim suas possíveis conseqüências. Nesse sentido,
como enfermeira, avaliava o nível de complicação dessas situações, pois já tinha
certo conhecimento sobre o que a intoxicação alcoólica podia ocasionar e, ainda
mais, ficava incomodada com tais comportamentos.
Ressalto que, quando a nossa equipe era solicitada para atender uma pessoa
na estrada, percebia que, na maioria das vezes, era um andarilho, que carregava um
saco de objetos e, é claro, era evidente a presença de “corotinhos” de aguardente,
bebida essa que podia ser comprada por menos de um real. No caso, esses
pacientes apresentavam hálito etílico e mal conseguiam andar.
Na assistência, minha indignação aumentava ainda mais, pois eram levados
para a cidade e eram abandonados em praças públicas. Frente aos relatos dos
colegas profissionais de saúde, isso era justificado pelo fato de que, após algumas
horas de descanso, esses iam melhorar. Aqui percebe-se a falta de conhecimento
por parte desses profissionais sobre o tema, e o uso de uma intervenção moral.
Comecei, posteriormente, o curso de especialização em Enfermagem
Psiquiátrica e Saúde Mental, onde tive a oportunidade de desenvolver pesquisa
sobre o uso de álcool entre pacientes atendidos na atenção básica e me aprofundar
um pouco mais nesse imenso mundo do alcoolismo. No desfecho desse estudo, fui
me envolvendo com as formas de intervenção que me permitiam ajudar muito os
usuários de álcool, ainda nas fases iniciais do uso do álcool.
Apresentação
Mediante toda essa vivência pessoal e profissional e em discussões com a
orientadora do presente estudo, sobre as questões do uso de bebidas entre
motoristas nas estradas, surgiu a idéia de desenvolver o presente estudo.
Frente à complexidade do tema beber e dirigir, busquei, neste estudo,
identificar o uso de álcool e suas conseqüências entre os participantes da
Campanha Saúde na Estrada.
Introdução
Introdução
25
Sábio se é quando se bebe bem. Quem não sabe beber não sabe beber nada.
Boileau
1.1 Panorama geral sobre o uso do álcool
Motoristas que dirigem longas horas nas estradas podem estar expostos a
diversos fatores de risco, principalmente os riscos para a saúde. Distantes de suas
casas, tornam-se vulneráveis a certos comportamentos de risco, como o uso de
bebidas alcoólicas e o de rebite (anfetaminas), ou mesmo o uso combinado dessas
substâncias. Os resultados podem levar a médio e a longo prazo ao
desenvolvimento de doenças crônicas como as hepáticas e as cardiovasculares,
além de propiciar acidentes graves de trânsito. Sob essa percepção, o uso nocivo de
álcool entre motoristas é um dos grandes contribuintes para o desenvolvimento de
problemas.
O uso de bebidas alcoólicas tem se tornado hábito tradicional e freqüente
entre motoristas, somado à alimentação precária que muitas vezes ocorre em
restaurantes próximos às estradas, onde a oferta do chamado “aperitivo”, durante as
refeições, é muito comum. Ou, então, quando esses param nos postos de serviços
para descansarem e encontram os companheiros para “pôr a conversa em dia”. A
bebida, nessas ocasiões, se torna meio essencial de socialização e forma de
relaxamento. Essas cenas são observadas no dia-a-dia dos motoristas que estão
distantes de suas residências. Dessa forma, as condições de sedentarismo e a
carga excessiva de trabalho representam resultados expressivos nas estatísticas de
acidentes de trânsito e condições precárias de saúde.
Dessa maneira, esses motoristas que vivem em tais condições têm chance
Introdução
26
muito alta de fazer uso de álcool, o que a literatura aponta como situações
caracterizadas como fatores de risco, quando somadas às características
individuais, situações sociais, ou circunstâncias, que deixam a pessoa mais
vulnerável para se envolver em tais comportamentos. Esses fatores podem estar
presentes no próprio indivíduo, na família, entre os companheiros ou até mesmo na
comunidade em que vivem (MEYER et al., 2004).
Nos estudos realizados entre caminhoneiros, a maioria aponta algumas
características e condições de saúde que podem ser consideradas como fatores de
risco para o uso do álcool.
Dessa forma, avaliação entre 279 motoristas de caminhão, na cidade de
Santos, SP, foi desenvolvida e mostrou que 84% faziam uso de bebidas alcoólicas.
Dentre as características sociodemográficas, porcentagem considerável possuía
baixa escolaridade (71,7%), declararam ser católicos (79,2%) e faziam abuso do
álcool, enquanto a minoria (15,8%) era evangélica abstêmia. Nesse estudo, a
religião aparece tanto como fator de risco quanto de proteção para o beber
(VILLARINHO et al, 2002).
No Estado do Mato Grosso do Sul, estudo com 260 caminhoneiros, quando
foram avaliadas as condições de saúde e os índices de acidentes de trânsito, nos
últimos 5 anos, apontou que 50,9% fazia uso de bebidas alcoólicas em níveis de
abuso, e que 75,5% eram casados e 71,3% possuíam baixa escolaridade e 13,1%
estiveram envolvidos em acidentes nos últimos 5 anos (SOUZA; PAIVA; REIMÃO,
2005).
Na avaliação das condições de saúde entre 3 697 motoristas de caminhão,
que trafegavam a rodovia BR-277, os resultados mostraram que 45,5%
apresentavam problemas com alcoolismo, 33,2% obesidade e 21,5%, hipertensão
Introdução
27
(AMATUZI FILHO, 2004).
Na revisão de literatura, os riscos cardiovasculares associados ao uso nocivo
de bebidas alcoólicas são bastante evidentes. No Brasil, em população específica
entre motoristas, foi identificado, por Cavagioni (2006), numa amostra de 258
motoristas profissionais, alterações das condições físicas de saúde entre os que
faziam uso de bebida alcoólica e identificou que, em 55 (39%), os níveis pressóricos
estavam acima do normal, 11 (8%) apresentaram glicemia alterada e em 50 (35%) o
colesterol estava maior que aqueles recomendados pela Organização Mundial de
Saúde (OMS).
Há consenso, entre esses estudos, que os motoristas de caminhão
apresentam índices consideráveis de problemas em relação ao beber e às precárias
condições de saúde.
Entre outros fatores de risco, encontra-se altos índices de acidentes de
trânsito, envolvendo carros, motos e caminhões. O comportamento do dirigir
alcoolizado representa uma das principais conseqüências do uso nocivo de bebidas
alcoólicas. Nos pressupostos de Ross (1992), a aceitação culturalmente que a
mistura do lazer com álcool e álcool com direção que tem proporcionado “bem-estar”
pode estar contribuindo para os altos índices de acidente.
Dessa maneira, os relatórios da OMS têm apontado que altos são os custos
sociais que o beber gera para a saúde individual e coletiva. No âmbito mundial,
calcula-se que o álcool esteja relacionado a 3,2% de todas as mortes. Nos países
em desenvolvimento e com baixos índices de mortalidade, porém, com altos índices
de morbidade, dos quais o Brasil faz parte, o uso de bebidas alcoólicas é uma das
principais causas para os agravos de doenças, além das conseqüências e gastos
públicos e privados decorrentes do uso/uso nocivo, ou dependência de álcool, com
Introdução
28
impacto nas condições de saúde (WHO, 2002).
Sabe-se que os riscos para a saúde estão associados com o uso agudo
(intoxicações) e crônico, e esses podem apresentar diferenças. Se uma pessoa
consome 5 ou mais doses em uma única ocasião apresenta maior risco de
envolvimento em acidentes de trânsito, ao passo que outra que faz uso continuado
nesse padrão de consumo apresenta maior risco de desenvolvimento de doenças
crônicas (Brasil, 2003).
O uso de álcool, além de estar associado ao desenvolvimento de danos
físicos e psicológicos, mostra aspecto importante quanto à análise do nível de
consumo. Atualmente é questão polêmica, pois, estudos sugerem que qualquer nível
de consumo pode ser prejudicial, no entanto, não existe um consumo isento de
possíveis problemas ou sem riscos. A OMS reconhece que o uso nocivo e a
dependência impõem à sociedade carga global de agravos indesejáveis e altamente
dispendiosos, e é considerado um dos maiores problemas relacionados a graves
conseqüências de saúde do século XXI (MEYER et al., 2004).
O álcool é uma das drogas mais usada no mundo, pois, em primeiro lugar, é
licita, muito aceita pela sociedade, de fácil aquisição e com baixo custo. A sua
disponibilidade e os fatores que a influenciam (econômico, por exemplo), não são os
únicos fatores importantes em nível populacional. A aceitação do consumo também
tem desempenhado papel fundamental, e isso é determinado em grande parte pelos
valores sociais e culturais, tais influências operam em vários níveis, por exemplo, a
nacionalidade, a religião, cargo ocupacional e a família (EDWARDS; MARSHALL;
COOK, 2005b).
Os acidentes de trânsito também são causados por falhas humanas, porém,
ocorrem mais freqüentemente quando os motoristas apresentam problemas de
Introdução
29
saúde ou estão sob efeito de álcool ou outra droga. Dados do National Toxicological
Center apontou que, de 3 191 motoristas mortos em acidentes automobilísticos,
entre 1991 a 1998, em 8,9% as drogas ilícitas estavam presente, enquanto que, em
quase a metade dos casos (46%), foi detectada a presença de álcool (DEL RIO;
ALVAREZ, 2001).
O uso do álcool é cultural e permitido em quase todas as sociedades. No
Brasil a bebida alcoólica tem sido sinônimo de alegria, pois muitos consideram que
não existe uma festa “boa” sem a presença de bebidas alcoólicas. Também curiosa
é a quantidade de postos de serviços que vendem, intensivamente, bebidas
alcoólicas como a cerveja e promovem diariamente happy-hour. Informações sobre
“saber beber com responsabilidade e as conseqüências do uso nocivo de álcool”
ainda são insuficientes e não contemplam a população de maior risco para o
consumo, que são os adolescentes e os adultos jovens (BRASIL, 2001).
Diante da magnitude dos agravos associados ao uso de álcool entre
motoristas, faz-se necessário o envolvimento de todos os segmentos da sociedade,
com medidas efetivas, como a restrição de vendas da bebida alcoólica em postos
próximos às estradas e instrumentos de trabalho preventivos a essa população.
Esse tema é discutido mais detalhadamente no artigo publicado no apêndice D.
1.2 Os efeitos do uso do álcool na saúde
Se por si só o uso do álcool consiste um dos maiores problemas de Saúde
Pública, quando associado às doenças crônicas como a hipertensão, diabetes
mellitus, e as doenças hepáticas, se torna desafio ainda maior para os serviços de
Introdução
30
saúde buscarem mecanismos para o enfrentamento, tanto na prevenção como no
tratamento.
O álcool é a droga que, ao longo do tempo de uso, pode levar o indivíduo a
conseqüências graves e irreversíveis. O uso de forma nociva aumenta os índices de
absenteísmo nas relações de trabalho e o desenvolvimento de várias patologias
clínicas e mentais como, por exemplo, as hepáticas (um dos problemas mais
precoces), seguido pelas cardíacas e as lesões do sistema nervoso central (SNC),
entre outras (MANSUR; CARLINI, 1993).
Dessa maneira, o uso nocivo de álcool aumenta o risco de morbidade e
mortalidade, tornando-se ainda maior quando cresce o nível de consumo
(EDWARDS et al., 1998b).
O sistema digestivo gastrintestinal é, juntamente com o SNC e o
cardiovascular aquele particularmente mais susceptível aos danos causados pelo
uso do álcool. No sistema digestivo gastrintestinal, entre as principais doenças
causadas pelo álcool, o fígado, o pâncreas e a mucosa gastrintestinal são aqueles
com maiores possibilidades para o adoecimento, pois a ingestão do álcool é que, no
estômago o álcool sofre a primeira passagem para o metabolismo, mas, de 90 a
98% é metabolizado no fígado, com cerca de 10g por hora (EDWARDS;
MARSHALL; COOK, 2005d).
Em relação ao pâncreas, a ingestão abusiva de bebida alcoólica pode
ocasionar, nesse órgão, um processo inflamatório, denominado pancreatite, devido à
ação tóxica do álcool, e estima-se que 25% dos sujeitos que fazem uso de risco e
nocivo apresentam alterações pancreáticas (REIS; RODRIGUES, 2003).
A pancreatite, no entanto, é uma doença comum associada ao uso do álcool.
Existem casos em que indivíduos que apresentam sintomas com início súbito, na
Introdução
31
maioria das vezes, após uma ou duas exposições ao álcool e cerca de 40% das
pancreatites agudas têm como causa o uso do álcool (REIS, RODRIGUES, 2003).
Em São Paulo, em 1991, estudo com 400 pacientes portadores de pancreatite
crônica identificou que 374 (93,5%) eram provenientes do uso do álcool (MOTT;
GUARITA; BETARELLO, 1991).
No que se refere ao sistema cardiovascular, o aumento nos níveis pressóricos
está fortemente relacionado ao uso do álcool (EDWARDS; MARSHALL; COOK,
2005a).
Dessa maneira, a hipertensão arterial sistêmica (HAS) representa um
problema grave para a saúde pública no país. Estudos epidemiológicos estimam que
cerca de 20% da população adulta, equivalente a 20 milhões, apresenta esse
problema. No Brasil, no ano 1998 foram registrados 930 mil óbitos relacionados a
essa doença (SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO, 2002).
Por ser doença silenciosa, colabora com altos índices de morte. Segundo a
OMS (1988), a hipertensão arterial é caracterizada por uma síndrome clínica devido
à elevação dos níveis pressóricos iguais ou superiores a 140mmHg da pressão
sistólica e ou 90mmHg de diastólica (WHO, 2002).
Estudos sobre os fatores de risco como no caso a hipertensão entre
motoristas, vêm crescendo, porém, poucos avaliam a relação com o uso do álcool.
Na rodovia BR-40, no ano 2005, foi avaliada a pressão arterial em 30
motoristas de caminhão e, desses, 23% apresentavam pressão alta (BATISTA;
SILVA, 2006). Outro estudo, na BR-277, identificou que 24% eram hipertensos entre
50 caminhoneiros que trafegavam na rodovia (CALIXTO et al., 2007).
A literatura aponta que o álcool é responsável por, aproximadamente, 10 a
Introdução
32
30% dos casos de hipertensão arterial. E, mesmo que seja o uso em doses baixas,
pode resultar em alterações significativas dos valores pressóricos, principalmente
em indivíduos que já apresentam elevações prévias. Os bebedores que fazem uso
nocivo apresentam risco três vezes maior de sofrer acidente vascular cerebral
(AVC), quando comparado com os abstêmios (REIS; RODRIGUES, 2003), fato
bastante evidenciado na literatura (DONAHUE et al., 1986; GILL et al.,1986; KONO
et al., 1986; BEN-SHLOMO et al., 1992; BOFFETA; GARFINKEL, 1990).
Ainda, em relação aos problemas cardiovasculares, o uso nocivo está
associado a aumentos das arritmias cardíacas, às cardiomiopatias e às mortes
coronárias súbitas (ANDERSON et al., 1993). Os efeitos do álcool na circulação
sangüínea, quando em doses moderadas, pode causar pequeno aumento transitório
da freqüência cardíaca e na vasodilatação, já o uso nocivo de álcool pode causar
vários problemas hepáticos, podendo levar à cirrose ou pancreatite, doenças que
podem levar ao quadro de diabetes mellitus (EDWARDS; MARSHALL; COOK,
2005a).
Há, atualmente, um alto consumo de dietas industrializadas, ricas em sódio,
carboidratos e colesterol que são fatores de risco não só para hipertensão, mas
também para outras doenças crônicas como diabetes, obesidade e dislipidemia. Os
agravos do sendentarismo e hábitos alimentares inadequados favorecem a elevação
de risco para as complicações tardias e imediatas da diabete (CALIXTO et al., 2007).
O uso de álcool pode colaborar para as alterações dos níveis glicêmicos e,
conseqüentemente, desenvolver o diabetes mellitus. Dessa maneira, a hipoglicemia
está mais associada ao uso agudo, como intoxicações alcoólicas, ao passo que a
hiperglicemia é mais provável como resultado do uso crônico (MOAK; ANTON;
1999).
Introdução
33
O diabetes mellitus atualmente é considerado a principal doença do século
XXI, estima-se que, no ano 2010, haverá 46% de diabéticos. A prevalência do
diabetes mellitus com o aumento da obesidade é, atualmente, um dos maiores
problemas de saúde pública mundial (ZIMET; ALBERTI; SHAW, 2001).
Estudo nacional identificou 70% de pacientes diabéticos que faziam uso de
baixo risco de álcool, numa freqüência de menos de uma vez por mês, e não
encontraram relação significativa entre quantidade consumida de álcool e valores
glicêmicos (GUIMARÃES JÚNIOR, 2007). Dessa maneira, fica claro a necessidade
de realizar mais estudos para investigação do alto consumo de álcool e diabetes.
Por outro lado, a literatura internacional aponta que o consumo moderado de
bebida alcoólica pode reduzir os riscos do diabetes, embora a ingestão do álcool
possibilite afetar sensivelmente a insulina. No entanto, não são conhecidos os
motivos pelos quais as pesquisas apontam menor risco de desenvolver a doença
com consumo moderado de álcool (TELNER, 2002).
Segundo Koppes et al (2005), a ação protetora do álcool em relação a essa
doença poderia ser o mesmo mecanismo que explica a relação positiva de
moderado consumo de álcool com doenças cardiovasculares. O estudo conclui que
a grande preocupação em relação aos diabéticos, que consomem grandes
quantidades de álcool, é que, geralmente, tendem a se cuidar menos, não
realizando corretamente as práticas de prevenção para as complicações do
diabetes.
Outro aspecto a ser considerado nos efeitos do uso do álcool sobre a saúde
física são os riscos para o aumento da doença coronária, devido às alterações dos
níveis do colesterol. O colesterol é importante lipídio proveniente dos alimentos e
produzido pelo fígado. Doenças cardíacas e hipertensão arterial podem resultar do
Introdução
34
depósito do colesterol no interior das paredes das artérias (UCKO, 1992). O beber
de risco e o nocivo estão associados ao aumento da gordura no sangue e a
avaliação do colesterol é um dos testes que pode acusar essa alteração
(EDWARDS, MARSHALL, COOK, 2005e).
O efeito do álcool nos lipídios colabora para o aumento do colesterol (AJANI
et al., 2000). Para Reis e Rodrigues (2003), o uso de bebidas alcoólicas mesmo em
uso moderado pode corroborar com o aumento desses níveis.
Essas complicações físicas são questões preocupantes para a saúde pública,
no entanto, a identificação inicial permite avaliar sua gravidade e promover
mudanças no comportamento do beber e reduzir significativamente essas
complicações de saúde causadas pelo uso do álcool.
O consumo de bebidas alcoólicas pode colaborar para o aumento de peso,
devido ao seu alto valor calórico. Estudo internacional apontou que, entre os
bebedores, 46,6% estavam com sobrepeso e 35% eram obesos (ARIF; ROHRER,
2005).
O índice de massa corpórea (IMC) é indicador do estado nutricional que
avalia se um indivíduo está acima do peso, obeso, ou abaixo do peso ideal,
considerável saudável, e, dependendo do indivíduo, o álcool tem maior capacidade
de provocar alterações, mesmo que seja em nível de embriaguez. Segundo
Wannanethee e Shapper (2003), o uso abusivo de álcool contribui diretamente para
o ganho de peso, colabora para a obesidade em homens.
A obesidade é um dos fatores de risco para muitas doenças crônicas como
diabetes, doenças cardiovasculares e alguns cânceres. No entanto, estudos
mostram que, não apenas no Brasil, a obesidade é um problema bastante evidente e
preocupante, pois quatro em cada dez brasileiros adultos sofrem de excesso de
Introdução
35
peso (MONTEIRO, 2005).
1.3. Efeitos do álcool sobre o comportamento
O álcool é uma substância depressora do Sistema Nervoso Central, atua em
diferentes regiões do cérebro no qual é responsável pela censura interna e pelo
autocontrole do indivíduo. No início, a sensação é de euforia, o que vem reforçar o
uso em busca do prazer, mas o uso continuado e abusivo traz consigo a tolerância,
acarretando danos físicos permanentes. Além disso, existe uma alteração de
memória, do julgamento, da coordenação motora e capacidade sensorial, quando
consumidos em grandes quantidades, não se pode esquecer também dos danos
cerebrais (EDWARDS; MARSHALL; COOK, 2005a) que, muitas vezes, são
irreversíveis.
Nesse sentido, o uso de álcool pode afetar os comportamentos como as
tomadas de decisões dos motoristas sobre o uso ou não do cinto de segurança e de
motociclistas em relação ao uso de capacete. Também, é responsável direto por
mais de 40% dos acidentes fatais. Dessa forma, mobiliza quantidade exorbitante de
recursos financeiros do Estado, tornando-se desafio constante em níveis de
prevenção (ESPADA, 2001).
