Post on 31-Mar-2020
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA DA UFSCar
OFERTA DE DISCIPLINAS: 1° SEMESTRE DE 2020
* Obrigatório para os bolsistas Capes (mestrado e doutorado) cursar uma disciplina de Estágio Docente durante o curso. Os créditos do "Estágio
Docência" não substituem os créditos em disciplinas, regulares ou especiais. (cf. regulamento no site do PPGFil-UFSCar).
DISCIPLINA/DOCENTE
HORÁRIO
CRÉDITOS
LOCAL
INÍCIO/TÉRMINO
FIL-012 – História da Filosofia Antiga 1 Profa. Dra. Sheila Paulino e Silva
Conferir cronograma
14h às 18h
10
Sala de reuniões DFil
De 06/04 a 24/04
FIL-031 - Seminários Gerais de Pesquisa em Filosofia 1 Prof. Dr. Pedro Fernandes Galé
Segunda-feira 14h às 18h
5
Sala da pós-graduação - DFil
De 16/03 a 15/06
FIL-016 – Estética 2 Profs. Drs. Fernão de Oliveira Salles do Santos Cruz e Pedro Fernandes Galé
Terça-feira 19h às 23h
10
Sala da pós-
graduação - DFil
De 17/03 a 16/06
FIL-103 - Filosofia da Ciência 2 Profa. Dra. Janaina Namba
Quarta-feira 14h às 18h
10
Sala da pós-graduação - DFil
De 18/03 a 17/06
FIL-010 - História da Filosofia Contemporânea 2 Prof. Dr. Débora Cristina Morato Pinto
Sexta-feira 14h às 18h
10
Sala da pós-
graduação - DFil
De 27/03 a 26/06
FIL-200 - Estágio Supervisionado de Capacitação Docente em Filosofia 1 (mestrado) *
10
FIL-201 - Estágio Supervisionado de Capacitação Docente em Filosofia 2 (doutorado) *
10
Programa de Pós-Graduação em Filosofia da UFSCar Programas de disciplinas - 1° Semestre de 2020
Profa. Dra. Sheila Paulino e Silva
FIL-012 – História da Filosofia Antiga 1
A Formação do Caráter nos Diálogos Platônicos
Ementa: Análise e discussão da proposta filosófica sobre a formação do caráter nos diálogos O
Banquete, Fédon e A República. Pretende-se destacar as especificidades da filosofia e da figura do
filósofo de modo a compreender o cerne da discussão sobre o caráter virtuoso e o seu impacto no
contexto da coletividade.
Objetivos: Discutir a relação inteligência e virtude no contexto da educação e da conduta filosófica
presente nesses textos.
Conteúdo Programático: Ética e Epistemologia
1. Platão na discussão Sobre a Formação do Homem Grego
1.1. A Educação Como Disputa da Cultura
1.2.Crítica à tradição: o uso equivocado da sensibilidade
1.3 A inteligência e o Bem na construção de um novo paradigma moral
1.4 Vínculo entre conhecimento e ética
2. Sócrates como modelo de uma ética
2.1. A alma e a virtude
2.2. O modelo de cidade
2.3. A educação como estratégia para a construção da sociedade
Metodologia: O curso constará de aulas expositivas, acompanhadas de discussões de textos.
Avaliação: A avaliação será feita através de um trabalho final com tema a ser escolhido pelo aluno,
dentro da temática proposta.
Bibliografia:
ACRILL, J. "Anamnesis in the Phaedo – Remarks on the 73c-75c “ in Essays on Plato and Aristotle
1997 New York Oxford University Press
Adam, J. The Republic Of Plato Cambridge University Press 2009 vol 2
Adluri, V. (2006). Initiation into the Mysteries : The Experiences of The Irrational in Plato. Mouseion , series III, 6, pp. 407 - 423.
Altman, W. H. (2010). The Reading Order of Plato's Dialogues. Phoenix, 64, pp. 18-51.
Allen, R. E. Knowledge and Forms in Plato's Theatetus 1957
Annas, J. “On The Intermediates” in Archiv für Geschichte der Philosophie 57 1975 p. 146-166
Apolloni, D. “Plato’s Affinity Argument for the Immortality of the Soul” in Journal of the History of
Philosophy 34 pgs 5-32
Aubenque, P. “De L’ Egalités des Segments Intermédiaires dans La Ligne de La République” in
Sophie Maietores – Chercheurs de Sagesse Institut d’Etudes Augustiniennes Paris 1992
Bréhier, E. ( 1955). Aretai Katharseis in Etudes de Philosophie Antique. Paris: Presses Universitaires de France .
