Post on 16-Oct-2021
Unidade 1
Livro Didático Digital
Maria Paula Almeida
Teoria da Administração
Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico TIAGO DA ROCHA
Autora MARIA PAULA ALMEIDA
A AUTORAMaria Paula Almeida
Olá. Meu nome é Maria Paula Almeida. Sou formada em Administração
de Empresas, em Pedagogia e Mestre em Gestão da Educação, com uma
experiência técnico-profissional na área administrativa de mais de 11 anos.
Sou apaixonada pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de
vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada
pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes.
Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e
trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOSOlá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez
que:
INTRODUÇÃO:para o início do desenvolvimento de uma nova compe-tência;
DEFINIÇÃO:houver necessidade de se apresentar um novo conceito;
NOTA:quando forem necessários obser-vações ou comple-mentações para o seu conhecimento;
IMPORTANTE:as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você;
EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado;
VOCÊ SABIA?curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias;
SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamen-to do seu conheci-mento;
REFLITA:se houver a neces-sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou dis-cutido sobre;
ACESSE: se for preciso aces-sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últi-mas abordagens;
ATIVIDADES: quando alguma atividade de au-toaprendizagem for aplicada;
TESTANDO:quando o desen-volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas;
SUMÁRIOCompreender os aspectos gerais da administração ................... 12
Administrar é uma arte e uma ciência ............................................................................. 12
Planejamento .................................................................................................................. 14
Organização ..................................................................................................................... 17
Direção .................................................................................................................................18
Controle ............................................................................................................................... 19
Conhecer os ambientes e a organização .......................................... 21
Qual a relação entre ambiente e organização? ........................................................ 21
Identificar a evolução histórica da abordagem administrativa ............................................................................................... 31
A história da Administração ..................................................................................................... 31
Evolução histórica das abordagens administrativas. ............................................34
Administração Científica ......................................................................................... 36
Abordagem Administrativa ...................................................................................37
Abordagem Burocrática ......................................................................................... 38
Compreender a gestão no pensamento contemporâneo .........40
Teoria das relações humanas................................................................................................ 40
Escola comportamental .......................................................................................... 41
Abraham H. Maslow ...................................................................................................42
Douglas McGregor ......................................................................................................44
Abordagem Sistêmica ..............................................................................................45
Abordagem contingencial .....................................................................................47
Gestão Japonesa ..........................................................................................................47
Teoria da Administração 9
LIVRO DIDÁTICO DIGITAL
UNIDADE
01
Teoria da Administração10
INTRODUÇÃOA administração é algo muitas vezes natural nos seres humanos,
administrar é uma ação presente no nosso dia a dia seja no planejamento
de uma viagem, na organização do seu dia, na compra de uma casa ou
na troca de um emprego. Embora esteja presente nas rotinas diárias,
os gestores ao gerirem uma empresa precisam conhecer estratégias e
conceitos que tornam o ato administrar uma ferramenta, para atingir os
objetivos da organização com maior eficácia e eficiência. Para isso iremos
nos próximos capítulos conhecer os conceitos e a trajetória histórica da
administração, dessa forma os administradores tem a possibilidade de
adquirir maior competência, no fato de refletirem de onde saímos e onde
pretendemos chegar para uma administração com excelência. Entendeu?
Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo!
Teoria da Administração 11
OBJETIVOSOlá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1. Nosso propósito é auxiliar
você no desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o
término desta etapa de estudos:
1. Compreender os aspectos gerais da administração;
2. Conhecer os ambientes e a organização;
3. Identificar a evolução histórica da abordagem administrativa;
4. Compreender a gestão no pensamento contemporâneo.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento?
Ao trabalho!
Teoria da Administração12
Compreender os aspectos gerais da administração
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender qual é a importância de um administrador e quais são as competências necessárias para a execução de um excelente trabalho. Isto será fundamental para o exercício de sua profissão. Os gestores se propor administrar algo sem se preocupar com seu planejamento, direção, organização e controle não conseguem atingir seus objetivos de forma eficaz e eficiente. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!
Administrar é uma arte e uma ciênciaFigura 1 – Administração das artes
Fonte: Freepik
A administração está presente no dia a dia de todos nós, uma
vez que ao iniciar nossos afazeres, planejar nossas férias ou até menos
Teoria da Administração 13
uma mudança de emprego precisamos de planejamento, organização e
direção, isso tudo será propiciado pela administração.
Ela pode ser considerada uma arte e também uma ciência uma
vez que possui a arte de desenvolver pessoas mais eficazes, e também
a ciência na capacidade de buscar técnicas para conquistar esse
desenvolvimento.
O ato de administrar é composto por quatro competências básicas
são elas: o planejamento, a organização, a direção e o controle, essas
competências são de suma importância para uma boa gestão.
SAIBA MAIS:
O debate sobre o fato da Administração ser uma ciência ou uma arte é algo que está presente no mundo da pesquisa sobre o tema, por administrar ser algo inerente ao seres humanos e tido muitas vezes como uma arte, no entanto, o modo de fazer é observado como ciência por apresentar uma técnica. O tema é tratado no artigo “Administração: Ciência ou Arte: o que podemos apreender com este mal-entendido” te tratará subsídios para entender esse debate. https://bit.ly/3bO3zUw
Vamos abaixo estudar cada uma dessas competências e sua
importância para a administração.
Cada coluna vista, significa cada pilar que será utilizado para a
administração das artes de nossas vidas, pois precisamos de Planejamento,
de organização, de direção e, principalmente, de saber controlar cada
situação.
Teoria da Administração14
Planejamento
Na administração encontramos o planejamento como o primeiro
pilar a ser desenvolvido, pois o ato de planejar consiste em determinar o
que um grupo deve fazer para atingir uma meta ou um objetivo.
Conforme definição de Silva:
Planejamento é o processo administrativo que determina
antecipadamente o que um grupo de pessoas deve fazer e
quais as metas que devem ser atingidas (2011 p.18)
O planejamento muitas vezes é considerado uma atividade natural
do comportamento humano, pois sempre estamos nos planejando para
algo seja comprar um carro, escolher um trajeto para ir a algum lugar ou
realizar uma viagem.
