Post on 01-Dec-2018
i
UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO-SENSU
MESTRADO EDUCAÇÃO FÍSICA
O Voleibol e seu significado:
Uma análise à luz da Teoria da Motivação para a Realização
Marco César Agnello
São Paulo
2009
ii
UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO-SENSU
MESTRADO EDUCAÇÃO FÍSICA
O Voleibol e seu significado:
Uma análise à luz da Teoria da Motivação para a Realização
Marco César Agnello
Dissertação apresentada ao programa de Mestrado em Educação Física da Universidade São Judas Tadeu como requisito para obtenção do título de Mestre em Educação Física.
Orientadora: Profª Drª Maria Regina Ferreira Brandão
iii
Agnello, Marco César
O voleibol e seu significado: uma análise à luz da teoria da
motivação para a realização / Marco César Agnello. - 2009.
101 f. ; 30 cm
Orientador: Maria Regina Ferreira Brandão Dissertação (mestrado) – Universidade São Judas Tadeu, São
Paulo, 2009.
1. Voleibol. 2. Esportes - Aspectos psicológicos. 3. Motivação
iv
AGRADECIMENTOS
Neste momento de extrema importância em minha vida, gostaria de agradecer algumas
pessoas que colaboraram e me apoiaram durante esta jornada.
Agradeço a minha Orientadora Profª Drª Maria Regina Ferreira Brandão, que além de
me orientar nos estudos com sua dedicação, atenção e respeito é um exemplo de profissional a
ser seguido.
Agradeço aos professores Dr. Daniel Presoto e Drª Isabel Coelho Mola, membros da
banca examinadora, pela colaboração na estruturação deste estudo.
A Universidade São Judas Tadeu, através do Programa de Mestrado em Educação
Física pela oportunidade oferecida.
A todos os professores e amigos que tornaram possível essa realização.
A Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), Comissão Técnica e a equipe feminina
da categoria juvenil pelo apoio na execução desse estudo.
Principalmente aos meus pais, Guaracy e Maria Aparecida, responsáveis por uma vida
familiar com muito amor e respeito em todos os momentos.
E um agradecimento especial a minha esposa Cintia e meus filhos Leonardo e Caio,
pelo apoio e compreensão diante das dificuldades.
v
SUMÁRIO
LISTA DE QUADROS ............................................................................................................. vi
LISTA DE TABELAS ............................................................................................................. vii
LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................. viii
RESUMO ................................................................................................................................... x
ABSTRACT .............................................................................................................................. xi
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO ............................................................................................... 1
1.1 Desenvolvimento do Tema ............................................................................................. 1
1.2 Objetivos ...................................................................................................................... 5
1.3 Justificativa .................................................................................................................. 5
1.4 Delimitação do estudo ................................................................................................. 8
CAPÍTULO 2 - REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................ 9
2.1 Esporte Juvenil e Alto Nível ........................................................................................ 9
2.2 O Voleibol .................................................................................................................. 13
2.3 Voleibol e Psicologia ................................................................................................. 18
2.4 Motivação .................................................................................................................. 22
2.5 Teoria da Motivação para a Realização ........................................................................ 27
CAPÍTULO 3 - MÉTODO ....................................................................................................... 36
3.1 Princípios Norteadores do Estudo .................................................................................. 36
3.2. Amostra .................................................................................................................. 36
3.3 Instrumento e Procedimento ...................................................................................... 37
3.4 Análise dos Dados ......................................................................................................... 38
CAPÍTULO 4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................... 40
CAPÍTULO 5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 54
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 56
vi
LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Componentes da Teoria da Motivação para Realização ....................................... 27
vii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - O que significa o Voleibol para você e o que significa ser uma jogadora da Seleção
Brasileira de Voleibol? ............................................................................................................. 42
Tabela 2 - Qual (quais) era (eram) sua (s) meta(s) como jogadora de voleibol? ..................... 44
Tabela 3 - Como você se prepara para conquistar e atingir suas metas?.................................. 46
Tabela 4 - Como você enfrenta os desafios e frustrações do seu esporte? .............................. 49
Tabela 5 - Quais as suas expectativas em relação à sua participação na Seleção Brasileira?..51
viii
LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Porcentagem de discursos nas diferentes categorias para a questão 1 ..................... 43
Figura 2 - Porcentagem de discursos nas diferentes categorias para a questão 2 ..................... 45
Figura 3 - Porcentagem de discursos nas diferentes categorias para a questão 3 ..................... 47
Figura 4 - Porcentagem de discursos nas diferentes categorias para a questão 4 ..................... 49
Figura 5 - Porcentagem de discursos nas diferentes categorias para a questão 5 ................... 522
ix
LISTA DE ANEXOS
1. Termo de Consentimento da Instituição .......................................................................... 61
2. Entrevista ......................................................................................................................... 63
3. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ............................................................... 65
4. Ficha Biográfica.das Atletas ............................................................................................ 68
5. Transcrição das Entrevistas ............................................................................................. 70
6. Frases Levantadas nos Discursos .................................................................................... 85
7. Caderno de Campo .......................................................................................................... 96
x
RESUMO
O voleibol nos últimos anos vem se estruturando de forma cada vez mais eficaz, muitas equipes têm firmado parcerias com empresas, em busca de sustentabilidade de projetos esportivos, o que acaba por trazer uma maior exigência, principalmente, em termos do rendimento dos atletas na conquista de resultados. Cercado de desafios e superação o esporte de alto nível tem como finalidade principal a competição na qual se deve assegurar o máximo rendimento e a manifestação das potencialidades do atleta. Esse cenário faz com que os atletas passem por situações desgastantes e extremas em relação às capacidades físicas, técnicas, táticas e psicológicas. Nesse sentido, temos observado que os estudos realizados, relacionando o esporte e psicologia, têm alcançado grande importância atualmente, já que as demandas das rotinas de treinamento, inerentes ao esporte de alto rendimento exigem altas cargas de esforço dos atletas. Dentro deste contexto, muitos fatores físicos e psicológicos influenciam no seu rendimento. A motivação, ponto central desse estudo, é um dos principais fatores que contribuem para o rendimento de um atleta. Ela reflete os processos e fatores, dentre os quais as características de personalidade, suas metas e interesses e os fatores situacionais, que levam o indivíduo a realizar determinadas tarefas, com certo grau de intensidade e persistência. Assim, o objetivo desse estudo foi analisar e compreender qual o significado do voleibol na percepção das jogadoras integrantes da Seleção Brasileira e analisá-lo à luz da Teoria da Motivação para a Realização. Para tanto, foram avaliadas 14 atletas da Seleção Brasileira de voleibol, categoria juvenil feminino, convocadas pela CBV para a disputa do Campeonato Mundial no ano de 2009. As atletas foram avaliadas através de uma entrevista semi-estruturada, composta por 5 (cinco) questões que permitem respostas abertas, elaboradas especialmente para fins desse estudo, sendo que a análise foi realizada em 5 etapas: gravação; transcrição literal das entrevistas; levantamento de frases que tivessem relação com os objetivos do estudo; categorização e, análise das categorias. Os resultados mostraram que 302 frases foram levantadas dos discursos e que nove categorias surgiram dessas frases: Realização, Expectativa de Sucesso, Meio de Vida, Relacionamento, Emoção e Paixão, Divertimento, Evitar o Fracasso, Competência e Demandas. Observou-se que o significado do voleibol está relacionado à expectativa de sucesso, à capacidade da atleta em estabelecer metas e conquistá-las, através do esforço próprio e dedicação para enfrentar os desafios e dificuldades na realização. Foi interessante notar que em somente uma pergunta houve uma resposta referente às categorias Evitar o Fracasso. Isto nos leva a considerar que através dos resultados levantados que as atletas de alto rendimento desse estudo apresentam características que se relacionam com os comportamentos de indivíduos motivados para alcançar o sucesso, demonstrando alto nível de confiança e aspiração, desenvolvendo competências para enfrentar os desafios da vida esportiva, buscando constantemente a excelência e experimentando sentimentos de orgulho e satisfação.
Palavras chave: voleibol, motivação, significado e motivação para a realização
xi
ABSTRACT The volleyball in recent years has been built on a more efficient, many teams have signed partnerships with companies in search of sustainability of sporting projects, which ultimately bring greater demand, especially in terms of performance of athletes in the conquest of results. Surrounded by overcoming the challenges and high level sport has as main purpose the competition which should ensure the maximum yield and demonstration of the potential athlete. This scenario makes the athletes go through stressful situations and in relation to extreme physical, technical, tactical and psychological. Accordingly, we have found that studies by linking the sport and psychology, have achieved great importance today, as the demands of routine training, inherent in the sport of high performance require high loads of effort of athletes. Within this context, many physical and psychological factors influence their performance. The motivation, focus of this study is one of the main factors contributing to the performance of an athlete. It reflects the processes and factors, among which the personality characteristics, their goals and interests and situational factors, which lead the individual to perform certain tasks, with some degree of intensity and persistence. The objective of this study was to analyze and understand what the meaning of the volleyball players in the perception of members of the Brazilian National Team and analyze it in light of the Theory of Motivation for Achievement. Thus, 14 athletes were evaluated in the selection of Brazilian volleyball, youth female category, called the CBV for the World Cup competition in the year 2009. The athletes were evaluated using a semi-structured, consisting of five (5) questions that allow open answers, prepared especially for this study, and the analysis was performed in 5 steps: recording, verbatim transcription of interviews, survey of phrases that have relation with the objectives of the study, categorization, and analysis of categories. The results showed that 302 sentences were raised in speeches and that these sentences were nine categories: Achievement, Expectancy of Success, Half Life, Relationships, Emotion and Passion, Fun, Avoid Failure, Competence and Demand. It was observed that the meaning of the volleyball is related to expectation of success, the athlete's ability to set goals and conquer them through their own efforts and dedication to meet the challenges and difficulties in implementation. It was interesting to note that only one in question was a response regarding categories avoid failure. This leads us to conclude that the results raised by the athletes of this study show high performance characteristics that are related to behaviors of individuals motivated to achieve success, demonstrating high level of confidence and aspirations, developing skills to face life's challenges sports, constantly seeking excellence and experiencing feelings of pride and satisfaction.
Key words: volleyball, motivation, meaning and motivation to achievement.
1
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
1.1 Desenvolvimento do Tema
O voleibol brasileiro tem sido exemplo de estruturação, mas devemos salientar que
esse desenvolvimento teve maior ênfase, a partir da fundação da Confederação Brasileira de
Voleibol (CBV) em 1956 sendo que a primeira participação brasileira em mundiais ocorreu
em 1960 no Brasil. A evolução foi interessante, pois, até a década de 70 apesar de o Brasil
possuir a hegemonia sul-americana masculina e dividir com o Peru a feminina, não tínhamos
destaque em competições de maior nível (BOJIKIAN, 1999). O vice-campeonato olímpico da
Seleção Masculina em Los Angeles 1984, foi a primeira conquista marcante. A persistência e
o planejamento, oito anos mais tarde, possibilitaram a conquista da Medalha de ouro em
Barcelona (1992), feito esse, que foi reeditado em Atenas 2004 com a conquista do Bi-
campeonato Olímpico, além dos títulos da Copa do Mundo 2003, Liga Mundial 2005, 2006 e
2007, no masculino e Campeão Sul-americano em 2001, 2003 e 2005 no feminino adulto, no
juvenil feminino sagrando-se hexacampeã 87, 89, 2001, 2003, 2005 e 2007 e recentemente a
maior conquista do voleibol feminino, sagrando-se Campeão Olímpico em Pequin 2008.
O esporte e, em especial, o voleibol sempre estiveram presentes na minha vida escolar
de forma bastante intensa e, esse fator, dado à grande identificação que tive com essa
modalidade acompanhando sua evolução inicial, foi preponderante e decisivo quando optei
pela carreira de professor de educação física, mas, embora tenha sido levado a ingressar na
carreira influenciado por essa relação com o voleibol, não imaginava como minha trajetória
2
como professor e técnico da modalidade seria tão gratificante. Atuei com crianças e jovens,
desde a iniciação até a categoria juvenil, em colégios e clubes da Cidade de Guarulhos. Os
locais de treinamento e de competições nem sempre ofereciam condições ideais para a
realização de um trabalho adequado, e era tarefa difícil manter a motivação dos jogadores, já
que os desafios eram grandes. O voleibol era uma oportunidade única, que os jovens tinham,
de conviver e conhecer um mundo além de sua comunidade e de realizar pequenas, mas
importantes conquistas para o seu aprendizado e evolução.
Observava que muitos daqueles jovens se destacavam pela enorme força de superação,
e percebi então que o voleibol tinha importante papel em suas vidas, como fora para mim
mesmo. A satisfação, o sentimento de competência, de sentir orgulho de ser admirado,
despertava reações que faziam com que aqueles jovens se dedicassem com persistência ao
esporte.
O voleibol brasileiro apresenta uma estrutura geral, onde se percebe um processo de
preparação de muitos anos, assegurando atenção especial não só para as seleções adultas que
representam o Brasil em eventos de alto nível, mas garantindo igual tratamento para as
categorias de base (infantil, infanto-juvenil e juvenil) que, são responsáveis pela sustentação
do constante processo de renovação do voleibol nacional.
Atualmente o apoio da ciência no controle do bem estar clinico, emocional e social, dá
ao esporte moderno e ao atleta maior subsídio para um trabalho sistematizado, através de
planejamentos que consideram a importância da orientação científica do treinamento desde a
etapa da iniciação, especialização até a chegada ao alto nível, respeitando as peculiaridades
das diferentes etapas.
3
Portanto as conquistas e os bons resultados são reflexos dessa estruturação, do
planejamento, e do aporte de investimentos na estrutura esportiva, deve-se, sobretudo à
implantação do Centro de Desenvolvimento do Voleibol, na Cidade de Saquarema, Rio de
Janeiro. Complexo que reúne equipamentos de ultima geração, formação de técnicos, apoio
médico, de fisioterapeutas, de psicólogos e todos os procedimentos que devem ser utilizados
na busca da excelência no esporte de alto rendimento, que exige uma preparação completa da
atleta, já que existe grande equilíbrio entre as principais escolas do voleibol mundial.
Esses aspectos, aliados às transmissões dos jogos e a presença da mídia,
provavelmente, contribuíram para a fixação do esporte fazendo o voleibol ser considerado a
segunda modalidade esportiva mais atraente na preferência do brasileiro, atrás apenas do
futebol, tornando-se podemos afirmar, uma grande mania nacional.
O contexto descrito faz com que jovens sonhem com a expectativa de alcançar o
objetivo maior no esporte de alto rendimento, que é sem dúvida a representação da sua nação,
faz com que esses jovens atletas afastem-se de suas famílias e amigos, tenham seus hábitos e
rotinas modificadas, usufruindo do lazer não da mesma forma que pessoas da mesma idade,
mas com o objetivo de se dedicar exclusivamente, a rotinas intensas e desgastantes de
treinamento. Não bastasse isso, a atleta deve estar preparada para lidar com a influência
exercida pelos meios de comunicação, com a fama e responsabilidades que compõem a
carreira de uma atleta de alto nível, que seja reconhecido como ídolo e personalidade pública,
e que seja tratado como referência por jovens e adultos.
Nesse panorama, para Bizzocchi (2004), é fundamental entender a psicologia no
voleibol como ferramenta importante na obtenção de resultados que o alto nível cobra
diariamente. A motivação tem papel fundamental neste processo, e tem sido debatida e
4
estudada por profissionais e pesquisadores da área da psicologia esportiva, que tentam
entender cada dia de forma mais aprofundada os aspectos motivacionais do esporte.
Segundo Murray (1978), motivação é um fator interno que inicia, dirige e integra o
comportamento de uma pessoa, de modo que não é algo que possa ser diretamente observado,
mas inferido através do comportamento do indivíduo e pela energia despendida dirigida a um
objetivo ou meta.
Surgiu então a necessidade de compreender as particularidades de um processo de
treinamento, a motivação dentro desse contexto esportivo e o interesse em pesquisar, de forma
cientifica, um melhor entendimento das questões psicológicas no esporte de alto rendimento.
Os profissionais da Educação Física e especialistas envolvidos, devem aplicar todo o
seu conhecimento em relação a aspectos físicos, técnicos e emocionais da iniciação até o alto
nível, na busca da excelência e superação da performance de seus atletas e equipes.
Diante do exposto, esta dissertação tem os seguintes objetivos:
5
1.2 Objetivos
Objetivo Geral
Analisar e compreender o significado do voleibol na percepção das jogadoras da
Seleção Brasileira de Voleibol Juvenil Feminino, e analisá-lo à luz dos princípios da Teoria da
Motivação para a Realização.
Objetivos Específicos
* Analisar e compreender como as jogadoras se preparam na busca pelo sucesso
dentro do contexto esportivo.
* Analisar e compreender a percepção das atletas em relação ao nível de aspiração no
contexto esportivo.
* Analisar e compreender como as atletas se preparam para alcançar suas metas e
enfrentar os desafios e obstáculos do esporte.
* Analisar e compreender como as atletas reagem diante do sucesso ou do fracasso na
realização.
1.3 Justificativa
O planejamento de treinamento de atletas brasileiros, que por muito tempo baseou-se
em experiências e instrução de treinadores alicerçados pelo método das “tentativas e erros”,
passou a ser substituído por pressupostos mais objetivos, fortalecidos pelas pesquisas com
bases cientificas de treinamento (ZAKHAROV, 1992).
6
O Brasil vem apresentando desde a década de 80, resultados expressivos em nível
internacional nas categorias de base (infanto-juvenil e juvenil). Em 1987 a Seleção Brasileira
Juvenil, sagrou-se Campeã Mundial (na Coréia) e em 1989, conquistou outros dois títulos, no
primeiro Campeonato Mundial Infanto-juvenil, realizado no Brasil, a equipe Brasileira foi
Vice Campeã Mundial e a equipe Juvenil Brasileira foi Bi - Campeã Mundial, no Peru,
conquistando posteriormente todos os títulos mundiais que disputou até o hexa - campeonato
em 2007.
A estrutura do processo de treinamento, o trabalho multidisciplinar, a sistematização
do treinamento, a evolução tática individual e coletiva, a evolução física, a integração social,
os cuidados com a qualidade de vida, a saúde de nossas atletas e o equilíbrio emocional
durante uma competição, são pontos que devem nortear um treinamento moderno.
Procura-se na formação de uma jogadora cuidar em promover uma melhora no seu
desenvolvimento como um todo, buscando uma maior versatilidade e utilizando o desporto
como promotor da integração social do individuo (RIZOLA, 2003).
Bizzocchi (2004) destaca que o progresso da evolução física e técnica deverá
manifestar-se no domínio pleno e cada vez mais apurado dos seus fundamentos e recursos; o
desenvolvimento tático exigirá, de forma crescente, que a jogadora se torne o mais versátil
possível. Entende-se que cada vez mais a jogadora deve analisar o jogo em todas as suas
fases, tendo equilíbrio emocional para superar as dificuldades da partida.
Motivar atletas tem sido tema de grande interesse e controvérsia para os envolvidos no
esporte de competição. O treinador, atleta e psicólogo do esporte todos trabalham muito a fim
de motivar e estar motivados, na expectativa de melhorar e obter bons resultados.
7
As exigências do esporte de alto rendimento são intensas, a popularidade conquistada,
a busca incessante pela superação coloca as atletas em situações extenuantes, e o fato é que a
atleta é a personagem principal no contexto esportivo e deve ser tratada com importância
destacada dentro da planificação de treinamento humano devendo estar preparada e motivada,
de tal forma que seu desempenho possibilite enfrentar os desafios e conseguir realizar suas
tarefas.