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BRISSON, L. “Reminiscence in Plato” in Platonism and Forms of Intelligence 2008 Berlin Akademie
Verlag editores John Dillon & Marie-Élise Zouko
Candiotto, L. (2017). On The Episthemic Value of Eros - The Relationship Between Socrates and Alcebiades Peitho Examina Antiqua (Vol. 1 (8)). Edinburgh.
Casertano, G. (2013). Em Busca da Alma no Banquete. Kairos Revista de Filosofia e ciência, pp. 13-33.
Casertano, G. (2014). Discurso Lógico e Existência Ética no Fédon. Hypnos, 32 no. 1, pp. 1-19.
CASERTANO, G. O Bem e a Linha in Xavier; D. Cornelli, G (orgs). A República de Platão Outros
Olhares São Paulo Loyola 2011
Chen, L. (1983 ). Knowledge of Beauty in Plato’s Symposium. in Classical Quartely, 33 (I) , pp. pp 66-74 .
Cherniss, H. Some Wartime Publications Concerning Plato in Harold Cherniss Select Papers Brill
1977
Cherniss, H. “Plato as Mathematician in Harold” Cherniss Select Papers Brill 1977
Cherniss, H. “The Philosophical Economy of Theory of Ideas” in Harold Cherniss Select Papers 1977
Cooper, N. “The Importance of Dianoia in Plato's Theory of Forms” inThe Classical Quartely no.1
Cambridge University Press On Behalf Association 1966 vol. 16
Cooper, J. M. (2000). Plato's Theory of Human Motivation in Plato II Etics, Politics, Religion , and the Soul. Oxford: Oxford University Press Ed. Gail Fine p. 186 - 206.
Cornford, F. “ Mathematics and Dialectic in The Republic” in Mind New Series no. 160 Oxford Press
on behalf of the Mind Association vol. 41 1932
Cornford, F. M. (1950). The Doctrine of Eros in Plato’s Symposium in The Unwritten Philosophy and Other Essays Cambridge University Press. Cambridge: p. 68 - 80.
Denyer, N. Sun and Line in Plato’s Republic, 2007 Cambridge
Dillon, J. e Zovko, M. E. Platonism And Forms of Inteligence Akademi Verlag 2008
Dixsaut, M. Études Sur La Republique de Platon II Vrin 2006 vol 2
Dixsaut, M. Platon et la Question de l'Âme Études Platoniciennes II Vrin 2013 1a. Ed.
Dixsaut, M. Platon et la Question de la Pensée - Études Platoniciennes I Vrin 2000 1a. Ed.
Fine, G. “Knowledge and Belief in The Republic 5-7” in Plato Oxford University Press 2000
Ferejohn, M. (2011). “O Conhecimento e as Formas em Platão” in Platão. (H. Benson, Ed.) Porto Alegre: Artmed.
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Migliori, M. Il disordine ordinato. La filosofia dialettica di Platone Morcelliana, Bresci 2013
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Platão. (2006). A República. (A. L. Prado, Trad.) São Paulo: Martins Fontes.
Platão. (2006). Apologia de Sócrates e Críton. Lisboa: Edições 70.
Platão. (2010). O Banquete. (M. T. Azevedo, Trad.) Lisboa: Edições 70.
Platon. (1957). Phédon. (L. Robin, Trad.) Paris: Editions Belle Lettres.
Platon. (1991). Phédon. (M. Dixsaut, Trad.) Paris: Flamarion.
Platon. (1996). La République (Vol. 7). (É. Chambry, Trad.) Paris: Ed. Belles Lettres.
Platon. (2002). Le Banquet. (É. Chambry, Trad.) Paris: Ed. Belles Lettres.
