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Museu de Topografia prof. Laureano Ibrahim Chaffe Departamento de Geodésia - UFRGS
GEOMEDICINA
Texto original: http://geomedicinaensinomedio.blogspot.com.br/2008_08_01_archive.html http://www.mineropar.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=129
Outubro/2017
Ampliação e ilustrações: Iran Carlos Stalliviere Corrêa-IG/UFRGS O que é Geomedicina?
Geomedicina é uma área recente da geologia que está em franca
expansão. A Geomedicina pode ser definida como a ciência que se
ocupa de fatores ambientais exteriores que influenciam a distribuição
geográfica de problemas patológicos e nutricionais que condicionam a
saúde de homens e animais. A especialidade estuda, por exemplo, a
exposição excessiva ou a deficiência de elementos e minerais; a inalação
de poeiras minerais provenientes de emissões vulcânicas; o transporte,
as modificações e a concentração de compostos orgânicos; a exposição
a micróbios, entre outras complicações na saúde relacionadas às
condições geológicas.
No Brasil, ainda são poucos os profissionais que trabalham de forma
integrada como requer essa especialidade. Mas, no campo da
Toxicologia, Epidemiologia e Geoquímica Ambiental, existe muita gente
trabalhando. A proposta mais abrangente atualmente em discussão é a
do Programa Nacional de Pesquisa em Geoquímica Ambiental e Geologia
Médica, conhecido como PGAGEM. O programa, que tem atuação multi-
institucional e interdisciplinar, quer fornecer subsídios à saúde pública
no Brasil, através de estudos da amostragem de solo e água e seus
elementos
A Saúde Pública
A Geomedicina é uma ciência de equipe que exige bom
entrosamento com outras ciências. Em detalhe, estuda as variações
regionais na distribuição de elementos, principalmente os metálicos, seu
comportamento geológico-geoquímico, e seus efeitos benéficos ou
maléficos para a saúde animal e/ou vegetal. A relação entre a
constituição das rochas do substrato e a assimilação através de
alimentação é observada também nos humanos, havendo casos clássicos
de doenças que acompanham faixas geológicas litologicamente
anômalas. As afetações podem ser geologicamente naturais ou
antrópicas, sendo particularmente reais com populações que obtém seus
alimentos e água nas imediações de onde vivem.
A Geomedicina, e com ela a Geoquímica Médica, começou a
partir de observações de que algumas doenças ocorriam de forma
preferencial em algumas regiões, porém somente desenvolveu-se após
a aquisição da base científica que permitiu estudos de causa-e-efeito
entre os fatores ambientais e problemas de saúde. São clássicas as
conexões conhecidas há muito tempo entre a saúde e deficiência ou
excesso de elementos como I, F, Se e As. Entre os exemplos mais
citados estão a incidência de papeira onde há deficiência de iodo e
feridas e câncer quando há excesso de arsênio. Deficiências de selênio
em solo têm correlação positiva com incidência de miocardite e o
excesso de flúor na água pode ocasionar a fluorose dental. Há
ocorrências desse tipo por todo o globo, nos Estados Unidos, Chile, Índia,
África etc.
Papeira-deficiência de iodo Célula cancerígena-excesso de arsênio
No Brasil, existem várias áreas com altos teores de flúor em
águas naturais, causando fluorose às comunidades que a consomem.
Entre outras anomalias naturais encontradas no país menciona-se a
baixa estatura de pessoas na região de Paracatu, MG, possivelmente
causada pelos altos teores de zinco na drenagem.
Miocardite-deficiência de selênio Flourose dental-excesso de flúor
Nanismo-excesso de zinco
A Geomedicina surgiu na Alemanha anterior a 1930 resultantes da
combinação de geopolítica e práticas de saúde internacional. Foi utilizada
por Hitler, durante a Segunda Guerra Mundial, dentro do princípio que
define que a saúde deve estar de acordo com os interesses do Estado.
