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Capítulo 7 Ásia: paisagens naturais 2 Capítulo 8 Regionalização da Ásia 20 Capítulo 9 Ásia: espaço econômico 36 Volume 3

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Capítulo 7

Ásia: paisagens naturais 2

Capítulo 8

Regionalização da Ásia 20

Capítulo 9

Ásia: espaço econômico 36

Volume 3

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No continente asiático, a natureza é bem diversificada. Há

paisagens inóspitas, florestas exuberantes, desertos quentes e

frios, além de muitos recursos naturais. A imagem acima mostra

uma paisagem natural bastante característica da Ásia, associa-

da às altas latitudes. Você saberia descrever outras paisagens

naturais desse continente? Pesquise na internet e converse so-

bre o assunto com o professor e os colegas, tentando identifi-

car os fatores naturais que estão associados a essas paisagens.

Ásia: paisagens naturais 7

Relevo e hidrografia

Clima e vegetação

o que vocêvai conhecer

Paisagem gélida em Gruzino, Rússia, 2019

©Shutterstock/Ekaterina McClaud

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Geografia

Além de ser o maior dos continentes, com quase 45 milhões de km², a Ásia conta ainda

com a maior população do planeta: mais de 4,5 bilhões de pessoas. A vasta extensão territo-

rial, a numerosa população e as centenas de paisagens e culturas tornam a Ásia um verdadei-

ro “continente de continentes”.

A maior parte da Ásia está localizada no Hemisfério Norte (10° S e 80° N), com grande

extensão longitudinal (de 30° L a 140° L aproximadamente). Por causa das diferenças de lati-

tudes e altitudes, esse continente apresenta grandes contrastes de paisagens, que recebem

influência direta das variações de temperatura. Assim, na Ásia, existem tanto regiões tropi-

cais quanto polares, por exemplo.

Neste capítulo, você vai conhecer esses e outros contrastes naturais do continente

asiático. Para começar, analise o mapa político da Ásia e algumas imagens, que revelam um

pouco de sua diversidade natural.

Observar, descrever e analisar os aspectos naturais da Ásia: clima, relevo, hidrografia e vegetação.

Compreender as inter-relações envolvendo os aspectos naturais da Ásia.

Identificar a diversidade ambiental das paisagens asiáticas.

Reconhecer a importância do meio natural para as sociedades asiáticas, assim como alguns dos impactos ambientais resultantes dessa relação.

objetivos do capítulo

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro, 2018. Adaptação.

Ásia: político

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Cavalos pastando nas estepes do Cazaquistão, 2019 Floresta na Ilha de Bornéu, Malásia, 2017

Deserto de Rub’ Al’ Khali, entre Omã e Arábia Saudita, 2017 Floresta temperada em Tohoku, Japão, 2019

Oralmente, descreva as paisagens para os colegas, ressaltando suas semelhanças e diferenças. Depois, sintetize sua descrição nas linhas seguintes e responda: De acordo com seus estudos ante-riores, os outros continentes também apresentam paisagens semelhantes a essas? Exemplifique.

olhar geográfico

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Geografia

Relevo e hidrografia

Na Ásia, encontram-se o ponto mais alto do mundo, o Monte Everest, com 8 848 metros

de altura, e o ponto mais baixo dos continentes, o Mar Morto, localizado a cerca de 400 metros

abaixo do nível do mar. Esse contraste pode ser explicado, em parte, pela localização do con-

tinente asiático, uma região onde há diversas linhas de contato entre Placas Tectônicas, que

constituem faixas ou zonas de intensa movimentação da crosta terrestre. Esses fatores inter-

nos atuam diretamente sobre o relevo do continente.

O leste da Ásia, por exemplo, faz parte do chamado Círculo de Fogo, imenso anel que contor-

na o Oceano Pacífico e apresenta forte atividade vulcânica e terremotos. No caso específico do

continente asiático, essa instabilidade ocorre principalmente nas ilhas do Japão e da Indonésia.

Em 2004, cerca de 170 mil pessoas morreram após um tsunami atingir a Indonésia, resultado

de um dos mais intensos terremotos dos últimos 40 anos, ocorrido ao norte da Ilha de Sumatra.

Círculo de Fogo do Pacífico

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro, 2018. Adaptação.

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A movimentação de Placas Tectônicas também ocasiona orogenia, isto é, a formação de

montanhas. Por isso, o continente asiático apresenta vigorosos dobramentos, como a exten-

sa Cordilheira do Himalaia.

As paisagens asiáticas incluem ainda grandes regiões de planícies fluviais, que são áreas

de sedimentação de rios (observe-as no mapa da página seguinte).

Pontos hidrográficos importantes da Ásia são o Delta do Rio Ganges, considerado sagra-

do pelos hindus, e o do Rio Brahmaputra, onde se formou uma planície de sedimentação,

também chamada de planície aluvial.

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Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro, 2018. Adaptação.

Ásia: relevo e hidrografia

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Montanhas: na Ásia, localiza-se uma das principais áreas montanhosas do planeta, a

Cordilheira do Himalaia, situada nas fronteiras entre China, Índia e Paquistão. O Himalaia

engloba também os territórios de Butão e Nepal. Suas montanhas são de formação recente,

o que justifica as elevadas altitudes. É nessa região que se localiza o Monte Everest.

Monte Everest, o pico mais No dia 14 de maio de 1995, o paranaense Waldemar

Niclevicz (foto) e o carioca Mozart Catão

se tornaram os primeiros brasileiros a escalar o Monte Everest.

©Shutterstock/Jose Hernandez Camera 51 ©www.niclevicz.com.br/Mozart Catão

Nessa região, localiza-se Bangladesh, país que tem uma das maiores concentrações po-

pulacionais do globo. Esse país abriga mais de 166 milhões de habitantes (2018), distribuídos

em aproximadamente 147 mil km², o que representa uma densidade demográfica próxima

de 1 100 hab./km² – um verdadeiro formigueiro humano.

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Além do Himalaia, há outras formações montanhosas importantes na Ásia, como o

Monte Altai, localizado na região central, e os montes Stanovoi e Verkhoianski, na porção

nordeste do continente.

Planaltos: a Ásia conta com numerosos planaltos elevados, e os principais são o do Tibete,

no sul da China, e o do Pamir, nas fronteiras entre Tadjiquistão, Afeganistão e Paquistão.

mais de 6 mil metros de altitude, como o Pico Ismail Samani, com 7 495 metros. Outros

planaltos que se destacam são o Central Siberiano, na Sibéria, e os da Arábia e do Irã.

Planícies: no território asiático, há extensas planícies, e as mais importantes estão situadas

nos vales dos principais rios:

Planície da Mesopotâmia, entre os rios Tigre e Eufrates, no Iraque;

Planície Indo-Gangética ou do Ganges, no norte da Índia;

Planície da China, situada nos vales dos rios Huang-He (Rio Amarelo) e Yangtsé (Rio

Azul), ambos no leste do país;

Planície do Amur, ao norte da Manchúria, na porção norte do território chinês, já na

fronteira com a Rússia;

Planície da Sibéria, no norte da Rússia,

percorrida pelos rios Ob e Yenissey.

Em virtude da grande diversidade de pai-

sagens naturais, a Ásia tem uma hidrografia

bastante variada, com rios de planície e de

planalto. Nas planícies da Rússia, por exem-

plo, os rios são bastante utilizados como hi-

drovias, porém congelam nos invernos rigo-

rosos. Na China, pelo potencial hidrelétrico

do Rio Yangtsé, foi construída a Usina de Três

Gargantas, a maior do mundo. Nas regiões

semiáridas, os rios perenes, como o Tigre e

o Eufrates, situados no Oriente Médio, têm

grande importância, permitindo o desenvolvi-

mento de atividades econômicas e o abasteci-

mento humano. Nesse local, há cerca de 10 mil

anos, as margens férteis desses rios se trans-

formaram em espaços de cultivo, o que impul-

sionou o abandono do nomadismo e permitiu

o desenvolvimento de grandes assentamen-

tos humanos, como Bagdá, no Iraque.

Os rios asiáticos de maior destaque

são Huang-He e Yangtsé, na China; Lena,

Yenissey e Ob, na Sibéria; Indo, Ganges

e Brahmaputra, na Índia; e Mekong, na

Península da Indochina.

Barnaul, Rússia, 2018. O Rio Ob é uma importante hidrovia russa, mas

costuma congelar durante o inverno, pela sua localização geográfica.

Rio Ob durante o verão, Barnaul,

Rússia, 2017

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A Ásia abriga alguns dos países mais populosos e povoados do mundo. Muitas vezes, a

intensa atividade econômica, a grande concentração humana e a falta de saneamento básico

resultaram na degradação dos seus corpos hídricos. Assim, o continente asiático é o que tem

a maior concentração de rios poluídos do mundo.

A China, por exemplo, tornou-se recentemente a segunda maior economia do planeta,

com a intensa exploração de seus recursos naturais. Porém, a expansão descontrolada das

indústrias e o uso excessivo de agrotóxicos resultaram na extrema degradação de seus rios

e lagos. Para piorar a situação, apesar de ser o país mais populoso do mundo, a China tem

apenas 7% dos estoques de água doce do planeta.

Como o país é um grande produtor mundial de plástico, estima-se também que os prin-

cipais rios chineses são responsáveis por quase metade da quantidade de plástico descar-

regado nos oceanos, o que representa uma grande ameaça para os ecossistemas marinhos.

Diante dessa situação, o governo chinês tem investido em projetos de despoluição hídrica,

pois essas águas se tornaram uma ameaça à saúde da população. Além disso, elas são indis-

pensáveis para o desenvolvimento de atividades econômicas, como a agropecuária e a indús-

tria, sendo necessário fazer uso sustentável delas para que não faltem às gerações futuras.

Na Ásia, os rios representam não só um recurso natural indispensável à vida, mas também

um local de rituais religiosos. Analise o mapa e leia o texto. Depois, faça as atividades propostas.

olhar geográfico

Índia: principais rios

Fonte: ARAIA, Eduardo; PELLEGRINI, Luis. A poluição ameaça rios sagrados. Disponível em: <http://revistaplaneta.terra.com.br/secao/meio-ambiente/a-poluicao-ameaca-os-rios-sagrados>. Acesso em: 14 nov. 2019. Adaptação.

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Geografia

O rio mais sagrado da Índia está secandoO rio-mãe [Ganges] do subcontinente – cujas águas são responsáveis pelo sustento ma-

terial e espiritual de aproximadamente meio bilhão de pessoas – corre torrencialmente em uma única direção e possui largura aproximada de 1,6 quilômetro: seu leito tão antigo e im-ponente nasce em uma geleira em contração dos Himalaias chamada Gangotri e segue seu curso a leste, passando pelo sudeste, rumo ao opulento Golfo de Bengala.

[...]

Quando o rio passa por Varanasi, uma das cidades de peregrinação mais sagradas do hinduísmo, onde dezenas de corpos são cremados todos os dias sobre piras de madeira e suas cinzas se espalham nas correntes sagradas, a quantidade de bactérias fecais na água é três mil vezes maior que o limite considerado saudável para o banho. As pessoas ainda se banham no rio para lavar os pecados. Muitos bebem essa água.

Lixo plástico e efluentes industriais também sufocam o rio sagrado da Índia. No entanto a mais grave ameaça ao Ganges em longo prazo é a falta d’água.

Durante muitos anos, a vazão do rio vem sido reduzida. Ativistas atribuem a maior parte da escassez à extração insustentável. [...] Além disso, o clima está mudando. As chuvas das monções que reabasteciam as águas estão cada vez mais imprevisíveis.

SALOPEK, Paul. O rio mais sagrado da Índia está secando. Disponível em: <https://www.nationalgeographicbrasil.com/meio-ambiente/2019/10/rio-gantes-sagrado-india-poluicao-golfinhos-lixo-plastico-delhi-santuario>. Acesso em: 12 nov. 2019.

a) Que rios da Ásia estão em destaque no mapa?

b) Onde ficam a nascente e a foz do Rio Ganges?

c) Quais são as utilidades dos rios indicados no mapa?

d) Indique dois problemas ambientais relacionados ao Rio Ganges.

e) Um dos agravantes da poluição do Rio Ganges é o despejo das cinzas dos mortos em suas águas. Realize uma pesquisa na internet sobre os motivos da realização desse ritual pelos hindus e registre no caderno.

Os maiores lagos da Ásia são: Baikal, com 31 500 km², localizado na Rússia; e Balkhash,

com aproximadamente 17 mil km², situado no Cazaquistão. O Lago Baikal é o mais profundo

do mundo, além de ser o mais volumoso e antigo. Localiza-se sobre uma extensa falha tectô-

nica e constitui uma bacia endorreica, pois muitos rios desembocam nele, e não no oceano.

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Lago Baikal, Sibéria, Rússia, 2019

No inverno, as águas de alguns lagos se congelam. Nas elevadas latitudes siberianas, por exemplo, tanto os lagos quanto os rios

congelam no inverno rigoroso e prolongado.

Mar Morto: falhas tectônicas

Mar Morto: localização

Fonte: ABBOTT, Lon; COOK, Terri. Travels in Geology: The Dead Sea Rift: Salty soaks and ancient earthquakes in a storied land. Disponível em: <https://www.earthmagazine.org/article/travels-geology-dead-sea-rift-salty-soaks-and-ancient-earthquakes-storied-land>. Acesso em: 13 nov. 2019. Adaptação.

Fonte: ABBOTT, Lon; COOK, Terri. Travels in Geology: The Dead Sea Rift: Salty soaks and ancient earthquakes in a storied land. Disponível em: <https://www.earthmagazine.org/article/travels-geology-dead-sea-rift-salty-soaks-and-ancient-earthquakes-storied-land>. Acesso em: 13 nov. 2019. Adaptação.

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Assim como o Lago Baikal,

o Mar Morto, que se situa entre

Israel e Jordânia, no sudoeste

da Ásia, é uma bacia endorreica

de origem tectônica. Apesar do

nome, o Mar Morto é um lago

de águas salgadas, a maior de-

pressão absoluta do planeta,

pois sua superfície fica cerca de

400 metros abaixo do nível do

mar. Sua origem está associada

ao limite entre a Placa Africana

e a Placa Arábica, que apresen-

ta fendas e falhas, também re-

lacionadas à formação do Gran-

de Vale do Rift, na África.

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Geografia

O Mar Morto é alimentado, principalmente, pelas águas do Rio Jordão. No entanto, o

desvio das suas águas para uso na irrigação e no abastecimento resultou em grande queda

no nível da água do lago.

