000971079.pdf

download 000971079.pdf

of 59

Transcript of 000971079.pdf

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    1/59

    UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

    ESCOLA DE ENGENHARIA

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA

    FERNANDO AUGUSTO MAHL

    UM ESTUDO DA USINA DE BELO MONTE

    Porto Alegre

    2015

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    2/59

    FERNANDO AUGUSTO MAHL

    UM ESTUDO DA USINA DE BELO MONTE

    Projeto de Diplomao apresentado aoDepartamento de Engenharia Eltrica daUniversidade Federal do Rio Grande do

    Sul, como parte dos requisitos paraGraduao em Engenharia Eltrica.

    ORIENTADOR: Prof. Dr. Roberto Petry Homrich

    Porto Alegre

    2015

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    3/59

    FERNANDO AUGUSTO MAHL

    UM ESTUDO DA USINA DE BELO MONTE

    Este projeto foi julgado adequado para fazerjus aos crditos da Disciplina Projeto deDiplomao, do Departamento de EngenhariaEltrica e aprovado em sua forma final peloOrientador e pela Banca Examinadora.

    Orientador: __________________________________

    Prof. Dr. Roberto Petry Homrich, UFRGS

    Doutor pela Universidade Estadual de CampinasCampinas, Brasil

    Banca Examinadora:

    Prof. Dr. Roberto Petry Homrich, UFRGS

    Doutor pela Universidade Estadual de CampinasCampinas, Brasil

    Prof. Dr Gladis Bordin

    Doutora pela Universidade Federal de Santa CatarinaFlorianpolis, Brasil

    Prof. Dr. Fausto Bastos Lbano

    Doutor pela Universidade Politcnica de MadriMadri, Espanha

    Porto Alegre

    Junho de 2015.

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    4/59

    AGRADECIMENTOS

    Aos meus pais e meu irmo, pelos momentos em que estive ausente durante o decorrer dagraduao.

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    5/59

    RESUMO

    fato que o Brasil busca o desenvolvimento e necessita de energia eltrica abundante

    e barata. As fontes hidreltricas mais prximas dos grandes centros consumidores esto em

    esgotamento, o que torna necessria a busca por novas fronteiras energticas, nesse caso, a

    regio Norte do pas. Nesta situao se enquadra a Usina de Belo Monte, um marco na

    explorao energtica desta regio.

    A construo da Usina Hidreltrica de Belo Monte envolta de polmicas, desde os

    primeiros estudos na dcada de 70. A legislao ambiental e a conscincia ecolgica

    modificaram-se muito desde ento, impondo uma srie de mudanas com relao ao projeto

    inicial. Essas mudanas tornaram o projeto vivel do ponto de vista ambiental, mas com

    impactos negativos na gerao de energia, como por exemplo, a reduo da energia firme.

    No estudo do aproveitamento hidreltrico, publicado em 1980, constavam duas

    alternativas para o aproveitamento energtico do rio, uma composta por seis usinas

    hidreltricas e outra por sete. Qualquer que fosse a alternativa escolhida, haveria uma rea

    alagada extremamente grande, e devido presso de ambientalistas, s a usina de Belo Monteobteve permisso para continuidade dos estudos.

    O objetivo deste trabalho mostrar a importncia de Belo Monte para o sistema

    eltrico brasileiro, elaborando um estudo de caso da usina.

    O projeto atual de Belo Monte diferente dos projetos clssicos de usinas hidreltricas

    e dividido em trs stios, distantes entre si. A transmisso da energia gerada ser feita atravs

    da infraestrutura j existente e de uma linha em 800 kV em corrente contnua, tecnologia

    pioneira no Brasil.

    O baixo custo de produo de Belo Monte, e em geral das hidreltricas, aliada a

    segurana no fornecimento tornam o projeto atrativo frente a outras fontes alternativas, apesar

    dos impactos ambientais e sociais, provando a sua importncia.

    Palavras-Chave: Belo Monte, impactos socioambientais, energia eltrica, transmisso.

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    6/59

    ABSTRACT

    It is true that Brasil seeks development and needs abundant and cheap electricity. The

    nearest hydroelectric plants of the great consumer centers are in exhaustion, which makes it

    necessary to search for new energy frontiers, in this case, in the north region. In this situation

    fits the Belo Monte Dam, a milestone in energy exploration in this region.

    The construction of the Belo Monte Hydroelectric Plant is shrouded in controversy

    since the first studies in the 70s. Environmental legislation and environmental awareness have

    changed a lot since then, imposing a series of changes to the initial project. These changes

    have made the project feasible from an environmental point of view, but with negativeimpacts on power generation, such as the reduction of firm energy.

    In the study of hydroelectric, published in 1980, contained two alternatives for the

    energy use of the river, one composed of six hydroelectric plants and other seven. Whatever

    the chosen alternative, there would be an extremely large flooded area, and due to pressure

    from environmentalists, only the Belo Monte was allowed to continue their studies.

    The objective of this study is to show the importance of Belo Monte to the Brazilian

    electrical system, establishing a power plant case study.The current project of Belo Monte is different from classic designs of hydroelectric

    plants and is divided into three sites, far between. The transmission of the power generated

    will be done through existing infrastructure and a line at 800 kV direct current, pioneering

    technology in Brasil. The low production cost of Belo Monte, and in general of hydroenergy,

    combined with security of supply make the attractive front design to other alternative sources,

    despite the environmental and social impacts, proving its importance.

    Keywords: Belo Monte, environmental impacts, electric power, transmission.

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    7/59

    SUMRIO

    1 INTRODUO.................................................................................................................................................11

    1.1 Motivao........................................................................................................................................................11

    1.2 Caracterizao do Problema........................................................................................................................11

    1.3 Objetivo..........................................................................................................................................................16

    1.4 Estruturao do Trabalho............................................................................................................................16

    1.5 Metodologia...................................................................................................................................................17

    2 GEOGRAFIA E HISTRICO DE PROJETOS DO RIO XINGU...........................................................18

    2.1 O Rio Xingu....................................................................................................................................................18

    2.2 Histrico de Projetos do rio Xingu...............................................................................................................20

    2.3 Histrico do Inventrio Hidreltrico............................................................................................................22

    3 DETALHAMENTO DO PROJETO ATUAL..............................................................................................27

    4 STIOS............................................................................................................................................................29

    4.1 Stio Pimental....................................................................................................... ...........................................29

    4.2 Stio Canais e Reservatrio Intermedirio..................................................................................................31

    4.3 Stio Belo Monte.............................................................................................................................................35

    5

    LEILO DE ESCOLHA DO CONSRCIO..............................................................................................386 TRANSMISSO E CONEXO AO SIN.....................................................................................................39

    6.1 Projeto do Sistema de Transmisso..............................................................................................................39

    6.2 Leilo do Sistema de Transmisso................................................................................................................41

    6.3 Contratos de Comercializao......................................................................................................................43

    7 IMPACTOS AMBIENTAIS E SOCIAIS.....................................................................................................45

    7.1 Condicionantes...............................................................................................................................................47

    8

    IMPACTO DAS MEDIDAS SOCIOAMBIENTAIS NA GERAO DE ENERGIAELTRICA.....................................................................................................................................................48

    9 VIABILIDADE TCNICA E ALTERNATIVAS AO PROJETO .............................................................49

    9.1 Custos de Gerao................................................................................................... .......................................50

    9.2 Confiabilidade no Fornecimento...................................................................................................................51

    9.3 Impactos Ambientais e Sociais................................................................................................ ......................54

    9.4 Comparao Entre Alternativas...................................................................................................................55

    CONCLUSES.....................................................................................................................................................56

    REFERNCIAS....................................................................................................................................................57

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    8/59

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 - Projeo de Carga do SIN........................................................................................12

    Figura 2 - Potencial Hidreltrico por Bacia..............................................................................13

    Figura 3Matriz de Energia Eltrica de Junho de 2009..........................................................15

    Figura 4Matriz de Energia Eltrica de Junho de 2014..........................................................15

    Figura 5Perfil do Rio Xingu..................................................................................................18

    Figura 6Hidrograma de Vazes do Rio Xingu......................................................................19

    Figura 7Encontro de Povos da Floresta................................................................................21

    Figura 8Perfil Longitudinal do Rio Xingu com seis barragens............................................23

    Figura 9Localizao do Empreendimento............................................................................28

    Figura 10Distncia entre stios de Belo Monte....................................................................28

    Figura 11Stios de Belo Monte.............................................................................................29

    Figura 12- Arranjo do Stio Pimental........................................................................................30

    Figura 13 - Casa de Fora Stio Pimental. ...............................................................................30

    Figura 14Concepo Artstica Stio Pimental.......................................................................31

    Figura 15Seo do Canal de Derivao................................................................................32

    Figura 16Arranjo do Canal de Derivao.............................................................................33

    Figura 17Seco do Canal concluda....................................................................................33

    Figura 18Reservatrio Intermedirio....................................................................................34Figura 19Velocidades do Fluxo............................................................................................34

    Figura 20Esquemtico da casa de fora principal............................ ....................................35

    Figura 21Tomada dgua do Stio Belo Monte....................................................................36

    Figura 22Vista Jusante do Canal de Derivao..................................................................37

    Figura 23Linha de Transmisso em Corrente Contnua.......................................................40

    Figura 24Contratos de comercializao firmados................................................................44

    Figura 25Fator de Capacidade de Hidreltricas Brasileiras..................................................53

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    9/59

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1Alternativa A do Inventrio Hidreltrico.................................................................24

    Tabela 2Alternativa B do Inventrio Hidreltrico.................................................................24

    Tabela 3Alternativa Babaquara-Karara...............................................................................26