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PAPPAS, N. A República de Platão edições 70 LISBOA 1995
Penner, T. “Knowledge vs. True Belief in the Socratic Psychology of Action” in Apeiron 1996
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Renault, O. Histoire des doctrines de l’antiquité classique» XLV Vrin 2014 45
ROBINSON, T. M. A Psicologia de Platão Edições Loyola São Paulo 2007
Robinson, S. R. (1998). Drama, Dialogue and Dialectic - Dionysos and The Dionysiac in Plato's
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Ross, W. D. Theory of Ideas Claredon Press- Michigan University 1953
SCOTT, D. Recollection and Experience - Plato’s Theory of Learning and its Successors Cambridge
University Press 1995
SCHUHL , P. M. Platão e a Arte de Seu Tempo Discurso Editorial Barcarolla São Paulo 2010
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Sheffield, F. C. (2006). Plato's Symposium: The Ethics of Desire. New York: Oxford University Press.
Souza, E. C. (Jul/ Dez 2014). Contemplação das Formas e os Limites do Conhecimento no Fédon e
no Banquete in Philósophos . Goiânia: vol 10 n. 2 p. 47 - 67.
Taylor, C. C. (2008). Pleasure, Mind and Soul - Select Papers in Ancient Philosophy. Nem York Oxford: Claredon Press Oxford.
Vlastos, G. ( 1981). Reasons and Causes in the Phaedo in Platonic Studies . New Jersey: Princeton University Press 2a. ed.
Vlastos, G. (1981). “Degrees of Reality” in Platonic Studies. Princeton: Princeton University Press.
Vlastos, G. (2000). The Individual As An Object Of Love in Plato II Etics, Politics, Religion, and the Soul . Oxford: Oxford University Press Ed. Gail Fine p. 137-163.
White, f. C. (2004). Virtue in Plato's Symposium. The classical Quartely New Series , 54(2), pp. 366 - 378.
Cronograma
Data Conteúdo Textos
06/04 Apresentação do curso Introdução: Platão na discussão Sobre a Formação do Homem Grego; A Educação Como Disputa da Cultura;
A República O Banquete Jaeger, W. (1995). Paidéia - A Formação do
Homem Grego. São Paulo: Martins Fontes.
07/04 Crítica à tradição: O uso equivocado da sensibilidade; A inteligência e o Bem na construção de um novo paradigma moral;
Fédon A República ( II, VI, VII, X)
08/04 Crítica à tradição: O uso equivocado da sensibilidade; A inteligência e o Bem na construção de um novo paradigma moral; Vínculo entre conhecimento e ética;
Fédon A República ( II, VI, VII, X) O Banquete
13/04 Vínculo entre conhecimento e ética;
Fédon A República ( II, VI, VII, X) O Banquete
14/04 Sócrates como modelo de uma ética A alma e a virtude
Fédon A República ( I,V, VI, VII,) O Banquete
15/04 Sócrates como modelo de uma ética A alma e a virtude
Fédon A República ( I, IV, V ) O Banquete
22/04 A alma e a virtude O modelo de cidade
Fédon A República ( I, IV, V)
23/04 O modelo de cidade A educação como estratégia para a construção da sociedade
O Banquete A República
24/04 A educação como estratégia para a construção da sociedade
O Banquete A República
Data de entregada 1ª. versão do trabalho: 22/05
Data de entrega da 2ª. versão do trabalho:
05/06
Programa de Pós-Graduação em Filosofia da UFSCar Programas de disciplinas - 1° Semestre de 2020
Prof. Dr. Fernão de Oliveira Salles dos Santos Cruz
FIL-016 – Estética 2
Filosofia: retórica, natureza e arte.
Trata-se de investigar as origens do discurso filosófico setecentista a partir da tratadística retórico-
artística da antiguidade e de sua retomada humanista. Reconstituindo aspectos centrais aspectos
centrais da retórica clássica, aqui representada por Cícero e Quintiliano, para demonstrar
importância da mediação humanista que permitiu aos filósofos do Século das Luzes incorporar
uma dimensão retórico artística as suas investigações acerca da natureza. Por meio dessa herança
os autores ilustrados forjaram seus quadros conceituais, noções de classificação, definição e
circunscrição da experiência que, conjugados ao empirismo que lhes é tão caro, reconfiguraram o
lugar das ciências e da própria filosofia.