Imagens de satélite obtidas pela Nasa mostram a redução do nível de água do Mar Morto nos anos de 1972, 1989 e 2011

Realize uma pesquisa na internet e descubra por que as águas do Mar Morto são salgadas.

pesquisa

Clima e vegetação

Para compreender os tipos de clima e de vegetação da Ásia, é importante considerar

estes fatores:

o território asiático tem uma grande extensão na direção norte-sul. Por isso, a variação na

inclinação dos raios solares, de acordo com a latitude, resulta em diferentes tipos de clima

e de vegetações associadas;

a disposição do relevo na direção leste-oeste dificulta a circulação de massas de ar tanto

quentes quanto frias;

a presença de altas montanhas bloqueia a entrada de massas de ar de origem marítima, o

que provoca a formação de regiões áridas.

Os mapas a seguir do continente asiático ilustram os tipos climáticos e de vegetação

original. Observe-os.

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Ásia: tipos de clima

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro, 2018. Adaptação.

Ásia: vegetação original

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro, 2018. Adaptação.

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Geografia

leitura cartográfica

Com base nos mapas Ásia: tipos de climas e Ásia: vegetação original, responda às questões a seguir.

1 Que tipos climáticos predominam na Ásia?

2 Em que áreas do continente asiático predomina o clima equatorial? Quais são as características desse tipo climático? (Para responder a essa questão, consulte abaixo o texto sobre esse clima.)

3 Ao comparar os dois mapas, a que conclusão você chega sobre as relações entre os tipos de clima e de vegetação original da Ásia?

Clima equatorial

Predomina na área atravessada pela Linha do Equador, que inclui a Indonésia, a Malásia

e o sul das Filipinas. No clima equatorial, as temperaturas médias anuais são altas (sempre

superiores a 25 °C), a amplitude térmica fica em torno de 2 °C e os índices pluviométricos são

elevados.

A vegetação dessa parte do continente é composta de florestas heterogêneas, úmidas e

densas, semelhantes às formações encontradas na Amazônia (na América do Sul) e no Congo

(na África). São as florestas equatoriais e tropicais.

Clima tropical

É predominante na Península Indostânica, na Península da Indochina e nas Filipinas.

Apresenta temperaturas médias mais baixas que as do clima equatorial, porém sua amplitu-

de térmica anual é maior.

A vegetação dominante são as florestas do tipo pluvial, mas, nas áreas mais secas, ma-

nifestam-se associações arbóreas e herbáceas, que lembram as savanas africanas. Na Índia,

a floresta recebe o nome de jungle, palavra inglesa que significa mata densa e úmida ou

selva – o nome em inglês se deve ao fato de a região ter sido colonizada pelos britânicos.

e urbana, vêm causando a degradação dessa vegetação, o que coloca em risco as florestas

asiáticas.

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Por causa da influência da continenta-

lidade, o sul, o sudeste e o leste da Ásia

(região conhecida como Ásia de Monções)

estão submetidos ao clima de monções.

Trata-se de uma variação especial do cli-

ma tropical que apresenta duas estações

bem definidas: verão, marcado por chu-

vas abundantes; e inverno, quase sempre

seco.

As chuvas de monções têm caracte-

rísticas muito peculiares: costumam cair

continuamente durante cerca de 30 a

interrupção, e provocam grandes inunda-

ções. Como chegam de maneira rápida e

violenta, causam muitos danos e até mor-

tes. Com as chuvas, podem ocorrer ventos

bem fortes, tufões ou furacões, que au-

mentam a destruição na região.

Dhaka, Bangladesh, 2018. Fortes chuvas marcam o clima de monções, com enchentes em vários países do Sul e do Sudeste Asiático.

Bangladesh é um país onde as monções atuam fortemente. Na atualidade, o país vem

sofrendo os efeitos de fortes chuvas e outros desastres naturais com mais intensidade. Leia

mais sobre isso no texto a seguir e, depois, responda às questões.

olhar geográfico

Bangladesh: 19 milhões de crianças estão sob risco de desastres ligados à mudança climática

Mais de 19 milhões de crianças em Bangladesh sofrem com riscos de enchentes devastadoras, ciclones e outros desastres ambientais ligados à mudança climática, alertou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em novo relatório publicado na semana passada [4/4/2019].

De acordo com o estudo, a topografia plana, a alta densidade populacional e as fracas infraestruturas tornam o país “excepcionalmente vulnerável às poderosas e imprevisíveis for-ças que a mudança climática está consolidando”.

A ameaça é sentida nas inundações e nas possibilidades de secas nas terras baixas do norte do país à região costeira devastada por tempestades no Golfo de Bengala, segundo o re-latório Tempestade próxima: mudança climática nubla o futuro de crianças em Bangladesh.

[...]

Uma das consequências destes episódios é o aumento no número de famílias que dei-xam áreas rurais em direção às grandes cidades, como Dhaka e Chittagong, onde direitos das crianças são frequentemente violados.

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Geografia

BANGLADESH: 19 milhões de crianças estão sob risco de desastres ligados à mudança climática. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/bangladesh-19-milhoes-de-criancas-estao-sob-risco-de-desastres-ligados-a-mudanca-climatica/>. Acesso em: 12 nov. 2019.

“Há algo em torno de 6 milhões de refugiados do clima em cidades de Bangladesh, e este número está crescendo rapidamente”, disse [Simon] Ingram [autor do relatório].

[...]

Destacando a resiliência de comunidades pobres de Bangladesh que estão em maior risco da ameaça climática, Ingram destacou que mais de 1 500 ativistas jovens no sul do país estão cada vez mais envolvidos em conscientização sobre a crise climática.

1 Quais eventos climáticos, ligados às mudanças no clima, estão ocorrendo com mais intensidade em Bangladesh?

2 Quais são as consequências para as pessoas dos desastres climáticos ocorridos em Bangladesh?

3 Quais fatores deixam Bangladesh ainda mais vulnerável às mudanças climáticas? Explique como cada uma delas atua nesse sentido.

4 De acordo com o texto, em virtude das ameaças climáticas, aumentou o número de ativistas jovens envolvidos em campanhas de conscientização sobre as mudanças climáticas. Na sua opinião, o que pode ser feito para conscientizar toda a sociedade a respeito desse assunto?

Clima temperado

As áreas de clima temperado estão situadas entre o Trópico de Câncer e o Círculo Polar

Ártico. O clima temperado se manifesta no leste e no oeste do continente asiático e apre-

senta as quatro estações do ano bem definidas, com índices de umidade bastante variáveis.

do continente, há pelo menos um período de estiagem.

Além da maritimidade ou da continentalidade, esse clima sofre também a influência da

latitude e da altitude maiores, responsáveis por temperaturas mais baixas.

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A vegetação típica são as florestas temperadas caducifólias, formadas por árvores que

perdem as folhas nos meses de inverno. Durante esse período, a planta hiberna para entrar

novamente em atividade no início da primavera, com o nascimento de novas folhas. São árvo-

res caducifólias: cerejeira (árvore típica do Japão), carvalho, olmo, freixo, bétula e salgueiro.

Clima frio de montanha

A altitude é particularmente notável na Ásia, onde existem elevadas cadeias montanho-

sas. Como as temperaturas são muito baixas nas grandes altitudes, há formação de gelo e

neve no pico das montanhas. A neve e o gelo se mantêm durante grande parte do ano, dimi-

nuindo um pouco apenas no verão.

Há pouca vegetação nes-

sas áreas, constituída de cam-

pos de altitude, com forma-

ções herbáceas de vida curta.

Clima desértico e clima semiárido

Manifestam-se em extensas áreas do continente asiático, que incluem a Península

Arábica, o Oriente Médio e o noroeste da China.

Alguns grandes e representativos desertos do mundo se situam no continente asiático:

Deserto da Arábia; Deserto da Síria; Deserto de Thar, no Paquistão e na Índia (também conhe-

cido como Grande Deserto Indiano, nas proximidades da Cordilheira do Himalaia); Deserto

do Irã; Deserto de Gobi, na Mongólia e na China; de Takla Makan, no noroeste da China.

Os climas áridos apresentam duas características essenciais:

elevada amplitude térmica diária – os dias são muito quentes, e as noites, muito frias; em

geral, as temperaturas oscilam entre 30 °C e 40 °C durante o dia e caem para menos de

0 °C à noite e de madrugada;

distribuição irregular e escassez de chuvas – em algumas áreas do deserto, não chove du-

rante meses ou anos e, repentinamente, muita chuva cai de uma só vez: em um curto es-

Quando isso acontece, plantações e construções das áreas dos oásis ficam destruídas.

Os rios temporários voltam a correr, e suas águas extravasam dos leitos, causando sérias

inundações.

Vale Kartha, próximo ao Monte Everest, Shigatse, Tibete, 2016

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Geografia

Para conseguir sobreviver nessas

regiões, a população se dedica a formas

tradicionais de nomadismo pastoril. Os

nômades da Ásia pastoreiam ovelhas e

cabras, mudando constantemente de

território em busca de água e alimento.

As habitações típicas desses povos são

tendas móveis ou portáteis.

A yurt é uma tenda típica utilizada como habitação pelos povos nômades do Deserto de

Gobi, Mongólia, 2019

Clima subtropical

Na faixa temperada, nas regiões de latitudes mais baixas, as temperaturas são mais al-

tas, dando origem ao clima temperado quente ou subtropical – também denominado sub-

tropical chinês, pois suas características mais típicas ocorrem no leste da China.

A vegetação natural dessas regiões é a floresta subtropical, que é mais densa e variada

que a floresta de folhas caducas. Algumas de suas árvores também perdem as folhas na es-

tação fria. As chuvas são bem distribuídas ao longo do ano.

Clima mediterrâneo

Apresenta verões quentes e muito

secos. As chuvas não são abundantes e só

caem no inverno. Essa variação climática

ocorre na Ásia Ocidental, particularmen-

te no Oriente Médio, como o litoral de

Israel, Síria, Líbano e Península da Anató-

lia, planalto onde se localiza a Turquia.

Os invernos chuvosos e os verões

longos e secos caracterizam uma varia-

ção de semiaridez. Por essa razão, há cul-

tivos adaptados à escassez de água e ao

nomadismo pastoril.

A vegetação natural das áreas de

clima mediterrâneo resulta da longa e

ensolarada estação seca. Trata-se de mata rala, com árvores pequenas e de pouca folhagem.

Por causa da agricultura, essa vegetação já foi bastante destruída.

Clima frio e clima polar

Ao norte do continente asiático, nas áreas de elevadas altitudes, predominam o clima

frio e o polar. No clima frio, os verões são bastante curtos, e os invernos, rigorosos e longos,

Paisagem no norte do Líbano durante o inverno, 2019

©Shutterstock/Apik

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Page 18: Ç DQR Volume 3 · indústrias e o uso excessivo de agrotóxicos resultaram na extrema degradação de seus rios e lagos. Para piorar a situação, apesar de ser o país mais populoso

podendo nevar de três a seis meses ao ano. No interior da Ásia, por causa da continentalidade,

já foram registradas temperaturas abaixo de 70 °C negativos. A vegetação correspondente

é a floresta de coníferas.

Já no extremo norte do continente, o gelo cobre o solo durante mais da metade do ano,

uma vez que a temperatura do mês mais quente não chega a 10 °C. No decorrer do curto

verão, surge uma vegetação de pequeno porte, formada por musgos e liquens, chamada de

tundra. Essa formação vegetal se desenvolve no solo permafrost, que passa boa parte do

ano congelado. Atualmente, com as mudanças climáticas, o permafrost tem passado mais

tempo descongelado, e isso poderá trazer sérias consequências ambientais, como mostra o

texto a seguir.

Permafrost do Ártico está descongelando em ritmo acelerado, e consequências são para todos

Conforme solos [permafrost] [...] ficam moles e perdem camadas, eles revelam vestígios da vida antiga – e massas de carbono – presos em terra congelada por milênios. Liberado na atmosfera como metano ou dióxido de carbono, o carbono promete acelerar as mudanças climáticas, mes-mo com os esforços do homem para conter as emissões de combustíveis fósseis.

[...] os pesquisadores agora suspeitam que, para cada aumento de um grau Celsius na tempe-ratura média da Terra, o permafrost possa liberar o equivalente a quatro a seis anos de emissões de carvão, petróleo e gás natural – o dobro ou triplo do que os cientistas imaginavam há alguns anos. Dentro de algumas décadas, se não reduzirmos o uso de combustíveis fósseis, o permafrost poderá ser uma fonte de gases de efeito estufa tão grande quanto a China, atualmente o maior emissor mundial.

curiosidade?

WELCH, Craig. Permafrost do Ártico está descongelando em ritmo acelerado, e consequências são para todos. Disponível em: <https://www.nationalgeographicbrasil.com/meio-ambiente/2019/08/permafrost-do-artico-esta-descongelando-em-ritmo-acelerado-e-consequencias>. Acesso em: 14 nov. 2019.

1 O leste da Ásia faz parte do chamado Círculo de Fogo. Por que essa região recebe tal nome?

o que já conquistei

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Page 19: Ç DQR Volume 3 · indústrias e o uso excessivo de agrotóxicos resultaram na extrema degradação de seus rios e lagos. Para piorar a situação, apesar de ser o país mais populoso

Geografia

2 A Ásia está localizada em áreas de contato entre Placas Tectônicas e de intensa atividade geológica recente, que resultam em algumas paisagens de relevo marcante. Quais são as principais formas de relevo do continente asiático? Cite exemplos de cada uma dessas formações.

3 Mencione três características do continente asiático importantes para compreender os tipos de clima e a vegetação da região.

4 O perfil esquemático indica uma sucessão de eventos climáticos que caracterizam o clima na Ásia. Observe-o.

Associe os números da imagem às descrições correspondentes.

( ) Atrás das montanhas, o Planalto do Tibete é árido.

( ) As planícies nos pés do Himalaia formam uma das regiões mais úmidas do planeta.

( ) O Himalaia forma uma cadeia natural que bloqueia a progressão de nuvens, causando precipi-tação no sopé da cordilheira.

( ) A umidade que vem do mar é deslocada para dentro do continente, principalmente durante as monções de verão.

( ) Fator que causa um acúmulo de precipitação de neve sobre as montanhas e de chuva sobre os vales abaixo delas.

Raqsonu. 2

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capí

tulo

Como vimos anteriormente, a Ásia é o maior continente

do mundo em extensão e apresenta grande variedade de pai-

sagens naturais, etnias, culturas e condições socioeconômicas.

