SOCIALISMO UTÓPICO E CIENTÍFICO *Aluna: Sheila Aparecida Scheidt *Orientador: Gerônimo Wanderley...

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SOCIALISMO UTÓPICO E CIENTÍFICO

Aluna: Sheila Aparecida Scheidt Orientador: Gerônimo Wanderley

Machado (Depto de Economia) Copyright © 1999 LINJUR. Reprodução e distribuição

autorizadas desde que mantido o “copyright”. É vedado o uso comercial sem prévia autorização por escrito dos autores.

OBJETIVOS DE AMBAS DOUTRINAS

A meta socialista a atingir é a de uma sociedade mais justa, sem tanta desigualdade entre as pessoas

Traça os moldes de uma sociedade onde o ser humano seja mais livre e menos explorado

PRIMEIRA PARTE

SOCIALISMO UTÓPICO

CONCEITO

É aquele que precede o socialismo científicoNão recebe a denominação de científico por não se apoiar no conhecimento das leis do desenvolvimento socialMas mesmo assim possui alguns elementos válidos que foram examinados criticamente e posteriormente utilizados pelos fundadores da teoria científica

HISTÓRICO

Com a substituição do feudalismo pelo capitalismo (sec XI - Europa Ocidental), houve um grande impulso ao desenvolvimento das produções, das técnicas e do saberMas esse mesmo progresso não pode ser considerado como melhora à situação dos trabalhadoresA exploração desses continuava tão cruel e desumana como já havia sido no feudalismo ou sob o escravismo

HISTÓRICO

Assim crescia o descontentamento das massas, a luta de classes aumentavaAs alterações que ocorriam na sociedade em nada melhoravam o lado dos trabalhadores e isto gerava repercussão na vida da sociedadeSurgem, deste modo, doutrinas socialistas que traduziam o protesto dos povos contra a injustiça imposta pelo capitalismo, a ordem estabelecida

EVOLUÇÃO

Esse protesto teve como pontos fundamentais o respeito e a preocupação pelo homem

Esta é a doutrina do humanismo

PIONEIROS

Dentre as doutrinas socialistas, o socialismo utópico teve uma longa e complexa evolução tendo como pioneiro Thomas More (chanceler da Inglaterra e filósofo inglês, 1478 - 1535). As mesmas idéias foram seguidamente desenvolvidas por Thomas Campanella, Jeam Meslier, Gracchus Babouf, Alexandre Hertzen, Nicolau Tchernychevski

PRINCIPAIS NOMES

Mas os precursores diretos do socialismo científico foram os grandes utopistas do século XIX: Saint Simon, Charles Fourier e Robert OwenEstes pensadores eram contra a ideologia dos exploradoresPara eles a humanidade não poderia ser dividida em classes rivais, em possuidores e não possuidores, em necessitados e ociosos

A IDEOLOGIA

Na opinião dos socialistas utópicos, o capitalismo tinha de ser substituído por uma sociedade nova

Esta acabaria para sempre com a mais-valia e com a corrida ao lucro

E ainda faria do trabalho a virtude essencial

A IDEOLOGIA

Os homens deixariam de oprimir os seus semelhantes

Unir-se-iam para juntos dominarem as forças da natureza

Assim se chegaria à justiça social, à liberdade e à igualdade verdadeiras

UTOPIA E REALIDADE

Só que infelizmente no início do século XIX não havia ainda um clima para acolher a teoria da luta revolucionária do proletariadoO modo de produção capitalista estava surgindo, o proletariado não estava ainda organizado como classe e ainda não tinha consciência da sua missão históricaTambém não se conhecia os caminhos e meios que permitiriam introduzir a nova sociedade socialista

UTOPIA E REALIDADE

E também os utopistas, por grandes pensadores e filósofos que fossem, não foram capazes de descobrir o caminho certo para o futuro socialismo, não tomaram conclusões lógicasEles continuaram na fase de sonho e utopia, presos na fantasia e por ela impedidos de concretizar seus projetosVejamos suas idéias

SAINT-SIMON

Para Claude-Henri de Saint-Simon (1760 - 1825) o capitalismo é uma sociedade efêmera que não é o fim da história da humanidade

Sua visão para o futuro regime é a de uma sociedade de cidadãos iguais, a fim de exercerem uma ação coletiva sobre a natureza

Ainda, uma ordem social em que cada um trabalha segundo a sua capacidade e consome segundo o seu trabalho

SAINT-SIMON

A nova sociedade livre da exploração disporá de forças inesgotáveis, desenvolverá sem limites as ciências e as técnicas numa associação econômica mundial

Também transformará o Estado em aparelho de gestão de todos os trabalhos da sociedade ao invés de ser aparelho de repressão e poder sobre os homens