Figura 2 – Como planejar
Fonte: Freepk
Embora seja considerado algo inerente ao comportamento humano
e um dos principais passos para uma boa administração, é muitas vezes
ignorado por muitos gestores, o ato de planejar demanda trabalho em
Teoria da Administração 15
detalhar e se precaver de todos as hipóteses de sucesso ou de insucesso
que pode ocorrer no projeto.
Muitos gestores para evitar ter o trabalho em planejar, optam por
pular essa parte do projeto, e contam muitas vezes com a sorte para obter
o sucesso esperado com seu objetivo.
O planejamento organizacional compreende três níveis de
planejamento são eles:
• Planejamento estratégico: trata-se da visão de futuro da organização
baseado nos ambientes internos e nos ambientes externos à
instituição, nesse nível se define a missão, a visão e os valores de uma
empresa.
Nessa fase a alta gestão geralmente acionistas, diretores e
empresários definem os objetivos macro que deverá ser atingido pela
organização.
• Planejamento Tático: nesse nível os objetivos macros passados pela
alta gestão se desdobram em metas e condições que deverão ser
desenvolvidas para obter o objetivo, trata-se de um planejamento
mais específico e as decisões tomadas nesse nível são de
responsabilidade de colaboradores que ligam as ideias da alta gestão
com o operacional.
O nível estratégico é a tradução do planejamento estratégico da
organização em planos concretos para a realização.
Depois de dois pontos letra minúscula por colocar em pratica os
meios definidos pelo planejamento tático para atingir os objetivos, ou seja,
colocar em ação os procedimentos previamente estabelecidos.
Como podemos observar o planejamento trata-se de uma ação
importante para a organização que deve ser desenvolvido de forma
integrado e interdependente entre todos os setores que compõe
a empresa, sendo assim o planejamento deve envolver todos os
setores e promover incentivos para que todos os colaboradores se
Teoria da Administração16
comprometam com os resultados e sintam-se parte e responsável por
esse desenvolvimento.
Figura 3 – Formas de Planejamento
Fonte: Elaborada pela autora (2020)
A fase do planejamento deve ser estruturada três etapas, são elas:
• Definir objetivos: trata-se de uma definição clara da onde se pretende
chegar, eles são resultados quantificados, estabelecendo o que deve
ser atingido e por quanto tempo.
• Definir meios de execução: após a definição do que se pretende
conquistar deve ser levado em consideração como se chegará a esse
objetivo, ou seja, quais meios serão necessários para conquistar o
objetivo.
Podemos considerar como exemplo de meios de execução, de
políticas e de procedimentos que deverão ser desenvolvidos na empresa,
Teoria da Administração 17
e também atividades e recursos necessários para obter o resultado
esperado.
• Definir meios de controle: na fase do planejamento do planejamento
é importante a definição de meios de controles, para acompanhar a
execução das atividades que visam um determinado resultado.
Ao definir os meios de controle deve planejar o que controlar, e
quais serão os indicadores desse controle.
Segundo Werner Bornholdt (1997, p. 185), para obter controle a
gestão deve seguir algumas regras são elas:
Estabelecer indicadores que meçam os objetivos juntamente
entre a direção e equipes.
Os objetivos devem ser controlados por indicadores
conhecidos por todos que participam do processo.
Elogiar os indicadores conquistados e penalizar de alguma
forma os não conquistados.
Contudo, observamos que definir objetivos e meios claros para
obtenção de resultados é de suma importância para a organização na fase
de planejamento, no entanto, nessa fase também é importante definir os
meios de controles, para acompanhar se os objetivos e os meios definidos
estão sendo contemplados no processo, dessa forma as chances de êxito
na obtenção de resultados se fazem uma realidade mais próxima.
Importante identificar que o planejamento está presente em
todas as empresas sendo o planejamento estratégico centrado em
sócios e acionistas que focam na missão, na visão e nos valores da
empresa, planejamento tático voltado para diretores e gerentes que são
responsáveis por traduzir essas estratégias em plano de ação para atingir
esses resultados, e nos procedimentos táticos responsáveis por executar
colocar em ação as estratégias da empresa.
Organização
A organização é uma das principais competências de um
administrador, o ato de organizar equipes, tarefas e projetos de modo a
Teoria da Administração18
obter o resultado de forma mais eficaz, é importante independente do
porte da empresa.
A empresa pode ser de grande, pequeno ou médio porte
independente da sua estrutura, sem organização é impossível atingir os
resultados.
O ato de organizar deve ser baseado em ações como definir
funções e tarefas, decidir os melhores recursos sendo eles pessoas ou
equipamentos necessários para execução da atividade, direcionar os
recursos da melhor forma e definir os recursos para as devidas funções.
O gestor deve compreender que o ato de organizar deve estar
presente em todo o processo administrativo, e não apenas no início do
processo, pois muitas vezes se faz necessário a reorganização de equipes,
de recursos e de processos.
Direção
A direção refere-se a etapa de ação da atividade que deve ser
desempenhada, após o planejamento e a organização o administrador
deve dirigir sua equipe para o trabalho.
O ato de dirigir não consiste em mandar uma equipe executar uma
determinada tarefa, mas sim em conduzir a equipe na ação desejada.
Para obter o melhor êxito na ação de direção o administrador deve:
• Certificar que toda a equipe tem clareza nos objetivos que deverão
ser conquistados;
• Compreender qual o papel que deve desenvolver para atingir os
resultados almejados.
O gestor deve também comprovar que a equipe possuiu todos
os recursos necessários seja eles humanos ou material para obter os
resultados, pois sem os recursos necessários a equipe não conseguirá
Teoria da Administração 19
atingir o resultado, e caso os recursos não sejam suficientes e acabar
durante o processo a equipe irá perder tempo na excussão do projeto.
Controle
O controle é uma ação imprescindível para qualquer ação
administrativa, controlar significa verificar se as ações estão de acordo
com os parâmetros definidos no planejamento.
