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ORIENTAÇÃO ESPECIALIZADA PODE EVITAR PROBLEMAS DE SAÚDE EM PRODUTORES

ARTIGO: AVANÇOS NO CONTROLE, INSPEÇÃO E FISCALIZAÇÃO DO USO DE AGROTÓXICOS

SEMANA OFICIAL DA ENGENHARIA E AGRONOMIA PROMOVE DEBATES COM ESPECIALISTAS

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EDITORIAL

DOCUMENTO INÉDITO COM PROPOSTAS AOS PREFEITURÁVEIS

COOPERAÇÃO TÉCNICA COM MUNICÍPIO DE IRANDUBA

PARCERIAS BENEFICIAM SETOR PRIMÁRIO NO AMAZONAS

ENGENHARIA CIVIL AVANÇA COM INOVAÇÃO EM PROCESSOS

ARTIGO: COMO COMBATER O COMÉRCIO ILEGAL DAS MADEIRAS NATIVAS DA AMAZÔNIA?

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ENGENHARIA DE TRÁFEGO E TRANSPORTE APONTA SOLUÇÃO PARA CRUZAMENTO EM MANAUS

ARTIGO: COMPETÊNCIA DA ENGENHARIA QUÍMICA

FUTURO DA MINHA CIDADE

ARTIGO: MOBILIDADE URBANA NO CONTEXTO DA REGIÃO METROPOLITANA DE MANAUS

PESQUISA DA UEA QUER CONTRIBUIR COM O AVANÇO DA ENGENHARIA QUÍMICA

ÍNDICE04

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21 APLICATIVO DE VÍDEOS COM TECNOLOGIA INOVADORA É DESENVOLVIDO NO AM

EDITORIAL O segundo semestre deste ano iniciou com a participação de nosso Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Amazonas em importantes eventos em níveis local e nacional. O principal deles foi a 73ª Semana Oficial da Engenharia e Agronomia (Soea). Com a participação de cerca de três mil pessoas, entre os quais uma delegação formada por profissionais e conselheiros do Crea-AM, a Soea incen-tivou o debate acerca das mudanças e as novas oportunidades envolvendo a Enge-nharia e Agronomia no cenário atual, bem como o reconhecimento da área como sendo estratégica para a retomada do de-senvolvimento do País. Sendo assim, a Re-vista do Crea-AM traz uma ampla matéria a respeito. Outro importante evento que contou com a participação de nosso Conselho foi o 9° Congresso Nacional de Profissionais (CNP), fórum organizado pelo Confea a cada três anos e que objetiva discutir e propor políticas, estratégias e programas de atuação, propiciando maior integração com a sociedade e entidades governa-mentais. Profissionais vinculados ao Sis-tema atuaram como delegados pelo Ama-zonas, participando de uma maratona de avaliação de propostas encaminhadas pelos Creas de todo o País. O resultado foi bastante positivo e pode ser conferido nesta edição. Em nível local, o Conselho protagoni-zou importante momento, favorecendo a participação de profissionais e da socieda-de civil no processo de eleição em nossa

capital. Lançamos um documento inédito, na região Norte, com propostas aos Pla-nos de Governo dos candidatos a Prefei-tura de Manaus. Além daqueles que, na ocasião, participavam do pleito como candidatos, a solenidade de lançamento contou com representações de diversos segmentos da sociedade, refletindo o ob-jetivo maior dessa ação, que foi oferecer soluções a problemas que afetam toda a nossa população. Em nossa revista, é possível acompanhar a repercussão desta ação e conhecer as propostas. Também abordamos, nesta edição, os últimos convênios firmados entre o Con-selho e órgãos governamentais. Entre os quais, a parceria estabelecida, pela pri-meira vez, com um Município da Região Metropolitana de Manaus (RMM): Irandu-ba. Ainda com o foco neste setor, apresen-tamos uma matéria que aborda os riscos decorrentes do uso de agrotóxicos sem orientação especializada a agricultores familiares e produtores. Assim como em outras edições, nossa revista está conce-dendo importante espaço para divulgação de pesquisas desenvolvidas por institui-ções de ensino, nas áreas abrangidas pelo nosso Sistema, e artigos de pesquisadores sobre temas que impactam a população. Este é apenas um resumo do que esta nova edição da Revista Crea-AM traz. Faço o convite para que você, leitor, possa se inteirar desses assuntos e ratifico que estamos à disposição para sugestões de matérias e artigos para publicação nas próximas edições. Vamos em frente!

DIRETORIA

Eng. Civ. CLÁUDIO GUENKA Presidente

Eng. Civ. MARCO AURÉLIO DE MENDONÇAVice-Presidente

Eng. Civ. JOSÉ CARLOS COELHO DE PAIVADiretor Administrativo

Eng. Eletric. WENCESLAU ABTIBOLDiretor Financeiro

Geol. ALBERTINO DE SOUZA CARVALHOTesoureiro

Eng. Agr. CARLOS MOISÉS MEDEIROSSecretário

Eng. Eletric. CARLOS ALBERTO FIGUEIREDOSecretário-Adjunto

CÂMARAS ESPECIALIZADAS

Engenharia CivilEng. Civ. JOSÉ NILDO CAVALCANTI

Engenharia Elétrica e de Segurança do TrabalhoEng. Eletric. SÉRGIO CESÁRIO NUNES

AgronomiaEng. Pesca RENILTON DOS SANTOS SOLARTH

Geologia e Minas e Engenharia QuímicaGeol. ANTÔNIO PINTO DE ANDRADE

Mecânica e MetalurgiaEng. Op. Mec. LUIZ CARLOS BARROS DE CAR-

VALHO

ADMINISTRAÇÃO

Eng. Eletric. LUIZ AUGUSTO MAUÉS CARVALHO

Superintendente Geral

HARLEY LIFSITCH DA SILVASuperintendente-Adjunto de Relações Institu-

cionais

FRANCISCO GONZAGASuperintendente-Adjunto de Fiscalização

REVISTA

Assessoria de Comunicação do CREA-AM(92) 2125-7127|

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Acesse o portal: www.crea-am.org.brRua Costa Azevedo, 174, Centro|

Manaus - AM CEP: 69010-230

Editora Responsável CREA-AMLISÂNGELA COSTA (MtB 097-AM)

Tessa MídiaRua Parintins, 40 - Aleixo / Manaus-AM

Fone: (92) 3634-6000E-mail: [email protected]

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Reportagens e Revisão

LISÂNGELA COSTA e ROSÂNGELA AZEDO

ColaboraçãoBIANCA ALVES, RHENATA GUERREIRO e JOÃO

GABRIEL DOS SANTOS

Projeto GráficoTESSA MÍDIA

Fotografias

ARQUIVOS DO CONFEA, CREA-AM, SEPROR, CBIC E REPRODUÇÃO DA INTERNET

IMPRESSÃO

GRÁFICAGRAFISA Tiragem

3.000 exemplares

Eng. Civ. Cláudio GuenkaPresidente do Conselho Regional de

Engenharia e Agronomia do Amazonas

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Com o objetivo de contribuir com políticas públicas voltadas ao desen-volvimento da cidade e à melhoria da qualidade de vida dos munícipes, o Crea-AM lançou documento com pro-postas aos Planos de Governo dos candidatos à Prefeitura de Manaus. A iniciativa foi inédita na região Norte. O documento elenca 22 propostas, distribuídas por eixos temáticos: En-genharia&Infraestrutura, Mobilidade Urbana, Meio Ambiente&Saneamento, Agronomia, Educação e Outros. Elas foram oriundas do próprio Conselho, de profissionais que atuam no Sistema Confea/Crea/Mútua e da sociedade.

