Slidesteatrogrego

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ESTUDOS HELÊNICOS

O Teatro, a Tragédia e o TragediógrafoEstudos sobre o drama grego clássico e do drama

euripidiano

Brian Gordon Lutalo Kibuukawww.briankibuuka.com.br

Programa do Curso

Introdução• Questões teóricas• Metodologia• Referências Bibliográficas• Delimitação

O Teatro• Origem do Teatro e das Representações

Teatrais• A descrição do teatro grego• Espaço de encenação e espaço cívico• As festas cívicas

• Biografia• Tragédias de Eurípides• Características do drama

euripidiano

O Tragediógrafo: Eurípides

• A origem da tragédia• Descrição formal do drama trágico• Atores, diretores, coro, corifeu• Financiamento da apresentação

teatral• Concurso teatral• Os tragediógrafos

A Tragédia

Estudos Clássicos

Estudos Clássicos são estudos da

Linguagem Literatura História Arte

E outros aspectos do Mundo Mediterrâneo. Nosso enfoque neste curso está na investigação do

teatro grego clássico.

O que um classicista estuda?

ArqueologiaO arqueólogo que é classicista investiga as civilizações a partir

dos restos deixados, para compreender sua cultura e organização social.

História da ArteA arte e arquitetura grega e romana nos influenciam até hoje.• Vasos• Afrescos• Esculturas

Civilização e HistóriaClassicistas usam a arqueologia, a literatura e a história para

compreender a história e cultura do Mundo Antigo.

FilosofiaAs raízes da filosofia Ocidental estão no estudo das obras clássicas.

Questões Teóricas

Lendo um texto trágico como documento: princípios metodológicosTexto Literário / Histórico• O texto literário/narrativo é um

“paradigma da distância na comunicação” (RICOEUR, Du texte à l'action, 1986, p. 114)

• “a narrativa literária e a histórica pressupõem uma ordenação do real e a busca da coerência…”

• “Esta coerência fictiva depende de uma possibilidade de construção de sentido articulada no momento da escritura do texto, mas que deverá ser reconstruída pelo leitor.” (LEENHARDT & PESAVENTO, Discurso Histórico e Narrativa Literária, 1998, p. 12)

Texto trágico• Encenado preponderantemente em

festejos cívicos atenienses.• Tragediógrafo: educador da pólis• Liberdade para cidadãos e tragediógrafos

• ninguém é impedido de “conhecer ou ver qualquer coisa... a não ser que isso constitua uma ajuda ao inimigo” (Th. 2.39.1)

• espaço público de educação cívica de forma tal “que toda a pólis fosse um exemplo de educação para a Grécia” (Th. 2.44.1)

• Interferência das tragédias nas questões de interesse dos cidadãos.

• Estímulo financeiro para todos frequentarem o teatro (EASTERLING, The Cambridge Companion to Greek Tragedy, 1997; GOLDHILL, ‘Civic ideology and the problem of difference’, 2000; CARTER, ‘Was Attic tragedy democratic?’, 2004)

Pólis-teatral e representação dramática

• Atenas, o estado (pólis) teatral:• GEERTZ, Negara: the Theater State in Nineteenth-Century Bali. New York,

1980.• cultura de Atenas: uma cultura da performance (REHM, Greek Tragic

Theatre, 1992; CSAPO, E. & SLATER, J., The Context of Ancient Drama, 1995)

• Representação dramática: • está imbuída de idealidades e mentalidades • está imbuída de rupturas e continuidades • pressupõe um drama e uma audiência julgadora• apresenta “debates, contradições e questionamentos… pela abstração”

(WILLIAMS, Tragédia moderna, 2002, p. 36)• está situada “entre o lugar e o não-lugar, uma localização parasitária, que vive

da própria impossibilidade de se estabilizar” (MAINGUENEAU, O contexto da obra literária, 2001, p. 28). Tal lugar é artístico, mas também político.