Analisar se o que está sendo realizada está em conformidade
com o planejado permite que o gestor controle de todo processo,
tomando medidas para minimizar os impactos dos eventos não previstos,
tomando atitudes que favorecem a obtenção dos objetivos definidos no
planejamento.
Ao controlar o administrador tem a possibilidade de rever processos,
otimizando tempo e recursos e ainda monitorar as ações previstas no
padrão normal tendo a certificação que o planejado está sendo executado
e, consequentemente, a organização está no caminho para alcançar os
objetivos planejados.
Importante compreender que o controle é um processo cíclico e
repetitivo realizado durante todo o processo administrativo.
Segundo Chiavenato (2009), o processo de controle compreende 4
ações, são elas:
*Estabelecimento de padrões: nessa fase são estabelecidos os
padrões de normalidade esperados, que serão fixadas para comparar
desempenhos, servindo de subsídios para avaliar resultados, são tipos
de padrões a quantidade, a qualidade, o tempo e o custo.
*Avaliações de desempenho: consiste em mensurar o que está
sendo feito ou o que já foi realizado.
*Comparação de desempenho: nessa etapa realiza-se a
comparação do que foi realizado ou o que está sendo feito com o padrão
Teoria da Administração20
anteriormente determinado, com o objetivo de determinar se existe
alguma não conformidade, erro ou variação.
*Ação corretiva: consiste na correção da variação das ações não
prevista no padrão, caso esteja dentro do estabelecido como padrão não
se aplica nenhuma correção.
Figura 4 – Competências para uma boa administração
Fonte: Freepik
RESUMINDO:
Para finalizar este momento, é importante pensar que a administração conta com as competências de controlar, de planejar, de organizar e de dirigir e não necessariamente tem uma ordem de competências, pois podemos observar que o controle deve estar presente sempre no processo, e caso mesmo o ciclo não tendo se encerrado algo estiver fora do padrão preestabelecido, deve se voltar ao planejamento e refazer o ciclo.
Teoria da Administração 21
Conhecer os ambientes e a organização
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender a importância do ambiente para a organização. Isto será fundamental para o desenvolvimento estratégico do administrador. As empresas devem ter consciência que estão imersas em um ambiente, e a observação desse ambiente para a utilização de informações, pode ser um diferencial para o mercado competitivo. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!
Qual a relação entre ambiente e organização?
Figura 5 – Ambiente Interno e Externo da Organização
Fonte: Elaborado pela autora (2020)
O ambiente é um conjunto de condições e de forças que têm a
capacidade de influenciar a organização em seus planos e projetos.
O conceito de ambiente pode ser dividido em:
*Ambiente geral (macroambiente): composto por eventos
e tendências gerais da sociedade, podendo ser tendências sociais,
tecnológicas e condições econômicas.
Teoria da Administração22
Na prática podemos observar que o aumento do desemprego,
por exemplo, pode influenciar o consumo e/ou aquisição de produtos e
serviços, portanto, observar como está a movimentação no macroambiente
pode influenciar as decisões da organização no que se refere à produção
de produtos e/ou de serviços.
*Ambiente do setor (ambiente competitivo): formado por empresas
do mesmo ramo e segmento que competem entre si, no fornecimento ou
prestação de serviços e/ou produtos.
Por exemplo, uma campanha publicitária de um concorrente ou um
diferencial oferecido por ele desenvolvido pode impactar os resultados e/
ou decisões de outras organizações concorrentes.
*Ambiente interno: o ambiente interno é composto por
colaboradores, administradores, cultura organizacional, tecnologia e
instalações físicas.
Na prática podemos observar que a aquisição de uma máquina de
alta tecnologia, ou a demissão de funcionários podem ser informações
importantes para o ambiente organizacional, pois impactará mudanças de
decisões e processos.
Importante observarmos que não adianta a empresa controlar e
acompanhar apenas seus meios internos para a tomada de decisões, pois
como a organização faz parte de um meio, as interferências do ambiente
externo reproduzem impactos sobre a organização, sendo os resultados
de uma empresa intimamente depende de fatores externos a ela.
As organizações são entidades dinâmicas e em contínuo movimento,
dessa forma são suscetíveis às alterações externas que acarretarão
consequências internas.
A análise e a interpretação do ambiente externo de uma organização
é uma poderosa ferramenta estratégica, por permitir que os gestores
se antecipem de restrições ou de oportunidades que influenciarão a
Teoria da Administração 23
organização, e tenham tempo para tomada de decisão frente a esses
novos cenários empresariais.
Importante ressaltar que a mesma alteração que ocorre no
ambiente externo pode ser uma influência negativa para uma empresa,
como positiva para outra empresa que compõem o mesmo ambiente,
tudo dependerá da relação que essa alteração possui no interior da
empresa individualmente.
EXEMPLO: Sobre a influência dos fatores externos na organização
podemos citar o fato de uma empresa comercializar em dólar, caso a
moeda tenha alta no mercado de cambio isso será um fator benéfico à
organização, mas caso a empresa compre matéria-prima em dólar, será
um fator maléfico visto que o valor da matéria-prima será maior. Com isso
verificamos que a mesma alteração externa, poderá ser observado como
fator positivo ou negativo para a diferentes organizações, dependendo da
sua relação com o fator.
Segundo Maximiano (2006) a análise do ambiente externo compõe
um dos pilares do planejamento estratégico, dessa forma conhecer e
acompanhar o ambiente externo é indispensável para atingir os resultados
de uma organização.
O cenário empresarial apresenta uma série de mudanças
proporcionado muitas vezes pela globalização e pelas modificações
constantes nos padrões dos consumidores.
Essas mudanças incentivam cada vez mais a competitividade,
obrigando as empresas a desenvolverem novas estratégias para se
diferenciar no mercado e superar a concorrência.
Frente a essa constante evolução do mercado, as empresas devem
estar atentas ao que se passa no seu ambiente externo, e refletir sobre
as condições do seu ambiente interno para tomar as decisões que
Teoria da Administração24
proporcione a empresa se manter e até mesmo se sobressair no mercado
empresarial.
Essa análise e reflexão proposta pelo mercado, atualmente, não se
trata de uma atitude simples, mas sim indispensável para a sobrevivência
de qualquer empresa.