Mas suas concepções eram ainda muito imprecisas

CHARLES FOURIER

Para este utopista o princípio da igualdade social era a transformação necessária

Criticava o capitalismo pois neste o trabalho é uma violência por centralizar seus instrumentos e o capital

O progresso social do capitalismo é uma ilusão, pois só a classe rica avança enquanto a classe pobre é humilhada

CHARLES FOURIER

O interesse social e o interesse pessoal entram em conflito e o indivíduo é pôsto numa luta contra a coletividade. Assim é desmentida a chamada democracia burguesa

Seu mérito foi o de querer fazer do trabalho uma necessidade vital dos cidadãos livres da sociedade futura, um prazer

Medita sobre os meios de acabar com a divisão do trabalho capitalista (idéias do falanstério) e suprimir a oposição cidade e campo, pois empobrece a personalidade do ser

ROBERT OWEN

Robert Owen criticava violentamente o regime burguês e a propriedade privada por considerá-la causa dos crimes, dos males e das guerras de que sofria a humanidade

Era necessário abolir a propriedade privada e transferir os meios de produção para a propriedade social o que criaria a sociedade socialista

Fez projetos de colônias comunistas, que seriam as células da nova sociedade e organizou à própria custa uma colônia deste tipo nos EUA mas que foi um fracasso

ROBERT OWEN

Procurou melhorar as condições de trabalho nas fábricas, reduzir a jornada de trabalho, aumentar os salários, fundou uma escola-modelo e uma caixa de assistência médica

Fez ainda uma campanha de uma legislação que limitava o horário de trabalho das crianças e dos adolescentes

Muitos projetos e algumas vitórias

VALOR HISTÓRICO

Pioneiro na crítica à desigualdade social, à sociedade burguesa, ao capitalismo e suas taras mostrando sua efemeridade

Plano de organização de sociedade igualitária, baseado na sociedade coletiva

Começo de uma nova sociedade com a abolição da propriedade privada e com a proclamação da sociedade coletiva, que permitiria liberdade, igualdade e fraternidade

O HUMANISMO

Para a nova sociedade esta doutrina teria como missão garantir ao homem as condições favoráveis à evolução e ao aperfeiçoamento

É uma idéia de que o homem, suas capacidades e necessidades, seu trabalho, são grandes valores que devem ser cultivados

OUTRAS CARACTERÍSTICAS

O trabalho deve ser a primeira necessidade vital, um prazer

Deveria-se abolir a diferença cidade campo

O consumo seria feito segundo o trabalho e conforme as necessidades de cada um

MOTIVOS DO FRACASSO

Ruptura com o povo, com a classe operária, ignorância da infra-estrutura material da vida da sociedade, das leis da evolução social

Desejo de se dedicarem exclusivamente às idéias, à cultura e à educação

“À imaturidade da produção capitalista, à imaturidade da situação das classes, correspondeu a imaturidade das teorias” (Engels apud Afanassiev et al, p. 24)

SEGUNDA PARTE

SOCIALISMO CIENTÍFICO

NASCIMENTO

Assim sendo, o socialismo utópico não deu certo e cedeu lugar ao socialismo científico em meados do século XIX

Esta nova teoria tornou-se força histórica ao se juntar ao movimento revolucionário da classe operária necessitada

Tal teoria foi feita por Marx e Engels

CARACTERÍSTICAS

O período de atividade científica de Karl Marx (1818 - 1883) e Friedrich Engels (1821 - 1895) é uma época em que o capitalismo estava forte

Desta forma se desenvolvia uma nova classe, a classe do proletariado industrial, empenhada na via de luta revolucionária

MANIFESTO DO PARTIDO COMUNISTA

Em 1848, Marx e Engels, em nome da história, condenavam o capitalismo com o Manifesto do Partido Comunista

Esse relato demonstrava que a sociedade capitalista devia, como destruíra o feudalismo, ceder lugar a uma sociedade sem exploração, sem salariato, a sociedade comunista

FUNDAMENTOS

Revela um mundo rigorosamente científico, contém conceitos coerentes sobre natureza, sociedade e leis de seu desenvolvimento

Enumera ainda as vias e os meios para conhecê-las e para conseguir a sua transformação revolucionária

MATERIALISMO HISTÓRICOE DIALÉTICO

Os fundamentos filosóficos do socialismo científico são dados pela filosofia elaborada por Marx e Engels - a filosofia do Materialismo Histórico e Dialético

É uma doutrina que se firma na natureza terrena do mundo, na realidade das leis objetivas da evolução social