Dentro da perspectiva do alto rendimento, a competição é a expressão máxima do
esporte, onde o atleta supera adversários, supera seus próprios limites e testa suas
capacidades, os aspectos psicológicos, o trabalho do atleta e o trabalho do técnico formam um
triângulo. Mas o problema reside no fato que o treinador muitas vezes funciona como
psicólogo do esporte também, e o fato é que, alguns até conseguem desenvolver algum
conhecimento sobre o tema da motivação, mas sem dúvida há grande dificuldade sobre o
assunto e, além disso, os técnicos têm pouco tempo para as novas informações relativas às
estratégias motivacionais, em virtude da amplitude de atividades de preparação para as
funções normais que são inerentes ao técnico.
Diante do exposto, entendemos que o estudo seja bastante relevante, já que aborda
aspectos importantes para o profissional de Educação Física que atua no esporte e
especificamente no esporte de alto rendimento, pois a expectativa é de contribuir com nossa
parcela de colaboração para que o trabalho realizado no Brasil seja ponto de discussão para o
aperfeiçoamento do treinamento no Voleibol, desenvolvendo subsídios sobre motivação e um
melhor entendimento dos fatores de motivação dentro do curso normal de um planejamento
de treinamento, estabelecendo entre atleta e as orientações técnicas uma sintonia, e
simultaneamente um nível pessoal de rendimento. Desta forma atletas e técnico serão capazes
8
de usar os princípios motivacionais, em beneficio de seu rendimento e assim, completar a
lacuna entre a teoria e a prática.
1.4 Delimitação do estudo
Este estudo está restrito a análise psicológica do grupo de atletas que integrarão a
Seleção Brasileira de voleibol Juvenil feminino para a disputa do Campeonato Mundial em
2009.
9
CAPÍTULO 2
REVISÃO DE LITERATURA
No intuito de oferecer uma base teórica para melhor compreender os assuntos
abordados nesta investigação, este capítulo foi organizado em cinco subitens.
Inicialmente procuramos contextualizar a trajetória esportiva desde a iniciação na
modalidade até o alto nível, citando alguns aspectos importantes na sua prática. Na seqüência,
abordou-se o voleibol e suas estruturas e características, em seguida a relação psicologia e
voleibol, a motivação e por fim a Teoria da Motivação para a Realização.
2.1 Esporte Juvenil e Alto Nível
A Iniciação esportiva é o processo no qual o indivíduo adquire, desenvolve e
especializa técnicas de uma modalidade desportiva, sendo que essa é uma fase de grande
importância para que os futuros atletas possam experimentar as diferentes possibilidades de
atividades esportivas.
Para Filin (1996), a iniciação esportiva caracteriza-se como um importante pilar de
sustentação do jovem no esporte, devendo ser realizada conforme parâmetros técnicos de
ensino, possibilitando ao jovem a passagem à etapas subseqüentes dentro do treinamento
esportivo.
Sendo assim os aspectos que envolvem o treinamento desportivo que é a prática
esportiva de maneira sistemática com complexidade progressiva em suas ações e
fundamentos, deve ser entendido como um processo global, desde a etapa de iniciação até a
10
chegada ao esporte de alto rendimento, obedecendo a um planejamento que deve ser
adequado de acordo com as etapas de aprendizagem e faixa etária dos atletas (WEINECK,
1999). Para o autor o planejamento de equipes esportivas pode ser dividido em três etapas que
seguem critérios específicos de treinamento, ajustando-se à faixa etária e às alterações físicas
e sociais que se manifestam no indivíduo. Desta forma estabelece que a etapa de iniciação
esportiva é a que abrange a faixa etária dos 10 aos 14 anos, dos 15 aos 19 denomina iniciação
do alto nível e acima de 20 anos considera a etapa de alto nível especificamente.
Sendo assim, entende-se que os conteúdos devam ser ensinados respeitando-se as fases
de desenvolvimento das crianças e dos adolescentes, pois, cada etapa tem seu objetivo e
importância no contexto geral de aprendizagem e preparação e se forem comprometidas ou
negligenciadas, o atleta poderá ter dificuldades em alcançar o objetivo a que se pretende.
A planificação de treinamento deve ser alinhada pelas etapas anteriores, dentro de um
critério de avaliação e alcance de metas e resultados, facilitando a etapa seguinte. Desta forma
fica claro que o percurso até a chegada ao alto nível será realizado em longo prazo com base
em conceitos científicos de treinamento.
As condições de treinamento, a aprendizagem das habilidades motoras e
principalmente a dedicação e empenho do futuro atleta nas atividades realizadas trarão efeitos
positivos de uma iniciação eficiente, desde que conduzida por profissionais comprometidos e
capazes ampliando assim as possibilidades de almejar o esporte de alto rendimento. Os
treinadores devem estar atentos e conscientes que as tentativas de acelerar processos na busca
de resultados em curto prazo podem trazer sérias conseqüências, como abandono dos
treinamentos em razão da perda de motivação, estresse e lesões sucessivas.
11
Com base nisso Weineck (1996), afirma que a prática esportiva deve ser antes de tudo
sadia e salienta que o nível de desempenho exigido para o alto rendimento, poderá ser
atingido quando os fundamentos básicos forem desenvolvidos adequadamente na infância e
juventude, através de uma iniciação esportiva de qualidade e cercada de critérios.
Marques (2001) acrescenta que os planejamentos de treinamento esportivo de alto
rendimento para equipes adultas, continuam a ser utilizados no processo de preparação
esportiva de jovens, comprometendo os critérios de qualidade em treinamento desportivo.
Conforme Gouvêa (2005) sabe-se que esses jovens estão em pleno desenvolvimento
nos diferentes aspectos: físico, psicológico e cognitivo, o que deveria ser suficiente para
indicar que o treinamento abordasse adequadamente uma preparação diferenciada das que são
utilizadas para atletas adultos, valorizando a atividade, desenvolvida em bons centros e por
profissionais capacitados e com apoio da família. Por outro lado, isso está ligado além dos
modelos de treinamento que tem por objetivo identificar e estimular a aprendizagem e o
treinamento nessa atividade, também à individualidade e aos interesses dos atletas.
Nesse sentido a participação do jovem no esporte deve retratar os seus interesses, a sua
escolha, e muitas vezes esse fator não é levado em consideração e nem sempre tem relação
direta com o esporte, haja visto que o engajamento em programas esportivos pode passar pelo
envolvimento de familiares ou pessoas com diferentes interesses e os mais variados
conhecimentos.
Em estudo realizado Gill (1983) relata que quando se observa a criança e o jovem e
seu envolvimento esportivo percebe-se que na faixa etária de 07 até 11 anos aproximadamente
existe uma motivação extrínseca para a prática de atividades esportivas, já que, nessa fase de
introdução da criança no esporte, o pai parece ser a figura mais importante do processo de
12
iniciação esportiva. Dos 12 aos 17 anos a adesão a esta prática é guiada por uma motivação
intrínseca, pois é uma opção pessoal, nessa fase o próprio jovem tem a disposição em buscar o
esporte que, também, pode ser influenciado pela família e amigos e também por uma
acentuada necessidade do jovem pertencer e ser aceito por um grupo ou pertencer a uma
equipe.
A autora identificou nesse estudo os motivos que envolvem e levam crianças e jovens
a praticar atividades esportivas e tentou desvendar como se dá essa questão no
comportamento, classificando-os em categorias, como afiliação, que inclui os motivos de
estar com os amigos, encontrar novos amigos, gostar do trabalho em equipe, gostar do espírito
de equipe ou pertencer a uma equipe. O jovem atleta também destaca os motivos de melhorar
as habilidades, aprender novas habilidades, ir para um nível maior, sendo que muitos
destacaram fatores onde estão incluídos os motivos de gostar do estímulo, gostar de ação,
gostar de competir, gostar de desafios e, sobretudo, os motivos de gostar de vencer, querer ser
famoso, fazer o que é bom, gostar de ganhar status social e financeiro.
Nos resultados Gill (1983), diagnosticou fatores que se relacionam diretamente ao
esporte de alto rendimento e que influenciam no sentimento de jovens que iniciam a atividade
esportiva e tem a expectativa de chegar ao esporte de alto nível, sendo este, portanto, um
grande impulsionador para que os jovens percebam, busquem e se envolvam com a prática de
uma modalidade esportiva, de forma regular e sistemática, que é o principal viés e caracteriza
o esporte de alto rendimento.
Portanto, o profissional precisa estar atento ao grupo, pois nem todos encontram prazer
na prática de determinadas atividades e isso, por vezes isto pode acontecer em razão do alto
nível de exigência do técnico ou mesmo ao contrário, pelo baixo nível de atividades
13
relacionadas ao nível de habilidades daqueles que estivessem mais adiantados no seu
desenvolvimento físico (MACHADO, 1997).
Entende-se que é necessário para haver um bom desenvolvimento das etapas de
treinamento esportivo, aceitação e melhor aprendizagem das atividades físicas, um programa
relacionado com os interesses dos indivíduos que participam dessas atividades, levando em
consideração os fatores que motivam o adolescente em seu dia-a-dia, e essa motivação pode
ser classificada como intrínseca ou como extrínseca e, será influenciada pela maneira do
indivíduo se relacionar, perceber e atuar no ambiente, ou seja, os relacionamentos diários, o
entendimento de cada momento e situação e sua forma de atuação serão determinantes do
comportamento. Sendo assim, cabe aos profissionais não só a demanda do domínio técnico,
mas também a capacidade para motivar e orientar adequadamente a prática esportiva, tendo a
responsabilidade de manterem essa motivação ao prepararem sua aula ou treinamento, com
base em princípios éticos de treinamento, que levem em conta os aspectos físicos, cognitivos
e psicológicos.
2.2 O Voleibol
Segundo Bojikian (1999) o voleibol chegou ao Brasil por volta de 1917, em 1938 e
1942 respectivamente foram criadas a Federação do Rio de Janeiro e a Federação Paulista de
Voleibol. A Confederação Sul-americana de Voleibol fundada em 1946 organizou no Brasil
no ano de 1951, o 1º Campeonato da América do Sul, vencido pelas equipes brasileiras tanto
no masculino como no feminino. A Federação Internacional de Voleibol (FIBV) foi
constituída em Paris 1947, sendo que o 1º campeonato mundial foi realizado em Praga na
Checo - Eslováquia, e o inicio da modalidade nos jogos olímpicos foi aprovado em 1961
14
sendo efetivado em Tóquio 1964, com a URSS sendo a primeira equipe Campeã Olímpica no
masculino e o Japão no feminino.
Nos últimos anos, foi o esporte que mais se desenvolveu em nosso País, possivelmente
em virtude das conquistas internacionais de nossas seleções, espaço na mídia, notoriedade, o
surgimento de novos ídolos e sucesso, que trouxeram ao conhecimento do público suas
características de jogo, fatores esses que atraíram o marketing esportivo e investidores,
aliados também ao processo de popularização que foi desencadeado pela Confederação
Brasileira e Federações tornando-o dessa forma, uma modalidade em destaque.
Para Rizola (2003) a evolução estrutural da modalidade, possibilitou que a sua prática,
inicialmente recreativa, passasse para a esfera do treinamento esportivo, ganhando grande
espaço como esporte de competição. A riqueza de opções nas ações de ataque e defesa
despertam um grande interesse junto ao público.
Assim, o despertar do interesse pelo esporte, o gostar da atividade passa por várias
esferas e a tarefa de ensinar deve ter total prioridade no processo de treinamento do voleibol
ao longo das etapas de aprendizagem (Marques, 2001).
O voleibol é considerado por muitos profissionais da área uma modalidade esportiva
composta de alto grau de complexidade, que evoluiu muito técnica e taticamente desde a sua
criação e que exige precisão na execução das habilidades. Anfilo (2003) destaca algumas
diferenças do voleibol em relação a outros esportes coletivos onde o atleta tem a possibilidade
de driblar, reter a bola e decidir a melhor ação. O limite máximo de três toques por equipe
requer uma habilidade técnica necessária para a perfeita execução dos fundamentos
específicos da modalidade e a troca de passes entre companheiros caracteriza o voleibol como
jogo esportivo de cooperação praticado por duas equipes, sendo o espaço de ação de cada
15
equipe separado por uma rede não havendo invasão, a luta pela posse de bola é realizada de
forma indireta, portanto, a movimentação dos jogadores, os deslocamentos exigidos em
quadra os movimentos laterais, recuos rápidos, passadas laterais e cruzadas, a organização do
bloqueio, o deslocamento e impulsão para o ataque são determinantes na conquista do ponto.
Em outras palavras a atuação coletiva se sobrepõe à individual, já que a bola não pode
ser retida, ou seja, o atleta não pode dominar a bola e decidir o gesto ou a melhor ação a ser
utilizada, devendo realizar o movimento em questões de segundos, no momento exato dentro
da relação espaço tempo, distância e velocidade de bola, sendo que esta deve ser passada
rapidamente para um companheiro da melhor forma possível, pois, um bom passe facilita um
bom levantamento que por sua vez deve proporcionar um ataque conclusivo.
Gouvêa (2005), afirma que outras particularidades do voleibol relacionam-se com o
terreno, com companheiros e adversários, com a especificidade na disputa pela obtenção do
ponto que seria a conquista e a defesa territorial que se realiza por meio do toque da bola no
campo do adversário ou no adversário, considerado como uma das metas do jogo
obedecendo-se a regras e a estrutura funcional associadas às questões técnicas e as ações
táticas da modalidade.
Dietrich et al. (1984, apud ANFILO, 2003) afirmam que o voleibol tem aspectos
comuns a todos os esportes coletivos, mas possui características complexas em relação às
outras modalidades e dessa forma para o ensino do voleibol deve-se partir do entendimento de
que essa modalidade coletiva apresenta situações técnicas e táticas de difícil execução. Essa
complexidade se expressa principalmente na estrutura do jogo e a coordenação motora precisa
ser altamente desenvolvida, além de raciocínio rápido para elaborar a melhor opção de jogada,
ação essa que depende da participação efetiva do companheiro, fazendo com que cada
16
componente de uma equipe auxilie o outro, num processo continuo de cooperação. O mesmo
autor relata que no processo de treinamento, a aprendizagem anterior deve facilitar a
assimilação de habilidades posteriores mais complexas, seguindo assim por etapas de
aprendizagem em acordo com os princípios de treinamento e adequado por faixa etária. Assim, os
atletas somente seriam submetidos a situações complexas de forma gradativa, partindo de
experiências que se iniciem através de condutas simples de jogo e evoluam em um processo de
base que sustente a aprendizagem das habilidades do jogo.
Através desses aspectos, percebe-se que o voleibol exige aperfeiçoamento constante
das capacidades físicas como força, resistência, velocidade e flexibilidade (MASSA, 1999).
Complementando, Barbanti (1996) diz que é caracterizado, principalmente, por trabalho
físico, dinâmico, de intensidade variada, em que há períodos de esforço físico, alternando com
períodos de pausa. O atleta de voleibol deve ter muita impulsão, potência de ataque e
velocidade de reação. O jogo de voleibol na maioria de suas ações é instável e imprevisível, o
que acaba por estimular ainda mais as atletas na busca do desempenho máximo.
Marques (2001) relata que a preparação geral, composta de exercícios de força e
velocidade, aliados a resistência física e capacidade técnica são conceitos importantíssimos no
treino do atleta. O mesmo autor considera a velocidade uma valência física muito importante
para o jogador de voleibol, constituindo-se em um aspecto para o desenvolvimento das outras
capacidades, sendo que no processo de treinamento os jogadores são colocados em situações
onde possam também desenvolver além de suas capacidades físicas, também as habilidades
motoras gerais, fortalecendo a aptidão física para a melhoria dos resultados.
A aptidão física relacionada ao rendimento esportivo engloba muitos componentes
necessários ao esporte e, no caso das equipes de voleibol, a atleta precisará exercitar
agilidade, velocidade e potência muscular, que devem refletir numa condição para realizar as
17
atividades com o máximo vigor para conseguir um alto rendimento (PROENÇA 1998). No
voleibol o treinamento técnico, movimentações especificas, os fundamentos específicos entre
outros, são desenvolvidos dentro do treinamento físico, pois é essencial dar ao atleta
possibilidades máximas de melhoria da parte técnica, já que a execução perfeita das
habilidades do jogo é muito exigida, devido ao alto nível mundial em que se encontra a
modalidade. Portanto os treinamentos além de englobarem os aspectos físicos, devem
estabelecer a ligação desses aspectos com a melhoria da qualidade técnica da atleta e, para
tanto se deve compor os ciclos de treinamento com uma mescla do trabalho físico associado
aos fundamentos do esporte, considerando a carga emocional suportada pela atleta.
Para Zakharov (1992), ainda é sensível a carência em termos técnicos e isso constitui
um dos problemas dos atletas em todas as categorias, mesmo com a predominância dos
aspectos técnicos nos programas de treinamento e no jogo propriamente dito, uma vez que a
variedade de atos motores que os jogadores dominam, caracteriza o seu nível de habilidade
técnica, e são necessárias para que os atletas possam solucionar com maior ou menor eficácia
as dificuldades e adversidades que lhe surgem durante o jogo. Porém, para Gouvêa (2005), o
voleibol não se manifesta apenas pelas qualidades técnicas, mas também através de atitudes
de coletividade e cooperação entre os integrantes da equipe na solução das dificuldades do
jogo, sendo essa uma predominância da tática coletiva e outra particular que é a tática
individual.
Segundo Bizzochi (2004), a tática e a estratégia fundamentam o conteúdo
desenvolvido no jogo e, por conseqüência o planejamento de treinamento das modalidades
esportivas coletivas. Desta forma a atuação do técnico em termos de tática deve ser destacada
dentro do cenário do voleibol atual, em virtude principalmente do equilíbrio técnico das
18
grandes escolas de voleibol mundial, procurando-se alternativas e estratégias de jogo, capazes
de surpreender e inovar a modalidade. Portanto, devem-se auxiliar futuros treinadores na
escolha das abordagens metodológicas utilizadas em suas sessões de treinamento, ajudando a
tornar um profissional mais consciente em relação a sua atuação e a Confederação Brasileira
de Voleibol nesse sentido promove regularmente cursos de capacitação com esse objetivo.
2.3 Voleibol e Psicologia
A evolução crescente do voleibol trouxe consigo responsabilidades e exigências
exercidas pelo esporte de alto rendimento sobre o atleta, associados ao fato da modalidade
estar se tornando mais precisa e veloz a cada dia, fazendo com que a preparação psicológica
ganhe importância no treinamento.
O esporte moderno de alto rendimento já não aceita somente o desempenho da
habilidade pela regularidade e eficiência, mas se preocupa também com a forma pela qual o
jogador resolve os problemas pertinentes ao jogo de voleibol, utilizando-se do domínio
cognitivo (STERNEBERG, 2000).
O planejamento de uma equipe no esporte de alto rendimento deve considerar, sem
sombra de dúvida, os aspectos emocionais. A cada participação em Olimpíadas e Mundiais,
surgem às mesmas indagações sobre o desempenho e as causas que levaram ao êxito ou
ocasionaram o fracasso desta ou daquela equipe. Rizola (2003) diz que o planejamento de
equipes de alto nível deve contemplar os aspectos psicológicos, que são, sem dúvida, um dos
componentes mais importantes do treinamento no alto rendimento.
Para a Psicologia do Esporte o rendimento, o bom desempenho e a postura vitoriosa
são valorizados e buscados não apenas como valores destacados na vida do atleta, mas como
19
elementos de um contexto maior que oferece o suporte necessário para que o papel do atleta
seja desempenhado plenamente. Nessa perspectiva o atleta não pode, ser somente, mais uma
peça de um grande cenário chamado esporte, mas a razão da existência desse fenômeno e,
como tal, merece o respeito e a consideração dos profissionais que o cercam.