Visando a importância de desenvolver estratégias para a análise do
ambiente externo e interno foi desenvolvido nos anos 60 pela Universidade
de Satanford o método de Análise de SWOT, essa ferramenta possibilita
que a empresa possa ter uma visão ampla do cenário empresarial, por
meio da análise de fatores como:
• Forças
• Fraquezas
• Oportunidade
• Ameaça
A analise de SWOT possibilita se ter um conhecimento profundo
sobre a organização, permitindo a elaboração de um planejamento
estratégico eficiente frente aos objetivos da empresa, além de possibilitar
por meio dessa análise a definição de prioridades na implementação de
mudanças para atingir resultados.
A utilização dessa ferramenta visa utilizar informações do ambiente
interno e externo da organização:
Ambiente Interno
O ambiente interno trata-se de um meio que a empresa tem a
possibilidade de controlar e de mudar, a análise SWOT visa analisar as
forças e fraquezas:
• Forças:
Trata-se das forças encontradas na organização como por exemplo:
qualificação de profissionais, tecnologia ou marca consolidadas
Teoria da Administração 25
• Fraquezas:
Trata-se da analise de tudo que possa se posicionar como uma
fraqueza da organização, podemos citar como exemplo: baixa qualificação
dos profissionais, tecnologia ultrapassada ou matéria-prima escassa.
Importante ressaltar que quando a organização tem a possibilidade
de por meio da Analise de SWOT, identificar as fraquezas pode desenvolver
estratégias que visem transformar essas fraquezas em forças.
Ambiente Externo
O ambiente externo diferentemente do ambiente externo não pode
ser alterado pela empresa, apenas sofre as consequências externas no
seu ambiente interno.
No entanto, se faz necessário essa identificação, uma vez que por
meio dessa análise a empresa pode se preparar frente à essas mudanças.
Oportunidades:
Refere-se a um cenário encontrado no ambiente externo que
favorece a empresa, podemos citar como exemplo a implementação
de uma lei que proíbe a utilização do canudo de plástico, uma empresa
que já fabrica canudos de papel observa essa mudança como uma
oportunidade de mercado.
Ameaças:
As ameaças são identificadas por tudo que ocorre no ambiente
externo e torna-se desfavorável para a empresa, podemos citar como
exemplo o fato de uma fabrica de roupas de inverno se preparar para as
vendas de inverno.
Diante dos estudos realizados pudemos observar o quanto é
importante a analise de SWOT , pois a utilização dessa ferramenta possibilita
a avaliação e identificação dos pontos positivos e dos pontos negativos da
Teoria da Administração26
organização que será transformados em oportunidades ou em ameaças,
como também a observação e a análise das oportunidade e ameaças,
que podem ter no ambiente externo e como será o posicionamento da
organização frente a essas informações.
Cada vez mais se faz importante a empresa compreender o lugar
que ocupa no mercado, e as estruturas estratégias que podem ser
utilizadas para crescer e sobreviver frente a concorrência.
Essas informações se tornam crucial para a tomada de decisão
frente ao aumento ou a desaceleração de investimentos, de modo que as
decisões sejam tomadas de forma mais assertiva.
Diante dessa necessidade, os estudos de Michael Porter se fazem
muito importante, uma vez que seus estudos possibilitam fornecer
informações para que a organização tome importantes decisões.
Michael Porter doutor em economia empresarial em Harvard,
escreveu 19 livros e 125 artigos, tornou-se uma referência em assuntos
relacionados a negócios e economia.
O mercado competitivo está repleto de oportunidades e de
ameaças, identifica-las e saber o momento correto de se posicionar
mediante a eliminação e o lançamento de produtos e a identificação de
novos concorrentes, se torna fatores de sobrevivência para a organização.
Com base na necessidade de reconhecimento dessas
informações, Porter desenvolveu um modelo que analisa as cinco
forças de competividade, que fornecem informações de quando entrar
Teoria da Administração 27
ou abandonar o mercado, por meio da possibilidade das empresas
promoverem uma análise do seu ambiente externo.
Figura 6 – Forças de Competitividade
Fonte: Elaborado pela autora (2020).
O estudo desenvolvido por Porter visou analisar a competitividade
entre as empresas, por meio de 5 pontos são eles:
a) Rivalidade entre os concorrentes: trata-se da importância de se
analisar a atividade e agressividade no mercado dos concorrentes diretos
da organização, ou seja, empresas que comercializam o mesmo produto
e ou serviço.
Analisar a concorrência trata-se de uma busca em compreender
como o concorrente atua no mercado, por meio de alguns aspectos:
• Nível de agressividade da atuação dos concorrentes no mercado;
• Modo que os concorrentes atuam;
• Volume de investim entos em publicidade.
Teoria da Administração28
Essa análise possibilita que a empresa possa ter uma visão clara de
como se posicionar frente aos seus concorrentes, diante da tomada de
decisão sobre visibilidade e investimentos.
b) Barreiras a entrada de concorrentes: importante a análise de
fatores que facilitam ou dificultam a entrada de novos concorrentes no
mercado.
São barreiras a serem analisadas:
• Economia de escala: O fato de a empresa produzir em grandes
quantidades consegue oferecer baixo custo, dessa forma isso torna-
se uma barreira para novos concorrentes
• Capital Necessário: O alto custo para iniciar o negócio é visto como
uma importante barreira.
• Acesso aos canais de distribuição: Ramo de negócios que possuem
canais de vendas limitados, e um bom relacionamento com esses
canais tende a ser um fator que dificulta novos concorrentes.
A análise das barreiras a novos concorrentes visa identificar a
possibilidade de entrada de novas empresas, que visam concorrer pelo
mesmo mercado.
No mundo globalizado as empresas devem estar preparadas para
essa barreira, algumas atitudes governamentais visam muitas vezes
dificultar a entrada de concorrentes internacionais que possam ameaçar
no mercado nacional.
c) Poder de barganha dos clientes: O poder de barganha dos
clientes se torna o ponto central da empresa, visto que o comportamento
dos clientes tem mudado diante da concorrência, o que se presenciava
Teoria da Administração 29
antigamente era um comportamento do consumidor que tinha como foco
o preço dos produtos.