Por isso, para facilitar seu estudo, é necessário regionalizar

esse continente. Com um colega, determine uma regionaliza-

ção para a Ásia com base em seus conhecimentos sobre o con-

tinente. Depois, compare a divisão que vocês elaboraram com

a proposta de regionalização que será utilizada neste capítulo,

estabelecendo semelhanças e diferenças entre elas.

Regionalização da Ásia8

Ásia Ocidental

Ásia Meridional

Sudeste Asiático

Ásia Oriental

Ásia Central

Ásia Setentrional

o que vocêvai conhecer

Imagem de satélite do continente asiático

©Google Earth/Image Landsat/Copernicus/Data SIO, NOAA,

U.S. Navy, NGA, GEBCO

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Geografia

Diferentes critérios podem ser adotados para dividir um continente em regiões. É pos-

sível regionalizá-lo com base em suas características físicas, como clima e relevo, culturais e

socioeconômicas. Esses e outros critérios podem ser adotados como forma de compreender

e planejar um território.

No caso da Ásia, o desafio para os estudos regionais é o de conseguir abarcar a multipli-

cidade étnica, cultural, socioeconômica e natural do continente, já que os países asiáticos

são muito diferentes uns dos outros. Muitos países apresentam níveis de desenvolvimento

humanos médios, como Sri Lanka e China; outros têm baixos níveis, como Afeganistão e

Bangladesh; e ainda há outros, como Japão e Hong Kong (região administrativa especial da

China), que oferecem excelente qualidade de vida para sua população.

O critério mais tradicional de regionalização da Ásia se baseia na localização dos países

no espaço continental. Para obter mais homogeneidade nos tamanhos da população, nas

características demográficas e na precisão estatística de seus estudos, a Organização das

Nações Unidas (ONU) dividiu a Ásia em seis grandes conjuntos regionais:

Região Países

Ásia Ocidental Armênia, Azerbaijão, Barein, Chipre, Geórgia, Iraque, Israel, Jordânia, Kuwait, Líbano, Omã, Catar, Arábia Saudita, Palestina, Síria, Turquia,

Emirados Árabes Unidos e Iêmen

Ásia Meridional Afeganistão, Bangladesh, Butão, Índia, Irã, Maldivas, Nepal, Paquistão e

Sri Lanka

Sudeste Asiático Brunei, Camboja, Indonésia, Laos, Malásia, Mianmar, Filipinas, Cingapura,

Tailândia, Timor Leste, Vietnã

Ásia Oriental China, Hong Kong, Macau, Coreia do Norte, Japão, Mongólia e Coreia do Sul

Ásia Central Cazaquistão, Quirquistão, Tadjiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão

Ásia Setentrional Parte asiática da Rússia

Identificar as divisões regionais do continente asiático e os países que as compõem, compreendendo suas características gerais.

Comparar as características das regiões da Ásia conforme a análise de seus indicadores socioeconômicos, reconhecendo semelhanças e diferenças entre elas e entre seus países.

objetivos do capítulo

Fontes: ONU. Methodology: standard country or area codes for statistical use. Disponível em: <https://unstats.un.org/unsd/methodology/m49/>. Acesso em: 15 nov. 2019. IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro, 2018.

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leitura cartográfica

1 Regionalize o mapa da Ásia conforme a divisão proposta pela ONU, pintando cada região com uma cor diferente. Elabore uma legenda, pois esse mapa servirá de base para os estudos do capítulo.

Ásia: divisão regional

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro, 2018. Adaptação.

2 Qual região da Ásia é formada pelo menor número de países?

3 Qual região é formada pelo maior número de países insulares?

4 De acordo com seus estudos anteriores sobre a Eurásia, por que uma parte do território da Rússia se localiza na Ásia, e a outra, na Europa?

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Geografia

Ásia Ocidental

A Ásia Ocidental tem como principal característica física o predomínio dos climas árido e

semiárido. Culturalmente, destaca-se a diversidade de religiões (islamismo, cristianismo, ju-

daísmo) convivendo há milênios no mesmo espaço. Historicamente, no entanto, esse convívio

muitas vezes não ocorreu de modo pacífico, resultando em conflitos entre países.

Em relação ao nível socioeconômico, observe os índices de alguns países dessa região na

tabela a seguir.

INDICADORES SOCIOECONÔMICOS E POPULAÇÃO DE ALGUNS PAÍSES DA ÁSIA OCIDENTAL

Países

População absoluta

(aproximada em milhões de habitantes) –

jul./2018

Taxa de mortalidade infantil (por mil nascidos vivos) – 2018

Esperança de vida ao nascer

(em anos) – 2018

Anos médios de

escolaridade – 2017

IDH (posição) – 2017

Israel 8 424 904 3,4 82,7 13,0 0,903 (22º)

Emirados Árabes Unidos

9 701 315 5,5 78,7 10,8 0,863 (34º)

Arábia Saudita 33 091 113 12,1 75,7 9,5 0,853 (39º)

Jordânia 10 458 413 13,7 75 10,4 0,735 (95º)

Iraque 40 194 216 37,5 74,9 6,8 0,685 (120º)

Síria 19 454 263 14,4 75,2 5,1 0,536 (155º)

Iêmen 28 667 230 44,6 66,2 3,0 0,452 (178º)

Fontes: PNUD. Human development data. Disponível em: <http://hdr.undp.org/en/data#>. Acesso em: 18 nov. 2019. CIA. The world factbook: population. Disponível em: <https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/fields/335.html>. Acesso em: 18 nov. 2019.

Analise os dados dos países da Ásia Ocidental que constam na tabela acima e responda: Os países dessa região apresentam indicadores socioeconômicos semelhantes? Justifique a sua resposta.

olhar geográfico

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Um conjunto de países denominado Oriente Médio se destaca na Ásia Ocidental. No

total, 16 países constituem essa sub-região: Arábia Saudita, Kuwait, Barein, Catar, Emirados

Árabes Unidos, Omã, Iêmen (todos esses localizados na Península Arábica), Jordânia, Iraque,

Israel, Líbano, Síria e Turquia; além de países que não pertencem à Ásia Ocidental, como Irã,

Afeganistão e parte asiática do Egito.

Do ponto de vista geopolítico, a posição geográfica do Oriente Médio é bastante estra-

tégica por dois motivos. O primeiro é a localização, porque ele se situa na confluência de

Europa, Ásia e África, o que o tornou e o torna passagem obrigatória para diferentes povos.

Esse fator proporcionou grande diversidade étnica à região e expressiva riqueza cultural, as-

sim como profundas diferenças ideológicas e religiosas. O segundo motivo é a produção de

petróleo, pois os maiores produtores mundiais se encontram nessa região, principalmente

no Golfo Pérsico. Por esse fator, o Oriente Médio desempenha papel geopolítico de grande

relevância no cenário internacional.

Oriente Médio

Fonte: ©Google Earth/Data SIO, NOAA, U.S. Navy, NGA, GEBCO, Image Landsat/Copernicus. Adaptação.

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Reúnam-se em grupos e pesquisem sobre um tema relacionado à Ásia Ocidental, como a diversidade religiosa e cultural e a riqueza econômica representada pelo petróleo. Nessa pesquisa, registrem tanto aspectos vantajosos quanto problemas que decorrem da situação cultural e econômica dessa região.

pesquisa

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Geografia

Ásia Meridional

A Ásia Meridional é banhada pelo Oceano Índico e tem, a leste, a Baía de Bengala e, a

oeste, o Mar da Arábia.

Na análise do mapa dessa região, observamos a forma de um triângulo invertido, com

o vértice avançando sobre o mar. Trata-se da Península Indostânica, que reúne os seguintes

países: Paquistão, Nepal, Butão, Índia, Bangladesh e as ilhas de Sri Lanka e Maldivas.

Península Indostânica

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Fonte: ©Google Earth/Data SIO, NOAA, U.S. Navy, NGA, GEBCO, Image Landsat/Copernicus. Adaptação.

leitura cartográfica

Com base nos mapas Ásia: divisão regional (da página 22) e Península Indostânica (acima), responda às questões propostas.

1 Quantos países compõem a Ásia Meridional? Quais são eles?

2 Qual é o maior país em área territorial? E o menor?

3 Quais países compõem a Ásia Meridional, mas não fazem parte da Península Indostânica?

4 Qual país da Ásia Meridional é mais familiar para você? Escreva o que conhece sobre esse país com base em filmes, conversas, estudos escolares, etc.

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Na Ásia Meridional, localizam-se alguns dos países mais pobres do mundo todo. A Índia,

país emergente com elevado grau de industrialização e de investimentos externos, é consi-

derada a nação mais importante do subcontinente. Apesar disso, os melhores índices socioe-

conômicos da região são os do Sri Lanka.

Acompanhe alguns indicadores dos países da região na tabela a seguir.

INDICADORES SOCIAIS E POPULAÇÃO DOS PAÍSES DA ÁSIA MERIDIONAL

Países

População absoluta

(aproximada em milhões de habitantes) –

jul./2018

Taxa de mortalidade infantil (por mil nascidos vivos) – 2018

Esperança de vida ao nascer

(em anos) – 2018

Anos médios de

escolaridade – 2017

IDH (posição) – 2017

Irã 83 024 745 15,5 74,2 9,8 0,798 (60º)

Sri Lanka 22 576 592 8,2 77,1 10,9 0,770 (76º)

Índia 1 296 834 042 37,8 69,1 6,4 0,640 (130º)

Butão 766 397 30,3 71,1 3,1 0,612 (134º)

Bangladesh 159 453 001 30,5 73,7 5,8 0,608 (136º)

Nepal 29 717 587 26,9 71,3 4,9 0,574 (149º)

Paquistão 207 862 518 50,4 68,4 5,2 0,562 (150º)

Afeganistão 34 940 837 108,5 52,1 3,8 0,498 (168º)

Maldivas 391 904 19,8 76,4 6,2 0,716 (104º)

Fontes: PNUD. Human development data. Disponível em: <http://hdr.undp.org/en/data#>. Acesso em: 18 nov. 2019. CIA. The world factbook: population. Disponível em: <https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/fields/335.html>. Acesso em: 18 nov. 2019.

Elabore uma lista de perguntas sobre os índices presentes na tabela, tais como: Qual é o país mais populoso da Ásia Meridional? Qual país apresenta o maior IDH? Em seguida, troque sua lista com a

do colega ao lado e responda às questões elaboradas por ele.

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Colombo, Sri Lanka, 2019

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Geografia

Os índices apresentados na tabela classificam o desenvolvimento humano dos países da

Ásia Meridional como baixo e médio, com exceção de Sri Lanka e Irã, que têm IDH elevado.

Esses dados refletem as condições de vida da população.

O Sri Lanka é um país insular da Ásia Meridional. Foi colonizado por portugueses,

holandeses e britânicos. Sua independência ocorreu em 1948 e foi seguida de muitos anos

de conflitos entre grupos locais que desejavam o poder. Tem duas capitais: Colombo, sede

dos poderes executivo e judiciário; e Kotte, sede do poder legislativo.

Apesar de uma história recente bastante tumultuada, com atentados e massacres do mo-

vimento separatista tâmil – minoria que luta pela independência do norte do país –, o Sri Lanka

tem apresentado um crescimento econômico expressivo, especialmente pela ajuda de progra-

mas de financiamento do Fundo Monetário Internacional (FMI), iniciado em 2016.

Em situação bem inferior, mais pobres e atrasados economicamente, estão Nepal,

Afeganistão e Paquistão.

O trabalho infantil e em condições inadequadas é uma situação bastante comum em

Bangladesh, na Índia e outros países subdesenvolvidos da região.

O principal país da Ásia Meridional é a Índia, que ocupa 73% do espaço regional. Nesse

país, diferentes religiões, idiomas e dialetos convivem com enormes contrastes paisagísti-

cos. Colonizada pela Inglaterra – a dominação inglesa se iniciou no fim do século XVIII –, a

Índia passou por várias rebeliões anticolonialistas até 1947, quando finalmente conquistou

sua independência.

Trabalhadores em uma fábrica de juta nos arredores de Dhaka, Bangladesh, 2018

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O processo de independência da Índia teve início em um movimento liderado pelo advo-

gado Mohandas Gandhi. Chamado de Mahatma (grande alma, em sânscrito), Gandhi pregava

a oposição pacífica à dominação inglesa, como o boicote a determinados produtos e às in-

fluências culturais em geral, além do não pagamento de impostos.

Contudo, até o término desse movimento, a luta pela independên-

cia não foi tranquila, pois mais de um milhão de pessoas morreu.

A Índia conserva forte influência ocidental dos tempos dos

colonizadores. Apesar dos sucessivos confrontos do governo

britânico com a população revoltosa, o Reino Unido contribuiu para

a unificação dos indianos. Um bom exemplo disso foi estabelecer o

inglês como idioma oficial, o que conferiu à Índia certa unificação,

necessária aos interesses comerciais do Reino Unido.

curiosidade?

Líder pacifista indiano Mahatma Gandhi, 1969

Sudeste Asiático

O Sudeste Asiático é formado por países continentais e insulares localizados entre os

oceanos Pacífico e Índico. A parte continental da região corresponde às penínsulas Malaia e da

Indochina, onde se situam Laos, Camboja, Vietnã, Tailândia, Mianmar e Malásia; a parte insular

é constituída por Indonésia, Malásia, Brunei, Filipinas, Cingapura e Timor Leste. A Indonésia é o

e dialetos.

Observe as imagens a seguir.

olhar geográfico

Plantação de arroz,

Camboja, 2019

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Geografia

1 Que contrastes é possível identificar entre a primeira e a última imagens?

2 Que contrastes podem ser observados entre a segunda e a terceira imagens?

Cidade de Luang Prabang, Laos, 2019

Fábrica de bolos em zona industrial, com máquinas e tecnologia modernas, Saigon, Vietnã, 2019

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Marina Bay, Cingapura, 2019

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A tabela a seguir revela a diversidade socioeconômica do Sudeste Asiático.

INDICADORES SOCIAIS E POPULAÇÃO DE ALGUNS PAÍSES DO SUDESTE ASIÁTICO

Países

População absoluta

(aproximada em milhões de habitantes) –

jul./2018

Taxa de mortalidade infantil (por mil nascidos vivos) – 2018

Esperança de vida ao nascer

(em anos) – 2018

Anos médios de

escolaridade – 2017

IDH (posição) – 2017

Cingapura 5 995 991 2,3 85,5 11,5 0,932 (9º.)

Brunei 450 565 9,3 77,5 9,1 0,853 (39º.)

Tailândia 68 615 858 9 75,1 7,6 0,755 (83º.)

Filipinas 105 893 381 20,9 69,6 9,3 0,699 (113º.)

