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UNIARP- UNIVERSIDADE ALTO VALE DO RIO DO PEIXE

CURSO DE ARTES VISUAIS

ALVINA ALVES DE SOUZA DA SILVA

POSSSIBILIDADES A PARTIR DOS ELEMENTOS DA LINGUAGEM VISUAL

CAÇADOR 2012

1

ALVINA ALVES DE SOUZA DA SILVA

POSSIBILIDADES A PARTIR DOS ELEMENTOS DA LINGUAGEM VISUAL

Trabalho de Conclusão de Estágio apresentado como exigência para a obtenção do título de Licenciado (a) em Artes Visuais, ministrado pela UNIARP- Universidade Alto Vale do Rio do Peixe, SC, sob orientação da professora Suzanne Mendes Valentini.

CAÇADOR

2012

2

POSSSIBILIDADES A PARTIR DOS ELEMENTOS DA LINGUAGEM VISUAL

ALVINA ALVES DE SOUZA DA SILVA

Este trabalho de Conclusão de Estágio foi submetido ao processo de avaliação pela

Banca Examinadora para a obtenção do Título de:

Licenciado em Artes Visuais

E aprovada na sua versão final em 18 de Dezembro de 2010, atendendo às normas

da legislação vigente na UNIAP – Universidade Alto Vale do Rio do Peixe e

Coordenação do Curso de Artes Visuais.

_____________________________________________

Suzanne Mendes Valentini

BANCA EXAMINADORA:

___________________________________

___________________________________

3

AGRADECIMENTO

Agradeço primeiramente a Deus que me guiou durante essa caminhada.

As minhas filhas que muitas vezes foram privadas da minha presença em momentos

importantes.

Aos meus mestres que me ensinaram o caminho e a ética profissional.

Também a todos que fizeram parte dessa trajetória direta ou indiretamente.

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RESUMO

Este relatório apresenta relatos de atividades ocorridas entre o primeiro semestre de 2011 e segundo semestre de 2012, desenvolvido na educação infantil com crianças de 5 anos, em séries iniciais em uma turma de 2º ano, nas séries finais em uma turma de 8ª série e no ensino médio em uma turma de 2º ano do magistério. O foco foi apresentar possibilidades para valorizar os elementos da linguagem visual o ponto, a linha, a textura e a cor baseado na leitura de imagens. As atividades foram desenvolvidas em todos os níveis de ensino respeitando o grau de conhecimento dos educandos, utilizando materiais que fazem parte do meio em que vivem, buscando temáticas em vários períodos artísticos, visando instigar os educandos a desenvolver as atividades na bidimensionalidade e tridimensionalidade. Buscou-se envolver os educandos apresentando variações de materiais pedagógicos e tecnológicos para enfatizar os elementos fundamentais para o aprendizado em arte. Palavras chave- ponto, linha e textura.

5

ABISTRACT

This report presents reports of activity that occurred between the first half of 2011 and second half of 2012, developed in kindergarten with children 5 years in the early grades in a class of 2nd year, a class of 8th graders and students in a class of 2st grade. The focus was to present possibilities to enhance the elements of visual language point, line, texture and color based on the reading of images. The activities were conducted at all levels of education respecting the degree of knowledge of the students, using materials that are part of their environment, seeking themes in various artistic periods, in order to instigate the students to develop the two-dimensionality and three-dimensionality in the activities. We tried to involve students presenting variations of teaching materials and technology to emphasize the key elements for learning in art. Keywords-point, line and texture

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01- Criando com linhas…………………………………………………………..15

Figura 02- Atividade com linhas.................................................................................15

Figura 03- Textura com folhas...................................................................................17

Figura 04- Trabalhando com textura..........................................................................17

Figura 05- Criança produzindo...................................................................................20

Figura 06- Mural de atividades...................................................................................20

Figura 07- Linhas diversas.........................................................................................21

Figura 08- Evidenciando as linhas.............................................................................21

Figura 09- Releitura “OGato”......................................................................................22

Figura 10- Releitura “O Peixe”....................................................................................22

Figura 11- Trabalho com giz e cola............................................................................23

Figura 12- Releitura “Borboleta”.................................................................................23

Figura 13- Porta Lápis 01...........................................................................................24

Figura 14- Porta lápis 02............................................................................................24

Figura 15- Trabalho de colagem................................................................................24

Figura 16- Experiência com textura...........................................................................26

Figura 17- Grande painel...........................................................................................26

Figura 18- Alunosproduzindo.....................................................................................28

Figura 19- Dinâmica...................................................................................................28

Figura 20- Criando com o ponto 01............................................................................29

Figura 21- Criando com o ponto 02............................................................................29

Figura 22- Desenho e colagem 01.............................................................................30

Figura 23- Desenho e colagem 02.............................................................................30

Figura 24- Trabalho de aluna de inclusão..................................................................30

Figura 25- Trabalhando com linhas 01.......................................................................31

Figura 26- Trabalhando com linhas 02.......................................................................31

Figura 27- Trabalhando com linhas 03.......................................................................31

Figura 28- Variando suportes.....................................................................................32

Figura 29- Contorno com barbantes...........................................................................32

Figura 30- Textura com tecidos 01.............................................................................33

Figura 31- Textura com tecidos 02.............................................................................33

Figura 32- Mural 01....................................................................................................33

7

Figura 33- Mural 02....................................................................................................33

Figura 34- Mural 03....................................................................................................33

Figura 35- “Tarde de Domingo na Ilha Grande de Jatte”...........................................35

Figura 36- Produção pronta........................................................................................36

Figura 37- Produção em andamento..........................................................................36

Figura 38- Trabalhando “Op-art”................................................................................37

Figura 39- Mostra “Op-art”………………………………………………………………...37

Figura 40- Textura gráfica………………………………………………………………....38

Figura 41- Textura gráfica..........................................................................................38

8

SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO................................................................................................09

2- A ARTE NA EDUCAÇÃO ESCOLAR.............................................................11

3- PROCESSOS ENVOLVENDO OS ELEMENTOS DA LINGUAGE VISUALNA

EDUCAÇÃO ESCOLAR................................................................................12

3.1- EMPREGANDO OS ELEMENTOS DA LINGUAGEM VISUAL NA

EDUCAÇÃO INFANTIL.........................................................................................13

3.2- EMPREGANDO OS ELEMENTOS DA LINGUAGEM VISUAL NAS SÉRIES

INÍCIAIS................................................................................................................18

3.3- POSSIBILIDADES PARA MELHOR ENTENDER OS ELEMENTOS DA

LINGUAGEM VISUAL NAS SÉRIES FINAIS........................................................26

3.4- POSSIBILIDADES PARA TRABALHAR COM AS LINGUAGENS VISUAIS

NO ENSINO MÉDIO.............................................................................................33

CONCLUSÃO..................................................................................................39

REFERÊNCIAS....................................................................................................40

9

1 INTRUDUÇÃO

O presente trabalho de conclusão de estágio aponta vivências dos educandos

no nível da educação infantil, jardim II, séries iniciais 2º ano, séries finais, 8ªsérie e

ensino médio 2º ano magistério, em relação aos processos educativos em arte na

atualidade, valorizando os elementos da linguagem visual trabalhando com imagens

de diversos artistas de diferentes períodos artísticos.

Esse foi desenvolvido em torno de pesquisas e procurou-se envolver a

criança e os adolescentes em questões acerca de seu tempo, apresentando de

forma instigante seu próprio cotidiano e tudo relacionado ao seu meio.

Na educação infantil, foram desenvolvidas atividades envolvendo ponto, linha,

textura e a cor, visando à experimentação onde os alunos foram instigados a

analisar melhor o espaço escolar, a casa onde moram e a rua por onde passam

todos os dias quase sempre de forma lúdica. As propostas foram elaboradas

conforme o nível de conhecimento dos educandos, apreciando, contextualizando e

produzindo.

Nas séries iniciais, foram desenvolvidas temáticas para que os educandos

percebessem a importância da utilização dos elementos da linguagem visual quanto

arte e no dia-a-dia, sempre valorizando o meio em que vivem. Foram apresentadas

possibilidades de criar na bidimensionalidade e tridimensionalidade, usando imagens

como embasamento, respeitando a faixa-etária dos educandos e o meio em que

vivem, seguindo a proposta triangular.