Dessa forma, o melhor preço tinha como tendência atender o maior
mercado.
Atualmente, esse comportamento tem se alterado, os clientes cada
vez mais estão focados na qualidade dos produtos e na prestação de
serviços, dessa forma se faz indispensável a análise desse mercado pelas
organizações.
d) Poder de barganha dos fornecedores: esta análise requer
verificar a relação da empresa com seus fornecedores.
Aspectos a serem analisados:
• O setor possui poucos fornecedores;
• Produtos são exclusivos e diferenciados;
• O setor de negócio tem representatividade no faturamento do
fornecedor em questão.
As empresas ao terem a intenção de entrar em novos mercados,
devem analisar o poder de barganha dos fornecedores, uma vez que
quanto maior o número de fornecedores menor será o poder de barganha.
Um mercado que possui poucos fornecedores torna-se perigoso,
uma vez que esses terão o controle de preço, de prazo de pagamento e
da qualidade da matéria-prima .
Dessa forma, a empresa se torna vulnerável às condições impostas
pelos fornecedores.
e) Bens substitutos: Trata-se de bens ou serviços não iguais ao
fornecido pela empresa mas muito simular.
Esse item é um dos mais complexos a serem analisados, pois
muitas vezes os produtos podem ser substituídos por outros similares,
Teoria da Administração30
mas não necessariamente os mesmos, sendo assim dimensionar esse
mercado torna-se algo complexo.
Um exemplo prático seria as empresas de segurança eletrônica,
sendo concorrentes para as empresas de vigilâncias, não fornecem
necessariamente o mesmo serviço, pois uma fornece os alarmes e a outra
a segurança presencial, no entanto, os serviços são similares podendo
atuar como concorrentes.
Dessa forma, a organização deve estar constantemente atenta a
tudo que ocorre a sua volta como concorrentes, economia, tecnologia
e fatores democráticos e sociais, para que conseguir se organizar e se
desenvolver mesmo diante de cenários não benéficos a ela.
O acompanhamento dessas mudanças no ambiente e sua
interpretação das consequências para a organização passou a ser um
desafio contemporâneo para todas as organizações.
Sendo assim, a análise dos fatores externos como oportunidades
e ameaças, bem como os internos como diferencial e dificuldades são
uma estratégia fundamental para sobrevivência e sucesso de qualquer
organização.
Conhecer e identificar as cinco forças de Porter são imprescindíveis
para o progresso de uma organização. Para saber mais sobre esse tema
acesse: “Cinco forças de Porter e conheça mais sobre o assunto. Acesse:
https://bit.ly/2Fw4nBy
RESUMINDO:
Toda organização está imersa em um ambiente constante, em contato com fatores do seu ambiente interno e externo, as ações desses ambientes influenciam a empresa seja positiva ou negativamente, essas influencias são denominadas as 5 forças de Porter, reconhecer essas forças são indispensáveis para o desenvolvimento da empresa, pois a partir daí a organização poderá se preparar para as oportunidade e as ameaças que irão surgir a sua frente.
Teoria da Administração 31
Identificar a evolução histórica da abordagem administrativa
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender a como se desenvolveu a evolução histórica da administração. Isto será fundamental para compreender como a abordagem administrativa está relacionada com a estrutura social e econômica de uma época. O administrador deve compreender essa evolução pois será um importante instrumento de reflexão sobre sua atuação administrativa frente as empresas. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!
A história da AdministraçãoA história da Administração surgiu no ano 5.000 A.C na Suméria
quando os habitantes desse lugar procuravam uma maneira para resolver
seus problemas, surgindo dessa forma o ato de administrar.
Segundo Fayol (1990) o sistema econômico planejado e organizado
do Egito, só seria possível mediante a utilização de uma administração
organizada e sistemática.
Com o tempo duas instituições se destacaram na evolução da
administração, são elas a igreja católica e as organizações militares.
A igreja católica vem por muitos anos provando da sua organização
e utilizando de forma eficiente e eficaz a disseminação do seu pensamento
e doutrina, influenciando o modo de ser e de pensar das pessoas.
As organizações militares por utilizarem de uma estrutura
hierárquica rígida, princípios e práticas administrativas que influenciaram
e influenciam muitas empresas.
A revolução Industrial foi um marco no pensamento administrativo,
o fenômeno provocou o aparecimento de muitas empresas se iniciando
Teoria da Administração32
no século XVIII e se estendendo até o século XX, esse fenômeno trouxe
mudanças econômicas, sociais e política para a sociedade.
Figura 7 – A Revolução Industrial
Fonte: Wikipedia
O modo de produção artesanal não supria a necessidade de
demanda da época, com isso ocorreu uma mudança no modo de
produção que acarretou em uma mudança na sociedade como um todo.
Figura 8 – Produção Artesanal
Fonte: Freepik
Teoria da Administração 33
A revolução Industrial teve início na Inglaterra com a máquina a
vapor criada por James Watt em 1776, se estendendo para toda a Europa
e Estados Unidos.
A Revolução Industrial ocorreu em duas fases:
Revolução do Carvão (1780 a 1860): Nessa fase o carvão foi
utilizado como principal fonte de energia e a utilização do ferro como
matéria-prima .
Revolução da Eletricidade (1860 a 1914): Utilizando da eletricidade
e do petróleo como fonte de energia e do aço como matéria-prima .
A Revolução Industrial possibilitou a transformação do modo de
produção e de consumo, dessa forma, o mundo não era mais o mesmo,
necessitou que a administração moderna fosse criada para responder aos
problemas da época, como:
• Crescimento acelerado e desorganizado das empresas;
• Necessidade de maior eficácia e eficiência no modo de produção.
Nesse momento em que acontece o boom da produção, não
adiantava apenas produzir, deve ser analisado outros aspectos como
o crescimento e a eficiência para obter lucro, sendo essa a tarefa da
administração moderna.
O estudo formal da administração teve início no final do século XIX,
observada na transição do capitalismo século XIX para o capitalismo do
século XX.