Brandão (1996) diz que quando equipes de voleibol de alto nível se equivalem em
termos físicos, técnicos e táticos, o resultado da partida ou da competição pode ser
determinado pelos fatores psicológicos. Complementando Rizola (2003) afirma que aspectos
psicológicos, tais como a concentração, a atenção, a autoconfiança, a determinação, a
persistência e a motivação são, sem dúvida, um dos principais componentes da preparação do
atleta de alto rendimento:
“Sabe-se da importância cognitiva no treinamento das habilidades e de esquemas de jogo, razão pela qual, justifica-se a preparação psicológica. Na seleção Infanto-juvenil e Juvenil, a preparação psicológica está fundamentada em dois aspectos principais, educação e formação; otimização do rendimento através do desenvolvimento das capacidades psicofísicas. Cabe ao psicólogo incentivar estes aspectos e contribuir para a sua formação total. Observa-se que, à medida que as atletas adquirem experiência, principalmente em competições internacionais, desenvolvem estratégias próprias para lidar com diferentes situações. Nas categorias de base é importante a atuação do psicólogo no sentido de acompanhar e orientar este processo (RIZOLA, 2003 p.68)”.
O esporte de alto rendimento tem buscado na Psicologia do Esporte e no trabalho
psicológico realizado em projetos bem sucedidos, soluções e respostas para os resultados
desfavoráveis. A busca do rendimento máximo seja ele de um atleta individualmente ou de
uma equipe esportiva é envolvido por fatores que podem interferir no desempenho e no
comportamento do atleta sendo objetivo da psicologia esportiva, compreender esses fatores
20
em um esforço sistemático para estudar e potencializar o comportamento esportivo na
intenção de auxiliar o atleta.
Na procura dessa maximização, os valores da sociedade que atendem aos interesses
que gravitam no entorno do espetáculo como a venda de produtos ou a imagem do
patrocinador, nem sempre se leva em consideração a realização integral do potencial físico e
emocional do atleta para a obtenção do sucesso.
A psicologia do esporte deve estar inserida e integrada no contexto esportivo, de forma
que a sua aplicação deva estar relacionada com o processo e as etapas do treinamento, já que
as demandas psicológicas vividas pelos atletas no alto rendimento, durante as situações de
treinamento e competição e a busca em dominar as emoções, fazem da psicologia esportiva
uma ferramenta importante.
Segundo Medvedev (1988, apud BRANDÃO, 1996), as qualidades psicológicas do
voleibol são determinadas pelo caráter das ações do jogo e da própria competição, já que a
atleta deve, primeiramente, dominar as habilidades motoras e suas combinações com alta
precisão e com velocidade de raciocínio. Desta forma destaca alguma importantes qualidades
psicológicas da atleta de voleibol a autoconfiança, a determinação, a motivação e a vontade de
vencer.
Nesse mesmo raciocínio em relação às virtudes psicológicas do jogador de voleibol
Rizola (2003), destaca a motivação, integrada a outras como, responsabilidade, ambição,
determinação, disciplina, combatividade, equilíbrio emocional, inteligência emocional e
espacial.
21
No trabalho psicológico na Seleção Brasileira Juvenil, campeã mundial de 2001, de
acordo com (RIZOLA 2003, p 69):
“Os principais aspectos trabalhados envolviam: motivação, atenção e concentração, controle emocional, controle de stress, nível de ativação, desenvolvimento das capacidades cognitivas, coesão de grupo, trabalho de equipe, liderança, conscientização da postura de uma atleta e do significado de estar representando o Brasil”.
Os aspectos psicológicos são, sem dúvida, um dos principais componentes da
preparação do atleta de alto rendimento e eles abrangem fatores que podem influenciar no seu
desempenho, e como vimos até aqui a motivação é um desses fatores. Portanto a atleta deve
ter um grau de motivação elevado, pois a rotina, de jogos e treinamentos, é desgastante, o
esforço para realizar as tarefas do dia é premente, e a atleta deve estar motivada para realizá-
las.
Brandão, (1996), afirma que a psicologia no voleibol tem sido analisada por diferentes
autores, na busca do entendimento dos processos psicológicos no esporte e, todos concordam
com a afirmação de que o desempenho esportivo no voleibol envolve muito mais que
habilidades físicas, técnicas e táticas, envolvem também as qualidades psicológicas que são
importantes dentro do processo.
Dessa forma, entender as questões emocionais, conhecer o entorno esportivo, as suas
características, compreender o modo como os fatores pessoais e situacionais interagem para
influenciar a vitória e a derrota, para a atleta se torna um conjunto de informações e
procedimentos importantes e fundamentais no sentido de fortalecer a capacidade mental,
motivando a atleta a correr riscos, ser capaz de reverter uma situação difícil assumindo o
controle da competição.
22
2.4 Motivação
Invariavelmente na literatura o termo motivação refere-se a aspectos da personalidade,
variáveis sociais e cognitivas que entram em jogo quando uma pessoa realiza uma tarefa onde,
será avaliado por si próprio e por outros, na tentativa de atingir determinado nível de
excelência (ROBERTS, 1992).
É um importante fator psicológico, que influi em todos os tipos de comportamentos,
permitindo um maior envolvimento ou uma simples participação em atividades que se
relacionem com aprendizagem e desempenho (RODRIGUES, 1991, apud PAIM, 2003).
Uma das definições mais utilizadas para o termo motivação é a de Sage (1977, apud
WEINBERG e GOULD,2001) que a define como a direção e a intensidade de nossos esforços
e, é algo que não se pode observar e mensurar diretamente de maneira precisa, sendo que
inferimos a existência da motivação observando o comportamento, a energia e esforço
despendidos para o alcance do objetivo ou meta.
A motivação é uma das questões centrais na perspectiva das relações humanas e está
presente nos diversos segmentos da sociedade mundial. Empresas e líderes empresariais
preocupados com a eficiência do trabalhador, pais debatendo os esforços de seus filhos,
professores lamentando os hábitos de estudo dos alunos, técnicos reclamando sobre o
compromisso dos jogadores, ou instrutores lamentando a persistência dos participantes na
atividade, são indicativos de comportamentos que podem apontar a presença de certos níveis
de motivação (ROBERTS, 1992) sendo esses, alguns dos aspectos que tornaram a motivação
tema globalizado, e no contexto esportivo objeto de estudo para muitos pesquisadores.
Internacionalmente, o estudo da motivação humana tem sido uma das áreas mais
debatidas e estudadas pelos psicólogos no intuito de entender os processos motivacionais,
23
sendo que, isso significa entender a conduta dos seres humanos e, para o esporte e todo o
contexto esportivo uma das questões mais importantes é descobrir os motivos pelos quais os
indivíduos se envolvem e se dedicam de forma intensa ao esporte (MARTIN e NUÑEZ,
1996).
Ser um bom atleta no sentido tradicional de eficiência, disciplina, etc. já não é
suficiente para se manter em atividade, é preciso algo mais, o que inclui a própria capacidade
de renovar o seu conhecimento e comportamentos. Por isso, e pela necessidade de se mostrar
disposto, ativo e em constante inovação para o bom desempenho, é necessário estar sempre
motivado, pois toda pessoa motivada, se caracteriza por algo mais, impulsionando o desejo de
fazer o melhor, inovar, criar novas condições e conduzir os imprevistos com tranqüilidade e
criatividade.
O processo que envolve a motivação é um processo cíclico, continuado e que sempre
funciona em direção a um determinado objetivo, que é integrado aos demais processos de
consecução de metas. A motivação pode ser definida como um estado interior que induz uma
pessoa a assumir determinados tipos de comportamentos e refere-se ao desejo de alcançar
algum objetivo, resultam dos desejos, necessidades e vontades de cada indivíduo. Por isso é
necessário que os atletas estejam sempre estimulados a crescer, a alcançar metas em
coletividade, executando assim, um melhor processo de treinamento e relacionamento,
atingindo os objetivos da melhor maneira possível.
Existe ainda grande dificuldade e equívocos em definir e trabalhar a motivação no
contexto esportivo, uma vez que segundo ROBERTS (1995, p. 61) “(...) técnicos a vêem
como ativação, antes dos jogos tentam motivar usando comportamentos, às vezes,
extravagantes e mentalização de pensamentos positivos, que é freqüentemente mal utilizada e,
24
portanto, devem ser utilizados com cautela (...).” Também no sentido de ativação Maggil
(2001), explica que motivação é um termo que abrange qualquer comportamento em busca de
um objetivo, que se inicia com a direção (força interior, impulso, intenção), que desencadeia e
ativa o organismo e a dirige até a satisfação da necessidade, mantendo-a mesmo que não seja
imediatamente atingida.
Para Cratty (1983) motivação denota os processos que levam as pessoas a uma ação ou
à inércia em diversas situações e que se separa em duas subdivisões principais. Na primeira,
estão as razões pelas quais se escolhe realizar uma atividade e não outra, por influência de
motivos, valores e necessidades de vários tipos. Na segunda, estão os dados referentes às
razões pelas quais se realizam ações com diferentes graus de intensidade, relacionadas à
preparação, ativação e outras formas de estimulação com as quais o indivíduo prepara-se para
agir. Becker Jr. e Samulski (1998) compactuam de opinião semelhante, para eles, motivação
reflete as razões pelas quais um atleta escolhe um esporte e dele participa com um grau de
competência, que pode ser influenciada por situações e pessoas mais recentes e
principalmente por experiências passadas, atuando sobre a consciência do atleta e
classificando-se em motivação intrínseca (interna) e motivação extrínseca (externa).
Vallerand (1999) caracteriza motivação intrínseca quando uma pessoa é internamente
motivada, e decide executar a tarefa voluntariamente, sem precisar de gratificações materiais
ou obrigações e recompensas externas, refere-se ao comprometimento em uma atividade
puramente por prazer e satisfação, obtidos por fazer a atividade.
Atletas que praticam seu esporte pelo prazer de aprender mais ou pela satisfação de
ultrapassar constantemente seus próprios limites são considerados intrinsecamente motivados
para seu esporte. Julga-se que indivíduos motivados intrinsecamente, têm probabilidade de
25
serem mais persistentes, de apresentarem níveis de desempenho mais altos e de realizarem
mais tarefas do que os que requeiram reforços externos ou motivação extrínseca. Esforçam-se
interiormente para serem competentes e auto-determinados em busca de dominar a tarefa em
questão, apreciam a competição, gostam de ação focalizam-se em divertimento e querem
aprender o máximo de habilidades possíveis.
Para Puente (1982), a motivação extrínseca é caracterizada como aquela que é
controlada por reforços advindos de um agente externo. O estudo da motivação extrínseca se
baseia em três conceitos principais: recompensa, castigo e incentivo. Uma recompensa é um
objeto ambiental atrativo, é aprovação, as medalhas, os certificados e o reconhecimento que
são objetos ambientais atrativos e incentivos dentro do contexto desportivo. O castigo é um
objeto ambiental não atrativo, que reduz as probabilidades de que condutas indevidas voltem
a acontecer. A pessoa que recebe a crítica tem menos probabilidade de repetir tais condutas.
Witter (1984) destaca que, na prática, os dois tipos de motivação estão presentes,
embora seja importante lembrar que, mesmo empregando-se recursos extrínsecos, espera-se
obter motivação intrínseca, pois a atividade baseada apenas em motivação extrínseca tende a
deteriorar-se, tão logo seja satisfeita a necessidade ou o alvo extrínseco, sendo que na
motivação intrínseca, ela tende a se manter constante.
Ratificando o que diz Sage (1977), Roberts (1992) relata que embora haja diversidade
de conceitos e teorias de motivação, a explicação mais usual e típica é a que se relaciona a
direção ou escolha da atividade, a intensidade e a persistência de desempenho na tarefa.
No esporte os comportamentos para a realização, segundo o mesmo autor são
comportamentos percebidos e destacados como maior esforço, maior concentração, maior
26
persistência, maior atenção, almejar melhorar o desempenho, aspectos que caracterizam o
comportamento de um indivíduo motivado para a realização.
Nesse sentido Roberts (1992) afirma que a investigação mais influente e tradicional,
especialmente em contextos esportivos, iniciou-se com Murray (1938) e foi desenvolvida por
Atkinson et al. (1966), sendo suporte até hoje para pesquisas sobre motivação.
Ao abordar a motivação para a realização, (ATKINSON et al. 1966) afirmaram que a
necessidade de realização está associada à busca de realizar-se em relação a determinados
padrões, a lutar pelo sucesso, ao desejo de fazer algo melhor com mais eficiência e a resolver
problemas e tarefas complexas.
Em síntese esta abordagem considera que a motivação é alimento da ação e o conceito
central da teoria é que os estados da motivação definem os motivos de alcançar o sucesso e de
evitar o fracasso.
Após apresentados os conceitos da motivação, sua influência sobre o comportamento e
as subdivisões em intrínseca e extrínseca, a seguir serão abordadas a Teoria da Motivação
para a Realização Atkinson et al. (1966) e a Teoria de Realização de Metas (DUDA,
1992,1993, 2001e NICHOLLS, 1984 e1989, apud ZASON e WANG, 2008).
27
2.5 Teoria da Motivação para a Realização
A Teoria de Motivação para a Realização de Atkinson et al. (1966) identifica as
principais causas da ação do indivíduo e trata sobre as experiências e diferenças individuais
na realização de tarefas frente a desafios e nas situações em que sua capacidade é avaliada,
por ele próprio e por outros. Aponta caminhos e fatores determinantes da direção intensidade
e persistência na tentativa de buscar o sucesso e evitar fracasso. A teoria considera a interação
entre os fatores pessoais com uma visão centrada no traço e características individuais e, a
visão centrada na situação, como; a dificuldade da tarefa, o nível de aspiração, a expectativa
subjetiva de sucesso que são definidores do comportamento.
Segundo o autor os componentes que constituem a teoria são: aspectos da
personalidade, fatores situacionais, tendências resultantes, reações emocionais e
comportamentos relacionados à realização, conforme quadro abaixo.
Quadro 1- Componentes da Teoria da Motivação para a Realização adaptado de Atkinson (1966). (In: Weinberg; Gould, 2001).
Aspectos da Personalidade
Fatores situacionais
Tendências resultantes
Reações Emocionais
Comportamentos frente a realização
Motivo de procurar sucesso
Probabilidade de sucesso
Procurar Sucesso
Orgulho na presença de sucesso
*Procurar situações de performance *Procurar desafios *Alto nível de performance
Motivo de evitar fracasso
Valor de incentivo para o sucesso
Evitar fracasso
Vergonha na presença de fracasso
*Evitar situações de performance *Evitar riscos e desafios *Baixo nível de performance
Aspectos da Personalidade
Os aspectos da personalidade, segundo a teoria, consideram que a atividade orientada
para a realização é sempre influenciada pela resultante de um conflito entre duas tendências
opostas, descreve que cada indivíduo tem dois motivos de realização, alcançar o sucesso e
28
evitar o fracasso e sustenta que o comportamento será influenciado pelo equilíbrio entre eles.
Em outras palavras, o indivíduo tem motivos para realizar uma tarefa ou até mesmo evitá-la.
O motivo de procurar o sucesso é definido como a capacidade de vivenciar orgulho na
realização de tarefas, enquanto que o motivo de evitar o fracasso é determinado como a
capacidade de experimentar vergonha e humilhação como conseqüência do fracasso.
Para identificar os atletas e indivíduos com tais níveis de motivação, temos a seguir
algumas características de atletas motivados pelo êxito e sucesso e características de atletas
motivados pelo fracasso.
Características dos Atletas Motivados ao Êxito
• Planejam e trabalham durante um longo tempo;
• Não têm necessidades de reforços positivos permanentes;
• São mais persistente em suas ações;
• Escolhem tarefas de grau médio de dificuldade;
• Tem um nível de aspirações realista e otimista;
• Responsabilizam-se pelos seus êxitos e atribuem o fracasso a casualidade.
Características dos Atletas Motivados a Evitar o Fracasso
• Têm medo e são pessimistas na obtenção de seus objetivos;
• Preferem tarefas de curto prazo
• Dependem de reforços positivos permanentes;
• São menos persistentes em suas ações;
• Escolhem tarefas com baixas dificuldades;
• Possuem um nível de aspiração pouco realista;
• Atribuem o fracasso a sua incapacidade, e o êxito o explica através da sorte.
29
Para entendermos o “comportamento” de um atleta motivado ao êxito e o motivado a
evitar o fracasso, a situação deve ser considerada, aspectos como a dificuldade da tarefa ou
grau de desafio relacionam-se ao nível de aspiração, expectativa ou probabilidade subjetiva de
sucesso relaciona-se às experiências anteriores e são os princípios centrais da teoria, pontos
extremamente importantes para a realização.
Lewin et al. (1962, apud ATKINSON e FEATHER, 1966), afirmam que o nível de
realização da pessoa é influenciado diretamente pelo conflito entre interesses positivos na
realização e a tendência à motivação para evitar o fracasso, que interfere diretamente sobre a
motivação para a realização e como é considerada uma tendência negativa, compromete a
força total de motivação.
Os indicadores da tendência resultante, em indivíduos com diferentes níveis de
motivação para a realização se manifestam de forma diferente, um indivíduo com alto índice
de motivação para o sucesso e baixa motivação para evitar o fracasso, a tendência resultante é
positiva e espera-se uma forte motivação, mesmo quando a probabilidade de sucesso é de
50%. Em outra pessoa que tem níveis muito próximos de motivação para o sucesso e para
evitar o fracasso, a tendência resultante será nula. Ou seja, não há nesse caso expectativa de
sucesso, ou nível de aspiração, pois essa realização é incerta. Outro indivíduo que tem alto
índice de motivação para evitar o fracasso e baixo nível de motivação para o sucesso terá uma
tendência resultante negativa e ainda mais acentuada quando a probabilidade de sucesso é de
50%.
30
Fatores Situacionais
São dois os fatores situacionais que influenciam na motivação para o rendimento, a
expectativa ou probabilidade de sucesso e o valor de incentivo ou nível de aspiração. A
expectativa ou probabilidade de sucesso no esporte depende basicamente da dificuldade da
tarefa (competência do adversário) e experiências anteriores. O valor de incentivo ao sucesso
é maior quando se vence um excelente adversário, do que quando se vence a um amador.
Portanto, um indivíduo com tendência resultante positiva, ou seja, motivado para alcançar o
sucesso combina duas influencias de situação: a probabilidade subjetiva de sucesso (Ps) e o
valor de incentivo da tarefa (Vi) já que em tarefas triviais vivencia muito menos orgulho do
que em tarefas desafiadoras. Dessa forma, em relação à situação, a tendência resultante para
alcançar o sucesso se traduz pela combinação da probabilidade subjetiva de sucesso e o valor
de incentivo na tarefa e se expressa no comportamento com forte intensidade e persistência de
alcançar o rendimento.
A associação do desempenho com experiências anteriores em desafios semelhantes ao
que enfrenta no presente proporcionam ao indivíduo traçar uma expectativa de sucesso de
acordo com o nível do desafio e essa expectativa de sucesso fornece indicadores na
especificação da probabilidade subjetiva de sucesso.
O valor de incentivo se traduz pelo grau de desafio e sua relação ao sentimento de
realização. O orgulho e a realização individual serão mais desfrutados quando se apresentar
uma tarefa de risco médio ou forte, e por isso o valor de incentivo deve ser considerado como
um determinante imediato da força de motivação para a realização.
31
Tendências resultantes
Pessoas orientadas para o sucesso procuram situações de desafio e preferem competir
contra adversários fortes (capacidades iguais). Pessoas orientadas para o fracasso tendem a
evitar situações de desafio ou procuram, às vezes, tarefas excessivamente difíceis de realizar.