Nas séries finais, foram desenvolvidas atividades a partir de elementos da

linguagem visual para enfatizar a importância desses elementos no aprendizado em

arte. Como base foram utilizadas imagens de obras do artista Wassily kandinsky.

No ensino médio, foram desenvolvidas temáticas a partir da releitura de obras

para aprimorar o olhar do educando para elementos tão importantes dentro da arte.

As temáticas foram organizadas com o objetivo de retirar o olhar subjetivo sobre os

elementos da linguagem visual.

Durante as quatro etapas de atividades foram apresentadas biografias e

obras de aristas modernistas, surrealistas e contemporâneos em forma dando

ênfase aos elementos da linguagem visual. Instigando os educandos a pesquisar a

cerca do assunto e torná-los críticos, com base na metodologia triangular.

10

Esse relato apresenta convivências realizadas durante quatro semestres, na

busca em adequar e trabalhar a arte em sala de aula com crianças e adolescentes

nos diferentes níveis de ensino. Demonstrando a preocupação em pesquisar e

aplicar questões instigantes aos educandos e acima de tudo usar de metodologia

adequada com o cotidiano e meio em que os alunos vivem.

11

2 A ARTE NA EDUCAÇÃO ESCOLAR

Em Fusari (1999, p.15) nas escolas de educação infantil e ensino fundamental

a organização do trabalho de professores e de estudantes com a arte implica

necessariamente a explicitação, ainda que breve, do que se entende por arte e por

sua presença nas aulas ou cursos destinados especificamente ao estudo da mesma.

Quando praticamos o ensino e a aprendizagem da arte na escola surgem

também questões que se refere ao seu processo educacional. Uma delas diz

respeito aos posicionamentos que assumimos sobre os modos de encaminhar esse

trabalho em consonância com os objetivos de um processo educativo escolarizado

que atenda as necessidades de cultura artística no mundo contemporâneo. Assim,

se pretendemos contribuir para a formação de cidadãos conhecedores da arte e

para a melhoria da qualidade da educação escolar artística e estética, é preciso que

organizemos nossas propostas de tal modo que a arte esteja presente nas aulas de

arte e se mostre significativamente na vida das crianças e dos jovens.

Conforme Barbosa Apud, Fusari (1999,16)

A arte não tem importância para o homem somente como instrumento para desenvolver sua criatividade, sua percepção etc., mas tem importância em si mesma, como assunto, como objeto de estudos.

Para Fusari (199, p.19) os seres da natureza, bem como os objetos

culturalmente produzidos, despertam em todos nós diversas emoções e sentimentos

agradáveis ou não aos nossos sentidos e ao entendimento. Logo ao nascer,

passamos a viver em um mundo que já tem uma historia social de produções

culturais que contribuem para a estruturação de nosso senso estético. Desde a

infância, tanto as crianças como nós, professores interagimos com as manifestações

culturais de ambiência e vamos aprendendo a demonstrar nosso prazer e gosto, por

imagens, objetos, músicas, falas, movimentos, movimentos, historias, jogos e

informações com os quais nos comunicamos na vida cotidiana (por meio de

conversas, livros ilustrados, feiras, exposições, rádio, televisão, discos, vídeos,

revistas, cartazes, vitrines, ruas etc.). Gradativamente, vamos dando forma as

nossas maneiras de admirar, de gostar, de julgar, de apreciar - e também de fazer-

as diferentes manifestações culturais de nosso grupo social e, dentre elas, as obras

12

de arte. É por isso que mesmo sem o saber nos educamos esteticamente, no

convívio com as pessoas e as coisas.

Ao assumirmos que a arte pode ser ensinada e aprendida também na escola,

temos a necessidade de trabalhar a organização pedagógica das inter-relações

artística e estéticas junto aos estudantes.

Evidentemente, os cursos escolares de arte não são os únicos lugares nem

os únicos termos disponíveis para as pessoas aprenderem saberes em arte. Outras

instituições sociais e culturais (famílias, centros culturais, museus, teatros, igrejas,

meios de comunicações etc.) participam também das produções apreciações

artísticas que as pessoas conhecem e praticam. Mas é na escola que oferecemos a

oportunidade para que crianças e jovens possam efetivamente vivenciar e entender

o processo artístico especialmente destinado para esses estudos.

Conforme Caetano Veloso Apud, parâmetros curriculares nacionais de arte

(1997, p.37).

As formas artísticas apresentam uma síntese subjetiva de significações construídas por meio de imagens poéticas (visuais, sonoras, corporais, ou de conjuntos de palavras, como no texto literário ou teatral). Não é um discurso linear sobre objetos, fatos, questões, ideias e sentimentos. A forma artística é antes de uma combinação de imagens que são objetos, fatos, questões, ideias e sentimentos ordenados não pelas leis da lógica objetiva, mas por uma lógica intrínseca ao domínio do imaginário. O artista faz com que dois e dois não possam ser cinco, uma árvore pode ser azul, uma tartaruga possa voar. A arte não representa ou reflete a realidade, ela

realidade percebida de um outro ponto de vista.

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3. PROCESSOS ENVOLVENDO OS ELEMENTOS DA LINGUAGEM VISUAL NA

EDUCAÇÃO ESCOLAR

O presente capítulo abordará relatos de processos criativos realizados por

discentes, durante estágios de regência em escolas municipais e estaduais no

município de Fraiburgo SC durante o primeiro semestre de 2011 ao 2º semestre de

2012.

O assunto abordado foram os elementos da linguagem visual,

mostrando as várias possibilidades de emprega-los dentro do ensino da arte e

também utilizando imagens de obras de alguns artistas para embasar as

atividades.

Para instigar os discentes foram apresentadas estratégias separando

conteúdos e produções plásticas de acordo com a faixa etária e o meio em

que os mesmos vivem.

3.1 EMPREGANDO OS ELEMENTOS DA LINGUAGEM VISUAL NA EDUCAÇÃO

INFANTIL

Em Martins Fontes, 1998 a linguagem visual constitui a base de criação do

desenho. Deixando de lado o aspecto funcional do desenho, a princípios, regras ou

conceitos com relação à organização visual que podem preocupar um desenhista.

Ele pode trabalhar sem o conhecimento consciente de quais quer destes princípios,

regras ou conceitos, pois seu gosto pessoal e sensibilidade com respeito às relações

visuais são muito mais importantes, porem uma compressão completa destas

definitivamente ampliaria sua capacidade de organização visual.

Quando se fala de organização visual, há inúmeras maneiras de interpretar a

linguagem visual. Diversamente da linguagem falada ou escrita, cujas regras

gramaticais são mais ou menos estabelecidas, a linguagem visual não tem nenhuma

lei evidente. Cada teórico do desenho pode ter um conjunto de descobertas

completamente diferente.

Também para Martins as interpretações podem parecer um tanto rígidas e

demasiado simplificadas. Ao empregar os elementos visuais no desenho emprega-

se uma linha que é visível para representar uma linha que é conceitual. A linha

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visível não só tem comprimento como tem largura. Sua cor e textura são

determinadas pelos materiais que usamos e pela maneira como o fazemos.

Desse modo, quando elementos conceituais se tornam visíveis, eles têm

formatos, tamanho, cor e textura. Elementos visuais formam a parte mais

proeminente de um desenho porque é aquilo que podemos ver de fato. Qualquer

coisa que pode ser vista tem um formato que proporciona a identificação principal

para nossa percepção. Todos os formatos têm um tamanho. O tamanho é relativo se

o descrevemos em termos de grandeza ou pequenez, mas é também fisicamente

mensurável. Um formato se distingue de seu entorno devido à cor. A cor aqui é

utilizada em sentido amplo, compreendendo não apenas todos os matizes do

espectro, mas também os neutros (preto, branco e todos os cinzas intermediários) e

todas as suas variações tonais e cromáticas. Já nas texturas se refere às

características da superfície de um formato. Está pode ser simples ou decorada, lisa

ou áspera, e pode agradar tanto ao sentido do tato quanto ao olhar.

Buscando trazer para a educação infantil um pouco sobre o ensino da arte,

onde a arte ainda não foi adotada como disciplina é desafiador, então o que se

buscou foi adaptar atividades que empregasse o ponto, a linha, a cor e textura

utilizando-se de leitura de imagem a partir de elementos do cotidiano, ainda

adaptando os conteúdos a apostila utilizada no CEI onde foi aplicado o projeto.