Tópicos
1) Mostrar que a retórica pode ser pensada como elemento da filosofia e das ciências, através
de dois de seus termos centrais: composição e invenção (4 aulas);
2) O desígnio (disegno) como transposição de categorias retóricas para a observação da
natureza: a arte como produto do conhecer (4 aulas);
3) Arte e natureza: fronteiras movediças no século XVIII (4 aulas).
Bibliografia
ALBERTI, Da pintura, Antonio da Silveira Mendonça (trad.), Editora Unicamp, Campinas, 2014.
AUROUX, S. “Condillac ou la vertu des signes”. In: CONDILLAC, La langue des calculs. AUROUX, S.,
CHOUILLET, A.M. (Orgs.). Lille: Presses Universitaires de Lille, 1981.
BAXANDALL, M. Giotto and the orators, Oxford Press, London, 1971.
BLUNT, A. Artistic Theory in Italy 1400-1600. Oxford Paperbacks, London, 1973.
CASSIRER, Ernst: La filosofia de la ilustracion, Fondo de Cultura Económica, Mexico, 2002.
CELLINI, B. I Trattati dell’oreficeria e della scultura, Ulrico Hoepli, Milano, 1927.
CONDILLAC. Essai sur l’origine des connaissances humaines. In: Oeuvres philosophiques de
Condillac, vol. 1. Presses Universitaires de France (P.U.F.): Paris, 1947.
____Ensaio sobre a origem dos conhecimentos humanos. Pedro Paulo Pimenta (trad.). Editora
Unesp: São Paulo, 2018.
_____A língua dos cálculos. In: Lógica e outros escritos. Editora UNESP: São Paulo, 2016.
_____A lógica ou primeiros desenvolvimentos da arte de pensar. In: Lógica e outros escritos.
Editora UNESP: São Paulo, 2016.
DERRIDA, J. “L’archéologie du frivole.” In: Essai sur l’origine des connaissances humaines. Éditions
Galilée: Paris, 1973.
DIDEROT E D’ALEMBERT, Enciclopédia, 6v, Pedro P. G. Pimenta e Maria das Graças de Souza(Org.),
Unesp, São Paulo, 2015-2017.
FOUCAULT, M. As palavras e as coisas. Editora Martins Fontes: São Paulo, 2002.
GRAÇAS DE SOUZA, M.: Natureza e ilustração- Sobre o materialismo de Diderot, Unesp, São Paulo,
2002.
KLEIN, R. A forma e o Inteligível, Cely Arena (trad.). Edusp, São Paulo 1998.
KOSSOVITCH, L. Condillac lúcido e translúcido. Ateliê Editorial: São Paulo, 2011.
LEE, R.: "Ut Pictura Poesis: The Humanistic Theory of Painting" in Art Bulletin, Vol 22, N. 4, 1940.
LOMAZZO, G. P. Trattato dell’arte de la Pittura, Georg Omls Verlag, Hildenstein, 1968.
MATTOS, L.F.F. de, O filósofo e o comediante: ensaios sobre literatura e filosofia na Ilustração.
EDUFMG, Belo Horizonte: 2001.
MONZANI, L. R. Desejo e prazer na idade moderna, editora da Unicamp, Campinas, 1995.
____. “O empirismo na radicalidade: introdução à leitura do Tratado das sensações”. In: Condillac,
Tratado das sensações, Denise Bottman (trad.). Editora da Unicamp: Campinas, 1993.
PAIVA, G. T. Idea del tempio della pittura (1590) de Giovanni Paolo Lomazzo : estudo crítico da
obra e tradução parcial comentada, dissertação de mestrado, Unicamp, 2017.
PANOFSKY, E.: Idea: a evolução do conceito de belo, Martins Fontes, São Paulo: 2000.
PIMENTA, P.P. A trama da natureza, Editora da Unesp, São Paulo, 2018
RIEU, A.M. “Complexe nature-science– langage chez Condillac”.In: SGARD, J. (Org.). Condillac et les
problèmes du langage. Genebra – Paris: Editions Slaktine, 1982.
RYKWERT, J: The first moderns, MIT Press, Massachusetts, 1980.
TODOROV, S: Teorias do símbolo, Roberto L. Ferreira (trad.), Editora Unesp, São Paulo, 2013.
ULBRICHT, Y. Textos antigos sobre a pintura e a escultura, Dissertação de Mestrado, USP, 2016.