Indonésia 262 787 403 21,9 73,2 8,0 0,694 (116º.)

Vietnã 97 040 334 16,7 73,9 8,2 0,694 (116º.)

Timor Leste 1 321 929 33,9 68,7 4,5 0,625 (132º.)

Camboja 16 449 519 46,1 65,2 4,8 0,582 (146º.)

Fontes: PNUD. Human development data. Disponível em: <http://hdr.undp.org/en/data#>. Acesso em: 18 nov. 2019. CIA. The world factbook: population. Disponível em: <https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/fields/335.html>. Acesso em: 18 nov. 2019.

Nessa região, também é possível identificar dois grupos diferenciados. Um grupo é for-

mado por Laos, Camboja, Mianmar e Timor Leste, que apresentam economias mais pobres e

atrasadas, além dos indicadores econômicos e sociais mais baixos da região. O outro grupo

é formado por países com melhores condições econômicas e sociais, destacando-se Cinga-

pura, cidade-estado que se separou da Malásia em 1965 e apresentou grande crescimento

econômico na década de 1980.

Assim como Coreia do Sul, Taiwan e Hong Kong, Cingapura faz parte do grupo chamado

Tigres Asiáticos. Como estudamos anteriormente, esse nome se deve ao acelerado desen-

volvimento econômico desses países, baseado na industrialização e na exportação de pro-

dutos. Esse desenvolvimento elevou muitos de seus indicadores socioeconômicos, que se

aproximaram aos das economias capitalistas desenvolvidas.

Além de Cingapura, fazem parte do segundo grupo Malásia, Tailândia e Indonésia, países

chamados de Novos Tigres em virtude de sua expansão econômica, que começou na década

de 1990. Vietnã e Filipinas também fazem parte desse grupo e recebem o título de Novís-

simos Tigres. O Vietnã obteve expressivas conquistas sociais com a experiência socialista

(depois de 1976). A partir da década de 1990, com a abertura a investimentos estrangeiros,

o país dinamizou sua economia. O mesmo aconteceu com as Filipinas nos últimos 20 anos.

Ásia Oriental

A Ásia Oriental reúne os países que concentram grande volume de produção e comércio

mundiais neste milênio. Formada por Japão, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Mongólia, China

30

Page 31: Ç DQR Volume 3 · indústrias e o uso excessivo de agrotóxicos resultaram na extrema degradação de seus rios e lagos. Para piorar a situação, apesar de ser o país mais populoso

Geografia

e os territórios de Macau e Hong Kong (regiões administrativas especiais da China), essa

região vive uma intensa expansão econômica.

O Japão é uma das potências econômicas da região e do mundo, apesar de seu reduzido

território. Trata-se de um arquipélago com mais de 3 mil ilhas; quatro delas se destacam pelo

tamanho: Hokkaido, Honshu, Shikoku e Kyushu. É líder das relações comerciais da Ásia com

os países da orla do Pacífico, mantendo considerável influência na área do Oceano Índico e

forte entrada nas economias da Europa Ocidental e dos Estados Unidos.

Destacam-se ainda a China e os Tigres Asiáticos. A China é o terceiro maior país do mun-

do em superfície territorial e também o mais populoso, com mais de 1 bilhão e 380 milhões

de habitantes. As áreas mais desenvolvidas e as principais atividades econômicas do país

se encontram nas planícies do leste e sudeste. As demais são bem menos povoadas e com

menos autonomia política. Atualmente, a China é uma superpotência com influência glo-

bal e um dos maiores exportadores do mundo, recebendo grandes somas de investimentos

estrangeiros.

Coreia do Sul, Taiwan, Hong Kong e Cingapura (Sudeste Asiático) compõem

os Tigres Asiáticos, países onde o desenvolvimento econômico elevou muitos dos

indicadores socioeconômicos, como é possível observar na tabela a seguir.

Taiwan, também conhecido como Ilha de Formosa, é um estado insular originado de di-

vergências políticas em relação à China continental. Mantém relações comerciais com diver-

sos países do globo e tem sua independência reconhecida por apenas 22 países-membros da

ONU, mas é considerado pela China como parte de seu território.

INDICADORES SOCIAIS E POPULAÇÃO DE ALGUNS PAÍSES DA ÁSIA ORIENTAL

Países

População absoluta

(aproximada em milhões de habitantes) –

jul./2018

Taxa de mortalidade infantil (por mil nascidos vivos) – 2018

Esperança de vida ao nascer

(em anos) – 2018

Anos médios de

escolaridade – 2017

IDH (posição) – 2017

Hong Kong 7 213 338 2,7 83,1 12 0,933 (7º)

Japão 126 168 156 2 85,5 12,8 0,909 (19º)

Coreia do Sul 51 418 097 3 82,5 12,1 0,903 (22º)

China 1 384 688 986 11,8 75,8 7,8 0,752 (86º)

Mongólia 3 103 428 20,5 70,2 10,1 0,741 (92º)

Macau 606 340 3,1 84,6 - -

Coreia do Norte

25 381 085 21,4 71 - -

Fontes: PNUD. Human development data. Disponível em: <http://hdr.undp.org/en/data#>. Acesso em: 18 nov. 2019. CIA. The world factbook: population. Disponível em: <https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/fields/335.html>. Acesso em: 18 nov. 2019.

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Com base no conteúdo da tabela, converse com os colegas e o professor sobre as seme-

lhanças e as diferenças entre os indicadores dos países da Ásia Oriental. Depois, registre as

conclusões a que chegaram.

olhar geográfico

Ásia Central

A Ásia Central se estende do Mar Cáspio, a oeste, até a China, a leste. Nessa região, exis-

tem montanhas bastante elevadas, integrantes do maior conjunto montanhoso do planeta.

Pela sua posição geográfica, essa região é de grande importância estratégica e geopo-

lítica. Isso ocorre porque os países da Ásia Central estão situados no coração da Eurásia,

formando um elo comercial entre Europa, China e Oriente Médio. Por esse motivo, os cinco

países dessa região, Cazaquistão, Quirguistão, Tadjiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão,

compartilham uma cultura que incorpora elementos tanto do Oriente quanto do Ocidente.

Esses países fizeram parte da União Soviética. Antes da independência, em 1991,

eram interdependentes de sua economia. Na atualidade, ainda lutam para se reestruturar

socioeconomicamente.

O Cazaquistão é o país mais extenso da região. Embora o clima árido predomine em

grande parte do território, o país tem inúmeras riquezas minerais, contando com a terceira

maior reserva de petróleo da Eurásia, atrás apenas do Oriente Médio e da Rússia.

INDICADORES SOCIAIS E POPULAÇÃO DOS PAÍSES DA ÁSIA CENTRAL

Países

População absoluta

(aproximada em milhões de habitantes) –

jul./2018

Taxa de mortalidade infantil (por mil nascidos vivos) – 2018

Esperança de vida ao nascer (em

anos) – 2018

Anos médios de

escolaridade – 2017

IDH (posição)

Cazaquistão 18 744 548 19 71,4 11,8 0,800 (58º.)

Uzbequistão 30 023 709 17,4 74,3 11,5 0,710 (105º.)

Turcomenistão 5 411 012 33,1 70,7 9,8 0,706 (108º.)

Quirguistão 5 849 296 25 71,2 10,9 0,672 (122º.)

Tadjiquistão 8 604 882 30,8 68,4 10,4 0,650 (127º.)

Fontes: PNUD. Human development data. Disponível em: <http://hdr.undp.org/en/data#>. Acesso em: 18 nov. 2019. CIA. The world factbook: population. Disponível em: <https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/fields/335.html>. Acesso em: 18 nov. 2019.

Qual dos países presentes no quadro da Ásia Central tem o IDH mais elevado? E qual apresenta o menor IDH? Pesquise mais sobre eles e descreva algumas de suas características gerais.

pesquisa

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Ásia Setentrional

A maior parte da Rússia se localiza no continente asiático, mas o centro econômico e po-

lítico e a maior concentração populacional se encontram na porção europeia do país, a oeste

do território, já estudada nos capítulos anteriores desta coleção. Por causa de sua extensão

e de critérios culturais e históricos, a porção leste do território russo é classificada como par-

te do continente asiático, constituindo assim o único país da Ásia Setentrional.

Essa região tem grandes e importantes rios, como Ob, Yenissey e Lena, e é muito rica

em recursos minerais, como petróleo e gás natural. Porém, grande parte de sua extensão é

ocupada pela Sibéria, área que tem baixo povoamento em virtude do predomínio do clima

frio e do polar. Essas condições representam um desafio para o governo russo, o de levar

desenvolvimento até essa parte do país. Sobre esse assunto, leia o texto a seguir.

Desabitado, oriente russo impõe desafios para PutinUma ponte bilionária e pouco usada no fim da Transiberiana, no distante Extremo Oriente da

Rússia, simboliza de forma eloquente as dificuldades que o país de Vladimir Putin enfrenta para desenvolver sua vasta porção asiática.

[...] A Rússia se divide em 25% de território europeu, que concentra 77% da população de 143 milhões de pessoas. O leste na Ásia fica com o resto e uma densidade populacional de apenas um décimo.

Seu território é composto por boa parte do distrito dos Urais, pelo distrito da Sibéria e pelo do Extremo Oriente. Essa fatia é a mais desabitada e subdesenvolvida: entre 1998 e 2014, seu PIB cresceu 3 bilhões de rublos (equivalente a R$ 165 milhões), contra 12 bilhões (R$ 661 milhões) de Moscou sozinha.

[...] A influência dos vizinhos de Pequim [além da China, Coreia do Sul e Japão], aliás, é a grande preocupação de Putin na colonização das áreas fronteiriças.

Após decretar o tema “prioridade nacional do século 21” em 2013, o presidente começou a esti-mular a migração ao estilo dos czares, ou seja, dando terra de graça. O problema é que o território, de 1 hectare, é insuficiente para produção econômica sustentável.

[...] Devido ao frio extremo do inverno, durante dois meses não há atividade econômica no Extremo Oriente e partes da Sibéria.

curiosidade?

GIELOW, Igor. Desabitado, oriente russo impõe desafios para Putin. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2017/04/1873973-desabitado-oriente-russo-impoe-desafios-para-putin.shtml>. Acesso em: 15 nov. 2019.

©Shutterstock/Akimov Igor©Shutterstock/Ak/ imov Igogorr

Pevek, a cidade mais setentrional da Rússia, 2015

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1 Leia as descrições das seis regiões da Ásia e escreva o nome de cada uma delas.

a) Região da Ásia formada pelo maior número de países:

b) Região formada pelo menor número de países:

c) Região que apresenta alguns dos países mais pobres da Ásia e do mundo:

d) Região que tem grande desenvolvimento industrial e comercial:

e) Região formada por países que compunham a antiga União Soviética:

f) Região onde se localizam os Novos e os Novíssimos Tigres Asiáticos:

2 Que países correspondem ao Sudeste Asiático? Como podemos dividi-los do ponto de vista físico-territorial?

3 Por que a localização geográfica do Oriente Médio é considerada privilegiada?

o que já conquistei

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Geografia

4 Por que a parte asiática da Rússia, localizada na Ásia Setentrional, não consegue se desenvolver no mesmo grau que a parte europeia do país?

5 O mapa a seguir classifica os países do mundo em relação ao IDH (2017). Com base em sua obser-vação, elabore uma análise sobre o nível de desenvolvimento humano das regiões da Ásia. Utilize o mapa Ásia: divisão regional (da página 22) para estabelecer comparações.

Planisfério: ranking de IDH – 2017

Fonte: PNUD. Human development data. Disponível em: <http://hdr.undp.org/en/data#>. Acesso em: 22 nov. 2019. Adaptação.

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capí

tulo

A Ásia é um continente de contrastes, tanto

naturais quanto culturais, sociais e econômicos. Os

países asiáticos apresentam níveis e condições de

desenvolvimento econômico bem distintos. Exis-

tem algumas economias ricas, com alto grau de de-

senvolvimento tecnológico e humano; outras com

um Produto Interno Bruto (PIB) expressivo, mas

com baixo nível tecnológico e indicadores sociais

desfavoráveis; e países com uma economia incipien-

te, mais voltada para o setor primário. De acordo

com o que você aprendeu até agora, o que pode-

mos dizer sobre os diferentes níveis de desenvol-

vimento da Ásia? Como os contrastes econômicos

se refletem nas paisagens asiáticas urbanas e nas

rurais? Como a imagem acima representa isso?

Ásia: espaço econômico 9

Ásia: características

gerais da economia

Ásia Ocidental: região

de contrastes

Ásia Meridional: agricultura

em destaque

Sudeste Asiático: tradição

e modernidade

Ásia Oriental: potência econômica

Ásia Central: riqueza de recursos

Ásia Setentrional: desafios

para o desenvolvimento

o que vocêvai conhecer

Contrastes socioeconômicos na paisagem de Manila, capital das Filipinas, 2015

©Shutterstock/Phuong D. Nguyen

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Conhecer as características gerais da economia asiática com base no recorte regional.

Refletir sobre os níveis de desenvolvimento econômico de alguns dos principais países da Ásia.

Relacionar aspectos dos países asiáticos, como localização geográfica, riquezas naturais e condições históricas.

objetivos do capítulo

Ásia: características gerais da economia

Nos últimos 30 anos, o aumento da produção industrial, com emprego de menos mão de

obra, e a expansão de um moderno setor de serviços resultaram em melhora do padrão de

vida e da renda per capita de países da Ásia, como os Tigres Asiáticos e Israel. A China é outra

nação que se destaca como potência econômica. Mesmo mantendo a estrutura centralizada

do socialismo, o país se abriu ao mercado internacional já na década de 1970, e sua economia

está entre as mais importantes do mundo atualmente.

Alguns países asiáticos apresentam uma economia em desenvolvimento, como a Índia,

mas têm muitos contrastes internos. Há países ainda voltados para as atividades primárias,

como o cultivo de arroz, também chamado de rizicultura, que é a principal atividade agrícola

do continente. Esse produto é o mais tradicional da Ásia e o alimento básico da população

de muitos países, principalmente dos localizados na Ásia Oriental, no sul e no sudeste do

continente. O arroz cultivado no continente asiático é responsável pelo abastecimento de

cerca de 90% de todo o mercado mundial. A pecuária é outra

atividade econômica expressiva na Ásia. A China, por exem-

plo, é o maior produtor de carne suína do mundo.