As atividades foram elaboradas de acordo com a idade dos alunos e o

espaço físico do CEI divididas entre teoria e prática de forma lúdica, separando o

ponto, a linha a textura e a cor.

Conforme eeepeqart. blogspot.com.br, um ponto numa pagina em branco

parece pouco, mas é muito diferenciador de uma pagina em branco. A utilização do

ponto como marca gráfica é infinita. É o sinal gráfico mínimo e elementar.

Caracteriza-se por uma localização em um espaço.

Quando os pontos são multiplicados, seu poder de expressão e de

comunicação amplia-se. Disposição, distanciamento, quantidade e cor também

influem no efeito dos pontos sobre a superfície. Eles podem criar ideias, comunicar

sensações, dar ideia de movimento, ritmo, luz, sombra, volume, atmosfera. Quando

colocados em fila, por exemplo, criam a ideia de linha.

O ponto foi trabalhado a partir de uma dinâmica (borboletas e flores) onde a

turma foi dividida em dois grupos, o primeiro grupo de cócoras e o segundo grupo

em pé. Os que ficaram sentados seriam as flores e os que estavam em pé seriam as

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borboletas que iam passando entre as flores sem deixar que as mesmas as

tocassem. Caso contrário eles virariam as flores e teriam que ficar de cócoras no

lugar de quem o encostou, assim sucessivamente até que todos participassem da

brincadeira. Depois dessa introdução a professora falou da importância da união do

trabalho em grupo tanto nas brincadeiras quanto na realização de outras atividades

a serem aplicadas durante o projeto.

Em outro momento reforçou-se a importância de observar que tudo começa a

partir de um ponto e também acrescentou os tipos de linha nas atividades.

Relacionando o material adotado pelo CEI e os elementos da linguagem

visual prosseguiram-se as atividades apresentando então possibilidades de trabalhar

os tipos de linhas criando várias formas. (Figura. 01 e 02)

Fig. 01- Criando com linhas Fig. 02- Atividades com linhas Foto- Arquivo do autor Foto- Arquivo do autor

Os alunos tiveram a oportunidade de colocar suas imaginações sobre o

suporte usando canetas coloridas e ao mesmo tempo puderam observar como as

linhas iam ganhando formas conforme com o movimento das mãos. Nesse momento

ficou visível o interesse dos educandos pela atividade. Todos puderam falar o que

sentiram ao realizar a atividade.

Conforme arte-seduc.blogspot.com.br, o mundo em que vivemos nos oferece

vários exemplos de linha: linha do horizonte, linha divisória entre estados, linha

definida pela margem de um rio, linha de contorno de objetos. Artistas plásticos

exploram as possibilidades expressivas das linhas, principalmente pela maneira

como realizam o contorno das figuras, transmitindo dinamismo, velocidade, ímpeto,

harmonia, musicalidade, agressividade, medo, dor.

A linha é uma marca continua ou com aparência continua. Quando é traçada

com a ajuda de qualquer instrumento sobre uma superfície. Chama-se linha gráfica

e é o sinal mais visível, pois pode sugerir movimento e ritmo, comunicar sentimentos

e sensações.

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Aproveitando a euforia dos alunos foi explicado aos mesmos que tudo é

composto por linhas a sala de aula, a casa onde mora, a rua onde caminham e que

mesmo sem que esteja visível a linha esta presente no dia-a-dia de todos nós.

Então os educandos foram convidados pela professora estagiaria a se colocar de

frente ao espelho, onde cada um fez uma expressão facial (uma careta)

demonstrando o que cada um estava sentindo naquele momento.

Depois de cada um comentar sobre suas expressões receberam a apostila

como suporte e ali ilustraram seus rostos e pintaram com giz de cera colorido.

A aceitação dos alunos ficou mais uma vez estampada, quase todos os

alunos falaram sobre o que sentiram ao realizar a atividade e sem perguntas eles já

observaram e falaram sobre as linhas do próprio rosto.

Nas aulas seguintes depois de falar mais sobre as linhas foi lançada outra

proposta, as cadeiras e mesas não foram utilizadas nessa atividade. No chão da

sala foi desenhado com giz um caminho cruzado com uma casinha ao centro e cada

um tinha que identificar o ponto de partida e depois chegar até a casinha desenhada

no centro. Cada aluno que chegava ao centro era aplaudido e o caminho ea

modificado, assim até que todos participassem da atividade. Ainda os alunos foram

organizados em círculo em torno do desenho e puderam diferenciar os tipos de

linhas que faziam parte do caminho, nesse momento foram utilizadas somente a

linha curva e linha reta.

Na segunda etapa do projeto depois de conhecer melhor os alunos foram

então apresentandas atividades que envolvessem a linha na releitura de obras.

A primeira obra utilizada foi “O Quarto” do artista Van Gogh. Todos os alunos

tinham a imagem na apostila, então foram questionados com perguntas como:

Vocês sabem contar às cores que estão presentes nessa obra? Que objetos estão

desenhados na obra? Esse quarto se parece com o quarto de vocês? Será que

todos os quartos são iguais? Depois de longa conversa com os alunos a professora

pediu para que cada um desenhasse o seu quarto. No primeiro momento era só

para desenhar, em seguida foram colados em lugar bem visível pedaços de cartolina

com linhas curvas, retas e diagonais bem coloridas, assim os mesmos puderam

observar e depois preencher os seus desenhos com essas linhas utilizando canetas

coloridas.

Naquele momento o assunto era a família, para enriquecer o tema foi utilizada

uma obra da artista, Tarsila do Amaral “Família” onde os educandos precisaram

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observar a expressão facial na obra ilustrada na apostila e na pagina seguinte havia

vários desenhos mostrando várias expressões onde os mesmos deveriam pintar a

mais parecida com a obra da Tarsila do Amaral.

Encerrando as atividades foram apresentadas propostas que envolveram

texturas, para melhor entendimento dos alunos as atividades foram propostas a

partir de pesquisas. Os mesmos receberam pequenos retângulos de papel sulfite,

giz pastel e várias folhas de plantas selecionadas pela professora, os educandos

colocavam o papel sobre a folha de planta e pintavam com o giz observando que

obteriam uma cópia perfeita da planta, podendo até detalhar os tipos de linhas

presentes nas coisas da natureza. (figura. 03 e 04)

Fig.03- Textura com folhas Fig.04- Trabalhos com textura Foto- Arquivo do autor Foto- Arquivo do autor

Prosseguiram-se as pesquisas na aula seguinte, a professora distribuiu várias

moedas, toalhinhas de renda, giz de cera e retângulos de papel sulfite para os

alunos que repetiram o mesmo processo da atividade anterior.

Durante a execução das atividades procurou-se deixar claro o que é a textura,

linha, ponto sempre lembrando que a cor também precisa ser utilizada para

completar o desenho, também como podemos obter e onde podemos identificar

esses elementos. Nesse momento já estava claro para os educandos que os

elementos visuais fazem parte de todos nós, pois todos os alunos comentavam

durante as atividades o que haviam aprendido, falavam os tipos de linhas existentes

na sala de aula e não se esqueciam da atividade do caminho cruzado, sendo que

essa foi repetida na última aula com a turma.

18

3.2 EMPREGANDO OS ELEMENTOS DA LINGUAGEM VISUAL NAS SÉRIES

INICIAIS.

A arte oferece inúmeras possibilidades para desenvolver o conhecimento do

aluno, cabe ao arte-educador usar de metodologias que respeitem o meio em que a

criança vive, nesse capítulo então serão abordadas experiências com crianças do 2º

ano da escola pública municipal José de Anchieta situada no bairro Jardim américa

em Fraiburgo SC, abordando o ponto, a linha, a textura e sempre utilizando a cor,

por ser um elemento visual que completa todos os outros já citados. Para embasar

as atividades foram usadas obras do artista Joan Miró surrealista e do artista

contemporâneo Romero Britto.

Para Anamelia Bueno Buoro a cor é um elemento de visualidade que se torna

mais perceptível se próximo de outras cores. Isto pode ser notado facilmente em

nossos trabalhos plásticos e quando observamos formas coloridas em obras de arte

ou no cotidiano.