Mesmo quando usada em pequenas quantidades, a bebida alcoólica interfere
nas habilidades cognitivas e comportamentais, diminuindo assim a coordenação
motora e os reflexos, comprometendo a habilidade para dirigir (MEYER, et al., 2004),
afeta o equilíbrio, a acuidade visual e o raciocínio. Os níveis de problemas
conseqüentes do uso variam particularmente mesmo com os baixos níveis de
concentrações de álcool no sangue (alcoolemia). Os testes laboratoriais têm
Introdução
36
demonstrado que a maioria das pessoas apresenta desempenho muito ruim no
tempo de resposta em uma tarefa específica, à medida que a alcoolemia aumenta.
Às vezes, mesmo consumindo apenas uma dose de bebida alcoólica, poderá
apresentar problemas à medida que a alcoolemia diminui (PAUWELS; HELSEN,
1998).
O consumo de bebidas alcoólicas, possivelmente aumenta os riscos
individuais de danos e o potencial para causar prejuízos a outras pessoas como
resultados de funcionamento motor e cognitivo deficiente. Essa deficiência pode ser
imediata e não necessariamente acontecer ao longo do tempo, pode ocorrer a morte
num acidente de carro, quando o indivíduo estiver embriagado ao dirigir
(EDWARDS; MARSHALL; COOK, 2005b), uma vez que altos são os índices de
acidentes causados por esse uso.
1.4. Álcool e acidentes automobilísticos
Existe um corpo de evidências na literatura sobre a influência do uso de álcool
em acidentes. Os problemas decorrentes do uso entre motoristas são amplamente
pesquisados internacionalmente e se torna fundamental pelos elevados custos
sociais e suas conseqüências para os acidentados. Considerando pesado fardo
econômico-social, resultante dos prejuízos materiais, médicos e perda da
produtividade, pode ser considerado importante problema de saúde pública
(SCHULTS et al., 2001).
Os efeitos do uso de bebidas alcoólicas proporcionam aos motoristas falso
um senso de confiança, prejudicando assim as habilidades como atenção ao
volante, coordenação e tempo de reação às situações inesperadas. Mesmo abaixo
Introdução
37
dos limites legais, as chances são altas de ocorrer acidentes automobilísticos
(SCHULTS et al., 2001).
Mediante a complexidade do problema, a literatura a esse respeito, no Brasil,
ainda é escassa e muito preocupante. No país, poucos são os estudos que avaliam
a relação entre os acidentes automobilísticos e uso nocivo de álcool, principalmente
quando esses ocorrem nas estradas. Isso pode ser identificado nos dados da
Fundação SEADE, que apresenta os índices de acidentes de trânsito no Estado de
São Paulo, porém, não constam as informações sobre os acidentes em que o uso do
álcool esteve presente. A pesquisa apontou que, em 1999, ocorreram 9 311 óbitos
decorrentes de acidentes de transporte, correspondendo a 3,1% de todas as causas
de morte, com coeficiente de mortalidade de 20,41 por 100 000 habitantes. Nesse
mesmo ano, Ribeirão Preto, SP, contabilizou 137 óbitos por acidentes de transporte,
ficando com o pior coeficiente dentre as cidades do Estado de São Paulo com mais
de 200 mil habitantes, de 28,9 por 100 mil habitantes (FUNDAÇÃO
SEADE/IBGE,2006).
Enfocando os acidentes que envolvem o uso de álcool entre motoristas, o
Departamento Nacional de Trânsito (1999) realizou estudo multicêntrico em 1997,
em diversas capitais brasileiras (Recife, Salvador, Brasília e Curitiba) e apontou que,
no Brasil, ocorrem 9,87 mortes por cada 100 mil habitantes, índices bem maiores
quando comparados aos estudos realizados nos EUA (2,13), na Alemanha (2,17) e
Inglaterra (1,57).
O Denatran estimou que, no Brasil, existem cerca de 30 milhões de veículos
e, no ano do levantamento, houve 1 milhão de acidentes, com 320 mil feridos e mais
de 30 mil mortes, sendo que 60% dos acidentes com seqüelas permanentes,
gerando altos custos sociais e econômicos, quando notadamente grande parte da
Introdução
38
população lesada estava constituída por jovens, com vida ativa (NERY FILHO et al.,
1997).
Não só no Brasil, mas na maioria dos países, o dirigir embriagado ou sob
efeito do álcool, por lei é proibido e as infrações acabam em penalidades.
Para entender os níveis de alcoolemia no organismo, o grau de intoxicação
depende do nível de concentração alcoólica no sangue. A alcoolemia de 0,4 a 0,6
g/L permite que o indivíduo apresente relaxamento, desconcentração e, nesse caso,
se torna perigoso para dirigir um carro, principalmente nas estradas em que é
necessário muita atenção. Com quantidade de álcool no sangue de 0,6 a 1,0g/L, é
possível que a pessoa se apresente eufórica, desinibida, agressiva ou passiva e, já
com um valor de 1,0 a 2,0g/L há sinais de incoordenação (ataxia), fala
comprometida, humor exaltado ou deprimido, desorientação, e mais de 4,0g/L já
causa torpor, distúrbios cardiorrespiratórios, coma e até morte, direta ou
indiretamente, por convulsão seguida de aspiração de secreção (LIMA, 2003).
Além dessas considerações, também é importante conhecer a quantidade de
álcool (etanol puro) que contém cada bebida alcoólica, descrito a seguir.
1.5 Limites do beber
As causas do uso e uso nocivo de bebidas alcoólicas, de acordo com
Edwards et al (1998a), deve ser entendido no contexto global do “beber normal”
numa população como um todo. O autor aponta que não existe fronteira muito nítida
entre o beber normal e o abuso, e porque os problemas conseqüentes das bebidas
alcoólicas ocorrem também entre os “bebedores normais”, assim como nos
abusadores. Embora as pessoas bebam “moderadamente”, pequena porcentagem,
Introdução
39
de fato, bebe abusivamente (o autor enfatiza o que é uma pequena porcentagem,
mas que pode significar grande quantidade de pessoas). Nessa perspectiva, ressalta
que seria muito contraditório (basear-se apenas na quantidade) escolher um ponto e
separar os bebedores “normais” dos “abusadores”.
No presente trabalho, utiliza-se o conceito uso nocivo como sinônimo do uso
abusivo, abuso, pois esse, segundo a OMS, consiste de padrão de uso em que o
dano ou prejuízo já está desenvolvido na saúde do indivíduo. Esse padrão de
consumo é freqüentemente reconhecido por outras pessoas, pois estão associados
a problemas sociais e de saúde diversos. Do ponto de vista do diagnóstico, o uso
nocivo ocorre quando a pessoa ainda não desenvolveu a dependência, mas corre
sérios riscos para que ela se estabeleça (MEYER et al., 2004).
Para que ocorra um beber próximo do saudável, ou de baixo risco, as
medidas de controle pouco divulgam sobre o teor alcoólico que muitas bebidas
alcoólicas possuem. Se observar os rótulos de toda bebida, por lei deveria conter a
dosagem de álcool contida em cada recipiente. Fato que ajuda nos a entender a
quantidade de bebida que está sendo consumida, ou seja, ao se avaliar em
quantidade de álcool puro (etanol) por dose padrão, por exemplo, ao consumir um
copo de 300mL, ou uma “latinha” de cerveja (350mL), considerando a concentração
de 5% a cada 100ml, ingere-se a quantidade de álcool puro (etanol) de 10 a 12
gramas. A mesma quantidade de álcool puro é equivalente ao beber uma taça de
vinho ou uma dose de cachaça/uísque (50mL), alcançando a taxa de 0,2g/L
(alcoolemia).
Uma pessoa pode atingir, no entanto, até 0,6g/L de álcool ao consumir duas a
três latas de cerveja ou três doses de uísque e deve levar em consideração a massa
corporal e a sensibilidade do organismo ao álcool. Mas o que se percebe na prática
Introdução
40
é que a maioria dos motoristas não está atenta ou orientada sobre essas
informações.
A dose padrão representa a quantidade em volume (mL) de bebida conforme
o teor alcoólico medido em porcentagem, como demonstrado no quadro abaixo.
Tipos de bebidas
Teor alcoólico %
Dose padrão
(Vol/mL)
Quantidade de álcool puro/dose
padrão (g)
Taxa de álcool no sangue
alcoolemia (g/L)
Taxa de álcool/ar respirado
(mg/L) Cerveja 4,5 a 5 300 12 0,2 0,25 Vinho 12 a 14 150 14 0,2 0,25 Cachaça/Uísque 40 a 50 40 14 0,2 0,25
Fonte: LIMA, 2003.
Quadro 1 – Representação da quantidade em volume, do teor alcoólico e as taxas
de álcool no sangue e no ar expirado.
O álcool, na corrente sangüínea, provoca agravantes, tornando o volante a
arma fatal, pois prejudica a percepção e lentifica os reflexos. Para diagnosticar
estado de embriaguez é necessária a realização de teste no condutor, seja por meio
de dosagem de alcoolemia através do sangue, ou urina, ou mesmo a utilização do
bafômetro e testes de rastreamentos. A utilização desses recursos para aferição do
uso do álcool depende da aceitação do condutor em realizá-lo ou não. Os acidentes
de trânsito que ocorrem quando o motorista está sob influência do uso do álcool são
mais sérios do que aqueles que não há o risco de se envolver em um acidente. O
risco cresce em função do aumento da concentração de álcool no sangue
(EDWARDS; MARSHALL; COOK, 2005c).
Frente ao exposto, faz-se necessário o envolvimento de toda a sociedade
produzindo controle social mais eficiente em relação ao uso do álcool,
principalmente quando se trata de motoristas que estão trabalhando nas estradas. E
que grande parte dessa população provavelmente precisará dos serviços de saúde
do sistema para algum tipo de assistência.
Introdução
41
Para Soibelmann e Luz Jr. (1996), apesar dos problemas decorrentes do uso
do álcool ser prioridade em saúde pública, o que agrava ainda mais é que eles são
identificados em seus estágios finais, quando o indivíduo já está muito doente e há
poucas chances de reabilitação. Deve-se enfatizar aqui que, em relação à promoção
da saúde, é necessário que a identificação, através de teste de rastreamento, deve
ser ação implementada aos diversos grupos da população, possibilitando assim
identificar os grupos de risco.
Diante dessa problemática, o presente estudo propõe identificar o uso de
álcool entre motoristas e avaliar as possíveis relações com as condições de saúde.
Objetivos
Objetivos
43
Geral
Identificar o uso de álcool entre os participantes da Campanha de Saúde na
Estrada, em Ribeirão Preto, SP.
Específicos
Traçar o perfil dos motoristas participantes da Campanha Saúde na Estrada.
Identificar o padrão de consumo de bebida alcoólica entre os motoristas
participantes na Campanha Saúde na Estrada e suas condições de saúde.
Identificar possíveis associações entre o uso do álcool e as condições de saúde.
Metodologia
Metodologia
45
3.1 Desenho
Trata-se de estudo quantitativo, descritivo transversal.
3.2 Local
A pesquisa foi realizada na Campanha Saúde na Estrada, promovida pela
concessionária Autovias. A campanha correu na rodovia Anhanguera SP-330, no
quilômetro 312 da pista norte, sentido capital interior, em um posto de serviço.
3.3 Período
A campanha foi realizada nos dias 30 e 31 de agosto, 1 de setembro e 18, 19
e 20 de outubro de 2006, de quarta a sexta-feira. No horário de 8 às 18 h.
3.4 Amostra
Participaram da pesquisa 1 186 (100%) pessoas que participaram na
Campanha de Saúde na Estrada. Dentre esses, a amostra foi composta por 1 014
(85,5%) motoristas.
Os 14,5% dos que não fizeram parte da pesquisa eram menores idade e ou
moravam em bairros próximos ao local da campanha, e compareceram ao local para
realizar exames de saúde. Vale ressaltar que não houve questionários em branco.
Metodologia
46
3.5 Instrumento
A coleta de dados foi realizada por meio de questionário com perguntas
fechadas, contendo informações sociodemográficas, informações sobre as
condições de saúde obtidos por dados secundários (formulário da Autovias) e o
Teste de Identificação do Uso do Álcool (AUDIT) que é uma avaliação muito utilizada
na atualidade para identificar precoce do uso do álcool (Anexo C).
O AUDIT é instrumento de rastreamento desenvolvido pela Organização
Mundial de Saúde, para identificação de transtornos relacionados ao uso do álcool,
principalmente na assistência primária de saúde.
O AUDIT apresenta índice de sensibilidade de 92% e especificidade de 93%.
O questionário é excelente instrumento para identificar bebedores abusivos e
dependentes de álcool (SKIPSEY; BURLESON; KRANZLER, 1997). Sua aplicação
pode ocorrer em ambulatórios de psiquiatria e psicologia, hospital geral, pronto-
socorro, ambulatório geral, programas de assistência social e prisões, devido à
rapidez e facilidade na aplicação, dentre outros (BOHN et al.,1995).
O AUDIT é composto por 10 questões. Para a leitura da pontuação, soma-se
os valores das respostas, sendo que o escore total varia de zero a 40 pontos. O
teste permite identificar quatro padrões de uso de álcool ou zonas de risco, ou seja,
abstêmios ou uso de baixo risco (0 a 7 pontos), uso de risco (8 a 15 pontos), uso
nocivo (16 a 19 pontos) e provável dependência (20 ou mais pontos). A pontuação
total do AUDIT reflete qual é o nível de risco para a pessoa que consome bebidas
alcoólicas.
O tempo necessário para o preenchimento do questionário é de
aproximadamente 5 minutos.
Metodologia
47
O quadro abaixo ilustra os conteúdos das questões referentes a cada domínio
avaliado no AUDIT.
Domínios Conteúdo
1. Padrão de consumo do álcool Q1. Freqüência de uso Q2. Quantidade num dia típico Q3. Freqüência de beber pesado
2. Sinais e sintomas de dependência Q4. Dificuldades de controlar o uso Q5. Aumento da importância da bebida Q6. Beber pela manhã
3. Problemas decorrentes do uso do álcool
Q7. Sentimento de culpa após o uso de álcool Q8. Esquecimentos após o uso Q9. Lesões causadas pelo uso do álcool Q10. Preocupação de terceiros
Fonte: BABOR; HIGGINS-BIDDLE, 2001.
Quadro 2 - Apresentação dos domínios e conteúdos do Teste de Identificação do
Uso do Álcool (AUDIT)
Para verificação das condições de saúde, por meio de uma avaliação dos
níveis da glicemia, colesterol, obesidade e da pressão arterial, foram considerados
os seguintes valores.
Para análise de dados da glicemia foram considerados alterados para a
diabetes mellitus (DM) os valores acima e igual a 130mg/dL, já que esses valores
estão um pouco acima da tolerância diminuída à glicose. Para o colesterol total
foram considerados valores maiores e iguais a 200mg/dL, já que esse nível é
considerado limítrofe para as alterações do metabolismo do colesterol. Quanto à
pressão arterial, foram considerados hipertensos aquele que apresentaram pressão
sistólica maior ou igual a 140mg/Hg e diastólica maior ou igual a 90mg/Hg. O índice
de massa corporal (IMC) classificou os participantes de acordo com a OMS (2004),
no entanto no estudo foram considerado participantes com peso normal de 18 a 25,
sobrepeso maior que 25 até 30 e obeso acima de 30kg/m².
Metodologia
48
Segundo o critério do Consenso Brasileiro sobre Diabetes (2002), os valores
glicêmicos são classificados como normal de 70 a 110mg/dl em jejum oral de 8
horas, valores intermediários entre 110-126mg/dl, onde devem ser mais bem
investigados com outros testes para afastar o diagnóstico de diabetes. Todavia, o
valor de medição utilizado nos aparelhos de glicemia (One Toucch Ultra®; Johnson&
Johnson) é de 10 a 600mg/dL.
A seguir, em relação à glicemia, os valores são classificados segundo o
Consenso Brasileiro sobre Diabetes (2002), conforme o Quadro 3.
Categoria Glicose plasmática (mg/dL) Jejum
Glicemia normal <110 Tolerância à glicose diminuída ≥110 e <126
Diabetes mellitus ≥126 Fonte: Sociedade Brasileira de Diabetes (2003).
Quadro 3 - Valores de glicose plasmática para o diagnóstico de diabetes mellitus,
segundo o Consenso Brasileiro sobre Diabetes. São Paulo, 2002.
A classificação dos níveis de colesterol é estabelecido pela III Diretrizes
Brasileiras sobre Dislipidemias, conforme Quadro 4.
Valores (mg/dL) Categoria
<200 Normal Colesterol total 200-239 Limítrofe
≥240 Alta Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia (2001).
Quadro 4 - Classificação dos valores do colesterol total, segundo III Diretrizes
Brasileiras sobre Dislipidemias. São Paulo; 2001.
A faixa de medição do aparelho de colesterol, utilizado na pesquisa,
(Accutrend GCT®, Roche) é de 150 a 300mg/dL.
Metodologia
49
Para avaliar os níveis pressóricos da hipertensão, foi utilizado o critério
baseado pelo Ministério da Saúde, através do Manual de Hipertensão Arterial
Sistêmica (HAS), conforme Quadro 5.
Hipertensão Sistólica Diastólica Estágio 1 (leve) 140-159 90-99
Estágio 2 (moderado) 160-179 100-110 Estágio 3 (grave) >180 >110
Fonte: Sociedade Brasileira De Hipertensão Arterial (2002).
Quadro 5 - Classificação e níveis da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) em
adultos, segundo o Manual de Hipertensão Arterial.
A obesidade é geralmente diagnosticada por meio do IMC. O IMC pode ser
obtido (McARDLE , 2002), pela expressão IMC= peso/ (altura)². O IMC é apenas um
indicador para verificar se o indivíduo está acima do peso, sua fórmula é de fácil
aplicação e dá razoável segurança de padrões científicos. A OMS usa um critério
simples, com mostra o quadro a seguir.
IMC em adultos Condição Entre 18,5 e 25 Normal Entre 25 e 30 Sobrepeso Acima de 30 Obeso
Fonte: OMS (2004).
Quadro 6 – Classificação do índice de massa corporal (IMC), segundo a OMS
(2004).
3.6 Procedimento
Aos responsáveis da Empresa Autovias foi solicitada autorização formal para
a realização do estudo. No dia da coleta de dados, foi entregue carta convite e de
Metodologia
50
esclarecimentos sobre o objetivo da pesquisa, mediante a aceitação do motorista e
assinatura do termo de consentimento livre esclarecido. A entrevista foi realizada
pela pesquisadora. Orientações aos motoristas foram realizadas sobre o
preenchimento do questionário que, muitas vezes, era realizada em grupo e
deixados bem à vontade para respondê-lo. Quando sozinho era orientado quanto à
disponibilidade para ajudá-lo no preenchimento.
Outras vezes, os questionários foram preenchidos pela autora, devido ao
baixo nível de escolaridade dos motoristas e, ainda, devido à indisponibilidade de
tempo, pois seus veículos estavam rastreados e o tempo despendido na campanha
poderia causar problemas ao motorista.
Os participantes foram orientados quanto ao objetivo e compromissos éticos
do estudo, garantindo assim o direito de não ser identificado e o sigilo das suas
informações, assim como a liberdade de desistência a qualquer momento, sem que
lhe trouxesse qualquer prejuízo.
Esclarecimentos devidos foram realizados sobre a pesquisa e garantindo o
anonimato dos questionários. A pesquisa foi realizada mediante a assinatura do
Termo de Consentimento Livre Esclarecido (Anexo D).
3.7 Coleta de dados
Durante a campanha de saúde, o motorista foi atendido em diversas fases,
onde primeiro ocorreu o preenchimento de questionário contendo informações gerais
(informações sociodemográficas e de saúde), seguido pela avaliação das condições
de saúde onde mensurou a pressão arterial, peso e altura para o cálculo do IMC, e,
por fim, avaliação e orientação odontológica.
Metodologia
51
Já na última etapa da avaliação ocorreu a coleta de sangue (avaliação dos
níveis de glicemia e colesterol), e, no final, a vacinação (dupla adulto, hepatite e
febre amarela) quando necessário.
Nessa etapa, a pesquisadora procurou proporcionar ambiente descontraído
com o objetivo de deixar os participantes mais confortáveis. Dizendo aos
participantes que “ali ninguém iria ser picado”, mas, “que a parte do cérebro iria
trabalhar um pouco mais naquele momento”, numa tentativa de relaxamento e
melhor adesão na participação.
Nos momentos em que havia grande número de participantes, esses
colaboravam no preenchimento dos questionários, sob supervisão, e também com a
ajuda daqueles que já haviam respondido. Fato curioso foi que os participantes
perguntavam o que era necessário fazer para “diminuir um pouco” mais os valores
do teste do AUDIT, já que os dos colegas, às vezes, pontuavam muito mais baixo.