A repercussão da ação foi bastan-te positiva. Na opinião do vice-presi-dente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo, o documento não refletiu um pensamento único, mas a vontade da sociedade. O presidente do Sindi-cato da Indústria da Construção Civil do Amazonas (Sinduscon-AM), Frank Souza, afirmou que a participação das entidades no processo é fundamen-tal. Para o presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Amazonas (Ademi-AM), Romero Reis, o documento permite visualizar o caminho da cidade nos próximos

anos. “É preciso fazer não o impossí-vel, mas sim, o necessário”, ressaltou. A iniciativa teve desdobramento no Legislativo. O Crea-AM foi convidado a apresentar o documento na Câmara Municipal de Manaus (CMM). Na oca-sião, os vereadores foram unânimes em frisar a relevância da ação. Eles desta-caram propostas como a revitalização do Centro Histórico e a adoção de novo modelo de execução de obras de infra-estrutura. A Presidência da Casa enfa-tizou que o documento será utilizado como norteador de políticas públicas e de elaboração de leis municipais.

Conselho lança documento inédito na região para subsidiar políticas públicas para o municípioCartilha foi entregue aos prefeituráveis e contou com propostas do Conselho, de profissionais do Sistema Confea/Crea/Mútua e da população.

Conheça as propostas

SOCIEDADE

A grande maioria dos candidatos participou do evento de apresentação do documento na sede da Fieam.

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Luiz Manoel Navarro(Trabalhador da Cons-trução Civil) - A ação do Crea-AM ocorreu num momen-to importante da cidade, pois, trata-se de um órgão eficien-te que está mostrando como aplicar o dinheiro público.

Kleber dos Santos Diniz (Profissional do Sistema – En-genheiro Civil) - Parabenizo o Conselho por essa iniciativa que permitiu aos profissio-nais participarem desse pro-cesso, que é de grande im-portância para o Município.

Erick Castro Sombra(Profissional do Sistema – Técni-co em Construção Civil)– Achei que seria algo restrito, mas a ampla divulgação do projeto ajudou a trazer um olhar dife-renciado dos gestores para com o trabalho dos profissionais.

Kessley Kihanne (Estudante de Engenharia) - Foi uma iniciativa muito interes-sante porque proporcionou à sociedade realmente par-ticipar do processo. Espero que as propostas seleciona-das sejam de fato executadas.

Michele Mattos (Profissional do Sistema – En-genheira Civil) - Fiquei satisfeita com a preocupação e o com-prometimento do Crea-AM com a cidade. Além disso, os profis-sionais tiveram a oportunidade de contribuir e ser valorizados.

Higson Valente Correia(Administrador) – A ideia de coletar sugestões e após aná-lise, entregar de forma siste-matizada aos candidatos foi interessante e mostra preocu-pação do Conselho em contri-buir com a melhoria da cidade.

“Entendemos que devemos nos inserir nas discussões dos problemas da cidade e propor soluções não somente no âmbito municipal, como também na esfera

estadual”. (Presidente do Crea-AM, engenheiro civil Cláudio Guenka)

Reflexo das demandas - Na visão do Conselho, as propostas são es-senciais para a melhoria das con-dições estruturais do Município. Entre os itens, destaque para a elaboração de planejamento para

os próximos 50 anos, contemplan-do implantação de modais inter-ligados para atender a demanda atual e de gerações futuras; in-tervenções nos principais eixos viários, compreendendo alarga-

SOCIEDADE

mento de ruas e avenidas; reor-ganização de faixas de domínio em rodovias estaduais e federais; implantação de lombadas eleva-das em trechos específicos da ci-dade; além da reativação do Ter-minal Pesqueiro atrelado à criação da Secretaria Municipal de Pesca. Outras propostas preveem a adoção de Projeto de Eficiência Energética nos prédios públicos municipais; de semafóros inteli-gentes; criação de terminais flutu-antes em pontos estratégicos da orla da cidade, com infraestrutura adequada para atender turistas e a população; e revitalização dos

Opinião sobre a iniciativa

Representantes da indústria, de entidades de classe, conselheiros e outros convidados participaram.

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Crea-AM firma cooperação técnica inédita communicípio da Região MetropolitanaO termo foi assinado com a Prefeitura de Iranduba, distante 27 quilômetros de Manaus, para reforçar fiscalização na execução de projetos.

Parceria assegura que todas as obras e serviços do Município tenham profissionais registrados e habilitados, em conformidade com a legislação.

Visando fortalecer suas ativi-dades em outros municípios do Estado, o Crea-AM tem buscado parcerias para otimizar o rela-cionamento com instituições e órgãos públicos. Exemplo dis-so foi o convênio firmado re-centemente com a Prefeitura de Iranduba para reforçar as ações de fiscalização de servi-ços relacionados às áreas da Engenharia e Agronomia. Esta é a primeira parceria dessa na-tureza efetuada com município que integra a Região Metro-politana de Manaus (RMM). O documento, assinado pelo presidente do Conselho, enge-nheiro civil Cláudio Guenka, e pela prefeita da cidade, Madale-na de Jesus Souza, além de esta-belecer parceria na fiscalização voltada à regularidade na exe-cução de projetos, orçamentos,

Presidente do Crea-AM, Cláudio Guenka, e prefeita de Iranduba, Ma-dalena de Jesus Souza, assinando o documento.

SOCIEDADE

obras e prestação de serviços, prevê valores diferenciados para o registro de ART’s (Anotação de Responsabilidade Técnica), nos casos dos trabalhos técni-cos relacionados, por exemplo, à análise e parecer de projetos. “Todos os trabalhos de Enge-nharia e Agronomia realizados no âmbito do Executivo de Iran-duba passarão a ser registrados pelos técnicos envolvidos, seja como autor seja como fiscal da obra, por exemplo, por meio da emissão de ART’s, o que garante a valorização do profissional por um lado e por outro demonstra a seriedade com que as obras serão executadas porque se-guirão critérios estabelecidos na legislação”, ressaltou o pre-sidente do Crea-AM. Conforme a prefeita, a assinatura do acor-do permitirá ao município ter

um corpo técnico credenciado para atuar nos projetos das áre-as de competência do Conse-lho. “Esse convênio demonstra a nossa preocupação em atuar de maneira correta”, enfatizou. A solenidade de assinatura teve a presença do vice-presidente do CREA-AM, engenheiro civil Marco Aurélio de Mendonça, e do diretor-administrativo, en-genheiro civil José Carlos Paiva.

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Responsabilidade Técnica (ART´s), passarão a ser efetuados com va-lores diferenciados pelos profissio-nais e chancelados pelos órgãos.

Parcerias beneficiam setor primário no Estado do AmazonasO Conselho firmou termos de cooperação com a Agência de DefesaAgropecuária e Florestal e o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável.

Trabalho desenvolvido pelo Crea Amazonas de estabelecer par-cerias tem beneficiado o setor pri-mário do Estado. Recentemente, o Conselho firmou dois termos de co-operação. Um deles com a Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Amazonas (Adaf) e o outro com o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentá-vel do Estado do Amazonas (Idam). A finalidade das parcerias é es-tabelecer mecanismos de coopera-ção institucional para fiscalização de aspetos referentes à regulari-dade na execução de projetos, or-çamentos e prestação de serviços. Com a assinatura dos documen-tos, os registros de Anotação de

Esses convênios são importantes para a valori-zação dos profissionais que atuam no setor primário” (coordenador da Câmara Especializada de Agrono-mia do Crea-AM, engenheiro de pesca Renilton Solarth)

SOCIEDADE

Diretoria e profissionais do corpo técnico do Idam participaram da reunião para formalização da cooperação.

Assinatura do termo de coo-peração com a Adaf ocorreu durante reunião do FórumAmazonense de Agrotóxicos.

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No caso da Adaf, a intenção é reforçar a fiscalização e a aplica-

ção do modelo de Receituário Agronômico, enquanto que, em se tratando do Idam, o respaldo do Crea será dado a serviços de as-sistência técnica e extensão rural. Segundo o diretor-presidente do Instituto, Edimar Vizolli, essa par-ceria permitirá maior segurança jurídica a profissionais e produto-res rurais assistidos. Já o diretor--presidente da Adaf/AM, Hamilton Casara, diz que, por meio do con-vênio, será possível obter melhor orientação acerca do exercício profissional e trocar informações, o que contribuirá para a melhor qualidade do serviço prestado.

pex. O resultado é a economia de energia elétrica e melhor qualida-de e segurança na rede hidráulica. A empresa também implantou sistema de telhado com baixa ab-sorção de calor, que possui uma manta de isolamento térmico, e o sistema de drenagem composto por tubos de poliuretano de alto desempenho usado em rede de es-goto. “Em vez de tubo de concreto, resolvemos usar este tipo porque mesmo com qualquer deforma-ção de terreno, por exemplo, não rompe fácil”, esclareceu o empre-sário, o qual destaca que os maio-res beneficiados são os clientes.