    Tabela 4Babaquara Isolado...................................................................................................26

    Tabela 5Anlise entre Belo Monte e outras fontes energticas.............................................50

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    10/59

    LISTA DE ABREVIAES

    ACR Ambiente de Contratao Regulada

    ANEEL Agncia Nacional de Energia Eltrica

    BM&FBOVESPA Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de So Paulo

    BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Economico e Social

    CBDB Comit Brasileiro de Barragens

    CA Corrente Alternada

    CC Corrente Contnua

    CHESF Companhia Hidro Eltrica do So Francisco

    CNPE Conselho Nacional de Poltica Energtica

    CSN Companhia Siderrgica Nacional

    ELETRONORTE Centrais Eltricas do Norte do Brasil

    EPE Empresa de Pesquisa Energtica

    IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos NaturaisRenovveis

    IBRACON Instituto Brasileiro do Concreto

    LP Licena Prvia

    MME Ministrio de Minas e Energia

    PCH Pequena Central Hidreltrica

    RAP Receita Anual Permitida

    SIN Sistema Interligado Nacional

    UHE Usina Hidreltrica

    UNICAMP Universidade Estadual de Campinas

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    11/59

    11

    INTRODUO

    1.1 Motivao

    No final do ano de 2011, surgiu na mdia a veiculao de um vdeo, criado por um

    grupo de artistas e ativistas ambientais, contrrios construo da Usina Hidreltrica de Belo

    Monte. Tal grupo, denominado de Movimento Gota Dgua, utilizou neste vdeo argumentos

    que, a princpio me pareceram equivocados, e, instigado por tais afirmaes, resolvi me

    aprofundar no assunto.

    Dez dias aps a publicao do Movimento Gota Dgua, verifiquei que alunos docurso de Engenharia Civil da Unicamp criaram um vdeo de resposta, rebatendo ponto a ponto

    os questionamentos, de forma tcnica e sem apelar aspectos sentimentais. Tal ao dos

    estudantes me incentivou ainda mais a conhecer as caractersticas do empreendimento.

    Logo ao iniciar uma pesquisa, verifiquei que os argumentos utilizados pelo referido

    grupo eram absurdos, e que havia um nvel elevado de desinformao sobre o tema. Muitas

    pessoas questionavam o projeto sem nem mesmo ter o mnimo conhecimento tcnico da

    forma de operao de uma hidreltrica, e assim, propagavam informaes incorretas,

    prejudicando um assunto de interesse nacional.

    O projeto de diplomao uma oportunidade a mim ofertada de esclarecer alguns

    pontos sobre os quais ainda pairavam questionamentos, verificando se o empreendimento a

    melhor opo para a ampliao do parque gerador de energia eltrica.

    1.2Caracterizao do Problema

    Um dos requisitos bsicos de um pas que necessita se desenvolver a oferta de

    energia eltrica. Sem esse insumo bsico, qualquer pas est condenado estagnao, pois seu

    consumo tradicionalmente sempre crescente. Portanto, de interesse nacional que esta fonte

    de energia esteja sempre em expanso. Conforme dados do Plano Decenal de Expanso deEnergia (PDE) 2022, publicado pela Empresa de Pesquisa Energtica (EPE, 2013),

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    12/59

    12

    conforme figura 1, o crescimento mdio da demanda ser de 4,2 % ao ano at 2022.

    Figura 1: Projeo de Carga do SIN.

    Fonte: EPE (2013).

    Para maximizar a segurana no fornecimento e a reduo de custos, a fonte de gerao

    deve ter preferencialmente as seguintes caractersticas:

    - Deve ser abundante, pouco explorada e garantir fornecimento mdio num patamar razovel;

    - O custo de gerao deve ser baixo e o fornecimento de combustvel deve ser confivel;

    - A usina geradora deve ser localizada perto dos grandes centros consumidores.

    At algumas dcadas atrs, o tipo de gerao que cumpria risca as caractersticas

    citadas era a hidreltrica. As fontes tinham gerao a baixo custo e se localizavam

    principalmente nas regies Sudeste e Sul, perto dos grandes centros consumidores. Porm, j

    no h fontes abundantes perto dos grandes centros consumidores, o que obriga as entidades

    governamentais a buscar estes recursos em regies mais remotas do pas, sobretudo na regio

    Norte.

    Conforme o mapa 3.1, do 3 Atlas de Energia Eltrica do Brasil, produzido pela

    Agncia Nacional de Energia Eltrica (ANEEL, 2008), a bacia do rio Amazonas a que tem o

    menor percentual de aproveitamento de sua energia. Segundo o mesmo documento, quase a

    integralidade dos potenciais das regies Sul, Sudeste e Nordeste esto explorados. Ainda

    segundo este Atlas, o Brasil possui um potencial hidreltrico total de 260 GW, um dos cinco

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    13/59

    13

    maiores do mundo, e mais de 70% deste potencial se encontra nas bacias do Rio Amazonas e

    do Tocantins/Araguaia. Especificamente na bacia do Rio Amazonas, o potencial hidreltrico

    de 106 GW. Estes dados so suficientes para justificar o interesse nos rios do Norte.

    Figura 2: Potencial Hidreltrico por Bacia.

    Fonte: ANEEL (2008).

    O inventrio hidreltrico da regio Norte comeou a ser estudado a partir da dcada de

    1950. Em 1957 comearam os estudos para o aproveitamento hidreltrico do rio Tocantins, no

    Par. O objetivo era desenvolver a regio Amaznica, atraindo empresas de produo de

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    14/59

    14

    alumnio e de extrao de Bauxita, com os custos baixos da eletricidade contratada. Em 1974,

    j no perodo do regime militar, foi iniciada a construo da Usina de Tucuru, com

    capacidade projetada de 8.340 MW e rea alagada de 2.850 km, sendo at hoje a maior usina

    genuinamente brasileira em capacidade instalada. Anos depois, em 1985, iniciou-se a

    construo da Usina Hidreltrica de Balbina, no estado do Amazonas. Com capacidade de 250

    MW e rea alagada de 2.360 km, superior a da usina de Itaipu, considerada um desastre

    ambiental por produzir mais gases estufa, vindos da decomposio de matria orgnica do

    reservatrio, do que uma usina termeltrica de mesma capacidade. O objetivo da usina era

    abastecer Manaus e cidades vizinhas, j que at ano passado esta regio era isolada do SIN e

    dependia de fontes de gerao trmica. Outra usina que pode ser citada, e que foi iniciada na

    dcada de 80 a hidreltrica de Samuel, com 216 MW, responsvel pelo abastecimento dacapital Porto Velho, em Rondnia.

    Conforme Fleury (2013), at ento, no se questionavam impactos ambientais e

    sociais decorrentes da construo e dos reservatrios, situao est que mudou com a

    Resoluo 001, de 1986 do Conama. Essa resoluo instituiu a obrigatoriedade do Estudo de

    Impacto Ambiental para obras hidrulicas de explorao de recursos hdricos acima de 10

    MW.

    Devido s novas exigncias ambientais e, sobretudo ao racionamento de energia em

    2001, a matriz energtica foi diversificada, incorporando principalmente fontes de gerao

    trmica, de modo que no houvesse uma dependncia to grande do regime de chuvas. Desde

    ento, a participao da hidroeletricidade na matriz energtica vem caindo gradativamente.

    Conforme dados do Boletim de Monitoramento do Sistema Eltrico, divulgados pelo

    Ministrio de Minas e Energia (MME, 2009), em junho de 2009 ela representava 74,63 %,

    conforme figura 3, enquanto que em junho de 2014 (MME, 2014a), cinco anos depois, elacaiu para 69,2 %, como ilustrado na figura 4.

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    15/59

    15

    Figura 3: Matriz de Energia Eltrica de Junho de 2009.

    Fonte: MME (2009).

    Figura 4: Matriz de Energia Eltrica de Junho de 2014.

    Fonte: MME (2014a).

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    16/59

    16

    Apesar das mudanas na matriz energtica, a gerao hidreltrica continua sendo a

    fonte principal de gerao de energia. Com exceo de algumas usinas trmicas, as demais

    formas de gerao so consideradas complementares, atuando para manter o nvel dos

    reservatrios das hidreltricas e servindo de incentivo s fontes renovveis.

    Inserido neste contexto est a Usina Hidreltrica de Belo Monte, pois o smbolo das

    grandes usinas hidreltricas a serem construdas na bacia Amaznica, sendo at o momento

    possivelmente a mais polmica. Sua construo vem levantando a discusso sobre diversas

    questes sensveis, como o impacto sobre terras indgenas e sobre o meio ambiente.

    1.3 Objetivos

    Elaborar um estudo de caso da Usina Hidreltrica de Belo Monte e mostrar a

    importncia do empreendimento como um todo para o Sistema Eltrico Brasileiro, atravs de

    uma anlise tcnica comparativa com outras fontes energticas. O presente documento,tambm, objetiva mostrar o impacto de medidas ambientais e sociais na gerao de energia

    eltrica.

    1.4 Estruturao do Trabalho

    O Captulo 1 traz a motivao e os objetivos do trabalho, e insere o leitor no contexto

    histrico e atual do setor eltrico, bem como seus desafios.

    No Captulo 2 h uma breve descrio sobre as caractersticas do Rio Xingu, sobre os

    projetos desenvolvidos para o seu aproveitamento energtico e o Inventrio Hidreltrico do

    mesmo.

    As caractersticas do projeto atual esto descritas no Captulo 3.

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    17/59

    17

    No Captulo 4 so dadas as explicaes referentes a cada stio e ilustraes do

    andamento da construo.

    Os desdobramentos referentes ao leilo de escolha do consrcio e as tarifas obtidas somencionadas no Captulo 5.