3.8 Aspectos Éticos
O presente projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo,
Processo nº 0742/2006, conforme Resolução do Conselho Nacional de Ética em
Pesquisa (CONEP) n.º 196, de 1996 (Anexo A).
3.9 Análise dos dados
Para a análise dos dados foi elaborado um banco de dados, no programa
Statistical Package Social Science (SPSS) v.8 for Windows, que possibilitou a
Metodologia
52
análise descritiva das informações.
Para a análise estatística não-paramétrica, foi utilizado o modelo de regressão
logística, segundo Hosmer e Lemeshow (2000) com o objetivo de quantificar a
associação entre variáveis sociodemográficas dos motoristas e a sua relação com o
uso de álcool (AUDIT), apresentados em odds ratios brutos (variável resposta
cruzada com uma covariável) e também odds ratios ajustados por todas as
covariáveis.
O software SAS/STAT 9.0 (2002) também foi utilizado para a execução de tal
procedimento. Foram ajustados os fatores de riscos para alterações das condições
de saúde comparadas com um grupo entre os participantes que apresentaram
pontuação menor que oito e aqueles que apresentaram valores iguais ou maiores
que oito. Nessas situações, pode-se diferenciar os que fazem uso de baixo risco e
os que fazem uso de risco e nocivo..
Evidências de associação no nível de 0,05 de significância podem ser
observadas se o valor 1 não estiver contido nos intervalos de confiança.
Para avaliar as médias referentes às variáveis quantitativas relacionadas as
condições de saúde dos motoristas da Campanha Saúde na Estrada, foi utilizado o
teste t-Student, que consiste em comparar duas médias provenientes de amostras
não emparelhadas. Para a efetuação desse procedimento foi utilizado o software R.
A análise de dados foi realizada em três etapas, sendo que estas estão
apresentadas na seqüência.
Etapa 1 – ANÁLISE EXPLORATÓRIA
Nessa etapa, efetuou-se a caracterização dos participantes do estudo
Metodologia
53
mediante as variáveis, em porcentagem (%) e freqüência (N), além do teste do qui-
quadrado (X²) para verificar possíveis associações.
Etapa 2 – ANÁLISE DE ASSOCIAÇÃO
Aqui, foram avaliadas as possíveis associações entre as variáveis
sociodemográficas e condições de saúde dos motoristas em relação ao uso de
bebidas alcoólicas, através da pontuação menor que oito e igual ou maior que oito
pelo AUDIT. Para responder o objetivo proposto, foi efetuado o modelo de regressão
logística.
Etapa 3 – COMPARAÇÃO ENTRE AS CONDIÇÕES DE SAÚDE
Nessa última etapa, foi realizada avaliação para identificar as possíveis
diferenças entre as variáveis como pressão arterial, glicemia, colesterol, IMC e os
níveis de risco do beber (AUDIT) entre os participantes da Campanha Saúde na
Estrada.
3.10. Critério de inclusão
Todos os motoristas que participaram da Campanha Saúde na Estrada foram
convidados a participar da pesquisa.
Metodologia
54
3.11. Critério de exclusão
Menores de 18 anos.
População do bairro que procurou o local para realização de exames de
saúde.
Resultados
Resultados
56
Com o objetivo de avaliar o padrão de consumo do álcool entre motoristas
que participaram da Campanha Saúde na Estrada, fizeram parte do estudo 1 186
(100%) participantes, desses, foram entrevistados 1 014 (85,5%), os quais perfazem
a amostra do presente estudo. Os demais entraram nos critérios de exclusão devido
à idade e por serem moradores da região em que ocorria a campanha.
A primeira parte do estudo foi contemplada com questões sociodemográficas,
visando caracterizar a amostra do estudo. Os resultados estão apresentados na
seqüência.
4.1 Análise Exploratória
Parte I - Descrição das variáveis sociodemográficas.
Parte II - Avaliação do padrão de consumo de bebidas alcoólicas, de acordo
com o AUDIT.
Parte III - Avaliação dos níveis de risco do beber (AUDIT), comparado com as
informações sociodemográficas.
Parte IV - Avaliação dos níveis de risco do beber (AUDIT), comparado com as
condições de saúde.
Parte V - Avaliação dos níveis de risco do beber (AUDIT), comparado a
ocorrência de acidentes de trânsito.
Resultados
57
4.2 Análise de Associação
Parte I - O consumo de bebidas alcoólicas e as informações
sociodemográficas dos participantes.
Parte II - O consumo de bebidas alcoólicas e os fatores de riscos dos
participantes.
4.3 Comparações das condições de saúde
Parte I - Análise estatística descritivas das condições de saúde entre os
participantes da Campanha Saúde na Estrada.
Resultados
58
4.1 Análise Exploratória
4.1.1 Parte I - Descrição das variáveis Sociodemográficas
Tabela 1 - Apresentação das informações sociodemográficas, segundo os
participantes da Campanha Saúde na Estrada (n= 1 014). Ribeirão
Preto, SP, 2006
Variável N % Idade Menos que 30 anos 169 16,6 Entre 30–45 anos 497 49 Entre 45–60 anos 313 30,9 Mais que 60 anos 35 3,5 Sexo Masculino 984 97,1 Feminino 29 2,9 Cor da pele Branca 690 68 Negra 121 11,9 Parda 197 19,4 Amarela 6 0,6 Estado civil Casados/amasiados 842 83 Solteiros/separados/divorciados 172 17 Escolaridade Ensino fundamental comp/incomp 613 60,4 Ensino médio comp/incomp 335 33,1 Nível superior comp/incomp 66 6,5 Profissão Motorista de caminhão 826 81,4 Motorista 37 3,7 Outra 152 14,9 Religião Católico 727 71,8 Evangélico 204 20,1 Espírita 26 2,6 Não tem 56 5,5 Pratica religiosa Não 595 58,7 Sim 419 41,3
Resultados
59
Tabela 1 apresenta os participantes da Campanha de Saúde na Estrada,
sendo que, em sua maioria 97% são do sexo masculino, 49% com faixa etária entre
30 a 45 anos de idade, 83% casados/amasiados, 60,4% com baixo nível de
escolaridade, 71,8% são católicos, 68% cor branca e, como profissão 81,4% são
motoristas de caminhão.
Dentre os motivos da viagem, 988 (97,4%) estavam nas estradas por motivos
de trabalho e 26 (2,6%) por lazer ou estudo.
Entre a amostra, encontrou-se 738 (72,7%) que fizeram uso do álcool nos
últimos 12 meses e 276 (27,3%) eram abstêmios.
4.1.2 Parte II - Avaliação do padrão de consumo de bebidas alcoólicas de
acordo com o AUDIT
Tabela 2 - Apresentação do padrão do uso de álcool nos últimos 12 meses, segundo
os participantes da Campanha Saúde na Estrada
(n=1 014). Ribeirão Preto, SP, 2006
Respostas N % nunca 280 27,6
mensalmente ou menos 153 15,1 1. Freqüência do consumo
de bebida alcoólica 2 a 4 x por mês 429 42,3 2 a 3 x semana 88 8,7
4 + semana 64 6,3 nunca 284 28,0
1 a 2 114 11,2 3 a 4 240 23,7 4 a 5 126 12,4
2. Número de doses consumidas em uma única
ocasião 6 a 7 90 8,9 8 ou mais 160 15,8
nunca 465 45,9 - 1 x mês 119 11,7
mensalmente 88 8,7 semanalmente 304 30
3. Freqüência em que consome 6 ou mais doses
de bebida alcoólica em uma ocasião todos ou quase todos os dias 38 3,7
Resultados
60
A Tabela 2 mostra que os participantes da campanha de saúde apresentaram
padrão de uso de bebidas alcoólicas nos últimos 12 meses com freqüência de 2 a 4
vezes por mês, em quantidade de 3 a 4 doses, e se embriagavam semanalmente, ou
seja, faziam uso de bebidas alcoólicas de 6 ou mais doses em uma única ocasião.
Tabela 3 - Apresentação dos sinais e sintomas de dependência, segundo os
participantes da Campanha Saúde na Estrada (n=1 014). Ribeirão
Preto, SP, 2006
N %
Nunca 871 85,9 - 1 x mês 59 5,8
mensalmente 32 3,2 semanalmente 44 4,3
4. Freqüência durante os últimos 12 meses que você
percebeu que não conseguia parar de beber uma vez que
havia começado. todos ou quase todos os dias 8 ,8 nunca 947 93,4
- 1 x mês 32 3,2 mensalmente 13 1,3
5. Deixou de fazer o que era esperado devido ao uso de
bebida alcoólica? semanalmente 19 1,9
todos ou quase todos os dias 3 ,3 nunca 1002 98,8
- 1 x mês 7 ,7 mensalmente 1 ,1
semanalmente 2 ,2
6. Precisou de uma primeira dose pela manha para sentir
se melhor depois de uma bebedeira?
todos ou quase todos os dias 2 ,2
Entre os sinais e sintomas da dependência de bebidas alcoólicas, os
participantes responderam que menos de uma vez por mês não conseguem parar de
beber uma vez começado e, na mesma freqüência, não conseguem fazer o
esperado, além de beber pela manhã.
Resultados
61
Tabela 4 - Apresentação dos problemas decorrentes do uso do álcool, segundo os
participantes da Campanha Saúde na Estrada
(n=1 014). Ribeirão Preto, SP, 2006
Respostas N % nunca 891 87,9
- 1 x mês 56 5,5 mensalmente 38 3,7
semanalmente 25 2,5 7. Sentiu culpado ou com remorso depois de beber
todos ou quase todos os dias 4 ,4 nunca 873 86,1
- 1 x mês 83 8,2 mensalmente 38 3,7
semanalmente 17 1,7
8.Não conseguiu lembrar o que aconteceu na noite anterior porque você estava bebendo? todos ou quase todos os dias 3 ,3 nunca 958 94,5
- 1 x mês 31 3,1 mensalmente 18 1,8
9. Já foi criticado pelos resultados de suas bebedeiras? semanalmente 6 ,6 todos ou quase todos os dias 1 ,1
Nunca 734 72,4 - 1 x mês 21 2,1
mensalmente 57 5,6 semanalmente 7 ,7
10.Alguém se preocupou com o seu beber?
todos ou quase todos os dias 195 19,2
A Tabela 4 ressalta que, entre os problemas decorrentes do uso do álcool nos
últimos 12 meses, está o esquecimento pelo menos 1 vez por mês e, na mesma
freqüência, foi criticado devido às bebedeiras, por fim, (19%) alguém se preocupou
com a bebedeira nos últimos 12 meses.
Resultados
62
Tabela 5 - Apresentação dos níveis de risco do beber (AUDIT), segundo os
participantes da Campanha Saúde na Estrada (n=1 014). Ribeirão
Preto, SP, 2006
N %
Abstêmio 276 27,2
Baixo risco 330 32,5
Uso de risco 316 31,2
Uso nocivo 65 6,4
Provável dependência 27 2,7
Total 1014 100,0
A Tabela 5 apresenta que 276 (27%) são abstêmios, 330 (32%) fazem uso de
baixo risco e em 316 (31,2%) o uso é de risco.
Ao investigar o último dia em que os participantes beberam, identificou-se que
a metade 528 (52%) fez uso de bebidas no final de semana, e 188 (18,5%) beberam
na noite anterior à pesquisa, como demonstra a tabela a seguir.
Resultados
63
Tabela 6 - Comparação entre o último dia em que fez uso de bebidas alcoólicas e os
níveis de risco do beber (AUDIT), segundo os participantes da
Campanha Saúde na Estrada (n=738). Ribeirão Preto, SP, 2006
Hoje Ontem Fim de semana N % N % N %
Baixo Risco 1 6,3 45 23,9 279 52,8
Uso de risco 7 43,8 106 56,4 202 38,3
Uso nocivo 4 25,0 24 12,8 37 7,0
Provável dependência 4 25,0 13 6,9 10 1,9 Total 16 100 188 100 528 100
A Tabela 6 mostra que a metade 106 (56,4%) dos participantes fez uso de
risco e bebeu na noite anterior à pesquisa, embora o uso no final de semana
também tenha ocorrido em números consideráveis.
Ao se avaliar a idade entre o grupo de bebedores e não bebedores, encontra-
se que o grupo de bebedores é mais jovem (idade média de 40,93 anos, Dp=,37) e
que os do grupo de abstêmios (idade média de 41,9 anos, Dp=,65), porém, nessa
comparação não se encontra diferença estatística significativa para a idade entre os
grupos.
Ao se comparar os níveis de risco do beber (abstêmios e os 4 níveis de uso
de risco) com as informações sociodemográficas não se encontra diferença
estatística significativa nesta amostra. No entanto, as tabelas a seguir contêm as
comparações apresentadas em números e porcentagens apenas devido à
homogeneidade entre os grupos.
Resultados
64
4.1.3 Parte III - Avaliação dos níveis de risco do beber (AUDIT) comparado com
as informações sociodemográficas
Tabela 7 - Comparação entre o sexo e os níveis de risco do beber (AUDIT), segundo
os participantes da Campanha Saúde na Estrada
(n=1 014). Ribeirão Preto, SP, 2006
Masculino Feminino Total
N % N % N %
Abstêmios 261 26,5 15 51,7 276 27,2 Baixo risco 321 32,6 9 31 330 32,5
Uso de risco 312 31,7 4 13,8 316 31,2 Uso nocivo 64 6,5 1 3,4 65 6,4
Provável Dependência 27 2,7 0 0 27 2,7
Total 985 100 29 100 1014 100
p. ,030
A Tabela 7 indica que metade das mulheres são abstêmias e um terço dos
homens faz uso de baixo risco e, nessa mesma proporção, uso de risco.
Entre os participantes, que bebem, 129 (75%) são solteiros/separados, ou
divorciados.
Resultados
65
Tabela 8 - Comparação entre o estado civil e os níveis de risco do beber (AUDIT),
segundo os participantes da Campanha Saúde na Estrada (n=1 014).
Ribeirão Preto, SP, 2006
Casados/amasiados Solteiros/separados divorciados
Total
N % N % N % Abstêmio 233 27,7 43 25 276 27,2
Baixo risco 275 32,7 55 32 330 32,5 Uso de risco 256 30,4 60 34,9 316 31,2 Uso nocivo 56 6,7 9 5,2 65 6,4
Provável dependência 22 2,6 5 2,9 27 2,7
Total 842 100 172 100 1014 100 p. > 0.05
A Tabela 8 apresenta que, embora a maioria dos participantes são casados
ou amasiados, bebem, identificou-se que pouco mais de um terço dos
solteiros/separados ou divorciados fazem uso de risco e, nessa proporção aqueles
que são casados/amasiados fazem uso de baixo risco.
Entre os participantes que fazem uso de bebida alcoólica, 433 (70,6%)
possuem ensino fundamental.
Resultados
66
Tabela 9 - Comparação entre a escolaridade e os níveis de risco do beber (AUDIT),
segundo os participantes da Campanha Saúde na Estrada (n=1 014).
Ribeirão Preto, SP, 2006
Ensino
fundamental compl/incomp
Ensino médio compl/incomp
Superior compl/incomp Total
N % N % N % N % Abstêmios 180 29,4 81 24,2 15 22,7 276 27,2
Baixo risco 191 31,2 109 32,5 30 45,5 330 32,5
Uso de risco 177 28,9 121 36,1 18 27,3 316 31,2
Uso nocivo 45 7,3 19 5,7 1 1,5 65 6,4
Provável dependência 20 3,3 5 1,5 2 3,0 27 2,7
Total 613 100 335 100 66 100 1014 100
A Tabela 9 apresenta que, dos participantes que fazem uso de baixo risco,
31,2% possuem o ensino fundamental completo ou não, 36,1% fazem uso de risco e
possuem o ensino médio, e, por fim, quase a metade daqueles que fazem uso de
baixo risco possuem nível superior completo ou não.
Entre os participantes da campanha que fazem uso de bebida alcoólica, 670
(70,6%) são procedentes da Região sudeste.
Resultados
67
Tabela 10 - Comparação entre a procedência e os níveis de riscos do beber
(AUDIT), segundo os participantes da Campanha Saúde na Estrada
(n=1 014). Ribeirão Preto, SP, 2006
Sudeste Sul Norte Nordeste Centro-Oeste Total
N % N % N % N % N % N %
Abstêmios 250 27,2 11 23,9 2 100 2 40 11 28,2 276 27,2
Baixo risco 293 31,8 20 43,5 - - 1 20 16 41 330 32,5
Uso de risco 292 31,7 11 23,9 - - 2 40 11 23,9 316 31,2
Uso nocivo 60 6,5 4 8,7 - - - - 1 2,6 65 6,4
Provável dependência 25 2,7 - - - - - - 2 5,1 27 2,7
Total 920 100 46 100 2 100 5 100 41 100 1014 100
A Tabela 10 mostra que a maioria dos participantes da Campanha Saúde na
Estrada é procedente da Região Sudeste do país. Desses, um terço faz uso de risco
e uso de risco. No entanto, encontra-se índices consideráveis de bebedores de
baixo risco e de risco entre os participantes das Regiões Sul e Nordeste.
Entre os participantes que bebem, (47) 83,9% não têm religião. Entre esses,
19 (33,9%) fazem uso de risco.
Resultados
68
Tabela 11 - Comparação entre a religião e os níveis de risco do beber (AUDIT),
segundo os participantes da Campanha Saúde na Estrada (n=1 014).
Ribeirão Preto, SP, 2006
Católico Evangélico Espírita Não tem Total
N % N % N % N % N %
Abstêmio 139 19,1 124 60,8 4 15,4 9 16,1 276 27,2
Baixo risco 257 35,3 41 20,1 14 53,8 18 32,1 330 32,5
Uso de risco 260 35,7 29 14,2 8 30,8 19 33,9 316 31,2
Uso nocivo 51 7,0 8 3,9 - - 6 10,7 65 6,4
Provável dependência 21 2,9 2 1,0 - - 4 7,1 27 2,7
Total 728 100 204 100 26 100 56 100 1014 100
X ² =99,8 p. 0.00
A Tabela 11 indica que ao se comparar a religião e os níveis do beber,
encontra-se que o uso está bastante presente entre os participantes da religião
católica, e os evangélicos são mais abstêmios.
Entre os motoristas de caminhão, (609) 73,7% fazem uso de bebida alcoólica.
Resultados
69
Tabela 12 - Comparação entre profissão e os níveis de risco do beber (AUDIT),
segundo os participantes da Campanha Saúde na Estrada (n=1 014).
Ribeirão Preto, SP, 2006
Caminhoneiros Motoristas Outros Total N % N % N % N %
Abstêmios 217 26,3 11 29,7 48 31,8 276 27,2
Baixo risco 265 32,1 9 24,3 56 37,1 330 32,5
Uso de risco 263 31,8 13 35,1 40 26,5 316 31,2
Uso nocivo 59 7,1 2 5,4 4 2,6 65 6,4
Provável dependência 22 2,7 2 5,4 3 2,0 27 2,7
Total 826 100 37 100 151 100 1014 100
A Tabela 12 mostra que a maioria dos participantes eram caminhoneiros e
mais da metade faz uso de bebida alcoólica em níveis de baixo risco e de risco, já os
motoristas bebem apresentando uso de risco.
A seguir, serão apresentadas as tabelas comparando os níveis de risco do
beber e as condições de saúde dos participantes da Campanha Saúde na Estrada.
Entre os participantes que fazem uso de bebidas alcoólicas, 133 (68,2%)
relataram ter doença crônica, como demonstra a tabela a seguir.
Resultados
70
4.1.4 Parte IV - Avaliação dos níveis do beber (AUDIT), comparado com as
condições de saúde
Tabela 13 - Comparação entre a presença de doença crônica e os níveis de risco do
beber (AUDIT), segundo os participantes da Campanha Saúde na
Estrada (n=1 014). Ribeirão Preto, SP, 2006
Doença crônica Não tem doença crônica Total
N % N % N %
Abstêmios 62 31,8 214 26,1 276 27,2
Baixo risco 54 27,7 276 33,7 330 32,5 Uso de risco 57 29,2 259 31,6 316 31,2 Uso nocivo 15 7,7 50 6,1 65 6,4
Provável dependência 7 3,6 20 2,4 27 2,7 Total 195 100 819 100 1014 100
A Tabela 13 apresenta que 62 (31,8%) dos participantes, que apresentam
doença crônica, são abstêmios, ao passo que, daqueles que não possuem doenças
crônicas, um terço faz uso de baixo risco e, nessa mesma proporção fazem uso de
risco.
Entre as doenças crônicas, a hipertensão apresentou maior porcentagem 34
(33%) entre os que fazem uso de risco.
