Pnaic unidade 3 ensino da ortografia

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Ensino de ortografia – Unidade 3 – PNAIC

Elaboração: Elisabete Pimentel PAUTA • Introdução- as dificuldades ortográficas • Apropriação do sistema de escrita alfabética (SEA) • Vídeo letra e vida : Arthur Gomes de Morais

Sistematização – regularidades e irregularidades ortográficas e algumas atividades

• Apresentação de princípios e propostas para o ensino de ortografia

Ortografia: o por quê das dificuldades? Muitas vezes, uma mesma letra pode representar mais de um som:

LETRA SOM EXEMPLOS [s] experiência,

próximo X [z] exame [ch] xarope, enxada [ks] tórax, táxi

Ou um som pode ser representado por mais de uma letra:

SOM LETRA EXEMPLOS X experiência, próximo S sapato, psicólogo, casco SS possível, fossa

[S] C cebola, cipó Ç poça, poço, açúcar XC excelente, exceto SC nascimento SÇ (que ele) nasça

Além disso, não escrevemos exatamente como falamos.

Consolidação do SEA “Ao término do primeiro ano do ensino fundamental de nove anos, espera-se que todos alunos já tenham atingido uma hipótese alfabética de escrita, tendo se apropriado da quase totalidade de propriedades e convenções agora apresentadas. No segundo ano, as práticas de ensino do SEA devem estar voltadas para a consolidação do conhecimento das diferentes relações som-grafia de nossa língua, de modo a permitir que a criança possa ler e escrever palavras, frases e alguns textos de menor extensão Quando a criança atinge a hipótese alfabética, isto é, quando passa a escrever com base em uma correspondência entre fonemas e grafemas, ela ainda não está alfabetizada em sentido estrito, pois, muitas vezes, ao ingressarem nesse nível, os aprendizes não conseguem ler e escrever com autonomia, porque podem ainda não dominar uma série de correspondências som-grafia de nossa língua. ANO 2, UNIDADE 3, p.12 e p.13)

Quadro 2. Propriedades conceituais do SEA ... 10. As sílabas podem variar quanto às combinações entre consoantes e vogais (CV, CCV, CVV, CVC, V, VC, VCC, CCVCC...), mas a estrutura predominante no português é a sílaba CV (consoante- -vogal), e todas as sílabas do português contêm, ao menos, uma vogal. Fonte: Unidade 3, Cadernos do PNAIC ano 1, ano 2 e ano 3 –

C- consoante V- vogal *CV: sílaba canônica (mais comum) CV: cabelo, hipopótamo CCV: prato, catraca, claro, frágil CVV: boi, inspiração CVC: cansado, amor, adulto V: amor, VC: escola VCC: inspiração, CCVCC: transforma + CCVV: trouxe CVVC: quanto Sílabas com dígrafos: caminhando, quero, calha, quero

• Mauro domina várias correspondências som-grafia em diferentes padrões (tipos) de sílaba.

• Domina regras de uso de R e RR em: FORMIBA, BORBOLETA, CACHORRO, PORCO

• Faz bom uso dos dígrafos em: CACHORRO, COEILHO, ARAINHA.

• Tenta representar todos os sons que pronuncia, percebendo o ditongo em PEIXE, mas fazendo também hipercorreções em: COEILHO, ARAINHA.

Hugo já tem hipótese alfabética, pois entendeu boa parte dos princípios do SEA. Ainda precisa avançar, em relação ao SEA:: Na notação das sílabas CVC em: FUMIGA, BOBOLETA, ELEFATE Na notação de digráfos em: CAGORO, QUOERO, ARANA Na notação de algumas letras QUOERO, PIXE, CAGORO

Ruth “é” alfabética, mas também tem vários desafios a vencer na consolidação do SEA: Na relação letra-som em sílabas “complexas” em: BONBONLETA, ELEFATE Na notação de alguns dígrafos: COELOM, CACHORO, ARAIA Mas já utiliza outros CACHORO, PEICHE

Percurso da alfabetização

Estar alfabético: conhecer os principais princípios do SISTEMA DE ESCRITA ALFABÉTICA. Consolidar o domínio no uso das letras e dígrafos em diferentes padrões silábicos, de modo a ler e escrever palavras e textos. e Iniciar o uso das normas, ampliando progressivamente o domínio da escrita ortográfica. Ou seja: Compreender que nossa escrita não é fonética, pois não é uma transcrição exata da fala. A nossa escrita é ortográfica.