Portanto, competições que oferecem aos atletas altamente motivados um desafio
difícil, mas atingível elevam os níveis de realização. A tendência resultante, portanto deriva
dos níveis individuais para a realização e em relação à situação revela em que medida o
indivíduo se prepara antes da tarefa, de modo que o seu desempenho possa levar ao êxito e
como o sucesso na tarefa interfere no seu comportamento, ou seja, se haverá valor de
incentivo associado ao nível de aspiração na realização. Roberts (1992), afirma que a
motivação para a realização será despertada no indivíduo quando ele se sentir responsável
pelo resultado e que o desafio apresente risco relativo à probabilidade de sucesso.
Reações emocionais
As tendências comportamentais influenciam as reações emocionais, como orgulho e
satisfação. A maioria das pessoas procura vivenciar essas emoções e evitar ou minimizar
sensações de vergonha, os mais motivados experimentam mais orgulho e satisfação em suas
conquistas esportivas do que os menos motivados.
Os atletas com baixos níveis de realização não temem o fracasso, temem a avaliação
negativa associada ao fracasso. Por exemplo, uma chance de 50%, provoca grande incerteza,
pois aumenta a possibilidade de demonstrar incapacidade e incompetência, então optam por
nível de aspiração e por tarefas com alto risco e impossíveis, na certeza que fracassarão ou tão
fáceis que terão sucesso garantido.
32
Diferentes reações emocionais são experimentadas, a euforia e orgulho em uma
realização com alto grau de dificuldade, ou o sentimento de vergonha em tarefa banal.
Comportamento Frente a Realização
O último componente da teoria da realização é o comportamento frente à realização
que indica como os quatro anteriores interagem para influenciar o comportamento, indicando
que atletas com altos níveis de realização sempre encaram os desafios, enfrentam riscos
intermediários e tem melhor desempenho quando avaliados ao contrário dos atletas com
baixos níveis de realização que evitam tarefas desafiadoras, evitam riscos intermediários e
tem pior desempenho ao serem avaliados.
Ela refere-se aos esforços do indivíduo em dominar a tarefa, melhorar o desempenho e
superar limites e obstáculos. É a orientação em lutar pelo sucesso, persistir ante ao fracasso e
experimentar o orgulho das realizações. A motivação para realização no esporte é
popularmente chamada de competitividade ou motivação para o rendimento.
Ela aplica-se quando um indivíduo sabe que seu desempenho será avaliado, por ele
mesmo ou por outros, em termos de algum padrão de excelência e que a conseqüência de suas
ações e comportamento será tanto uma avaliação favorável (sucesso) ou uma avaliação
desfavorável (fracasso), assim a teoria é em outras palavras, uma teoria da realização
orientada para o rendimento.
Reiterando, Roberts (1992) diz que a investigação de Atkinson et al. (1966), foi
realmente a mais influente e persiste em estudos atuais, especialmente em contextos
esportivos e essa abordagem considera que o conceito central da teoria é que os estados da
motivação definem os motivos de alcançar o sucesso e de evitar o fracasso.
33
Atualmente na literatura, os estudos para compreender os motivos que fazem com que
atletas enfrentem altas cargas de treinamentos físicos e técnicos e tenham equilíbrio
emocional, levaram os pesquisadores a abordar a individualidade e, outros aspectos de
comportamento a partir de uma perspectiva motivacional utilizando a Teoria de Realização de
Metas.
De acordo com Roberts (1992) para a compreensão da motivação e dos
comportamentos de realização, precisam ser levados em consideração o significado do
comportamento bem como a identificação de metas de ação.
A Teoria de Realização de Metas é a abordagem teórica mais popular para estudar
a motivação para a realização e nos últimos anos, envolveu uma revisão sistemática de artigos
publicados de 1990 à 2000, ilustrando a sua importância.
A teoria que foi originalmente formulada para o contexto educacional, tendo sido
aprovada com sucesso, deu inicio ao longo das ultimas décadas a outros trabalhos
desenvolvidos dentro do contexto esportivo (DUDA, 1992,1993,2001 e NICHOLLS, 1984 e
1989, apud ZASON e WANG, 2008).
De acordo com Nicholls (1989, apud ROBERTS, 1995) existem duas principais
perspectivas para a realização de metas: indivíduos que são orientados para a tarefa e
indivíduos que são orientados para o ego. Essas duas metas estabelecidas pelo indivíduo
relacionam-se com a maneira que o indivíduo julga seu nível de competência e habilidade. No
entanto a teoria relata que há variação de metas pessoais entre indivíduos e que essa variação
corresponde às diferentes formas de avaliar suas competências, baseadas em diferentes
interpretações de sucesso e fracasso em experiências anteriores (NICHOLLS, 1989, apud
ROBERTS, 1995).
34
Em síntese o envolvimento na tarefa centra-se no desenvolvimento de competência, na
preocupação com o domínio da tarefa. Essa meta dirige o comportamento de realização
quando a aprendizagem e o domínio são importantes para o indivíduo. A noção de habilidade
e capacidade é de referência própria, esses indivíduos são persistentes e estabelecem metas
adequadas a sua capacidade, são motivados para o sucesso. A orientação para a tarefa
promove a aprendizagem e desenvolvimento pessoal, permite cometer erros como uma parte
essencial da aprendizagem e estimula a interação e cooperação entre participantes (DUDA,
1993).
Os indivíduos orientados para o ego são motivados por fatores externos
(reconhecimento e status) refletem uma preocupação com a comparação da sua capacidade e a
de outros. Essa meta dirige o comportamento de realização em atividades onde a comparação
social é existente. Tendem a demonstrar alta capacidade, mesmo não a tendo, não são
persistentes e atribuem o sucesso ao seu desempenho e o fracasso a fatores externos. O
envolvimento do ego pode ser associado a vários comportamentos negativos, uma vez que
atletas orientados para o ego mostram, por exemplo, menos compromisso com a prática
demonstra menor probabilidade de manter a autoconfiança, experimentam menos diversão e
satisfação e apresentam maior ansiedade. Atletas que parecem estar envolvidos com o ego
apresentam baixos níveis de funcionamento moral, como falta de fairplay e atitudes
potencialmente nocivas para buscar sucesso (DUDA, 1993).
Os estudos recentes adotam uma abordagem com objetivo de proporcionar uma
melhor compreensão dos padrões cognitivos e comportamentais dos indivíduos com
diferentes combinações de níveis de orientação para a tarefa e para o ego.
35
Nicholls (1989, apud ZASON e WANG, 2008), argumentou sobre a opção de
indivíduos em estabelecer uma meta de ação e não outra, destacando que fatores individuais,
situacionais e ambientais influenciam a predominância de uma perspectiva.
Os atletas com alta orientação ao ego podem adotar justificativas e visão para canalizar
a vitória a todo custo, mostrando também evidências preliminares sobre relações entre
orientação para o ego e estratégia inaceitável envolvendo agressão (ROBERTS, 2001, apud
GANO, 2005) e que o envolvimento com o ego é também estreitamente relacionado a outros
comportamentos nocivos e baixa auto-estima.
Por outro lado o envolvimento com a tarefa estabelece a base para
máxima motivação e comportamentos aceitáveis, relacionamentos positivos, motivação
intrínseca, perseverança e satisfação (ROBERTS, 2001, apud GANO, 2005).
36
CAPÍTULO 3
MÉTODO
3.1 Princípios Norteadores do Estudo
Tratou-se de uma pesquisa descritiva, exploratória, que se utilizou de uma entrevista
aberta como instrumento de coleta de dados. A análise dos dados foi feita por meio de uma
análise de discurso, que oferecerá elementos que nos permitiram compreender a grandeza dos
objetivos.
De acordo com Laville e Dione (1999), esse tipo de pesquisa consiste em uma série de
perguntas que permitem respostas abertas, que permite ao entrevistador acrescentar perguntas
de esclarecimento. A entrevista é um contato direto entre duas pessoas, um recurso que
permite a exploração dos conhecimentos das pessoas e também de suas representações,
crenças, valores, entre outros e possibilitando conhecer melhor os seres humanos e
compreender como ocorre a evolução do comportamento.
3.2. Amostra
A amostra do presente estudo foi constituída por quatorze jogadoras de voleibol da
Seleção Brasileira da categoria juvenil (idades entre 16 e 18 anos) do gênero feminino,
convocadas para participar do Mundial 2009 da respectiva categoria. Assinou como
responsável legal das atletas menores de idade o Técnico de Seleções da Confederação
Brasileira de Voleibol.
37
A indicação do responsável legal é feita pelos pais através de autorização com firma
reconhecida em cartório, para situações em território nacional. Já para situações internacionais
é emitida autorização pelo Juiz de Menores, assinada pelos pais, indicando também o
responsável legal.
Adotamos como critérios de inclusão as atletas serem jogadoras de voleibol de alto
rendimento, da categoria juvenil, convocadas pela Confederação Brasileira de Voleibol,
especialmente para participarem dos campeonatos de sua respectiva categoria no ano de 2009.
O fato de já terem participado em estudos anteriores similares ou não e em outras avaliações
psicológicas, não será impedimento para participar desta.
Consideraremos como critérios de exclusão, a atleta ter sido dispensada por lesão ou
deficiência técnica e não estar presente na semana de avaliação.
3.3 Instrumento e Procedimento
Antes da realização da Pesquisa foi solicitado o Termo de Responsabilidade da
Instituição (anexo 1), permitindo sua execução e se co-responsabilizando no
desenvolvimento ético da mesma.
As participantes foram informadas que o estudo poderá ampliar o conhecimento sobre
a estreita relação entre motivação e o contexto esportivo, e desta maneira, servir de referência
para a preparação desportiva em geral e foram informadas sobre os objetivos e procedimentos
do estudo, bem como da possibilidade de risco mínimo em sua participação. Todas as
jogadoras estavam cientes da liberdade para interromper a pesquisa no momento em que
desejassem, ou que se sentissem constrangidas com as perguntas, salientando que os dados em
nenhum momento seriam utilizados para escolha ou corte de atletas.
38
Foi ressaltado que a participação nesta pesquisa é voluntária e que todas terão seus
nomes e respostas resguardadas sob rigoroso sigilo, e se houver interesse poderão obter uma
cópia da dissertação de mestrado.
Para atender aos objetivos do estudo utilizamos uma entrevista semi-estruturada com
perguntas abertas (anexo 2). Essa entrevista foi feita individualmente, em sala fechada, no
Centro de Desenvolvimento do Voleibol na Cidade de Saquarema – Rio de Janeiro, por
ocasião da convocação e apresentação das atletas para o período de treinamento pré-
competitivo, em horários estipulados pela comissão técnica, com a finalidade de permitir
maior liberdade para que a atleta expressasse suas vivências de maneira espontânea e o mais
próximo de sua realidade. Para tanto, as atletas tiveram tempo ilimitado, podendo expressar
seus relatos livremente, como descrito no Anexo 5 e também no caderno de campo Anexo 7.
Após a definição do horário das entrevistas, as atletas que concordaram em participar
do estudo, receberam o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), segundo
normas do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São Judas Tadeu (anexo3), que foi
preenchido e assinado por elas, ou responsável legal, antes do início da entrevista.
As atletas preencheram uma ficha biográfica, Anexo 4, com informações sobre idade,
tempo de carreira e títulos conquistados.
Esta pesquisa apresentou riscos considerados mínimos às atletas, que se referiram a
algum desconforto quanto às perguntas. Caso isso acontecesse a atleta estaria livre para
interromper a entrevista e retomá-la mais tarde se assim o preferisse.
3.4 Análise dos Dados
A análise das entrevistas foi feita de acordo com as seguintes etapas:
39
1ª Etapa: Transcrição, palavra por palavra, das respostas relatadas pelas atletas, sem
qualquer interpretação, para se ter uma visão geral de todas as proposições e obter um sentido
dos relatos dos sujeitos (as transcrições estão apresentadas na íntegra, inclusive com erros de
português, Anexo 5);
2ª Etapa: Depois da transcrição, o pesquisador leu exaustivamente as entrevistas até
ficar completamente familiarizado com elas, ouvindo também as gravações das entrevistas
para ter uma percepção adicional sobre o tom de voz, pausas e uso de determinadas
expressões;
3ª Etapa: As entrevistas foram codificadas, escolhendo-se como unidades de registro,
uma frase ou citação. Esta codificação se baseou nas perguntas associadas com os objetivos
do estudo;
4ª Etapa: Consistiu na categorização, reunindo-se as diversas citações em classes com
características comuns, de acordo com os princípios da Teoria da Motivação para a
Realização;
5ª Etapa: Depois de reunir as citações em temas, levantamos as categorias principais.
Nesta etapa, o pesquisador se reuniu com a orientadora para analisar os resultados,
estabelecendo-se consenso nos casos mais duvidosos. Este passo assegurou que todas as
citações fossem colocadas nas categorias apropriadas.
40
CAPÍTULO 4
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os dados foram analisados com o propósito de atingir o objetivo geral da pesquisa que
é compreender o significado do voleibol na percepção das jogadoras da Seleção Brasileira da
categoria Juvenil Feminino e analisá-lo à luz dos princípios da Teoria da Motivação para a
Realização (ATKINSON et al.,1966).
Seguindo o roteiro estabelecido para análise dos resultados, depois de realizadas as
entrevistas, os discursos com os relatos das atletas nas respostas às cinco questões foram
transcritos na integra e se encontram no Anexo 5. Dos discursos foram destacadas frases que
tivessem relação com os objetivos do estudo.
No total destacaram-se 302 frases nas cinco questões que foram, posteriormente,
categorizadas em nove categorias descritas a seguir:
* Realização (1) – Se refere aos discursos que indicam expressão de êxito ao alcançar um
objetivo ou uma conquista, experimentando sentimentos de orgulho e/ou satisfação.
* Expectativa de Sucesso (2) – Se refere aos discursos que mostram que as atletas possuem
capacidade para enfrentar uma tarefa e ter êxito, estabelecendo uma probabilidade subjetiva
de sucesso. Essa probabilidade é expressa, principalmente, através da confiança da atleta no
seu desempenho, dificuldade da tarefa e de experiências anteriores que desenvolvem alto
nível de aspiração.
41
* Meio de Vida (3) - Se refere aos discursos que mostram que as atletas vêem a sua
participação no voleibol como uma forma de sustento da família, de si própria e/ou como uma
recompensa em longo prazo (futuro).
* Relacionamento (4) - Se refere aos discursos que mostram o voleibol como um agente
socializador bem como o relacionamento com pessoas que têm um impacto importante na
vida da atleta.
* Emoção e Paixão (5) - Se referem aos discursos que indicam sentimentos que os sujeitos
têm com situações que derivam da pratica do voleibol, e da paixão pela prática em si.
* Divertimento (6) - Se refere aos discursos que os sujeitos têm, derivados das atividades
realizadas e que refletem sentimentos de prazer, diversão e alegria.
* Evitar o Fracasso (7) - Se refere aos discursos que indicam sentimentos de incapacidade
para enfrentar fracassos, frustrações, desafios e perdas.
* Competência (8) - Se refere aos discursos que indicam o desenvolvimento de habilidades e
competências, que podem ser comportamentais, físicas e psicológicas, caracterizando
aspectos formadores de atitudes no sentido de crescimento e evolução pessoal, profissional e
esportiva.
* Demandas (9) - Se refere aos discursos que indicam a pratica do voleibol como uma
atividade geradora de emoções negativas.
Em relação à primeira questão da entrevista “O que significa o Voleibol para você e o
que significa ser uma jogadora da Seleção Brasileira de Voleibol?”, foram levantadas 108
frases, classificadas nas nove categorias, que aparecem na tabela 1 a seguir.
42
Tabela 1 -O que significa o Voleibol para você e o que significa ser uma jogadora da Seleção Brasileira de Voleibol?
FREQUÊNCIA %
REALIZAÇÃO 37 34,2 EXPECTATIVA DE SUCESSO 15 13,9 MEIO DE VIDA 13 12,0 RELACIONAMENTO 06 05,6 EMOÇÃO E PAIXÃO 15 13,9 DIVERTIMENTO 04 03,7 EVITAR O FRACASSO 0 0 COMPETÊNCIA 18 16,6 DEMANDAS 0 0
Na tabela 1, podemos notar que os discursos das atletas para a questão 1, mostram que
a categoria Realização foi a que apresentou maior freqüência e porcentagem de discursos
com 37 e 34,2% respectivamente, seguida das categorias Competência com 18 e 16,6%,
Expectativa de sucesso e Emoção e paixão com 15 e 13,9%, Meio de vida com 13 e 12,0%,
Relacionamento com 06 e 5,6% e, Divertimento com 04 e 3,7%. Não foram encontrados
discursos nas categorias Evitar o fracasso e Demandas.
Para melhor representar a porcentagem de discursos em cada categoria, os resultados
serão apresentados em forma de gráfico (figura 1).
43
Figura 1 -Porcentagem de discursos nas diferentes categorias para a questão 1
Esses resultados indicam que, de acordo com as atletas, o voleibol e a atuação na
Seleção Brasileira tem um significado que se relaciona a expressões de êxito em busca de
conquistas e de experimentar orgulho, satisfação e reconhecimento no desempenho da função.
Exemplo disso são os discursos: “Maior orgulho pra mim e para meus pais”, “Tudo que já
conquistei” e “A Seleção significa uma conquista”.
Os resultados também indicam que o voleibol e ser uma atleta de seleção Brasileira
também são formas de desenvolver diferentes tipos de habilidades e competências e, de
gerarem determinadas emoções positivas dentre as quais a paixão pelo esporte em si.
Exemplo disso são os discursos: “Significa tudo na minha vida”; “O voleibol é a minha vida”,
“Sem ele eu não seria nada”, “Aqui tenho a noção de que sou um exemplo”.
Fica claro também, que as atletas pouco vêem o voleibol como um meio de vida, ou
seja, como uma forma de sustento próprio e/ou da família e, chama a atenção como poucos
discursos se referem ao voleibol como um divertimento e um relacionamento, o que, pela
idade das atletas, poderíamos esperar. Talvez o fato de integrarem a Seleção Brasileira e
44
suportarem as demandas do esporte de alto nível, com poucas possibilidades de vivenciar
lazer fora do esporte, estabeleçam um olhar mais focado em realizações.
Outro dado que merece destaque são as categorias Evitar o fracasso e Demandas que
não apresentaram nenhum discurso, portanto as atletas quando partem em busca de suas
realizações, não temem resultados negativos ou adversidades e lutam sempre na busca do
sucesso. Essa é uma das características de atletas motivados para o sucesso, pois estes
planejam e trabalham durante um longo tempo, são mais persistentes em suas ações, têm um
nível de aspiração realista e otimista e responsabilizam-se pelos seus êxitos e fracassos.
Os resultados estão de acordo com os princípios da Teoria de Atkinson et al. (1966), já que o
resultado mostrou que as atletas têm uma tendência resultante de buscar o sucesso,
experimentando sentimentos de orgulho e satisfação, em virtude de encarar desafios e chegar
à realização pretendida.
Em relação à segunda questão, Qual (quais) era (eram) sua (s) meta(s) como jogadora
de voleibol? 45 frases foram levantadas, e categorizadas como vemos na tabela 2.
Tabela 2 - Qual (quais) era (eram) sua (s) meta(s) como jogadora de voleibol? FREQUÊNCIA %
REALIZAÇÃO 05 11,2 EXPECTATIVA DE SUCESSO 33 73,3 MEIO DE VIDA 02 04,4 RELACIONAMENTO 0 0,0 EMOÇÃO E PAIXÃO 0 0,0 DIVERTIMENTO 02 04,4 EVITAR O FRACASSO 0 0 COMPETÊNCIA 03 06,6 DEMANDAS 0 0
Na tabela 2, podemos notar que os discursos das atletas para a questão 2, mostram que
a categoria Expectativa de Sucesso foi a que apresentou maior freqüência e porcentagem de
discursos com 33 e 73,3% respectivamente, seguida das categorias Realização com 05 e
11,2%, Competência 03 e 6,6, Meio de Vida e Divertimento com 2 e 4,4, já as categorias
45
Relacionamento, Emoção e Paixão, Evitar o fracasso e Demandas não apresentaram nenhum
discurso.