Garrison descreveu a Geomedicina como a nova ciência de gestão, que
apresenta a cartografia de doenças sobre a terra, e das doenças sobre a
civilização e vice-versa. Sugere inter-relação entre geopolítica e saúde e
os impactos de saúde na sociedade. Constata-se que a Geomedicina foi
originalmente abraçada por grupos para exercer a dominação mundial e
não visando o melhoramento mundial de saúde. A Geomedicina refere-
se mais a um movimento onde o culto do caráter precede a investigação
científica.
A importância da Geomedicina para a saúde pública
Na Grécia antiga, Hipócrates, o pai da medicina, estudava o ar, as
águas, os lugares e tratava de mineiros intoxicados por chumbo. Plínio,
há dois mil anos, indicava o uso de máscaras feitas a partir de bexiga de
carneiro para quem trabalhava nas minas. Marco Pólo, em suas viagens
pela China, constatou a intoxicação e morte de cavalos por selênio. A
história comprova que o homem, há muito tempo, sabe da relação entre
meio ambiente e saúde. Para contar a idade da Terra, a geologia definiu
períodos e nomeou-os para facilitar o estudo. O homem moderno vive
no período denominado Antropoceno, que compreende 200 anos desde
a Revolução Industrial até o advento do aquecimento global.
De vinte anos para cá, a geologia passou a estudar os solos, as
águas, os depósitos de lixo e a poluição e suas consequências para a
saúde humana. Nascia, assim, a geologia médica, hoje já chamada de
geomedicina, uma disciplina que estuda a relação entre os excesso e/ou
falta de elementos químicos no meio ambiente e a saúde.
Os estudos geológicos dos solos e águas servem, por exemplo, para
moldar ações de saúde pública. Um dos casos observados é o alto índice
de chumbo no sangue dos moradores de Santo Antônio da Purificação,
na Bahia. Durante anos, uma empresa mineradora doou a escória
extraída da mina para a pavimentação de ruas e construção de muros da
cidade. O índice de contaminação dos moradores é, hoje, um dos mais
altos do mundo. O chumbo é o segundo metal pesado mais perigoso, ao
lado do mercúrio, arsênio e cádmio. Ele causa asma, problemas
gástricos e retardamento mental entre outros.
Pavimentação de Santo Amaro com escória de chumbo
Relação entre Geologia e Medicina
A relação entre geologia e medicina é antiga. Hipócrates, por
exemplo, já descrevia a intoxicação em minérios por chumbo, por volta
de 375 a.c. Georgius Agricola, descreveu em um dos seus livros algumas
doenças entre mineiros, no século XVI. Apesar dessa ligação, a Geologia
Médica, só foi recentemente criada.
Os perigos do Flúor
De acordo com o Dr. Robert Isaacson, da Binghamton University
(New York), tanto o fluoreto de alumínio quanto o fluoreto de sódio
são extremamente tóxicos nas quantidades a que estamos sendo
diariamente expostos através dos cremes dentais e da água fluorada,
cuja contaminação obviamente se expande aos alimentos. No estudo
publicado em outubro de 1997, no Annals of the New York Academy of
Sciences, Isaacson revela que já na sua primeira pesquisa ficou evidente
o alto grau de mortalidade e a degradação da saúde dos animais que, a
partir do quarto mês de vida, receberam 0,5 ppm de fluoreto de alumínio
(AlF3) - 8% morreram antes do estudo completar 45 semanas, enquanto
os que resistiram até o final estavam em péssimas condições de saúde.