Segundo o valor exato da cor dependerá do conjunto em que é vista. Dependerá, portanto, sempre de um contexto colorístico... Quando entra em combinação com outras cores (quer seja com tonalidades da mesma gama ou até com um fundo branco), cada cor recebe dessa combinação determinadas funções espaciais, sendo definida a cada nova relação. Quer dizer, de acordo com as relações coloristas, a mesma cor pode definir o

espaço de maneiras diferentes.” (Ferraz Fusário. 1993, p. 84)

Do ponto de vista físico e fisiológico, a cor é uma sensação provocada pela

luminosidade. A luz branca sintetiza em si todos os comprimentos de ondas

luminosas que podemos perceber. Estas ondas vão-se corporificar nas seguintes

cores: violeta, anil (índigo), azul (ciano), verde, amarelo, laranja, vermelho. A nossa

percepção dessas cores e de suas relações com as demais depende também da

qualidade e cor da luz que as estiver iluminando. Isto porque as cores (nas

superfícies, nos volumes) tem a capacidade de refletir e filtrar a luz para os nossos

olhos. As tintas utilizadas em nossas pinturas são substancias químicas que possui

basicamente dois elementos: os corantes (anilinas naturais, artificiais, pigmentos

naturais) e os aglutinantes (resinas acrílicas, venílicas, caseína, cera de abelha, olho

de linhaça) capazes de fixar os corantes nos espaços pintados. Os corantes

transparentes permitem a filtragem da luz, de tal maneira que as superfícies

pintadas refletem também a cor que vemos. Os corantes opacos, por sua vez,

19

cobrem as áreas em camadas (espessas ou não) e são estas que refletem a cor

final (e não tanto a superfície que as recebeu). As cores- pigmentos utilizados para

pintar, desenhar, presentes no guache, acrílica, aquarela, óleo, anilina, cera, grafite,

pastel, não servem para a impressão, mas têm uma infinidade de possibilidades no

campo artístico, pela variedade de cromatismo e plasticidade. Como essas cores

são obtidas de pigmentos e meios variados (químicos, minerais, vegetais, animais),

existem diversas nuances de uma mesma cor. Exemplificando o azul pode ser azul-

da-Prússia, azul-ultramarino, azul-celeste, azul-cobalto, mas sempre pertence à

mesma gama de cor, que é a do azul. Para os artistas esse conhecimento é muito

importante, pois essa variedade permite qualidades cromáticas específicas.

A cor está presente em tudo que nos cerca, são essas cromáticas que a

autora fala no texto acima que motiva a pesquisa tanto do artista quanto do arte-

educador.

No primeiro contato com os alunos a professora estagiária fez uma pergunta

aos mesmos. Vocês sabem o que é linguagem visual? Alguns ficaram meio

confusos sem saber o que responder e outros queriam ouvir logo da professora a

resposta.

A verdade é que ficaram muito surpresos. Depois do comentário dos alunos,

foi explicado que seriam pontos, linhas, texturas, volumes, formas, cores, equilíbrio

etc., E que seria impossível viver sem os mesmos, pois eles estão presentes em

todos os lugares, que através deles podemos nos comunicar andar, olhar e tocar

nas coisas. Em seguida foram lançadas outras perguntas fazendo-os pensar, onde

poderiam observar algum tipo de linhas na sala de aula ou no seu próprio corpo.

Que tipos e formas tinham essas linhas? Como elas eram: grossas, finas ou

coloridas? Que posição essas se encontram na sala de aula na vertical, horizontal,

ou diagonal? Será que formam zig-zags, curvas ou são onduladas? Todos

observavam atentamente o corpo um do outro, assim como as paredes, portas, teto,

janelas, chão da sala e até o seu material escolar e, em seguida, davam a resposta

e a professora ia desenhando as linhas na lousa. Só depois de uma longa conversa

sobre esses elementos e demonstração para fixar o que é horizontal e vertical onde

os mesmos mostraram mais dificuldade, é que foi lançada a primeira atividade

prática.

Foram distribuídas aos alunos folhas sulfites, na qual já estava colada no

centro da folha uma forma de brigadeiro colorida, que serviria como um ponto de

20

partida. Então foram orientados a dar início a um desenho que ficou por conta da

criatividade de cada um, essa era a primeira parte da atividade. Em seguida os

mesmos foram orientados a pintar o desenho bem colorido e para encerrar a pratica

precisavam colar barbantes contornando as linhas. A partir dessa composição eles

puderam observar mais sobre: formas, volumes e texturas. Depois de pronto o

trabalho, os mesmos puderam observar e passar a mão para sentir se a textura era

áspera, lisa ou ondulada. Cada um comentava o que sentia ao passa a mão sobre o

trabalho concluído, ainda para finalizar foram levados para fora da sala de aula para

fotografar os desenhos. (Figura. 05 e 06)

Fig.05- Criança produzindo Fig.06- Mural de atividades Foto- Arquivo do autor Foto- Arquivo do autor

Essa etapa aconteceu para esclarecer duvidas, e para os educandos

entenderem as atividades seguintes. A partir dai então se iniciaram propostas mais

complexas envolvendo dois artistas e suas obras, que são eles Joan Miró

considerado Surrealista e Romero Britto considerado Contemporâneo, para melhor

definir esses elementos e também instigar os educandos a ver a arte como uma

disciplina e não como passa-Tempo.

Depois de observar a obra “NOCTURNE”, de Miró, a professora questionou

os educandos sobre os tipos de linhas que compõem a obra, as cores e sensações

que a imagem provocava, em seguida foram distribuídas para cada aluno uma folha

sulfite onde os mesmos teriam que se basear na obra e desenhar linhas de todas as

formas e tamanhos, grossas e finas, com movimentos de vai e vem em todos os

sentidos. Depois, teriam que marcar com pontos bem coloridos onde se cruzavam as

linhas, para ver o que conseguiriam formar com as linhas que desenharam. Alguns

reclamavam que não estavam conseguindo dar formas as linhas, queriam que

formassem desenhos, já outros ficavam entusiasmados com aquilo que estavam

vendo e queriam saber se os artistas também trabalhavam desse modo. Foi quando

a professora explicou que não só Miró trabalhava dessa maneira, que havia outros

21

artistas que assim trabalhavam com esse estilo de desenho e pintura, salientou

também que na atualidade existem ainda mais artistas que optaram pelo abstrato

nas suas obras. Depois da conclusão do desenho ficou fácil falar sobre o abstrato,

foi explicado que algumas obras de arte são somente elaboradas com linhas

organizadas não apresentando nenhuma forma figurativa, então foram apresentadas

mais algumas imagens de obra do mesmo artista para que os mesmos

conseguissem entender que nem sempre o desenho precisa ser figurativo para ser

significativo. Para encerrar a parte prática os alunos foram convidados a pintar seus

desenhos utilizando somente o ponto, as cores eram escolhidas pelos alunos. Essa

atividade gerou muitas perguntas pelos alunos, foi um trabalho desenvolvido no

caderno de desenho com lápis de cor e canetas coloridas, no final todos mostraram

seu desenho pedindo para a professora fotografar, estavam orgulhosos com os

trabalhos desenvolvidos por eles. (Figura. 07 e 08)

Fig.07- Linhas diversas Fig.08- Evidenciando as linhas Foto- Arquivo do autor Foto- Arquivo do autor

Para melhor embasar o conhecimento dos educandos, nada melhor que

mostrar um artista da atualidade, que tem um estilo muito admirado pelos adultos e

também pelas crianças. Com obras animadas o artista Romero Britto utiliza as cores

primárias com frequência em suas criações, seus desenhos de forma fácil é o que

chama mais a atenção dos educandos sempre que esse é apresentado em sala de

aula.

Em romerobrittoesuaarte. blogspot.com Romero Britto (Recife, 6 de outubro

de 1963) é um pintor e escultor brasileiro. Romero é conhecido como artista pop

brasileiro, sendo radicado em Miami. Suas obras caíram no gosto das celebridades

por sua alegria, colorido e imaginação, tendo sido alçado para a fama ao realizar a

ilustração de uma campanha publicitária para a vodka Absolut. Começou no mundo

do "grafite" e hoje é o artista preferido de vários atores e atrizes hollywoodianos.

Porém nunca obteve sucesso com a crítica especializada. Aos oito anos começou a

22

mostrar interesse e talento pelas artes. Com muita imaginação e criatividade, pintava

em sucatas, papelão e jornal. Sua família o ajudava a desenvolver seu talento

natural, dando-lhe livros de arte para estudar.