O Teatro

Theátron – lugar de ver

Diázōma – “cintura”

Kerkís - assento

Prohedría – banco da frente

Orchḗstra – lugar da dança

Skenḗ - tenda Proskḗnion – frente da tenda

Logeîon – região da skenḗ onde os atores falam

Thýrōma – porta com batenteEpískēnos – frente da tenda

Párodos – caminho ou entrada

Teatro de Dioniso - Atenas

• Era um anfiteatro• Com capacidade para 20,000 espectadores• Localizado na acrópole

Layout dos teatros gregos

Os Festivais Teatrais

Dionisíacas Rurais

As Dionisíacas Rurais eram

celebradas em honra a Dioniso

nos campos. Vários démoi celebravam

esta festa em diferentes datas, mas todas no

mesmo ano agrícola

durante o fim do período de chuvas, entre dezembro e

janeiro, poucas semanas antes

das Leneias

Leneias

As Leneias era festivais de verão, que

ocorriam entre janeiro e fevereiro.

Dionisíacas UrbanasAs Dionisíacas Urbanas ou Grandes Dionisíacas eram um

festival de primavera celebrado anualmente entre o fim de março e o começo de abril. Dioniso era honrado como patrono

local

Os Festivais Teatrais

Festivais/Competições

• Dionisíacas• Um festival religioso de Atenas em honra a Dioniso• Por volta de 530 a.C. as tragédias passaram a ser

encenadas• Por volta de 478 a.C, as comédias também passaram a ser

encenadas

Leneias (Λήναια)• Era um festival Ateniense dedicado ao deus Dioniso• Celebrada durante o inverno, por volta do mês Gamēliṓn [Γαμηλιών,

antigamente chamado de Ληναιών] (janeiro-fevereiro). Consistia, em sacrifícios e em concursos dramáticos de tragédias e de comédias

• As Leneias eram limitadas aos cidadãos atenienses• Durante o festival das Leneias, eram apresentadas peças de teatro e

comédias, era um empreendimento público, organizado pelos magistrados mais importantes da cidade

• Os festejos terminavam em uma assembleia em que todos os cidadãos podiam participar

• Na assembleia, eram avaliados: o desempenho dos organizadores e de todos os concorrentes.

• O festival decorria nos moldes da prática política e democracia Ateniense.

Dionisíaca Rurais (τὰ κατ΄ἄγρούς Διονύσια)• Descrita vividamente por Aristófanes em Acarnenses

(247-249), gives us a vivid description of the procession• Ocorria em dezembro (Poseideṓn [Ποσειδεών], sexto

mês no calendário ático)• Muitas pessoas frequentavam a festa• Era realizada uma procissão contendo

• Mulheres, com flores e pão• Homens, com vinho e água• Um falo• Um bode• Panela para cozinhar o bode

• A festa durava seis dias, nos quais eram feitas procissões, entoadas canções, eram feitas danças e festas

Dionisíacas Urbanas (τὰ ἐν άστει Διονύσια / τὰ μεγάλα Διονύσια)

• Festival urbano• Estabelecido no sexto século a.C.• Ocorria três meses depois das Dionisíacas Rurais, entre março

e abril (Elaphēboliṓn [Ἐλαφηϐολιών ], nono mês do calendário ático)

• O festival durava 5 dias• A festa ocorria no final do inverno, numa época frutífera• O teatro de Dioniso era democrático por natureza: todos os

cidadãos eram convidados a participar do festival e até mesmo os prisioneiros eram libertos nesta ocasião

• O desfile do falo terminava com a condução da efígie do “deus” até o teatro para que esse fosse celebrado.

• Segundo a tradição, o festival foi estabelecido após a anexação de Eleutéria, uma cidade na fronteira entre a Ática e a Beócia

• Os cidadãos da cidade de Eleutéria escolheram fazer parte da Ática

• Os cidadãos de Eleutéria levaram a Atenas uma estátua de Dioniso, que foi inicialmente rejeitada

• Dioniso puniu os atenienses com uma praga que afetou a genitália masculina, curada após a aceitação, pelos atenienes, do culto a Dioniso

• A adesão ao culto a Dioniso e a cura eram recordados todos os anos pela procissão de cidadãos carregando na procissão um falo.