Resultados
71
Tabela 14 - Comparação entre doenças crônicas e os níveis de risco do beber
(AUDIT), segundo os participantes da Campanha Saúde na Estrada
(n=1 014). Ribeirão Preto, SP, 2006
HAS Diabetes Pancreatite Outras
N % N % N % N %
Abstêmios 33 32,3 14 29,8 1 14,3 18 36,8
Baixo risco 24 23,3 14 29,8 5 71,4 16 32,6
Uso de risco 34 33 14 29,8 1 14,3 9 18,4
Uso nocivo 9 8,6 1 2,1 - - 5 10,2
Provável dependência 3 2,8 4 8,5 - - 1 2
Total 103 100 47 100 7 100 49 100
A Tabela 14 demonstra que, entre os participantes portadores de diabetes,
houve uma distribuição homogênea entre os abstêmios, bebedores de baixo risco e
uso de risco, enquanto os hipertensos são mais abstêmios e mais da metade
daqueles que possuem pancreatite fazem uso de baixo risco.
Entre os bebedores, 101 (80,1%) apresentaram níveis de pressão arterial
maiores do que os preconizados pela OMS, como demonstra a tabela a seguir.
Resultados
72
Tabela 15 - Comparação entre o valor da pressão arterial e os níveis de risco do
beber (AUDIT), segundo os participantes da Campanha Saúde na
Estrada (n=1 014). Ribeirão Preto, SP, 2006
Menor 140x90mmHg
Maior 140x100mmHg Total
N % N % N % Abstêmio 252 28,4 25 19,8 277 27,3
Baixo risco 291 32,8 39 31,0 330 32,5
Uso de risco 269 30,3 46 36,5 315 31,1
Uso nocivo 55 6,2 10 7,9 65 6,4
Provável dependência 21 2,4 6 4,8 27 2,7
Total 888 100 126 100 1014 100
A Tabela 15 mostra que 46 (36,5%) dos participantes, que apresentam
pressão alta, fazem uso de risco de bebidas alcoólicas. Porém, 25 (19,8%), que
pressão alta, são abstêmios.
Entre os bebedores, 56 (71,8%) apresentaram níveis glicêmicos maiores do
que os preconizados pela OMS, como demonstra a tabela a seguir.
Resultados
73
Tabela 16 - Comparação entre níveis de glicemia e os níveis de risco do beber
(AUDIT), segundo os participantes da Campanha Saúde na Estrada (n=1 014).
Ribeirão Preto, SP, 2006
Menor 130mg/dL Maior 130mg/dL Total
N % N % N %
Abstêmio 255 27,2 22 28,2 277 27,3
Baixo risco 306 32,7 24 30,8 330 32,5
Uso de risco 293 31,3 22 28,2 315 31,1
Uso nocivo 60 6,4 5 6,4 65 6,4
Provável dependência 22 2,4 5 6,4 27 2,7
Total 936 100 78 100 1014 100
A Tabela 16 mostra que a maioria dos participantes da campanha
apresentou valores glicêmicos dentro dos padrões de normalidade. Por outro lado,
observa-se poucos abstêmios com glicemia maior que 130mg/dL, no entanto, 71,2%
estão bebendo consideravelmente e apresentam glicemia alterada.
Entre os bebedores, 63 (80,7%) apresentam níveis do colesterol acima de
200mg/dL, como demonstra a tabela a seguir.
Resultados
74
Tabela 17 - Comparação entre níveis de colesterol e os níveis de risco do beber
(AUDIT), segundo os participantes da Campanha Saúde na Estrada
(n=1 014). Ribeirão Preto, SP, 2006
Menor 200mg/dL Maior 200mg/dL Total
N % N % N %
Abstêmio 261 28,3 15 16,3 276 27,2
Baixo risco 294 31,9 36 39,1 330 32,5
Uso de risco 286 31 30 32,6 316 31,2
Uso nocivo 56 6,1 9 9,8 65 6,4
Provável dependência 25 2,7 2 2,2 27 2,7
Total 936 100 78 100 1014 100
A Tabela 17 mostra que a maioria dos participantes apresentou valores
normais para o colesterol, por outro lado, observa-se poucos abstêmios com
colesterol acima de 200mg/dL, no entanto 83,7%, que fazem uso de bebida
alcoólica, apresentam valores alterados.
Entre os participantes que bebem, 724 (98,1%) estão acima dos níveis de
peso esperados, como apresentado na Tabela 18.
Resultados
75
Tabela 18 - Comparação entre o IMC com níveis de risco do beber (AUDIT), dentre
os participantes da Campanha Saúde na Estrada
(n=1 014). Ribeirão Preto, SP, 2006
Normal Sobrepeso Obeso Total
N % N % N % N %
Abstêmios 8 36,4 87 31,9 180 25,1 276 27,2
Baixo risco 6 27,3 98 35,9 226 31.5 330 32,5
Uso de risco 7 31,8 69 25,3 240 33,4 316 31,2
Uso nocivo 1 4,5 13 4,8 51 7,1 65 6,4
Provável dependência - - 6 2,2 21 2,9 27 2,7
Total 22 100 273 100 718 100 1014 100
A Tabela 18 mostra que 8 (36,4%) participantes são abstêmios e estão
dentro do peso esperado, enquanto que, aqueles que fazem uso de baixo risco,
98 (35,9%) estão na faixa de sobrepeso, e, por fim, 240 (33,4%) dos obesos
fazem uso de risco.
Entre os bebedores, 129 (68,2%) fazem uso de medicação. Entre esses,
56 (29,6%) fazem uso de risco.
Resultados
76
Tabela 19 - Comparação entre o uso de medicamentos e os níveis de risco do beber
(AUDIT), segundo os participantes da Campanha Saúde na Estrada
(n=1 014). Ribeirão Preto, SP, 2006
Não Sim Total Uso de medicação
N % N % N %
Abstêmios 217 26,3 60 31,7 277 27,3
Baixo risco 277 33,6 53 28 330 32,5
Uso de risco 259 31,4 56 29,6 315 31,1
Uso nocivo 51 6, 14 7,4 65 6,4
Provável dependência 21 2,5 6 3,2 27 2,7
Total 825 100 189 100 1014 100
A Tabela 19 indica que 31,7% tomam remédios e são abstêmios, e 33,6% não
tomam remédio e fazem uso de baixo risco.
Entre os motoristas de caminhão que bebem 19 (67,8%) apresentaram
acidentes de trânsito após uso de bebida alcoólica, como demonstra a tabela a
seguir.
Resultados
77
4.1.5 Parte V - Avaliação dos níveis de risco do beber (AUDIT), comparando a
ocorrência de acidentes de trânsito.
Tabela 20 - Comparação entre acidentes de trânsito e os níveis de risco do beber
(AUDIT), segundo os participantes da Campanha Saúde na Estrada
(n=1 014). Ribeirão Preto, SP, 2006
Acidentes, com o uso de bebida alcoólica
Acidentes, sem uso de bebida alcoólica.
N % N % Abstêmio 9 32,1 75 24,7
Baixo risco 3 10,7 91 29,9
Uso de risco 11 39,3 103 33,9
Uso nocivo 4 14,3 26 8,6
Provável dependência 1 3,6 9 3
Total 28 100 304 100
A Tabela 20 mostra que mais de um terço dos participantes, que sofreram
acidentes de trânsito com ou sem influência do uso do álcool, apresentam beber em
nível risco.
A Tabela a seguir mostra o AUDIT menor ou maior que 8, comparado com as
informações sociodemográficas dos participantes.
Resultados
78
4.2 ANÁLISE DE ASSOCIAÇÃO 4.2.1 Parte I - O consumo de bebidas alcoólicas e as informações sociodemográficas. Tabela 21 - Regressão logística entre a pontuação maior ou menor que 8 no AUDIT
e as variáveis sociodemográfica, segundo os participantes da
Campanha Saúde na Estrada (n=1 014). Ribeirão Preto, SP, 2006
AUDIT Variáveis Menor 8 Maior 8
N % N %
OR (IC 95%) bruto (ORB)
OR (IC 95%) ajustado (ORA)
Idade <=30* 94 55,6 75 44,4 1,994 (0,902;4,409) 3,022 (1,231;7,419)
>30 a 45* 270 54,3 227 45,7 2,101 (0,988;4,467) 3,141 (1,363;7,238) >45 a 60 190 60,7 123 39,3 1,618 (0,751;3,485) 1,954 (0,851;4,484)
> 60 25 71,4 10 28,6 - -
Sexo Masculino* 555 56,4 430 43,6 3,719 (1,407;9,826) 2,549 (0,854;7,611) Feminino 24 82,8 5 17,2 - - Religião Católica* 374 51,4 354 48,6 3,881 (2,667;5,646) 3,25 (2,147;4,918)
Evangélica 164 80,4 40 19,6 - - Espírita* 15 57,7 11 42,3 3,007 (1,283;7,044) 2,604 (1,045;6,489) Não tem* 26 46,4 30 53,6 4,731 (2,523;8,871) 3,495 (1,749;6,984)
Prática religiosa Não* 296 49,8 299 50,2 2,102 (1,62;2,726) 1,381 (1,015;1,878) Sim 283 67,5 136 32,5 - -
Cor de pele Branco 396 57,4 294 42,6 1,254 (0,842;1,867) 1,159 (0,748;1,796) Negro 76 62,8 45 37,2 - - Pardo 104 52,8 93 47,2 1,51 (0,951;2,399) 1,426 (0,853;2,381)
Amarelo 3 50,0 3 50,0 1,689 (0,327;8,726) 1,997 (0,354;11,269) Estado Civil
Solteiro/div/sep 93 54,1 79 45,9 1,16 (0,834;1,612) 1,168 (0,797;1,711) Casado/amas 486 57,7 356 42,3 - - Escolaridade
Ensino fundamental 356 58,1 257 41,9 1,111 (0,661;1,867) 0,851 (0,445;1,625) Ensino médio 183 54,6 152 45,4 1,278 (0,746;2,19) 0,954 (0,5;1,82) Nível superior 40 60,6 26 39,4 - -
*p.<0,05
Na Tabela 21, observa-se que os fatores de risco estão associados
significativamente entre estar na faixa etária menor de 30 anos (ORA=3,022), e 30 a
45 anos (ORA=3,141), pertencer ao sexo masculino (ORB=3,719 e ORA=2,549), não
Resultados
79
possuir religião (ORB=4,731 e ORA=3,495), ser católico (ORB=3,881 e ORA=3,25),
ser espírita (ORB=3,007 e ORA=2,604), e praticar religião (ORB=2,102 e ORA=1,381).
Por outro lado, ser evangélico se apresentou como fator de proteção, em que 81%
apresentam AUDIT menor que 8. No entanto, em relação ao estado civil, cor da pele
e escolaridade não foram identificadas associações estatísticas significativas para
essa amostra.
Nas tabelas a seguir, serão apresentados os fatores de risco relacionados ao
uso de bebidas alcoólicas, comparando às pontuações do AUDIT (< ou > que 8),
entre os participantes.
Resultados
80
4.2.2 Parte II - O consumo de bebidas alcoólicas e os fatores de riscos dos
participantes
Tabela 22. Regressão logística entre a pontuação (maior ou menor que 8) no AUDIT
e as condições de saúde, entre os participantes da Campanha Saúde na
Estrada (n=1 014). Ribeirão Preto, SP, 2006
AUDIT Variáveis Menor 8 Maior 8
OR (IC 95%) bruto (ORB)
OR (IC 95%) ajustado (ORA)
N % N % Doenças crônicas
Sim 114 58,5 81 41,5 - -
Não 465 56,8 354 43,2 1,071 (0,781;1,47) 1,307 (0,423;4,034) Medicação
Sim 110 58,2 79 41,8 - -
Não 469 56,8 365 43,2 1,057 (0,767;1,456) 0,8 (0,261;2,458)
Hipertensão
Sim 62 49,2 64 59,8 1,057 (0,767;1,456) 0,8 (0,261;2,458)
Não 517 58,2 371 41,8 - -
Glicemia >130mg/dL
Sim 42 53,8 36 46,2 1,154 (0,726;1,834) 1,174 (0,698;1,975)
Não 537 57,4 36 46,2 - -
Colesterol
Sim 47 51,1 45 48,9 1,306 (0,85;2,006) 1,102 (0,686;1,771)
Não 532 57,7 390 42,3 - -
IMC
Normal 195 65,2 104 34,8 - -
Sobrepeso* 250 56,2 195 43,8 1,462 (1,08;1,98) 1,46 (1,043;2,044)
Obeso* 134 49,6 136 50,4 1,903 (1,359;2,665) 1,759 (1,218;2,539)
*p.<0.05
Na Tabela 22 observa-se que os fatores de riscos e as condições de saúde
estão associados significativamente com grupos de sobrepeso (ORB=1,462;
ORA=1,46) e obeso (ORB=1,903; ORA=1,759). Por outro lado, apresentar doenças
crônicas, tomar medicação, pressão arterial acima dos limites, diabetes e colesterol
Resultados
81
não apresentaram associação estatística significativa entre aqueles que fazem uso
de bebidas alcoólicas com pontuação > que 8 no AUDIT.
Entre os participantes que apresentaram AUDIT > que 8 pontos, a metade já
sofreu acidente de trânsito após uso de bebida alcoólica, como demonstra a tabela a
seguir.
Tabela 23 - Regressão logística entre a pontuação (maior ou menor que 8) do
AUDIT e acidentes de trânsito com ou sem uso de bebidas alcoólicas
entre os participantes da Campanha Saúde na Estrada (n=1 014).
Ribeirão Preto, SP, 2006
AUDIT Variáveis < 8 > 8
N % N %
OR (IC 95%) bruto (ORB)
OR (IC 95%) ajustado (ORA)
Acidentes sem uso de bebida alcoólica
Sim* 159 52,3 145 47,7 1,321 (1,008;1,731) 1,15 (0,848;1,559) Não 420 59,2 290 40,8 - -
Acidentes após uso de bebida
Sim 12 42,9 16 57,1 1,804 (0,845;3,854) 1,455 (0,622;3,407) Não 567 57,5 419 42,5 - -
*p.<0.05
A Tabela 23 aponta que quem bebe em níveis problemáticos apresenta maior
risco de sofrer acidentes de trânsito (ORB=1,32). Tal fato, também tem ocorrido em
relação aqueles que sofreram acidentes após o uso de bebida alcoólica
(ORB=1,804), com estatística significativa de p. <0,05.
Resultados
82
4.3 COMPARAÇÕES DAS CONDIÇÕES DE SAÚDE 4.3.1 Parte I - Análise estatística descritiva das condições de saúde entre os
participantes da campanha Saúde na Estrada Tabela 24 - Média, desvio padrão, variância mínima, mediana e máximo e p-valor
(teste t) dos valores da pressão arterial (PA), entre os participantes
abstêmios e não abstêmios da Campanha Saúde na Estrada (n=1 014).
Ribeirão Preto, SP, 2006
Variável (PA)
Média Desvio padrão Variância Mínimo Mediana Máximo p valor
(teste t)
Abstêmios 13,580 1,421 2,019 10,000 13,000 19,000
Não abstêmios 13,935 1,522 2,316 9,000 14,000 22,000
0,001
A Tabela 24 mostra que a média dos valores de pressão arterial foram
maiores entre os bebedores. Relação estatística significativa, com p. 0,001, ou seja,
quem faz uso de bebidas alcoólicas apresenta valores pressóricos maiores que os
abstêmios.
Resultados
83
Tabela 25 - Média, desvio padrão, variância mínima, mediana e máximo e p valor
(teste t) dos valores da glicemia entre os participantes abstêmios e não
abstêmios da Campanha Saúde na Estrada
(n= 1 014). Ribeirão Preto, SP, 2006
Variável (Glicemia) Média Desvio
padrão Variância Mínimo Mediana Máximo p valor (teste t)
Abstêmios 97,522 33,088 1094,847 56,000 90,000 415,000
Não abstêmios 100,060 35,121 1233,503 60,000 93,000 424,000
0,299
A Tabela 25 demonstra que quem faz uso de bebida alcoólica apresenta
níveis glicêmicos maiores, porém, não houve relação estatística significativa entre
essas variáveis
Tabela 26 - Média, desvio-padrão, variância mínimo, mediana e máximo e p valor
(teste t) do valores de colesterol entre os participantes abstêmios e não
abstêmios da Campanha Saúde na Estrada
(n=1 014). Ribeirão Preto, SP, 2006
Variável (Colesterol) Média Desvio
padrão Variância Mínimo Mediana Máximo p valor (teste t)
Abstêmios 164,412 33,088 1094,840 40,000 160,000 240,000
Não abstêmios 176,670 43,277 1872,914 40,000 171,000 539,000
0,007
A Tabela 26 indica que a média dos valores do colesterol entre os bebedores
foi maior que os abstêmios, com p=0,007, quem bebe apresenta níveis de colesterol
maiores.
Resultados
84
Tabela 27 - Média, desvio-padrão, variância mínimo, mediana e máximo e p valor
(teste t) dos valores de IMC entre os participantes abstêmios e não
abstêmios da Campanha Saúde na Estrada (n=1 014). Ribeirão Preto,
SP, 2006
Variável (IMC) Média Desvio
padrão Variância Mínimo Mediana Máximo p valor (teste t)
Abstêmios 27,647 4,729 22,368 8,000 28,000 40,000
Não abstêmios 28,350 6,052 36,632 9,000 28,000 130,000
0,082
A Tabela 27 apresenta a média do IMC maior entre os bebedores, não
houve relação estatística significativa entre essas variáveis.
Discussão
Discussão
86
A discussão dos resultados segue a ordem das tabelas e não a seqüência da
análise estatística, com o objetivo de facilitar a leitura e evitar repetições.
5.1 Variáveis sociodemográficas dos participantes da Campanha Saúde na
Estrada
Esta é a primeira vez que se estuda o uso do álcool e as condições de
saúde entre participantes da Campanha Saúde na Estrada na região de Ribeirão
Preto, SP.
No que tange à caracterização sociodemográfica, a amostra foi composta
pelo sexo masculino, com idade entre 30 e 45 anos, casados/amasiados, com baixo
nível de escolaridade, raça branca, como profissão são motoristas de caminhão,
religião católica e procedentes da Região Sudeste (Tabela 1).
De acordo com as características da amostra, o que chama a atenção é o
baixo nível de escolaridade (60,4% possuem o ensino fundamental completo ou
incompleto) e a idade (49% estão na faixa etária entre 30 e 45 anos), esse fato pode
ser explicado pelo IBGE (2000), onde aponta que 92% da população com idade
acima de 15 anos da Região Sudeste brasileira é escolarizado, enquanto que os
mais jovens apresentam maiores índices de alfabetização.
Os dados corroboram aqueles da literatura específica (VILLARINHO et al.,
2002; SOUZA; PAIVA; REIMÃO, 2006; CAVAGIONI, 2006; NASCIMENTO, 2003)
que estudaram os fatores de riscos nessa população.
A maioria dos participantes da Campanha Saúde na Estrada é de
caminhoneiros, e a campanha tem como propósito atender esses profissionais que
trabalham longas horas do dia e estão distantes de suas casas e famílias, e pouco
Discussão
87
têm disponibilidade de buscar assistência de saúde. No entanto, vale lembrar que a
participação nesse tipo de campanha não isenta o motorista de buscar, de forma
mais sistemática, algum tipo de avaliação de saúde.
Mediante a leitura do Manual de Classificação Brasileira de Ocupação do
Ministério do Trabalho com o Código 7825-05, o grupo de motoristas de caminhão é
considerado aquele de maior vulnerabilidade para o desenvolvimento de diversos
comportamentos de risco (como as doenças sexualmente transmissíveis, uso de
álcool e de outras drogas) e o desenvolvimento de possíveis conseqüências
relacionadas devido às peculiaridades da profissão. Atualmente, essa iniciativa vem
sendo realizada em diversas localidades do Brasil, com enfoque na promoção de
saúde e prevenção de doenças entre motoristas que estão trafegando nas estradas.
Em 2005, a Confederação Nacional de Transportes (CNT) estimou que o
Brasil possui 1,2 milhões de caminhoneiros. Nos resultados da presente pesquisa,
identificou-se que 826 (81,4%) eram caminhoneiros, parcela considerável de
profissionais. Dessa forma, os mesmos são considerados prioridade para o
desenvolvimento de ações e estratégias voltadas à promoção de saúde.
A literatura aponta que nos Estados Unidos da América (EUA), essa
iniciativa vem sendo desenvolvida de longa data, onde programas preventivos visam
a promoção do bem-estar dos motoristas nas estradas. Dessa maneira, tem
contribuído com melhorias das condições de saúde e qualidade de vida, além da
redução de até 40% dos acidentes de trânsito nas estradas (HARRINGTON, 1995).