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Em geral, o continente asiático é rico em recursos naturais, com destaque para o pe-

tróleo, que é base da economia de muitos países. Os principais produtores e exportadores

mundiais de petróleo estão no Oriente Médio. A mineração de carvão é outra atividade de

destaque na China, no nordeste da Índia, no Irã, na Turquia e nas regiões central e leste da

Sibéria. O solo asiático é rico ainda em ferro, tungstênio e manganês, encontrados na China;

ouro, explorado na Sibéria e no Uzbequistão; e zinco e enxofre, no Japão.

Nesse continente, situa-se o Japão, país mais desenvolvido do mundo do ponto de vis-

ta tecnológico da produção. A indústria japonesa é reconhecida internacionalmente pela

sofisticação e alta qualidade tecnológica. Associados ao Japão, estão os Tigres Asiáticos,

os Novos Tigres (Malásia, Tailândia e Indonésia) e os Novíssimos Tigres (Filipinas e Vietnã).

Juntos, esses países exportam produtos de média e de alta tecnologia, como eletroeletrô-

nicos, máquinas e equipamentos de precisão, produtos farmacêuticos e químicos em geral.

para competir em mesmo nível com esses países.

Como vimos, a Ásia é um continente vasto, onde convivem economias distintas, com os

mais variados graus de desenvolvimento. Para compreender melhor suas especificidades,

vamos estudar a economia das regiões da Ásia e dos países que mais se destacam em cada

uma delas.

Ásia Ocidental: região de contrastes

A economia da Ásia Ocidental, em especial a dos países do Oriente Médio, está intima-

mente ligada à produção, ao refino e à exportação de petróleo. Essa região reúne condições

favoráveis para a formação dessa substância, pois está localizada em bacias sedimentares de

antigos ambientes marinhos, que foram pressionadas por forças tectônicas.

Linha de montagem automatizada de carros em Nagoya, Japão, 2015

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Geografia

Ainda assim, grande parte da população desses países trabalha em atividades agrícolas

e na pecuária. Apesar da predominância dos climas árido e semiárido na região, a agricultura

vem se beneficiando com novos sistemas de irrigação. Um dos mais eficientes sistemas é o

de abastecimento compartilhado de água, como ocorre em Israel e Jordânia em relação às

águas do Rio Jordão.

A agricultura sem irrigação é praticada nas áreas ao longo da costa, nas planícies úmi-

das e nos oásis. Essa forma de cultivo, antiga e tradicional na região, ainda apresenta bons

resultados.

Nas áreas desérticas, o desenvolvimento da pecuária é dificultado pela falta de água e

alimento para os animais. Por essa razão, a maioria dos criadores é nômade, ou seja, não tem

um local fixo para desenvolver suas atividades. Mesmo com tantos empecilhos, a criação de

ovinos e caprinos é significativa nessa porção do continente.

O avanço tecnológico foi responsável pelo grande aumento da produção agropecuária

nessa região da Ásia, superando os limites impostos pelas condições naturais adversas. No

entanto, apesar do aumento da produção de alimentos, o acesso a eles ainda é limitado em

alguns países da região, pelos problemas sociais. Segundo a ONU, no Iêmen, perto de 360 mil

crianças sofrem de desnutrição aguda severa e cerca de 85 mil morreram desde o início da

guerra civil no país, em 2015. Para piorar a situação, muitas vezes agentes humanitários não

conseguem levar alimento às pessoas em situação de fome, impedidos por forças rebeldes.

Além disso, mais de 50% da população sofre com a falta de água, o que também prejudica as

tentativas de cultivar alimentos. Veja no gráfico a seguir a gravidade da situação alimentar

no Iêmen e em outros países.

Agricultura irrigada em Israel, 2009

A técnica empregada no sistema de irrigação compartilhada é relativamente simples: a água é conduzida por um conjunto de canos com uma abertura calculada para escoar a quantidade certa, evitando o desperdício. Com isso, a umidade necessária da terra para a agricultura fica garantida durante o ano todo.

©Roy Philippe/Hemis/

ZUMAPRESS/Glow Images

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17

7,7

6,5

6

4,8

3

1,9

Iêmen Etiópia Síria Somália Sudão

do Sul

Quênia

*País é um dos principais destinos dos refugiados sírios

Número de afetados, em milhões

Líbano*

Crises de fome no século 21Nas últimas décadas, o de-

senvolvimento econômico de

muitos países da Ásia Ocidental

pode ser atribuído à expansão

de indústrias e serviços e à urba-

nização. Ainda assim, o petróleo

é o principal produto da ativi-

dade industrial da região, que

apresenta inúmeras empresas

petroquímicas.

Fonte: FOLHA DE S.PAULO. Número de crianças mortas por fome no Iêmen pode chegar a 85 mil. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/11/numero-de-criancas-mortas-por-fome-no-iemen-pode-chegar-a-85-mil.shtml>. Acesso em: 3 dez. 2019.

Petróleo: ouro negro

Na Ásia Ocidental, a enorme renda gerada pelos países produtores de petróleo tem sido

usada para melhorar as condições de vida da população e também em projetos que geram

poucos benefícios à sociedade. Apesar dos elevados valores de renda per capita, resultan-

tes da exploração de petróleo, essa região é uma das áreas onde há maior concentração de

renda no mundo. A renda obtida com o petróleo costuma ir para as mãos de famílias que já

controlam os governos, perpetuando assim os sistemas antidemocráticos.

Há várias décadas, o acesso, o controle e a produção do petróleo são fundamentais

para a política mundial. Por ser tão essencial ao mundo moderno, tal produto, muitas vezes,

representa uma questão

política. Esse fator coloca a

Ásia Ocidental, mais especi-

ficamente o Oriente Médio,

em destaque e faz com que

as grandes potências exter-

nas utilizem estratégias de

força na região.

O gráfico ao lado mos-

tra os principais produto-

res mundiais de petróleo.

Observe a posição de des-

taque dos países da Ásia

Ocidental.

olhar geográfico

2 683 – 2,8%

3 049 – 3,2%

3 798 – 4%

3 942 – 4,2%

4 614 – 4,9%

4 715 – 5%

5 208 – 5,5%

11 438 – 12,1%

12 287 – 13%

15 311 – 16,2%

10º. – Brasil

9º. – Kuwait

8º. – China

7º. – Emirados Árabes Unidos

6º. – Iraque

5º. – Irã

4º. – Canadá

3º. – Rússia

2º. – Arábia Saudita

1º. – Estados Unidos

Mundo – 94 718

Maiores produtores de petróleo em 2018 (milhões de barris/dia)

Fonte: BRITISH PETROLEUM. Statistical review of world energy: 2019. p. 16. Disponível em: <https://www.bp.com/content/dam/bp/business-sites/en/global/corporate/pdfs/energy-economics/statistical-review/bp-stats-review-2019-full-report.pdf>. Acesso em: 25 nov. 2019.

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Geografia

Com base na tabela, em um atlas e no mapa Ásia: divisão regional (da página 22), resolva

as questões a seguir.

1 A que continentes pertencem os países que mais produzem petróleo no mundo?

2 Em quais regiões da Ásia estão situados os maiores produtores de petróleo do mundo? Cite os paí-ses e suas respectivas regiões.

3 Escreva o nome dos países do Oriente Médio que mais produzem petróleo e a porcentagem que eles detêm do total.

4 Para o desenvolvimento dos países, quais são as vantagens e as desvantagens trazidas pela renda da produção de petróleo?

5 Realize uma pesquisa sobre a importância do petróleo para o mundo atual. Explique por que esse produto é considerado estratégico para os países que detêm seu controle e sua produção.

Turquia

A Turquia é o único país da Ásia Ocidental cujas terras se localizam em parte na Europa.

Graças a essa posição privilegiada, a Turquia sempre foi uma área de maior estabilidade po-

lítica, ainda que se situe em uma região bastante conturbada. Em 1952, o país ingressou na

Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

As variações climáticas do país possibilitam o cultivo de vários

produtos para exportação, como cereais, beterraba, uva, nozes, al-

godão e tabaco. Atualmente, o país é um importante centro indus-

trial, rico em minério de carvão, ferro, manganês, cobre e cromo.

O país busca fazer parte da União Europeia (UE) para obter

vantagens em negociações comerciais. No entanto, o ingresso da

Turquia tem sido dificultado pelos países da UE, pois há no país vá-

rios casos de desrespeito aos direitos humanos, à democracia e às

minorias étnicas. O grande complicador é a disputa de territórios

com os curdos, que exigem a independência da área denominada

Curdistão.

Curdistão

Formam um grupo étnico e

linguístico que habita uma vasta

região além das fronteiras da

Turquia, abrangendo também

partes de Irã, Síria, Armênia

e Iraque. Em sua maioria, são

muçulmanos sunitas que se

organizam em clãs e falam

o idioma curdo. Há décadas,

lutam por independência

e reconhecimento de

sua cultura e língua.

Fonte: BBC NEWS. Who are the Kurds? Disponível em: <https://www.bbc.com/news/world-middle-east-29702440>. Acesso em: 3 dez. 2019. Adaptação.

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Israel

Grande parte do território de Israel está localizada em uma região árida, o Deserto de

Negev. Apesar das dificuldades naturais, o país conseguiu atingir boa produção de alimen-

tos. Isso foi possível pelo uso de técnicas modernas de irrigação mecanizada e à dessaliniza-

ção da água do Mar Mediterrâneo e da Galileia. Essa água, depois de dessalinizada, é trans-

portada até os desertos de Negev e Arava, que, apesar do clima árido, se tornaram grandes

produtores e exportadores mundiais de frutas cítricas.

Muitas fazendas são administradas pelo sistema de kibutz,

comunidades coletivas de trabalho surgidas no início do século

XX, nos moldes socialistas. No passado, seus membros com-

partilhavam igualitariamente os lucros; hoje em dia, as remu-

nerações são proporcionais às atividades exercidas. O conjunto

dessas fazendas recebe o nome de kibutzar e, na atualidade,

exercem também produção industrial. As atividades geradas

nessas instalações são muito importantes para a economia

israelense.

Israel é o país mais industrializado do Oriente Médio, com

destaque para a indústria bélica. Diferentemente dos demais

territórios da região, pertence ao grupo dos países desen-

volvidos. A economia israelense conta ainda com outras ati-

vidades essenciais, como a pesca, a exportação de produtos

alimentícios e conservas, e a criação de ovelhas, bois, cavalos

e porcos. O país quase não tem riquezas minerais.

Vista aérea de kibutz na região central de Israel, 2017

atividades

1 Caracterize, de maneira geral, o desenvolvimento e a economia da Ásia.

2 Quais são as principais características do setor primário no continente asiático?

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Geografia

Ásia Meridional: agricultura em destaque

A Ásia Meridional é uma das regiões mais populosas do mun-

do. Somente a Índia tem cerca de 1,3 bilhão de habitantes. O cres-

cimento populacional foi mais elevado após a Segunda Guerra

Mundial e serviu de alerta para a necessidade de melhorias no se-

tor agrícola, a fim de suprir as necessidades alimentares da popu-

lação. Dessa forma, para elevar a produtividade agrícola, iniciou-se

a Revolução Verde na América do Norte e na Europa, e também foi

implementada na Ásia Meridional, especialmente na Índia.

Boa parte da população da Ásia Meridional ainda trabalha na

agricultura, geralmente em pequenas propriedades. No entanto, a

mecanização das lavouras e a distribuição desigual das terras fize-

ram com que um número crescente de camponeses migrasse para

as cidades em meados do século XX. O aumento da urbanização

incentivou a industrialização e o crescimento do setor de serviços

nas grandes cidades.

Incertezas políticas, carência de infraestrutura e mudanças cli-

máticas são alguns dos desafios que os países da Ásia Meridional

devem enfrentar para ampliar o desenvolvimento da região, que é

uma das mais pobres da Ásia.

Sri Lanka

A história recente do Sri Lanka tem sido bastante tumultuada em razão dos atentados e

dos massacres do movimento separatista tâmil, minoria que luta pela independência do norte

do país. Apesar disso, o país tem conseguido apresentar crescimento econômico expressivo.

A agricultura do Sri Lanka é bem desenvolvida. As boas condições climáticas, propiciadas

pelo clima de monções, favorecem os cultivos de arroz e chá. Contudo, o setor industrial é o

grande responsável por sua expansão econômica, pois o país recebe crescentes investimen-

tos da Ásia Oriental e do Sudeste Asiático, principalmente dos Tigres Asiáticos.

Na década de 1940, a

Revolução Verde ocorreu com

o desenvolvimento de máquinas

para plantio e colheita, com

a fertilização do solo, com o

uso de defensivos agrícolas e

com a pesquisa de sementes

adaptadas às condições

climáticas das regiões. Com isso,

houve um grande crescimento

na produção de alimentos nas

regiões onde esse sistema foi

implementado. No entanto,

a Revolução Verde teve seus

aspectos negativos, já que

favoreceu apenas a agricultura

comercial. Os pequenos

agricultores, incapazes de arcar

com os custos de sementes,

fertilizantes e pesticidas,

costumam ter rendimentos

mais baixos, em especial porque

esses produtos são controlados

por um número restrito de

empresas, o que eleva seu preço.

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Porto de Colombo, Sri Lanka, 2019. A cidade de Colombo, há milhares de anos, tornou-se um importante

centro comercial no Sri Lanka, por causa de seu porto natural, estrategicamente localizado na Rota da Seda. Depois, o local passou a fazer parte do império marítimo

português, tornando-se vital para o comércio de especiarias.

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Irã

A economia do Irã gira em torno da exploração e da exportação de petróleo, ativida-

des das quais o país é muito dependente. No entanto, elas foram bastante prejudicadas na

década de 1990, pela crise na comercialização do produto e por sucessivos conflitos com a

comunidade internacional. Seu parque industrial também foi afetado de forma severa pela

restrição das importações a que o país foi submetido. O isolamento do Irã no comércio mun-

dial ocorre especialmente porque os Estados Unidos acusam o país de apoiar o terrorismo

internacional.

Refinaria South Pars, na costa norte do Golfo Pérsico, em Asaluyeh, Irã, 2019

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Nos últimos anos, o Irã tem passado por algumas reformas políticas e sociais. Alguns lí-

deres da ala moderada do governo pregam o abandono da política isolacionista dos aiatolás

e a aproximação com o Ocidente, para que o país obtenha recursos externos e se desenvolva.

As diversas zonas climáticas do país possibilitam uma variedade de cultivos: cereais, fru-

tas, legumes, algodão, especiarias, chá e tabaco. Apesar de não ter alto rendimento, o país é

autossuficiente na produção de alimentos. Em relação à pesca, o país produz para consumo

doméstico e também para exportação.