Mais sobre o festival dionisíaco

Modalidades do Drama Grego

Performances nos Festivais Teatrais

Ditirambos

Tragédias

Comédias

Dramas satíricos

DitirambosDescrição Competições entre grupos cantando

ditirambos eram uma parte importante dos festivais

Cada tribo apresenta dois coros: um de homens, outro de meninos, cada um sob a liderança de um chorēgós

O chorēgós vencedor recebe uma estátua que seria erguida às suas próprias custas sobre um monumento público para comemorar a vitória de seu grupo

Drama Satírico

Derivado, como a tragédia, do ditirambo, e mais antigo que esta

• Das danças mais antigas em honra a Dioniso este drama reteve a imitação dos sátiros

• As suas feições finais são atribuídas a Pratinas, concorrente de Ésquilo nos festivais

Como a tragédia, é um jogo entre o coro e os

protagonistas.

• O drama satírico é uma espécie de tragicomédia

• “é um drama que diverte” (Demetrius, Sobre o estilo, 169).

O único drama satírico supérstite

• é Ciclope, atribuído a Eurípides

• O coro era composto de sátiros.

• Nas grandes Dionisíacas, o drama satírico era a quarta peça de uma tetralogia

ComédiaO

rigem

Quando a tragédia já havia passado o pico do seu desenvolvimento, floresceu na comédia ática. Ele também tem suas raízes nos festivais dionisíacos.Fazendo uso do riso amargo e zombaria, a comédia tece críticas tanto à vida pública e quanto à privada.

O te

rmo

“com

édia

A palavra "comédia" originalmente significava "Κῶμος cantado"Era uma espécie de festa brincalhona e alegre, um carnaval.O coro usava fantasias absurdas e permanecia vestido sem máscaras. As comédias foram inicialmente encenadas nas Leneias.

Os

prim

eiro

s co

med

iógr

afos

A comédia teve sua primeira evolução artística com Epicarmo de Siracusa, qe viveu no tempo do rei Hierão.Epicarmo colocou em cena estereótipos, como o camponês e o parasita. Encenou o banquete suntuoso, com atores vestidos de forma grotescaAté o ano 487 a.C., as representações foram feitas por amadores. Depois, a comédia se tornou uma categoria oficial dos concursos dramáticos.

ComédiaO

rigem

Quando a tragédia já havia passado o pico do seu desenvolvimento, floresceu na comédia ática. Ele também tem suas raízes nos festivais dionisíacos.Fazendo uso do riso amargo e zombaria, a comédia tece críticas tanto à vida pública e quanto à privada.

O te

rmo

“com

édia

A palavra "comédia" originalmente significava "Κῶμος cantado"Era uma espécie de festa brincalhona e alegre, um carnaval.O coro usava fantasias absurdas e permanecia vestido sem máscaras. As comédias foram inicialmente encenadas nas Leneias.

Os

prim

eiro

s co

med

iógr

afos

A comédia teve sua primeira evolução artística com Epicarmo de Siracusa, qe viveu no tempo do rei Hierão.Epicarmo colocou em cena estereótipos, como o camponês e o parasita. Encenou o banquete suntuoso, com atores vestidos de forma grotescaAté o ano 487 a.C., as representações foram feitas por amadores. Depois, a comédia se tornou uma categoria oficial dos concursos dramáticos.

Comédia

Cratino• Contemporâneo de Péricles. • Passou à posteridade como o verdadeiro fundador da comédia ática antiga. • Os poucos comentários a seu respeito mostram-lhe como crítico político,

mas também como um homem simpático e jovial.• Com 90 anos, em 423, venceu Nuvens de Aristófanes no concurso trágico,

a nona de suas vitórias.