A apresentação do artista para a turma foi feita a partir de Power point, onde

foi apresentada a vida e obras de Romero Britto. Primeiramente os alunos foram

orientados a observar algumas imagens de obras do mesmo e que a partir dessas

poderiam trabalhar os elementos explicados nas aulas anteriores como linhas,

texturas, formas, pontos e cores. Nessa aula surgiram várias perguntas dos

educandos como: o artista ainda é vivo? A onde mora? Quantos anos ele tem? É

brasileiro? e também muitos comentários sobre o estilo do artista como: esses

desenhos eu também posso desenhar igual! Ele usa sempre as mesmas cores!

Depois de envolver a atenção dos alunos, foram classificadas três imagens

de obras do artista, “O Peixe”, “Borboleta” e “O Gato”, em seguida foi proposta aos

alunos a atividade. Os mesmos puderam escolher uma imagem para representar

seu bichinho de estimação ou aquele que mais se identificava, fazendo colagens

com papel laminado de várias cores. Ao terminar o desenho, eles observavam às

formas, as linhas, as cores e texturas, nesse momento a maioria dos alunos já

demonstrava facilidade em identificar os elementos visuais nos trabalhos realizados.

(figura. 09 e 10)

Fig.09- Releitura “O Gato” Fig.10- Releitura “O Peixe” Foto- Arquivo do autor Foto- Arquivo do autor

Nas próximas aulas prosseguiram-se então as atividades envolvendo obras

desse artista, sempre envolvendo a releitura de imagem nessa atividade a obra

apresentada foi “BORBOLETA”.

Essa proposta consistia em desenvolver um desenho e colorir com cola e giz

de cera colorido para dar efeito de ponto e textura no trabalho. Este foi desenvolvido

com muito entusiasmo por eles, era novidade, queriam logo ver o resultado final em

seus desenhos quando raspavam o giz em cima da cola. O resultado surpreendeu

23

os alunos e todos conseguiram concluir a atividade com sucesso. Depois de concluir

cada um expôs o seu trabalho em um mural fora da sala de aula, ainda todos

puderam observar e comentar sobre o resultado da atividade. (Figura. 11 e 12)

Fig.11- Trabalho com giz e cola Fig.12- Releitura “Borboleta” Foto- Arquivo do autor Foto- Arquivo do autor

Para apresentar propostas atrativas para os educandos o arte-educador

precisa mesclar materiais, suportes, sair do bidimensional para o tridimensional, não

precisando utilizar-se de materiais de alto custo, podendo adaptar as produções com

materiais alternativos, a atividade a seguir apresenta um bom exemplo para os

educandos dessa turma por serem de uma escola pública com poucos recursos

pedagógicos.

Para realizar essa atividade, foram mostradas imagens de obras do artista e

também de objetos onde já foram empregas essas imagens como: chinelos,

almofadas, roupas, garrafas, latas de refrigerante etc... Foi explicado para os alunos

que o artista no começo da sua carreira usava sucatas, papelões para fazer

experiências, aqui também se falou muito sobre as linhas que ficam explicitas nas

obras do artista, as formas geométricas. Nesse momento os alunos foram

questionados pela professora com uma pergunta: Alguém sabe me dizer, o que é

tridimensional? Então a professora mostrou um porta- lápis feito com um rolinho de

papel higiênico como exemplo, para explicar que é o tridimensional. A seguir cada

aluno recebeu um rolinho como suporte para confeccionar um porta-lápis igual o que

lhes foi apresentado, os mesmos fizeram colagem com cascas de ovos e

pedacinhos de EVA sobre o rolinho de papel, o fundo do porta-lápis foi feito com

EVA. A atividade proporcionou alegria aos alunos, tanto que ao terminarem já foram

logo colocando seus lápis e comentando com os colegas o trabalho desenvolvido.

(Figura. 13 e 14)

24

Fig. 13- Porta lápis 01 Fig. 14- Porta lápis 02 Foto- Arquivo do autor Foto- Arquivo do autor

Voltando para o bidimensional, foram apresentadas três imagens do artista

Romero Britto: “O Gato”, “A Borboleta” e “O Peixe” em Power Point para que os

alunos pudessem observar melhor as imagens. Depois de observar as imagens os

alunos receberam folha sulfite, papel laminado de várias cores e lápis de cor. A

proposta agora era uma ressignificação, os mesmos teriam que escolher partes das

obras e formar uma única imagem. Como as crianças se empolgaram e começaram

a desenhar as obras separadas não foram interrompidas e ao encerrar a atividade o

resultado não estava de acordo com a proposta, mas a qualidade superou a

expectativa. Todos apresentaram seus desenhos para a turma e pousaram para

fotografias. (Figura. 15)

Fig.15- Trabalho de colagem Foto- Arquivo do autor

Para finalizar as atividades foram introduzidas nas aulas, algumas atividades

que envolveram as texturas, ásperas, lisas, rugosas etc.. Para instigar os educandos

a não só olhar, mas também tocar certos objetos para melhor entender as

propostas.

Conforme Martins Fontes, 2001 a textura tem aspectos únicos que são

essenciais em determinadas situações do desenho, não devendo ser ignorada. A

25

textura se refere a s características da superfície de um formato. Cada formato tem

uma superfície, e toda superfície deve ter determinadas característica, as quais

podem ser descritas como suave ou áspera lisa ou decorada, fosca ou polida, macia

ou dura. Ainda que em geral consideremos uma superfície uniformemente pintada

como não tendo textura alguma, na verdade a uniformidade da pintura é um tipo de

textura, além da textura do material sobre o qual o formato é criado. A natureza tem

uma abundância de texturas. Por exemplo, cada tipo de pedra ou madeira possui

uma textura distinta que um arquiteto ou decorador de interiores pode escolher para

fins específicos. Um pedaço de pedra ou madeira pode ter também uma

multiplicidade de acabamentos, o que permite obter efeitos diferenciados de textura.

A textura pode ser classificada em duas importantes categorias: textura visual e tátil.

A textura apropriada dá riqueza ao desenho.

A textura visual é estritamente bidimensional. Como o termo implica, é o tipo

de textura que é percebida pelo olhar, embora possa também evocar sensações

táteis. A textura visual pode ser produzida de varias maneiras como, desenho,

pintura, que são os métodos mais simples de produzir a textura visual. Padrões

desenhados ou pintados minuciosamente podem ser construídos com unidades de

forma minúsculas, densamente agrupadas em estruturas rígidas ou não, para a

decoração da superfície de qualquer forma.

A textura tátil existe em todos os tipos de superfície, porque estas podem ser

sentidas. Isto significa que todos os tipos de papel, por mais lisos que sejam, e todos

os tipos de pintura e tinta, por mais planos que sejam, tem características

específicas de superfície que podem ser percebidas pelo tato.

Depois de uma breve explicação os alunos foram convidados a pesquisar,

foram levados para fora da sala de aula, receberam mais explicações sobre as

texturas que podem ser encontradas na natureza e em toda a parte, até mesmo no

seu próprio corpo, que dependendo da textura pode ser sentida ou tocada, se é

áspera, lisa ou ondulada. Os alunos receberam quadrados de papel sulfite, papel

manteiga e papel pardo e saíram em busca de texturas ásperas, receberam vários

pedaços de papéis para tirarem muitas texturas de todos os objetos que eles

percebessem as texturas como: nos muros, vasos, tapetes, chão, paredes da

escola. Ficaram muito entusiasmados que depois de ter feito isso, todos sentaram

no chão e começaram a tirar texturas da sola do calçado e de suas roupas também.

26

Depois de feito isso, todos colaram em cartolinas os quadradinhos para a mostra de

suas texturas, ainda para finalizar os trabalhos foram expostos em forma de mural.

Para finalizar a pesquisa durante uma aula inteira os alunos foram levados

para fora da escola, como folhas sulfites, papel manteiga, papel pardo e giz de cera,

já na rua, na mesma quadra da escola, fizeram pesquisa de texturas de plantas,

como folhas e troncos de árvores, Já que nas proximidades existem muitas árvores,

foram tiradas muitas texturas até dos muros e calçadas, uma diferente da outra. Os

alunos aproveitaram parar juntar algumas folhas e galhos caídos no chão para levar

para a sala de aula e tirar mais texturas. Voltando então para a escola, foi estendido

no pátio um papel pardo de grande dimensão e em ordem, todos colaram no papel

as suas texturas. Enquanto uns colavam outros aproveitavam o tempo tirando mais

texturas dos materiais coletados na rua. O trabalho foi motivador e a criatividade dos

alunos surpreendeu mais uma vez. (Figura. 16 e 17)

Fig. 16- Experiência com textura Fig. 17- Grande painel Foto- Arquivo do autor Foto- Arquivo do autor

3.3 POSSSIBILIDADES PARA MELHOR ENTENDER OS ELEMENTOS DA LINGUAGEM VISUAL NAS SÉRIES FINAIS

Visando apresentar os elementos da linguagem visual como conteúdo, para

aprimorar o conhecimento dos alunos de uma turma da 8ª série, foram usadas

imagens de obras mesclando materiais para deixar claro cada elemento

apresentado.