Afeganistão

Em 1979, o Afeganistão foi ocupado pelos soviéticos e permaneceu em guerra até que

a União Soviética se retirasse definitivamente do território invadido, o que ocorreu apenas

em 1989. Desde então, os afegãos estão mergulhados em conflitos internos e lutam para

reconstruir o país e fortalecer a frágil economia, baseada na mineração e na agropecuária.

Em 2001, a situação econômica e política do Afeganistão piorou muito depois do 11 de

Setembro, com os atentados ocorridos em Nova Iorque e Washington, nos Estados Unidos.

Para combater o terrorismo, os EUA e seus aliados bombardearam o Afeganistão, pois o

governo do país foi acusado de oferecer refúgio a Osama bin Laden e ao grupo Al Qaeda,

responsabilizados pelos ataques. Mas a represália estadunidense matou centenas de civis

afegãos e aniquilou a já carente infraestrutura do país.

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Geografia

Como resultado dos conflitos externos e internos, o Afeganistão é a nação mais pobre

da Ásia Meridional. A atividade industrial do país, em que se destaca a indústria têxtil de

algodão, foi muito prejudicada pelos conflitos, por causa da destruição de instalações e in-

fraestrutura, e pela falta de investimentos. A agricultura de subsistência e o nomadismo

pastoril são as atividades mais importantes que compõem o PIB do Afeganistão. O país é rico

em gás natural, embora seja uma atividade subexplorada.

Afeganistão: onde água significa comida Reconstruindo sistemas de água seculares para melhorar a produção e a vida dos alimentos

A agricultura representa mais de um terço da economia do Afeganistão e emprega cerca de três quartos da sua população.

Até 85% da comida do país vem da agricultura irrigada.

Os agricultores dependem há séculos de Hari Rud ("Rud" significa "rio" em persa) para irrigar suas terras.

O rio flui por mais de 1 000 quilômetros, atravessando as montanhas de rocha vermelha do centro e oeste do Afeganistão e continuando no Turcomenistão.

Mas as bacias dos rios e bacias hidrográficas sofreram muito com a exploração descontrolada da água, o excesso de pastoreio, o desmatamento e uma degradação gradual do meio ambiente.

Décadas de distúrbios civis também tornaram impossível manter e reparar adequadamente os sistemas de água do país.

Revivendo o Shaflan – um dos principais e mais antigos canais de Hari Rud

Para resolver isso, a FAO, o governo e seus parceiros estão trabalhando para restaurar e melho-rar 17 canais de irrigação, cobrindo 10 000 hectares de terra no distrito de Pashtun Zarqhun, no oeste do Afeganistão.

[...]

Um dos canais é Shaflan - um dos principais e mais antigos canais de Hari Rud. Mais de 60.000 pessoas de 26 aldeias dependem dela para cultivar alimentos.

Como parte da reabilitação do Canal Shaflan, o projeto garantiu a construção de uma estrutura de captação, 23 divisores de água, sete saídas de água, dois aquedutos, três paredes de proteção e 13 estruturas de queda.

Isso permitiu que os agricultores expandissem seus campos de 3.600 para 4.200 hectares, cul-tivando mais trigo, cevada e especiarias como açafrão. As mulheres também foram capazes de montar hortas para cultivar legumes. Ambos os desenvolvimentos levam a uma maior segurança alimentar e coesão social.

[...]

curiosidade?

AFEGANISTÃO: onde água significa comida. Disponível em: <http://www.fao.org/fao-stories/article/en/c/1111046/>. Acesso em: 18 mar. 2020.

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A Índia desenvolveu um forte parque industrial, com atividades concentradas principal-

mente em Mumbai (antiga Bombaim), Calcutá e Délhi, ao norte; e em Chennai (antiga Ma-

dras), ao sul. O setor industrial já é responsável por um quarto da riqueza nacional. Os ramos

industriais mais importantes da Índia são: alimentício, têxtil, mecânico, siderúrgico e quími-

co. Na atualidade, em ritmo acelerado, vêm crescendo a fabricação de artefatos nucleares, a

produção de satélites e a informática.

O país já lançou seu primeiro satélite de comunicações. Além disso, os computadores

indianos têm conquistado bom mercado, assumindo as operações de escritórios locais, de

bancos e de companhias aéreas ocidentais. As principais empresas de informática estão lo-

calizadas no Vale da Sílica, em Bangalore. Entre as riquezas minerais, o país abriga reservas

de petróleo, ferro, carvão e manganês.

Índia

Na Índia, a parcela mais pobre da população pratica a agricultura tradicional. Além das

culturas de subsistência, a lavoura de plantation desempenha importante função, com des-

taque para a produção de chá. Contudo, a Revolução Verde, que promoveu a agricultura

mecanizada e com altos investimentos de capital, é a principal responsável pela boa parti-

cipação dos produtos agrícolas nas exportações do país. Essa situação contribuiu para criar

uma classe muito rica de plantadores de arroz, legumes e frutas.

Os principais produtos agrícolas do país são arroz, trigo, chá, algodão, milho, soja, além

de outros cultivados em menor escala. Apesar de a Índia produzir alimentos suficientes para

toda a sua população, grande parte dela não tem acesso a eles por causa das desigualdades

sociais, como mostram os dados no gráfico a seguir.

Fonte: INDIA FOODBANKING NETWORK. Fome na Índia. Disponível em: <https://www.indiafoodbanking.org/>. Acesso em: 30 nov. 2019.

Fome na Índia

194,4milhões de

pessoas

subnutridas

20,8%das crianças menores

de 5 anos estão

abaixo do peso

37,9%das crianças

menores de

5 anos são

raquíticas

1 em cada 4 crianças

são desnutridas

O país ocupa a 102ª.

posição entre 117

países no Índice Global

da Fome (2019)

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Geografia

A Índia desenvolveu também uma das mais produtivas indústrias cinematográficas do

mundo, com temas voltados principalmente para a história e os costumes do país. A cidade

de Mumbai é chamada de Bollywood, a Hollywood indiana.

A indústria de turismo é uma das principais atividades econômicas da Índia. Em 2018,

quase 18 milhões de turistas estrangeiros visitaram o país para conhecer a diversidade de

costumes, suas práticas religiosas, obras arquitetônicas, além das belas paisagens naturais.

Sudeste Asiático: tradição e modernidade

A maior parte do Sudeste Asiático, sobretudo em sua porção continental, é dominada

pelas plantações de arroz, que têm até duas colheitas por ano com o emprego de um sistema

de irrigação bastante simples. Esse sistema consiste em recolher parte da água das chuvas

de verão em um reservatório para irrigar o solo durante o inverno. Atualmente, também são

utilizados canais de irrigação, que conduzem a água dos rios para as lavouras no decorrer da

estação seca.

Como há muita mão de obra na região, grande contingente de pessoas trabalha no culti-

vo do arroz, um dos traços marcantes da agricultura praticada na região.

Outros produtos importantes são café, coco e cana-de-açúcar. A Tailândia é grande

exportadora mundial de abacaxi enlatado.

Observe as regiões industriais, os recursos minerais e a agricultura da Índia neste mapa:

Fonte: CHARLIER, Jacques (Org.). Atlas du 21e siècle. Paris: Nathan, 2009. Adaptação.

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Índia: regiões industriais, recursos minerais e agricultura

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Cingapura

Antiga vila de pescadores, Cingapura é uma cidade-estado insular, que abrange uma

área menor que o estado de Mato Grosso. Como dispõe de poucas fontes de recursos na-

turais, para manter a própria economia, o país investiu muito em educação de excelência e

tecnologia, tornando-se um dos países pioneiros no segmento industrial diferenciado dos

Tigres Asiáticos. Isso porque o governo transformou o país em local atrativo para negócios,

implantando baixíssimas cargas tributárias e redução das barreiras burocráticas.

As principais atividades econômicas de Cingapura se concentram na indústria de alta

tecnologia, transações financeiras, turismo e comércio de produtos de grife.

Asean: países-membros

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro, 2018. Adaptação.

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Tradicionalmente, a indústria da região é voltada para o processamento de produtos

agrícolas de exportação, como o refino de açúcar.

Desde a década de 1980, porém, a maioria dos países do Sudeste Asiático tem apos-

tado em um caminho diferente nesse setor. Na atualidade, a indústria está voltada para a

produção de produtos eletrônicos e componentes de computador e automóveis, o que im-

pulsiona esses países na direção das economias avançadas. Muitos países da região consti-

tuem o grupo dos Novos e Novíssimos Tigres Asiáticos, como Malásia, Tailândia, Indonésia,

Filipinas e Vietnã. Apesar de não fazer parte desses grupos, Brunei apresenta elevado PIB

pela exploração do petróleo, base de sua economia. Mianmar também abriga expressivas

áreas de exploração de petróleo e gás natural, além de outras riquezas minerais.

Em 1967, vários países da região se reuniram e criaram a Associação das Nações do

Sudeste Asiático (Asean). A meta dessa associação é aumentar a estabilidade da região e

promover o desenvolvimento econômico.

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Geografia

embargo comercial: suspensão do comércio ou do crédito entre dois países como forma de pressão econômica e/ou política.

Can Tho, Vietnã, 2018.

O tradicional mercado flutuante de Phong Dien atrai muitos turistas, dinamizando a economia vietnamita.

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Vietnã

A guerra entre Estados Unidos e Vietnã, ocorrida entre 1961 e

1975, prejudicou muito a economia vietnamita, em especial com o

embargo comercial imposto pelos estadunidenses em 1964. Com

o fim do embargo em 1994, o estímulo a novos investimentos

internacionais cresceu de maneira significativa, com um modelo

político-econômico similar ao da China. Este consiste na combinação de um regime político

socialista com uma economia de mercado fortemente apoiada em exportações.

O Vietnã obteve sucesso econômico e, 30 anos após o fim da guerra, os Estados Unidos

se transformaram em um dos seus maiores parceiros comerciais. Desde 2007, o país integra

a Organização Mundial do Comércio (OMC). É importante ressaltar que os países orientais e

europeus investiram no Vietnã bem antes dos Estados Unidos.

Impulsionado por reformas, o Vietnã vive uma grande onda de consumo, longe da auste-

ridade econômica do passado. A infraestrutura deficiente dificulta as reformas capitalistas

e assusta investidores; contudo, a oferta de mão de obra barata é um forte atrativo para o

capital estrangeiro.

A economia vietnamita está voltada para a exportação de produtos alimentícios, ar-

tesanato, carvão mineral, minérios, têxteis, algumas manufaturas e para o turismo. O país

importa numerosos produtos, como petróleo, aço, produtos químicos e farmacêuticos.

da economia vietnamita.

Como vimos, entre os Tigres Asiáticos, Cingapura é um forte representante dos países

pioneiros na industrialização. Sua indústria, que é voltada para a produção de produtos ele-

trônicos, componentes de computador e automóveis, emerge entre as economias mais avan-

çadas do mundo. Sabendo disso, explique as causas do crescimento econômico de Cingapura.

Elabore sua interpretação com base nesta afirmação: pequeno território, grandes negócios.

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No Japão, a agricultura não é muito favorecida por causa do espaço reduzido, do relevo

acidentado, da conservação das áreas florestadas e da ocupação das planícies próximas aos

litorais por atividades industriais. Logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, uma refor-

ma agrária distribuiu o espaço em pequenas propriedades e incentivou a mecanização e os

sistemas intensivos de produção. Essa medida favoreceu o êxodo rural, aumentando a urba-

nização e propiciando a formação de um mercado consumidor interno, o que possibilitou o

avanço industrial. No entanto, atualmente, o país sofre com a falta de mão de obra no setor

agrícola, pela migração e pelo envelhecimento da maior parte de sua força de trabalho.

O uso de tecnologias garante alta produtividade em um espaço reduzido, e quase todas

as terras aproveitáveis são cultivadas. Com isso, o país é um dos líderes mundiais do setor

de legumes e frutas. Além desses produtos, são cultivados arroz, trigo, chá, amora e cana-

-de-açúcar. Apesar de todos os esforços para desenvolver cada vez mais o setor agrícola, o

Japão continua importando muitos alimentos. No entanto, o país é autossuficiente na pro-

dução de arroz, que constitui a base da alimentação japonesa. Muitas vezes, essa produção

utiliza ainda técnicas milenares de cultivo.

JAPÃO

Principais produtos exportados (2017) Principais parceiros comerciais (2017)

Automóveis Estados Unidos

Circuitos integrados digitais China

Transmissões para veículos a motor Coreia do Sul

Máquinas e aparelhos mecânicos Outros países da Ásia

Fonte: WORLD INTEGRATED TRADE SOLUTION. Japan at a glance. Disponível em: <https://wits.worldbank.org/countrysnapshot/en/JPN>. Acesso em: 3 dez. 2019.

Ásia Oriental: potência econômica

Formada por China, Hong Kong, Macau, Coreia do Norte, Japão, Mongólia e Coreia do

Sul, a Ásia Oriental vive intensa expansão econômica, concentrando grande volume da pro-

dução e do comércio mundiais neste milênio. Por isso, essa região se tornou um espaço polí-

tico e econômico estratégico.

Japão

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos ocuparam o Japão até 1952,

promovendo mudanças políticas e econômicas, além de incentivar o crescimento indus-

trial do país. A partir de 1954, o Japão vivenciou um processo de grande crescimento eco-

nômico, baseado sobretudo nas indústrias eletroeletrônica, automobilística, naval, de aço

e de máquinas. Gradativamente, esses produtos foram ganhando qualidade, ao mesmo

tempo que mantinham bons preços no mercado internacional. Na atualidade, o país domi-

na a tecnologia avançada, e as exportações constituem a base de sua economia. Observe

na tabela a seguir alguns dos produtos exportados pelo Japão e seus principais parceiros

comerciais.

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Geografia

Estaleiro de Kure, Japão, 2019

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Para compensar a falta de terras agrícolas, o Japão promove o desenvolvimento da agri-

cultura em países menos desenvolvidos economicamente. Isso acontece por meio de cré-

ditos; envio de técnicos, equipamentos e material; convênios para estagiários e bolsistas;

além de auxílios diretos em alimentos. Um exemplo desse incentivo foi feito aqui no Brasil,

A pesca é outra atividade econômica importante no país, pois o peixe é muito consumido

e representa a principal fonte de proteína para a população. Por esse motivo, o Japão abri-

ga uma das maiores frotas pesqueiras do mundo, e seus barcos são encontrados em todos

os oceanos.

Após a Segunda Guerra Mundial, o governo japonês investiu também em pesquisas cien-

tíficas e no desenvolvimento tecnológico. O resultado foram indústrias modernas e mais

competitivas no mercado mundial. Esse processo foi favorecido ainda pela mão de obra

abundante e eficiente, com elevado grau de instrução. Uma eficiente rede de informatização

e tecnologia de transmissão foi estruturada, possibilitando que os trabalhadores ficassem

conectados às empresas até mesmo em casa.