Eupolis• Foi o crítico mais impiedoso da situação política e dos sofistas de seu

tempo.• Sua produção coincide com a de seu rival de Aristófanes, seu amigo - mas

depois, ambos romperam. • Eupolis morreu na batalha naval do Helesponto.

Aristófanes

O mais brilhante dos dramaturgos cômicos gregos do seu tempo.

Viveu entre 450 e 385 a.C.

Ateniense, nascido aos pés da Acrópole, no demo de Cidateneo, ridicularizou as deformidades e loucuras da vida política.

O elemento vital de sua comédia foi a oposição vigilante à política da época.

A tragédia

A origem da tragédia

Transição do Ditirambo para a Tragédia

Os ditirambos são cantados por um coro grego de até

50 homens ou meninos dançando

em formação circular

Os ditirambos normalmente estão

relacionados a algum incidente na vida de

Dionísio

O líder do coro mais tarde se torna o

protagonista, com intercâmbios líricos entre ele e o coro –

nasce a tragédia

Criador do GêneroTrágico

(tradição)

Téspis

cantor de ditirambos

introdutor de um novo estilo

um cantor – várias personagens

personagens diferentes

com máscaras diferentes

Criador do GêneroTrágico

(tradição)

Téspis

cantor de ditirambos

introdutor de um novo estilo

um cantor – várias personagens

personagens diferentes

com máscaras diferentes

Criador do GêneroTrágico

(tradição)

Na Poética de Aristóteles, temos:

uma visão teleológica da tragédia

os ditirambos, cantos em honra do deus

Dioniso, são apontados como o

ponto de partida da “evolução”

o ditirambo passou por transformações até seu acabamento

final

Poét., IV,1449a10-20

As primeiras tragédias

Temas

Histórias de deuses e heróis

Objetivo

Explorar os problemas humanos

Cosmovisão

Universo governado pelo destinoDestino em interação com a humana de tomar decisões

Recurso temático

grandezadesastre

Dramaturgos• Ator e dramaturgo• 534? A.C.Téspis• Criador do diálogo• 515-455 a.C.Ésquilo• Introdutor do terceiro ator• 495-405 a.C.Sófocles• “mais trágico dos trágicos” (Arist., Poet., 1453a29-30)• 485-406 a.C. Eurípides• Comediógrafo• 448-380 a.C.Aristófanes• Principal autor da comédia nova, comédia de costumes• 342-291 a.C. Menandro

A preparação do drama

Atividades de pré-produção teatral

Escrever a música,

atendendo às

demandas formais do

drama

Entregar o poema/música aos

atores/membros do

coro

Verificar se o chorēgós

executa corretamente as suas

funções

Ensaiar, ensaiar,

reescrever, ensaiar, ensaiar

Aguardar até que o processo

de seleção dos juízes

chegue

Participar do

proagṓn

As tragédias e os festivais: cronologia

Início das Dionisíacas

Eventos que ocorrem antes

da apresentação das peças

Apresentação das peças

Julgamento das peças

Festa do elenco e início da nova produção teatral

A teoria da tragédia

Definição de Tragédia: Aristóteles

Teoria da Tragédia: AristótelesPoética de Aristóteles• visão teleológica da tragédia• os ditirambos, cantos em honra do deus Dioniso, são apontados como o ponto de

partida da “evolução” do gênero• O gênero passou por transformações até seu acabamento final (Poét., IV,1449a10-

20)

Inovações: número de atores• Segundo o tratado poético, Ésquilo foi responsável pela introdução do segundo

ator• Com o tempo, foi diminuindo a importância do coro• Com a introdução de personagens em cena, a tragédia passa a ter o predomínio do

diálogo das personagens entre si e delas com o coro

Sófocles• é o responsável por colocar três atores em cena• É o responsável pela ênfase ao aspecto cênico nas peças

Características do drama trágico

Pouca ação encenada

Enredo familiar

Pedagógico

Eixo temático: conflito entre o indivíduo e o universo

Destino trágico provocado pelo crime contra a sociedade ou contra os deuses

Castigo, com o propósito de equilibrar a balança da justiça

Convenções do Teatro Grego

Principais Convenções

As peças eram encenadas

durante o dia

Os atores usando

conjuntos mínimos e

poucos adereços.