Como forma de melhor representar a porcentagem de discursos em cada categoria, os
resultados serão apresentados em forma de gráfico (figura 2).
Figura 2 - Porcentagem de discursos nas diferentes categorias para a questão 2
O resultado da categoria Expectativa de Sucesso indica que as atletas estabelecem
metas desafiadoras, mas que apresentem possibilidades de alcance, mesmo que tenham alto
nível de dificuldade. Isso significa que as metas são definidas com base em expectativas que
elas próprias se propõem a conseguir.
Atletas com alta expectativa de sucesso tendem a desenvolver níveis progressivos de
aspiração, definindo sempre metas superiores, com base na dificuldade da tarefa, em
experiências anteriores e em sua capacidade para enfrentar uma tarefa e ter êxito, que são
expressas principalmente através das atitudes e comportamentos durante os treinamentos e
competições. Exemplos desses níveis de aspiração progressivos podem ser encontrados nos
discursos: “Fui crescendo... e busquei uma peneira pra jogar num time maior”, “Conforme foi
46
passando fui conquistando posições”, “Cheguei à Seleção do meu Estado” e, “Hoje eu penso
em Seleção adulta”.
Com os resultados é possível verificar também que na definição de metas poucos são
os discursos que se referem ao desenvolvimento de habilidade e nível técnico ou no sentido de
sustento próprio ou por sentimentos de alegria e diversão. Chama a atenção também não haver
discursos que relacionem as metas com emoção e paixão ou mesmo com relacionamentos
sócio-afetivos de qualquer natureza e, sobretudo que demonstrem medo do fracasso ou
dúvidas e pesares. Esse fato é muito relevante para o estudo, uma vez que, segundo a Teoria
da Motivação para a Realização, a atividade orientada para a realização é sempre influenciada
pela resultante de um conflito entre duas tendências opostas, isto é, cada indivíduo tem dois
motivos de realização, alcançar o sucesso e evitar o fracasso. A resolução do conflito depende
de determinados aspectos de personalidade e de fatores situacionais, que em conjunto, geram
tendências para procurar o sucesso ou evitar o fracasso e conseqüentes reações emocionais e
comportamentos.
Em relação à terceira questão das entrevistas, “Como você se prepara para conquistar e
atingir suas metas?” 45 frases foram levantadas e categorizadas como vemos na tabela 3.
Tabela 3 - Como você se prepara para conquistar e atingir suas metas? FREQUÊNCIA %
REALIZAÇÃO 0 0 EXPECTATIVA DE SUCESSO 9 22,5 MEIO DE VIDA 0 0 RELACIONAMENTO 2 5,0 EMOÇÃO E PAIXÃO 0 0 DIVERTIMENTO 5 12,5 EVITAR O FRACASSO 0 0 COMPETÊNCIA 24 60,0 DEMANDAS 0 0
Na tabela 3, podemos notar que os discursos das atletas para a questão 3 mostram que
a categoria Competência foi a que apresentou maior freqüência e porcentagem de discursos
47
com 24 e 60,0% respectivamente, seguida das categorias Expectativa de Sucesso com 9 e
22,5%, Divertimento com 5 e 12,5% e Relacionamento 2 e 5,0%, já as categorias
Realização, Meio de Vida, Emoção e Paixão, Evitar o fracasso e Demandas não apresentaram
nenhum discurso.
Como forma de melhor representar a porcentagem de discursos em cada categoria, os
resultados serão apresentados em forma de gráfico (figura 3).
Figura 3 - Porcentagem de discursos nas diferentes categorias para a questão 3
A categoria Competência apresentou maior incidência de discursos com (60%) das
afirmações, o que nos mostra que a preparação da atleta para atingir suas metas passa pelo
desenvolvimento de competências e atitudes que possibilitem a elas uma evolução
profissional e pessoal importante para a permanência no esporte de alto rendimento. É
interessante que dentre as competências, as capacidades físicas e a melhoria das habilidades
técnicas foram as mais citadas. Exemplo disso são os discursos: “Fazer o meu máximo todos
os dias pra ganhar aprendizagem e ganhar mais experiência”, “Treinar muito, me dedicar aos
48
treinamentos”, “O voleibol exige muita dedicação, muito treino e eu me dedico por completo
é assim que eu me preparo” e, “Nos treinos eu procuro dar o máximo”.
Para Duda (1993), indivíduos orientados para o sucesso e para a tarefa acreditam que o
êxito acontece através do esforço demonstrado. Concordando Roberts (1992), afirma que
maior esforço, maior concentração, maior persistência, maior confiança e almejar melhorar o
desempenho são aspectos que caracterizam o comportamento destacado de um indivíduo
motivado para a realização. Segundo a Teoria da Motivação para a Realização, o indivíduo se
esforça para atingir determinados padrões de excelência em atividades onde ele possa ser
avaliado.
Ainda vale ressaltar que no processo de preparação e alcance de metas, a expectativa
de sucesso das atletas aparece com 22,5% dos discursos. Expressões que se referem a esforços
próprios, responsabilidade por desenvolver e potencializar o próprio desempenho na tentativa
de atingir a meta pretendida pôde ser observado em termos de expectativa.
Como exemplo se pode citar os discursos: “Fazer o meu máximo todos os dias pra
ganhar aprendizagem e ganhar mais experiência”, “A cada ano ao passar do tempo no ano, eu
faço objetivos e pra mim eu sempre me preparo assim”, “Treinando e sempre buscando
melhorar, evoluir a cada treino a cada dia mais”.
Em relação à quarta questão, “Como você enfrenta os desafios e frustrações do seu
esporte”? 70 frases foram levantadas e categorizadas, como mostra a tabela 4.
49
Tabela 4 - Como você enfrenta os desafios e frustrações do seu esporte? FREQUÊNCIA %
REALIZAÇÃO 2 02,8 EXPECTATIVA DE SUCESSO 10 14,3 MEIO DE VIDA 0 0 RELACIONAMENTO 9 12,8 EMOÇÃO E PAIXÃO 2 02,8 DIVERTIMENTO 1 01,4 EVITAR O FRACASSO 1 01,4 COMPETÊNCIA 41 58,6 DEMANDAS 4 05,7
Na tabela 4, podemos notar que os discursos das atletas para a questão 4, mostram que
a categoria Competência foi a que apresentou maior freqüência e porcentagem de discursos
com 41 e 58,6% respectivamente, seguida das categorias Expectativa de Sucesso com 10 e
14,3%, Relacionamento com 9 e 12,8%, Demandas 4 e 5,7%, Realização e Emoção e Paixão
com 2 e 2,8%, Divertimento e Evitar o Fracasso com 1 e 1,4%, já a categoria Meio de Vida
não apresentou nenhum discurso. Como forma de melhor representar a porcentagem de
discursos em cada categoria, os resultados serão apresentados em forma de gráfico (figura 4).
Figura 4 - Porcentagem de discursos nas diferentes categorias para a questão 4
50
Tais resultados mostram que o desenvolvimento de competências faz com as atletas
encarem os desafios e as frustrações do esporte com o máximo espírito de luta e superação,
caracterizando assim, atletas motivadas para buscar o sucesso, possibilitando a elas uma
evolução profissional e as capacitando para enfrentar e superar os obstáculos do contexto
esportivo. Os seguintes discursos podem ser citados como exemplo: “O gosto de você
conseguir se superar não tem preço, a superação é uma sensação incrível”, “Os desafios são
um aprendizado muito grande”, “Treinar, se dedicar porque a gente tem que se preparar pra
etapas cada vez mais difíceis”.
Os resultados também indicam discursos que podem demonstrar que desafios e
frustrações são experiências momentâneas e devem ser encaradas naturalmente. Os relatos
indicam que futuras expectativas de ter êxito e buscar apoio no grupo facilitam o
enfrentamento da situação. Exemplos dos discursos: “Não desistir, e se reerguer mais rápido”,
“Tudo que incomoda alguém aqui dentro a gente conversa, a gente faz reunião, acho que é por
ai”, “As frustrações eu acredito que você tem que saber lidar... é seguir em frente” e, “Não
desistir, não desistir”.
Nessa análise aparece um discreto aumento de discursos que mostram reações
adversas como demandas e evitar o fracasso 5,7% e 1,4%, e embora se perceba uma maior
incidência de discursos relacionados a essas categorias comparados com as outras questões, os
resultados mostram que as atletas demonstram que enfrentam os desafios e lutam para
alcançar o sucesso através do desenvolvimento de determinadas competências, o que nesse
caso é positivo, pois para Roberts (1982) as conseqüências de resultados e situações negativas
podem afetar a expectativa de sucesso e levar a fracasso futuro. Então para essa superação a
atleta utiliza-se assim das próprias dificuldades para elevar o nível de motivação individual.
51
Exemplo disso são os discursos: “Desafios e frustrações eu pego como uma coisa boa,
ganhando ou perdendo a gente ta sempre..., faz a gente crescer”, “Tem que trabalhar e superar
as nossas frustrações”, “Pensando no que errou pra poder corrigir nas próximas etapas”.
Também foi possível observar em alguns discursos que para superar desafios e
frustrações as atletas mostram sentimentos positivos importantes, tais como orgulho, amor ao
que faz e, prazer em realizar as atividades, que são reações emocionais e comportamentos
frente à realização, segundo a teoria. Exemplo desses discursos: “Separar as coisas ruins e ter
o prazer de jogar voleibol, acho que é o mais prazeroso”, “fazer, conseguir, fazer valer a
pena” e “Se o desafio é uma coisa que se gosta de fazer tudo fica mais fácil”.
Em relação à quinta questão da entrevistas, “Quais as suas expectativas em relação à
sua participação na Seleção Brasileira?” 39 frases foram levantadas e categorizadas como
mostra a tabela 5.
Tabela 5 - Quais as suas expectativas em relação à sua participação na Seleção Brasileira? FREQUÊNCIA %
REALIZAÇÃO 1 02,5 EXPECTATIVA DE SUCESSO 24 61,5 MEIO DE VIDA 0 0 RELACIONAMENTO 4 10,2 EMOÇÃO E PAIXÃO 1 02,5 DIVERTIMENTO 0 0 EVITAR O FRACASSO 0 0 COMPETÊNCIA 9 23,0 DEMANDAS 0 0
Na tabela 5, podemos notar que os discursos das atletas para a questão 5 mostram que
a categoria Expectativa de Sucesso foi a que apresentou maior freqüência e porcentagem de
discursos com 24 e 61,5% respectivamente, seguida das categorias Competência com 9 e
23,0%, Relacionamento com 4 e 10,2%, Realização e Emoção e Paixão com 1 e 2,5%, já
52
Meio de vida, Divertimento, Evitar o Fracasso e, Demandas não apresentaram nenhum
discurso.
Como forma de melhor representar a porcentagem de discursos em cada categoria, os
resultados serão apresentados em forma de gráfico (figura 5).
Figura 5 - Porcentagem de discursos nas diferentes categorias para a questão 5
Esses resultados indicam que as atletas têm expectativas de sucesso com relação a sua
participação na Seleção Brasileira, mesmo após ter atingido uma meta com nível de
dificuldade considerada alta, ou seja, conquistar espaço entre as melhores do País na
categoria. As atletas demonstram motivação para manter a evolução da carreira de atleta de
voleibol, buscando atingir novos objetivos, novas realizações e expectativas. Como podemos
constatar nos discursos: “Primeiramente ficar entre as 12”, “Me concentrar e focar pra chegar
na Seleção Adulta”, “Disputar as Olimpíadas, pra mim é uma grande expectativa, é o que
mais quero” e, “Estar preparada pra continuar na equipe evoluindo a cada treino”.
Outra discussão interessante acerca dos resultados obtidos foi em relação a categoria
competência que mostra que as atletas procuram, através da sua dedicação, esforço, espírito
53
de luta e determinação, se prepararem e se desenvolverem no esporte como atleta profissional
de voleibol e buscam seus objetivos de acordo com o seu desempenho e realizações,
aumentando o seu nível de aspiração.
Encerrando essa análise, alguns discursos ainda indicaram a presença de sentimentos
de amizade, orgulho em ter alcançado com êxito essa conquista, fatores que são importantes
para a permanência no esporte de alto nível. Mas vale a pena destacar que as atletas
estabelecem suas expectativas sem levar em consideração os aspectos financeiros e sustento
da família, tampouco o lazer e as demandas.
Esses resultados estão de acordo com a Teoria de Atkinson et al. (1966), pois, no
contexto esportivo de alta competitividade, os aspectos levantados anteriormente são
importantes para uma atleta avaliar o seu nível de capacidade e expectativas sucessivas de
sucesso, desenvolvendo assim, formas e propostas para seu desempenho futuro (NICHOLLS,
1989, apud ROBERTS, 1995).
54
CAPÍTULO 5
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo geral desse estudo foi compreender o significado do voleibol na percepção
das jogadoras da Seleção Brasileira da categoria Juvenil Feminino e analisá-lo à luz da Teoria
da Motivação para a Realização.
Os resultados revelaram que o significado do voleibol esta relacionado à expectativa
de sucesso, à capacidade da atleta em estabelecer metas e conquistá-las, através do esforço
próprio e dedicação para enfrentar os desafios e dificuldades na realização. Foi interessante
notar que em somente uma pergunta houve uma resposta referente à categoria Evitar o
Fracasso.
Isto nos leva a considerar que através dos resultados levantados, foi possível concluir
que as atletas de alto rendimento apresentam características que se relacionam com os
comportamentos de pessoas motivadas para alcançar o sucesso, demonstrando alto nível de
confiança e aspiração, competências para encarar desafios, buscando excelência, sem medo de
comparações, experimentando sentimentos de orgulho e satisfação como resultado de reações
emocionais da prática com êxito.
Em outras palavras, o voleibol para as atletas da categoria juvenil, tem um significado
capaz de desenvolver altos níveis de expectativa de sucesso sentimento de realização quando
há comparação social e a noção que o resultado dos esforços individuais é definido pelo
desenvolvimento de habilidades e competências no alcance das metas pretendidas.
55
Sendo assim a aprendizagem, a prática, o aprimoramento de habilidades, o
desenvolvimento e a avaliação de metas de curto prazo na busca de metas de longo prazo, o
aprender a lidar com o fracasso e o sucesso, os relacionamentos, apreciar o valor da
motivação, esforço e persistência são aspectos que muito provavelmente promovem o
comportamento motivado das atletas, a paixão pela prática em si e o desenvolvimento,
crescimento e evolução pessoal, profissional e esportivo.
Os resultados levantados apresentaram relação com os princípios da Teoria da
Motivação para a Realização, já que as atletas demonstraram motivos para buscar o sucesso,
alto nível de confiança e aspiração, competências para encarar desafios, buscando excelência,
sem medo de comparações, experimentando reações emocionais como sentimentos de orgulho
e satisfação e alto nível de desempenho, características que se relacionam com os
comportamentos de pessoas motivadas para alcançar o sucesso na realização.
Independentemente de termos conseguido traduzir o significado do voleibol como
sendo uma realização, uma conquista e desenvolvimento pessoal do nível de expectativa e
competências, acreditamos haver a necessidade de desenvolver novas investigações sobre o
assunto, avaliando atletas adultos bem como outras modalidades esportivas.
56
REFERÊNCIAS ANFILO, M. A. A prática pedagógica do treinador da Seleção Brasileira masculina de voleibol: processo de evolução tática e técnica na categoria infanto juvenil. Florianópolis, S.C. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Santa Catarina, 2003.
ARAÚJO, J.B. Voleibol moderno. Rio de Janeiro: Editora Grupo Palestra Sport, 1994. ATKINSON, J.W. e FEATHER, N.T.; A Theory of Achievement Motivation. New York : Wiley, 1966. BARBANTI, V. J. Treinamento Físico – Bases Científicas. São Paulo: Balieiro, 1996. BECKER JR. B.; SAMULSKI, D. Manual de treinamento psicológico para o esporte. Novo Hamburgo: FEEVALE, 1998. BIZZOCCHI, C. O voleibol de alto nível: Da iniciação à competição. São Paulo: Manoele, 2004. BOJIKIAN, J. C. M. Ensinando voleibol. São Paulo: Phorte Editora, 1999. BOJIKIAN, J. C. M. Vôlei vs. Vôlei - Iniciação precoce. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, 1(1), 2002. BRANDÃO, M. R. F. O perfil psicológico das seleções brasileiras de voleibol. Actas do VII World Congress in Sport Psychology, 192-197, 1993. BRANDÃO, M. R. F. Equipe nacional de voleibol masculino: um perfil sócio-psicológico à luz da ecologia do desenvolvimento humano. Santa Maria – RS. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Santa Maria, 1996. BRANDÃO, M. R. F.; MACHADO, A. A. Coleção psicologia do esporte e do exercício: V1.. Teoria e Aplicação. São Paulo: Atheneu, 2007. BURITI, M. A. (org.), Psicologia do Esporte. Campinas, São Paulo: Editora Alínea, 2001.
57
COSTA, L. C. A. e NASCIMENTO, J. V. O ensino da técnica e da tática: novas abordagens metodológicas. Revista da Educação Física,UEM, 15(2): p. 48-55, 2004. CRATTY, B.; Psicologia no esporte. Rio de Janeiro: Editora Prentice-Hall do Brasil, 1983. DAVIDOFF, L. Introdução à Psicologia. São Paulo: Mc Graw-Hill, 2001. DE ROSE, Jr. D. Modalidades Esportivas Coletivas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. DUDA, J.L., Motivation in Sport Settings: A Goal Perspective Approaches. In Motivation in sport and exercise. Champaign: Human Kinetics, p. 57-92, 1992. DUDA, J. L. Goals: A social cognitive approach to the study of achievement motivation in sport. In R. N. Singer, M. Murchey , & L. Keith Tennant (Eds.), Handbook of research on sport psychology New York: Macmillan, p. 421-436, 1993. FILIN, V. P. Desporto Juvenil: teoria e metodologia. Londrina: CID. 1996. GANO, L. A., GUIVERNAU, M., MAGYAR, T. M., WALDRON, J. J., EWING, M. E. Achievement goal perspective, perceptions of the motivational climate, and sportpersonship: individual and team effects, Psychology of Sport and Exercise , 6, 215-232, 2005. GILL, D.L., GROSS,J.B., e HUDDLESTON, S. Participation motivation in youth sport, International Journal of Sport Psychology,14, 1-14, 1983. GONZALEZ, J.L. Psicologia del Deporte. Madrid: Biblioteca Nueva, 1997. GOULD, D.; Psychosocial development and children's sport. In: Thomas , J.R.;(ed.) Motor development durind childhood and adolescence. Minneapolis, 1987.