INVESTIMENTOS

Investimentos em tecnologias inovadoras e ações voltadas à sus-tentabilidade com o objetivo de otimizar o processo produtivo e reduzir impactos ao meio am-biente têm se expandido nos últi-mos anos, em diferentes segmen-tos, inclusive, na construção civil. Tais investimentos nem sempre refletem a melhoria das condi-ções dos trabalhadores do setor. Porém, esse quadro vem mu-dando gradualmente. Um bom exemplo é a construtora Arruda Guimarães. A empresa tem inves-tido recursos na inovação de pro-cessos, com a finalidade de au-mentar a produtividade, reduzir custos, porém, com um diferencial: a otimização do serviço para mini-mizar o esforço físico dos operários. Atualmente, a empresa dispõe de um conjunto de equipamentos mo-dernos para a realização de serviços que, antes, despendia excesso de força física, o que prejudicava tanto a saúde dos trabalhadores quanto o desenvolvimento da própria obra. O proprietário Robério Arruda es-clarece que a construtora resolveu inserir no processo máquinas, como

valetadeira para abertura de valas; marteletes para perfurar e romper concreto e cerâmica; perfurador de solo utilizado na abertura de funda-ções para pilares; além de equipa-mentos para “rasgo” de parede e transporte horizontal e vertical de argamassa, tijolos e ferros. “Trata--se de um conjunto de equipamen-tos que dão mais produtividade à obra e ao mesmo tempo, requer o mínimo de esforço por parte dos funcionários, o que demonstra a preocupação da empresa com a qualidade de vida de seus colabo-radores”, ressaltou o proprietário. Segundo ele, a adoção desses maquinários são avanços considerá-veis se for comparar com processos construtivos de 10, 15 até 20 anos atrás. “Nossa intenção é ganhar pro-dutividade, mas com diferencial”.Além da melhoria nos processos, a construtora tem ampliado in-vestimentos em inovação tecno-lógica. No último empreendimen-to lançado, o Tales de Mileto, por exemplo, a construtora utilizou, pela primeira vez, o sistema de aquecedor solar para água e insta-lações hidráulicas em tubo do tipo

Engenharia Civil avança com investimentos em inovação de processos Construtora de Manaus aplica equipamentos modernos para melhoria de produtividade e das condições de trabalhadores.

Empresário Robério Arruda

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Orientação de especialistas sobre aplicação de agrotóxicos pode reduzir riscosde intoxicação em produtores e agricultores familiares.O manuseio desregrado dessas substâncias pode tornar o organismo das pessoas vulneráveis à incidência de determinadas doenças.

Os riscos decorrentes do uso de agrotóxicos estão se ampliando cada vez mais. No caso dos consumidores, o alerta quanto aos cuidados com a alimentação já vem sendo dado há algum tempo. Na outra ponta, níveis excessivos de resíduos destes pro-dutos nos organismos de agriculto-res familiares e produtores também devem ser motivos de preocupação. Há alguns anos, o Brasil ocupa a li-derança no uso de agrotóxicos no mundo. A estimativa é de que cada brasileiro consome em média 5,2 li-

AGRONOMIA E SAÚDE

tros por ano conforme o Sindicato Na-cional da Indústria de Produtos para a Defesa Agrícola (Sindag). Dados de pesquisadores da Universidade Fe-deral do Amazonas (Ufam) indicam que o risco de uso de agrotóxico exis-te e depende das condições do am-biente, do produto, da proteção do aplicador e da exposição do mesmo. No Amazonas, a maioria dos produto-res não usa Equipamento de Proteção Individual (EPI), elevando a possibili-dade de intoxicação. Segundo o enge-nheiro agrônomo e professor da Ufam, José Ferreira, o uso de EPI é uma práticaque o agricultor não faz alegan-do o calor excessivo na região. “A causa dos casos de intoxicação é esta exposição combinada com onível de toxicidade do agrotóxico”,esclarece. Como os sintomas de intoxicação ain-da não são diagnosticados no interior do Estado, há uma subnotificação de registros. Segundo a coordenadora da pós-graduação da Ufam em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Ama-zônia, Therezinha Fraxe, muitos desses casos são tratados como morte súbita pelos familiares ou então, decorrente

de outros tipos de males apontados pela cultura popular, por isso, os dados compilados não refletem a real situação. Além da propensão à intoxicação, o manuseio desregrado dos agrotóxicos pode tornar o organismo das pessoas mais vulneráveis à incidência de deter-minadas doenças, como é o caso do câncer. De acordo com a nutricionis-ta ortomolecular, Abizair Leonel, isso se deve ao alto índice de ingestão de metais pesados, principalmente mer-cúrio e alumínio, que estão presentes na formulação desses produtos. Há ainda estatísticas que apontam a re-lação entre as mulheres que ingerem alimentos com agrotóxicos com o cân-cer de mama e problemas na tireóide. No caso de crianças, estudos recen-tes indicam a ligação com problemas que afetam o sistema neurológico.

Nutricionista ortomolecular e turismóloga, Abizair Leonel.

Coordenadora da pós-graduação da Ufam em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia,-Therezinha Fraxe.

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Orientação de especialistas sobre aplicação de agrotóxicos pode reduzir riscosde intoxicação em produtores e agricultores familiares.O manuseio desregrado dessas substâncias pode tornar o organismo das pessoas vulneráveis à incidência de determinadas doenças.

Presidente da OCB-AM, engenheiro agrônomo Petrúcio Magalhães Júnior.

Orientação profissional é essencial Conforme destaca o presidente da Organização das Cooperativas Brasilei-ras no Estado do Amazonas (OCB-AM), o engenheiro agrônomo Petrúcio Ma-galhães Júnior, a falta de orientação profissional, o uso de agrotóxicos sem considerar as recomendações técni-cas e as determinações legais são os maiores problemas. Porém, algumas ações poderiam ser adotadas. A prin-

cipal delas seria investimentos em programas de orientação a produtores com acompanhamento de especialis-tas, os quais podem norteá-los quan-to à aplicabilidade, dosagem, período de carência e uso de EPIs. Além dis-so, só os especialistas podem avaliar se determinada cultura agrícola ne-cessita de aplicação de defensivos e qual o princípio ativo mais adequado.

Falta incentivo Em recente levantamento junto a produtores de municípios do Ama-zonas, a OCB constatou que existe a vontade de reduzir o uso de defensi-vos e até migrar para outras culturas agrícolas, porém, a falta de linhas de crédito que garanta a segurança dos produtores no processo é um entrave. Segundo Magalhães, “tínhamos de ser referência no uso correto de de-fensivos agrícolas e de compromisso com a sustentabilidade, por estar-mos na maior floresta do mundo”. Na opinião de Therezinha Fraxe, é preciso favorecer a migração da chamada agricultura convencional para a agroecológica, porém, par-tindo do entendimento de que é um processo paulatino, que requer in-vestimento e educação ambiental.

Adoção de ações capazes de tor-nar o Receituário Agronômico um instrumento efetivo de controle de comercialização de agrotóxi-cos no Estado é outra iniciativa apontada como fundamental.O receituário está previsto no artigo 13, da Lei de Agrotóxicos (Lei 7.802/1989), regulamentada pelo Decreto 98.816/90 e subs-tituído pelo Decreto 4074. “Pre-cisamos chamar a questão para a prevenção na agricultura e a importância do Receituário Agro-nômico”, frisou a professora The-

Receituário Agronômicorezinha Fraxe. Para ela, somente um trabalho em parceria com o envolvimento de diferentes ór-gãos pode mudar esse cenário. Importante destacar nesse pro-cesso a implantação, neste ano, do Fórum de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos no Amazonas, co-ordenado pelo Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE-AM), que conta com a adesão de várias entidades, como o Crea-AM; Uni-versidade Federal do Amazonas (Ufam); e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

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Avanços do Estado no controle, inspeção e fiscalização do uso de agrotóxicosA criação da Agência de Defesa Agropecuária e Florestal foi um marco decisivo para a fiscalização sobre o uso de agrotóxicos no Amazonas.