    No Captulo 6 descrito o projeto do sistema de transmisso da energia de Belo

    Monte, bem como o leilo que definiu a empresa operadora e os contratos de comercializao

    da energia a ser gerada.

    Os impactos ambientais e sociais esto listados no Captulo 7, assim como as

    condicionantes determinadas pelo rgo ambiental.

    No Captulo 8 feita uma anlise de como as normas ambientais alteraram o projeto

    no decorrer do tempo e como isso impactou na gerao de energia.

    Uma anlise da viabilidade tcnica do empreendimento feita no Captulo 9, com uma

    comparao de Belo Monte com demais fontes energticas sobre os aspectos de custos de

    gerao, segurana no fornecimento e impactos socioambientais.

    Por fim, feita uma reflexo sobre a importncia da usina e qual o papel das demaisfontes na expanso do parque gerador de eletricidade brasileiro.

    1.5 Metodologia

    A metodologia utilizada na elaborao deste trabalho foi a da pesquisa documental,com base em relatrios oficiais, resolues, normativas e dissertaes. Alm das fontes

    citadas, foram utilizadas notcias, mapas e fotos das reas referentes ao estudo de caso.

    A anlise das alternativas feita com base em caractersticas quantitativas e

    qualitativas, sendo o resultado obtido de teor qualitativo.

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    18/59

    18

    2 GEOGRAFIA E HISTRICO DE PROJETOS DO RIO XINGU

    2.1 O Rio Xingu

    Conforme reviso dos Estudos de Inventrio Hidreltrico, divulgado pelo consrcio

    Norte Energia, o Xingu pertence rea de drenagem do rio Amazonas, entre a bacia

    hidrogrfica do rio Tapajs, a Oeste, e a bacia hidrogrfica do rio Tocantins, a Leste. Sua

    bacia abrange uma rea de cerca de 509.000 km.

    Sua nascente se localiza na cidade de Chapada dos Guimares, no Mato Grosso, perto

    da capital Cuiab. At se juntar ao rio Sete de Setembro, o rio chamado de Culuene, e os

    principais afluentes so os rios Suia-Miu, Liberdade, Fresco e Bacaj, pela margem direita, e

    Manaau-Miu, Iriri, Ronuro e Curu, pela margem esquerda.

    A altitude mdia do rio de 600 m, percorrendo o sentido Sul-Norte, at desembocar

    no rio Amazonas, com uma extenso total de cerca de 1.815 km. O rio possui baixas

    declividades na maioria de sua extenso, percorrendo plancies em trechos sinuosos. Entre aBR-080 e a cidade de Altamira, a declividade mdia passa para 0,15m/km, e aumenta para

    0,53m/km na regio da Volta Grande do rio Xingu, logo aps Altamira.

    Figura 5: Perfil do Rio Xingu.

    Fonte: Eletrobrs (2007).

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    19/59

    19

    O Rio Xingu tem uma vazo muito varivel ao longo do ano. Entre Dezembro e

    Maro ocorre o perodo de cheia, poca na qual a vazo do rio pode ultrapassar 20.000 m/s.

    Entretanto, no restante do ano o rio passa pelo perodo de seca, com vazes da casa de 1.000

    m/s.

    Figura 6: Hidrograma de Vazes do Rio Xingu.

    Fonte: IBRACON (2011).

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    20/59

    20

    2.2 Histrico dos Projetos do Rio Xingu

    Conforme Fleury (2013), o estudo do potencial energtico comeou oficialmente a ser

    realizado em 1975, levando cinco anos para ser concludo. Este estudo, no entanto, levou a

    solues que alagavam grandes pores de terra ou que obrigavam a construo da barragem

    em regies de solo frgil, o que encareceria em muito o projeto. O alagamento de reas

    indgenas no era visto como uma restrio at ento. No final da dcada de 80 foi

    apresentado um novo projeto, que poupava algumas reas indgenas, mas provocava um

    alagamento de at 1.500 km. Mesmo reduzindo o impacto em terras indgenas, houve um

    grande clamor pblico contrrio ao projeto, que contou at com o apoio do cantor britnicoSting.

    O episdio mais icnico aconteceu durante o Encontro de Povos da Floresta, em

    Altamira, no Par. Para representar o governo, foi convocado o engenheiro Jos Antnio

    Muniz Lopes, na poca diretor da Eletronorte, que no evento explicitou a troca do nome da

    usina para Belo Monte. Pelo fato de Karara ser um grito de guerra da tribo Kayap, batizar a

    usina com este nome poderia ser considerado uma provocao para com os indgenas.

    Durante o encontro, a ndia Tura, da tribo Kayap, encostou a lmina do faco no rosto de

    Lopes como sinal de advertncia e descontentamento. A cena foi destaque em diversos meios

    de comunicao mundo afora e ficou marcada na histria do projeto, e est reproduzida na

    figura 7.

    Para evitar que aldeias indgenas fossem alagadas, apareceu a idia de utilizar um

    canal, ligando uma barragem secundria outra principal. Assim o reservatrio poderia se

    formar em uma regio onde no houvesse conflitos de interesse.

    At o incio da dcada de 90, no houve evoluo no projeto da usina, sobretudo

    devido restries oramentrias. Em 1992, o engenheiro John Cadman teve a ideia de

    construir o canal em uma nova regio, sem solo frgil. A ideia surgiu por acidente, depois que

    um desenhista da Eletrobrs ilustrou incorretamente a localizao do canal. Novamente

    devido restries oramentrias, o projeto ficou esquecido at 2001, ano em que ocorreu a

    Crise do abastecimento de energia. Com a eleio do Presidente Lus Incio Lula da Silva, o

    projeto deslanchou, mas ainda contava com resistncias.

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    21/59

    21

    Figura 7: Encontro de Povos da Floresta.

    Fonte: Dirio do Verde (2011).

    Em 2008, o episdio do faco se repetiu durante uma audincia pblica, com o

    engenheiro da Eletronorte, Paulo Resende, sendo atingido por um golpe do artefato no brao.

    Neste mesmo ano, aps tantas modificaes, o projeto foi aprovado pelo Conselho Nacional

    de Poltica Energtica (CNPE), porm com a condio de que esta seria a nica usina

    hidreltrica do rio Xingu, contrastando com seis ou sete usinas pensadas inicialmente.

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    22/59

    22

    2.3 Histrico do Inventrio Hidreltrico

    O Inventrio hidreltrico da bacia do rio Xingu, iniciado em 1975 e publicado em

    janeiro de 1980, tinha como objetivos, de acordo com os dados de sua reviso, divulgada pela

    Eletrobrs em 2007:

    - Avaliar o potencial hidreltrico da bacia;

    - Planejar com antecedncia sua utilizao na expanso do sistema eltrico Brasileiro;

    - Determinar formas de diviso da queda, selecionando a quantidade de barragens e suas

    localizaes;

    - Selecionar parcelas do aproveitamento em que houvesse viabilidade tcnica, econmica e

    financeira, e assim pudesse ser aproveitada no curto prazo.

    Como em torno da bacia do rio Xingu as condies tcnicas de construo eram muito

    restritivas, e no havia centros locais consumidores de energia, no foram considerados

    potenciais abaixo de 200 MW.

    Os estudos buscaram minimizar alguns impactos socioambientais, dentre os principais:

    - Evitar interferncias nas diversas reas indgenas ao longo do rio Xingu;

    - Impedir alagamento em regies onde houvesse potencial de minerao;

    - Poupar a cidade de Altamira e as rodovias federais j construdas.

    Utilizando estes requisitos, foram selecionados, atravs de sobrevo, 47 locais para

    instalao barragens, e atravs de estudos mais aprofundados, as opes foram sendo

    reduzidas gradativamente. Devido ao desnvel acentuado e a grande vazo na Volta Grande do

    rio Xingu, foi definido que as barragens deveriam aproveitar este potencial. Foram, ento,

    determinadas duas alternativas de aproveitamento, cada uma composta de seis ou sete

    barragens:

    - Alternativa A: Barragens de Karara, Babaquara, Iriri, Kokraimoro, Ipixuna e Jarina;

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    23/59

    23

    - Alternativa B: Barragens de Karara, Babaquara, Carajari, Carajs, Iriri, Kayapo e

    Gorotire.

    Em ambos os casos, a usina de Karara foi considerada como a barragem principal, ade maior capacidade nominal e a ltima no curso do rio Xingu. A funo principal das demais

    barragens era regularizar a vazo do rio e manter a gerao de Karara em nveis elevados

    durante o ano todo.

    A figura 8 esboa o perfil longitudinal do rio Xingu, com as seis barragens projetadas,

    caso referente alternativa A.

    Figura 8: Perfil Longitudinal do Rio Xingu com seis barragens.

    Fonte: Sev Filho(2005).

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    24/59

    24

    Na tabelas 1 e 2 so listadas algumas caractersticas tcnicas, como o volume de

    materiais utilizados e a potencia gerada, alm do custo de gerao por MWh, em dlares.

    Cabe lembrar que estes valores foram determinados no final da dcada de 70, quando a

    cotao do dlar era de Cr$ 21,21. Nas tabelas UHE significa Usina Hidreltrica.

    Tabela 1: Alternativa A do Inventrio Hidreltrico.

    ALTERNATIVA A

    UHE Potncia Instalada Energia Firme US$/MWh Aterro Custo Total rea alagada

    (MW) (MWmed) (m) (US$ 10 ) (km)

    Iriri 910 380 43 8.576 1.283 4.060

    Jarina 559 240 69 3.520 1.320 1.900

    Kokraimoro 1940 820 29 7.966 2.040 1.770

    Ipixuna 2312 1.050 28 7.835 2.347 3.270

    Babaquara 6274 3.050 21 177.578 4.932 6.140

    Karara 8380 3.960 14 29.815 4.372 1.160

    Total 20.375 9.500 16.294 18.300

    Fonte: Eletrobrs, 2007.