Para Martins Fontes, 2001, uma linha é criada ao se mover a mão com um

instrumento adequado sobre uma superfície. É fácil visualizar uma forma construída

com linhas. É algo como riscar, porém linhas cheias de largura uniforme podem ser

utilizadas na criação do desenho. Se uma linha fina não alcança o impacto visual

desejado, pode ser substituída por uma linha mais grossa. A linha reta é a distancia

mais curta entre dois pontos. Uma linha reta com espessura tem peso, além de

27

comprimento e direção À medida que uma linha se torna mais pesada, suas

extremidades se tornam cada vez mais significativas, exibindo características

próprias de um formato. Usada como margem de um plano, uma linha divide o

espaço positivo do negativo e diferencia um plano do outro.

O elemento visual linha, que traçamos e percebemos, mostra

direcionamentos, delimita ou insinua formas. Como elemento plástico, ela existe

desde os primórdios da humanidade, quando o homem fez suas primeiras

gravações na rocha. Também entre as crianças, os rabiscos se constituem em

verdadeiros registros plásticos que elas aprendem a dominar e a reproduzir.

Segundo o site www.slideshare.net, para Wassily Kandinsky, a linha é

resultante do deslocamento de um ponto e vai concretizar-se em direções e

extensões. Com isso, ela carrega em si a ideia de movimento, o que corresponde

diretamente em dinamismo, tensão.

Apesar de serem conceitualmente unidimensionais, as linhas podem-se

articular expressivamente (grossas, finas, escuras, brilhantes, coloridas,

interrompidas) e até virtualmente (linhas não presentes, mas completadas pela

percepção humana, induzidas). No entanto essa concepção pode alterar-se se

mudarmos os referenciais; uma linha fina pode ser grossa se observada através de

uma lente e vice-versa. Um traço pode ser interpretado como um rabisco, um fio de

cabelo ou uma mola que se rompe. Se pretendermos estudar os objetos lineares das

formas bi ou tridimensionais, devemos considerar duas ordens básicas: as linhas

visivas e as estruturais. As primeiras são percursos lineares vistos nas superfícies,

nos volumes e até na natureza, no cotidiano, e correspondem aos traços percebidos

pelo efeito de materiais ou por indução do olhar (são as bordas dos objetos, arestas

de um volume). São linhas retas, curvas, oblíquas, côncavas, convexas, que

delimitam, direcionam e configuram as massas dos objetos e formas em geral.

Podem ser percebidas nos prédios, nos telhados, nas antenas de televisão, nos

gradis das casas, portões, estradas de ferro, nos fios de eletricidade, telefone, nas

arvores que se recortam no horizonte, nos desenhos das folhas, na chuva. As linhas

estruturais por sua vez, correspondem aos esquemas da composição que

determinam a forma final. Como exemplo de linhas estruturais tem-se o esquema da

perspectiva para indicar a tridimensionalidade.

Para falar sobre a linha existem vários exemplos, cabe ao arte-educador

relacionar esses elementos artisticamente. Para isso existem vários meios, que

28

podem variar de acordo com a idade dos educandos. A atividade a seguir mostra a

linha como um elemento de ligação entre aluno e professor.

Para melhor conhecer os educandos iniciou-se então a atividade, os alunos

foram convidados a formar um grande círculo dentro da sala de aula, onde a

professora segurava um novelo de linha, falou seu nome, falou de como seriam as

atividades e em especial aquela que seria a primeira proposta, pediu o nome de um

aluno posicionado em sua frente e jogou o novelo, o mesmo teria que segurar

pensar em um colega, falar uma qualidade do mesmo e em seguida joga-lo em

direção do escolhido e ainda continuar segurando o fio ligado ao novelo, assim até

acabar a linha. Encerrado a dinâmica com todos segurando o novelo foram

questionados pela professora: Qual foi o ponto de partida da dinâmica? Quais os

tipos de linha que podemos identificar, nesse emaranhado? Alguém sabe falar o

nome das mesmas? Que formas podem identificar olhando para essas linhas? A

maioria dos alunos responderam as perguntas, ainda um pouco inseguros. Alguns

até fizeram comentários sobre a atividade, dizendo que não conheciam a dinâmica e

que nunca haviam feito antes. Foi uma aula de muito proveito onde os alunos

interagiram uns com os outros e dessa forma todos entenderam a proposta. (Figura.

18 e 19)

Fig. 18- Alunos produzindo 02 Fig. 19- Dinâmica Foto- Arquivo do autor Foto- Arquivo do autor

Prosseguiram-se as atividades, nessa aula os alunos receberam explicações

sobre o ponto, que é a primeira visão que temos sobre alguma coisa, como o

primeiro contato do lápis no papel, do giz na lousa e até mesmo do pisar no chão.

Até então é invisível, mas a partir do momento que passamos a ter contato com o

mesmo, passa a ser visível aos nossos olhos, é a partir dele que iniciamos e

construímos tudo aquilo que precisamos.

29

Depois da explicação, foram entregues folhas sulfite para que fizessem uma

composição com pontos utilizando tampinhas de garrafa e canetas coloridas. Foram

orientados para fazer os círculos de forma que preenchesse todos os espaços da

folha e depois pontilhassem dentro de algumas delas. Depois de pronto foram feitas

algumas perguntas aos alunos como, se eles sabiam e lembravam onde iniciaram o

primeiro ponto dando continuidade a essa composição, alguns lembravam e outros

não. Essa atividade se estendeu mais que o tempo previsto, mais foi de grande

importância, pois eles demonstraram interesse e muita criatividade. Durante a

realização dessa atividade ficou claro o interesse dos alunos pelo assunto

apresentado. (Figura. 20 e 21)

Fig. 20- Criando com o ponto 01 Fig. 21- Criando com o ponto 02 Foto- Arquivo do autor Foto- Arquivo do autor

Para os alunos dessa turma esse assunto não era novidade, então não

encontraram grandes dificuldades em concluir o trabalho. Vale frisar que entre os

educandos que frequentavam essa turma, havia uma aluna de inclusão com baixa

coordenação motora que precisava de ajuda individual para realizar parcialmente as

atividades.

A partir dai então foram apresentadas atividades, com mais recursos

pedagógicos e tecnológicos. Passou-se a ser utilizadas imagens de obras de arte

para embasar as atividades e assim chamar mais a atenção dos educandos que em

todas as aulas participavam, fazendo perguntas e trazendo materiais para melhor

executar as práticas.

A partir de slides, foi apresentada a biografia do artista Vik Muniz e algumas

imagens de obra de arte de sua autoria, para que eles conhecessem um pouco de

sua vida. Frisando que o artista trabalha com o lixo para criar suas obras e que já

criou um documentário que concorreu ao Oscar. Em seguida foi apresentada a

imagem da obra “Monalisa Dupla” e dessa vez os alunos começaram a falar sobre a

30

obra mesmo sem serem questionados, ficaram impressionados com aquela imagem.

Aproveitando o momento os alunos foram organizados em dupla e convidados a

usar materiais alternativos para produzir as suas Monalisas, com cartolinas, jornais,

papel higiênico, revistas para recorte, iniciaram a produção. Para melhor organizar o

espaço foram orientados a primeiro criar o desenho para em seguida iniciar a

colagem. Mesmo se tratando de adolescentes a insegurança ao desenhar ficou

visível, a professora precisou parar e conversar várias vezes com os alunos,

explicando que o objetivo não era a cópia e sim as possibilidades de trabalhar

conforme o artista trabalha. Assim os educandos ficaram mais seguros e

demonstraram mais interesse e mais criatividade, ao mesmo tempo em que os

mesmos produziam comentavam sobre a forma e os materiais que o artista utiliza.