Carvalho, Carmen Silva et alli. Construindo a escrita: textos, gramática e ortografia. 1ª série. SP. Atica, 2006.´p. 207

Carvalho, Carmen Silva et alli. Construindo a escrita: Gramática e ortografia. SP. Atica, 1995. p. 136

Carvalho, Carmen Silva et alli. Construindo a escrita: Gramática e ortografia. SP. Atica, 1995. p. 137

8- estabelecer correspondências, como as seguintes: trem – tem _____ - pato Trato - ____ perto - preto quarto - perda Coloque a letra M antes do P ou do B. O que acontece? LOBO BOBA TAPA

Uso do t/d Vamos trocar as letras T por D nas palavras abaixo. Note o que acontece: CORTA BOTE Forme novas palavras acrescentando r no final da primeira sílaba fada maca copo uso baba

VÍDEO

PROGRAMA : Entendendo o erro ortográfico PROGRAMA LETRA E VIDA

Na relação entre som e grafia, temos: 1. Correspondências regulares entre letra e som: com regras para o uso das letras 1.1.Correspondência regular direta ou regularidade direta: Ocorre quando só existe um grafema (letra) para notar determinado som (fonema). São os casos de B, D, F, P, T e V

MAS ATENÇÃO!! Algumas crianças fazem trocas entre elas, porque: 1 – há sons muito próximos.

Fonema surdo (pouca vibração)

Fonema Sonoro (muita vibração)

P -pato B - bato T- tia D- dia F - fila V- vila

2 - nomes das letras BE, DE, PE, TE fazem com que algumas crianças não registrem a vogal na grafia de palavras.

1. 2- Regularidades contextuais na relação som-letra A regularidade contextual ocorre quando a letra pode ser definida pela posição ou pelo contexto (isto é, pelas letras que estão próximas da letra em questão). Nessas situações, é possível deduzir regras para o uso das letras.

C e QU Cavalo, quermesse, quiabo, copo, cuia

Regra: para escrever o som [k], usamos C antes de A, O, e U.

Usamos QU, antes de E e I.

Casos mais comuns de regularidades contextuais, em que se pode deduzir algumas regras para escrever grafias corretas:

Letras exemplos

R e RR (com som de r forte) Rato, terra, genro, branco

G ou GU Gato, guerra, guidão, gordo, guri

C e QU Casa, querido, quiabo, cobertor, cuia

J junto com A,O e U ( e nunca com G) * Janela, jogo, jumento

Z (palavras que começam com som [z] Zangado, zebra, zinco

S (palavras que começam com som [s]

com A, O e U

Sapato, sombra, sucesso

O e U Bambu, bambo

E e I Perdi, perde

M, N , ã, NH (que representam sons

nasalizados

Campo, canto, manhã, romã, mandioca

Carvalho, Carmen Silva et alli. Construindo a escrita: textos, gramática e ortografia. 1ª série. SP. Atica, 2006.. p. 234

Carvalho, Carmen Silva et alli. Construindo a escrita: Gramática e ortografia. SP. Atica, 1995. p. 108

Carvalho, Carmen Silva et alli. Construindo a escrita: textos, gramática e ortografia. 2ª série. SP. Atica, 2006.´p. 222

s no início da palavra

palavras com ss s no final s entre vogais

USO DO SS/S

Lista de palavras

sapato casaco passado lagos risada passeio

passear saco

I.3- Regularidade morfológico-gramaticais De acordo com aspectos morfológicos- gramaticais, pode-se deduzir a grafia das palavras. Geralmente isso se aplica a determinados: - sufixos de nomes e adjetivos - terminações de verbos e - “famílias” gramaticais das palavras.