ARTIGO

A Lei Federal 7.802/89 foi o pri-meiro passo para que o controle, a inspeção e a fiscalização do uso de agrotóxicos no Amazonas apre-sentassem avanços. Apesar de sua publicação, as ações ainda eram tí-midas no Estado, pois, havia neces-sidade da elaboração de uma base jurídica, que só ocorreu com a pu-blicação da Lei n° 3.803/2012 e do Decreto Estadual n˚ 36.107/2015. A criação da Agência de Defesa Agropecuária e Florestal (ADAF), em 2012, foi um marco decisivo para a fiscalização sobre o uso de agrotóxico no Amazonas. Com a promulgação da legislação estadu-al, o serviço de controle foi fortale-cido, permitindo maior segurança jurídica aos serviços de inspeção e fiscalização de agrotóxicos e afins, mas os desafios ainda são muitos. A destinação de embalagens vazias de agrotóxicos é um de-les. Muitas vezes, as embala-gens são abandonadas no campo,

A Lei n° 3.803/2012 e o Decreto Estadual n˚ 36.107/2015

constituíram a base legal no Amazonas para a adoção de medidas visan-

do ao avanço da fiscali-zação e do controle de agrotóxicos no Estado

queimadas ou mesmo reutilizadas, necessitando, para tanto, maior com-promisso do complexo industrial. Pre-cisamos intensificar as ações de edu-cação sanitária, treinamentos, cursos e palestras para sensibilizar produ-

tores rurais, técnicos e revendedo-res sobre a importância deste tema. Não podemos deixar de lado a

criação do Grupo Técnico de Agro-tóxicos (GT Agrotóxicos) e do Fórum Amazonense de Combate aos Impac-tos dos Agrotóxicos. O GT tem entre seus objetivos reduzir a morbimor-talidade decorrentes da exposição a agrotóxicos e o Fórum tem por fina-lidade a redução dos impactos ne-gativos destes produtos, agregando vários setores envolvidos na questão. Estas instâncias têm possibilita-do ações de monitoramento e fiscalização, funcionando como controle social perante os impac-tos associados aos agrotóxicos. Por fim, a assinatura do Termo de Cooperação Técnico entre ADAF e CREA-AM, que tem como objetivo principal estabelecer mecanismos de cooperação para fiscalização e aplicação do modelo do Receituário Agronômico e atividades correlatas, significou grande avanço. Esta coope-ração permitirá o exercício da avalia-ção de efetividade, externalizando o papel da agência reguladora sobre o necessário aperfeiçoamento do em-prego de tecnologias sustentáveis, como forma de reduzir os efeitos retardados do uso desses produtos.

Diretorpresidente da Adaf, Hamilton Casara.

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Semana Oficial da Engenharia e Agronomiapromove debates com especialistas sobre mudanças e oportunidadesO evento foi promovido pelo Conselho Federal de Engenharia e Agronomia e contou com a participação de delegação do Crea-AM.

Mudanças e oportunidades en-volvendo a Engenharia e Agronomia estiveram no centro do debate du-rante a 73ª Semana Oficial da área (SOEA). Palestras ministradas por es-pecialistas deram o tom da discussão. Um panorama da produção agrá-ria, no País, foi apresentado pelo mestre em Economia Agrária, Xico Graziano, o qual destacou que, das 5,2 milhões de propriedades rurais, 4,4 milhões produzem renda para o Brasil. Destas, 500 mil (11,4%) são

SOEA

Fiscalização de obras públi-cas; adoção de medidas contra a corrupção; maior segurança jurídica e, sobretudo, inovação tecnológica e valorização pro-fissional são fatores fundamen-tais para o desenvolvimento do País conforme o presidente da Câmara Brasileira da Indús-tria da Construção (CBIC), enge-nheiro civil José Carlos Martins. Durante palestra na Soea, ele

tratou sobre o momento de crise pelo qual passa o Brasil e desta-cou as oportunidades apresenta-das à Engenharia, entre as quais, projetos sociais em Habitação, a exemplo do Minha Casa, Mi-nha Vida; e a necessidade de in-vestimentos da ordem de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) em infraestrutura - o que geraria mais de dois milhões de empre-gos em obras de diferentes áreas.

Pedro Pereira Filho, especialis-ta em Transportes e presidente da Internacional de Consultoria e Planejamento S.A (Icoplan), ressaltou que é preciso aper-feiçoar o ensino da Engenharia, pois, não atende às demandas do País; e ainda a necessidade de visão com foco no desenvol-vimento e a abertura do merca-do a profissionais estrangeiros.

Oportunidades para a Engenharia no cenário atual

A 73ª Semana Oficial da área (SOEA) foi reali-zada em Foz do Iguaçu (PR) e teve a participa-ção de mais de três mil pessoas.

responsáveis por 87% da produção e 3,9 milhões (88,6%) pelo restante. Graziano considera a segurança ali-mentar, a globalização e a sustenta-bilidade como os grandes desafios do mundo atual. Diante desse cená-rio, ele apontou o que denominou de 3Es (Empreendedorismo, Edu-cação Tecnológica e Emancipação Política) como estratégia para pro-mover os pequenos agricultores. Já o pesquisador da Empresa Bra-sileira de Pesquisa Agropecuária (Em-

brapa), engenheiro agrônomo Decio Luiz Gazzoni, abordou dados da Or-ganização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), indi-cando que, entre 2010 e 2050, haverá aumento de 70% da demanda de pro-dutos agrícolas. Ele frisou que é preci-so incrementar a produtividade com ações que levem em consideração a sustentabilidade social e ambiental e ainda que o Brasil reúne condições para ser protagonista nesse processo.

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Crea-AM participa das discussões nas Coordenadorias de Câmaras

A delegação do Crea-AM debateu uma série de temas nas reuniões das Coordenadorias de Câmaras Espe-cializadas. A Coordenadoria de Câ-maras Especializadas de Agronomia(CCEAGRO), por exemplo, estabele-ceu a entrega de uma carta ao Con-fea solicitando mudanças na Resolu-ção 1075/2016, a fim de favorecer a realização de parcerias entre o Con-selho Federal e entidades de classe. O encontro da Coordenadoria de Câmaras Especializadas de En-genharia Elétrica (CCEEE) tratou sobre situações legais envolven-do a modalidade e ações tomadas para as garantias dos profissionais. O Crea-AM também debateu so-bre a importância do registro de di-reito autoral como ferramenta por

meio da qual o profissional garante o reconhecimento oficial de seu tra-balho intelectual na reunião da Co-ordenadoria de Câmaras Especializa-das de Engenharia Industrial (CCEEI). Na segunda etapa de reuniões, os membros da Coordenadoria de Câ-maras Especializadas de Engenharia Florestal (CCEEF) trataram sobre a manutenção da mesma e a defini-ção de estratégias com a finalidade de torná-la efetiva. Já o encontro da Coordenadoria de Câmaras Especia-lizadas de Engenharia Civil (CCEEC) foi marcado pela discussão envol-vendo a garantia das atribuições dos engenheiros civis, bem como a legislação sobre restrição à exe-cução de projetos arquitetônicos. A Coordenadoria de Câmaras Es-

pecializadas de Engenharia Química (CCEEG) abordou sobre a Comissão de Harmonização e Sombreamento do Conselho e em encontro paralelo, a Coordenadoria de Câmaras Especia-lizadas de Geologia e Minas (CCEGM) abordou a eleição para a diretoria da Federação Brasileira de Geólogos. Por fim, ficou definido na Coor-denadoria de Câmara Especializa-da de Engenharia e Segurança do Trabalho (CCEEST) a apresentação de documento à Comissão de Or-ganização de Normas e Procedi-mentos (Conp), do Confea, sobre o impacto da Resolução 1071/2015 na representação dos profissionais da modalidade nas câmaras espe-cializadas dos conselhos regionais.