Atores eram todos do sexo

masculino.

Eram usadas máscaras, perucas e

botas de salto alto para aumentar

visibilidade e adicionar

formalidade à caracterização

Devido à intenção

religiosa e estilo,

nenhuma violência era

mostra no palco.

Recurso dramático: um

mensageiro vem ao palco

e fala ao público sobre as mortes e

assassinatos.

Partes Quantitativas da Tragédia(Poét. XII, 1452b15)

Prólogo

Episódio

Êxodo Coral• párodo• estásimo

Ordem narrativa da tragédia

Prólogo

apresentação do tema da peça• um ator

(monólogo)• mais de um

ator (em monólogo)

• mais de um ator (em diálogo)

Párodo

primeira ode

Episódios

partes da peça com

cenas

Estásimos

entrecortam os episódios

com a atuação do

coro

Êxodo

• a saída do coro

• com a diminuição do elemento coral, passou a ser a última cena depois do último estásimo

Elementos dramáticos da Tragédia Grega

A tragédia grega centra-se no reverso da fortuna - peripeteía

• Encena-se a queda do herói trágico e os eventos que levaram a essa queda.• Um dos propósitos principais da tragédia grega é ajudar o público a

aprender alguma verdade sobre a vida. • O público experimenta uma intensificação das emoções: os espectadores

veem como o herói sofre e se identificam com seus problemas.• O herói trágico passa por uma anagnórisis: a conscientização de sua

condição, uma transição da ignorância ao conhecimento.• No final do drama, o público é conduzido à catarse, a purganção e

purificação de suas emoções, tornando-se mais capaz de entender a vida.• A condição trágica é muitas vezes o resultado da hamartía do herói trágico,

ou da falha trágica, que leva à sua queda.• Um traço comumente associado à hamartía é a hýbris (excesso, desmedida).• Poética (X, 1452a12-17)

Elementos dramáticos da Tragédia Grega

Exemplo: Édipo Rei

Peça de Sófocles

Recebeu o segundo prêmio no

concurso trágico

Mito:• Maldição contra a família dos Labdácidas (Lábdaco)• Peças: Laio, Édipo e Sete contra Tebas, Édipo Rei

Laio rapta o filho do rei Pélops, Crisipo,

que se mata.

Pélops amaldiçoou Laio, decretando que se ele viesse a ter um filho, este seria seu assassino.

Este é o enredo de Sete contra

Tebas e Antígona.

O herói trágico de Aristóteles

• Status nobre.• Imperfeito.• Livre em sua vontade e, por isso, falível.• É punido pelo seu crime, cometido geralmente por ignorância.• A queda do herói conduze-o ao autoconhecimento.• A audiência ficava emocionalmente devastada com o

descenso do herói. Uma das funções da tragédia é gerar, através disso, piedade e temor.

As três unidades de Aristóteles

• Para infundir intensidade dramática, as tragédias contem, segundo Aristóteles, três unidades:

• Unidade de tempo• toda a ação ocorre em um dia, e o coro dá as informações de

background.