    Tabela 2: Alternativa B do Inventrio Hidreltrico.

    ALTERNATIVA B

    UHE Potncia Instalada Energia Firme US$/MWh Aterro Custo Total rea alagada

    (MW) (MWmed) (m) (US$ 10 ) (km)

    Iriri 910 380 43 8.576 1.283 4.060

    Carajari 669 285 59 81.749 1.325 1.380

    Gorotire 1.542 640 46 18.116 2.343 3.180

    Kayapo 2.514 1.160 32 54.246 2.903 2.370

    Carajs 1.702 805 33 13.777 2.093 2.060

    Babaquara 5.271 2.560 20 104.034 4.089 3.940

    Karara 8.009 3.970 13 29.891 4.238 1.160

    Total 20.617 9.800 18.274 18.150

    Fonte: Eletrobrs, 2007.

    Naquele momento, optou-se por no definir nenhuma alternativa entre A e B devido ao

    alto volume de aterro necessrio para os diques de Babaquara, especialmente na alternativa A.

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    25/59

    25

    O grau de complexidade destes diques era alto e julgou-se necessrios maiores estudos

    nessa questo para que tomasse uma deciso.

    Com base na tabela 1, verifica-se que o custo total de implantao da alternativa A, emjaneiro de 1979, era de US$ 16,3 bilhes de dlares. Somando a potncia das seis unidades

    individuais, chegamos a um valor mximo de 20.375 MW, e com uma potncia mdia,

    considerando os regimes pluviomtricos da regio, tambm chamada de energia firme, de

    9.500 MWmed. Ainda nesta tabela, constata-se que a rea inundada total seria equivalente a

    colossais 18.300 km.

    De forma semelhante, verificando os dados da tabela 2, verifica-se que o custo de

    implantao seria de US$ 18,3 bilhes de dlares, em valores de janeiro de 1979, produzindouma potncia mxima de 20.617 MW, e uma energia firme de 9.800 MWmed. A rea total a

    ser inundada seria de 18.150 km.

    Analisando as duas alternativas, pode-se chegar concluso que a alternativa B

    exigiria um investimento maior, porm com mais gerao firme e maior potncia mxima,

    alm de alagar uma rea menor. Alm disso, os valores mximos e mnimos de custo de

    produo da alternativa B seriam menores dos que os da alternativa A. O fator de mrito

    atribudo s alternativas a maior gerao firme de energia aliada a uma menor rea alagada.

    Impossvel no se impressionar com os montantes de recursos, sobretudo financeiros,

    que seriam necessrios para a construo do complexo hidreltrico. A rea inundada total,

    independente das alternativas que fosse escolhida, seria maior que 18.000 km, quase a

    mesma rea de alguns pases como o Kuwait, a Eslovnia e El Salvador. Atualmente, tais

    inundaes de rea seriam absolutamente impraticveis, sobretudo no ponto de vista

    econmico e ambiental.

    Alm das duas alternativas de aproveitamento da cascata completa, foram estudadas

    na dcada de 1970 outras duas alternativas: Uma delas composta pela usina de Karara e

    Babaquara e outra somente por Babaquara. Esse cenrio foi definido pelo fato das duas

    futuras hidreltricas possurem as maiores capacidades de gerao, tanto que foram as

    primeiras a terem seus estudos aprofundados. Os cenrios levantados no incluam efeitos dos

    reservatrios a montante.Conforme os estudos divulgados no Plano Nacional de Energia

    Eltrica 1987/2010, Karara seria a melhor opo para a integrao das usinas do Rio Xinguao SIN. At ento, os estudos de Babaquara tinha a prioridade.

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    26/59

    26

    A tabela 3 mostra algumas caractersticas tcnicas e econmicas da alternativa

    Babaquara-Karara. Na tabela 4 foi realizada a simulao considerando a utilizao somente

    de Babaquara, de forma isolada das demais barragens.

    Tabela 3: Alternativa Babaquara-Karara.

    COMPLEXO

    UHE Potncia Instalada Energia Firme US$/MWh AterroCustoTotal

    rea alagada

    (MW) (MWmed) (m) (US$ 10 ) (km)

    Alternativa A

    Babaquara 6.274 2.620 24 177.578 4.932 6.140Karara 8.381 4.060 14 29.815 4.372 1.160

    Alternativa B

    Babaquara 4792 1.850 27 104.034 4.009 3.940

    Karara 6965 6.965 15 19.318 4.045 1.160

    Fonte: Eletrobrs, 2007.

    Tabela 4: Babaquara Isolado

    BABAQUARA ISOLADO

    Alternativa Potncia Instalada Energia Firme US$/MWh Aterro Custo Total rea alagada

    (MW) (MWmed) (m) (US$ 10 ) (km)

    A 6.274 2.876 22 177.578 4.932 6.140

    B 4.792 2.062 25 104.034 4.009 3.940

    Fonte: Eletrobrs, 2007.

    Analisando as tabelas 3 e 4, verifica-se que a alternativa A, tanto no complexo quanto

    em Babaquara isolada, representa uma capacidade de gerao maior, porm com uma rea

    alagada maior.

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    27/59

    27

    3 DETALHAMENTO DO PROJETO ATUAL

    Em uma usina hidreltrica tradicional, esto localizados em um mesmo local a

    barragem, a casa de fora e o vertedouro, formando um grande reservatrio. Este no o caso

    da Usina de Belo Monte, que possui obras em trs locais diferentes, denominados stios,

    distantes entre si, conforme ilustrado na figura 10. Outra mudana em relao aos projetos

    tradicionais a forma de operao, que ser a fio dgua, ou seja, com um pequeno

    reservatrio. Isto se deve as caractersticas do local e as exigncias scio-ambientais citadas

    anteriormente e tratadas nos captulos posteriores deste trabalho.

    Conforme Ibracon (2011), a usina hidreltrica utilizar o potencial hidrulico do rio

    Xingu e ter uma capacidade de gerao de 11.233,1 MW, atravs de duas casas de fora, a

    principal e a complementar:

    - Casa de fora principal: Se situar no Stio Belo Monte. Conta com 18 turbinas do tipo

    Francis de 611,1 MW, totalizando 11.000 MW. A energia firme, que a capacidade de gerao

    mdia de gerao de energia, ser de 4.418,9 MW.

    - Casa de fora complementar: Na casa de fora complementar sero instaladas 6 turbinas do

    tipo Bulbo com 38,8 MW cada, totalizando 233,1 MW. A energia firme ser de 152,1 MW.

    O nvel mximo operacional ser de 97,0 m, o que atualmente corresponde ao nvel do

    rio Xingu na poca de cheias. A rea alagada total ser de 516 km, j incluindo a calha atual

    do Rio Xingu, que representa 42% desse valor, conforme o Relatrio de Impacto Ambiental

    (ELETROBRAS, 2009).

    A figura 9 ilustra a localizao do empreendimento, que abrange as cidades de

    Altamira, Vitria do Xingu e Brasil Novo. Vrios destes locais possuam ou ainda possuem

    um acesso muito limitado, sendo necessria a construo de estradas e a utilizao de balsas.

    O transporte de componentes das unidades geradoras o que enfrenta o maior desafio, pois

    cada parte possui um peso muito grande, muitas vezes superior a 100 toneladas.

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    28/59

    28

    Figura 9: Localizao do Empreendimento.

    Fonte: CBDB (2014).

    Figura 10: Distncia entre stios de Belo Monte.

    Fonte: IBRACON (2011).

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    29/59

    29

    4 STIOS

    Figura 11: Stios de Belo Monte.

    Fonte: CBDB (2014).

    4.1 Stio Pimental

    no Stio Pimental em que esto sendo construdos a casa de fora complementar e overtedouro, alm de outras obras auxiliares, como o sistema de transposio de peixes e de

    embarcaes. A represa do Stio Pimental tem como objetivo principal reter o fluxo do rio,

    deslocando a maior parte do volume de gua para o Canal de Derivao. A barragem do stio

    ter altura mxima de 36 m e comprimento de 6.700 m. Um esboo representativo deste stio

    pode ser visto na figura 12.

    O Vertedouro ter 18 vos e a sua vazo mxima ser de 62.000 m/s, projetado de

    acordo com estudos de vazo de cheias decamilenar.

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    30/59

    30

    Figura 12: Arranjo do Stio Pimental.

    Fonte: IBRACON (2011).

    A Sequncia e o local de construo podem ser vistos na figura 13.

    Figura 13: Casa de Fora Stio Pimental.

    Fonte: CBDB (2014).

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    31/59

    31

    Na figura 14 h uma projeo, com base em foto no decorrer da construo, de como

    ser o stio Pimental quando concludo.

    Figura 14: Concepo Artstica Stio Pimental.

    Fonte: CBDB (2014).

    4.2 Stio Canais e Reservatrio Intermedirio

    No Stio Canais, est sendo construdo o canal de derivao, responsvel por escoar a

    gua represada no Stio Pimental ao Reservatrio Intermedirio. Ser necessria uma srie de

    obras de escavao e de britagem, maior do que a utilizada no canal do Panam, para

    construir a passagem de 20,2 km de comprimento. O canal ter, na maior parte, 360 m de

    largura na superfcie e 200 m no leito, com uma profundidade de at 25 m, conforme figura

    15. Na figura 16 ilustrado o arranjo do canal, e na figura 17, uma seco do mesmo j

    concludo.

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    32/59

    32

    Figura 15: Seo do Canal de Derivao.