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e realizar um planejamento adequado. Por seu lado, o presidente da Fede-ração Nacional dos Engenheiros (FNE), Murilo Pinheiro, também esteve no estande do Crea-AM. Ao conceder entrevista exclusiva ao Portal, ele co-mentou que o maior objetivo da En-genharia atualmente é contribuir para o desenvolvimento do País. Para isso, é imprescindível a união e o incenti-

vo aos profissionais da área para que apresentem propostas que possam ser aplicadas em diferentes campos de atuação, como Saneamento, Habi-tação e Transporte. Ele falou também que a Federação está promovendo eventos estaduais para debater temas de interesse para a sociedade e que possam contar com a participação da Engenharia no processo de resolução.

Estande do Amazonas atrai visitantes

Um grande número de partici-pantes visitou o estande do Ama-zonas na ExpoSoea. A finalida-de do evento, que aconteceu em paralelo à Soea, foi favorecer aos entes do Sistema divulgar ações e projetos desenvolvidos à sociedade. O estande contou com a presença de autoridades, além de profissionais e estudantes interessados em conhecer melhor sobre o Crea-AM e a cultura amazônida. O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), engenheiro civil José Carlos Martins, foi um dos visitantes. Em en-trevista exclusiva à equipe do Portal do Crea-AM, Martins destacou que, por sua grandiosidade, a Amazônia consis-te num desafio para as Engenharias. Conforme ele, é possível desenvolver projetos exitosos na região, porém, é preciso considerar suas peculiaridades

SOEA

O geólogo Sandoval da Silva Pi-nheiro, já falecido, foi homenagea-do na abertura da 73ª Soea. Ele foi indicado pela Câmara Especializada de Geologia e Engenharia de Minas, do Crea-AM, devido à relevância do trabalho prestado à sociedade. Pinheiro atuava no Serviço Geológico

do Brasil - seção Amazonas (CPRM) e foi inscrito no Livro do Mérito, cujos registros ficam nos arquivos do Confea. A esposa do geólogo, Beatriz Pinheiro, recebeu das mãos do presi-dente do Crea-AM, engenheiro civil Cláudio Guenka, exemplar da obra.

Homenagem

Presidente da CBIC, José Carlos Martins, defende projetos exitosos na Amazônia com planejamento, enquanto o presidente da FNE, Murilo Pinheiro, considera que os profissionais precisam de união e incentivo.

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Carta de Foz do Iguaçu

O encerramento da SOEA foi mar-cado pela apresentação da Carta de Foz do Iguaçu. Por meio do do-cumento, o Sistema Confea/Crea/Mútua compromete-se em adotar ações que visem ao fortalecimento e à inserção de seus profissionais na definição e execução de políti-cas públicas. “É um documento im-portante, que nos induz a partici-par das políticas públicas do nosso País”, disse o presidente do Confea, engenheiro civil José Tadeu da Sil-va. O presidente do Confea afir-mou ainda que o Sistema se pau-tará por modernizar a legislação; e reforçar a integração de entidades nacionais e internacionais para es-timular a mobilidade profissional. Na opinião do presidente do Crea Amazonas, engenheiro ci-vil Cláudio Guenka, a Soea teve um saldo extremamente positivo na medida em que propiciou de-bates envolvendo Engenharia e Agronomia no desenvolvimento do País, permitiu a interlocução entre diferentes entes que com-põem o Sistema e a troca de ex-periências entre os participantes.

Congresso Nacional de Profissionais aprova propostas do Amazonas para análise na segunda etapa do evento A participação do Amazonas no 9° Congresso Nacional de Profissionais (CNP) do sistema Confea/Crea/Mútua teve saldo positivo. O evento aconteceu no início de setembro, em Foz do Iguaçu (PR). Das cinco pro-postas oriundas do Estado que foram apreciadas na Plenária do CNP, quatro foram aprova-das. Importante destacar que outros Creas enviaram proposi-turas similares as do Amazonas. Conforme informações do Con-

fea, os textos aprovados foram encaminhados aos Creas que, por sua vez, organizaram oitivas estaduais, cujas contribuições estão sendo encaminhadas à Comissão Nacional para siste-matização conforme previsto no Regimento Interno do CNP. Posteriormente, o consolidado será repassado aos delegados e convidados para, assim, ser rea-lizada a segunda etapa do Con-gresso, programada para os dias 1º e 2 de dezembro, em Brasília.

Presidente do Confea, José Tadeu, destacou que a Carta é um importante documento para o incentivo à inserção dos profissionais na elaboração de políticas públicas.

SOEA

Propostas do Amazonas aprovadas

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Como combater o comércio ilegal das madeiras nativas da Amazônia?O mercado do extrativismo madeireiro em florestas nativas da região Norte apresenta competitividade desleal. A madeira é o produto da ativi-dade metabólica de um vegetal de grande porte. O Homem, des-de os tempos remotos, utiliza-se desta para a sua sobrevivência e bem-estar. Com o progresso da hu-manidade, o seu uso se intensificou. O Brasil foi e ainda é conhecido como grande fornecedor de madei-ra proveniente de florestas nativas. O resultado da exploração indiscri-minada desse e de outros recursos florestais foi uma drástica redução da cobertura da Mata Atlântica, que a expôs ao risco e provocou a extin-ção de espécies vegetais e animais. Somente a partir do século XX, a Ciência veio nortear a explo-ração dos recursos florestais no Brasil, garantindo a manutenção da Floresta Amazônica concomi-tantemente à produção de ma-deira nativa até os dias atuais. Contudo, o cenário de mercado do extrativismo madeireiro em florestas nativas da região Norte apresenta uma competitividade desleal entre empresas legalizadas e organizações ilegais. Segundo dados informados pelo Sindicato da Habitação de São Paulo (Seco-vi-SP), entre 43% e 80% da madei-ra amazônica provêm de extrati-vismo ilegal, sendo mais de 80% desta destinada ao mercado in-terno, principalmente São Paulo. Com o intuito de combater a ile-galidade da exploração madeireira de florestas nativas, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) instituiu o Documento de Origem Florestal

(DOF) por meio da Portaria n° 253 (18/08/2006), visando controlar a origem e o transporte de produtos e subprodutos florestais. O DOF, apesar de caracterizar-se como li-cença obrigatória, não garante a idoneidade da cadeia produtiva dos produtos florestais, o que não desmerece o esforço de comba-ter ou inibir a ilegalidade no setor. O documento conta com sistema online de emissão, disponibilizado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) à pessoa físi-ca e jurídica devidamente cadas-trada e regularmente registrada. Para a certificação florestal, selos provenientes de entidades interna-cionais e nacionais independentes, tais como do Forest Stewardship Council (FSC) e do Programa Brasi-leiro de Certificação Florestal (Cer-flor), são utilizados por instituições brasileiras credenciadoras e certifi-cadoras de atividades de manejo e cadeias de custódia. Além disso, a certificação da cadeia de custódia agrega a um produto acabado e pronto para uso, atestado ao con-sumidor final da origem legal de sua matéria-prima, diferenciando-o assim dos demais produtos à base de madeira frente ao mercado cada vez mais exigente. Portanto, um dos objetivos de documentos obrigató-rios como o DOF, associado aos se-los certificadores do manejo flores-tal ou da cadeia de custódia, é inibir a ilegalidade na extração madeirei-ra, informando ao consumidor final

a idoneidade do produto madeirei-ro proveniente de florestas nativas. Existe uma legislação florestal vigente que orienta a atividade ma-deireira em florestas nativas e são vários os requisitos a serem cum-pridos por empresas para que seus processos e produtos sejam certifi-cados, contudo, mais do que refor-çar a fiscalização sobre a origem, o transporte ou a comercialização das madeiras de nativas, garantindo a finalidade dos selos certificadores e documentos obrigatórios, é neces-sário envolver o consumidor neste processo. Sem esta contribuição no consumo exclusivo da madeira de florestas nativas extraídas de forma legal, a extinção da atividade ile-gal neste setor será apenas utopia. Para tanto, faz-se necessário que o manejo certificado de florestas na-tivas, e a produção e comercializa-ção certificadas de seus produtos apresentem fatores sociais e am-bientais suficientemente atrativos e economicamente viáveis para to-dos os atores envolvidos garantindo a sustentabilidade desta atividade.