Atualmente, o país apresenta um parque industrial bem diversificado. Destacam-se as

indústrias de construção naval, que produzem parcela considerável dos navios construídos

no mundo, e as que exigem grande precisão técnica, como fabricação de relógios, máquinas

fotográficas e aparelhos eletroeletrônicos.

Coreia do Sul

Até a década de 1950, a economia da Coreia do Sul era basicamente agrária e dependia

bastante da ajuda externa. No entanto, durante o governo autoritário, que surgiu no início

da década de 1960 e liderou o país por quase 30 anos, foram implementadas diversas refor-

mas, que levaram a economia a crescer em quase 9% ao ano, tornando o país uma grande

potência industrial.

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Nos últimos 25 anos, a economia sul-coreana alcançou excelentes níveis de desenvol-

vimento, em grande parte pelo protecionismo e pela forte aproximação entre empresas

e governo.

A Coreia do Sul tem uma atividade industrial bastante diversificada. Suas exportações

incluem produtos de alta e média tecnologias, como eletroeletrônicos, computadores e au-

tomóveis. As indústrias pesadas, como as de produtos químicos, metais, máquinas e refino

de petróleo, também são muito desenvolvidas.

Diferentemente da teoria liberal do livre comércio, que prega a redução do Estado na

economia, a prosperidade sul-coreana foi construída com base em um regime político-eco-

nômico rígido e controlado, aberto às exportações.

A mão de obra é abundante e competitiva, e a força de trabalho mais cara é substituí-

da, em um ritmo crescente, por uma mais barata, reduzindo-se os gastos. Os investidores

estrangeiros são atraídos pelo baixo preço da força de trabalho, associado à sua qualidade,

pois atualmente 90% dos estudantes coreanos ingressam no ensino superior. Outra caracte-

rística do trabalho nas indústrias sul-coreanas são as extensivas jornadas dos funcionários.

Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a Coreia

do Sul está entre os países que trabalham mais horas por semana. Em 2018, o governo criou

uma lei para reduzir o número máximo de horas de trabalho, de 68 para 52 horas por semana.

Nas novas indústrias, o aumento dos salários é contido pela séria ameaça de evasão de

capital estrangeiro, como já aconteceu no país. Quando os trabalhadores se revoltaram e

exigiram melhores salários e condições de trabalho, as indústrias mais leves, de montagem

de equipamentos ou de confecção, transferiram-se para outras nações da Ásia, levando

quase sempre equipamentos e os melhores administradores. Porém, na atualidade, os sul-

-coreanos estão mais protegidos por leis e sindicatos, que procuram melhorar as condições

de trabalho.

No setor agrícola, a Coreia do Sul se destaca pelo cultivo de arroz e de grande variedade

de frutas e vegetais. Depois do arroz, os principais produtos agropecuários são carne de porco,

carne bovina e leite. Além disso, destaca-se a atividade pesqueira, uma das maiores do mundo.

-coreanos estão mais protegidos por leis e sindicatos, que procuram melhorar as condições

de trabalho.

No setor agrícola, a Coreia do Sul se destaca pelo cultivo de arroz e de grande variedade

de frutas e vegetais. Depois do arroz, os principais produtos agropecuários são carne de porco,

carne bovina e leite. Além disso, destaca-se a atividade pesqueira, uma das maiores do mundo.

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Protesto de trabalhadores contra a política de emprego do governo em Seul, capital da Coreia do Sul, 2018

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Geografia

atividades

1 Quais fatores desfavorecem a prática da agricultura no Japão? Como o país lida com esse desafio?

2 Que fatores determinaram o crescimento econômico acelerado da Coreia do Sul?

China

No processo de globalização, dois fatores impulsionaram o crescimento econômico da

China. Um deles foi a morte do líder comunista Mao Tsé-Tung, em 1976. Após esse fato, fo-

ram implantadas mudanças e reformas pelo novo líder, Deng Xiao Ping. Desde então, o país

passou por profundas modificações internas (modernização da agricultura, da indústria, da

ciência e tecnologia e da defesa nacional), que o levaram à abertura das relações diplomáti-

cas e comerciais e ao estímulo da produção para exportação. O outro fator foi a entrada do

país na OMC, em 2001.

A China continua politicamente socialista, mas com a economia cada vez mais aberta

ao mercado capitalista. Essa peculiaridade do chamado modelo chinês define a China como

um país socialista de mercado, isto é, com abertura comercial, porém submetido a um rígido

controle político.

O governo chinês criou uma base mais sólida para a produção agrícola, e a indústria pas-

sou a ser conjugada de forma direta aos interesses desse setor.

As áreas industriais da China estão concentradas principalmente na porção leste do país.

O projeto de industrialização foi influenciado pela ocupação espontânea dessa região, pela

mão de obra abundante e pela presença de matérias-primas e de fontes de energia. A por-

ção oeste do país é pouco povoada por causa das condições naturais adversas e da distância

em relação aos mercados consumidores, tanto o interno quanto o externo. As indústrias

petrolíferas, em especial após o rompimento das relações entre China e União Soviética, têm

impulsionado a ocupação dessa parte do território chinês.

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Observe, no mapa a seguir, a localização das áreas industriais chinesas.

China: recursos minerais e indústrias

Fonte: CHARLIER, Jacques (Org.). Atlas du 21e siècle. Paris: Nathan, 2009. p. 117. Adaptação.

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leitura cartográfica

Estabeleça a relação entre as características naturais da China, que você estudou no capítulo 7, e a localização das áreas industriais chinesas, conforme o mapa anterior.

A China conta com importantes indústrias petrolíferas, siderúrgicas, mecânicas, quími-

cas e têxteis. Atualmente, o país também fabrica bens de consumo para exportação.

Entre os recursos minerais do país, destacam-se: carvão, petróleo, tungstênio, antimônio,

estanho, manganês, mercúrio, fosfato, cobre, ferro, bauxita, níquel, urânio, sal, chumbo e zinco.

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Geografia

O governo chinês concluiu uma reforma agrária em 1953, quatro anos após a Revolução

Comunista. Com exceção de algumas regiões de minorias nacionais, os latifundiários foram

expropriados, e suas terras, redistribuídas. Desde essa reforma, a agricultura desempenha

um importante papel na solução dos problemas econômicos da China, que tem uma popula-

ção, em grande parte, ainda formada por camponeses.

Apenas 11% do território chinês é dedicado à agricultura. Apesar disso, o país é o maior

produtor mundial de arroz, como é possível ver na tabela a seguir, respondendo por quase

28% da produção global. A China também está entre os maiores produtores mundiais de

chá, trigo, milho, batata e soja.

PRODUÇÃO MUNDIAL DE ARROZ: 2017

Posição País Mil toneladas

1 .º China (continental) 212 676

2 .º Índia 168 500

3 .º Indonésia 81 382

4 .º Bangladesh 48 980

5 .º Vietnã 42 763

6 .º Tailândia 33 383

7 .º Mianmar 25 624

8 .º Filipinas 19 276

9 .º Brasil 12 469

10 .º Paquistão 11 174

Fonte: FAOSTAT. Crops: rice – 2017. Disponível em: <http://www.fao.org/faostat/en/#data/QC>. Acesso em: 29 nov. 2019.

Atualmente, a China é considerada uma superpotência de influência global. Desde a dé-

cada de 1980, quando deixou de lado o sistema econômico de produção agrária coletiva e

a propriedade de todas as empresas, o país abriu caminho para a economia de mercado e o

comércio exterior.

A China é um dos maiores exportadores do mundo e recebe grandes somas de investi-

mentos estrangeiros. A globalização da economia se acelerou em 2001, com a entrada do

país na Organização Mundial do Comércio (OMC). Os produtos chineses se tornaram mais

competitivos internacionalmente por um conjunto de fatores, responsáveis pela redução

dos custos de produção: planejamento de longo prazo; baixo custo e abundância da mão de

obra; investimentos em infraestrutura; educação e tecnologia.

Na atualidade, a China tem muitas parcerias com empresas estrangeiras e com inúmeras

pequenas e médias empresas nacionais, o que torna a economia mais dinâmica. Além disso,

foram definidas Zonas Econômicas Especiais (ZEE), em que os investimentos estrangeiros

diretos são acolhidos em setores ou ramos permitidos pelo governo.

Como resultado dessa política econômica, a China se transformou em uma das grandes

potências econômicas no fim do século XX. Esse fato surpreendeu toda a comunidade mun-

dial, sobretudo porque os resultados favoráveis são obtidos sob um regime misto: politica-

mente socialista (regime de partido único), mas associado a uma economia de mercado bem

capitalista.

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atividades

Realize um cálculo para saber qual é a proporção de países asiáticos entre os maiores exportadores do mundo, apresentados na tabela acima.

Por causa do acelerado crescimento econômico e das contradições entre a economia

modernizada e o setor político marcado por rígidos preceitos socialistas, estima-se que a

China enfrente grandes desafios em meados deste século.

Setor energético: a China é um dos maiores consumidores de energia do mundo. Com

a economia em expansão, o país terá um sério problema pela frente: a necessidade de

fornecer energia para suas indústrias. Por isso, além da construção de usinas hidrelétri-

cas, o governo chinês aposta na exploração de petróleo e carvão e no crescimento das

energias renováveis.

Desigualdade social: o aumento da desigualdade social, perceptível em muitas cidades

chinesas, é outro grave problema.

Guerra comercial: depois da eleição do presidente Donald Trump em 2016, os Estados

Unidos, maior concorrente internacional chinês, adotaram medidas protecionistas, como

o aumento de tarifas sobre produtos chineses, o que afetou diretamente a economia des-

se país. Como resultado, em 2019, a China registrou sua maior desaceleração em anos.

Êxodo rural: nos últimos anos, para evitar o êxodo rural, o governo chinês tem incenti-

vado a instalação de fábricas em aldeias e intensificado a construção de residências ao

lado das lavouras. Em geral, os conjuntos habitacionais são imensos, têm vários andares

e apresentam boa infraestrutura, como escolas e outros serviços públicos. Ao menos a

metade da mão de obra das fábricas instaladas nessas áreas é recrutada no local. Toda-

via, mesmo com centenas de indústrias em pleno funcionamento no campo, as grandes

cidades continuam atraindo muita gente.

Direitos humanos: a comunidade internacional tem feito severas críticas ao governo chinês

por não haver no país uma política de respeito aos direitos humanos. Muitas vezes, as con-

dições de trabalho da população podem ser consideradas sub-humanas, e os salários são

Posição País

China 2 487 045

Estados Unidos 1 664 085

Alemanha 1 560 815

Japão 738 403

Países Baixos 722 668

Coreia do Sul 604 860

Fonte: THE WORLD BANK. Data: merchandise exports (current US$). Disponível em: <https://data.worldbank.org/indicator/TX.VAL.MRCH.CD.WT?most_recent_value_desc=true&view=chart>. Acesso em: 3 dez. 2019.

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Geografia

baixos. Com o autoritarismo do governo, muitos se tornam perseguidos políticos, receben-

do um tratamento rígido ou sendo arbitrariamente condenados à prisão ou morte.

A China é um dos maiores consumidores de energia do mundo. O crescente aumento

dessa demanda, associado ao cumprimento de tratados internacionais em relação ao meio

ambiente, impulsionam o país a diversificar sua matriz energética. Leia as imagens e os tex-

tos a seguir. Depois, resolva as questões.

olhar geográfico

Texto 1

China lidera energia eólica e energia solarA China passou a dominar a geração mundial de energia solar e eólica, tanto em termos

de capacidade própria quanto da participação de suas empresas nos mercados globais [...].

[...] A China representou cerca de 30% das fontes renováveis do mundo no ano passado, com os EUA [em] segundo [...], 10%.

As energias renováveis são uma peça central do plano de modernização industrial “Made in China 2025” do presidente chinês Xi Jinping, que busca fazer de Pequim a líder mundial no setor de alta tecnologia. Como atender às crescentes necessidades de energia do país com combustíveis fósseis exacerbaria um problema de poluição do ar já grave, o governo preten-de aumentar a participação total de energia solar e eólica no conjunto geral de energia para quase 30% em 2030, em comparação a menos de 10% no ano passado. [...]

Atingir esse nível será importante para a China do ponto de vista da segurança energética. O país contava com importações de 60% de seu petróleo em 2015.

Campo de usina eólica em Xinjiang, China, 2017 Depósito de carvão em Yichang, China, 2016

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CHINA assume liderança em energia eólica e energia solar. Disponível em: <https://www.evwind.es/2019/08/17/68493/68493>. Acesso em: 28 nov. 2019.

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Texto 2

Carvão sujo alimentando veículos elétricos “limpos” da ChinaO país mais populoso do mundo possui a maior frota de veículos elétricos do planeta, e o

governo chinês está planejando vendas anuais de dois milhões de veículos híbridos elétricos e gasolina-elétricos até 2020. [...]

No entanto, a China também é o maior produtor e consumidor de carvão do planeta, bem como o maior usuário mundial de eletricidade derivada de carvão. Embora a porcentagem de carvão no mix de energia do país tenha caído de 80% em 2010 para 60% hoje, essa proporção ainda significa que 4,4 bilhões de toneladas de carvão queimam a cada ano. Isso significa que os mais de um milhão de veículos elétricos atualmente nas estradas do país são movidos a eletricidade derivada em grande parte do carvão.

CROSS, Daniel T. Carvão sujo alimentando veículos elétricos “limpos” da China. Disponível em: <https://www.sustainability-times.com/green-consumerism/dirty-coal-powering-chinas-clean-electric-vehicles/>. Acesso em: 28 nov. 2019.

a) Quais são as duas principais fontes de energia mais consumidas na China?

b) Qual fonte de energia retratada nas imagens não é renovável? Qual pode ser considerada ener-gia renovável? Cite outros exemplos desses dois tipos de energia.

c) De quais energias renováveis a China é a maior produtora mundial?

d) Quais fatores impulsionam a diversificação da matriz energética na China?

e) Cite dois motivos para os investimentos da China em energias renováveis.

f) De acordo com o Texto 2, qual é a contradição que a China vive na tentativa de reduzir os impactos dos combustíveis fósseis na atmosfera?