ACESSE:
A Revolução Industrial foi um importante marco de desenvolvimento social e econômico, para saber mais leia o artigo “Revolução industrial Administração – No compasso dos acontecimentos”. Acesse: https://bit.ly/35tvZSs
Segundo Beluzzo (2004), os primeiros capitalistas eram empresários
que constituíram empresas com crescimento rápido e de grande
Teoria da Administração34
porte e capital, ocasionando distanciamento entre os empresários e a
administração, gerando assim desafios para a gestão dessas organizações.
Antes da Revolução Industrial o modo de produção era basicamente
artesanal, ou seja, a pessoa precisava de uma cadeira (por exemplo),
procurava um artesão especializado naquela arte e encomendava aquele
bem, com o crescimento da população necessitou de novas constituição
de empresas para fornecer os bens à população, ou seja, esse artesão
precisavam de mais mão de obra e assim a constituição da sua empresa
foi se iniciando. No inicio os empresários estavam bem próximos aos
funcionários, mas conforme a empresa foi crescendo, os empresários
foram se distanciando necessitando de novas formas de gestão e de
controles para o desenvolvimento organizacional da empresa.
Evolução histórica das abordagens administrativas.
Figura 9 – Abordagens administrativas
Fonte: Freepik
Teoria da Administração 35
O pensamento administrativo passou e passa por constantes
transformações oriundas da evolução do papel dos administradores na
organização.
Na história, verificamos que a prática dos gestores evoluem de
acordo com a era industrial até os dias atuais, dessa forma, o impacto
do seus trabalhos também passou a ser progressivamente importante e
relacionados com a necessidade de resolução de problemas do momento.
Sendo assim, cada momento da história necessitou e necessita nos
dias atuais de uma competência específica do gestor frente aos desafios.
Com isso surge a evolução das abordagens administrativas e o
desenvolvimento do pensamento administrativo, esse pensamento é
agrupado em escolas.
Maximiano (2006) detalha que essas escolas são linhas de
pensamentos ou conjunto de autores que possuem a mesma ideia sobre
algo.
A teorias administrativas tiveram enfoque de acordo com a
necessidade ou a visão do gestor fundador da época.
De acordo com Garcia e Bronzo (2000), as teorias possuem relação
ao contexto históricos que estão inseridas.
As mudanças advindas da Revolução Industrial exigiram um novo
método para se fazer as coisas aumentando a produção e evitando o
desperdício, conforme Chiavanato (2004), a improvisação deve ceder
lugar ao planejamento e o empirismo a ciência.
Os processos anteriormente ao progresso trazido pela Revolução
Industrial eram realizados de modo improvisado, ou seja, a produção era
simplesmente oriunda da ação de ir e fazer, e o modo como era realizado
adivinha de modo empírico, ou seja, se aprendia e ensinava de modo
“ir e fazer” pela experiência que iria passando de um para o outro, com
o passar dos anos foi se percebendo que para produzir melhor e obter
Teoria da Administração36
maior lucro, os processos dependiam de um planejamento eficaz e de um
método científico (calculado, previsto e planejado) para se realizar.
Dessa forma, deve-se fazer algo de modo planejado e aplicando
a ciência em todo o processo, importante ressaltar que até então os
processos eram executados fazendo e não observando e analisando.
Os estudos dos pensamentos administrativos são divididos em
teorias são elas: Clássica, teoria das relações humanas, comportamental,
teorias dos sistemas e contemporânea.
Administração Científica
Um dos pioneiros nos estudos sobre administração foi Frederick W.
Taylor, ele foi responsável por elaborar a abordagem de gestão conhecida
como Administração Científica que compõem a Administração Clássica,
para desenvolver essa abordagem utilizou de observação e analisou cada
aspecto do trabalho mensurável conseguindo determinar o tempo e a
sequência padrão de cada tarefa.
Figura 10 - Frederick W. Taylor ativo na gestão
Fonte: Wikipedia
Teoria da Administração 37
Taylor tinha como objetivo, por meio dos seus estudos, fornecer
subsídios para que fosse possível determinar padrões de produção por
hora buscando aumentar a produtividade, com foco na especialização da
tarefa e no controle da produção.
Os estudos de Frederick W. Taylor mudou o papel dos gestores que
anteriormente eram visto como pessoas que tratavam seus funcionários
como escravos, e agora passar a serem vistos como chefes especializados
na forma de produzir e de obter resultados.
Essa perspectiva de gestão trouxe uma revolução de pensamento
de gestão para a época e serviu de base para o desenvolvimento de
outros sistemas gerenciais no decorrer da história.
ACESSE:
Acesse o link abaixo de um trecho do filme “Tempos Modernos”, e analise o trabalho realizados pelos operários da época, e também o papel da gestão no desenvolvimento do trabalho. Acesse: https://bit.ly/3hnULGb
Abordagem AdministrativaFigura 11 - Henri Jules Fayol
Fonte: Wikipedia
Teoria da Administração38
Henri Jules Fayol (1841-1925) era gerente de um grupo de
mineradores da França, baseou seus estudos na teoria que a gestão é
uma atividade composta por cinco funções administrativas:
• Planejar
• Organizar
• Coordenar
• Controlar
Fayol continuou usando alguns princípios da administração científica
como a divisão do trabalho e a disciplina, mas acrescentou a importância
da autoridade, da responsabilidade e do espirito de equipe.
Henri Jules Fayol devido a sua função de gerente observava
a empresa de cima para baixo, isso facilitava seu olhar sob a ótica
administrativa identificando a importância de tratar a gestão das funções
administrativas.
ACESSE:
Henri Jules Fayol foi um importante estudioso para a concepção de administração utilizada até hoje nas empresas, acesse o artigo sobre a história e a contribuição de Henri Jules Fayol, e reflita sobre sua importância nas empresas contemporâneas acesse: https://bit.ly/3mghFmj
Abordagem Burocrática
No final do século XIX e início do século XX, na Alemanha,
encontramos o sociólogo Max Weber baseou seus estudos no fenômeno
da administração baseado na divisão das organizações em hierarquia.