ARTIGO

Alessandra Fonseca Engenheira Florestal - UFAM/AMDoutora em Ciência e Tecnologia da Madeira - UFLA/MG

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foi feita a contagem de veículos em seis pontos diferentes. “As contagens ocorreram durante três dias na sema-na, em horários de picos (11h às 13h e 17h às 19h)”, explicou a pesquisado-ra, que contou com o apoio de voluntários. Quanto às informações so-

bre as vias, realizou-se medi-ção de calçadas, larguras de fai-xas e produzidas imagens para registrar as condições de sinalização.

de conclusão de curso”, comentou. Com base no Manual de Sinaliza-ção Semafórica do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), foram obser-vados os procedimentos norteadores do processo de implantação de sina-lização. O primeiro critério é a ocor-rência de acidentes - em 2015, houve 21 registros com víti-mas no cruzamento. Outros critérios são a pesquisa de tráfe-go e a condição desegurança do local. Feito esse estu-do, a etapa seguinte abrangeu o trabalho de campo para obtenção de dados re-ferentes ao volume de tráfego, as con-dições das vias e das sinalizações exis-tentes. Para a obtenção do volume,

Engarrafamentos, coletivos super-lotados, pedestres atravessando fora das faixas, motoristas fazendo conversões impróprias são algumas das situações comuns no trânsito de Manaus. Foi observando o estado crítico de um cruzamento no bairro Petrópolis, zona Sul da cidade, que a formanda em Engenharia Civil, San-dy Ferreira da Silva elaborou projeto para a melhoria de tráfego no local. Ela explicou que, quando estudou a disciplina Engenharia de Tráfego e Transporte, no curso da Universida-de do Estado do Amazonas (UEA), tomou conhecimento que poderia atuar na área de Planejamento Ur-bano, com projetos para melhoria do trânsito e da mobilidade. “En-tão, aliei os conhecimentos obtidos nas disciplinas para levar adiante o projeto que serviu de trabalho

Engenharia de Tráfego e Transporte aponta solução para cruzamento em bairro da cidadeUm software foi usado para simulação e concluiu-se que a implantação de semáforo seria a alternativa mais viável.

MOBILIDADE URBANA

O cruzamento fica em Petrópolis e compreende as ruas Coronel Ferreira de Araújo, Alfredo Paes Barreto, Marquês da Silveira, Raquel de Souza e Gaudêncio Ramos.

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Após análise, verificou-se que as vias não seguem um projeto-pa-drão e que o intenso fluxo de veícu-los é o responsável pela lentidão do tráfego. Ainda mais preocupante foi a constatação de que a maioria das vias do cruzamento não possui nenhum tipo de sinalização vertical nem horizontal. As poucas existentes estão em mau estado de conserva-ção, não oferecendo segurança aos usuários, principalmente pedestres. Tecnologia e Engenharia - Para a pesquisadora, não bastava apurar as falhas. O desafio maior era apontar alternativas e como forma de definir uma possível solução de melhoria, re-solveu-se utilizar um software espe-

cializado em simulação, chamado de PTV-VISSIM. Nele, foram inseridos os desenhos das vias com as respecti-vas dimensões e dados de volume de tráfego. “Foi analisada, a partir da si-mulação, se a solução semafórica se-ria viável para o local estudado, o que foi confirmado”, disse a formanda. Também foi identificada a neces-sidade de implantação de sinaliza-ções complementares (verticais e horizontais). Na proposta, foi inse-rida ainda como sugestão adicional a mudança de sentido de algumas vias, proibições de movimentos e implantação de alça de retorno. Moradora do bairro desde o nas-cimento, Sandy esclarece que a difi-culdade enfrentada por aqueles que

passam pelo local, estimulou a pes-quisa. Ela diz esperar que haja inte-resse por parte dos órgãos gestores de trânsito da cidade no estudo e que a proposta possa ser implementada. A pesquisadora contou com a orientação da mestre em Engenha-ria de Transporte Kattylinne de Melo Barbosa e a co-orientação da doutora em Engenharia de Transporte Valde-te Santos de Araújo. O trabalho foi apresentado no Congresso Técnico Científico (Contecc), da 73ª edição da Soea (Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia), tendo sido um dos selecionados com o status de desta-que, de um universo de 709 artigos técnico-científicos inscritos, oriun-dos de diferentes Estados do País.

Proposta de Solução

MOBILIDADE URBANA

Imagem Solução semafórica

Imagem da Simulação no PTV-VISSIM

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A Mobilidade Urbana no contexto da Região Metropolitana de Manaus Os projetos de mobilidade precisam ser concebidos e pensados para uma cidade do amanhã que se inicia a partir do hoje. A Mobilidade Urbana constitui importante fator de qualidade de vida da sociedade. É um termô-metro aferidor desta qualidade, pois se a mobilidade apresenta qualidade, a vida cotidiana dos citadinos também apresentará. Caso contrário, a vida se torna mais difícil. É sabido que fatores urbanos ligados à mobilidade po-dem gerar problemas de variadas ordens, inclusive de saúde, pois o estresse, a poluição e os aci-dentes são problemas urbanos recorrentes nas cidades contem-porâneas, especialmente nas me-trópoles e regiões metropolitanas. É comum se confundir ou re-duzir os debates sobre Mobilidade Urbana ao trânsito de veículos, pois causa maior impacto no que se refere aos engarrafamentos, ge-rando demandas de intervenção imediata. Abertura ou alargamen-to de novas vias, construção de viadutos e complexos viários, re-ordenamento do trânsito são solu-ções aparentemente prioritárias. Contudo, os problemas que envolvem a Mobilidade Urbana são bem mais extensos do que comumente se constata nas prio-ridades do Poder Público. Mobi-lidade Urbana está longe de se resumir aos automóveis e mesmo ao transporte coletivo. Ela envol-ve também os passeios públicos, como as calçadas, que, em Ma-naus, constituem uma extensão das propriedades, sendo utiliza-

das como pontos de comércio e estacionamentos de veículos. A questão da Mobilidade Urbana em Manaus e sua Região Metropo-litana, perpassa pelo planejamen-to e pela gestão urbana. No plane-jamento, há a necessidade de se romper os improvisos de gestões de ocasião. Há que se cultivar o planejamento que tenha sequên-cia nos anos seguintes, indepen-dentemente do gestor ou do parti-do político, pois a descontinuidade de políticas públicas de mobilida-de constitui um grande problema para o ordenamento urbano e para a mobilidade de forma geral. Outro problema reside no fato de que planejar a cidade não pode se resumir a algumas categorias pro-fissionais que se arvoram as úni-cas com competência para fazê-lo. É preciso que se tenha a mul-tidisciplinaridade e a participação da sociedade no equacionamen-to e solução dos problemas urba-nos, especialmente os vinculados à mobilidade. Uma articulação entre as esferas técnica e políti-ca é extremamente necessária nesse sentido. No que se refere à gestão urbana, a continuidade das políticas de mobilidade não pode ficar nas mãos do gestor de plantão. Elas devem ser pensadas e produzidas para médio e longo prazo, e não das formas paliati-vas como são tratadas. Não se pode produzir “pedaços de cida-de” de acordo com a vontade de

cada gestor que ocupa a cadeira do Poder Executivo municipal. Os projetos de mobilidade pre-cisam ser concebidos e pensados para uma cidade do amanhã que se inicia a partir do hoje. Planos de mobilidade não podem existir apenas no papel ou na Lei de Mo-bilidade que, em Manaus, prio-riza apenas uma parte do trans-porte coletivo, sem dimensionar o sistema coletor/alimentador.Portanto, para se ter cidades re-almente cidadãs, no contexto de uma Região Metropolitana como a de Manaus, é preciso que se tenha a Mobilidade Urbana que contem-ple todos os aspectos, a começar do pedestre, que tem o direito de percorrer o passeio público (calça-das) sem os obstáculos impostos. Da mesma forma, o usuário do transporte coletivo possui o direito a um bom deslocamento, desde os veículos em boas condições, até as vias adequadas à circulação. E isto não somente na metrópole, mas em todas as demais cidades da região metropolitana, o que vai in-cluir as rodovias que as conectam.