Discussão
88
5.2 Padrão de consumo do uso do álcool e as conseqüências entre os
participantes da Campanha Saúde na Estrada
Ao avaliar a freqüência do consumo de bebida alcoólica pelos participantes,
identificou-se que 72,4% já fizeram uso de álcool. Essa constatação corrobora os
dados do CEBRID (2001), onde é mencionado que sete entre dez brasileiros bebem.
Estudo de Laranjeira et al. (2007) também concluiu que 75% da amostra estudada já
bebeu pelo menos uma vez na vida e que 52% dos brasileiros, acima de 18 anos,
bebem pelo menos 1 vez ao ano. Por outro lado, esses altos índices nos remetem a
pensar sobre a aceitação social que a bebida alcoólica tem em nossa cultura, além
da disponibilidade, fácil acesso e baixo custo para consumi-la.
Estudos nacionais, no entanto, desenvolvidos entre motoristas, principalmente
os de caminhão, apontaram que o uso de bebidas alcoólicas esteve presente em
metade ou mais da amostra (CAVAGIONI, 2006; NASCIMENTO, 2003; MULLER,
2000). Vale salientar ainda, que o uso de bebida alcoólica entre motoristas é
questão preocupante, pois o ato de beber e dirigir são incompatíveis na vida dos
motoristas. Esses estudos não se diferenciam dos estudos internacionais (CROUCH
et al., 1993), uma vez que mais da metade dos motoristas de caminhão consomem
mais de uma droga, das quais o álcool é a mais prevalente.
Com olhar mais específico sobre as variáveis do AUDIT (Tabela 2), em
relação aos motoristas que bebem, foi identificado padrão de consumo alto,
caracterizado por freqüência de uso de 2 a 4 vezes por mês (42,3%), em
quantidades de 3 a 4 doses (23,7%), enquanto que 28% dos participantes são
abstêmios. Concluindo, 30% dessa população está se embriagando com 6 ou mais
doses semanalmente.
Discussão
89
De acordo com BABOR e HIGGINS-BIDDLE (2001), esse padrão pode se
modificar ao longo do tempo, e os indivíduos podem estar aumentando o seu
consumo e caminhando para além dos perigos imediatos que a bebida proporciona.
Aqui, o beber é preocupante, se levar em conta a profissão desse grupo estudado,
pois existe número considerável de motoristas (85%) que estão nas estradas
dirigindo.
Além disso, o nível de consumo, baseando-se na quantidade de 3 a 4 doses,
permite que o motorista seja identificado no teste do bafômetro e passível de ser
multado, no caso de estar dirigindo, pois o nível de álcool no sangue legalmente
aceito no Brasil para dirigir é de 0,6 g/l, o que corresponde de 2 a 3 doses de
bebidas alcoólicas para o homem (dependendo de variáveis como gênero e peso do
indivíduo) (LARANJEIRA et al., 2007).
O uso de álcool entre os participantes da Campanha Saúde na Estrada é
difícil de ser comparado, uma vez que a literatura a esse respeito é escassa.
No presente estudo, foi identificado que um terço dos motoristas bebe
semanalmente, podendo se intoxicar, ou seja, uma vez por semana principalmente
entre os que fazem uso de risco e nocivo. Esse padrão de beber pode colaborar
potencialmente para os problemas relacionados à morbidade, decorrentes do uso e
não apenas para as questões de acidentes de trânsito como aponta o relatório do
Ministério da Saúde (BRASIL, 2003) e (LARANJEIRA et al., 2007).
O beber entre motoristas pode estar sendo também sustentado pela intensa
quantidade de veiculação de propagandas de bebidas alcoólicas, bem como a
venda, que geralmente ocorre nas estradas, sem fiscalização. No entanto, medidas
de controle em relação ao beber nas estradas brasileiras são necessárias,
impedindo assim que mais pessoas possam consumir.
Discussão
90
Por outro lado, no Brasil, no ano 2007, o governo publicou o Decreto 6.117, a
Política Nacional sobre o Álcool, que tem como objetivo reduzir as conseqüências do
uso indevido de bebidas alcoólicas, apontadas como uma das causas de acidente
de trânsito, como também de diversos problemas de saúde. A política prevê
divulgação de propagandas sobre bebidas alcoólicas e também a venda dessas nas
rodovias federais brasileiras, visando maior controle e punições para esses tipos de
ocorrência (CORREIO BRAZILIENSE, 2007).
No entanto, recentemente, o governo lançou Medida Provisória (nº 415,
2008), que entrou em vigor no dia 1º de fevereiro de 2008, que proíbe a
comercialização de bebidas alcoólicas em rodovias federais (BR) de todo o país,
com o objetivo de reduzir os acidentes de trânsito nas estradas. Porém, a TmedidaT já
está causando preocupação, pois muitas BRs entram no perímetro urbano e os
motoristas consomem bebida alcoólica em chopperias, shoppings e churrascarias,
onde todos vendem bebidas alcoólicas livremente (AGÊNCIA BRASIL, 2008). Dessa
maneira, podendo colaborar para o aumento dos índices de acidentes de trânsito
nas estradas e agravos à saúde dessa população.
De acordo com a Tabela 3, as maiores conseqüências do beber, ou seja, os
sinais e sintomas da dependência e seus problemas decorrentes, possibilitou
identificar número considerável de pessoas já com problemas que necessitam de
fato, “o ponta pé” inicial da intervenção breve para redução do consumo.
Dessa maneira, pequena parcela dos participantes apresentou
comprometimentos de dependência ao álcool. Entre os que bebem, 14,1%
apresentaram sintomas da perda de controle de beber, 6,7% já tiveram
esquecimento e uma minoria necessitou beber logo pela manhã. Resultados que
demonstram os sintomas na forma de um continuum de gravidade e que por outro
Discussão
91
lado, Edwards (1998b) aponta que nem todos bebedores vão desenvolver a
dependência ao álcool, mas apenas uma pequena parcela, e o que preocupa é o
uso nocivo onde uma grande parte dos bebedores que estão na vida ativa, que vão
acabar desenvolvendo a curto prazo problemas graves de trânsito e se não
receberem intervenções ao longo do tempo e mediante a manutenção do beber em
altas quantidades vão chegar ao desenvolvimento da dependência.
De acordo com o relatório da OMS de 2002, o consumo abusivo de bebidas
alcoólicas foi responsável por 4% da carga global de doenças e 3,2% de todas as
mortes prematuras. De 2002 a 2006, o SUS gastou cerca de 40 milhões com
tratamento e internações com dependentes de álcool e outras drogas (CORREIO
BRAZILIENSE, 2007).
Ao avaliar os problemas relacionados ao beber, foi observada a presença de
culpa, de esquecimentos, de criticas, preocupação por parte de alguém próximo,
variando entre 12 e 24% (Tabela 4).
Neste estudo, observou-se que mais de 87% dos participantes responderam
que “nunca” se sentiram culpados ou com remorsos após terem bebido, 86%
“nunca” deixou de lembrar o que aconteceu na noite anterior após ter bebido, como
também quase 95% “nunca” foi criticado pelos resultados de sua bebedeira. Porém,
por outro lado, quase 20% disseram que alguém se preocupou com o seu beber
todos, ou quase todos os dias, nos últimos 12 meses. Para Michel (2000), nem
sempre é fácil o indivíduo ter autopercepção dos riscos de beber. Esse autor aponta
que indivíduos, que apenas bebem cerveja, podem ter problemas relacionados ao
uso do álcool, tanto quanto aqueles que consomem vinho ou bebidas alcoólicas
destiladas. Quando se aborda o uso de bebida, muitos referem que “só bebe
cerveja”, preconizando que cerveja não é álcool.
Discussão
92
Conforme a identificação dos níveis de risco do beber do estudo, 27,2% são
abstêmios, 32,5% fazem uso de baixo risco e 40,3% bebem em níveis de risco ou
estão desenvolvendo a dependência (Tabela 5). Esses dados corroboram com
aqueles da literatura, apresentados no I Levantamento Nacional sobre o padrão de
consumo do uso de álcool. Laranjeira et al (2007) identificou que, do total da
população com 18 anos ou mais, 3% faz uso nocivo e 9% é dependente de bebidas
alcoólicas. Essa prevalência também é compatível com estudos anteriores do
CEBRID (2001), quando foi utilizado metodologia diferente. Esses dados
aproximam-se dos índices estimados que, na população brasileira, 12% apresentam
algum problema com álcool –índice significativo em termos de saúde pública para se
dimensionar o custo social do álcool. Tanto o uso nocivo quanto a dependência
predominam entre os homens, sendo em média quatro vezes mais comum do que
entre as mulheres (CARLIN et al, 2002).
Ao se analisar quando o padrão de consumo ocorre (Tabela 6), o fim de
semana foi o dia mais apontado entre os participantes (71,5%), fato que pode estar
ligado às questões culturais, lembrando as palavras de Ross (1992) sobre aceitação
de ser culturalmente aceito misturar lazer com álcool. Essa constatação também foi
encontrada nos estudos de Barros et al (1988), que realizou pesquisa com 113
motoristas em Porto Alegre, RS, em uma sexta-feira e sábado à noite, para medir
alcoolemia, enquanto esperavam a mudança do sinal, mostrou que 85%
apresentavam alguma concentração de álcool no sangue.
Discussão
93
5.3 Níveis de risco do beber (AUDIT) e as características sociodemográficas
dos participantes da Campanha Saúde na Estrada
No que se refere à idade, ao analisar os dados neste estudo, através da
regressão logística, os motoristas que apresentaram idade entre 30 e 45 anos mais
de 45% pontuaram AUDIT maior que 8, considerado uso de risco (Tabela 21).
Segundo Schucckit (1991), o uso abusivo de bebida alcoólica possui alta incidência
entre os homens de 30 a 50 anos de idade, sendo que esses índices são ainda
maiores quando a situação socioeconômica é baixa, e a renda e a escolaridade são
inferiores.
No presente estudo, também foi confirmada a predominância do sexo
masculino para o uso de risco, nocivo e provável dependência que, juntos,
correspondem a 40,9% da população estudada (Tabela 7).
Dados consistentes com a literatura (KHAN et al., 2002; CEBRID, 2001 e
LARANJEIRA et al., 2007), em relação ao sexo, mostram que o maior consumo (uso
de risco e nocivo) de álcool está presente entre os homens quando comparados com
as mulheres.
Estudos do Ministério da Saúde do Brasil (2004) apontam que o consumo de
bebida alcoólica nas regiões do Brasil é maior no grupo dos homens (variando entre
48,9 e 72,1%), enquanto que nas mulheres (variou de 19,7 e 47,5%), nos dados do
CEBRID (2001) a proporção do consumo entre homens e mulheres foi demonstrada
na proporção de quase 3 para 1. Resultados apontados por Laranjeira et al (2007)
também mostram que os homens (65%) bebem com freqüência marcantemente
Discussão
94
diferente das mulheres (41%), pois os homens tendem a beber mais e apresentam
mais prejuízos em relação ao álcool.
Com base nos resultados encontrados, em relação ao estado civil e aos
níveis de risco do uso de álcool, a prevalência foi maior entre o grupo de
solteiros/separados/divorciados (34,9%) que fazem uso de risco do que os
casados/amasiados (32,7%) que fazem uso de baixo risco (Tabela 8).
A literatura não deixa muito clara a relação entre essas variáveis, porém,
aponta que estar sozinho, no caso dos solteiros, separados ou divorciados, acarreta
posição favorável para o uso e abuso do álcool devido à falta de controle por parte
de um parceiro (EDWARDS; MARSHALL; COOK, 2005a).
O presente estudo identificou baixo nível de escolaridade entre os
participantes que fazem uso de bebidas alcoólicas, apresentados em ambos os
testes estatísticos (qui-quadrado e regressão logística) nas tabelas 9 e 21,
respectivamente, no entanto, não apresentaram associações estatísticas
significativas entre as variáveis. Em ambas as análises, o uso de risco entre os
participantes esteve presente entre aqueles que possuem ensino fundamental e
ensino médio (Tabela 9 e 21).
A baixa escolaridade e o consumo de risco e de baixo risco também foram
identificados nos estudos de Cavagioni (2006), e padrão de consumo muito alto
entre motoristas que possuíam apenas o ensino fundamental (MULLER; 2000).
Discussão
95
Em relação à procedência, 90,7% dos participantes da Campanha é de
origem da Região Sudeste, no qual a cidade de Ribeirão Preto, SP, está inserida
(Tabela 10). Nesse contexto, encontrou-se que mais de um terço faz uso de risco.
De acordo com os dados do I Levantamento Domiciliar sobre o uso de Drogas
Psicotrópicas no Brasil, realizado pelo CEBRID (2001), a Região Sudeste foi a que
apresentou maior índice no consumo de bebida alcoólica, 71,5% dos entrevistados
acima de 35 anos mencionaram que já fizeram uso de bebida alcoólica (CARLIN et
al., 2002).
Ao avaliar a religião e os níveis de risco em relação ao beber no presente
estudo, foi identificada relação estatística significativa entre essas variáveis. Onde
um terço dos bebedores de religião católica faz um beber de risco e de baixo risco,
já na religião evangélica mais da metade são abstêmios (60%), essa é a religião que
apresenta controle social maior em relação ao beber (Tabela 11).
Dados também confirmados na avaliação do modelo de regressão logística,
mostraram efeito significativo da religião católica como fatores de risco para o beber
(Tabela 21). A religião é importante elemento da cultura e da sociedade que
influencia marcantemente, encorajando ou não o comportamento do beber
(EDWARDS; MARSHALL; COOK, 2005a).
A associação entre religião e o beber foi encontrada por Koenig et al (1994)
como fator de proteção ou de risco, isso vai depender da vinculação que o indivíduo
tem com sua religião, assim, menor será a possibilidade do beber em níveis de risco.
Neste estudo, no que se refere à profissão dos motoristas, os achados nos
permitiram evidenciar que o uso de bebida alcoólica trata-se de problema sério, pois
Discussão
96
35,1% dos motoristas e 31,8% dos caminhoneiros fazem uso de risco (Tabela 12).
Edwards et al. (1998c) consideram que o nível de problemas causados pelo uso do
álcool entre motoristas é preocupação relevante, todavia, os caminhoneiros devem
beber pouco ou nenhuma dose de bebida alcoólica. A exemplo das medidas
restritivas do uso do álcool, nos EUA, os limites de alcoolemia para esses motoristas
de caminhão são bem menores quando comparados com os demais motoristas.
5.4 As condições de saúde dos participantes da Campanha Saúde na Estrada
Para alcançar o 2º e o 3 º objetivos específicos propostos, foram analisados
os níveis de riscos e as condições de saúde entre os participantes da campanha.
Em relação à presença de doenças crônicas, 195 (19,2%) dos participantes
afirmaram que possuem algum tipo de doença, entre esses, quase 30% fazem uso
de risco e 7,7% fazem uso nocivo de bebida alcoólica. Esses dados corroboram os
da literatura, quando estudo foi realizado na Espanha entre motoristas de caminhão
que faziam uso de bebida alcoólica, o apontando que 13% apresentavam algum tipo
de doença (DEL RIO, ÁLVAREZ, 2001).
Ainda, achado interessante nesses dados (Tabela 13) é que, ao somar
apenas os bebedores independentes do nível de risco do beber, identifica-se que
140 (68%) possuem algum tipo de doença crônica.
O Brasil está entre os países com altas taxas de morbimortalidade
atribuíveis ao consumo de álcool (MELONI; LARANJEIRA, 2004). No entanto,
algumas doenças crônicas geralmente são associadas ao uso de risco e nocivo do
álcool, mas a predisposição do desenvolvimento começa a se manifestar mesmo
Discussão
97
com quantidades não consideradas de risco (CORRAO et al., 2004), tornando-se
indicadores para a prevenção.
Entre os tipos de doenças crônicas as mais apontadas foram a HAS, o
diabetes mellitus (DM) e a pancreatite (Tabela 14). Quando se avalia os riscos do
beber e o tipo de doenças crônicas, identificou-se que 33% apresentaram HAS e
29,8% DM, fazendo uso de risco, por outro lado, 5 (71,4%) bebedores de baixo risco
possuem pancreatite. A literatura brasileira apontou que 93,5% de portadores de
pancreatite crônica (MOTT; GUARITA; BETARELLO, 1991) e 40% dos casos de
pancreatite aguda eram provenientes do uso do álcool, sendo identificado como a
principal causa (REIS; RODRIGUES, 2003).
Ao avaliar os valores da pressão arterial e os níveis de risco do beber, foi
identificado que 10% dos bebedores apresentam níveis pressóricos maiores do que
os recomendados pela Organização Mundial da Saúde (Tabela 15). Desses, mais de
um terço (36,5%) faz uso de risco e quase 8% faz uso nocivo de bebida alcoólica.
Estudos apontam que o álcool é o fator de maior risco para o aumento dos níveis
pressóricos e, conseqüentemente, o desenvolvimento para a hipertensão (REHM et
al., 2003). O autor considera que 16% dos casos de hipertensão são atribuídos ao
uso de bebida alcoólica e, complementando Stranges et al (2004), afirma que
independe do tipo de bebida.
Estudo internacional, com amostra representativa envolvendo 15 mil pessoas
com idade entre 45 e 64 anos de idade, revelou que o consumo a partir de 210
g/semana de álcool, associou-se positivamente com a HAS (OR=1,47; IC 95%=1,15-
1,89) independentemente da raça, idade, sobrepeso e obesidade e diabetes. O risco
Discussão
98
bruto atribuível no desenvolvimento da hipertensão entre os indivíduos expostos a
mais que 30 g/dia de álcool foi de 17,1% (FUCHS et al., 2001).
Ainda, sobre os níveis pressóricos e o beber, na análise do modelo de
regressão logística, apresentada na tabela 22, embora a porcentagem de PA tenha
sido maior entre os bebedores com AUDIT >8 (59,8%- OR=1,43; IC 95%=0,99-2,09),
não se pode afirmar que quem bebe apresenta maior risco de apresentar os níveis
pressóricos aumentados. Esse fato pode estar sendo influenciado por outras
variáveis, como talvez o uso de medicamento, ou mesmo os níveis baixos do beber,
e ainda outros fatores que não podem ser explicados aqui.
Ao avaliar os valores pressóricos entre os bebedores e abstêmios, foi
identificado que os bebedores apresentam níveis maiores quando comparados com
os abstêmios (13,9 vs 13,5), com relação estatística significativa (p<0,001, Tabela
24), dados esses sustentados pela literatura (REHM et al., 2003; FUCHS et al.,
2001).
Em relação aos níveis de glicemia e aos níveis de risco do beber, um terço
dos participantes da campanha apresentaram níveis alterados e bebem em nível de
baixo risco e de risco (Tabela 16). Porém, se somar apenas aqueles que bebem e
apresentam os valores glicêmicos alterados, pode-se perceber que mais de 70%
apresentam níveis acima de 130 mg/dL. Estudos com motoristas de caminhão
apontaram que apenas 8% dos que bebem apresentaram glicemia alterada
(CAVAGIONI, 2006).
Ao avaliar os valores glicêmicos entre os bebedores e abstêmios, foi
identificado que os bebedores apresentam níveis glicêmicos maiores quando
Discussão
99
comparados com os abstêmios (97,5 vs 100), porém, não houve relação estatística
significativa (Tabela 25).
Na análise de regressão logística (Tabela 22), 46,24% (OR=1,15; IC
95%=0,72-1,83) apresentaram níveis glicêmicos acima de 130mg/dL e AUDIT >8.
Esses dados, não permitem afirmar que quem faz uso de risco apresenta maiores
chances de alteração desses valores. Uma possibilidade para a compreensão
desses dados refere-se ao relato de Crane e Sereny (1988) que observa em seus
estudos, que o abuso do álcool é casualmente relacionado para o desenvolvimento
do diabetes.
No que se refere aos níveis de colesterol e aos níveis de risco do beber entre
os participantes da campanha, foi identificado que entre aqueles que fazem uso de
bebida alcoólica 73 (83,7%) apresentaram colesterol acima de 200mg/dL, desses,
mais de um terço faz uso de baixo risco (Tabela 17). Os resultados foram quase
semelhantes aos de Cavagioni (2006), 35% dos motoristas que bebem
apresentaram nível de colesterol acima de 200mg/dL.
Na análise de regressão logística (Tabela 22), o nível de colesterol foi
identificado em quase 49% dos participantes que pontuaram AUDIT >8 e com
(OR=1,30; IC 95%=0,85-2,006).
No estudo em questão, ao avaliar os valores de colesterol entre os
bebedores e abstêmios, foi identificado que os bebedores apresentam níveis de
colesterol maiores quando comparados com os abstêmios (176,6 vs 164,4), porém,
houve relação estatística tendenciosa (p=0,007, Tabela 26). Esses dados, também
estão de acordo com a literatura internacional, como os estudos de Koppes et al
Discussão
100
(2005), quando apontam que quanto maior o uso de bebida alcoólica, maior o nível
do colesterol, e, conseqüentemente, maior será a prevalência para doenças
cardiovasculares, assim como Rimm et al (2000) evidenciaram que indivíduos que
consomem 30g de álcool por dia, de forma regular por mais de um mês, ficam mais
expostos ao aumento da concentração de colesterol.