58
GOUVÊA, F. L. Análise das ações de jogos de voleibol e suas implicações para o treinamento técnico-tático da categoria infanto-juvenil feminina. Campinas. Dissertação de Mestrado, UNICAMP, 2005. LAVILLE, C.; DIONE, J. A construção do saber: manual de metodologia da pesquisa em ciências humanas. Porto Alegre: Editora Artes Médicas Sul Ltda,1999. LIMA, D. F. Treinamento precoce e intenso em crianças e adolescentes. Belo Horizonte: Health, 2000. MACHADO, A. A. Psicologia do Esporte: Temas emergentes I. São Paulo: Ápice, 1997. MACHADO, A. A. Voleibol: do aprender ao especializar. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. MAGGIL, R. A Aprendizagem Motora: Conceitos e Aplicações. São Paulo: Edgard Blücher, 2001. MARKUNAS, M. Iniciação esportiva: características interdisciplinares do treinamento nas categorias de base. Revista do Vôlei, v3, p.30-35, 2004. MARQUES, N. K. Voleibol: Biomecânica e Musculação Aplicada. Rio de Janeiro: Ed. Grupo Palestra Sport, 2001. MARTIN, A. J. y NUÑEZ, J.L. Motivación y deporte. En Revista del Deporte, V1, 84-102, 1996. MASSA, M. Análise univariadas e multivariadas na classificação de atletas de voleibol masculino. Revista Paulista de Educação Física. v. 13, 1999. MURRAY, E.J. Motivação e Emoção. Rio de Janeiro:Zahar 1978. PAIM, M. C. C. Voleibol, que fatores motivacionais levam a sua prática? Lecturas Educación Física Y Deportes. Revista Digital. http://www.efdeportes.com/. Buenos Aires. Junio, nº 61, 2003.
59
PROENÇA, J. E. Prática: condição fundamental para o aprendizado. Revista Vôlei-Técnico, v. 5, n. 4, p. 21-27, 1998. PUENTE, M. (org.). Tendências Contemporâneas em Psicologia da Motivação. São Paulo: Autores Associados: Ed. Cortez, 1982. RIZOLA, A.N. Proposta de preparação para equipes de voleibol. Campinas. Dissertação de Mestrado, UNICAMP, 2003. ROBERTS, G. C. Motivation in sport and exercise: conceptual constraints and convergence. In: ______. (Ed.) Motivation in sport and exercise. Champaign: Human Kinetics, p. 03-30,1992. ______. Motivación e el deporte y el ejercicio: limitaciones y convergencias conceptuales. Bilbao, 1995. ROBERTS, G. C., TREASURE, D.C. y BALAGUÉ, G. Achievement goals in sport: The development and validation of the perception of success questionnaire. Journal of Sports Sciences, 16, 337-347. In: Revista de Psicología del Deporte , 15, 167-181, 1998. SAMULSKI, D. Psicologia do esporte: teoria e aplicação prática. Belo Horizonte: Imprensa Universitária - UFMG, 1995. SCALON, R. M. Fatores Motivacionais que Influem na Aderência e no Abandono dos Programas de Iniciação Desportiva pela Criança. Porto Alegre. Dissertação Mestrado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1998. SHALMANOV, A. A. Voleibol: fundamentos biomecânicos. Tradução de Alexander Bazin. Guarulhos: Phorte, 1997. SINGER, R. Sustaining Motivation in Sport. Flórida: Sport Consultants International Inc, 1984. ______. Peak Performance ... and more. New York: Movement Publications Inc, 1986.
60
STERNEBERG, R. J. Psicologia cognitiva. Porto Alegre: Artmed, 2000. TURATO, E. R. Métodos qualitativos e quantitativos na área da saúde: definições, diferenças e seus objetivos de pesquisa. Revista Saúde Pública, v 39, 2005. VALLERAND, R. J., & Losier, G. F. An integrative analysis of intrinsic and extrinsic motivation in sport. Journal of Applied Sport Psychology,11, 142–169, 1999. WEINBERG, R.S. & GOULD,D. Fundamentos da psicologia do esporte e do exercício. Porto Alegre: Artmed, 2001. WEINECK, J. Biologia do esporte. São Paulo: Manole, 1996. WEINECK, J. Treinamento Ideal. São Paulo: Manole, 1999. WITTER G. P. Psicologia da Aprendizagem: Aplicação na Escola. São Paulo: EPU, 1984. ZAKHAROV, A. Ciência do treinamento desportivo. Rio de Janeiro: Grupo Palestra Sport, 1992. ZASON, L.K.C. e WANG, C.K. J., (2008) Motivational profiles of junior college athletes: A Cluster Analysis, Journal of Applied Sport Psychology, 20:2, 137-156.
61
ANEXO 1
Termo de Consentimento da Instituição.
62
63
ANEXO 2
ENTREVISTA
64
ENTREVISTA
01. O que significa o Voleibol para você e o que significa ser uma jogadora da Seleção
Brasileira de Voleibol ?
02. Qual (quais) era (eram) sua (s) meta(s) como jogadora de voleibol?
03. Como você se prepara para conquistar e atingir suas metas?
04. Como você enfrenta os desafios e frustrações do seu esporte?
05. Quais as suas expectativas em relação à sua participação na Seleção Brasileira?
65
ANEXO 3
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
T C L E
66
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
ÁREA : PSICOLOGIA DO ESPORTE Título da Pesquisa: Voleibol e seu significado: Uma analise à luz da Teoria da Motivação
para a Realização.
Eu, ___________________________________________________RG_________________,
_______ anos, residente
__________________________________________________________
N° _________-
_________________________________________________________________
Fone _________________, E-mail
_________________________________________________,
abaixo assinado(a) (ou meu Responsável Legal) ___________________________________,
assino o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, para participar como voluntário do
Projeto de pesquisa supra citado, sob a responsabilidade do Programa de Mestrado em
Educação Física da Universidade São Judas Tadeu.
Assinatura:
___________________________________________RG_____________________________
___
Assinando este Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, estou ciente de que:
1) O Objetivo da Pesquisa é: Analisar e compreender o significado do voleibol na percepção
das jogadoras da Seleção Brasileira de Voleibol Juvenil Feminino, nas perspectivas pessoal,
social e profissional, à luz da Teoria da Motivação para a Realização.
2) Durante o estudo será realizada entrevista semi-estruturada composta por 5 questões
abertas, que serão gravadas e posteriormente transcritas com total fidelidade;
3) A realização da entrevista apresenta risco mínimo para as atletas tais como mal estar, ou
nervosismo sendo que a participação é voluntária e desvinculada de qualquer despesa ou
compensação financeira;
67
4) Caso seja de meu interesse, terei a minha disposição a entrevista concedida por mim
transcrita pelo pesquisador e uma cópia da dissertação de mestrado ao final;
5) Obtive todas as informações necessárias para poder decidir conscientemente sobre a minha
participação na referida pesquisa;
6) Caso não me sinta a vontade ou esteja ansiosa, poderei interromper a qualquer momento
minha participação na pesquisa e retornar se tiver interesse;
7) Meus dados pessoais serão mantidos em sigilo e os resultados gerais obtidos através da
pesquisa não servirão em hipótese alguma de fonte de informação para qualquer decisão
futura da Comissão Técnica, e serão utilizados apenas para alcançar os objetivos do trabalho
exposto acima, incluída sua ampla publicação na literatura cientifica especializada;
8) Poderei contatar o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São Judas Tadeu para
apresentar recursos ou reclamações em relação à pesquisa através do telefone (11)
2799.1946;
9) Poderei entrar em contato com os responsáveis pelo estudo; Profª Maria Regina F. Brandão
e Prof. Marco César Agnello, pelo telefone (11) 2409-4184.
10) Este Termo de Consentimento é feito em duas vias, sendo que uma permanecerá em meu
poder e a outra com o Pesquisador responsável.
Rio de Janeiro , _____ de ___________________ de ________
_______________________________________
_______________________________________
Nome e Assinatura do Voluntário ou Responsável Legal
_______________________________________
_______________________________________
Nome e Assinatura do Pesquisador Responsável
68
ANEXO 4
Ficha Biográfica das Atletas
69
ATLETA - Nº
Qual a sua idade? ______________________________
Há quanto tempo pratica Voleibol? ___________________________
Há quanto tempo está na Seleção Brasileira? ____________________________
Quais os principais Títulos que conquistou?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
70
ANEXO 5
Transcrição das Entrevistas
71
ENTREVISTAS
SUJEITO No. 01
01) Hoje para mim é meu trabalho, meu sustento com o que eu me ajudo. A Seleção... Ah... ,
é o prazer de saber que seus pais tão lá, e que investiram em você... , é... , você se sentir
especial, é bonito né !
02) Minha principal meta era, quer dizer é chegar na categoria adulto de um clube, com meu
trabalho mesmo e à Seleção ou qualquer tipo de Seleção como conseqüência do meu trabalho
eu chegar num adulto. O principal pra mim é jogar vôlei e conquistar essa meta.
03) Com muita concentração, eu digo bastante até, por estar distante da família, focada
naquilo mesmo que você tem que fazer, porquê na verdade você tem que fazer com prazer,
porquê se você fizer por obrigação não consegue nada mesmo, é bem isso.
04) Eu acho que você precisa de motivação mesmo, mas se não estiver motivado nossa ...., o
gosto de você conseguir se superar não tem preço a superação é uma sensação incrível, acho
que é o mais prazeroso, fazer, conseguir, fazer valer a pena. As frustrações é triste né..., se
você não conseguir o que você ta buscando..., o negócio é você pensar que tem que fazer tudo
valer a pena, se você souber que deu seu máximo, isso vai te aliviar agora, se não souber e
ficar pensando besteira isso vai te levar à frustração mesmo. Tem que saber superar tem que
sempre fazer com que valesse a pena, a gente tem apoio da família, separar as coisas ruins e
ter o prazer de jogar voleibol.
05) Qualquer atleta que já passou por aqui, acho que todos tiveram a oportunidade de ser o
melhor do mundo, como aconteceu com alguns, a gente tem tudo para conseguir, as
expectativas nós que temos que criar e transformar em realidade.
SUJEITO No. 02
01) Ah...,é minha vida, é uma coisa que eu gosto de fazer é uma coisa que me da prazer. Eu
acho que se tudo der certo na minha carreira eu quero o vôlei pra mim, pra minha vida pra
72
tudo. Ser uma jogadora da Seleção Brasileira é um... , é diferenciado, a gente é diferenciada
dos nossos amigos, a gente tem mais responsabilidade, acho que é assim.. , uma pessoa
especial, a gente é muito especial e... , nos clubes as outras atletas enxergam você de uma
forma diferente, tentam buscar o que você tem de melhor, acho que é assim, um exemplo.
02) Minha meta hoje é a gente ganhar o Mundial, quero ganhar a Superliga, já que é a 1ª.
Superliga, eu disputei o ano passado, só que agora eu vou disputar realmente esse ano, tipo
tentar jogar bem, prá sei lá chegar na Seleção Adulta, é uma meta que eu tenho, também jogar
uma Olimpíada, igual as meninas né, acho que todo atleta sonha com isso.
03) Eu tento todo dia dar o meu melhor, tipo se tem 10 toques pra mim fazer, 10 repetições
na mão, eu tento fazer 10 repetições todos os dias, tentar fazer o meu máximo todos os dias
pra ganhar aprendizagem e ganhar mais experiência.
04) Eu tento me concentrar em todos os treinamentos e ... , em relação ao psicológico eu
converso muito com a minha mãe, tipo tudo que me incomoda. A gente tem acompanhamento
de psicólogos que fazem o trabalho com a gente também, e tudo que incomoda alguém aqui
dentro a gente conversa, a gente faz reunião, acho que é por ai.
05) Eu quero chegar no adulto, na Seleção adulta e disputar as Olimpíadas, pra mim é uma
grande expectativa, é o que mais quero.
SUJEITO No. 03
01) Hoje o vôlei significa grandes oportunidades na minha vida e um crescimento assim, ...
que eu acho que se eu não estivesse no voleibol eu não seria responsável, tão madura como eu
sou hoje em dia em questão tanto pessoal quanto do esporte mesmo. A Seleção, ah,... pra
mim significa tudo na minha vida. Falar quando me perguntam, falar que sou uma atleta da
Seleção Brasileira pra mim é minha maior alegria e acho que maior orgulho pra mim e pros
meus pais assim, ... e tudo que já conquistei, ainda tenho muita coisa pra conquistar, tenho
muitos sonhos na minha vida, acho que pra mim Seleção Brasileira é o auge, é o que todo
73
mundo quer assim, todo mundo que a vida de atleta, então eu já conquistei uma pequena parte
do que eu quero na minha vida.
02) Minha meta hoje em dia assim .., antes era chegar numa Seleção Brasileira antes era
Seleção Catarinense, ai eu cheguei na Brasileira, agora com certeza eu vejo as meninas do
adulto treinando os meninos com certeza jogar numa Seleção Brasileira adulta chegar numa
Olimpíada, isso é uma meta assim pra mim, que antes parecia assim distante, mas vendo
algumas histórias de algumas meninas do adulto mesmo, eu vejo que não esta tão distante
assim esse sonho.
03) Tem vez que assim, quer dizer a cada começo de ano ao passar do tempo no ano eu faço
objetivos e pra mim eu sempre me preparo assim, eu acho que o meu psicológico me ajuda
muito, a minha cabeça que eu tenho me ajuda muito a me preparar pras coisas assim, e
enfrentar tanto algum problema quanto felicidade, se de repente alguma coisa que eu não
esperava eu acho que eu não desisto fácil assim das coisas que eu quero.
04) Eu acho que os desafios são um aprendizado muito grande que eu tive , ... eu me
preparei muito bem em 2007 eu sonhava todos os dias em ir pro campeonato e ficar numa boa
colocação. E as frustrações, foi uma frustração assim todo mundo esperava e eu esperava
assim na minha carreira e foi uma frustração muito grande pra mim e pro time inteiro, a gente
ter ficado em 5º. Lugar, e eu aprendi muito com isso, a gente decaiu muito por ter ficado em
5º a gente desistiu, perdemos pra time que não poderia perder e isso ficou engasgado e esse
ano a gente vê que se acontecer, se perder pra um time, alguma coisa assim a gente vai
conseguir voltar muito mais rápido.
05) São as melhores possíveis, eu acho que quando o adulto chega eles incentivam a gente a
pensar lá na frente, porque antigamente a gente pensava nossa..., vai acabar o juvenil e acabou
o juvenil e fim, eu não tenho mais nada, mas agora não, agora tem seleção de novos e já é um
passo pra adulta, então pra mim, minha maior realização será jogar esses 4 anos de base e com
muita expectativa de chegar na adulta é claro!.
74
SUJEITO No. 04
01) O Voleibol pra mim ajuda muito em conhecer novos amigos, fazer novos amigos, ajuda a
formar responsabilidade, eu acho muito importante, é muito bom pra fazer o que você gosta,
estar aqui jogando vôlei que é o que eu gosto muito de fazer. Ser uma jogadora da Seleção
Brasileira, é o que todo mundo deseja né, então acho que a partir do momento que voce ta
aqui, voce tem que ter a noção de que voce agora é um exemplo e uma.... é diferente das
outras, então a responsabilidade aumenta e voce tem que fazer..., buscar fazer o melhor e
fazer tudo certo porque as outras vão seguir voce, reparar nas coisas que voce faz, então acho
que é importante ser..., ser mais responsável e pensar nas conseqüências dos seus atos.
02) Desde pequena quando todos me perguntavam o que você vai ser quando crescer, ai eu
falava que queria ser jogadora de voleibol, com o tempo eu percebi que estava ficando
pequena já que a faixa de altura esta muito alta, mas corri atrás e superei essa dificuldade, e
agora chegar numa S. adulta é minha meta.
03) Eu procuro me concentrar bastante, treinar muito, me dedicar aos treinamentos e ouvir
bastante os técnicos, que eles com certeza tem experiência, sabem a hora certa de falar, dar
uns toques bem importantes, assim , então eu procuro ouvir e tentar fazer o melhor.
04) Bom um desafio muito grande que eu tive esse ano principalmente foi que ano passado
eu era libero até por causa da minha altura, mas o que eu gosto mais mesmo é atacar, então eu
procurei isso, me dediquei muito e tenho agora principalmente sendo ponteira tem que ser
passadora, então to treinando bastante passe e ataque também para ver se eu consigo passar
por esse desafio e em relação às frustrações uma que tive muito grande foi em 2007, bem
marcante, porque a gente ficou em 5º. No Mundial e a gente não esperava, a gente queria
muito ser campeão, estávamos treinando pra isso e foi bem difícil assim, mas acho que é
cabeça erguida, a gente tem que continuar treinando, não tem outro jeito, então acho que tem
que superar.
05) Bem..., treinar bastante ... , treinar bem e se o técnico decidir que eu vou pro campeonato
esse ano, vou dar o melhor de mim e ajudar a S. a conquistar esse titulo e estar aqui nas
75
próximas seleções pra disputar títulos e dessa vez tenho certeza que vai dar certo e vamos
ganhar.
SUJEITO No. 05
01) Como eu jogo assim desde criança,então o vôlei sempre significou muito na vida, questão
de responsabilidade,amadurecimento e enfrentar os medos,acho que foi isso que o vôlei mais
me ajudou e significa um grande aprendizado para evolução como pessoa também. A Seleção
significa... uma responsabilidade muito grande além de ser uma grande motivação, uma
motivação pra você buscar mais..., um reconhecimento do trabalho que você tem feito ao
longo desses anos e é muito gratificante saber que as pessoas to reconhecendo o seu trabalho.
02) Eram sempre amadurecer a cada treino a cada jogo,a cada campeonato e aprender também
com meus erros e com meus acertos.
03) Me concentrando bastante,mentalizando cada... , cada gesto, treinando e sempre buscando
melhorar, evoluir a cada treino a cada dia mais.
04) Desafios na vida sempre terá e acho que no esporte não é diferente, sempre procuro exigir
bastante de mim e acreditar no que eu posso fazer e até onde eu posso chegar. As frustrações
eu acredito que você tem que saber lidar... porque .....,é seguir em frente procurar levantar a
cabeça, acreditar que tudo sempre pode ser melhor.
05) Ah..., minha expectativa maior é evoluir ... , cada dia mais e que eu possa ta preparada pra
continuar na equipe e evoluindo a cada treino, me concentrando cada vez mais pra quem sabe
chegar na Seleção adulta.
SUJEITO No. 06
01) O Voleibol eu acho que da pra tirar muitas coisas dele, não é ... , eu não vejo apenas como
um jogo mas onde a gente aprende a ter respeito, lidar com várias pessoas, então significa
muito e é isso o que eu mais tiro do vôlei é o que a gente ganha com isso, tem que ta em
convívio, então o tempo inteiro tem que aprender a respeitar os outros, saber como lidar com
76
todo mundo e saber como lidar nas várias situações. A Seleção Brasileira significa uma
conquista assim, um trabalho valorizado, porque é o topo de tudo aquilo que você trabalha, é
o máximo que você pode chegar na categoria dentro do vôlei e além de que você fica com
uma imagem de exemplo, tudo que você demonstra, que você consegue, você se firma mais e
pensar em conquistar mais.
02) Eu acho que no começo eu pensava muito pequeno assim, que lá na minha cidade 1º.
tinha a Seleção de Curitiba e depois a Seleção Paranaense e eu me mantive muito naquilo, eu
achava muito bom ter aquele pouco, à partir do momento que eu tive o gostinho de ta aqui em
Saquarema, mais alto subir, eu aprendi que sempre é melhor e se deve sonhar alto, então eu to
aqui na Seleção Brasileira porém quero me manter, ser campeã juvenil e todos da categoria e
chegar na Seleção. adulta, essas são minhas metas, sempre melhorar.
03) Além do treinamento do dia dia que geralmente são em dois períodos, a gente treina
especifico, treina separado pra levantadora, eu treino também sozinha no meu quarto, fico
pensando que jogada eu posso fazer nas dificuldades do jogo quando acontecer isso como eu
posso e virar pra chamar outra bola. Eu como levantadora tenho que ta pensando o tempo
inteiro, então antes do jogo eu to pensando sempre nisso, como sair de uma dificuldade, ou
como você pode manter um bom jogo.