Marcos Castro – Geógrafo, Doutor em Geografia Ur-bana e professor do Departamento

de Geografia da Universidade

Federal do Amazonas.

ARTIGO

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Equipe multidisciplinar desenvolve aplicativo de vídeo com tecnologia inovadoraCom algoritmos similares aos utilizados por Youtube e Netflix, vídeos possuem maior estabilidade na transmissão.

Pensando em como transmi-tir vídeos na Internet de ma-neira eficiente, pesquisadores do Instituto de Computação da Universidade Federal do Ama-zonas (Ufam) lançaram o apli-cativo IComp TV, que utiliza tecnologia similar a de grandes empresas de distribuição de conteúdo, como Netflix e You-tube. O app está disponível no Google Play para download e o conteúdo é produzido por alu-

nos e professores do Instituto. Com o auxílio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Esta-do do Amazonas (Fapeam), a ferramenta é resultado de um projeto desenvolvido há três anos, que teve a participação de alunos de graduação em Engenharia da Computação, Ciências da Computação, Sis-temas de Informação e Design. De acordo com levantamen-tos recentes da Cisco, multi-

nacional americana que opera com a interconexão de redes e faz avaliações sobre a origem do tráfego na Internet, em 2014, o conteúdo de vídeo foi o respon-sável por 64% de todo o tráfego da rede mundial de computado-res e até 2019, essa parcela cres-cerá para 80%. A perspectiva é que a quantidade de dispositi-vos sem fio e mobile circulando com este volume de conteúdo em vídeo ampliará para 66%.

Como funciona a ferramenta

A tecnologia utilizada no IComp TV, o streaming adaptativo de vídeo, repre-senta um passo à frente: o algoritmo desenvolvido identifica automatica-mente a qualidade mais adequada para o aparelho e para a conexão, garantindo, assim, a estabilidade na transmissão. Método semelhante é utilizado por gigantes mundiais, como Netflix, Youtube e Apple TV. Conforme explicação do professor

César Melo, doutor em Ciência da Com-putação e coordenador do projeto, exis-tem técnicas para distribuir o conteúdo multimídia na Internet. Na segunda geração, começou a utilização do cha-mado download progressivo. A geração atual também baseia-se nessa técnica, mas com o usuário podendo escolher o nível de qualidade da transmissão. O grande problema deste modelo, de acordo com o professor, é que, na

Internet, não há garantias de esta-bilidade da capacidade de transmis-são. Com a tecnologia desenvol-vida pelos pesquisadores, os vídeos passam a ser transmitidos sem inter-rupções, uma vez que a aplicação es-colhe a qualidade conveniente, em conformidade com a velocidade de conexão no aparelho. O modelo é adaptável e pode servir de base para a criação de novos aplicativos similares.

INOVAÇÃO

A ferramenta conta com cerca de 500 instalações na plataforma Android e também pode ser acessada pela web.

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Atualmente, não existe par-ceria estabelecida. A ferramen-ta conta com cerca de 500 insta-lações na plataforma Android e também pode ser acessada pela web (http://icomp.tv), embora sem todas as funcionalidades da versão mobile. “Como te-mos essa prova de conceito fun-cionando, o trabalho agora visa agregar novas funcionalidades, e, à medida que isso se concre-tizar, tentar encontrar parcei-

Aplicabilidade acadêmica

ros para viabilizar o projeto”. Já em relação ao conteú-do, o aplicativo é totalmente voltado para vídeos, desde a produção mais caseira, como aulas gravadas com a câme-ra de um celular, até as mais profissionais. A ideia é que se torne um espaço de divulga-ção tecnológica para o público acadêmico em geral e não ne-cessariamente apenas da Ufam. Os vídeos mais populares

estão relacionados a eventos.“Foi a primeira iniciativa de colocar um aplicativo criado por nós para ajudar a socieda-de em geral. Acreditamos que não só o I Comp pode ser be-neficiado, mas também outras universidades, inclusive de ou-tros Estados, podem utilizar o serviço”, destacou Anderson Pimentel, membro da equipe que monitora o app e engenhei-ro da computação pela Ufam.

Perspectivas na área O professor César Melo destaca que, para o contexto regional, exis-te uma boa produção e bons alu-nos, o que falta é atrair pessoas re-almente identificadas com a área, nesse sentido, o departamento tem feito um esforço de gerar mercado para os alunos, criando empresas, cujo negócio seja a própria Computação. A startup Neemu, por exemplo, especia-lizada em algoritmos de recomenda-ção de compras no e-commerce e que

foi vendida por cerca de R$ 56 milhões de reais, foi criada dentro do Institu-to de Computação da Ufam e gerou mercado de trabalho para egressos dos cursos, remunerando em um pa-tamar muito superior ao mercado de Tecnologia da Informação, na cidade. Casos de sucesso como este têm fo-mentado outras iniciativas, a ponto de existir, dentro do Instituto, um espaço reservado para abrigar ações empre-endedoras. Pelo menos cinco projetos

similares estão acontecendo, nesse momento, na Universidade, em fases diferentes, mas com o mesmo viés de produzir conhecimento que, no fu-turo, venha a se tornar um produto, demandar mão de obra especializa-da e gerar emprego para os egressos. “Nosso intuito é atrair mais pes-soas para a área, mostrando que é possível ter uma carreira que remunera muito bem dentro de uma área que não é tradicional”.

INOVAÇÃO

Professor César Melo, doutor em Ciência da Computação e coordenador do projeto.

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de escoamento. Já na contabilização de dados para projeção de agitado-res, devem ser observados aspectos essenciais, como faixas de potência, rotação e o diâmetro das hélices, uma vez que esses equipamentos são dimensionados considerando especificamente cada aplicabilidade. “Qualquer erro de cálculo pode com-prometer todo o processo, o que na indústria representa perda de ma-terial”, frisa Grangeiro, o qual tam-bém ministra aula na Ulbra (Centro Universitário Luterano de Manaus). Existe a perspectiva de que um sof-tware para compilação de dados e projeção de sistemas de tubulação seja adquirido por meio de parceria. O coordenador considera de suma importância para o currículo dos alunos que estão envolvidos na

pesquisa por considerar que pode abrir oportunidades no mercado de trabalho. Por outro lado, ele consi-dera que o trabalho que está sendo realizado pode contribuir sobrema-neira para o avanço da Engenha-ria Química local e a populariza-ção dessa área junto à sociedade.

Pesquisa da UEA quer contribuir com o avanço da Engenharia Química local na área de tecnologia de agitadores e dimensionamento de tubulaçõesA perspectiva é de que um software para compilação de dados e projeção dos sistemas tanto de agitação quanto de tubulação possa ser adquirido.

PESQUISA

Quando se observa aqueles agi-tadores (conhecidos como tanques) usados na indústria ou então, os sistemas de tubulação da rede de esgoto, por exemplo, dificilmente se imagina as diferentes etapas que devem ser cumpridas até se che-gar ao modelo mais adequado para cada tipo de serviço. É justamente com o objetivo de conquistar avan-ços em tecnologia da agitação e no dimensionamento de tubulações que o curso de Engenharia Quími-ca, da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), está realizando pesquisa inédita em âmbito local. Segundo o coordenador do pro-jeto e professor da UEA, Jeffer-son Grangeiro, as aplicações des-sas tecnologias são abrangentes, como fazer uma vitamina usando o liquidificador em casa (agitado-res) ou encanamento de pias, até processos de alta complexidade

nas indústrias, o que pode favo-recer futuramente empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM).

O projeto está em fase de le-vantamento de dados. Conclu-ída esta etapa, o próximo pas-so será colocar tudo na ponta do lápis e trabalhar nos cálculos. No caso do dimensionamento de tubulação, é preciso observar pro-priedades físicas do fluido, como densidade, viscosidade e velocidade

Graduanda do curso de Engenharia Química Maria Luzielle Ferreira.