O presente estudo encontrou que 724 (98,1%) dos participantes que
bebem apresentam níveis de peso acima do esperado. Dado esse que corrobora
aqueles de obesidade no Brasil, onde o problema é bastante evidente, quatro em
cada dez brasileiros adultos sofrem de excesso de peso (MONTEIRO, 2005). Na
Tabela 18, é demonstrado que entre os participantes que fazem uso de risco, mais
de um quarto estão classificados em sobrepeso e um terço são obesos. Esses
resultados nos levam as palavras de Wannanethee e Shapper (2003), onde o uso
abusivo de álcool contribui diretamente para o ganho de peso, colabora para a
obesidade em homens.
Ainda há de se considerar outros fatores como sedentarismo e o hábito alimentar
que não foi estudado aqui, pois motoristas de caminhão passam longas horas por
dia dirigindo e geralmente se alimentam mal, situações que podem ser relevantes
para o aumento do peso. Fato esses somados ao uso do álcool, leva à discussão
sobre a contribuição calórica que a bebida possui e que pode colaborar para o
aumento de peso, dados esses também evidenciados nos estudos internacionais
(ARIF; ROHRER, 2005).
Na análise de regressão logística, foi possível identificar que, entre os
fatores de riscos entre o beber e as condições de saúde, estão associados
Discussão
101
significativamente com o grupo de sobrepeso (ORB=1,462; ORA=1,46) e o de obeso
(ORB=1,903; ORA=1,759), conforme Tabela 22.
Ao avaliar os valores do IMC entre os bebedores e abstêmios, foi
identificado que os bebedores apresentaram média do IMC maior quando
comparado com os abstêmios (média 28,35 vs 27,6), porém, não houve relação
estatística significativa (Tabela 27).
Em relação ao uso de medicação e o uso de álcool foi evidenciado na
Tabela 19, entre os participantes, que quase um terço daqueles que fazem uso de
medicação consomem bebidas alcoólicas em níveis de risco. Fato preocupante
demonstrado por Reis e Rodrigues (2003), em que o álcool pode alterar a
propriedade farmacológica da medicação, potencializando ou diminuindo seu efeito.
Muitas pessoas que apresentam alterações dos níveis glicêmicos, ou valores
pressóricos, podem estar associando bebida alcoólica e medicação.
Em corroboração a essa relação, Del Rio e Alvarez (2001) apontaram que
10% da população adulta espanhola consomem bebida alcoólica e medicação
concomitantemente. Outro estudo, realizado por Saitz (2003) mostrou que 37% dos
pacientes relataram que não discutem sobre o uso de bebida e medicação com o
seu médico durante a consulta. Dessa forma, como os dados da presente pesquisa
evidencia que muitos dos pacientes fazem interação medicamentosa com o álcool e
nem mesmo sabem o que pode acontecer, permanecendo com a pressão elevada
ou níveis glicêmicos alterados ainda fazendo uso de medicação.
Discussão
102
5.5 Avaliação do uso de bebida alcoólica em relação aos acidentes de trânsito
entre os participantes da Campanha Saúde na Estrada
Em relação à ocorrência de acidentes, após o uso de bebidas alcoólicas,
apenas 28 (2,7%) afirmaram que sofreram acidentes de trânsito. Esses resultados
evidenciam que muitos não relacionam o beber como fator responsável pelos
acidentes (EDWARDS; MARSHALL; COOK, 2005e). Por outro lado, entre os
bebedores, 39,3% dos participantes que fazem uso de risco já sofreram acidente de
trânsito após o uso de bebida alcoólica, ao passo que 33,9% dos que fazem uso de
risco mencionaram já ter sofrido acidente de trânsito, porém, sem o uso da bebida
alcoólica (Tabela 20).
Nessa variável, ao se avaliar por meio do modelo de regressão logística foi
identificada associação entre ter sofrido acidente de trânsito, sob influência do álcool
e o beber com pontuação no AUDIT > que 8 (Tabela 23). Isso significa que, quem
faz uso de bebidas alcoólicas em níveis problemáticos apresentam maiores riscos de
sofrerem acidentes de trânsito (ORB=1,321) independente do uso de bebidas
alcoólicas, e esse risco aumenta quando o motorista está sob influência do uso do
álcool (ORB= 1,804).
Com base nos resultados encontrados, pode-se sustentar que ainda há
poucas medidas eficientes para restringir e fiscalizar a venda de bebidas alcoólicas
nas estradas. O último decreto, oficializado no início de fevereiro de 2008, que
proíbe a venda de bebida alcoólica nas rodovias federais vem causando grandes
discussões na mídia, mostrando o nível de acidentes envolvendo motoristas no
trânsito após uso de bebida alcoólica. Porém, mesmo com a fiscalização rigorosa,
em alguns pontos “brasileiros dão um jeitinho especial” para a compra e o consumo
Discussão
103
de álcool nas estradas. Nas ocorrências de acidentes, dificilmente não se encontram
vestígios e prova do consumo deixado pelas vítimas, como latinhas e garrafas vazias
de bebida alcoólica dentro dos veículos ou na boléia de caminhões.
Deve-se enfatizar aqui as situações de risco nos sujeitos desta pesquisa que
alegaram já terem se envolvido em acidentes de trânsito sem o uso de bebida
alcoólica. Os resultados indicam que quase um terço faz uso de baixo risco.
Segundo Leyton et al (2005), há correlação evidente entre o uso de bebida alcoólica
e a ocorrência de acidentes de trânsito. Para e Duailibi e Laranjeira (2007), há risco
grande de dirigir sob efeito do álcool, mesmo com níveis no sangue considerados
baixos.
O modelo de regressão logística permitiu mostrar o efeito positivo do uso do
álcool associado com os acidentes de trânsito. Entre os participantes da pesquisa
que pontuaram AUDIT maior que 8, 57,1% assumiram ter feito uso de bebida
alcoólica antes do acidente, porém, entre aqueles que assumiram não ter bebido
antes do acidente, mais de 50% pontuaram AUDIT menor que 8. A esse respeito
Cavagioni (2006), em seus resultados, mostrou que entre motoristas que já sofreram
acidente de trânsito, 83% pontuaram AUDIT menor que 8, ao passo que 16% maior
que 8. Um outro estudo, realizado na cidade de Passos, MG, com 91 caminhoneiros,
mostrou que 83 (91%) faziam uso de bebidas alcoólicas. Desses 14 (17%) referiram
ter se envolvido em acidentes nas estradas por causa do uso do álcool
(NASCIMENTO; NASCIMENTO; SILVA, 2007).
Considerando os dados apresentados na pesquisa, onde mais de um terço já
se envolveu em acidentes de trânsito e fazem uso de risco, frente a tais resultados,
medidas preventivas, baseadas na política nacional de álcool e outras drogas,
devem ser implementadas como a fiscalização de sobriedade com os bafômetros,
Discussão
104
realizados rotineiramente nos finais de semana. Nos locais onde estas ações
ocorrem, houve redução de cerca de 20% dos acidentes fatais relacionados ao
álcool (SCHULTS et al., 2001; SWEEDLER et al., 2004).
Há, no entanto, alguns empecilhos para o efetivo cumprimento dessa ação.
Para comprovar se o motorista está embriagado, as autoridades de trânsito utilizam
o “bafômetro”, porém, o que acontece é que, na maioria das vezes, não dispõem de
equipamento suficiente, recursos humanos e, ainda, não há lei que obrigue o
indivíduo a se submeter a esse teste, ou seja, o motorista pode recusar a fazê-lo.
Essas barreiras fornecem subsídios para que ações sejam colocadas em prática,
como recentemente ocorreu com a medida provisória nº 415, 2008, que proíbe a
venda de bebida alcoólica nas estradas (CORREIO BRAZILIENSE, 2007; AGÊNCIA
BRASIL, 2008).
Embora os acidentes possam ocorrer independentemente do uso de álcool,
contudo, quando o uso é comprovado nos acidentes, isso pode não ter acontecido
por acaso. Estudos internacionais apontam que o consumo de álcool na população
reflete-se gravemente nas ocorrências de acidentes de trânsito (HONKANEN, 1993).
Na Nova Zelândia, levantamento, realizado em 1987, estimou que o consumo de
álcool foi responsável por 20,1% das mortes entre os indivíduos de 15 a 34 anos de
idade, principalmente nos acidentes em estradas (SCRAGG, 1995).
Segundo Pinsky e Laranjeira (1998), as pesquisas de abuso de álcool e da
freqüência de acidentes de trânsito que vêm ocorrendo no país apontam para a
necessidade urgente de iniciar trabalhos contínuos e sérios nesse campo.
Conclusão
Conclusão
106
Esta é a primeira vez em que se utiliza o teste de identificação do uso do
álcool e avalia as condições de saúde entre participantes da Campanha Saúde na
Estrada.
Os resultados do presente estudo permitiram verificar que a maioria dos
participantes é do sexo masculino, possui baixa escolaridade, cor branca, são
católicos e não praticam religião.
O universo considerado nesta investigação, também possibilitou identificar
alguns aspectos que coloca os motoristas em situações de risco para a saúde, em
relação o uso de bebida alcoólica. Assim, pontua-se aspectos mais relevantes
desses determinantes, a hipertensão, a glicemia, colesterol, sobrepeso e obesidade.
Por outro lado, com aspectos relevantes relacionados aos fatores de proteção,
identificou-se ser evangélico, prática religiosa, ser casado/amasiado e possuir nível
superior.
Considerações Finais
Considerações Finais
108
Verificou-se que o consumo de bebida alcoólica, atualmente, perpassa por
questões muito mais amplas e complexas do que aquelas até presentes em uma
simples comemoração ou ritual religioso. Nesse contexto é necessário refletir sobre
o mundo globalizado, onde a falta de informação, orientação e a facilidade de
adquirir o produto com ausência de política governamental voltada para essas
questões. Os determinantes ocasionados por tal realidade são medidos nos índices
alarmantes de acidentes de trânsito, envolvendo motoristas nas estradas, as
conseqüências que o álcool pode ocasionar como desenvolvimento de doenças
crônicas (cirrose hepática, hipertensão, diabetes e pancreatite).
Nesse cenário, surge novo indicador a ser considerado – a vulnerabilidade
para os fatores de risco relacionados às condições de saúde e uso de bebida
alcoólica sem controle, dos quais os motoristas passam a viver e a se projetar nas
estatísticas de morbidade e do aumento de acidentes nas estradas brasileiras. A
conseqüência por esse uso pode desenvolver sintomas irreversíveis quando
estiverem na direção e, na maioria das vezes, o motorista não fez uso de bebida
alcoólica no dia, mas nos finais de semana faz uso de risco e nocivo, como
apresentados nos resultados deste estudo.
Desse modo, refletir, na atualidade, é projetar-se para um mundo de
possibilidades em que essa população está inserida, avaliando particularmente os
fatores de riscos aos quais estão expostos.
A necessidade de estratégias específicas para identificar e intervir em relação
ao uso do álcool entre motoristas precisa ser colocado em prática, na fase inicial, ou
seja, como forma de prevenção e redução de danos no trânsito. Pesquisas, tanto
nacionais como internacionais, têm demonstrado que, quanto mais elevado o
consumo de álcool numa população, maiores são os índices de problemas e agravos
Considerações Finais
109
desencadeados por esse uso. Portanto, torna-se necessário a implementação de
campanhas permanentes nas estradas, visando a diminuição de acidentes de
trânsito e contribuindo para a melhoria das condições de saúde dessa população.
Dessa forma, identificar motoristas que estão nas estradas por meio do
rastreamento do uso do álcool pode nortear significativamente ações preventivas
para essa população, pois alguns efeitos danosos, como acidentes de transito
podem resultar em episódios únicos de álcool, mesmo que o indivíduo não beba com
freqüência.
Este estudo, por se tratar de quantitativo descritivo, permitiu identificar os
fatores de riscos comparados aos níveis de consumo nos últimos 12 meses, através
do AUDIT, bem como os fatores de proteção.
Diante dessas informações, esta pesquisa, possibilitará num futuro próximo,
contribuir para a elaboração de programas adequados dirigidos à prevenção e
educação permanentes, através de campanhas e mudanças políticas
Referências
Referências
111
AGÊNCIA BRASIL (2008). Medida provisória proíbe venda de bebidas alcoólicas em
estradas federais. Disponível em:
TUhttp://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2008/01/21/materia.2008-01-
21.6371948991/viewUT>. Acesso em: 7 fev. 2008.
TAJANI, U. A.; GAZIANO, J. M.; LOTUFO, P. A.; LIU, S.; HENNEKENS, C. H.;
BURING, J. E.; MANSON, J. E. Alcohol consumption and risk of coronary heart
disease by diabetes status. Circulation, n. 102, p. 500-505, 2000.
AMATUZI FILHO, C. (2004). A saúde do caminhoneiro em debate: fatos e
evidências. In: Confederação Nacional de Transporte – Debate em foco, seção
saúde do caminhoneiro. Disponível em <TUwww.cnt.org.brUT.>. Acesso em: 10 dez 2007.
ANDERSON, P.; CREMONA, A.; PATON, A.; TURNER, C.; WALLACE, P. The risk
of alcohol. Addiction, n.88. p. 1493-1508, 1993.
ARIF, A. A.; ROHRESR, J.E. Patterns of alcohol drinking and its association with
obesity: data from the third national health and nutrition examination survey, 1988-
1994. BMC Public Health, v. 5, p. 126, 2005.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MEDICINA DE TRÁFEGO (ABRAMET). 2001
Disponível em: TUhttp://www.abramet.org/informacoes/noticiasVer.asp?id=496UT. Acesso
em: 22 out. 2007.
BABOR, T. F., HIGGINS-BIDDLE, J.C. Brief Intervention: for hazardous and harmful
drinking – A. Manual for use in primary care. Department of Mental Health and
Substance Dependence: World Health Organization, p. 52, 2001.
BARROS, A. J. D; AMARAL, R. L; OLIVEIRA, M. S. B.; LIMA, S. C.; GONÇALVES,
E. V. Acidentes com vítimas: sub-registro, caracterização e letalidade. Cad Saúde Pública, n. 19, p. 979-986, 2003.
Referências
112
BATISTA, M. A. S.; SILVA, F. A. B. Nível de saúde de caminhoneiros que trafegam pela BR040, com base em dados obtidos durante o VI comando Rodoviário Federal, na cidade de Brasília – DF. Um estudo de caso, 2006.
[online]. Disponível em:
<TUhttp://www.senaaires.com.br/revistavirtual/artigos/artcient.1.pdfUT> . Acesso em 12
dez de 2007.
BEN-SHLOMO, Y.; MARKOWE, H.; SHIPLEY, M.; MARMOT, M. G. Stroke risk from
alcohol users and nonusers. Stroke, v.23, p. 1093-1098, 1992.
BOFFETTA, P.; GARFINKEL, L. Alcohol, drinking and mortality among men enrolled
in an American Cancer Society prospective study. Epidemiology, v.1, p. 342-348,
1990.
BOHN, M. J; et al. The Alcohol Use Disorders Identification Test (AUDIT):
validation of a screening instrument for use in medical settings. J Stud Alcohol; v.
56, p. 423-32, 1995.
BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Redução da Morbi-mortalidade por Acidentes e Violências. Brasília, 2001.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Coordenação Nacional de DST
e Aids. Política do Ministério da Saúde para a atenção integral aos usuários de álcool e outras drogas / Ministério de Saúde, Secretaria Executiva, Coordenação
Nacional de DST e Aids. Brasília: Ministério da Saúde, 2003.
BRASIL. SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAUDE, INSTITUTO NACIONAL DO
CÂNCER. Inquérito Domiciliar sobre comportamentos de risco e morbidade referida de doenças e agravos não transmissíveis: Brasil, 15 capitais e Distrito
Federal, 2002-2003. Rio de Janeiro: Ministério da Saúde, 2004.
Referências
113
CALIXTO, G. C.; BOFF, R.; CABRAL, S. B. M.; NAKAMURA, E. K. Prevenção a saúde do caminhoneiro que trafega pela BR-277 Curitiba-Paranaguá. Disponível
em: <
TUhttp://lcms.uniandrade.br/publicador/publicacoes/Revistas/enfermagem/oitavo_b_noit
e/prevencao-gisele-e-raul.pdfUT.>. Acesso em 12 jun 2007.
CARLINI, E. A.; GALDURÓZ, J. C. F.; NOTO, A. R.; NAPPO, S. A. I Levantamento Domiciliar sobre o Uso de Drogas Psicotrópicas no Brasil: estudo envolvendo
107 cidades maiores do país: 2001. São Paulo: CEBRID – Centro Brasileiro de
Informações sobre Drogas Psicotrópicas: UNIFESP – Universidade Federal de São
Paulo, 2002.
CAVAGIONI, L. C. Perfil dos riscos cardiovasculares em motoristas profissionais de transporte de carga da Rodovia BR-116 no trecho Paulista-Régis Bittencourt. 2006. 230f. Dissertação (Mestrado) - Escola de Enfermagem de
São Paulo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006.
CENTRO BRASILEIRO DE INFORMAÇÕES SOBRE DROGAS PSICOTRÓPICAS -
CEBRID. Pesquisa domiciliar sobre o uso de drogas no Estado de São Paulo:
aspectos da dependência. Boletim da CEBRID, n.44, maio 2001. Disponível wm:
<TUhttp://www;cebrid.drogas.nom.br/UT >. Acesso em: 18 JAN 2006.
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE TRANSPORTES – CNT. Perfil sócio-econômico dos trabalhadores autônomos. Diponível em:
<TUhttp://www.cnt.org/informaçoes/pesquisasperfil.aspUT.>. Acesso em: 23 set 2007.
CORRAO, G. et al. A meta-analysis of alcohol consumption and the risk of 15
diseases. Prev. Med., v. 38, p. 613, 2004.
CORREIO BRASILIENSE. Estudo aponta que 72% dos motoristas bebem álcool. (2007) Dispnível em:
<http://noticias.correioweb.com.br/materiais.php?id=2707872&sub=Brasi> . Acesso
em 22 mai 2007.
Referências
114
CRANE, M.; SERENY, G. Alcohol and diabetes. British journal of addiction, n. 83,
p. 1357-1358, 1988.
CROUCH, D. J.; et al. The prevalence of drugs and alcohol in fatally injured truck
drivers. J. Forenseic Sci. v.38, p. 1342-53, 1993.
DEL RIO, M.C.; ALVAREZ, F. J. Illicit drugs and fitness to drive: assessment in
Spanish Medical Driving Test Centres. Drug and Alcohol Dependence. v.64, p. 19-
25, 2001.
DEPARTAMENTO NACIONAL DE TRÂNSITO – DENATRAN. (1999). Disponível
em: TUhttp://www.denatran.gov.br/deliberacoes_contran.htmUT. Acesso em: 10 Jan.
2006.
DONAHUE R.P.; ABBOTT, R. D.; REED, D. M., YANO, K. Alcohol and haemorrhagic
stroke: The Honolulu Heart Program. Journal of the American Medical Association, n. 255, p. 2311-2314, 1986.
DUAILIBI, S.; LARANJEIRA, R. Políticas públicas relacionadas às bebidas
alcoólicas. São Paulo: Rev. Saúde Pública, v.41, n.5, 2007.
EDWARDS, G.; MARSHALL, E.J.; COOK, C.C.H. O tratamento do alcoolismo: um
guia para profissionais de saúde. In: ______. Causas dos problemas relacionados
ao consumo de álcool. Porto Alegre: Artes Médicas, 2005a. Cap. 2, p. 29 – 30.
EDWARDS, G.; MARSHALL, E.J.; COOK, C.C.H. O tratamento do alcoolismo: um
guia para profissionais de saúde. In: ______. Complicações sociais do ato de beber.
Porto Alegre: Artes Médicas, 2005b. Cap. 6, p. 81-89.
EDWARDS, G.; MARSHALL, E.J.; COOK, C.C.H. O tratamento do alcoolismo: um
guia para profissionais de saúde. In: ______. Identificação e screening de casos.
Porto Alegre: Artes Médicas, 2005c. Cap. 14, p. 193-194.
Referências
115
EDWARDS, G.; MARSHALL, E.J.; COOK, C.C.H. O tratamento do alcoolismo: um
guia para profissionais de saúde. In: ______. O álcool como droga. Porto Alegre:
Artes Médicas, 2005d. Cap. 3, p. 44.
EDWARDS, G.; MARSHALL, E.J.; COOK, C.C.H. O tratamento do alcoolismo: um
guia para profissionais de saúde. In: ______. Complicações físicas do ato de beber
excessivamente. Porto Alegre: Artes Médicas, 2005e. Cap. 10, p. 138-141.