    Fonte: IBRACON (2011).

    Inicialmente, era previsto que houvesse dois canais de derivao, mas em 2009 foi

    alterado para somente um, levando em considerao a relao custo-benefcio.

    Era projetado que parte do canal de derivao seria construdo em concreto armado,

    mas foi substitudo pelo enrocamento, que composto por blocos de rochas compactados.

    Essa modificao foi feita para economia de recursos financeiros. Porm, o enrocamento temuma perda de carga maior do que o concreto, o que foi compensado pelo rendimento acima do

    projetado das unidades geradoras encomendadas.

    De fato, o nico reservatrio a ser criado no empreendimento o reservatrio

    intermedirio, j que o restante desta reserva faz parte das delimitaes atuais do Rio Xingu

    durante perodos de cheia. O reservatrio intermedirio ser construdo a partir de 27 diques,

    com um volume total de aterro de 26 milhes de metros cbicos.

    Para evitar perdas de carga excessivas ao conduzir a vazo ao longo do reservatrio

    intermedirio, sero construdos canais de transposio em locais onde naturalmente a vazo

    se afunilaria, j que o formato deste lago definido em sua maior parte pela topologia do

    terreno. A figura 19, obtida por simulaes computacionais, torna facilmente visveis os

    pontos nos quais h uma perda de carga excessiva e necessrio um canal de transposio.

    Cores com tons mais vermelhos representam pontos onde h mais perda de carga. A figura 19

    complementar a figura 18, representando os pontos onde esto sendo construdos os canais

    de transposio.

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    33/59

    33

    Figura 16: Arranjo do Canal de Derivao.

    Fonte: IBRACON (2011).

    Figura 17: Seco do Canal concluda.

    Fonte: CBDB (2014).

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    34/59

    34

    Figura 18: Reservatrio Intermedirio.

    Fonte: CBDB (2014).

    Figura 19: Velocidades do Fluxo.

    Fonte: CBDB (2014).

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    35/59

    35

    4.3 Stio Belo Monte

    no stio Belo Monte que ser montada a casa de fora principal, abrigando 18

    turbinas do tipo Francis, conforme esquemtico da figura 20.

    Figura 20: Esquemtico da Casa de fora principal.

    Fonte: IBRACON (2011).

    A casa de fora principal ser formada por vrios andares, abrigando a rea de

    Montagem, o Edifcio de Comando e a galeria da Subestao e Manobra, que ser isolada em

    Hexafluoreto de Enxofre. A tenso de sada desta casa de fora ser de 500 kV.

    A casa de fora est sendo escavada diretamente na rocha, como pode ser visto na

    figura 21. Uma seta vermelha indica por onde passar o fluxo de gua futuramente.

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    36/59

    36

    Figura 21: Tomada dgua do Stio Belo Monte.

    Fonte: CBDB (2014).

    Na figura 22, pode ser vista uma ilustrao de como ser a vista jusante do canal de

    derivao.

    A gua, aps passar pela casa de fora, ser devolvida ao Rio Xingu por um canal de

    1.150m de comprimento e largura entre 400m e 660m.

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    37/59

    37

    Figura 22: Vista Jusante do Canal de Derivao.

    Fonte: IBRACON (2011).

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    38/59

    38

    5 LEILO DE ESCOLHA DO CONSRCIO CONSTRUTOR

    Conforme o site de notcias G1 (2014), com o objetivo de participar do leilo, foi

    formado o consrcio Belo Monte Energia, formado por Andrade Gutierrez, Furnas, Vale,

    Eletrosul, Neoenergia e Companhia Brasileira de Alumnio. Outras empresas que possuam

    unidades produtivas no Par, como a Gerdau, Companhia Sidergica Nacional (CSN) e Alcoa

    tambm haviam manifestado interesse de participar em algum consrcio, mas desistiram antes

    do leilo. At ento, este seria o nico consrcio do empreendimento, fato este que deixou

    insatisfeito o governo federal, j que o critrio de escolha seria o de menor valor por MWh

    gerado. De forma a aumentar a concorrncia, foi ento formado o consrcio Norte Energia,predominantemente estatal, com a participao da Eletronorte, Chesf, Queiroz Galvo, Gaia

    Energia, Serveng, J Malucelli Construtora, Contern Construes, Cetenco Engenharia e

    Galvo Engenharia.

    O leilo para definir o consrcio responsvel pela construo foi realizado em 20 de

    Abril de 2010, aps uma enxurrada de liminares e suspenses judiciais, inclusive no dia da

    realizao. O valor mximo estipulado foi de R$ 83,00 por MWh. O consrcio Norte Energia

    sagrou-se vencedor do leilo aps oferecer um desconto de 6,02% em relao ao preo

    mximo, com um lance de R$ 77,97 por MWh. O consrcio Belo Monte ofereceu apenas 4%

    de desconto sobre o valor mximo.

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    39/59

    39

    6 TRANSMISSO E CONEXO AO SIN

    6.1 Projeto do Sistema de Transmisso

    A energia produzida pela usina de Belo Monte inicialmente ser escoada atravs das

    linhas de transmisso j existentes, que conectam a regio norte ao Sistema Interligado

    Nacional, e tambm pelo linho Tucuru-Macap-Manaus, inaugurado parcialmente a alguns

    meses e que interliga ao SIN algumas capitais da regio, antes dependentes exclusivamente

    de gerao local. At antes do incio de 2018, quando previsto para entrar em operao a 13

    turbina de Belo Monte, a transmisso ser realizada utilizando a infra-estrutura existente. No

    momento da ligao desta turbina, esperado que a linha de transmisso de Xingu - Estreito

    esteja finalizada e em operao, e que seja prioritariamente utilizada para levar energia s

    regies Sudeste e Sul do pas.

    A linha de transmisso interligar a subestao de Xingu, a 15 km da usina de Belo

    Monte com a subestao de Estreito, em Minas Gerais, percorrendo um total aproximado de2.096 km, passando pelos estados do Par, Tocantins, Gois e Minas Gerais. A linha ter

    capacidade de 4.000 MW. Ela ser de Ultra Alta Tenso de 800 kV, em corrente contnua

    (CC), e contar com duas estaes conversoras:

    - Estao Conversora CA/CC, 800 kV, 4000 MW junto a Subestao Xingu;

    - Estao Conversora CA/CC, 800 kV, 3850 MW, junto a Subestao Estreito.

    Esta ser a maior tenso j utilizada para transmisso no Brasil, superando a linha deItaipu de 765 kV em corrente alternada (CA). Esse sistema s utilizado comercialmente at

    o momento na China pela companhia State Grid. A utilizao deste elevado nvel de tenso e

    do sistema de transmisso em corrente contnua tem como objetivo reduzir as perdas

    decorrentes do transporte da energia. A utilizao da corrente contnua traz algumas vantagens

    se comparado s tradicionais redes de transmisso alternada:

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    40/59

    40

    - Custo de instalao menor das torres;

    - Sem gerao de interferncias e rudo;

    - No existe necessidade de compensao reativa.

    Apesar de suas vantagens, alguns aspectos desfavorveis no permitem que estas

    linhas sejam usadas em larga escala. Entre eles esto:

    - Alto custo das subestaes retificadoras;

    - Poucos fornecedores;

    - Harmnicos;

    - Perdas no processo de converso.

    Apesar das grandes vantagens tcnicas, as linhas de transmisso em corrente contnua

    so mais utilizadas para linhas de grande extenso, superiores a 1.000 km, porque o custo das

    subestaes conversoras se tornaria invivel frente a seus benefcios para linhas curtas. Em

    outras palavras, o que se economizaria na construo da linha no seria o suficiente para

    implantar uma subestao conversora. Tambm devido ao alto custo das conversoras, aslinhas de transmisso em corrente contnua dificultam que cidades pequenas e mdias ao

    longo dela sejam futuramente conectadas a mesma, atravs de subestaes intermedirias.

    Figura 23: Linha de Transmisso em Corrente Contnua.

    Fonte:G1 (2014).

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    41/59

    41

    Em ambas as subestaes conversoras, a tenso em corrente alternada ser de 500 kV.

    A linha ser de bipolo simples, com um nico circuito compostos por dois cabos. Um dos

    cabos pra-raios ser do tipo Optical Ground Wire(OPGW), com fibra ptica em seu interior,

    como tem sido usado nos ltimos anos para todas as linhas de transmisso

    A construo da linha de transmisso demandar a construo entorno de 4.500 torres,

    a um custo estimado de R$ 5,1 bilhes de reais.

    6.2 Leilo do Sistema de Transmisso

    Em outubro de 2013, conforme G1 (2014), foi lanado pela ANEEL o edital 011/2013,

    referente a linha de transmisso Xingu-Estreito. O consrcio ser responsvel pela construo,

    operao e manuteno da linha por um perodo de 30 anos a partir da assinatura do contrato

    de concesso. Pelas regras do leilo, o ganhador aquele que oferece a menor proposta de

    receita anual permitida, ou seja, aquele que construir e disponibilizar a linha de transmisso

    pelo menor aluguel, seguindo padres rgidos de disponibilidade.

    A empresa vencedora tambm responsvel por todo o aparato e instalaes

    necessrias s funes de medio, superviso, proteo, comando, controle,

    telecomunicao, administrao e apoio.

    O leilo foi marcado e realizado no dia 7 de fevereiro de 2014, no edifcio da Bolsa de

    Valores, Mercadorias e Futuros de So Paulo(BM&FBOVESPA). Conforme definido pelo

    edital, a disputa seria formada inicialmente por lote nico, composto pelos lotes A e B. O lote

    A correspondia s seguintes instalaes:

    - Estao Conversora CA/CC junto Subestao Xingu;

    - Estao Conversora CC/CA junto Subestao Estreito;

    - Equipamentos necessrios ao funcionamento da conversora, como bancos de

    transformadores conversores, equipamentos de compensao reativa, filtros de harmnicas,

    barramentos e demais instalaes necessrias.