• Unidade de lugar• Toda a ação ocorre em um só lugar

• Unidade de assunto• A caracterização é singular, não havendo interpolação de narrativas ou

subenredos.• Poética, VI, 1450a4

Atores e coro trágicos

Atores trágicos

Contratados e pagos

pelo Estado

Concedidos aos poetas

trágicosTrês atores

protagonista

deuteragonista

tritagonista

Os atores trágicos

Atores Trágicos

• O protagonista• assumiu o papel do personagem mais

importante na peça• Deuteragonista e tritagonista

• desempenhavam um papel menor• Nunca há mais de três atores falando na

mesma cena• Todos os três atores desempenhavam múltiplos

papéis

Atores Trágicos• Os atores do sexo masculino interpretavam

papéis femininos• A encenação de papéis múltiplos, tanto

masculinos quanto femininos, erapossível devido ao uso de máscaras

• Máscaras com variações sutis também ajudavam a audiência a identificar o sexo, a idade e a posição social dos personagens

• As  principais funções de um ator eram • falar o diálogo atribuído para os seus

personagens • cantar sozinho canções• cantar com o coro ou com outros atores

O coro

O coro

Coro e atores

• A tragédia continha músicas cantadas tanto por atores quanto pelo coro

• O coro fazia movimentos e danças

Os membros do coro não eram

profissionais

• Aqueles que tinham talento para cantar e dançar eram treinados pelo poeta ou pelo diretor de cena

• Os membros do coro vestiam fantasias e máscaras

O coro• A primeira função de um coro trágico era a de

entoar um canto de entrada chamado de párodo

• Os membros do coro entoavam o párodo enquanto marchavam para a orquestra

• Quando o coro estava posicionado na orquestra, ele assumia duas funções:• diálogo com os personagens através de seu

líder, o Corifeu• cantar e dançar canções corais chamadas

stásimai

O coro trágico

• Era composto por 15-20 homens• O coro representava os cidadãos – sua dicção

é índice não só da voz do dramaturgo, mas direciona a recepção do drama

As funções do coro trágico

• Definir o tom das ações• Dar informações• Recordar eventos do passado• Interpretar e resumir os eventos encenados• Fazer perguntas• Emitir opiniões• Dar conselhos, se solicitado• É objetivo no julgamento das ações do protagonista• O coro age como um júri de anciãos ou homens sábios• Geralmente, as conclusões do coro são moralistas

As canções entoadas pelo coro• A música coral é

• altamente formal e estilizada • aumentava a emoção no decorrer do seu desempenho

• Partes:• Estrofe: a primeira parte de uma ode coral, durante o qual o Coro desloca-se da esquerda

para a direita, ou de leste a oeste• Antístrofe: a parte de uma ode coral que segue a estrofe e durante o qual o Coro executa

passos em seu retorno da direita para a esquerda ou do leste para o oeste.

• EPODOS• É a terceira parte de uma ode coral, após a estrofe e o antístrofe• Completa os movimentos do coro.

• Muitas vezes, um personagem no palco (ou personagens no palco) vai/vão dialogar com o Coro.

• O nome da música entoada no diálogo é kômmos.

Ésquilo, Eurípides e Sófocles:os três principais dramaturgos trágicos

Ésquilo

• 525 a.C./524 a.C - 456 a.C /455 a.C.

• Considerado o pai da tragédia• Expandiu o número de atores

para permitir conflito entre eles• 7 de 92 peças são supérstites• Seu drama foi influenciado pela

invasão persa da Grécia• Foi importante no tempo da

guerra: sua lápide faz menção à vitória grega em Maratona

Ésquilo

• Culpa e punição foram os temas mais frequentes

• Obras mais conhecidas: Prometeu Acorrentado e Oresteia

• 13 vezes ganhador da Cidade Dionísia

Sófocles

• Escreveu 120 peças - 7 sobreviveram• Competiu em cerca de 30 vezes e

venceu 24 concursos trágicos• Ésquilo só ganhou 14 e foi

derrotado, por vezes, por Sófocles• Sófocles influenciou o drama como

o conhecemos pela adição de um terceiro ator

• Com Sófocles, o coro tornou-se menos importante

• A caracterização em Sófocles é mais desenvolvida

Sófocles

• Temas• Homem Ideal -

religioso• Amor, harmonia e

paz• Respeito pela

democracia• Simpatia com as

fraquezas humanas

Eurípides

Um tipo diferente de tragédia?