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Geografia

Ásia Central: riqueza de recursos

Os países da Ásia Central se tornaram repúblicas soviéticas entre as décadas de 1920 e

de 1930. No entanto, com a dissolução da União Soviética em 1991, esses países se tornaram

independentes e passaram por dificuldades, agravadas com o fim dos investimentos russos

em suas economias. Desde a independência, entre outros problemas, os países dessa região

enfrentam: escalada de governos autoritários; diversificação da economia; modernização da

infraestrutura de transporte; corrupção; falta de competitividade; e emigração. Os países

da região têm depósitos minerais abundantes, como ferro, chumbo, zinco, estanho, cobre,

níquel, cobalto e tungstênio, assim como carvão, gás natural e petróleo. Na agricultura, des-

tacam-se principalmente na produção de trigo e algodão.

O setor industrial é o de beneficiamento dos recursos extraídos e cultivados no país,

como indústrias têxteis, de processamento de alimentos e metalúrgicas.

A economia do Cazaquistão é a maior da

Ásia Central, especialmente pela abundância

de recursos naturais, com destaque para o

petróleo e os minerais metálicos. Nesse país,

o campo de petróleo de Tengiz, no nordeste

do Mar Cáspio, é um dos maiores do mundo.

Muitos países estão envolvidos em uma dis-

puta geopolítica para garantir o acesso a ele.

O petróleo e o gás natural extraídos do Ca-

zaquistão são exportados por meio de oleo-

dutos e gasodutos sobretudo para a Rússia,

que ainda tem grande influência nos países

da região.

A indústria é um setor crescente, em especial a de transformação. Atrelada aos recursos mi-

nerais extraídos no país, ela produz ferro, aço, cimento e fertilizantes. A agricultura ocupa cerca

de um quinto da força de trabalho, com destaque para a produção de trigo, ao norte do país.

O Uzbequistão produz e exporta grande volume de gás natural. O país se destaca na

criação de gado e no cultivo de algodão, do qual é um dos maiores produtores do mundo.

ecológico no Mar de Aral.

Construção de gasoduto em Almaty, Cazaquistão, 2018

conectadoAtualmente, as imagens de satélites são recursos muito utilizados pelos cientistas no mo-

nitoramento dos fenômenos naturais, favorecendo a resolução de problemas e auxiliando no

planejamento ambiental.

As imagens a seguir, por exemplo, foram obtidas em diferentes períodos e possibilitam

notar como o Mar de Aral, na Ásia Central, reduziu-se ao longo do tempo. Observe-as.

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Page 60: Ç DQR Volume 3 · indústrias e o uso excessivo de agrotóxicos resultaram na extrema degradação de seus rios e lagos. Para piorar a situação, apesar de ser o país mais populoso

Fonte: ©NASA/The Earth Observatory. The shrinking Aral Sea. Disponível em: <https://earthobservatory.nasa.gov/features/videos/shrinking-aral-sea>. Acesso em: 2 jan. 2020. Adaptação.

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Mar de Aral: processo de degradação

O Mar de Aral já foi o maior lago de água salgada da Ásia Central. Seu desaparecimento é

um fenômeno que preocupa muito os cientistas, em razão das consequências socioambientais

negativas.

Seu encolhimento começou na segunda metade do século XX, pelo desvio das águas dos

seus rios tributários, Amu Darya e Syr Darya, para fins agrícolas. Como a região do Mar de Aral

2000 2002 5

2010 2012 8

60

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Geografia

é árida, com baixa precipitação, a redução da entrada de água desses rios resultou na drástica

diminuição do nível do lago. Com o desequilíbrio do balanço hídrico, isto é, a evaporação se

tornou maior do que entrada de água, o Mar de Aral começou a encolher de forma rápida.

O resultado disso é que o teor de sal na água aumentou muito, tornando-a imprópria para

consumo e matando os peixes. Assim, a indústria pesqueira e os portos foram praticamente

extintos, o que levou ao despovoamento parcial do entorno do Mar de Aral.

Os cientistas afirmam que a redução do lago também ocasionou mudanças climáticas lo-

cais, com temperaturas extremas no inverno e no verão. Além disso, fertilizantes e pesticidas

utilizados nos cultivos se depositavam no leito do Mar de Aral, trazidos pelas águas dos rios

tributários; com a exposição do fundo do lago, esses produtos são levados pelo vento, afetan-

do a saúde das pessoas que vivem no entorno.

Converse com o professor e os colegas sobre como o desastre socioambiental do Mar de

Aral pode servir de alerta para as práticas agrícolas que envolvem o uso da água.

A economia do Tadjiquistão foi prejudicada por conflitos entre o governo e a oposição

desde os primeiros anos de sua independência, em 1991. Como resultado, o país continua

sendo o mais pobre da Ásia Central. Sua economia depende especialmente da agricultura e

dos serviços, que empregam, cada um, mais de dois quintos da força de trabalho. O relevo

montanhoso do território favorece rios de planaltos, o que torna o Tadjiquistão um dos paí-

ses com maior potencial de energia hidrelétrica do mundo.

A economia do Quirguistão está tradicionalmente voltada ao setor primário, destacando-

-se a criação de gado e a agricultura. Assim como os demais países da região, o Quirguistão

tem boas reservas de carvão, petróleo, gás natural e minerais. A indústria de máquinas esti-

mulou a mecanização da agricultura no país, setor favorecido pela abundância de água.

O Turcomenistão é o maior produtor de casulos de bicho-da-seda da Ásia Central, em

uma zona agrícola muito importante situada na região do Rio Amu Darya. Na atualidade, essa

região sofre com os problemas ambien-

tais resultantes dos projetos de irriga-

ção, que fizeram encolher o Mar de Aral,

uma ameaça à prosperidade da agricul-

tura do país.

Visando a uma melhor integração

econômica regional, Cazaquistão e

Quirguistão, com Belarus, Armênia e

Rússia, uniram-se em uma organização

internacional, a União Econômica da

Eurásia, que instaurou a livre circulação

de mercadorias, serviços, capital e tra-

balho entre os países-membros. Jun-

tos, os países dessa organização apre-

sentam grande destaque em certas

atividades, como mostra o infográfico

ao lado.

União Econômica da Eurásia: destaques em 2018

União Econômica da Eurásia: destaques

em 2018

1º. em

produção de

gás natural

2º. maior

produtor de

fertilizantes

minerais

3º. maior

produtor de

batata e trigo

8º. maior

produtor de

maquinários

4º. maior

produtor de

ferro do

mundo

4º. do mundo

em geração

de energia

Fonte: EURASIAN ECONOMIC COMISSION. Economic potential. Disponível em: <http://www.eurasiancommission.org/en/Pages/ses.aspx>. Acesso em: 3 dez. 2019.

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Ásia Setentrional: desafios para o desenvolvimento

A Ásia Setentrional engloba, em praticamente toda a sua totalidade, a região da Rússia

Asiática conhecida como Sibéria. Os recursos minerais dessa região são abundantes, como de-

pósitos de carvão, petróleo, gás natural, minério de ferro, ouro e diamantes. A agricultura é

mais produtiva ao sul, nas áreas de clima mais ameno, onde são cultivados trigo, centeio, aveia

e girassol.

Na segunda metade do século XX, quando a Sibéria

ainda fazia parte da União Soviética, a manufatura de

aço, alumínio, celulose e o maquinário se tornaram

os destaques da indústria. Esse desenvolvimento foi

facilitado pela abertura de grandes campos de petró-

leo e gás natural no oeste, e por obras de infraestrutu-

ra, como a construção de grandes usinas hidrelétricas,

oleodutos, gasodutos e ferrovias.

Além das dificuldades climáticas, a emigração e o cres-

cimento populacional lento são fatores que dificultam o

desenvolvimento da economia na região, pois resultam

em redução de mão de obra e de mercado consumidor.

1 Quais são as principais atividades econômicas desenvolvidas na Ásia Ocidental?

2 Explique como Israel, apesar da aridez de seu território, foi capaz de atingir grande produtividade de alimentos, chegando até mesmo a exportar produtos agrícolas.

o que já conquistei

Plataforma petrolífera no oeste da Sibéria, Rússia, 2017

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Geografia

3 O texto a seguir, publicado em 2019, trata dos aspectos laborais dos Tigres Asiáticos. Com base na leitura desse texto e no que foi estudado no capítulo, resolva as questões.

Funcionários da Samsung terão sindicato pela 1ª. vez em 50 anosSob o olhar atento dos agentes de segurança, Ko Jee-hun distribui folhetos na entrada de

uma fábrica de semicondutores da Samsung Electronics, gigante da tecnologia sul-coreana cujos trabalhadores poderão entrar em um sindicato pela primeira vez em quase 50 anos.

Durante anos, essa empresa, a mais importante de várias companhias que compõem o con-glomerado Samsung, fez tudo o que foi possível para evitar sindicatos, apesar de ser a maior fabricante mundial de smartphones e semicondutores.

Na semana passada, as autoridades da cidade de Suwon, onde está sediada, finalmente cer-tificaram o nascimento da União Nacional da Samsung Electronics.

[...] “O que está em jogo é muito mais do que salários”, diz o vice-secretário geral do sindica-to, Ko Jee-hun. “Pedimos comunicação e que nossa voz seja ouvida. Não somos apenas compo-nentes”, afirma.

Os folhetos que ele distribui contêm vários personagens que abordam questões como férias, in-tervalos para alimentação, cancelamento de bônus sem aviso prévio, ou aposentadoria antecipada.

FUNCIONÁRIOS da Samsung terão sindicato pela 1ª. vez em 50 anos. Disponível em: <https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/afp/2019/11/21/funcionarios-da-samsung-terao-sindicato-pela-1-vez-em-50-anos.htm>. Acesso em: 29 nov. 2019.

a) Realize uma pesquisa sobre os sindicatos, o que eles representam e qual a sua função. Escreva as informações obtidas.

b) De acordo com o texto, qual será a importância do sindicato para os trabalhadores sul-coreanos?

c) Qual é a relação entre a produtividade das indústrias da Coreia do Sul (e Tigres Asiáticos em geral) e o sistema de trabalho nelas implantado?

4 Observe o mapa Asean: países-membros (na página 48) e cite quais países fazem parte da associa-ção. Em seguida, realize uma pesquisa sobre os objetivos principais dessa organização.

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5 Qual é a semelhança entre o sistema político e econômico do Vietnã e o da China? Que aconteci-mento nesses países alterou suas economias?

6 No século XXI, a China enfrentará desafios pelo seu crescimento acelerado e pelas contradições de uma economia modernizada e um setor político socialista. Que desafios serão esses?

7 Com base no mapa Índia: regiões industriais, recursos minerais e agricultura (da página 47), cite as atividades econômicas que mais se destacam em cada região do país.

a) Norte:

b) Sul:

c) Leste:

d) Oeste:

8 A indústria chinesa tem forte presença no mercado internacional. O texto e os gráficos a seguir expõem o modo como essa projeção no cenário mundial vem influenciando a indústria brasileira. Leia-os e faça o que se pede.

Aumentam perdas da indústria brasileira diante da concorrência chinesa

A concorrência dos produtos chineses está afetando cada vez mais as empresas brasileiras. [...]

Para a CNI, o Brasil deve se tornar mais competitivo para que as indústrias não continuem perdendo espaço para produtos de outros países.

"[...] Neste momento devem ser priorizados os investimentos em infraestrutura, por meio do setor privado, a desburocratização e os estímulos às exportações, como a negociação de acor-dos comerciais. [...]", afirma o gerente-executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca.

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Geografia

Dos 15 setores com número significativo de empresas que concorrem com a China no mer-cado doméstico, em seis deles a perda de participação no mercado doméstico atingiu mais de 30% das empresas. No grupo classificado como produtos diversos, a perda foi apontada por 40% dos empresários. Em seguida aparecem os fabricantes de têxteis (39%), do segmento de metalurgia (39%), de vestuário (36%), informática, eletrônicos e ópticos (35%) e máquinas e equipamentos (32%).

AUMENTAM perdas da indústria brasileira diante da concorrência chinesa. Disponível em: <https://noticias.portaldaindustria.com.br/noticias/competitividade/aumentam-perdas-da-industria-brasileira-diante-da-concorrencia-chinesa/>. Acesso em: 30 nov. 2019.

20%

36%

52%

2005 2010 2019

1.476

2003 2004 2005

4,008.000

6.000

4.000

2.000

–2.000

–4.000

–6.000

–8.000

0

3,50

3,00

2,50

2,00

1,50

1,00

0,50

0,00

2006 2007 2008 2009 2010 2011

Exportação Importação Saldo

2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

1.687

1.768

1.766

1.854

1.724

1.206

1.443

1.442

1.279 1.261

1.176

1.081

997

1.013

980

4.968

6.171

Em USD milhões

Exceto fibra de algodão

6.597

6.757

7.081

5.850

4.171

5.028

5.607

2.881

3.776

3.460

2.041

–275

–1.027

–2.052

–2.254

–3.525

–4.749

–5.318

–5.496

–5.905

–4.769

–3.174

–4.015

–4.627

1.476

1.260

927

549 427

292

Importações brasileiras de produtos têxteis e confeccionados por país (exceto fibra de algodão)

Fontes: MATOS, Carolina; BRUNING, Felipe V. Ásia pressiona setor têxtil em todas as fases, diz CNI. Disponível em: <https://m.folha.uol.com.br/mercado/2011/07/945986-asia-pressiona-setor-textil-em-todas-as-fases-diz-cni.shtml?mobile>. Acesso em: 30 nov. 2019.

ABIT. Importações brasileiras de produtos têxteis e confeccionados por país: sem fibra de algodão. Disponível em: <https://www.abit.org.br/uploads/arquivos/IMP%20POR%20PAIS%20201812.pdf>. Acesso em: 30 nov. 2019.

Brasil: balança comercial do setor têxtil – 2003-2018

Fonte: ABIT. Balança comercial. Disponível em: <https://www.abit.org.br/uploads/arquivos/Balan%C3%A7a%20comercial%202018.pdf>. Acesso em: 30 nov. 2019.

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a) De acordo com o texto, que fatores a indústria brasileira deve implementar para conseguir concorrer com a chinesa?

b) Conforme os estudos do capítulo, quais fatores estão relacionados ao baixo custo de produção dos produtos chineses especificamente?

c) Analise o primeiro gráfico e indique o percentual de crescimento dos produtos têxteis oriundos da China no mercado brasileiro, entre 2005 e 2018.

d) De acordo com o segundo gráfico, como é o comportamento da balança comercial brasileira no setor têxtil, em relação à China: déficit ou superávit? O que isso significa?

e) Observe as etiquetas de 20 roupas que você tem em casa. Quantas delas trazem a informação made in China? Quantas foram feitas no Brasil? Que porcentagem as chinesas representam? E as brasileiras? Construa um gráfico de colunas representado o resultado da sua pesquisa.

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