MORFOLOGIA: estuda as palavras e os morfemas, partes que compõem as palavras e que contribuem para a formação de novas palavras

RICO RICA RICOS RIQUEZA ENRIQUECER ENRIQUECERAM ENRIQUECIMENTO EN + RIQU + E + CI + MENTO

OTORRINOLARINGOLOGISTA

oto rino laringo log ista

morfemas Exemplos

Sufixo -EZA para substantivos derivados de adjetivos

Beleza, pobreza, riqueza, certeza

Sufixo -OSO para adjetivos Famoso, carinhoso, gostoso, Sufixo -ICE para alguns substantivos Meninice, chatice,velhice,

Terminação -OU para verbos 3ª p singular Andou, pestanejou, criou Terminação -RAM para verbos 3ª p plural passado (pretérito perfeito)

Andaram, criaram

Terminação –ÃO para verbos na 3ª pessoal plural no futuro

Andarão, criarão

Terminação –SSE para verbo no subjuntivo (hipótese, possibilidade)

Andasse, criasse

Família de palavras: palavras com o mesmo radical tendem a ser escritas com a mesma grafia

Pensar, pensamento, pensativo Mar, maré, maremoto, marítimo, marinheiro, maresia, marzão

Exemplos de regularidade morfológica-gramatical

Exemplos de atividades Construir famílias de palavras. Ex.:TERRA: enterrar, terreiro, terreno, terráqueo, subterrâneo, conterrâneo MAR AR Escrever grupo de profissões: Ex.: pedreiro, engenheiro, padeiro, faxineiro, cozinheiro

passado futuro

VERBOS COM am/ão

Ontem, meus pais foram à cidade. Eles

compraram algumas coisas, mas não levaram

tudo o queriam. Eles viajarão amanhã para a

casa da minha avó e levarão os presentes.

2- Agrupe as palavras grifadas em dois grupos:

Material do Ler e escrever Livro azul ( 3º ano ou 2ª série) Estratégias didáticas: • Releitura com focalização • Ditado Interativo

II- Irregularidades ortográficas Há relações letra-som em que não é possível se basear em alguma regra ou princípio. A grafia das letras precisa ser memorizada ou é preciso consultar um dicionário ou alguém para resolver a dúvida ortográfica. Ex.: casa ou caza? Jeito ou geito? Beringela ou berinjela? Papel ou papeu

escrita (letras ) pronúncia escrita

verbo – infinitivo ar, er, ir [ vô brincá ] [vô fazê ] vou brincar, vou fazer

verbo- 3a pessoa pl. -am [ levaru ] levaram

verbo – 3a pessoa sing. –ou [falô] falou

Verbo no gerúndio -ndo [levanu] levando

final de palavra –s/-z [ rapais ] [feis ] [ treis ] rapaz , fez, três

sílaba com r [poque ] porque

verbo na 1a pessoa pl -mos vamu, falamu vamos, falamos

sílaba travada com l [ sauva] [sóuta] [Brasiu] salva, solta, Brasil

ditongo ei, ou [ pedrero] [roba] pedreiro , rouba

dígrafo lh [fio ] filho

dígrafo nh [mioca] minhoca

dígrafo com r [ grobu ] globo

sílaba com l [ vorta ] volta

Oralidade e escrita

ALGUMAS ATIVIDADES

Fazer listas de correspondências oral - escrita FALO ASSIM ESCREVO ASSIM brincano brincando pegano pegando ou LINGUAGEM FALADA LINGUAGEM ESCRITA pexe peixe caxa caixa trechos de textos com marcas de oralidade, para trasncrever para a linguagem escrita.

PROPOSTA DA ATIVIDADE:

Durante esta semana, o que você mais gostou de fazer na sua escola? Por quê?

ai meu Pé ai ai ai meu Pé cascão na Parava de grita ai meu pé a meu pé daí o cebolhinha saio corendo Para Pegan amaleta de socoros daí ele Pegou esta vajachegado Para ajuda o coita do do cas cão mas o ca cao falou Para ele meajuda meajuda Pofavom Pofavom cebolhinha meajuda Pela mol de deus tabom cas cão eu te ajudo daí o cas foi ajoda mas eu acho que ocas cão não gostou muito da idéia não saPorque o ele não gostou muito daí deia Porque o sebolhinha fecho aboca do cas cão e o se bolhinha fecho aboca de lhe e saiu corendo inbora Para casa dele e decho o cas cão la.