VASARI, G: Le vite de’ piu eccellenti aschitetti, pittori et scultori italiani da Cimabue, insino a’ tempi
nostri, einaudi, Milão, 1986.
_____________: Vite, 2ª edição, Firenze , 1887.
VITRÚVIO, Tratado de arquitetura, M. Justino Maciel (trad.), ISP Press, Lisboa, 2006.
WILLIANS, R. Art, Theory and culture in sixteenth century Italy, Cambridge University Press,
Cambridge, 1997.
ZUCCARO, F. Scritti d’arte, Leo S. Olschki – Editore, Firenze, 1961.
Programa de Pós-Graduação em Filosofia da UFSCar Programas de disciplinas - 1° Semestre de 2020
Profa. Dra. Janaina Namba
FIL-103 - Filosofia da Ciência 2
Lamarck e a Filosofia Zoológica (1809)
Início: 18/03: Apresentação e distribuição dos seminários
Bibliografia
Lamarck, J.-B. Philosophie Zoologique (1809). Paris: Flammarion, 1994.
Lamarck, J.-B. Filosofía Zoológica (1809). Trad. Ana Useros y Gema Sanz Espinar. Madrid: La Oveja Roja,
2017.
Pichot, A. Preséntation et notes in Lamarck, J.-B. Philosophie Zoologique (1809). Paris: Flammarion, 1994.
Corsi, P. The Age of Lamarck. Evolutionary Theories in France (1790-1830). Trad. Jonathan Mandelbaum.
London: University California Press, 1988.
Corsi, P., Gayon, J., Gohau, G. et Tirard, S. Lamarck, philosophe de la nature. Paris : PUF, 2006.
Gruhier, F. Et Lamarck créa Darwin ou La revanche de la giraffe. Geneve : Slatkine&Cie, 2018.
Ward, P. Lamarck’s revenge. How Epigenetics is revolutionizing our undestanding of evolutions’s past and
present. New York: Bloomsbury Publishing, 2018.
Programa de Pós-Graduação em Filosofia da UFSCar Programas de disciplinas - 1° Semestre de 2020
Profa. Dra. Débora Cristina Morato Pinto
FIL-010 - História da Filosofia Contemporânea 2
Psiquismo e vida na filosofia de Bergson. A dinâmica do corpo subjetivo e as relações com a
fenomenologia contemporânea.
Ementa
Nosso objetivo é destacar uma dimensão essencial da filosofia de Bergson, bem como explorar sua
fertilidade: a afirmação da relação intrínseca entre o corpo próprio (ou subjetivo), seu poder de
indeterminação e a vida. Compreender tal relação exige analisar a nova concepção de movimento
que a sua metafísica desenvolve. Por meio da vinculação entre psiquismo e vida, Bergson também
estabeleceu condições para pensar a criação de forma concreta. Assim, o estudo da memória, da
percepção, dos processos mentais de maneira geral, tomados à luz do fio condutor indispensável
da biologia (tal como o filósofo afirma em O pensamento e o movente, através da menção à
célebre expressão Primum vivere), foi a via de estreitamento do clássico problema do dualismo,
conduzindo a reposição do mesmo em termos que puderam ser confrontados com as
investigações científicas sobre a memória. Trata-se, portanto, de extrair desenvolvimentos
internos à teoria da memória e explorar seus prolongamentos no estudo da vida.
Veremos que Bergson esboça uma concepção vertical e dinâmica da vida mental, inserida num
amplo conjunto de reflexões e questões que se enquadram nas ciências psicológicas, na
psicanálise e na fenomenologia contemporânea. Ao assim proceder, renovou a filosofia da
consciência delineando uma concepção de inconsciente, descrito especialmente como da ordem
do virtual. Mais importante ainda, o filósofo estabeleceu as condições da relação entre o
inconsciente e a atividade de um corpo no mundo, ou seja, o corpo tomado como um ser
sensório-motor identificado com a consciência atual. Ele pensou sobre esta relação à luz dos
planos de consciência, cujos extremos são o inconsciente (plano do sonho) e o corpo (plano de
ação) configurando os níveis nos quais a existência humana se move, em uma incessante criação
de si por si. Este é o princípio a partir do qual se desenvolverá a teoria da vida, como elã ou
impulso da vontade, ou mais precisamente, como articulação entre memória e vontade ou entre
passado e futuro, como no caso da vida individual. Ao desdobrar um conjunto de virtualidades na
natureza, através do movimento que avança em direções sugeridas por seu sentido, a liberdade, a
vida é caracterizada como exigência de criação. A criação é um imperativo, é parte da sua
essência. Esta criação incessante é, além disso, atestada na natureza pela evolução, pela
transformação das espécies.