EDWARDS, G et al. A política do álcool e o bem comum. In: ______. Tendências
internacionais no consume de álcool e seus padrões. Porto Alegre: Artes Médicas,
1998a. Cap. 2, p. 52-53.
EDWARDS, G et al. A política do álcool e o bem comum. In: _______. O consumo
individual de álcool e seu grau de risco. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998b. Cap. 3,
p. 55-69.
EDWARDS, G et al. A política do álcool e o bem comum. In: ______. Segurança
pública e consumo de bebidas alcoólicas dentro do contextos particulares. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1998c. Cap. 7, p. 169-173.
ESPADA, P.C. Efeito da ingestão aguda de etanol sobre a gravidade e evolução dos pacientes traumatizados. Ribeirão Preto-SP, 2001. 79 p. Dissertação
(Mestrado) – Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo,
Ribeirão Preto, 2001.
FUCHS, F. D.; CHAMBLESS, L. E.; WHELTON, P. K.; NIETO, F. J.; HEISS, G.
Alcohol consumption and the incidence of hypertension. The atherosclerosis risk in
communities study. Hypertension, v.37, p. 1242-1250, 2001.
FUNDAÇÃO SEADE / IBGE. Pop. 2006. Disponível em: TUhttp://www.ibge.gov.brUT.
Acesso em: 05 de Jan. 2007.
GILL, J. S.; ZZEZULKA, A. V.; SHIPLEY, M. J. BEEVERS, D. G. Stroke and alcohol
consumption. New England: Journal of Medicine. n. 315, p. 1041-1046, 1986.
Referências
116
GUIMARÃES JÚNIOR, P. I. Relação entre o consumo de álcool e diabetes mellitus no município de Uberaba no ano de 2005 – 2006. Disponível em:<
TUhttp://www.saudebrasilnet.com.br/saude/trabalhos/016s.pdfUT>. Acesso em 11 dez
2007.
HARRIGTON, L. Fighting driver fatigue. The National Private Truck Council. n. 7,
v. 32, p. 24-28, 1995.
HONKANEN, R. Alcohol in home and leisure activies. Addction, v.8. p. 939-944,
1993.
HOSMER, Jr., LEMESHOW, D. Applied Logistic Regression. 2. ed. New York:
John Willey & Sons, 2000.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA e ESTATÍSTICA (IBGE). Censo
Demográfico Brasileiro 2000 [online]. Rio de Janeiro; 2006. Disponível em:
<http://www.ibge.gob.br.>. Acesso em 10 de nov. 2007.
KHAN, N.; DAVIS, P.; WILKINSON, T. J.; SELMAN, J. D.; GRAHAM, P. Drinking
patterns among older people in the community: hidden from medical attencion? N. Z. Med J, n. 115, p. 72-75, 2002.
KOENIG, H. G.; GEORGE,, L. K.; MEADOR, K. G.; BLAZER, D. G.; FORD, S. M.
Religious practices and alcoholism in a southern adult population. Hospital and Community Psychiatry. n. 45, p. 225-231, 1994.
KONO, S.; IKEDA, M.; TOKUDOME, S.; NISHIZUME, M. Alcohol and mortally: a
cohort study of male Japanese physicians. International Journal of Epidemiology
n.15, p. 527-532, 1986.
KOPPES, L. L. J.; TWISK, J. W. R.; VAN MECHELIN, W.; SNEL, J.; KEMPER, H. C.
G. Cross-sectional and longitudinal relationships between alcohol consumption and
Referências
117
lipids, blood pressure and body weight indices. Journal of studies on alcohol, n. 6,
v. 66, p. 713-721, 2005.
LARANJEIRA, R. Bases para uma política de tratamento dos problemas
relacionados ao álcool e outras drogas no Estado de São Paulo. Jornal Brasileiro de Psiquiatria,v.45,n.4,p.191-199.1996
LARANJEIRA, R. et al. I Levantamento nacional sobre os padrões de consumo de álcool na população brasileira. Brasília: Secretaria Nacional Antidrogas, 2007.
LEYTON, V.; GREVE, J. M. D’A.; CARVALHO, D. G.; MUÑUZ, D. R. Perfil
epidemiológico das vítimas fatais por acidente de trânsito e a relação com o uso do
álcool. São Paulo: Saúde, Ética & Justiça, n. 10, p. 12-18, 2005.
LIMA, J.M.B. Alcoologia: uma visão sistêmica dos problemas relacionados ao uso e
abuso de álcool. Rio de Janeiro: URFJ/EEAN, 2003.
MANSUR, J.; CARLINI , E. Drogas: subsídios para uma discussão. Ed. 4. São
Paulo: Brasiliense, 1993.
McARDLE, W. Fisiologia do exercício, energia, nutrição e desempenho humano. 3ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
MELONI, J. N.; LARANJEIRA, R. Custo social e de saúde do consumo do álcool.
Rev. Bras. Psiquiatria, São Paulo, v. 26, p. 7-10, 2004.
MEYER, M. et al. Cuidando da pessoa com problemas relacionados com álcool e outras drogas. São Paulo: Atheneu, 2004.
MICHEL, O. R. Alcoolismo e drogas de abuso: problemas ocupacionais e sociais
– a realidade do trabalhador brasileiro. Rio de Janeiro: ReninteR Ltda. p. 16-17,
2000.
Referências
118
MOAK, D.H.; ANTON, R.F. Alcohol. In: McCRADY, B.S.; EPSTEIN, E.E.,eds.
Addictions: a comprehensive guidebook. New York, Oxford: Oxford
University Press, p.75-94, 1999.
MONTEIRO, C. A. Da privação ao excesso de comida [Entrevista a Fabrício
Marques]. Rev. Pesquisa FAPESP [periódico online]. 2005; v. 111. Disponível em:
<www.revistapesquisa.fapesp.br/indez.php>. Acesso em 23 jul. 2006.
MOTT, C. B.; GUARITA, D. R.; BETTARELLO, A. Pancreatites crônicas em São
Paulo (Brasil): estudo prospectivo de 400 casos. In: FORTES, J. R. A.; CARDO, W.
N. Alcoolismo: diagnóstico e tratamento. São Paulo: Sarvier, 1991. p.102.
MULLER, C. N. O uso de álcool por condutores profissionais de veículos. Curitiba: Universidade Federal do Paraná. 48 p., 2000. Disponível em:
<TUhttp://www.bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/UT >. Acesso em 10 dez
2007.
NASCIMENTO, E. Desenvolvimento de pesquisa-ação com motoristas de caminhão de estrada: trabalhando na problematização às questões voltadas à
sexualidade: DST/AIDS e remédios. Ribeirão Preto-SP, 2003. 242p. Tese
(Doutorado). Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo,
Ribeirão Preto, 2003.
NASCIMENTO, E. C.; NASCIMENTO, E. SILVA, J.P. Uso de álcool e anfetaminas
entre caminhoneiros de estrada. Rev. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 41, n. 2, p.
290-3, 2007.
NERY-FILHO, A.; MEDINA, M.G.; MELCOP, A. G.; OLIVEIRA, E. M. Impacto do uso do álcool e outras drogas em vitimas de acidentes de transito. Brasília
(DF): Associação Brasileira dos Departamentos Estaduais de Transito (ABDETRAN),
1997.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (OMS). Obesidade: prevenindo e
controlando a epidemia global. São Paulo: Roca, 2004.
Referências
119
PAUWELS J.; HELSEN W. The influence of alcohol consumption on driving behavior
in simulated conditions. In: EDWARDS, G. et al. A política do alcool e o bem comum. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. Cap. 7, p. 186-87.
TPINSKY,I.T; LARANJEIRA, R. O fenômeno do dirigir alcoolizado no Brasil e no
mundo: revisão da literatura. TRevista da ABP-APAL, São Paulo, v. 20, n.4, p. 160-
165, 1998.
REHM, J.; ROOM, R.; GRAHAM, K.; MONTEIRO, M.; GMEL, G., SEMPOS, C.T.
The relationship of average volume of alcohol consumption and patterns of
drinking to burden of disease: an overview. Addiction. n. 98, v. 9, p.1209-1228,
2003.
REIS, N. T.; RODRIGUES, C. S.C. Nutrição clinica: alcoolismo. Rio de Janeiro:
Rubio, 2003. Cap. 10, p.213-223.
RIMM et al. Ingesta moderada de alcohol y bajo riesgo de enfermedad coronária: meta-análisis Del efeito sobre factores lipídicos y hemostáticos. n. 2, v. 4,
2000. Disponível em: <TUhttp://www.bio.puc.cl/vinsalud/boletin/42ingesta.htmUT >.
Acesso em 15 jan 2008.
ROSS, H. L. Confronting Drunk Driving: social policy for saving lives. New Haven,
Connecticut: Yale University Press, 1992.
SAITZ, R.; HORTON, N. J.; SULLIVAN, L. M., et al. Andressing alcohol problems in
primary care: a cluster randomized, controlled trial of a systems intervention. The
screening and intervention in primary care [SIP] study. Ann Intern Med. v. 138, p.
372-382, 2003.
SAS/STAT®. User’s Guide: version 9. Cary, NC, USA: SAS Institute Inc., 2002.
SCHUCCKIT, M. A. Abuso de álcool e drogas. Porto Alegre: Arte médicas, 356 p.,
1991.
Referências
120
SCHULTS, R.A, ELDER, R.W, SLEET DA, NICHOLS J.L; ALAO M.A; CARANDE-
KULIS V.G, et al. Reviews of merican. Journal of Preventive Medicine. N. 21, v.4,
p. 66-68, 2001.
SCRAGG, R. A quantification of alcohol-related mortality in New Zealand".
Australian & New Zealand Journal of Medicine. n.25, v.1, p. 5-11, 1995.
SKIPSEY, K.; BURLESON, J. A.; KRANZLER, H. R. Utility of the AUDIT for
identification of hazardous or harmful drinking in drug dependent patients. Drug and alcohol dependence, v. 45, p. 157-163, 1997.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. Consenso Brasileiro Sobre Diabetes
2002: diagnóstico e classificação do diabetes melito e tratamento do diabetes melito
do tipo 2. Rio de Janeiro: Diagraphic, 2003.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO (2002). V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. [online]. Disponível em: <TUhttp://www.sbh.orgUT>. Acesso em 12
de dez 2007.
SOIBELMAN, M.; LUZ JR, E. Problemas relacionados ao consumo de álcool. Porto Alegre: Artes Médicas, 2 ed, p. 286-295, 1996.
SOUZA, J. C.; PAIVA, T.; REIMÃO, R. Sleep habits, sleepiness and accidents
among trucks drivers. Arq. Neuro Psiquiatria, v. 63, p. 123-9, 2005.
STRANGES , S. et al. Relationship of alcohol drinking pattern to risk of hypertension:
a population-based study. Hypertension, v. 44, p. 813-819, 2004.
SWEEDLER, B.M.; BIECHELER, M. B.; LAURELL, H.; KROJ, G.; LERNER, M.;
MATHIJSSEN, M.P.; et al. Worldwide trends in alcohol and drug impaired driving.
Traffic Inj Prev. n. 5, v. 3, p. 175-184, 2004.
Referências
121
TELNER, A. Alcohol, diabetes and health: a review. Canadian journal of diabetes,v. 26, n. 3, p.378-381, 2002.
UCKO, D. A. Química para as ciências da saúde: uma introdução à química geral,
orgânica e biológica. São Paulo: Manole, 1992.
VILLARINHO, L.; et al. Caminhoneiros de rota curta e sua vulnerabilidade ao HIV,
Santos, SP. Rev. Saúde Pública. V. 36, n. 1, p. 61-7, 2002.
WANNAMETHEE, G.; SHAPER, A. G. Alcohol intake and variations in blood
pressure by day of examination. J Hum hypertens, v.5, p. 59-67, 1991.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. The World health report 2002: reducing risks,
promoting healthy life. Geneva: WHO, 2002. 239 p. Disponível em:
<TUhttp://www.who.int/whr/2002/download/en/UT>. Acesso em: 20 fev. 2007
ZIMET, P.; ALBERTI, K. G. M. M.; SHAW, J. Global and societal implications of the
diabetes epidemic. Nature. v. 414, p. 782-787, 2001.
Anexos
Anexos
123
Anexos
124
Anexo B- Parte I – Identificação sociodemográfica e condições de saúde
1) Nº de Identificação: 2) Origem da viagem: 3) destino:
4) Há quantas horas está viajando? 5) Idade:_____________ 6) Sexo: ( 1 ) M ( 2 ) F 7) Religião: ( 1 ) Católico ( 2 ) Evangélico ( 3 ) Espírita ( 4 ) Não tem 7 a ( 1 ) Não praticante ( 2 ) Praticante 8) Cor: ( 1 ) B ( 2 ) N ( 3 ) P ( 4 ) A 9) Procedência: (1) Norte (2) Sudeste (3) Sul (4) Centro-Oeste (5) Nordeste 10) Estado civil: ( 1 ) Casado/amasiado ( 2 ) Solteiro/ Separado ( 3 ) Viúvo 11) Grau de Instrução: ( 1 ) Primário Comp/ Incompleto
( 2 ) 2 º grau Comp/ Incompleto ( 3 ) Superior Comp/ Incompleto 12) Profissão: _____________13) Quanto tempo:__________14) ( ) Aposentado 15) Ano de Carteira de Habilitação: 16) Tipo: 17) Apresenta doença crônica? ( 1 ) Sim ( 2 ) Não 18) Qual?. ( 1 ) HAS ( 2 ) DM ( 3 ) Pancreatite ( 4 ) Cirrose hepática ( 5 ) outra 19) Medicamento em uso: _____________________________________ 1. PA= x mmHg 2. Glicemia: _________ 3. Colesterol: __________ 4. IMC: _______ 20) Tipo de Veiculo: ( 1 ) Caminhão de carga, qual: _________ ( 2 ) passeio ( 3 ) Caminhonete ( 4 ) Moto 21) Já sofreu acidente de trânsito? ( 1 ) Sim ( 2 ) Não 22) Já sofreu acidente de trânsito após ter consumido álcool nos últimos de 12 meses?
( 1 ) Sim ( 2 ) Não 23) Qual o motivo de sua viagem? ( 1 ) Lazer ( 2 ) Trabalho ( 3 ) Estudo 24) Quando foi a última vez que você bebeu? ( 1 ) Hoje ( 2 ) Ontem ( 3 ) Final de Semana
Anexos
125
Anexo C - Parte II - AUDIT- The Alcohol Use Disorder Identification Test
1-Qual a freqüência do seu uso de bebidas alcoólicas? ( 0 ) Nenhuma ( 1 ) Uma ou menos de uma vez por mês ( 2 ) 2 a 4 vezes por mês ( 3 ) 2 a 3 vezes por semana ( 4 ) 4 ou mais vezes por semana
6- Quantas vezes, no ultimo 12 meses, você precisou de uma dose pela manhã para se sentir melhor depois de uma bebedeira? ( 0 ) Nunca ( 1 ) Menos que mensalmente ( 2 ) Mensalmente ( 3 ) Semanalmente ( 4 ) Diariamente
2- Quantas doses você consome num dia típico quando está bebendo? ( 0 ) Nenhuma ( 1 ) 1 ou 2 ( 2 ) 3 ou 4 ( 3 ) 5 a 6 ( 4 ) 7 a 9 ( 5 ) 10 ou mais
7- Quantas vezes, nos últimos 12 meses, você se sentiu culpado ou com remorso depois de beber? ( 0 ) Nunca ( 1 ) Menos que mensalmente ( 2 ) Mensalmente ( 3 ) Semanalmente ( 4 ) Diariamente
3- Com que freqüência você consome seis ou mais doses numa ocasião? ( 0 ) Nunca ( 1 ) Menos que mensalmente ( 2 ) Mensalmente ( 3 ) Semanalmente ( 4 ) Diariamente
8- Quantas vezes, nos últimos 12 meses, você esqueceu o que aconteceu na noite anterior porque estava bêbado? ( 0 ) Nunca ( 1 ) Menos que mensalmente ( 2 ) Mensalmente ( 3 ) Semanalmente ( 4 ) Diariamente
4-Com que freqüência nos últimos 12 meses você percebeu que não conseguia parar de beber uma vez que havia começado? ( 0 ) Nunca ( 1 ) Menos que mensalmente ( 2 ) Mensalmente ( 3 ) Semanalmente ( 4 ) Diariamente
9-Você já foi criticado pelos resultados de suas bebedeiras?
( 0 ) Nunca ( 1 ) Menos que mensalmente ( 2 ) Mensalmente ( 3 ) Semanalmente ( 4 ) Diariamente
5-Quantas vezes nos últimos 12 meses você deixou de fazer o que era esperado devido ao uso de bebida alcoólica? ( 0 ) Nunca ( 1 ) Menos que mensalmente ( 2 ) Mensalmente ( 3 ) Semanalmente ( 4 ) Diariamente
10-Algum parente amigo médico ou outro profissional da saúde referiu-se às suas bebedeiras ou sugeriu-lhe parar de beber? ( 0 ) Nunca ( 1 ) Menos que mensalmente ( 2 ) Mensalmente ( 3 ) Semanalmente ( 4 ) Diariamente
Anexos
126
Anexo - D TERMO DE CONSENTIMENTO – LIVRE – ESCLARECIDO
Eu, Josélia Benedita Carneiro Domingos, aluna da Pós-Graduação do
Departamento de Enfermagem Psiquiátrica e Ciências Humanas da Escola de
Enfermagem da USP de Ribeirão Preto, venho respeitosamente convidá-lo a
participar do estudo que tem como objetivo avaliar o consumo de álcool entre
motoristas. Estas informações serão utilizados para o desenvolvimento de
programas de prevenção de acidentes nas estradas, assim como a intervenção
breve para promover qualidade de vida dos condutores.
Este estudo será realizado através de um questionário aprovado pela
(Organização Mundial de Saúde) que contém 10 questões fechadas, em caráter
voluntário, sem a identificação dos participantes, garantindo o anonimato.
Pelo presente consentimentoTP
*PT, declaro que fui informado, de forma clara e
detalhada, dos objetivos, da justificativa, dos procedimentos a que serei submetido e
dos benefícios do presente projeto de pesquisa. Fui igualmente informado :
1. Do direito de receber resposta a qualquer pergunta ou dúvida sobre esta
pesquisa, bem como os assuntos relacionados com a investigação
2. Da liberdade de retirar o meu consentimento, a qualquer momento e
deixar de participar do estudo, sem que isso traga prejuízo a mim;
3. Do direito de não ser identificado e ter a minha privacidade preservada.
Sua colaboração é de muita importância para o desenvolvimento desta
pesquisa.
Declaro que tenho conhecimento dos direitos acima citados descritos e aceito
em responder ao questionário elaborado pelo pesquisador, que assine este termo de
consentimento.
Ribeirão Preto, de de 2006.
Contato : Josélia B. C. Domingos email: josélia.domingos@hotmail.com Tel: 16.3602.34.25
TP
*PTO presente documento baseado nos artigos 10 a 16 das Normas de Pesquisa em Saúde do Conselho Nacional
de Saúde, será assinado em duas vias de igual teor, ficando uma via em poder do participante da pesquisa e a outra com a pesquisadora.
Apêndices
Apêndices
128
Apêndice A : Repercussões da divulgação na mídia e sites da pesquisa 1. DOMINGOS, Josélia B C, PILLON, S. C. Álcool é consumido por 72% dos caminhoneiros. Educação SulMix SINODAL. São Leopoldo - RS, 2007.
TUhttp://www.sulmix.com.br/principal_educacao/PAGINAS/educacao1668.htmUT
2. DOMINGOS, Josélia B C; PILLON, S. C. Álcool, o inimigo público.
Coordenadoria Estadual Antidrogas. Curitiba PR, 2007.
TUhttp://www.antidrogas.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=289UT
3. DOMINGOS, Josélia B C PILLON, S. C. Álcool, o inimigo público. Associação
Brasileira de Psiquiatria. Rio de Janeiro, 2007.
TUhttp://www.congressoabp.org.br/clipping/exibClipping/?clipping=4570UT
4. DOMINGOS, Josélia B C; PILLON, S. C. Pés-de-cana. A Tribuna da imprensa
online. Rio de Janeiro, 2007.
TUwww.tribuna.inf.br/anteriores/2007/maio/29/pestal.aspUT
5. DOMINGOS, Josélia B C; PILLON, S. C. Caminhoneiros apresentam diabetes, pressão alta e consumo de álcool. Jornal de Noticias USP. SP, 2007.