Pesquisas subsequentes continuaram mostrando que mesmo em
pequenas quantidades o flúor não apenas aumenta os níveis de
alumínio no cérebro como interfere sobre o hipocampo - região
relacionada com a coordenação do funcionamento das outras partes do
cérebro, memória, tomada de iniciativa etc., sobre a qual o Tokyo
Metropolitan Institute for Neuroscience acaba de concluir mais uma
pesquisa. Acontece que qualquer dano no hipocampo diminui à vontade,
a capacidade de decisão, de contestação etc., isto é, torna qualquer
pessoa dócil e submissa, embora também possa levá-la à loucura. O
verdadeiro propósito da água fluorada não é beneficiar os dentes das
crianças, mas reduzir a resistência de todos à dominação, controle e
perda da liberdade. Por isso, não receio afirmar que qualquer pessoa que
beba água artificialmente fluorada por um período de um ano, ou mais,
jamais voltará a ser mental ou fisicamente a mesma. Devido à facilidade
com que transpõe as barreiras do cérebro, o flúor ataca o sistema
nervoso central, provoca instabilidade do humor, perda da memória e do
olfato, desestrutura o neocortex e o hipocampo, além de inúmeras outras
consequências relacionadas ao seu potencial de intoxicação.
Por isso, o flúor, que antes de aparecer como lixo industrial da
produção do alumínio era um produto bastante caro, é um dos principais
ingredientes dos venenos de ratos e baratas, dos medicamentos
anestésicos, hipnóticos e psiquiátricos, assim como dos gases hoje
utilizados como arma militar. (Texto do livro Saúde & Beleza Forever de
Mônica Lacombe. Camargo 2003).
Curiosidades
Segundo dados apresentados em recente workshop sobre Geologia
Ambiental e Geologia Médica, realizado no Rio de Janeiro e promovido
pelo PGAGEM, o Brasil apresenta, hoje, 6.600.000 trabalhadores
potencialmente expostos à sílica. Desses, 500.000 estão ligados à
mineração e ao garimpo; 2.300.000 à indústria de transformação e
3.800.000 à construção civil. O que comprova a importância dos estudos
da geologia médica na prevenção de doenças e manutenção da saúde.
Pesquisas
Pesquisas em Geoquímica Ambiental e Geologia Médica
identificaram as seguintes anomalias:
Alumínio e nitrato em Parintins (AM);
Chumbo, zinco, cobre, alumínio, boro, manganês e potássio no
nordeste do Pará;
Alumínio, arsênio, boro, cádmio, chumbo, manganês e zinco no
estado do Ceará;
Urânio, em lagoa Real (BA);
Mercúrio, em Descoberto (MG).
GEOLOGIA MÉDICA E GEOMEDICINA
Muitas das doenças que afetam os seres vivos têm um forte
componente ambiental associado a uma região específica, seja natural
ou produzido pelo homem.
Quando os casos estão restritos a regiões definidas são chamados
endêmicos. As moléstias podem ter diversas origens (etiologias), como
a transmissão de características genéticas, alimentação, água de
abastecimento, um vegetal tóxico, um animal que atua como vetor de
bactéria ou vírus, uma fonte de poluição industrial ou até as rochas ou
minérios da região.
Ao estudar uma moléstia endêmica e tentar identificar sua origem,
os agentes de saúde lançam mão de instrumentos de diagnóstico e
análise como uma descrição detalhada das características familiares, da
alimentação, do tipo de moléstia, da distribuição geográfica e das
relações entre os casos da doença e as características ambientais. São
realizadas análises químicas de materiais como sangue, urina, fezes,
cabelos e unhas, alimentos, água e até das poeiras, solo e sedimentos
dos rios.
Para avaliar os resultados, a posição geográfica de cada amostra e
dos pacientes examinados deve ser referenciada a um sistema de
coordenadas de maneira precisa. Essas investigações são compreendidas
na especialidade geomedicina, que é multidisciplinar, pois envolve
médicos, laboratoristas e químicos, geólogos, geógrafos, técnicos em
sistemas de informações geográficas, especialistas em diagnósticos
ambientais, agrônomos e outros.