Eurípides

• 480 a.C.-406 a.C.18-19 de suas peças sobreviveram

• Tragédia reformulado - introduziu personagens fortes e mulheres/escravos inteligentes

• Satiriza os heróis da mitologia grega

• Suas peças pareciam modernas• Centrou-se na vida interior e nos

motivos patéticos• Só ganhou quatro competições

Hécuba de Eurípides

Histórico da Pesquisa – Metodologia – Conceitos

Histórico da Pesquisa

• 2009 - Tradução e estudo do prólogo

• 2010 - Tradução e estudo do párodo

• 2011 – Tradução da tragédia inteira

Metodologia

• Tradução do corpus• Análise das imagens

políticas

Conceitos

• Trágico• Párodo• Tragédia e Política• Imagem Política na tragédia

Conceitos

Trágico – Párodo – Tragédia e Política – Imagem Política

Trágico

Párodo

Tragédia e Política

Imagem Política

Análise das Imagens Políticas

Hécuba 107-108

ἐν γὰρ Ἀχαιῶν πλήρει ξυνόδῳ λέγεται δόξαι σὴν παῖδ᾽ Ἀχιλεῖ

“Pois, na assembleia plena dos aqueus,diz-se que foi decretado tornar”

Hécuba 116-118

πολλῆς δ᾽ ἔριδος συνέπαισε κλύδων, δόξα δ᾽ ἐχώρει δίχ᾽ ἀν᾽ Ἑλλήνων

“Uma onda de grande querela chocou-se simultaneamente,e uma dupla opinião avançava sobre o exército”

Hécuba 123-125

τὼ Θησείδα δ᾽, ὄζω Ἀθηνῶν, δισσῶν μύθων ῥήτορες ἦσαν:

“dois rebentos de Atenas, eram oradores de duplos discursos, mas concordavam em uma única proposição,”

Hécuba 130-134

σπουδαὶ δὲ λόγων κατατεινομένων ἦσαν ἴσαι πως, πρὶν ὁ ποικιλόφρων κόπις ἡδυλόγος ημοχαριστὴς Λαερτιάδης πείθει στρατιὰν μὴ τὸν ἄριστον Δαναῶν πάντων“

eram, de certa maneira, semelhantes, depois que o astuto mentiroso de fala doce que agrada o povo, o Filho de Laerte, persuade o exército”

BAILLY, A. Dictionnaire Grec Français. Éd. revue par L. Séchan et P. Chantraine. Paris: Hachette, 26e éd., 1963.

 EASTERLING, E. A. Form and Performance. In: EASTERLING, E. A. The

Cambridge Companion to Greek Tragedy. Cambridge: Cambridge University Press, 1997 (2005). p. 151-177.

 FINLEY. Moses. (org) Mito memória e História. In: Uso e abuso da História.

São Paulo: Martins Fontes, 1989. p. 06. 

GOODWIN, W.W. A Greek Grammar. London: MacMillan, 1894. 

GREGORY, Justina. Hecuba: introduction, text, and commentary. Atlanta: American Philological Association, 1999.

 PAGE, T. E.; CAPPS, D. E.; ROSE, W. H. D. (eds.). Euripides. v. III. New

York: Putnam Son’s, 1929. 

GRUBE, G. M. A. The Drama of Euripides. Londres: Methuen & Co., 1941. p. 68-69.

 

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 HORTA, G.N.B.P. Os gregos e seu idioma, 2 v. Rio de Janeiro: Di Giorgio, 1983

(1º tomo, 3ª ed.) e 1979 (2º tomo). 

LIDDEL, H.G. & SCOTT, R. A Greek-English Lexicon Revised and augmented by H.S. Jones and R. McKenzie. Oxford: Clarendon Press, 1940.

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SANTOS, Fernando Brandão dos. Alceste, de Eurípides: o prólogo (1-76). Humanitas, v. LX, 2008. p.92.

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