As hierarquias deveriam ser baseadas em autoridade e controle, os
gestores deveriam impor regras claras e políticas de acordo com a sua
posição na organização.
Teoria da Administração 39
A abordagem burocrática de Weber possibilitou as organizações
se tornarem mais estáveis, organizadas e sistemáticas com estruturas
baseadas em regras.
Essa estrutura proposta por Weber possibilitava os colaboradores
executarem apenas o que fosse ordenado, não permitindo poder de
iniciativa por parte do colaborador.
Segundo Chiavenato (2005) as empresas que utilizam abordagem
burocrática possuem uma maior dificuldade em se adaptar a novos
desafios e a ambientes em constantes mudanças.
ACESSE:
Max Weber foi fundamental para o desenvolvimento da Abordagem Burocrática e a concepção de empresas organizadas por sistemas. Para entender mais sobre a contribuição de Max Weber para a administração acesse: https://bit.ly/3mbUtpt
RESUMINDO:
A Revolução Industrial foi um marco importante para o desenvolvimento das empresas, buscou uma nova concepção de gestão em busca de maior produtividade e de menor custo, a administração cientifica surgiu buscando por meio da observação e da mensuração o desenvolvimento de padrões de produção, a abordagem administrativa visava a elaboração de funções administrativas para resolver os problemas relacionados a gestão, e a abordagem burocrática o desenvolvimento de processos para responder problemas que poderão surgir.
Teoria da Administração40
Compreender a gestão no pensamento contemporâneo
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de refletir sobre o desenvolvimento do pensamento contemporâneo no ambiente organizacional. Isto será fundamental para que o administrador reconheça a trajetória da administração e busque por meio do conhecimento reconhecer e valorizar a história. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!
Teoria das relações humanasFigura 12 – Relações Humanas
Fonte: Freepik
A Teoria das relações humanas foi propagada em 1929 com a queda
da bolsa de Nova York, onde a administração passou a ter um olhar voltado
para os sentimentos dos colaboradores, e como esse se relacionava com
suas atividades, até esse momento as atividades profissionais ainda eram
vistas de modo mecânico e pouco humano.
A partir dessa teoria, as decisões das empresas passam a levar
em consideração os colaboradores e suas necessidades no trabalho,
no estudo das relações humanas são compreendidos temas como a
Teoria da Administração 41
afetividade humana e o controle como forma de regulamentação social
das empresas.
Os estudos sobre teoria das relações humanas se iniciaram nos
Estados Unidos como consequência ao experimento de Hawthorne, que
se opunha a teoria clássica da administração enfatizando o lado humano
e social das organizações.
O experimento foi conduzido Elton Mayo (1880-1949) professor de
Harvard, ele revolucionou o papel dos gestores nas organizações em
relação ao trabalho realizado por pessoas.
Figura 13 - Elton Mayo
Fonte: Wikipedia
Segundo os estudos de Mayo era necessário satisfazer às
necessidades sociais de modo pessoal dos colaboradores, além das
necessidades produtivas da empresa.
Escola comportamental
A Teoria comportamental teve inicio em 1940 na defesa que é
necessário o gestor conhecer as pessoas da sua equipe para que possam
desenvolver a motivação, conhecendo suas necessidades, entendendo
Teoria da Administração42
comportamento promovendo uma melhor qualidade no trabalho e na
vida dos colaboradores.
Os principais teóricos da escola comportamental foram Abraham H.
Maslow e Douglas McGregor.
Abraham H. MaslowFigura 1 – Responsável pela teoria da motivação
Fonte Wikipedia
O psicólogo Abraham Maslow foi o primeiro a desenvolver a teoria
da motivação baseada na análise das necessidades humanas.
Maslow organizou as necessidades humanas em níveis de acordo
com a importância, essa organização pode ser visualizada por meio de
uma pirâmide, onde na base apresenta as necessidades mais baixas
(fisiológicas) e no topo as necessidades mais elevadas (autorrealização).
Teoria da Administração 43
Figura 15 – Pirâmide de Maslow
Fonte: Adaptado de Maximiniano, 2011
Fonte: Adaptado de Maximiniano, 2011
Maslow concluiu que para alcançar níveis mais altos deve-se
primeiro satisfazer as necessidades de níveis mais baixos.
Segundo a Teoria das necessidades humanas de Maslow o gestor
deve conhecer as necessidades dos funcionários para proporcionar a
motivação.
Segundo Maximiano (2011) a Teoria das Necessidades Humanas de
Maslow apresenta três fatores comportamentais são eles:
• As necessidades humanas não serão plenamente satisfeitas;
• O comportamento humano é motivado pela necessidade de
satisfação;
• As necessidades humanas são organizadas pela importância de
menor nível para maior nível.
Atualmente compreendemos que a motivação dos colaboradores
interferem na produtividade da empresa, dessa forma, é importante
o administrador compreender a teoria de Maslow e sua relação com a
motivação. Para entender mais sobre a teoria de Maslow. acesse: https://
bit.ly/3ho6Mv0
Teoria da Administração44
Douglas McGregorDouglas McGregor (19606-1964) identificou que existem dois grupos
de indivíduos que agem, sentem e pensam como um grupo denominado
X e outro grupo que agem, sentem e pensam como o grupo Y.
Características de cada grupo:
Teoria X
• Colaboradores não são ambiciosos
• Evitam correr riscos;
• Não querem assumir responsabilidades;
• Funcionários que preferem ser dirigidos;
• Não apresenta criatividade e iniciativa para resolver problemas;
• Colaboradores são visto como pouco confiáveis e incapazes de
assumir responsabilidades.
• Teoria Y
• Consideram o trabalho algo prazeroso e natural;
• Possuem criatividade e iniciativa para resolver problemas;
• Colaboradores são vistos como confiáveis e motivados.
A compreensão das Teorias X e Y se faz importante pois determinam
os aspectos motivacionais dos colaboradores, bem como o estilo de
liderança dos gestores frente ao grupo.
Para refletir mais sobre a teoria X e Y. Acesse: https://bit.ly/32o8mZT
Teoria da Administração 45
Abordagem Sistêmica
Figura 16 – Sistematização
Fonte: Freepik
A abordagem sistêmica tem como visão sintetizar e integrar as
várias escolas da administração em uma teoria de gestão.