Quando as moléstias têm origem associada à abundância ou
escassez de elementos químicos das rochas e minérios, as investigações
são abrangidas pela especialidade da geologia médica. Os efeitos e
impactos da geologia sobre a saúde podem ser muito complexos. Por
exemplo, gases e partículas sólidas emitidas numa erupção vulcânica
podem se dispersar pelos ventos por todo o planeta e causar
consequências diversas à saúde.
Muitos elementos químicos são fundamentais para o
desenvolvimento sadio dos organismos, outros são tóxicos. Para alguns
poucos elementos a medicina ainda não conseguiu definir o papel que
eles desempenham na saúde ou na doença. É claro que todas as espécies
de vegetais ou animais, incluindo o homem, necessitam ingerir doses
adequadas de elementos químicos para se desenvolver com saúde e
excessos ou carências podem significar o aparecimento de moléstias.
Assim, os geólogos/geoquímicos buscam identificar regiões onde os
elementos químicos ocorrem e qual a sua abundância, fornecendo aos
médicos um importante conjunto de dados para que sejam identificadas
eventuais áreas de risco para a saúde humana.
Histórico no Paraná
O início dos trabalhos de geomedicina no Paraná pode ser referido
ao ano de 1976, quando uma equipe de médicos da Universidade
Estadual de Londrina – UEL (Mauro Marzochi e colegas), publicou os
resultados de pesquisa correlacionando o uso e aplicação indiscriminada
de agrotóxicos com a ocorrência de câncer de fígado no norte do
Paraná.
Trabalhos no vale do rio Ribeira realizados por pesquisadores da
UEL (Monica Paoliello), da UNICAMP (Bernardino Figueiredo, Eduardo De
Capitani e Jimena Andreazzini) e Instituto Adolpho Lutz (Alice Sakuma)
de São Paulo, buscaram caracterizar os impactos da atividade mineral,
especialmente a fundição dos minérios de Pb-Zn na região de
Adrianópolis, com as ocorrências de intoxicações, câncer e malformações
em seres humanos.
Entre 1995 e 1996 a MINEROPAR planejou o primeiro levantamento
geoquímico sistemático do Brasil, cobrindo todo o território paranaense
e seguindo protocolos estabelecidos pelo Projeto IGCP 259 – 360 - Global
Geochemical Baselines (Referências Geoquímicas Globais) da UNESCO e
IUGS. As 696 amostras de água coletadas pelas equipes da MINEROPAR
e da EMATER foram analisadas no laboratório da CPRM do Rio de Janeiro,
tendo sido determinados cátions (K, Na, Ca, Mg) e ânions (F, Cl, Br,
NO2). Como resultado desse trabalho, a publicação do Atlas Geoquímico
do Estado do Paraná pela MINEROPAR e Fundação Araucária representou
um marco nas investigações ambientais do estado.
Em 2001, a tese de doutoramento do geólogo da MINEROPAR
Otavio Augusto Boni Licht abordou os resultados desse levantamento
com múltiplas visões e propósitos, desde a geomedicina e geologia
médica até o mapeamento geológico e a prospecção mineral. Nesse
trabalho ficou caracterizada a associação entre altos teores de cloro e
bromo, possivelmente produzidos pelos estoques e passivos ambientais
de pesticidas utilizados no plantio de algodão e café, com altas taxas de
óbito por câncer de fígado na região norte do Paraná. Esse resultado de
geomedicina comprovou a hipótese levantada em 1970 pelos médicos
da UEL, que foi anteriormente referida.
Também foi identificada uma área com cerca de 20.000 km2 no
Norte Pioneiro, onde ocorrem teores elevados de flúor nas águas
fluviais. Pesquisadoras da UEL (Maria Celeste Morita e Luciana Cardoso)
comprovaram a prevalência de fluorose dentária em vários graus de
severidade, atingindo a 68% das crianças em idade escolar na localidade
de São Joaquim do Pontal, município de Itambaracá (foto – fluorose
dentária). Como esses teores elevados de flúor têm origem geológica,
esse é um caso de investigação de geologia médica.