(Figura. 22 e 23)

Fig. 22- Desenho e colagem 01 Fig. 23- Desenho e colagem 02 Foto- Arquivo do autor Foto- Arquivo do autor

A figura a seguir mostra a atividade da aluna de inclusão que frequenta essa

turma citada anteriomente. (Figura. 24)

Fig. 24- Trabalho aluna de inclusão Foto- Arquivo do autor

Para melhor identificar os tipos de linhas à professora fez uma espécie de

teste com os alunos onde foram desenhados tipos de linhas na lousa e em seguida

os educandos precisavam falar o nome da linha. O que se pode perceber que ainda

na 8ª série os mesmos ainda apresentam dificuldade em identificar a linha horizontal

e vertical. Foram desenhadas linhas retas, horizontal, vertical e diagonal, curvas,

31

quebradas, sinuosas, onduladas, pontilhadas, etc. Para a prática foram distribuídas

folhas sulfite para que alunos desenhassem uma composição com linhas de todos

os tipos e cores com canetas coloridas para esclarecer aos alunos que a linha é uma

continuidade do ponto e assim despertar a curiosidade de cada um, levando a

desenvolver com mais interesse as atividades. (Figura.25,26 e 27)

Fig. 25- Trabalhando com linhas 01 Fig. 26- Trabalhando com linhas 02 Foto- Arquivo do autor Foto- Arquivo do autor

Fig. 27- Trabalhando com linhas 03 Foto- Arquivo do autor

A atividade foi concluída com sucesso, ainda que depois do tempo previsto,

os trabalhos foram expostos em um dos murais da escola formando um grande

painel.

Para dar continuidade as atividades e com o objetivo de evidenciar as linhas, o

artista apresentado como base foi Wassyli Kandinsky com suas obras abstratas,

onde os olhos se deixam levar pelas linhas organizadas e pelas sempre presentes

cores primárias.

No site www.slideshare.net, pioneiro da arte abstrata, Kandinsky é um nome

imprescindível da arte moderna. Nascido em Moscou em uma família bem

estabelecida, estuda música e desenho em sua juventude. Cursou direito e

economia, mas abandonou a carreira jurídica para dedicar-se à pintura. Aos 30

anos, decidiu tornar-se artista após admirar uma obra de Monet e de se sensibilizar

pela sinfonia de cores da ópera Lohengrin, de Richard Wagner.

32

Em sua busca espiritual, alcançou a abstração de sua pintura, que tinha como

base a possibilidade expressiva das formas e das cores. A síntese com a música, a

correspondência entre sons e cores, foi fundamental no processo.

O abstracionismo, inaugurado por Kandinsky por volta de 1910, tem como

pressuposto básico a realização de uma arte independente do mundo externo e da

realidade visível, ou seja, uma obra composta apenas por elementos puros, como as

formas, as linhas e as cores.

Para melhor apresentar o artista foram organizados slides e junto um video

onde conta toda a vida e obra do mesmo. Os alunos tiveram a oprtunidade de

conhecer bem o trabalho do artista, de comentar sobre as obras do mesmo, da

forma que ele organizava as lihas, entender um pouco mais sobre o desenho

abstrato e o melhor, escolher uma obra para servir com base em uma atividade

prática.

A partir da imagem que representa uma praça numa pequena cidade da

Alemanha, chamada “Marienplatz” escolhida pelos alunos, realizaram uma atividade

em duplas onde recebiam um suporte de cor azul e nele desenhavam com base na

obra. Para finalizar utilizaram barbantes coloridos para compor a mesma. Essa

atividade foi aplicada com o objetivo de possibilitar novas descobertas das

linguagens visuais através de imagens. (Figura. 28 e 29).

Fig. 28- Variando suportes Fig. 29- Contorno com barbante Foto- Arquivo do autor Foto- Arquivo do autor

Com o objetivo de apresentar um poco mais sobre textura para os alunos foi preparado

um texto do livro Arte e Caminhos que falava da textura gráfica e tamebém um exemplo

prático desse tipo de textura, feito com pedaços de tecidos de diversas estampas

colados sobre uma parte do suporte retângular. Não demorou e surgiu a primeira

pegunta: o que faremos na outra parte do papel? A partir dai foi explanada a atividade,

onde os alunos formaram duplas e receberam como suporte pedaços de cartolina. Em

seguida foram orientados a dividir o suporte ao meio com um traço e colar pedaços

33

quadrados ou retangulares de tecidos sobre o mesmo. Para concluir o trabalho tiveram

como desafio, desenhar as estampas dos tecidos o mais parecido pssivel e colorir com

lápis de cor. (Figuras.30 e 31)

Fig. 30- Textura com tecidos 01 Fig. 31- Textura com tecidos 02

Foto- Arquivo do autor Foto- Arquivo do autor

A explanação da atividade ficou clara, a grande maioria entenderam e produziram

de acordo com o que foi proposto. Ao mesmo tempo que o aluno produz, faz investigação

das propriedades táteis dos elementos visuais, testando a imaginação e as possibilidades

criativas de cada um, aprende a observar com mais facilidade e clareza tudo o que

envolve a arte, e também identificar formas, traços, pontos e cores existentes nesse tipo

de textura.

Para encerrar as atividades com essa turma, foi reservado um momento para cada

aluno falar sobre as produções, sobre o que mais gostou, e também para esclarecer

eventuais duvidas sobre o assunto estudado. Também foram aváliados os trabalhos junto

com a professora de arte da turma. Alugumas atividades expostas em murais da escola

foram retirados e devolvidos para os mesmos. (Figura. 32, 33 e 34)

Fig. 32- Mural 01 Fig.33- mural 02 Fig.34- Mural 03 Foto- Arquivo do autor Foto- Arquivo do autor Foto- Arquivo do autor

3.4 POSSIBILIDADES PARA TRABALHAR COM AS LINGUAGENS VISUAIS NO

ENSINO MÉDIO.

34

O arte-educador precisa estar preparado para encarar novos desafios todos

os dias, devido a falta de conhecimento que ainda permeia os ambientes escolares.

Para trabalhar com arte no ensino médio é necessário usar de metodologias práticas

e inovadoras, pois nessa fase se torna bem mais difícil chamar a atenção dos

mesmos não só para o ensino da arte, mas para outras disciplinas também.

O que se propõem aqui então são atividades focando elementos básicos para

direcionar o ensino da arte, frisando que nessa etapa o objetivo é continuar

exercitando o olhar dos educandos tornando-os menos subjetivos e mais críticos, a

partir da releitura de imagens e da op-art dando ênfase nos elementos da linguagem

visual.

No site artesatividades.blogspot.com, releitura é ler novamente, é uma nova

interpretação, feita com estilo próprio, mas sem fugir ao tema original. Não podemos

confundir releitura e cópia. A cópia é uma mera reprodução. Já a releitura cria,

transforma. Reinterpreta algo, reconstruindo em outro contexto um novo sentido.

Para realizarmos uma releitura, partimos da obra original, criando um novo trabalho.

Uma boa releitura irá depender de uma boa compreensão na leitura da obra,

pois é preciso interpretar bem aquilo que se vê e exercitar a criatividade. Ao recriar

uma obra não é necessário empregar a mesma técnica usada pelo artista na obra

original. O mais importante é criar algo novo que tenha um elo com a fonte que

serviu de inspiração. Este recurso esta presente em todas as manifestações de Arte.

Para melhor desenvolvimento das atividades no primeiro contato com os

alunos foram apresentados slides falando sobre ponto, linha, textura,forma, cor,

espaço e proporção.

Dessa forma também foi explicado cada elemento visual. Que o ponto ponto é

a unidade de comunicação visual mais simples, que pode ser avistado nos

elementos líquidos e solídos mesmo com baixa definição. Devemos pensar nesse

elemento como ponto de referência. Para iniciar a conversa com os educandos

sobre os elementos visuais foi utilizada imagens de obras, falou-se sobre o pintor

francês Georges Seurat, que formulou um estilo pròprio de pintar seus quadros

denominado Pontilhismo. A técnica consiste em compor uma imagem através de

diversos pontinhos na tela, aplicados com o pincel. Quando se observa de longe, o

olho humano faz a junção dos pontos e enxerga a imagem completa.