Ao longo do curso, buscaremos mostrar que as relações entre subjetividade e vida, analisadas na
articulação entre Matéria e Memória e A Evolução Criadora, abrem caminhos particularmente
relevantes para o pensamento contemporâneo. Destacaremos dois deles: uma teoria da psique
com um conteúdo dinâmico e vital, e uma teoria da existência aberta ao confronto com a
fenomenologia. Apresentaremos alguns aspectos desse confronto no universo teórico de dois
autores contemporâneos, buscando mostrar como a fenomenologia de Barbaras, através da
mediação de Jan Patočka, é muito mais influenciada por Bergson do que costumamos imaginar. A
noção de force voyante e a descrição da dinâmica corporal são pontos que demonstram essa
proximidade. Em relação à teoria do inconsciente, analisarmos convergências relevantes com a
psicanálise.
Programa
1. A teoria bergsoniana do psiquismo na intersecção entre a psicologia, o estudo do cérebro e
a metafísica.
2. O ponto de vista a ação: esquematização de possibilidades e seleção para a representação.
A memória do corpo.
3. A indeterminação do querer como pressuposto do funcionamento psíquico. Da hesitação
ao reconhecimento. Processos mentais e dinâmica corporal.
4. Uma teoria do inconsciente e um estudo sobre as afasias. O horizonte de convergências
com as origens da psicanálise.
5. A noção de elaboração psíquica na base da evolução humana. Vida, criação e humanidade.
6. Do movimento do corpo ao movimento da vida. Força, tendência e existência.
7. Vontade e vida na concretização do tempo. Duração e espaço em união.
8. A confrontação com a fenomenologia contemporânea. A espacialidade e a « la force
voyante » em Patočka.
9. As críticas de Barbaras a Bergson sob a perspectiva do “excesso interno ao desejo”.
10. Movimento e corporeidade no centro da filosofia francesa contemporânea.
Bibliografia
Al-Saji, A. Life as vision: Bergson and the future of seeing differently. In: Michael R. Kelly (ed.),
Bergson and Phenomenology. Palgrave-Macmillan, 2010.
Barbaras, R. Le désir et le monde. Paris: Hermann Éditeurs, 2016.
Barbaras, R. L’ouverture du monde. Lecture de Jan Patočka. Chatou: Les Éditions de la
Transparence, 2011.
Barbaras, R. La Phénoménologie comme dynamique de la manifestation. In: Les Études
philosophiques, Paris: PUF, 2011/3 n° 98; pages 331 à 349.
Bergson, H. Matière et Mémoire. Édition Critique sous la direction de F. Worms. Dossier critique
par Camille Riquier. Paris: PUF, 2008.
Bergson, H. L’Énergie Spirituelle. Édition Critique sous la direction de F. Worms. Dossier Critique
par Élie During, Arnaud François, Stéphane Madelrieux, Camille Riquier, Guillaume Sibertin-Blanc
et Ghislain Waterlot.
Bergson, H. L’Évolution Créatrice. Édition Critique sous la direction de F. Worms. Dossier Critique
par Arnaud François.
Bergson, H. La pensée et le mouvant. Édition critique dirigée par Frédéric Worms. Volume édité
par Arnaud Bouaniche, Arnaud François, Frédéric Fruteau de Laclos, Stéphane Madelrieux, Claire
Marin, Ghislain Waterlot. Paris: PUF, 2013.
Bernet, R. La consciente et la vie comme force e et pulsion. In Riquier, C. Bergson. Les Cahiers
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François, A. Bergson, Schopenhauer, Nietzsche. Volonté et réalité. Paris: PUF; coll. Philosophie
d'aujourd'hui, 2009.
Freud, S. Conferências introdutórias à psicanálise. São Paulo: Companhia das Letras, 2014.
Freud, S. (1914-1916) Introdução ao narcisismo, ensaios de metapsicologia e outros textos. Obras
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