Aspecto de efeitos de fluorose dentária
Projeto Geomedicina
Com os resultados positivos alcançados a partir do levantamento
geoquímico, o Instituto de Pesquisa Pelé-Pequeno Príncipe – IPPP
manifestou o interesse nas técnicas utilizadas nas investigações
ambientais para fins de saúde pública, procurando a Mineropar para
planejar e executar um novo levantamento que desse suporte
geoquímico a um Projeto Geomedicina.
Foto do Rei Pelé reunido com as crianças no
Instituto Pequeno Príncipe
Projeto
Geomedicinahttp://www.geomedicina.org.br
- link para acesso ao Web mapping.
http://geomedicina.pelepequenoprincipe.org.br
Para atender às necessidades desse projeto, foi planejado um
complexo procedimento de coleta de amostras nos mesmos locais do
levantamento geoquímico realizado em 1995 e 1996.
Em cada estação de amostragem foram executados os seguintes
procedimentos:
1. obtenção de coordenadas com GPS;
2. descrição das características locais em ficha de campo (data, hora,
sigla, coordenadas, denominação, material, tipo de amostra, situação,
fonte da amostra, pluviosidade, volume de água filtrado);
3. dez parâmetros medidos na água in situ com medidor multiparâmetros
como temperatura, pressão, pH, Eh, condutividade, salinidade, oxigênio
dissolvido, resistividade, condutividade, sólidos totais dissolvidos;
4. amostra de água filtrada para determinação de ânions por
cromatografia iônica (F-, Cl-, NO2-, Br, NO3-, PO43-, SO42-);
5. amostra de água filtrada e acidulada para determinação de cátions por
ICP-OES (Al, As, Be, Ba, B, Cd, Ca, Co, Cu, Cr, Fe, Hg, Li, Mg, Mn, Mo,
Na, Ni, Pb, Sb, Se, Sr, Si, Sn, Ti, V, Zn);
6. membrana com o material particulado retido na filtragem;
7. amostra de água bruta para determinação de resíduos de pesticidas;
8. amostra de sedimento argiloso para cultura de bactérias;
9. amostra de água bruta para determinação de alcalinidade;
10. amostra de água filtrada para arquivo;
11. amostra de sedimento ativo de drenagem (<1 mm).
Aspectos da amostragem no campo
Aspecto dos materiais de
amostragem
Amostragem de sedimento
argiloso para cultura de
bactérias
Coleta de água filtrada
Amostra de sedimento ativo de
drenagem
Ao final dos trabalhos de amostragem e análise, o projeto vai dispor
de uma base de dados geoquímicos extremamente importante para as
investigações relativas à saúde da população paranaense, especialmente
das crianças. Esse projeto é único no mundo por envolver uma grande
equipe multidisciplinar que atuou no planejamento dos trabalhos de
campo e atuará na interpretação dos dados.
IUGS - International Union of Geological Sciences - A União
Internacional de Ciências Geológicas é uma das maiores e mais ativas
organizações não governamentais científicas do mundo, fundada em
1961, que promove e encoraja o estudo dos problemas
geológicos. http://iugs.org/
IMGA – International Medical Geology Association – Associação
Internacional de Geologia Médica. http://www.medicalgeology.org
CPRM – Serviço Geológico do Brasil (publicações sobre geologia
médica) http://www.cprm.gov.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm
?infoid=941&sid=41
UNICAMP-Universidade Estadual de Campinas. Paisagens
geoquímicas e ambientais do Vale do Ribeira
http://www.ige.unicamp.br/geomed/geologia_medica.php
Publicações de geologia médica
http://www.unicamp.br/unicamp/search/google?cx=009049083171732
858319%3Aa8cacdtf1pk&cof=FORID%3A11&query=Geologia+M%C3%
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