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    42/59

    42

    Quanto ao lote B, correspondiam as seguintes instalaes:

    - Linha de transmisso em corrente contnua com tenso de 800 kV, com incio na

    subestao Xingu e trmino na subestao Estreito, cabo pra-raios em fibra-ptica e demaisinstalaes necessrias para cumprir todos os requisitos.

    O prazo de entrada em operao comercial do lote A de 46 meses, enquanto que para

    o lote B esse prazo de 44 meses. Para o lote nico AB, esse prazo tambm de 44 meses a

    partir da data de assinatura do contrato de concesso.

    Se no houvesse interessados com propostas vlidas para arrematar o lote nico, os

    dois lotes seriam ofertados separadamente. Foi considerado como limite o valor de R$ 701

    milhes de reais para a Receita Anual Permitida (RAP).

    Concorreram ao leilo os seguintes trs consrcios:

    - Abengoa Construo Brasil Ltda;

    - BMTE, formado pelas empresas Taesa, do grupo CEMIG e Alupar Investimentos S.A;

    - IE Belo Monte, formado pela chinesa State Grid, Furnas e Eletronorte.

    O vencedor do leilo foi o consrcio IE Belo Monte, oferecendo uma Receita Anual

    Permitida 38% menor que o teto estipulado pelo edital, no valor de R$ 434.647.038,00. No

    foi necessrio leiloar cada lote separadamente. As empresas Furnas e Eletronorte so estatais,

    assim como a chinesa State Grid. A proposta foi considerada agressiva pelo mercado e

    comemorada pela ANEEL. Cerca da metade do valor do empreendimento ser financiado pelo

    Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES). Somente emequipamentos sero gastos cerca de R$ 2 bilhes de reais, atravs de contrato firmado pelo

    consrcio com a Siemens.

    Certamente contribuiu para o grande desgio a experincia da estatal chinesa State

    Grid, que j opera algumas linhas com a mesma tecnologia. A empresa chegou ao Brasil em

    2010, adquirindo companhias nacionais de transmisso de energia.

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    43/59

    43

    6.3 Contratos de Comercializao

    Dos contratos de comercializao firmados, 70% sero por meio do Ambiente de

    Contratao Regulada (ACR), 20% para o Mercado Livre e 10% para Autoproduo, j

    que conglomerados industriais, como a Vale entraram no consrcio Norte Energia depois

    de realizado o leilo.

    Na figura 24 so citadas as companhias e estados da federao que firmaram contratos

    com Belo Monte, bem como o percentual a que cada uma ter direito na produo da

    hidreltrica.

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    44/59

    44

    Figura 24: Contratos de comercializao firmados.

    Fonte: Norte Energia (2014).

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    45/59

    45

    7 IMPACTOS AMBIENTAIS E SOCIAIS

    De acordo com o relatrio de impacto ambiental, encomendado pela

    Eletrobrs, existe uma srie de impactos gerados pela construo da usina de Belo

    Monte. Estes podem ser tanto positivos quanto negativos. Neste documento so

    citados os seguintes:

    Gerao de expectativas quanto ao futuro da populao local e da regio;

    Gerao de expectativas na populao indgena;

    Aumento da populao e da ocupao desordenada do solo;

    Aumento da presso sobre as terras e reas indgenas;

    Aumento das necessidades por mercadorias e servios, da oferta de trabalho e maior

    movimentao da economia;

    Perda de imveis e benfeitoras com transferncia da populao na rea rural e perda de

    atividades produtivas; Perda de imveis e benfeitoras com transferncia da Populao na rea urbana e perda

    de atividades produtivas;

    Melhorias dos acessos;

    Mudanas na paisagem, causadas pela instalao da infraestrutura de apoio e das obras

    principais;

    Perda de vegetao e de ambientes naturais com mudanas na fauna, causada pela

    instalao da infra-estrutura de apoio e obras principais; Aumento do barulho e da poeira com incmodo da populao e da fauna, causado pela

    instalao da infraestrutura de apoio e das obras principais;

    Mudanas no escoamento e na qualidade da gua nos igaraps do trecho do

    reservatrio dos canais, com mudanas nos peixes;

    Alteraes nas condies de acesso pelo Rio Xingu das comunidades Indgenas

    Altamira, causadas pelas obras no Stio Pimental;

    Alterao da qualidade da gua do Rio Xingu prximo ao Stio Pimental e perda defonte de renda e sustento para as populaes indgenas;

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    46/59

    46

    Danos ao patrimnio arqueolgico;

    Interrupo temporria do escoamento da gua no canal da margem esquerda do

    Xingu, no trecho entre a barragem principal e o ncleo de referncia rural So Pedro

    durante sete meses;

    Perda de postos de trabalho e renda, causada pela desmobilizao de mo de obra;

    Retirada de vegetao, com perda de ambientes naturais e recursos extrativistas,

    causada pela formao dos reservatrios;

    Mudanas na paisagem e perda de praias e reas de lazer, causada pela formao dos

    reservatrios;

    Inundao permanente dos abrigos da Gravura e Assurini e danos ao patrimnio

    arqueolgico, causada pela formao dos reservatrios;

    Perda de jazidas de argila devido formao do reservatrio do Xingu;

    Mudanas nas espcies de peixes e no tipo de pesca, causada pela formao dos

    reservatrios;

    Alterao na qualidade das guas dos igaraps de Altamira e no reservatrio dos

    canais, causada pela formao dos reservatrios;

    Interrupo de acessos virios pela formao do reservatrio dos canais;

    Interrupo de acessos na cidade de Altamira, causada pela formao do Reservatriodo Xingu;

    Mudanas nas condies de navegao, causada pela formao dos reservatrios;

    Aumento da quantidade de energia a ser disponibilizada para oSistema Interligado

    NacionalSIN;

    Dinamizao da economia regional;

    Interrupo da navegao no trecho de vazo reduzida nos perodos de seca;

    Perda de ambientes para reproduo, alimentao e abrigo de peixes e outros animaisno trecho de vazo reduzida;

    Formao de poas, mudanas na qualidade das guas e criao de ambientes para

    mosquitos que transmitem doenas no trecho de vazo reduzida;

    Prejuzos para a pesca e para outras fontes de renda e sustento no trecho de vazo

    reduzida.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_Interligado_Nacionalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_Interligado_Nacionalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_Interligado_Nacionalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_Interligado_Nacional
  • 7/25/2019 000971079.pdf

    47/59

    47

    7.1 Condicionantes

    Aps a anlise do projeto e dos impactos ambientais, o IBAMA concedeu a licenaprvia (LP) nmero 342/2010, conforme IBAMA (2010), que autorizou a realizao do leilo

    da Usina. Esta licena certificou que existe viabilidade do empreendimento do ponto de vista

    ambiental. Contudo, a liberao da licena ficou condicionada ao cumprimento de 40

    condies, denominadas de condicionantes. Elas abrangem temas como fauna, saneamento

    bsico, populaes atingidas e mitigao de impactos ambientais e sociais. Entre as

    condicionantes, destacam-se as seguintes:

    - Realizao de estudos e monitoramento dos impactos na qualidade da gua, vegetao,pesca e modo de vida da populao da Volta Grande;

    - Construo e reforma da infraestrutura de escolas e hospitais de Altamira e Vitria do

    Xingu, que sero necessrios devido ao aumento previsto da populao;

    - Implantao de saneamento bsico e tratamento de esgoto em Altamira e Vitria do Xingu;

    - Adoo de medidas que permitam a navegao durante a construo e operao da Usina,

    em quase toda a extenso do curso atual do rio Xingu.

    Houve uma intensa guerra judicial, sobretudo com a Justia Federal e a Justia do

    estado do Par, mas tambm com o Ministrio Pblico Federal, que alega que as obras de

    compensao s comunidades e ao meio ambiente no esto sendo cumpridas. Tambm foi

    alegado que a construo da usina vem trazendo diversos problemas sociais, como o aumento

    da criminalidade e do consumo de drogas.

    A licena de instalao, que permitiu o incio das obras, foi liberada em meados dejunho de 2011.

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    48/59

    48

    8 IMPACTO DAS MEDIDAS SOCIOAMBIENTAIS NA GERAO DE ENERGIA

    ELTRICA

    Com as mudanas das normas ambientais no decorrer das dcadas, o projeto da usina

    de Belo Monte e, de forma mais abrangente, das demais usinas do Rio Xingu, teve de passar

    por mudanas. O prprio licenciamento de Belo Monte j eliminou a existncia dos outros

    empreendimentos, em decorrncia da normativa do CNPE. A existncia das demais usinas e

    seus reservatrios, sobretudo de Babaquara, tornariam mais regular a vazo do Rio Xingu e

    aumentariam consideravelmente a energia firme de Belo Monte.

    Com a necessidade da utilizao de um canal de derivao, o projeto ganhou

    complexidade, j que no existia mais o modelo usual de uma hidreltrica, composto de

    somente uma barragem. Esta mudana aumentou em muito o investimento necessrio, assim

    como ocasionou perda de carga devido passagem da gua pelo canal.

    Com a ideia do canal de derivao, surgiu outro problema: parte do rio jusante, ou

    seja, rio abaixo, seria totalmente obstrudo pela barragem auxiliar e todos os seres que por ali

    vivam seria afetados. Por isto, foi necessrio permitir que parte da vazo prosseguisse peloleito natural do Rio Xingu, o que conhecido como Vazo Ecolgica. Essa vazo varivel e

    acompanha o ciclo de cheias e secas.