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O que é Engenharia Química?Os processos químicos estão presentes em quase tudo que faz parte da vida das pessoas: da caneta que se usa para escrever até alguns alimentos.

ARTIGO

Segundo o Instituto Ameri-cano de Engenheiros Quí-

micos (AICHE), Enge-nharia Química é

a profissão que se dedica à

concepção, desenvolvi-mento, me-lhoramento e aplicação dos pro-cessos e dos seus

p r o d u t o s . Neste âmbi-

to, inclui-se a análise econô-

mica, dimensiona-mento, construção,

operação, controle e ges-

Como nasceu? George Davis, Britânico, 1880, inspetor de segurança foi o primeiro a identificar a necessidade de uma nova profissão em ligação com a in-dústria química, em franca expansão nos finais do século XIX. Até àquela altura, os técnicos encarregados da supervisão ou projeto dos proces-sos nas indústrias químicas eram Engenheiros Mecânicos com conhe-cimentos do Processo Químico ou Químicos (industriais) com larga ex-periência industrial e conhecimentos de Processo Industrial (equipamento industrial). Assim, químicos com ins-tinto para a engenharia ou engenhei-ros com gosto pela Química deram

origem aos Engenheiros Químicos. Um pouco mais tarde, nos Estados Unidos, no “Massachussets Institute of Technology – MIT”, que se pode situar o nascimento da Engenharia Química, com a proposta de criação, em 1888, por Lewis Norton, de uma formação estruturada em Engenha-ria Química. Outros cursos de Enge-nharia Química se seguiram ao MIT, também nos EUA: 1892, University of Pennsylvania, e, 1894, Tulane Univer-sity. Na Europa, as primeiras forma-ções estruturadas acabam por seguir mais tarde, por volta de 1920, no Im-perial College of London e na Univer-sity College of London, da Inglaterra.

A Engenharia Química no Brasil nasceu, segundo Garcez (1970), em 1922, a partir do curso de Engenharia Química, na escola de Engenharia do Mackenzie College. Esse curso con-templou, além da parte específica de Química, Metalurgia e Mecânica apli-cadas à Indústria de Transformação.Em 1925, foi criado o curso de gra-duação em Engenharia Química na Universidade de São Paulo (USP). De acordo com dados recentes do MEC, há no país hoje, entre as universida-des públicas e privadas, 175 institui-ções de ensino credenciadas ofere-cem o curso de Engenharia Química.

tão das unidades industriais que concretizam esses proces-sos, assim como, a investigação e formação nesses domínios. O Engenheiro Químico é res-ponsável pelo desenvolvimento de produtos e processos em es-cala industrial através de trans-formações físicas e químicas. Ele formula e resolve problemas relacionados à indústria quími-ca, acompanhando o processo de manutenção e a operação de sistemas. A Engenharia Quí-mica baseia-se em ciências bá-sicas e disciplinas aplicadas. Ele-mentos de Ciência Ambiental, Engenharia de Alimentos tam-bém são incorporadas ao cur-rículo do engenheiro químico.

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ARTIGO

Área de Atuação

O Engenheiro Químico possui formação generalista, sendo do-tado de visão sistêmica, com ca-pacitações entre os limites do de-senvolvimento e da operação de processos produtivos. Esta pers-pectiva de formação faz com que este profissional possa se adaptar às mudanças nos contextos só-cioeconômico e tecnológico, sen-do capaz de conduzir mudanças. O seu campo de atuação englo-ba as áreas de Alimentos, Cosmé-ticos, Biotecnologia, Fertilizantes, Fármacos, Química Nuclear, Têxtil, Indústria Química de Base, Galva-noplastia, Alcoolquímica, Carbo-química, Cerâmica, Tensoativos, Aditivos, Tratamento de Água, Meio Ambiente, entre outras. Portanto, é comum a presença do profissional de Engenharia Quí-mica em áreas como produção, controle de processos, controle de qualidade, segurança indus-trial, suporte técnico, alimentos, cosméticos e ecologia onde pro-põe, projeta, constrói, opera e controla unidades nesses segmen-tos. Importante destacar que sua área de atuação é diferente do universo do bacharel em Quími-ca, o qual trabalha em análises, desenvolve materiais e propõe processos para obter produtos.

Tendências

Ao longo dos anos, o ensino da Engenharia Química sofreu e ainda sofre mudanças: desenvolvi-mento dos reatores operados em modo contínuo, em oposição aos reatores em batelada; recupera-ção e reciclagem dos reagentes em excesso, assim como tratamento dos efluentes; consolidação do conceito de operações unitárias evidenciando que cada processo pode ser considerado formado por unidades menores, baseados em processos físico-químicos comuns.Diante dessas mudanças, sur-gem as demandas da sociedade, as quais a Engenharia Química pode contribuir essencialmente, tais como: desenvolvimento de novos materiais, principalmente usando Nanotecnologia; desen-volvimento de tecnologias lim-pas; controle de poluição e gestão ambiental; desenvolvimento de matrizes energéticas sustentá-veis; e melhor entendimento da ação das drogas (remédios) no corpo humano, através da inves-tigação da Bioquímica Corporal. Portanto, é notória a importân-cia da Engenharia Química para a sociedade e assim, orgulhe-mo-nos de sermos reconheci-dos e requisitados na aplica-ção de nossos conhecimentos.

Engenheira Química Fátima Geísa Teixeira Conselheira do Crea-AM e Coordenadora do curso de Engenheira Química da Ulbra

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Crea-AM incentiva implantação do projeto“Futuro da Minha Cidade” na capital amazonenseManaus é a 15ª cidade brasileira a receber o projeto, idealizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

SOCIEDADE

Criar um colegiado com a finalida-de de atuar em parceria com órgãos governamentais no processo de de-senvolvimento de Manaus. Este foi o principal desdobramento do evento Futuro da Minha Cidade, projeto ca-pitaneado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), cuja realização, na capital amazonense, contou com o apoio do Crea-AM. Manaus é a 15ª cidade brasilei-ra a receber o projeto, que é es-timulado pela iniciativa privada. Trata-se de um modelo exitoso baseado na agregação de dife-rentes segmentos da sociedade com vistas ao planejamento e execução de ações estratégicas. Em Manaus, um evento foi re-alizado pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas (Sinduscon-AM) e pela Associação das Empresas Imobiliárias do Ama-zonas (Ademi-AM) para apresenta-ção da proposta. Participaram cerca de 200 pessoas. No estilo talk show,

Em sua palestra, Renato Correia, presidente do Conselho de Desen-volvimento Econômico, Sustentá-vel e Estratégico de Goiânia (Code-se), explicou sobre o processo de criação do Codese, implementado a partir do formato proposto pelo projeto. Segundo ele, o conselho não possui fins lucrativos, é for-mado pela sociedade civil organi-zada e objetiva traçar metas para o desenvolvimento da cidade. Ex-diretora executiva do Con-selho de Desenvolvimento de Maringá (Codem), Márcia San-tin, alertou para a necessidade de uma avaliação micro e macro, objetivando a Manaus de 2036,

tendo a participação ativa da so-ciedade civil na gestão pública. “Devemos não só pensar no desen-volvimento urbanístico, mas aci-ma de tudo, em um planejamen-to socioeconômico”,ressaltou. Última palestrante, Laura So-bral, fundadora do instituto ‘A cidade precisa de você’, frisou a importância da ação dos cidadãos no processo de transformação da realidade. “É preciso pensar em como fazer coletivamente o que todo mundo quer fazer. Usar o que se tem para o que se pre-cisa”, disse, salientando que é possível fazer pequenas inter-venções com grandes impactos.

Troca de experiência

três palestras marcaram a apresen-tação do Futuro da Minha Cidade na capital amazonense, seguidas de debate com os participantes. As entidades que estão à frente

do projeto avaliaram positivamen-te este primeiro passo e conside-ram que agora é seguir o cami-nho de outros Municípios e traçar um projeto amplo para a cidade.

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TecnoPrev

Plano de Saúde

ISO9001:08

Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Amazonas Engenharia

e Agronomia

Com profissionais valorizados, a sociedade ganha mais.