04) Eu acho que os desafios são mais fáceis de lidar do que as frustrações,desafios sempre eu
pego como uma coisa boa,porque é uma coisa que a gente ganhando ou perdendo a gente ta
sempre ..., faz a gente crescer né,então acho que o desafio de um jogo ou de um treino mais
difícil... , como agora, eu vou disputar uma vaga com mais duas e ainda tem o corte, isso é
um desafio pra mim é o que me faz crescer e estar mais motivada pra treinar mais a cada dia.
As frustrações aprender a lidar aos poucos, no começo tem coisa que abala demais, mas
depois começa a lidar porque você pensa bom, eu perdi nisso, eu errei aqui, então a gente
trabalha pra melhorar naquilo pra não se frustra novamente.
05) Eu tento sempre buscar mudar.., e mudar pra melhor,pra que chegue no meu máximo,
procurar me manter, porque todo mundo aqui é profissional e chegar bem nos campeonatos e
77
alcançar a Seleção adulta, vencer sempre os campeonatos que temos que disputar e visar os
campeonatos pra chegar no adulto.
SUJEITO No. 07
01) Quando eu comecei no Voleibol eu gostava, então era mais uma diversão, eu comecei a
aprender muito e hoje eu acho que é um prazer e minha profissão. A Seleção é muito bom pra
gente ta aqui, é um reconhecimento do nosso trabalho, é uma coisas..., que a gente
desempenha todos os dias, que a gente se dedica todos os dias no nosso clube e ter esse
retorno do trabalho, chegar a Seleção então é gratificante assim, é muito bom.
02) Quero ser uma boa jogadora, quero ganhar dinheiro, continuar jogando, ajudar minha
família,eu quero realmente ser uma boa jogadora, ser da Seleção Brasileira e servir a Seleção.
03) O Voleibol exige muita dedicação, muito treino e eu me dedico por completo ao vôlei .
eu faço ... , eu treino, me dedico ao máximo aos treinamentos, é assim que eu me preparo.
04) Pros desafios a gente tem que se preparar sempre, treinar, se dedicar porque a gente tem
que se preparar pra as etapas cada vez mais difíceis, pra superar e fazer, a gente tem que se
superar. As frustrações a gente também se prepara, assim, otimismo demais às vezes
atrapalha, tem que se preparar para algo que pode acontecer, mas a gente tem que estar
preparada, tem que estar bem, pra isso tem que ta tranqüila de que a gente fez o máximo pra
alcançar os nossos objetivos.
05) Eu espero contribuir pro grupo, espero contribuir muito pra conquistarmos esse titulo que
é uma coisa muito importante assim, nosso técnico falou que algumas pessoas não
acreditam,mas eu acho que a gente ta bem, e a gente vai se preparar melhor ainda, com todo
mundo focada nesse objetivo de buscar isso e conquistar esse mundial.
SUJEITO No. 08
01) Hoje eu acho, eu vejo mais como uma profissão, que eu acho que hoje já tive que largar
muita coisa pra ta no vôlei, então eu vejo como uma profissão mesmo, tenho meu
78
salário,tenho meu reconhecimento e é isso vou superando a cada dia, tentando melhorar, bem
como uma profissão mesmo. E Seleção eu acho que estar aqui hoje é ser coroada assim, um
pouco pelo esforço que a gente faz no dia dia dos nossos clubes , porque a gente abriu mão de
certas coisas e isso, então ... assim, ta aqui hoje é assim é um incentivo pra você continuar,
era uma meta e você alcança você tem essa motivação, você tem vontade de buscar mais,
buscar mais, eu acho que a Seleção é muito isso é uma realidade diferente você conviver com
uma Seleção adulta, as outras é muito gratificante assim você ta nesse meio.
02) À principio como não era nada profissional, eu nunca cheguei a pensar assim, as minhas
metas, como eram assim muito próximas,por exemplo se tinha um campeonato,pensava nele
e depois foi crescendo, fui buscar uma peneira pra jogar num time maior, hoje eu já posso
pensar numa Seleção adulta, uma meta era vir pra cá ( Saquarema) e to aqui e sempre busco
as metas, as de curto prazo, as de médio e longo prazo, eu sempre vou pensando nelas.
03) Eu acho que o vôlei e o esporte exige muita... , muita determinação assim muita coragem,
a gente tem que largar muitas coisas, a gente tem que se dedicar e fazer..., abrir mão de muita
coisa e pensar sempre nisso, pra ter assim, como uma segurança, pra você agüentar as coisas
você tem, sempre que olhar a meta sempre pensando pra buscar forças.
04) Eu acho que os desafios a gente tenta antecipar eles ao máximo, a gente tenta prever o que
vai acontecer pra não ser tão difícil nas horas. Eu acho que esse é meu maior segredo pra
superar,estar preparada ao máximo pros desafios que vão surgir. E as frustrações eu acho que
é muito com base nas metas mesmo, eu acho que as metas estando em mente, você querendo
muito, muito alguma coisa, você vai superando as frustrações e tentando levantar depois de
cada queda, acho que é bem assim.
05) Eu procuro pensar que eu quero ajudar ao máximo, fazer assim, que seja pra eu fazer um
ponto, mas que ele faça uma diferença, que eu esteja ajudando se não dentro de quadra, fora
de quadra, ajudando o grupo a ficar cada vez mais unido, ajudar no geral assim ajudar em
tudo,tanto no tático quanto no grupo,como entrosar e que a gente seja, que o campeonato
venha a gente ganhe, todo mundo busque esse mundial.
79
SUJEITO No. 09
01) O voleibol pra mim acho que significa muito, porque desde criança eu abri mão de
muitas coisas, pra ta treinando, pra ta jogando, tipo mas quando é adolescente a gente pensa
que os amigos vão sair, eles podem tipo.. a gente ta lá treinando, a gente imagina que os
nossos amigos tão se divertindo, não se divertindo né, porque aqui a gente se diverte com o
que faz, senão a gente não faria.. tipo a gente abre mão de muita coisa, pra mim abrir mão da
minha família foi o principal, porque pra eu abrir mão da minha família tinha que ser um fator
bem grande da minha vida, então eu desistir, não desistir mas sair de perto da minha família,
o voleibol pra mim é tudo. A Seleção pra mim é um orgulho, primeiramente por a gente ta
representando o País onde a gente nasceu e todo mundo as pessoas que não são do esporte,
as pessoas que são do esporte torcem e isso é muito gratificante porque a gente vê as pessoas
dando força, vamos Brasil, a gente consegue,lembra que passou por muitas dificuldades pra
ta aqui, pra ta lutando por um titulo,seja Sul - americano ou Mundial ou mesmo pensando
mais longe,nas equipes adultas, em disputar uma Olimpíada, então acho que é gratificante.
Você chegar na sua Cidade, eu nasci no interior de SP, as pessoas reconhecem,falam
parabéns, dão força pra você e isso motiva, principalmente a força que o brasileiro dá pro
vôlei.
02) Todo atleta sonha em ta na Seleção, mas a principio é... minhas metas eram traçadas por
planos. No meu clube a minha meta era treinar bem pra ta mostrando o que sei fazer, pra ta no
time titular, do time titular ir bem nos jogos pra ter destaque no meu time pra ta na Seleção
Brasileira. Então tudo acho que começa no clube onde você ta. Ai quando você ta numa fase
que ta bom, ai voce fala.. nossa posso lutar por uma vaga na Seleção Brasileira, todo mundo
quer ser da Seleção Brasileira, mas a minha meta no vôlei é ta numa equipe adulta,
disputando vários campeonatos, campeonato adulto e a meta futura é ta jogando na Seleção
Brasileira adulto.
03) A preparação começa nos treinamentos, acho que no treino é onde voce pode ta
corrigindo falhas técnicas no grupo mesmo, tendo relações com o grupo, tudo isso ajuda a ter
um bom desempenho dentro de quadra, no treino ir trabalhando, ir trabalhando a ansiedade
80
que no esporte é muito grande, e controlar, ta treinando ta motivada, vir pra cá com felicidade,
já que você faz o que você gosta realmente.
04) Os desafios a gente tem que enfrentar com muita motivação, sabendo que a gente pode
fazer aquilo, que a gente ta treinando pra fazer, se motivando, ficar perto dos seus amigos,
sempre perto de sua família, com... estando bem com as jogadoras do time, isso na hora das
dificuldades ajuda a me erguer e levantar o time todo. As frustrações sempre vão acontecer no
esporte, sempre um tem que ganhar e um têm que perder, mas frustrações não é só com a
derrota, a gente pode se frustrar por ta machucada, a gente pode ta com algum problema
dentro de quadra, não ta conseguindo consertar algum gesto técnico isso a gente tem que
trabalhar e superar as nossas frustrações no treino mesmo, porque a gente aprende com as
vitórias e com as derrotas também, as vezes mais com as derrotas porque as vitórias
escondem algumas coisas.
05) Agora nesse campeonato é ta bem no grupo, sempre motivada, sempre tentando fazer o
máximo e o máximo a gente não sabe quanto é, então a gente faz sempre mais e mais e ta
ajudando, se to no banco ajudo, dou uma toalha, água, uma palavra de motivação, ajudo, vejo
que isso ta errado, a gente fala e dentro de quadra é jogar, jogar pra ser campeão sempre.
SUJEITO No. 10
01) Ah ... , o Voleibol pra mim é profissão, hoje eu encaro como profissão já, tipo, tudo que
eu vivo é em função do vôlei mesmo, treinar, abrir mão de várias coisas , família assim pra tá
jogando pra ta treinando com prazer, muito prazer, gosto muito e é minha profissão. Hoje
posso falar que é minha profissão. Ser uma jogadora da Seleção Brasileira é... , acho que é
você ter certeza que você tem a confiança pra poder representar o País, então você é
convocada pra Seleção, acho que você fez por onde, mereceu teve... , sabe determinou o
momento,o objetivo cumpriu, acho que é muita determinação, muito foco e gostar do que faz.
02) Quando eu fui pro Minas que eu vi que podia chegar numa Seleção, foi que eu percebi
que não era tão difícil, você tem que querer, se dedicar e foi lá que eu conheci o mundo do
vôlei mesmo, então quando eu percebi e coloquei na minha cabeça que eu queria, eu podia
81
conseguir, então quando eu cheguei lá em 2006 eu fui pra seletiva da Seleção mas não fui
convocada, levantei a cabeça, ano seguinte novamente,então tipo minhas metas foram
acontecendo. Minha meta esse ano é ser campeã pela Seleção.
03) Olha ... , eu procuro... , tudo que eu faço eu faço pensando no vôlei, tipo se tem um jogo
eu procuro descansar, nos treinos eu procuro dar o máximo fazer uma boa alimentação e fazer
tudo em função do melhor e não abrir mão de nenhuma oportunidade.
04) Eu procuro enfrentar os desafios conhecendo o adversário, ta bem focada ali no que vai
fazer, concentrar naquilo que vai fazer, nas ações sabe, conversar bastante,todo mundo, ter
certeza que ta todo mundo unido ali todo o grupo junto. As frustrações eu acho que é
inevitável, agente ter frustrações, porque no esporte tem a vitória e a derrota, porque vai
ganhar o melhor, então acho que se acontecer de a gente perder um jogo, é cabeça erguida,pra
frente,saber que tem outra etapa, cabeça levantada e perceber o que não fez e tem que fazer e
melhor.
05) Olha minha expectativa agora é treinar muito,fechar um grupo bom pra gente ser campeã
esse ano e acho que é isso acho que eu to focada, tudo o que eu posso fazer pra ajudar o grupo
eu faço,agora a única coisa que eu penso é isso ,estar na Seleção.
SUJEITO No. 11
01) Hoje o Voleibol pra mim é um prazer e uma profissão,é uma coisa que eu não sei,não vejo
como ficar sem fazer, é uma coisa que praticamente virou a minha vida agora. Ser uma
jogadora da Seleção Brasileira significa estar conseguindo chegar e conquistar a sua meta
maior que é ser uma jogadora da Seleção Brasileira principal e ta aqui pelo 3º. ano significa
que eu to subindo o 3º. degrau, mas ainda falta um pouco prá chegar lá.
02) Aos nove anos quando eu comecei a treinar era mais um jeito de me distrair de aproveitar
o tempo, e ao longo do tempo, conforme foi passando fui conquistando posições melhores,
cheguei na Seleção do meu estado e agora to na Seleção Brasileira juvenil, agora é chegar na
principal e estou quase lá.
82
03) Eu me preparo todo dia, além dos treinos e da alimentação e de tudo mais, a gente tenta se
preparar psicologicamente fora de quadra e também com apoio da família.
04) Bom ... , o esporte tem muitos desafios né, ficar longe da família e dos amigos, não poder
sair toda hora, com isso a gente enfrenta da melhor maneira possível, pois é uma coisa que a
gente gosta muito de fazer e quando agente gosta tudo fica mais fácil. Nas frustrações a gente
procura o apoio da família que ta sempre ajudando agente nesses momentos, sabendo que
eles sentem muito orgulho da gente por termos chegado até aqui e os amigos,porque tem
muitos que gostariam de estar no nosso lugar e que dão muito apoio pra gente da mesma
maneira.
05) Bom eu espero que minhas expectativas que são: eu aproveitar tudo, todas as
oportunidades, dar o meu melhor pra que eu consiga ajudar o time a trazer um resultado
positivo e bom para o Brasil e que continue desenvolvendo melhor o Voleibol, que a cada
dia ganha mais importância no País.
SUJEITO No. 12
01) Voleibol pra mim significa algo muito especial,porque é algo que alem de eu gostar muito
que me mostra coisas incríveis, que eu aprendo a cada dia que passa, me ensina muita coisa e
significa que é algo pro meu futuro, pelo fato de eu gostar demais,me enche de alegria é algo
muito bom pra mim. Ser da Seleção Brasileira é algo muito gratificante, significa muito
orgulho, significa muita emoção, muito espírito porque é algo assim... , maravilhoso que por
mérito meu eu conquistei, estou aqui e pra mim não tem explicação, significa tudo de bom
que eu até hoje consegui.
02) Minhas metas ... , bom a cada dia a gente propõe uma meta pra gente, mas temos metas de
curto a longo prazo,mas as minhas principais metas agora ... , é... , ser campeã, conquistar
esse titulo no juvenil e daí pra frente buscar a Seleção adulta e claro vencer uma Olimpíada,
Grand Prix, Mundiais e poder me manter aqui e ter uma ascensão fora daqui.
83
03) A cada dia de treinamento é uma concentração pra cada, cada meta que eu me proponho a
fazer me preparo mentalmente, fazendo treinamento mental, coloco pra mim uma meta a ser
alcançada e a partir do treinamento eu vou em busca de cumprir aquilo que eu to buscando.
04) Bom, desafios tem todos os dias, ter que estar largando mão de algumas coisas, mas pra
fazer o que a gente gosta, então os desafios a gente tem de enfrentar da melhor maneira
possível,porque é algo que sempre vai ter, então é muita cabeça, muita tranqüilidade,grande
motivação, tem que ta motivada pro que der e vier, e as frustrações, agente ... , bom a gente
luta pra dar o melhor e buscar as vitórias , mas frustrações acontecem, a gente se frustra mas
pensa no que errou pra poder corrigir nas próximas etapas.
05)As minhas expectativas para esse ano são bem positivas e claro mais confiante pra poder ta
ajudando o grupo a atingir a nossa meta, claro com bom astral, superando os desafios, sempre
pronta pro que der e vier, superar todos os obstáculos que tiver pela frente.
SUJEITO No. 13
01) Voleibol é ... espelho, me traz força, segurança me dá a cada dia mais vontade de jogar.
E a Seleção significa muito, tem que ter cabeça, tem que ser humilde ter um ego muito bom,
significa muita coisa.
02) Chegar na Seleção Brasileira
03) Me preparo muito psicologicamente, muita cabeça porque senão voce pira, você fica
louca, tem que ter muita motivação
04) Desafio é como uma barreira que a gente tem que superar, em toda profissão tem os seus
desafios , tem as suas quebradas e a gente tem que conquistar os nossos objetivos, o que ta na
cabeça e ir passando os desafios.As frustrações vem com as derrotas, eu acho que a tem que
analisar bem, perdeu, porque, onde foi bloqueio, defesa, ataque, e ta bem pra que não
aconteça no próximo jogo.
84
05) Conseguir em primeiro lugar ficar entre as 12, depois batalhar pra ficar entre as 6 titulares
e conseguir a nossa meta, os títulos que vamos disputar.
SUJEITO No. 14
01) Ah .. é um estilo de vida assim, tem que largar tudo, largar a família os amigos, tudo e se
dedicar só ao voleibol. A Seleção é uma oportunidade, muitos queriam ta aqui, ta evoluindo,
treinando, vendo a Seleção adulta, então esses exemplos pra gente, que via na TV, ta podendo
ver aqui, acompanhando de perto, significa uma grande oportunidade.
02) A de todo atleta, chegar na Seleção adulta e jogar uma Olimpíada, um Mundial pela
Seleção adulta.
03) Me concentro todo dia no treino, assim .. pra ver o que eu quero melhorar, o que eu
preciso melhorar, assim sempre buscando algo mais.
04) Tem que tirar forças de onde consegue assim, porque é difícil ta longe de casa, ter que
mudar de cidade e Estado, morar bem longe, vir pra cá, ficar nessa pressão que é, tem que ter
força de vontade. As frustrações têm que levantar a cabeça, ver o que errou e seguir em frente,
não desistir, não desistir.
05) Eu ... espero ficar entre as 12, conseguir dar o meu melhor assim ..., ir pro Campeonato e
se tiver oportunidade de jogar, fazer o máximo que eu conseguir assim, o máximo mesmo.
85
ANEXO 6
Levantamento de Frases dos Discursos
86
Análise 1: Mostra as expressões dos relatos emitidos pelas atletas na 1ª. questão da entrevista. 01. O que significa o Voleibol para você e o que significa ser uma jogadora da Seleção
Brasileira de Voleibol ?
01
-Meu trabalho
-Meu sustento
-Como eu me ajudo.
-Prazer
-Seus pais investiram
-Se sentir especial
02 - Minha vida
- Eu gosto de fazer
- Me dá prazer
- A gente é diferenciada
- A gente tem mais responsabilidade
- Uma pessoa especial
- Enxergam você de uma forma diferente
- É assim, um exemplo.
03 -Grandes oportunidades
- Crescimento
-Responsabilidade pessoal e no esporte
-Minha maior alegria
-Orgulho pra mim e pros meus pais
-Conquistei
-É o auge
04 -Fazer novos amigos
-Formar responsabilidade
-Importante
-Muito bom
-Fazer o que você gosta
-É o que todo mundo deseja
-Ter a noção de que voce agora é um exemplo e uma...., -Maior responsabilidade
-Buscar fazer o melhor
- Fazer tudo certo
- Pensar nas conseqüências dos seus atos.
05 - Sempre significou muito na vida
- Responsabilidade
87
- Amadurecimento
- Enfrentar os medos
-Grande aprendizado e evolução como pessoa
-responsabilidade muito grande
-Motivação pra você buscar mais
-Reconhecimento do trabalho
-Gratificante.
06 - Aprende a ter respeito
-Lidar com várias pessoas,
-Convívio
-Saber lidar nas várias situações.
- Uma conquista
- Trabalho valorizado
- È o topo
-O máximo que você pode chegar na categoria
- Imagem e exemplo
07 -1º. era mais uma diversão
- Aprender muito
- Hoje é um prazer
- Minha profissão.