    A Vazo Ecolgica, apesar de necessria, do ponto de vista da engenharia um

    desperdcio, pois a energia se perde sem realizar trabalho. Para evitar que a gua fosse vertida

    inadvertidamente, convm se utilizar turbinas e geradores auxiliares para minimizar este

    desperdcio, o que efetivamente ser feito com turbinas do tipo Bulbo, devido ao baixo

    desnvel da barragem do Stio Pimental.

    Sem dvida, a mudana que trouxe o maior impacto na gerao de energia foi a

    reduo da rea alagada. Dos 1.160 km ,definidos no Inventrio Hidreltrico de 1980 para a

    barragem de Belo Monte, o reservatrio passou para 516 km. Isto agravou ainda mais a

    questo da falta de regularidade da vazo, que j fora afetada pela ausncia de reservatrios a

    montante.

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    49/59

    49

    9 VIABILIDADE TCNICA E ALTERNATIVAS AO PROJETO

    Com base nas informaes discutidas nos captulos anteriores, pode-se analisar a

    viabilidade tcnica da Usina Hidreltrica de Belo Monte, verificando se a sua construo ou

    no interessante para o pas, ou se existiria fontes energticas alternativas que pudessem

    substitu-la, mantendo a mesma competitividade.

    Tanto a modicidade tarifria quanto a segurana no fornecimento de energia eltrica

    so elementos importantssimos para uma sociedade desenvolvida, e sempre se deve lev-los

    em conta no planejamento da expanso do parque gerador. As questes ambientais e sociais

    mais recentemente tm ganhado fora, adicionando mais um requisito ao planejamento. Logo,

    deve-se buscar um ponto de equilibro entre custo de gerao, segurana no fornecimento e

    impactos socioambientais.

    Como o custo de produo est relacionado ao custo de instalao e ao custo de

    combustvel, estes valores so fortemente ligados. Assim, so comparados os custos de

    gerao de diversas fontes energticas (Usina Hidreltrica de Belo Monte, PCH, Elica,

    Biomassa, Solar, Gs Natural e Nuclear).

    A tabela 5, obtida de Castro et al (2011), fornece uma relao oportuna entre vrios

    importantes critrios e ser utilizada na comparao de alternativas. Nesta tabela, a

    comparao feita entre diferentes fontes, com diferentes capacidades instaladas, mas com a

    mesma gerao de energia firme, ou seja, que produzam em mdia a mesma quantidade de

    energia em um perodo fixo de tempo. Cabe ressaltar que, devido ao desenvolvimento

    tecnolgico e a maior escala de produo, os custos de gerao e de instalao de fontes de

    energia Solar tiveram um decrscimo. Porm, a queda no impede que esses custos aindasejam os mais altos dentre as alternativas da tabela.

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    50/59

    50

    Tabela 5: Anlise entre Belo Monte e outras fontes energticas.

    CategoriasBelo

    MontePCH Elica Biomassa Solar

    GsNatural

    Nuclear

    Custo deGerao

    (R$/MWh)77,97 135,00 148,00 153,48 500,00 143,00 150,00

    Capacidade(MW)

    11.233 8.310 15.240 9.522 28.000 6.530 5.078

    Fator Capaci-dade

    Mdio(%)40,69 55 30 48 16,5 70 90

    CustoInstalao(R$/kW)

    1.7005.000 a6.000

    3.660 a4.500

    2.175 a2.745

    12.600 a18.300

    1.281 a1.647

    6.400

    Custo TotalInstalao(em R$ bi-

    lhes)

    2541,55 a49,86

    47,80 a83,60

    21,00 a26,00

    355,00 a507,00

    9,00 a11,00

    32,5

    rea(Km)

    518 831 a 16622.177 a3.047

    80.000 277 - -

    Fonte: CASTRO et al (2011)

    9.1 Custos de Gerao

    No leilo de escolha do consrcio responsvel pela construo e operao da usina de

    Belo Monte, a proposta vencedora props um valor de R$ 77,97 por MWh. Ao verificar a

    tabela 5, fica claro que a opo hidreltrica a que fornece o menor custo de gerao.

    Com relao ao custo de instalao, a nica fonte energtica mais competitiva que

    Belo Monte a Termeltrica a Gs Natural. Isto se deve a grandeza das obras civis

    necessrias para o represamento do Rio Xingu, bem como as condicionantes que necessitam

    de maiores investimentos.

    O custo total da Usina de Belo Monte, estimada em R$ 25 bilhes de reais, superior

    ao investimento necessrio caso fosse adotada uma alternativa do tipo Termeltrica a Gs

    Natural. A Biomassa ofereceria um custo total da mesma ordem e as demais alternativas

    custariam muito mais.

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    51/59

    51

    As fontes de energia Solar e Elica apresentam custos de instalao muito elevados.

    Apesar do alto custo de instalao de Belo Monte, os custos de gerao so muito mais

    atrativos que das demais fontes, o que o torna muito competitiva.

    9.2 Segurana no Fornecimento

    As fontes de energia solar e elica esto em plena ascenso nos ltimos anos,

    impulsionadas por avanos tecnolgicos e pela maior escala de produo a que foram

    submetidos. O aumento da conscincia ecolgica ajudou a difundir estas fontes que at ento

    tinham aplicaes restritas. Sua utilizao aumentou de tal forma que passaram a ser vistas

    como fontes energticas primrias, e que poderiam substituir usinas hidreltricas e

    termeltricas. Mas o fato que so classificadas como fontes complementares, porque no

    garantem segurana no fornecimento de energia, conforme Leite (2014).

    Para uma fonte possuir uma alta segurana energtica, ela deve permitir seu

    acionamento a qualquer instante, independente de condies climticas. Isto no vlido para

    a gerao elica, pois sua gerao intermitente, j que a velocidade dos ventos muitovarivel e no h como armazen-lo. Quando houver um pico de consumo, no h como

    garantir que esta fonte seja posta a plena gerao. Desta forma, a energia elica deve ser

    tratada como uma fonte complementar, e no como substituta de usinas termeltricas e

    hidreltricas. Estes argumentos se refletem no baixo fator de capacidade desta fonte

    energtica, que conforme a tabela 5 em mdia 30%.

    Da mesma forma que a energia elica, a energia solar tambm tem carter

    complementar. No h como armazenar radiao solar, tampouco utiliz-la em sua capacidade

    nominal no momento em que for necessria. Justamente noite, em um dos horrios de maior

    consumo, a gerao desta fonte se anula. Devido a estes fatores, conforme a tabela 5, o fator

    de capacidade muito baixo, da ordem de 16,5%.

    No caso da energia Nuclear e Gs Natural, a segurana no fornecimento alta, pois a

    gerao independe de fatores climticos, e as mquinas destas fontes podem ser postas a

    funcionar em plena capacidade a qualquer momento se desejado, embora envolvam tramites

    de acionamento que podem demorar em alguns casos, vrias horas. Geralmente quando estas

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    52/59

    52

    plantas entram em operao, permanecem ativas por longos perodos de tempo, parando

    somente para manuteno. Isto se reflete nos altos percentuais de fator de capacidade, em

    mdia maiores do que 80%. Apesar deste alto fator, estas fontes de gerao dependem do

    fornecimento de combustvel, que pode ser abruptamente interrompido, at mesmo por

    questes geopolticas, o que traz desconfiana quanto a sua segurana no fornecimento.

    As fontes hidrulicas, como as hidreltricas de Belo Monte e as PCHs tambm

    possuem uma segurana no fornecimento elevada, pois podem ser postas a plena gerao

    rapidamente e em geral possuem um reservatrio para acumular gua. A sua desvantagem a

    dependncia do regime de chuvas. No caso de Belo Monte, em que o volume do reservatrio

    ser pequeno, operando a fio dagua, o fator de capacidade ser em torno de 40%. Este valor

    tpico para esta fonte de energia, conforme figura 25, na qual esto listadas o fator de

    capacidade de diversas usinas hidreltricas brasileiras.

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    53/59

    53

    Figura 25: Fator de Capacidade de Hidreltricas Brasileiras.

    Fonte: Brasil Engenharia (2008).

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    54/59

    54

    9.3 Impactos Ambientais e Sociais

    Existem diversos tipos de impactos que os parques geradores de eletricidade produzemao meio ambiente e a sociedade em geral. Quanto aos impactos ambientais, podem ser citados

    a gerao de gases de efeito estufa, em especial o Metano e o Dixido de Carbono, assim

    como as alteraes na flora e fauna. Nenhuma fonte energtica, mesmo a elica ou nuclear,

    proporciona direta ou indiretamente impacto nulo na natureza, conforme Fearnside (2005).

    Como por exemplo, plantas Nucleares elevam a temperatura de rios e lagos que as abastecem,

    causando alteraes na flora e fauna. Usinas Elicas provocam a mortandade de aves. Logo,

    nem mesmo estas fontes trazem impactos ambientais nulos.

    Usinas a Biomassa e Termeltricas a Gs Natural causam a liberao de gases de efeito

    estufa. A gerao de energia Solar tambm causa impactos ambientais indiretos, decorrentes

    da fabricao dos painis fotovoltaicos.

    Hidreltricas e PCHs tambm trazem impactos indiretos, decorrentes da decomposio

    de matria orgnica nos reservatrios. Porm, estes impactos podem ser minimizados, assim

    como est sendo feito na construo da Hidreltrica de Belo Monte. Nessa usina, as alteraes

    realizadas at chegar ao projeto final reduziram diversos impactos, entre os principais:

    - Reduo da rea alagada, que diminui a gerao de gases de efeito estufa;

    - Supresso de Vegetao, realizando o desmatamento de reas aonde o reservatrio ir se

    formar, tambm com o objetivo de diminuir a gerao de gases de efeito estufa;

    - Resgate de Animais e Vegetais das reas em obras.