A obra apresentada aos alunos foi “Tarde de Domingo na Ilha de Grande

Jatte”, de 1884, considerada a obra-prima de Seurat, é reconhecida como uma das

35

composições mais complexas utilizando a técnica do pontilhismo. O pintor retrata

uma cena de um parque numa das ilhas do Rio Sena, com pessoas passeando à

beira do rio.

A atividade consistia em observar atentamente a imagem, tentando descobrir

os elementos visuais como, ponto, linhas, texturas, formas e cores presentes na

imagem. (Figura. 35)

Fig.35–“Tarde de Domingo na ILha Grande Jatte”

Foto- Arquivo do autor

Essa aula foi satisfatória, pela empolgação dos alunos, estendeu-se o tempo

previsto com comentários dos mesmos sobre a imagem, mostrando seus cadernos

que haviam trabalhado em aulas anteriores com atividade semelhante. Então a

professora estagiária frisou que essa imagem seria para eles terem ideias sobre o

ponto e outros elementos da linguagem visual que trabalhariam nas próximas aulas,

deixou claro que outras imagens também seriam importantes para a observação,

para melhor perceber uma intensidade de linhas e cores que ajudariam na criação

de suas atividades. Enfim, foi explicado com clareza aos educandos a importância

dos elementos visuais nas obras de arte.

Para melhor embasar essa etapa de atividades, nesse momento foi

evidenciado as linhas de Wassily Kandinsky com apresentação de sua vida e obra

para os alunos a partir de slides.

Os comentários começaram depois de leitura e observação de imagens do

artista, houve comparações da obra vista anteriormente do artista Georges Seurat

onde ficava evidente o ponto, e agora ficava claro nas imagens de Wassily

Kandinskiy a predominância das linhas e também a presença do ponto. A obra para

embasar a atividade prática foi apresentada. “Sobre Ponto”. Novamente estendeu o

tempo previsto pelo numero de comentários sobre a imagem, o que deixe claro o

interesse pelo assunto apresentado.

36

Encerrados os comentários os alunos recebem papel canon e iniciam a

primeira aula prática cada um precisa fazer esboços da imagem e se utilizando de

tinta guache, lápis de cor e tinta relevo precisavam colorir a sua produção. Depois de

concluir a atividade mais uma vez os educandos foram convidados a falar sobre o

que produziram. Sem dificuldade conseguiam identificar os elementos estudados,

sendo instigados a falar cada vez mais o nome das linhas, onde estavam presentes

os pontos, a textura. E para encerrar foram questionados com a seguinte pergunta:

Qual seria o papel das cores nessas produções? A maioria dos alunos responderam

que para eles a cor completa as linhas e o ponto, sem a cor os outros elementos não

se destacariam. (Figuras. 37 e 38)

Fig.36- Produção pronta Fig.37- Produção em andamento Foto- Arquivo do autor Foto- Arquivo do autor

Sem dúvida, a cor não só completa a obra de arte, ela nos completa, ela dá

vida aos nossos ambientes, a roupa que vestimos, ao sapato que calçamos, ao

carro que nos conduz ela é indispensável.

A proposta selecionada em seguida, envolve outros artistas, que fizeram parte

do movimento artístico denominado “Op-art”.

No site www.infoescola.com, a Op-art é um movimento artístico que combina

figuras geométricas, sobre tudo em preto e branco, causando a noção de movimento

na tela. Quando o observador da tela muda de ponto de observação, há a impressão

que o traço da obra sofre transformações. Esta arte amadureceu durante profundas

pesquisas relacionadas a sensações ópticas na década de 60. A primeira exposição

de telas pertencentes a este movimento ocorreu em 1965. “Op-art” é um termo que

provém do inglês (optical art), em português, “arte óptica”. Os principais artistas

deste movimento são Alexander Calder e Victor Vassarely.

Além de falar sobre esse movimento artístico, foram apresentadas imagens

de obras do artista Victor Vassarely em forma de slides, em seguida foram

distribuídas folhas sulfites, sobre orientação iniciaram a atividade que consistia em

37

usar pontos e linhas de todos os tamanhos, de modo que provocassem ilusão de

ótica e sensação de profundidade usando como material somente o lápis grafite,

tendo que deixar o trabalho em preto e branco. Terminada essa atividade cada aluno

colocou o trabalho concluído sobre o chão da sala formando um grande painel pra

que todos pudessem ver e comentar sobre as semelhanças e diferenças provocadas

com a ilusão de ótica. Ficou visível a curiosidade de cada um sobre as produções,

cada um tentando entender a seu modo os efeitos produzidos. As atividades foram

fotografadas e expostas. (Figura. 38 e 39)

Fig.38- Trabalho Op-art Fig.39- Mostra Op-art

Foto- Arquivo do autor Foto- Arquivo do autor

Para encerrar as atividades com os alunos do ensino médio foi desenvolvida

uma atividade envolvendo texturas, onde foram colocados vários exemplos desse

elemento e onde podemos encontra-los, tanto na natureza quanto produzidas pelo

homem. Cada aluno precisou identificar um tipo de textura, primeiro somente

falando, em seguida aproximava-se do objeto apontado com papel e giz de cera

tiravam uma cópia da textura e falavam se era áspera, rugosa, lisa ou ondulada.

Para essa aula os alunos selecionaram os tecidos que representavam

texturas, recortaram em pedaços do mesmo tamanho colando no papel canon,

agrupando-os. Ao colarem diversos tipos de tecidos, estariam representando a

textura gráfica. A aula agradou os educandos, pois todos puderam dar ideias e

expressar o que sentiam. O trabalho foi realizado em duplas, juntos puderam

observar os colegas no momento da colagem dos retalhos e assim puderam

enriquecer seus trabalhos. Finalizado as atividades, os trabalhos foram colados lado

a lado sobre a parede da sala formando um painel para apreciação dos mesmos.

(Figura. 40 e 41)

38

Fig.40- Textura gráfica 01 Fig-41- Textura gráfica 02 Foto- Arquivo do autor Foto- Arquivo do autor

Seguindo a mesma estratégia o espaço ficou aberto para comentários. Ficou

claro a visão adquirida pelos alunos, a forma em que comentavam, a forma que os

mesmos olhavam para os trabalhos concluídos. Fica a certeza de que não apenas

essa atividade, mas também as anteriores contribuíram para melhorrar o olhar sobre

a arte no ensino médio.

39

CONCLUSÃO

Ao encerrar essa etapa, sinto-me feliz em ter cumprido com sucesso o que foi

proposto.

Essas propostas foram elaboradas a partir de estudo e de pesquisa, pois para

se considerar um educador, é preciso ter consciência plena que o aprendizado é

continuo e muitas vezes árduo.

O desafio partiu da educação infantil, onde a arte não é considerada disciplina

específica e tudo ainda é novidade. As propostas visavam à experimentação

focando os elementos da linguagem visual a partir da releitura de imagem. As

atividades foram bem aceitas, onde ficou visível a aceitação dos educandos durante

a aplicação. As atividades foram realizadas dentro do tempo previsto.

Nas séries iniciais onde a disciplina faz parte da grade escolar, tudo

aconteceu de forma satisfatória, às propostas foram bem aceitas pelos alunos e pelo

corpo discente da escola. Durante essa etapa de atividades foram apresentadas

propostas instigantes para apresentar os elementos da linguagem visual, elementos

fundamentais para o aprendizado em arte.

Durante a aplicação do estágio nas séries finais o foco também foram os

elementos da linguagem visual sempre relacionado com imagens de artistas para

sanar dúvidas dos educandos. As atividades foram desenvolvidas de acordo com a

proposta e em certos casos até superou a expectativa quanto à produção dos

alunos. Para melhor desenvolver as atividades a escola disponibilizou recursos

pedagógicos e tecnológicos.

Durante a realização do estágio no ensino médio, surgiram algumas

dificuldades, como a limitação de materiais na escola, dificuldade para agendar o

uso de materiais tecnológicos. A proposta chamou a atenção dos educandos, sendo

a etapa onde os alunos mais se envolveram com as imagens.

As propostas contidas nesse relato foram destacadas conforme cada

situação, observando a estrutura física e corpo discente de cada escola, respeitando

o meio em que vivem e o nível de conhecimento dentro do ensino da arte. Em todas

as etapas os objetivos foram alcançados de acordo com as possíveis limitações.

O que foi proposto neste trabalho foram possibilidades para aproximar cada

vez mais os educandos com a arte.

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REFERÊNCIAS

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