- Um reconhecimento do nosso trabalho
- Desempenho dedicação
- Retorno do trabalho
08 -Hoje eu vejo como profissão,
- Salário
- Reconhecimento
- Superação a cada dia
- Estar aqui hoje é ser coroada
-Um incentivo
-Continuar
- Motivação
- É uma realidade diferente
- É muito gratificante
09 -Desde criança abri mão de muitas coisas pra treinar e jogar
-Abrir mão da minha família
-Muito importante para eu abrir mão da minha família
-O voleibol pra mim e tudo
88
-È um orgulho representar seu País
-A superação das dificuldades
-As pessoas te elogiam e isso motiva
10 - É profissão
- Vivo em função do Voleibol
- Prazer, muito prazer
- Confiança
- Representar o País
- Merecimento
- Objetivo cumprido
- Determinação
- Muito foco
- Gostar do que faz.
11 - É um prazer
- Uma profissão
-Minha vida agora.
-Conquistar a sua meta maior
12 - Algo muito especial
- Me mostra coisas incríveis
- Aprendo a cada dia
-Meu futuro
-Me enche de alegria
- É algo muito bom pra mim
-Muito gratificante
-Muito orgulho
-Muita emoção
- É maravilhoso
- Conquistei por mérito meu
-Não tem explicação
-Melhor que eu até hoje consegui.
13 -Me traz força
-Me da a cada dia mais vontade de jogar
-A Seleção significa muito, tem que ter cabeça, tem que ser humilde ter um ego muito bom.
14 -Ah. .. é um estilo de vida assim, tem que largar tudo, largar a família os amigos
-Se dedicar só ao voleibol
-A Seleção é uma oportunidade, muitos queriam ta aqui,
-Significa ta evoluindo, treinando, vendo a Seleção adulta esses exemplos pra gente.
89
-Significa uma grande oportunidade
Análise 2: Mostra as expressões dos relatos emitidos pelas atletas na 2ª. questão da
entrevista.
02. Qual (quais) era (eram) sua (s) meta(s) como jogadora de voleibol?
01
-Categoria adulto de um clube
-Seleção ou qualquer tipo de Seleção através do meu trabalho
02 - Ganhar o Mundial
- Quero ganhar a Superliga
-Chegar na Seleção Adulta
-Jogar uma Olimpíada, todo atleta sonha com isso.
03 - Chegar na Seleção Brasileira
-1º. era Seleção Catarinense
-Chegar na Brasileira adulta
-Chegar numa Olimpíada, esse sonho.
04 -Desde pequena eu falava que queria ser jogadora de voleibol
- Agora chegar numa Seleção Brasileira adulta é minha meta.
05 - Amadurecer a cada jogo, a cada campeonato
- Aprender também com meus erros e acertos
06 - No começo pensava pequeno
- Seleção de Curitiba e Paranaense
- Hoje sonho alto
- Quero me manter na Seleção Brasileira
- Ser campeã juvenil
- Chegar na Seleção adulta
- Sempre melhorar.
07 -Ser uma boa jogadora
- Ganhar dinheiro
- Ajudar minha família
- Ser da Seleção Brasileira e servir a Seleção.
08 -A principio nunca pensei assim, as minhas meta
- Fui buscar um time maior, Hoje penso no adulto
- Uma meta era vir pra cá ( Saquarema)
09 -Todo atleta sonha em ta na Seleção, mas a principio é... minhas metas eram traçadas por planos
-No meu clube a minha meta era treinar bem pra ta mostrando o que sei fazer, pra ta no time titular
do time titular ir bem nos jogos pra ter destaque no meu time pra ta na Seleção Brasileira
90
-Seleção Brasileira, mas a minha meta no vôlei é ta numa equipe adulta e jogar vários campeonatos
-A meta futura é ta jogando na Seleção Brasileira adulto.
10 - Minhas metas foram acontecendo
- Esse ano é ser campeã pela Seleção.
11 - 1º. era distração
- Cheguei Seleção do meu estado
- Cheguei na juvenil
- Quero chegar na principal e estou quase lá.
12 -Temos metas de curto a longo prazo
- a minha principal é ser campeã
- Seleção adulta
-Vencer uma Olimpíada, um Grand Prix, um Mundial ...
-Ter uma ascensão fora daqui.
13 - Chegar na Seleção Brasileira
14 - A de todo atleta, chegar na Seleção adulta e jogar uma Olimpíada, um Mundial pela Seleção
adulta.
Análise 3: Mostra as expressões dos relatos emitidos pelas atletas na 3ª. questão da
entrevista.
03. Como você se prepara para conquistar e atingir suas metas?
01
- Muita concentração
- Focada no que tem que fazer
- Fazer com prazer porquê se você fizer por obrigação não consegue nada
02 -Fazer o meu máximo
-Ganhando aprendizagem
-Ganhando mais experiência.
03 -Meu psicológico me ajuda muito
-Minha cabeça ajuda muito a me preparar e enfrentar problema e felicidade
-Não desisto fácil assim das coisas que eu quero.
04 -Concentrar bastante
-Me dedicar aos treinamentos
-Ouvir bastante os técnicos, e tentar fazer o melhor.
05 -Mentalizando cada gesto
-Treinando
91
-Evoluir a cada treino a cada dia.
06 - Treinamento do dia dia
- Eu treino sozinha
- Como manter um bom jogo.
07 - Muita dedicação
- Muito treino
- Me dedico por completo
08 -Muita...., determinação
- Muita coragem
- Sempre olhar a meta pra buscar forças.
09 -A preparação começa nos treinamentos é onde voce pode ta corrigindo falhas técnicas e no grupo
mesmo
-O bom relacionamento ajuda no desempenho
-Ta treinando motivada e feliz por que você faz o que gosta
10 - Eu faço tudo pensando no vôlei
- Descansar
-Nos treinos faço o máximo
-Não perder nenhuma oportunidade.
11 - Me preparo todo dia
- Treinos
- Alimentação
- Psicologicamente e apoio da família.
12 - Concentração pra cada meta
-Me preparo mentalmente
- coloco pra mim uma meta a ser alcançada e a partir do treinamento eu vou em busca de cumprir
aquilo que eu to buscando.
13 - Me preparo muito psicologicamente, muita cabeça porque senão voce pira, você fica louca, tem
que ter muita motivação
14 - Me concentro todo dia no treino, assim .. pra ver o que eu quero melhorar, o que eu preciso
melhorar, assim sempre buscando algo mais.
92
Análise 4: Mostra as expressões dos relatos emitidos pelas atletas na 4ª. questão da
entrevista.
04. Como você enfrenta os desafios e frustrações do seu esporte?
01
- Precisa de motivação
- Conseguir se superar
- Superação é uma sensação incrível
- Fazer tudo valer a pena
- Saber superar,
- A gente tem apoio da família
- Separar as coisas ruins
- Ter o prazer de jogar voleibol.
02 - Me concentro em todos os treinamentos
- Converso muito com a minha mãe
- Temos acompanhamento de psicólogos
03 - Desafios são aprendizado
- Aprender nas frustrações,
- Não desistir e recuperar rápido
04 - Procuro enfrentar
- Me dedicar a ele
- Treinando bastante para encarar desafios
- Cabeça erguida
- Continuar treinando
- Tem que superar de todo jeito
05 - Desafios sempre terá
- Exigindo bastante de mim
- Acreditar no que eu posso fazer
- Levantar a cabeça,
- Acreditar que pode ser melhor.
06 - Desafios são mais fáceis
- Desafio é uma coisa
- Faz a gente crescer
- Me faz crescer e estar mais motivada
- As frustrações aprender a lidar aos poucos, tem coisa que abala demais
- No começo tem coisa que abala demais
- Aprende e trabalha pra corrigir.
07 -Treinar, se dedicar
93
- Superar e fazer
- Preparar para algo que pode acontecer
-Estar preparada
- Dar máximo pra alcançar os nossos objetivos.
08 - Prever o que vai acontecer
- Preparada ao máximo pros desafios
- Querer uma meta superando
- Levantar a cada queda a
09 -Os desafios a gente tem que enfrentar com muita motivação
-Sabendo que a gente pode fazer aquilo, que a gente ta treinando pra fazer, se motivando
ficar perto dos seus amigos, sempre perto de sua família
-Estando bem com o time
-Tem que trabalhar e superar as nossas frustrações
-Aprender nas vitórias e nas derrotas, as vezes mais com as derrotas porque as vitórias escondem
algumas coisas.
10 -Conhecendo o adversário
- Focada no que vai fazer
- Conversar bastante
- O grupo junto.
- Cabeça erguida
- Buscar outra etapa
- Fazer melhor.
11 - Enfrentar da melhor maneira
- Quando a gente gosta tudo fica mais fácil.
- Procuro o apoio da família
- Com sentimento de orgulho
- Apoio dos amigos.
12 -Muita cabeça
-Tem que ta motivada
-A gente luta pra dar o melhor
-Buscar as vitórias
-Pensar no que errou
13 -Desafio é como uma barreira que a gente tem que superar
-Toda profissão tem os seus desafios e a gente tem que conquistar os nossos objetivos
-As frustrações vem com as derrotas, eu acho que tem que analisar bem, perdeu, porque, onde
foi...
-Estar bem pra que não aconteça no próximo jogo.
94
14 -Tem que tirar forças de onde consegue
-É difícil ta longe de casa, ter que mudar de cidade e Estado, morar bem longe, vir pra cá, ficar
nessa pressão que é, tem que ter força de vontade.
-Não desistir, não desistir.
Análise 5: Mostra as expressões dos relatos emitidos pelas atletas na 5ª. questão da
entrevista.
05. Quais as suas expectativas em relação à sua participação na Seleção Brasileira?
01
-Ter oportunidade de ser o melhor do mundo, como aconteceu com alguns.
-Expectativas nós que temos que criar e transformar em realidade.
02 - Chegar na Seleção adulta
- Disputar as Olimpíadas, é uma grande expectativa, é o que mais quero.
03 - Espelhar na adulto
- Jogar esses 4 anos de base
- Muita expectativa de chegar na adulta é claro!.
04 -Treinar bem para disputar o campeonato
-Estar nas próximas seleções
-Disputar títulos ganhar
05 - É evoluir, ta preparada pra continuar na equipe
- Chegar na Seleção adulta.
06 -Sempre buscar mudar
- Chegar no meu máximo
-Chegar bem nos campeonatos
-Alcançar a S. adulta
-Vencer sempre os campeonatos
07 -Contribuir pro grupo
- Focada no objetivo
- Conquistar esse campeonato
08 -Ajudar ao máximo
-Fazer uma diferença
-Ajudar dentro e fora de quadra
09 -Agora nesse campeonato é ta bem no grupo ta ajudando, uma palavra de motivação
- Jogar pra ser campeão sempre.
10 - Treinar muito
95
- Fechar com o grupo
- Ser campeã esse ano
- Estar na Seleção.
11 - Aproveitar todas as oportunidades
-Dar o meu melhor
-Trazer um resultado bom para o Brasil
12 -Ajudar o grupo
- Superar os obstáculos que tiver pela frente.
13 -Conseguir em primeiro lugar ficar entre as 12
-Batalhar pra ficar entre as 6 titulares
-Conseguir a nossa meta, os títulos que vamos disputar.
14 -Eu ... espero ficar entre as 12, conseguir dar o meu melhor
-Ir pro Campeonato e se tiver oportunidade de jogar, fazer o máximo que eu conseguir assim, o
máximo mesmo.
96
ANEXO 7
Caderno de Campo das Entrevistas
97
CADERNO DE CAMPO
No dia 26 de Março de 2009, data estipulada pela Comissão Técnica, foram realizadas as
entrevistas com as atletas da Seleção Brasileira de Voleibol Juvenil Feminino.
Local – Centro de Desenvolvimento do Voleibol – Saquarema - Rio de Janeiro.
Em horário pré-definido pela Comissão Técnica todas as atletas foram reunidas em sala
fechada para que fossem dadas todas as orientações e informações necessárias sobre a
participação, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e normas sobre os
objetivos do estudo a ser realizado. Após esse momento as atletas se dirigiram ao refeitório
para almoço, sendo que as entrevistas estavam previstas para iniciar às 13h30.
No horário previsto as atletas foram dirigidas para uma ante sala onde individualmente foram
chamadas para uma sala fechada, cedida pela CBF, sendo que após as entrevistas se
retiravam, sem ter contato com as outras atletas.
A 1ª. Entrevista teve inicio às 13h33, perguntei se tinha alguma dúvida, afirmou que não,
então realizamos a primeira questão. |A sujeito 1 da pesquisa se mostrava bastante tranqüila, e
respondeu as 5 questões da entrevista sem maiores dificuldades, com bastante clareza e
coerência sem qualquer tipo de hesitação. A entrevista se encerrou às 13h52,com duração de
19 min.
A 2ª. Entrevista teve inicio às 13h55, perguntei se tinha alguma dúvida, afirmou que não,
então realizamos a primeira questão. A sujeito 2 da pesquisa já se mostrava um pouco tímida,
mas nada que impedisse de participar do estudo. O pesquisador conseguiu deixá-la a vontade
e assim respondeu as 5 questões da entrevista sem maiores dificuldades com pequenas
pausas. A entrevista se encerrou às 14h14,com duração de 19 min.
98
A 3ª. Entrevista teve inicio às 14h17, perguntei se tinha alguma dúvida, afirmou que não,
então realizamos a primeira questão. A sujeito 3 da pesquisa era um pouco ansiosa e bastante
falante, mostrou um pouco de dificuldade no primeiro momento, se sentindo mais à vontade
na seqüência, e respondeu as 5 questões da entrevista com bastante objetividade, clareza e
coerência sem qualquer tipo de hesitação. A entrevista se encerrou às 14h39,com duração de
22 min.
A 4ª. Entrevista teve inicio às 14h41, perguntei se tinha alguma dúvida, afirmou que não,
então realizamos a primeira questão. |A sujeito 4 da pesquisa chegou para a entrevista
bastante à vontade e se mostrava bastante tranqüila. Ao realizar a 1ª. Questão, teve
dificuldades e não conseguia responder. Interrompi e deixei a atleta mais tranqüila e, ela me
disse que estava tudo bem e que poderia continuar. Reiniciei as questões e ela respondeu as 5
questões da entrevista sem maiores dificuldades, sendo que ao término afirmou que tinha
gostado e até poderia continuar... risos ! Encerramos a entrevista às 15h07,com duração de 26
min.
A 5ª. Entrevista teve inicio às 15h09, perguntei se tinha alguma dúvida, afirmou que não,
então realizamos a primeira questão. A sujeito 5 da pesquisa se mostrava bastante tranqüila, e
com muita racionalidade respondeu as 5 questões de forma bastante objetiva sem maiores
dificuldades, com considerável rapidez. A entrevista se encerrou às 15h22,com duração de 13
min.
A 6ª. Entrevista teve inicio às 15h24, perguntei se tinha alguma dúvida, afirmou que não,
então realizamos a primeira questão. A sujeito 6 da pesquisa se mostrava totalmente
descontraída e se expressava muito bem, mas falava rapidamente respondendo as 5 questões
sem qualquer interrupção e nenhum problema. A entrevista se encerrou às 15h40, com
duração de 16 min.
Uma pequena interrupção foi feita pela Comissão Técnica, para me informar sobre o horário
de treinamento do período da tarde.
99
A 7ª. Entrevista teve inicio às 15h45, perguntei se tinha alguma dúvida, afirmou que não,
então realizamos a primeira questão. A sujeito 7 da pesquisa se mostrava bastante tranqüila,
mas teve alguma dificuldade nas 2 primeiras questões, onde algumas hesitações aconteceram.
A partir da 3ª. questão ela conseguiu ser mais objetiva respondendo as questões finais mais
tranqüilamente. A entrevista se encerrou às 16h06,com duração de 21 min.
A 8ª. Entrevista teve inicio às 16h08, perguntei se tinha alguma dúvida, afirmou que sim,
então esclareci a atleta sobre as duvidas apresentadas, em seguida realizamos a primeira
questão. A sujeito 8 da pesquisa se mostrava tranqüila, respondeu as 2 primeiras questões
expressando-se bastante mas sem dificuldades, nesse momento me pediu para interromper
para ir ao sanitário, então solicitei ao fisioterapeuta que acompanhasse a atleta. Assim que
retornou finalizamos as questões sem problemas. A entrevista se encerrou às 16h33,com
duração de 25 min.
A 9ª. Entrevista teve inicio às 16h35, perguntei se tinha alguma dúvida, afirmou que não, em
seguida realizamos a primeira questão. A sujeito 9 da pesquisa se expressava bastante, com
respostas longas e agia tranqüilamente. Deixei a atleta à vontade para se expressar livremente,
respondendo as questões sem dificuldades. A entrevista se encerrou às 16h50,com duração de
25 min.
A 10ª. Entrevista teve inicio às 16h52, perguntei se tinha alguma dúvida, afirmou que sim,
esclareci a atleta e em seguida realizamos a primeira questão. A sujeito 10 da pesquisa parecia
estar à vontade, mas quando realizei a 1ª. pergunta, ela travou. Nesse momento às 16h54
interrompi e conversamos então a atleta me pediu para voltar depois e eu atendi. Quando
retornou, às 18h09, deixei a atleta à vontade reiniciamos as questões e dessa vez mais
tranqüila para se expressar e sem dificuldades finalizamos a entrevista. A entrevista se
encerrou às 18h25, com duração de 16 min.
A 11ª. Entrevista teve inicio às 16h57, perguntei se tinha alguma dúvida, afirmou que não, em
seguida realizei a primeira questão. A sujeito 11 da pesquisa estava calma e muito à vontade e
se expressou sem dificuldades. Finalizamos a entrevista às 17h10, com duração de 13 min.
100
Nesse momento houve uma pequena interrupção por parte da Comissão Técnica para verificar
o andamento e se estava tudo bem ou precisando de alguma coisa. Em seguida retornamos aos
trabalhos.
A 12ª. Entrevista teve inicio às 17h13, perguntei se tinha alguma dúvida, afirmou que sim,
esclareci a atleta e em seguida realizamos a primeira questão. A sujeito 12 da pesquisa se
mostrou muito segura e desinibida se expressava bem, com respostas bem elaboradas.
Respondeu as 5 questões sem dificuldades e encerramos a entrevista às 17h29,com duração de
16 min.
A 13ª. Entrevista teve inicio às 17h31, perguntei se tinha alguma dúvida, afirmou que não,
esclareci a atleta e em seguida realizamos a primeira questão. A sujeito 13 da pesquisa se
mostrou calma, mas tímida, mostrando dificuldade em responder, certa hesitação e falava
pouco. Pausei e deixei a atleta a vontade para podermos interromper se fosse o caso, ela quis
continuar. Demos seqüência e com razoável evolução conseguimos encerrar as entrevistas às
17h51com duração de 20 min.
A 14ª. Entrevista teve inicio às 17h53, perguntei se tinha alguma dúvida, afirmou que não, em
seguida realizei a primeira questão. A sujeito 14 da pesquisa estava bem à vontade e se
expressou bem objetivamente. A entrevista se encerrou às 18h07, com duração de 14 min.
Em seguida retornei para a sujeito 10 que havia retornado.
Assim que encerrei as entrevistas recolhi e guardei todo o material e me dirigi à quadra, onde
acompanhei o treinamento do período da tarde. Logo após me despedi da Comissão Técnica e
dos Dirigentes da CBV, agradecendo a oportunidade e o acolhimento, retornando em seguida
para São Paulo.
101
Agnello, Marco César
O voleibol e seu significado: uma análise à luz da teoria da motivação para a realização / Marco César Agnello. - 2009.
xx 111: il. ; 30 cm
Orientador: Maria Regina Ferreira Brandão Dissertação (mestrado) – Universidade São Judas Tadeu, São Paulo, 2009.
1. Voleibol. 2. Esportes - Aspectos psicológicos. 3. Motivação (Psicologia). I. Brandão, Maria Regina Ferreira. II. Universidade São Judas Tadeu, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação Física. III. Título CDD – 796.325