    A utilizao da energia de Belo Monte possibilitar que se evite a liberao de grandesquantidades de gases de efeito estufa, o que ocorreria se fosse utilizada uma fonte trmica a

    Gs Natural.

    Quanto aos impactos sociais, Belo Monte certamente trar modificaes na vida dos

    habitantes locais e indgenas, embora muitas medidas mitigatrias terem sido tomadas.

    Porm, nem todos os impactos sero negativos. Haver uma melhora nas condies de

    infraestrutura das cidades da regio, decorrentes das condicionantes impostas no

    licenciamento. Entre as mudanas positivas esto a construo de redes de gua e esgoto,

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    55/59

    55

    melhorias nos acessos s cidades e criao de empregos. Ento, deve-se analisar os impactos

    sociais levando em considerao as mudanas positivas, e no somente os agravantes sociais.

    9.4 Comparao Entre Alternativas

    Antes de comparar as alternativas, precisa-se ter em mente algumas informaes:

    - Nenhuma usina trabalha com um fator de capacidade de 100%, ou seja, todo o tempo com a

    potncia mxima;

    - Sempre existir algum impacto ambiental ou social, seja ele direto ou indireto;

    - Fontes Elica e Solar so classificadas como complementares e no como substitutas das

    hidreltricas e termeltricas.

    O custo de gerao um elemento muito importante na escolha da gerao a ser

    adotada. Tanto que na hora do despacho de carga, so ativadas as usinas pela ordem deste

    custo. Neste aspecto, Belo Monte uma tima escolha, pois nenhuma outra fonte possibilita

    um valor mais baixo.

    Analisando o fator de capacidade, verifica-se que este maior no caso das trmicas,

    embora os 40% de Belo Monte estejam em linha com outras hidreltricas brasileiras. As

    fontes hidrulicas (Belo Monte e PCH) e as Usinas Trmicas (a Gs Natural e Nuclear)

    permitem o acionamento com qualquer percentual de sua potncia mxima em situaes de

    alto consumo ou de emergncia, o que lhes garante uma boa segurana energtica. No

    entanto, nas Usinas Trmicas, a dependncia de combustvel e a demora para entrar em

    operao so desvantagens claras.

    As comparaes realizadas mostram que a Usina Hidreltrica de Belo Monte possui

    custos muito competitivos e uma boa segurana no fornecimento. A sua maior desvantagem

    so os impactos ambientais e sociais. No entanto, com as modificaes ao longo dos anos, at

    chegar ao projeto atual, estes impactos foram diminudos, com a adoo de boas prticas que

    iro melhorar a vida da populao em seu entorno. Assim, chega-se a um bom equilibro entre

    custo, segurana energtica e impactos socioambientais.

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    56/59

    56

    CONCLUSES

    Atravs do conhecimento do projeto anterior e atual da Usina Hidreltrica de Belo

    Monte, e da comparao com outras fontes nas quais os crticos argumentavam serem mais

    vantajosas, ficou comprovado que a sua construo de interesse nacional. Isto no significa

    que as demais fontes precisam ser desprezadas.

    Deve haver uma poltica de investimentos para que as fontes com fornecimento mais

    seguro, como Hidreltricas e Trmicas sejam a base da gerao para o SIN, e que outrasfontes, como Elicas e Solar atuem para que se economize gua dos reservatrios ou

    combustvel, no caso das trmicas, atuando de forma a complementar a gerao de energia

    eltrica.

    As modificaes adicionadas at o estgio atual no projeto de Belo Monte trouxeram

    impactos negativos do ponto de vista da Engenharia, com aumento dos custos e diminuio da

    energia firme. Ainda assim, o projeto vantajoso, como foi comprovado no Captulo 9. Se o

    projeto estivesse nos mesmos moldes que se encontrava na dcada de 70, no seria aceitvel

    do ponto de vista ambiental e no obteria as licenas necessrias. Logo, estas mudanas foram

    importantes para a continuidade da sua implantao.

    A construo de Belo Monte envolve muitas polmicas e um marco na construo de

    hidreltricas na regio Norte. Uma experincia exitosa permitir que licenas para novas

    usinas na Bacia Amaznica sejam liberadas, e at mesmo que se revogue o decreto do CNPE

    que proibiu novas usinas no Rio Xingu, aumentando a eficincia de Belo Monte.

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    57/59

    57

    REFERNCIAS

    ANEELAgncia Nacional de Energia Eltrica. Atlas de Energia Eltrica do Brasil.Braslia, 2008. Disponvel em:< http://www.aneel.gov.br/arquivos/PDF/atlas3ed.pdf>.

    Acesso em 27 de Outubro de 2015.

    BITTENCOURT, Fbio. Um dossi a favor de Belo Monte. Disponvel em:. Acesso em18 de Maio de 2015.

    _____________. Resoluo n1 CONAMA, de 23 de Janeiro de 1986. Disponvel em:. Acesso em 30 de

    Novembro de 2014.

    BRASIL ENGENHARIA. Itaipu, Energia e Diplomacia. Disponvel em:.Acesso em 3 de Junho de 2015.

    CASTRO, Nivalde Jos de et al. Anlise Comparativa entre Belo Monte eempreendimentos alternativos: impactos ambientais e competitividade econmica.Texto de discusso do setor eltrico, Rio de Janeiro, volume 35, jun. 2011. Disponvelem:. Acesso em 18 de Abril de 2015.

    CBDBComit Brasileiro de Barragens. Belo Monte: Apresentao Geral doAproveitamento. Disponvel em:. Acesso em 6 de Maro de 2015.

    Consrcio Belo Monte. Dados tcnicos sobre o AHE Belo Monte. Disponvel em:. Acesso em 28 de Maio de 2015.

    DIRIO DO VERDE. Belo Monte - de que? Tura, faces e bordunas. Disponvel em:< http://diariodoverde.com/belo-monte-de-que-tuira-facoes-e-bordunas/>. Acesso em 3 de

    Novembro de 2014.

    ELETROBRAS. Relatrio de Impacto Ambiental. Braslia, 2009. Disponvel em:

    . Acessoem 3 de Dezembro de 2014.

    ELETROBRAS. Reviso dos estudos de Inventrio Hidreltrico do Rio Xingu.Braslia, 2007. Disponvel em: . Acesso em 17 de Maro de 2015.

    EPE - Empresa de Pesquisa Energtica. Plano Decenal de Expanso de Energia 2022.Braslia, 2013. Disponvel em:< http://www.epe.gov.br/pdee/forms/epeestudo.aspx>.Acesso em 25 de Outubro de 2014.

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    58/59

    58

    FEARNSIDE, Philip M.Hidreltricas Planejadas no Rio Xingu como Fontes deGases do Efeito Estufa: Belo Monte (Karara) e Altamira (Babaquara). Disponvel

    em:. Acesso em 26 de Abril de 2015.

    FLEURY, Lorena Cndido; ALMEIDA, Jalcione. A construo da Usina Hidreltricade Belo Monte: conflito ambiental e o dilema do desenvolvimento. Disponvel em: .Acesso em 17 de Maio de 2015.

    FOLHA DE SO PAULO. A Batalha de Belo Monte. Disponvel em:. Acesso em16 de Setembro de 2014.

    FORMATAO ABNT. Formatao nas normas da ABNT. Disponvel em:. Acesso em 23 de Maio de 2015.

    G1. Consrcio de Chineses e Eletrobras vencem leilo de linha de Belo Monte.Disponvel em:. Acesso em 18 de Novembro de2014.

    IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais.Condicionantes de Belo Monte. Disponvel em: . Acesso em 5 de Maio de 2015.IBRACON - INSTITUTO BRASILEIRO DO CONCRETO.UHE Belo Monte.Disponvel em: . Acesso em 22 de Maio de 2015.

    LEITE, Paulo Moreira. Energia de verdade e iluso elica. Disponvel em:. Acesso em18 de Maio de 2015.

    MMEMinistrio de Minas e Energia. Boletim de Monitoramento do Sistema

    Eltrico. Braslia, 2009. Disponvel em: . Acesso em 3 de Novembro de 2014.

    MMEMinistrio de Minas e Energia. Boletim de Monitoramento do SistemaEltrico. Braslia, 2014a. Disponvel em: . Acesso em 3 de Novembro de 2014.

  • 7/25/2019 000971079.pdf

    59/59

    59

    MMEMinistrio de Minas e Energia. Balano Energtico Nacional. Braslia, 2014b.Disponvel em: . Acesso em 10 de Outubro de 2014.

    NORTE ENERGIA. Apresentao Geral do Aproveitamento. Disponvel em:. Acesso em 6 de Maio de2015.

    OLIVEIRA, Keila Cristina Fernandes de et al. Aproveitamento do potencialhidroenergtico residual do trecho de vazo reduzida da Usina Hidreltrica de BeloMonte. Hidro & Hydro, Itajub, volume 52, jan./fev./mar. 2012. Disponvel em:. Acessoem 10 de Maio de 2015.

    OLIVEIRA, Nildo Carlos. Obra Mltipla inclui canal maior que o do Panam.Disponvelem:. Acesso em 20 de Novembro de 2014.

    SEV FILHO, Arsnio Oswaldo.Alertas sobre as conseqncias dos projetoshidreltricos no rio Xingu.Disponvel em:. Acesso em 30 deMaio de 2015.

    UNICAMP. Projeto de Barragens no Xingu: A terceira tentativa. Disponvel em:. Acesso

    em 15 de Abril de 2015.