TUhttp://noticias.usp.br/acontece/obterNoticia?codntc=16094&codnucjrn=1UT
6. DOMINGOS, Josélia B C; PILLON, S. C. Caminhoneiros apresentam diabetes, pressão alta e consumo de álcool. Sociedade Brasileira de Hipertensão. São
Paulo, 2007.
www.sbh.org.br/novo/template2.asp?id=publico_noticias&codigo=94 - 15k –
7. DOMINGOS, Josélia B C; PILLON, S. C. Caminhoneiros apresentam diabetes, pressão alta e consumo de álcool. Portal Saúde de Ribeirão Preto. RP, 2007.
www.ribeiraopreto.sp.gov.br/ssaude/noticias/2007/0705/I16070509cami.htm
8. DOMINGOS, Josélia B C; PILLON, S. C. Caminhoneiros apresentam diabetes, pressão alta e consumo de álcool. Jornal de São José dos Campos. São José dos
Campos, 2007. Home page: www.vejosaojose.com.br/saude.htm
Apêndices
129
9. DOMINGOS, Josélia B C PILLON, S. C. Caminhoneiros apresentam diabetes, pressão alta e consumo de álcool. Repórter Leme. Leme - SP, 2007.
http://www.reporterleme.com.br/noticiaPrint.aspx?id=6609
10. DOMINGOS, Josélia B C; PILLON, S. C. Caminhoneiros: 43% abusam da bebida. Destak Jornal. São Paulo, 2007.
http://www.destakjornal.com.br/pdf/portadaedicion201.pdf
11. DOMINGOS, Josélia B C; PILLON, S. C. Estudo aponta que 72% dos motoristas bebem. Jornal Diário do Nordeste. Fortaleza - CE, 2007.
www.diariodonordeste.globo.com/noticia.asp?codigo=179403&modulo=964
12. DOMINGOS, Josélia B C; PILLON, S. C. Estudo aponta que 72% dos motoristas bebem álcool. Jornal CBN Notícias. Recife PE, 2007.
http://jc.uol.com.br/cbnrecife/2007/05/21/not_61180.php
13. DOMINGOS, Josélia B C; PILLON, S. C. Estudo aponta que 72% dos motoristas bebem álcool. Portal O Pantaneiro Online. Aquidauana MT, 2007.
http://www.opantaneiro.com.br/noticias/online.asp?id=57372
14. DOMINGOS, Josélia B C; PILLON, S. C. Estudo aponta que 72% dos motoristas bebem álcool. Jornal Diário da Manhã. São Paulo, 2007.
http://www.dm.com.br/ultimas.php?id=216441&edicao=7137
15. DOMINGOS, Josélia B C; PILLON, S. C. Estudo da Escola de Enfermagem revela saúde precária entre caminhoneiros. Bebida é o maior problema. Jornal
da USP Ribeirão. Ribeirão Preto, 2007. www.pcarp.usp.br/acsi
16. DOMINGOS, Josélia B C, PILLON, S. C. Pesquisa alerta para os riscos do álcool. Propaganda sem bebida. Rio de Janeiro, 2007.
www.propagandasembebida.org.br/not_home/not_home_integra.php?id=156
Apêndices
130
17. DOMINGOS, Josélia B C; PILLON, S. C. Pesquisa mostra caminhoneiros com diabetes, pressão alta e consumo de álcool. Informe MS. Campo Grande MS,
2007.www.informems.com.br/index.php?p=detalhe_noticia&canal=saude&cat=9&id=
20368
18. DOMINGOS, Josélia B C; PILLON, S. C. Pesquisa da USP indica que 72% dos motoristas ingerem bebidas alcoólicas. Consumidor RS. Rio Grande do Sul, RS,
2007.
TUwww.consumidorrs.com.br/index.php?p=cont_int&p1=boletim&txt_codigo=10002328UT
19. DOMINGOS, Josélia B C; PILLON, S. C. Pesquisa da USP revela que 72% dos motoristas bebem. Jornal o Estadão. São Paulo, 2007.
http://estadao.com.br/ciencia/noticias/2007/mai/21/276.htm
20. DOMINGOS, Josélia B C, PILLON, S. C. Pesquisa mostra que caminhoneiros apresentam diabetes, pressão alta e consumo de álcool. Jornal entre Posto, São
Paulo, 2007. TUhttp://www.jornalentreposto.com.br/ago2007/perigo.htmUT
21. DOMINGOS, Josélia B C; PILLON, S. C. Pesquisa mostra que caminhoneiros apresentam diabetes, pressão alta e consumo de álcool. Portal da Biblioteca
Virtual em Saúde - BRVS Brasil. São Paulo, 2007.
http://saudepublica.bvs.br/noticias/?act=view&id=270
22. PILLON, S. C.; DOMINGOS, Josélia B C. Pesquisa revela que 72% ingerem bebida alcoólica. Perkons Noticias. São Paulo, 2007.
TUwww.perkons.com.br/imprimir.php?tipo=noticia&id=3477UT
23. DOMINGOS, Josélia B C; PILLON, S. C. USP vê uso excessivo de álcool por motoristas. Folha de São Paulo. Ribeirão Preto, p.7. 2007. Meio de divulgação:
Impresso
24. DOMINGOS, Josélia B C; PILLON, S. C. 1 Edição - álcool o inimigo público.
Associação de Emissoras de Radio e Televisão. Brasília DF, 2007.
http://www.abert.org.br/D_mostra_clipping.cfm?noticia=105290
Apêndices
131
25. DOMINGOS, Josélia B C, PILLON; S. C. 72% dos caminhoneiros ingerem bebidas alcoólicas. www.estradas.com.br. São Paulo, 2007.
www.estradas.com.br/new/noticias/materia.asp?id=35437
26. DOMINGOS, Josélia B C; PILLON, S. C. 72% dos caminhoneiros ingerem bebida alcoólica, revela pesquisa. Associação Nacional de Transporte Público.
São Paulo, 2007.
http://portal.antp.org.br/clip/news/News%20Articles/DispForm.aspx?ID=5129
27. DOMINGOS, Josélia B C; PILLON, S. C. 72% dos caminhoneiros ingerem bebidas alcoólica. Jornal A Cidade. Ribeirão Preto, 2007.
http://www.jornalacidade.com.br/geral/ver_news.php?pid=94&nid=53729
28. DOMINGOS, Josélia B C; PILLON, S. C. 72% dos caminhoneiros ingerem bebidas alcoólicas. Boletim Eletrônico n. 95 ACCA. São Paulo, 2007. Home page:
www.uniad.org.br
29. DOMINGOS, Josélia B C; PILLON, S. C. 72% dos caminhoneiros ingerem bebidas alcoólicas. Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas.
Rio de Janeiro, 2007: www.abead.com.br/midia/exibMidia/?midia=794
30. DOMINGOS, Josélia B C; PILLON, S. C. 72% dos caminhoneiros ingerem bebidas alcoólicas. Secretaria Nacional Anti Drogas. Observatório Brasileiro de
Drogas. Brasília DF, 2007.
TUwww.obid/senad.br/OBID/Portal/noticias_detalhes.jsp?IDPJ=1&ID_noticias=10388UT
31. DOMINGOS, Josélia B C; PILLON, S. C. Pesquisa constata uso de bebida por caminhoneiros. Segundo o levantamento da USP, 72% dos motoristas consomem álcool. EPTV Ribeirão noticias. Ribeirão Preto, SP, 2007.
TUwww.portalmedico.org.br/clipping/mostra_clipping.asp?id=39887UT
Apêndices
132
32. DOMINGOS, Josélia B C; PILLON, S. C. Pesquisa: 72% dos motoristas ingerem bebidas alcoólicas. Tribuna da imprensa on-line. Rio de Janeiro, RJ,
2007.
TUwww.tribunadaimprensa.com.br/anteriores/2007/maio/22/noticia.asp?noticia=paiUT
33. DOMINGOS, Josélia B C; PILLON, S. C. Governo deflagra guerra contra a bebida, na tentativa de reduzir acidentes de trânsito e conter a violência, restringindo a publicidade. Jornal Correio Brasiliense. Brasil, 2007.
TUwww.portalmedico.org.br/clipping/mostra_clipping.asp?id=39887UT
34. DOMINGOS, Josélia B C; PILLON, S. C. Decreto de Lula endurece conceito de bebida alcoólica. Gabeira.com, 2007.
TUwww.gabeira.com.br/causas/causa.asp?id=3791&idSubd=17UT
35. DOMINGOS, Josélia B C, PILLON, S. C. Pesquisa mostra que caminhoneiros apresentam diabetes, pressão alta e consumo de álcool. Saúde Pública em
Notícias, 2007. TUwww.saudepublica.bvs.br/noticias/2act=view&id=270UT
36. DOMINGOS, Josélia B C; PILLON, S. C. Pesquisa da USP indica que 72% dos motoristas ingerem bebidas alcoólicas. De 1014 entrevistados, 31% já se envolveram em acidentes de trânsito. Cidade Biz, 2007.
TUwww.cidadebiz.oi.com.br/paginas/39001.40000/39266.1.htmlUT
37. DOMINGOS, Josélia B C, PILLON, S. C. Pesquisa constata que 72% dos motoristas de caminhão bebem. O Portal de noticias da globo, 2007.
TUwww.gl.globo.com/Noticias/0,,MUI40049-5605,00.htmlUT
38. DOMINGOS, Josélia B C, PILLON, S. C. Álcool é consumido por 72% dos caminhoneiros. Boletim CBES, 2007.
TUwww.blog.cbesaude.com.br/2007/05/17/alcool-e-consumido-por-72-dos-
caminhoneiros/UT
Apêndices
133
39. DOMINGOS, Josélia B C, PILLON, S. C. Pesquisa revela: 72% dos caminhoneiros ingerem bebida alcoólica. Datapar, 2007.
TUwww.datapar.com.br/noticias/detalhe.asp?cod_conteudo=242UT
40. DOMINGOS, Josélia B C, PILLON, S. C. Pesquisa revela que 72% de motoristas bebem. Sinosnet/Jornal NH-AE, São Paulo, 2007.
TUwww.sinos.net/noticias/noticia.asp?c=63466UT
41. DOMINGOS, Josélia B C, PILLON, S. C. Pesquisa revela que 72% dos motoristas bebem. Gazeta de Limeira, São Paulo, 2007.
TUwww.gazetadelimeira.com.br/site/index.php?mod=noticias%2Fexibe_noticia.phpUT
42. DOMINGOS, Josélia B C, PILLON, S. C. Política Nacional sobre o álcool e o trânsito: estudo aponta que 72% dos motoristas usam bebida alcoólica. Logística e Transportes: Acidentes de trânsito, 2007.
TUwww.logisticaetransportes.blogspot.com/search/label/Acidentes%20de%20tr%C3%A
2UT
43. DOMINGOS, Josélia B C, PILLON, S. C. Estudo aponta que 72% dos motoristas bebem álcool. Imirante, Maranhão, 2007.
TUwww.imirante.globo.com/plantaoi/plantaoi.asp?codigo1=127185UT
44. DOMINGOS, Josélia B C, PILLON, S. C. Estudo aponta que 72%dos motoristas bebem álcool. Pop News, São Paulo, 2007.
TUwww.pop.com.br/popnews/noticias/brasil/107563.htmlUT
45. DOMINGOS, Josélia B C, PILLON, S. C. Estudo aponta que 72% dos motoristas bebem álcool. Portal VSP-noticias. São Paulo, 2007.
TUwww.vsp.com.br/noticias/mostra_pot.php?id=96758UT
46. DOMINGOS, Josélia B C, PILLON, S. C. Estudo aponta que 72% dos motoristas bebem álcool. Yahoo! Noticias. Brasil, 2007.
TUwww.br.news.yahoo.com/s/21052007/25/manchetes-estudo-aponta-72-dos-
motoristas-UT
Apêndices
134
47. DOMINGOS, Josélia B C, PILLON, S. C. Estudo aponta que 72% dos motoristas bebem álcool. A Tarde on-line. Salvador, BA, 2007.
TUwww.atarde.com.br/brasil/noticia.jsf?id=752501UT
48. DOMINGOS, Josélia B C, PILLON, S. C. Estudo aponta que 72% dos motoristas bebem álcool. Brasil-Último Segundo, 2007.
TUwww.ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2007/05/21/estudo_aponta_que_72_dos_motori
stasUT
49. DOMINGOS, Josélia B C, PILLON, S. C. Estudo aponta que 72% dos motoristas bebem álcool. 40 graus noticias. Brasil, 2007.
TUwww.40graus.com/noticias_texto_asp?idCategoria=4&idNoticia=128866UT
50. DOMINGOS, Josélia B C, PILLON, S. C. Estudo aponta que 72 dos motoristas bebem álcool. Brasília em tempo real. Brasília, DF, 2007.
TUwww.emtemporeal.com.br/index_asp?area=2&dia=21&mes=05&ano=2007&idnUT
51. DOMINGOS, Josélia B C, PILLON, S. C. Estudo aponta que 72% dos motoristas bebem álcool. Repórter Diário, São Paulo, 2007.
TUwww.reporterdiário.com.br/index.php?id=15708UT
52. DOMINGOS, Josélia B C, PILLON, S. C. Estudo aponta que 72% dos motoristas bebem álcool. MSN - Noticias. Brasil, 2007.
TUwww.noticias.br.msn.com/brasil/artigo.aspx?cp-documentid=4897080UT
53. DOMINGOS, Josélia B C, PILLON, S. C. Estudo aponta que 72% dos motoristas bebem álcool. Correio Web-Ultimas Noticias. Brasília, DF, 2007.
TUwww.noticias.correioweb.com.br/materiais.php?id=2707872&sub=BrasilUT
54. DOMINGOS, Josélia B C, PILLON, S. C. Estudo aponta que 72% dos motoristas bebem álcool. UOL Últimos noticias.
TUwww.noticias.uol.com.br/ultnotagencia/2007/05/21/ult4469u4102.jhtmUT
Apêndices
135
55. DOMINGOS, Josélia B C, PILLON, S. C. Pesquisa da USP revela que 72% dos motoristas bebem. Contexto Político. Rio de Janeiro, RJ, 2007.
TUwww.contextopolitico.blogspot.com/2007/05/pesquisa-usp-revela-que-72-dos.htmlUT
56. DOMINGOS, Josélia B C, PILLON, S. C. Pesquisa da USP revela que 72% dos motoristas bebem. Rodaweb Noticias, São Paulo, 2007.
TUwww.001shop.com.br/lojas/rodaweb.com.br/noticias_ver.asp?id=1213UT
57. DOMINGOS, Josélia B C, PILLON, S. C. Pesquisa da USP revela que 72% dos motoristas bebem. Tecnocientista Blog. São Paulo, 2007.
TUwww.tecnocientista.info/noticia_detalhe.asp?cod=5573UT
58. DOMINGOS, Josélia B C, PILLON, S. C. Caminhoneiros apresentam diabetes, pressão alta e consumo de álcool. Sindicato dos Técnicos de segurança do
trabalho do Estado do Ceará (SINTEST/CE). Ceará-CE, 2007.
TUwww.sintestce.org.br/noticias/exibemsg.php?id=245UT
59. DOMINGOS, Josélia B C, PILLON, S. C. Caminhoneiros apresentam diabetes, pressão alta e consumo de álcool. Educação Física-Noticias, 2007.
TUwww.educacaofisica.org/joomla/index.php?option=com_content&task=view&id=274UT
60. DOMINGOS, Josélia B C, PILLON, S. C. Álcool, o inimigo oculto. Comunidade
virtual em Vigilância Sanitária, 2007. TUwww.comvisa.bvs.br/tiki-
print_article.php?articleld=2094UT
61. DOMINGOS, Josélia B C, PILLON, S. C. Caminhoneiros apresentam diabetes, pressão alta e consumo de álcool. Pesquisa revela que 72% ingerem bebida alcoólica. SBC-Noticias da Imprensa, 2007.
TUwww.noticias.cardiol.br/imprimirlistanotsql.asp?P1=400301UT
62. DOMINGOS, Josélia B C, PILLON, S. C. 72% ingerem bebidas alcoólicas. Jornal de Jundiaí, São Paulo, 2007.
TUwww.portaljj.com.br/interna.asp?int_IDSecao=25&Int_ID=19969UT
Apêndices
136
63. DOMINGOS, Josélia B C, PILLON, S. C. Caminhoneiros apresentam diabetes, pressão alta e consumo de álcool. ABRAMET- Associação Brasileira de Medicina
de Tráfego. São Paulo, 2007.
TUwww.abramet.org/informacoes/noticiasVer.asp?id=273UT
64. DOMINGOS, Josélia B C, PILLON, S. C. 72% dos caminhoneiros ingerem bebida alcoólica, revela pesquisa. ABRAMET- Associação Brasileira de Medicina
de Tráfego. São Paulo, 2007.
TUwww.abramet.org/informacoes/noticiasVer.asp?id=301UT
65. . DOMINGOS, Josélia B C, PILLON, S. C. 72% dos caminhoneiros ingerem bebida alcoólica. ABP-Associação Brasileira de Psiquiatria. Rio de Janeiro, 2007.
TUwww.abpbrasil.org.br/clipping/exibClipping/?clipping=4482UT
66. DOMINGOS, Josélia B C, PILLON, S. C. 72% dos caminhoneiros ingerem bebida alcoólica. Pesquisa da EERP-USP revela o problema. Jornal A Cidade,
p.2, 6 de maio de 2007, Ribeirão Preto-SP.
67. .DOMINGOS, Josélia B C, PILLON, S. C. Pesquisa da USP revela que 72% dos motoristas bebem. Matéria Movimento das Artes-Canal Qualidade de Vida,
2007. TUwww.movimentodasartes.com.br/htm/mda_qv/pop_072/070522b.htmUT
68. DOMINGOS, Josélia B C, PILLON, S. C. Saúde: programa procura reduzir violência provocada pelo álcool. SIMEPE Noticias-Diario de Pernambuco, 2007.
TUwww.simepe.org.br/noticiasim/one_news.asp?IDNews=10159UT
69. DOMINGOS, Josélia B C, PILLON, S. C. Segurança por um fio. Portal
Programa Volvo de Segurança no Trânsito, 2007.
TUhttp://asp11.volvo.com.br/CTPVST/site/padrao/arquivo/frmVisualizaPadrao.aspxUT
70. DOMINGOS, Josélia B C, PILLON, S. C. Governo quer vetar álcool nas estradas. Correio Braziliense, 2008.
TUWWW.cnttt.org.br/materias_info3/vetar_alcool.htmUT
Apêndices
137
71. DOMINGOS, Josélia B C, PILLON, S. C. Nada de álcool nas estradas. Notícias
Gerais. TUwww.adpf.org.br/modules/news/article.php?storyid=38621UT
Apêndice B: Artigos em revistas (Magazine) on line
1. DOMINGOS, J. B. C., PILLON, S.C.. Caminhoneiros apresentam diabetes,
pressão alta e consumo de álcool. Revista Brasileira de Medicina. São Paulo,
2007. Home page: www.cibersaude.com.br/destaques.asp?cak=1145
2. DOMINGOS, J. B. C., PILLON, S.C. Caminhoneiros apresentam diabetes,
pressão alta e consumo de álcool. Revista Proteção. Rio Grande do Sul e São
Paulo, 2007.
http://www.protecao.com.br/novo/template/noticias.asp?codNoticia=1620
3. DOMINGOS, J. B. C., PILLON, S.C. Riscos nas estradas: caminhoneiros
apresentam diabetes, pressão alta e alcoolismo. Revista Brasileira Risco e Seguro. SP, 2007.
TUhttp://www.rbrs.com.br/noticias/noticias_interna.cfm?id=6717UT
Apêndices
138
Apêndice C: Divulgação Científica na mídia 1. DOMINGOS, J. B. C., PILLON, S.C. Abuso de álcool entre motoristas, maio,
2007. Entrevista, Programa de Rádio ou TV
2. DOMINGOS, J. B. C., PILLON, S.C. As condições de saúde e o beber abusivo entre motoristas,maio, 2007. Entrevista, Programa de Rádio ou TV
3. DOMINGOS, J. B. C., PILLON, S.C. Consumo de alcool entre caminhoneiros na estrada, 2007. Entrevista, Programa de Rádio ou TV
4. DOMINGOS, J. B. C., PILLON, S.C. Uso de álcool e as condições de saúde entre motoristas, 2007. Entrevista, Programa de Rádio ou TV
5. DOMINGOS, J. B. C., PILLON, S.C. Uso de alcool nas estradas e as condições de saúde dos motoristas, 2007. Entrevista, Programa de Rádio ou TV
6. PILLON, S. C., DOMINGOS, Josélia B C. Uso de bebidas alcoólicas e as condições de saúde: uma preocupação para a saúde pública 2007. Entrevista,
Programa de Rádio ou TV.
7. DOMINGOS, Josélia B C PILLON, S. C. Campanha Saúde na Estrada: A avaliação do Uso de álcool ente motoristas, 28 de maio, 2007. Entrevista,
Programa de TV “Bom dia São Paulo ao vivo”.
Apêndices
139
Apêndice D: Artigo de Revista
Apêndices
140
Apêndices
141
Apêndices
142
Apêndices
143
Apêndices
144
Apêndices
145
Apêndices
146