Desde abordagem clássica, a administração passou por uma
crescente mudança até chegar a abordagem sistêmica.
A abordagem clássica era influenciada pelo mecanicismo e pelo
pensamento analítico que tinha como método decompor os processos
em partes mais simples, um exemplo claro desse processo é a divisão
do trabalho.
Segundo Hartman (2014) a abordagem sistêmica integra muitas
teorias em um sistema funcional, no qual todas as atividades são
agrupadas em processos.
Já a abordagem sistêmica se preocupa com o sistema global,
entende-se que as partes são importantes para o processo, mas que tem
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de ser levado em conta o todo da operação.
Na abordagem sistêmica se tem a concepção que todo sistema
é composto por subsistemas que se interagem entre si produzindo o
objetivo maior, em uma empresa existem diversos departamentos que
podemos denominar subsistemas que interagem entre si, para obter o
objetivo geral da organização.
São exemplos de subsistemas:
• Marketing.
• Operação.
• Finanças.
• Pessoal.
Figura 17 – Sistemas de contribuição
Fonte: Pixabay
A teoria de sistemas contribui para que os gestores possuam
uma visão global dos processos, proporcionando a análise da dinâmica
organizacional por meio da avaliação das contribuições e dos resultados
de cada subsistemas.
Uma organização é como o corpo humano, cada parte no nosso
corpo humano possuiu uma função e deve trabalhar junto com todas as
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outras partes, caso isso não ocorre o corpo humano não funcionará de
modo adequado. Assim são as empresas, cada setor/departamento é
importante, para que possam atingir seus objetivos devem trabalhar de
forma harmoniosa e em conjunto.
Abordagem contingencial
A teoria contingencial trata-se de uma abordagem a sobre a gestão,
tendo como teoria que o líder para atingir a eficácia em uma empresa não
deve apenas levar em consideração um modelo de administração ou de
gestão.
Segundo essa teoria o líder deve buscar trabalhar com grupos de
colaboradores reconhecendo e aplicando o estilo de gestão apropriado
para superar os obstáculos e atingir os resultados.
A abordagem contingencial não apresenta parâmetros para gerir
uma empresa e sim considera que para exercer a liderança o gestor deve
se basear na sua experiência e como julga determinada situação para
determinar o estilo que será aplicado.
Segundo Silva (2009), a abordagem contingencial considera como
fundamentos:
• O gestor tem poder dentro da organização;
• Deve controlar as diferentes situações organizacionais;
Contudo, observamos que a teoria contingencial considera o papel
do líder como fundamental para o desenvolvimento e o sucesso da
equipe.
Gestão JaponesaFigura 18 - Japão
Fonte: Freepik
Teoria da Administração48
O mundo no início do século XX até meados da década de 70, estava
influenciado pelos conceitos de Taylor e de Ford, onde os processos
estavam voltados para a técnica.
Contudo, a partir dos anos 70 o mecanicismo conhecido até então
foi dando espaço para conceitos como a qualidade total, conhecimentos
e administração participativa.
Após a Segunda Guerra Mundial, o Japão estava passando por
sérios problemas financeiros devido o ataque aos Estados Unidos,
sendo assim, a não nação japonesa teve que buscar alternativas para
se reestruturar, melhorando as técnicas de administração praticadas no
ocidente, focando na qualidade total, na eliminação de desperdícios e na
eficiência.
A gestão japonesa reformulou o modo de gestão, se tornando um
exemplo de administração mundial a ser seguida.
O Japão passou a ser uma potência econômica tendo como foco a
gestão, valorizando a tomada de decisão dos seus colaboradores.
Embora os colaboradores tenham liberdade de iniciativas, o sistema
japonês prevê um controle de sistema de gestão centralizado.
O gestor passa a reconhecer a importância das pessoas no processo
e os funcionários passam a ser respeitados, recompensados e valorizados
pelos seus resultados.
A empresa japonesa consegue estabelecer o equilíbrio entre
o trabalho em equipe e o esforço individual, a organização busca a
descentralização sendo o seu orçamento parte do rendimento obtido
pelo setor.
O sistema incentiva o reconhecimento e a valorização dos
funcionários, que fazem a diferença dentro da organização, incentivando
a lealdade dos colaboradores em oferecer o melhor para a empresa.
O modelo japonês reformula o modelo de gestão, uma vez que
reconhece e investe no capital humano como um recurso indispensável
para aumentar a produtividade e para alcançar os resultados.
Teoria da Administração 49
Contudo, observa-se que o modelo japonês busca valorizar as
pessoas por meio de incentivos e de reconhecimentos, tornando os
colaboradores parte do processo, entretanto, busca desenvolver sistemas
de controles para que o gestor possa ter domínio das ações e das posturas
no ambiente organizacional.
Figura 19 – Modelo da organização Japonesa
Fonte: Wikipedia
O modelo japonês mudou o modo de produção até então
desenvolvido, o modelo mecanicista passa a dar espaço para o incentivo
e a valorização profissional, buscando a qualidade total dos produtos e do
processo. Para refletir mais sobre a contribuição do modo de produção
Japonês. Acesse: https://bit.ly/32jmoM6
RESUMINDO:
Com o desenvolvimento da sociedade, as empresas buscam se desenvolver para atender às expectativas dos clientes, e novos métodos para obter a eficiência nos processos e produtos. Nesse sentido, se originou o desenvolvimento da teoria das relações humanas, onde o caráter mecanicista passa a dar lugar a importância de atender a necessidade dos colaboradores, a escola comportamental veio para ressaltar a importância que cada funcionário possui dentro do processo da empresa, se propondo a reconhecer os colaboradores, que motivados produzem maiores resultados para a organização. O entendimento que a empresa é formada por várias partes que se desenvolvem em sistemas, e a gestão japonesa com foco na qualidade total dos produtos e dos serviços, fornecem entendimentos de como se manter e alcançar maiores resultados no mundo empresarial.
Teoria da Administração50
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Maria Paula Almeida
Teoria da Administração