1- Princípios gerais para o ensino de ortografia O trabalho persistente do professor no ensino das convenções da escrita se faz necessário. No entanto, isto não significa trabalhar exclusivamente com a ortografia. Muitas outras competências estão em jogo no trabalho com a linguagem: • Leitura com compreensão (talvez isso seja uma

redundância...), • produção de textos significativos, reflexão e uso de

diferentes gêneros, • leitura e produção de textos em diferentes situações,

formais e informais, com diferentes propósitos. Por isso, o ensino da ortografia é apenas um das aprendizagens da linguagem escrita.

Alguns princípios devem ser observados para este trabalho: • Antes de mais nada um texto é escrito para ser lido,

interpretado. É uma forma de comunicação, de troca de idéias, de expressão. Não é apenas um lugar para guardar palavras escritas de forma bonita. Portanto, não transforme a leitura de um texto do aluno em apenas um “caça-erros”

• Sempre que possível fazer com que outras pessoas (pais, colegas etc) também leiam o texto do aluno, dando um destino social aos textos.

• Estimular a escrita, releitura, revisão e auto-correção do texto. Incentivar o aluno a fazer isso de modo positivo e não como castigo.

2- Revisão do texto do aluno e pelo aluno É comum aparecer mais de um tipo problema no texto. Estabeleça prioridades para realizar a correção, selecionando os problemas já estudados em sala para serem corrigidos. Várias estratégias podem ser adotadas na revisão ortográfica: • Escrever a grafia correta embaixo ou em cima da palavra escrita

incorretamente. • Sublinhar a letra ou a palavra escrita errada e marcar na

margem da linha com um código, pedindo para que seja corrigida a palavra

• Marcar apenas o código na margem da linha para a criança tentar descobrir sozinha onde errou e escrever a grafia correta.

• Escrever no final do texto, a grafia correta de palavras que o aluno está errando muito, principalmente se for o mesmo tipo

de erro. Peça para ficar mais atento nessas formas.

Uso de códigos para ortografia

O significado do código precisa estar bem claro para a

criança. Acrescentar ao poucos novos códigos de acordo com a programação ou dificuldades dos alunos. Exemplo de códigos para correção das questões ortográficas: A – acentuação O – ortografia / - separação de palavras ( na própria palavra) M – maiúscula m – minúscula

3- Atividades de sistematização Selecione os tipos de erros mais comuns e faça exercícios

de sistematização. Sistematize o uso de palavras que tem uma ortografia

definida por regularidades. Os exercícios dirigidos podem ajudar a organizar algumas regras de ortografia

Sempre que necessário, comente sobre a questão da

variação lingüística, explicando que há muitos jeitos de falar

uma palavra, mas uma única ortografia para que todos possam entender o que alguém escreveu.

Estimule o aluno a expressar sua dúvida, a fazer perguntas, a construir hipóteses

Mais sugestões

Ensine o uso do dicionário, quando necessário, para resolver dúvidas ortográficas

A fixação ortográfica de muitas palavras baseia-se muito em

uma memória fotográfica. Por isso a leitura ajuda muito nessa

fixação. Os exercícios e brincadeiras ajudarão, mas sozinhas não fixarão tudo.

Quando possível, usar textos de alunos ou de outros autores.

Nesse caso, ver as atividades como “Releitura com

focalização” e “Ditado interativo”. Ambas as propostas estão presentes no material “Ler e Escrever” (livros azul e laranja)

Crie Listas, Dicionários de classe, Cartazes, Painéis com palavras e regras estudadas para consulta das crianças.

Bibliografia

Cagliari, Luís Carlos. Alfabetização e lingüística. São Paulo: Scipione, 1990, 2a ed. Lemle, Miriam. Guia teórico do alfabetizador. São Paulo: Ática,1994, 9a ed. Franchi, Eglê, Pontes. Pedagogia da alfabetização: da

oralidade à escrita. São Paulo, Cortez. 3a ed. Brasil. Mec. Cadernos do PNAIC, Unidade 3. Brasília, 2013