Sua base é que o mundo, a natureza, são realidades materiais, objetivas, existem fora de nossa consciência que é secundária, derivada da matéria da natureza

MATERIALISMO HISTÓRICOE DIALÉTICO

O mundo material, conforme esta filosofia, não é imutável

Passa por modificações, movimento, uma evolução permanente

A sociedade humana evolui e muda do mesmo modo que o mundo e a natureza mudam

A MAIS-VALIA

Marx formulou ainda uma outra teoria: a mais-valia

Tal teoria é a chave da economia política marxista

Ela revela o segredo do capitalismo pois revela a fonte do lucro e a exploração

A MAIS-VALIA

Marx percebeu que na sociedade capitalista o operário não tem a propriedade dos meios de produção

Sua única propriedade é a força de trabalho e precisa trabalhar para produzir valores materiais

Surge um contrato: o operário vende sua força de trabalho ao capitalista, o primeiro trabalha e o segundo lhe paga um salário

A MAIS-VALIA

O empregador contenta-se em pagar uma parte do valor dos bens produzidos pelo operário, apropriando-se da outra parte

É esse trabalho não pago, a exploração capitalista , a mais-valia que vira lucro nas mãos do empregador

PROBLEMAS DO CAPITALISMO

O capitalismo traz em si problemas que ele próprio não é capaz de dominar

Um aumento na produção das mercadorias ultrapassa o poder de compra dos trabalhadores e gera a superprodução e o subconsumo, as crises, a baixa nas bolsas de valores

Ainda a Lei da Queda Tendencial da Taxa de Lucro, reduzindo o lucro e o preço dos produtos devido ao amontoamento destes que não conseguirão ser consumidos

PAPEL DA CLASSE OPERÁRIA

É a classe mais interessada em que seja abolida a propriedade privada dos meios de produção, origem de sua exploração

A vitória dos operários na revolução lhes dá a propriedade social dos meios de produção

Também a possibilidade de melhorar o seu nível de vida

A LIGA DOS COMUNISTAS

Por iniciativa de Marx e Engels, em 1847 foi criada a Liga dos Comunistas

Foi a primeira organização de um partido operário

O Manifesto do Partido Comunista foi seu programa Karl Marx

A PRIMEIRA INTERNACIONAL

Em 1864 fundou-se a Associação Interncional dos Trabalhadores (Primeira Internacional)

Lançou as bases da formação de partidos operários em vários países

Também iniciativa de Marx e Engels

Friedrich Engels

A COMUNA DE PARIS

A Comuna de Paris foi a primeira expansão do movimento operário moderno

A classe operária pela primeira vez, conquistou o poder político, mesmo que na área de uma única cidade

Não foi vitorioso pois nasceu de um movimento espontâneo de massas num momento de crise social

LÊNIN E O SOCIALISMO CIENTÍFICO

Lênin dedicou sua vida à luta revolucionária da classe operária

Utilizou o Socialismo Científico para a construção do socialismo na URSS

Elaborou um plano próprio para a consolidação desta doutrina aplicada nos países soviets

ETAPAS DA SOCIEDADESEM CLASSES

Primeira Transição do capitalismo para o socialismo É a etapa da ditadura do proletariado

Segunda É a do socialismo, onde ocorre o desaparecimento das classes

sociais Terceira

É a do comunismo, que se caracteriza pelo princípio “de cada um segundo as suas capacidades, a cada um segundo as suas necessidades”

OBJETIVO FINAL

Tais etapas resultarão da evolução das relações de produção e sociais, não ocorrendo por rupturas bruscas

Será a extinção progressiva do dinheiro, das classes sociais, do Estado, da divisão social do trabalho e de toda desigualdade e luta de classes

Enfim uma vida realizada, conseqüência da inteligência do ser humano

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AFANASSIEV, A, MAKAROVA, M, MINAIEV, L. Princípios do socialismo científico. Lisboa: Prelo, 1975. 453p.

MANDEL, Ernest. Introdução ao marxismo. tradução de Mariano Soares. Porto Alegre: Movimento, 1978. 129p.

KOLAKOWSKI, Leszek. Marxismo: utopia e antiutopia. tradução de Alda Baltar Maria José Braga Ribeiro. Brasília: Universidade de Brasília, 1985. 118p

INFORMAÇÕES SOBREA APRESENTAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DISCIPLINA: INFORMÁTICA JURÍDICA PROFESSOR: JOSÉ AIRES ROVER SOCIALISMO UTÓPICO E SOCIALISMO CIENTÍFICO Trabalho de pesquisa apresentado pela acadêmica: Sheila

Aparecida Scheidt Para obtenção de nota final do semestre FLORIANÓPOLIS, DEZEMBRO DE 1999