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1 PREFEITURA MUNICIPAL DE URUGUAIANA PARQUE DO RIO URUGUAI 063_URU – AVENIDA BEIRA RIO DE URUGUAIANA Contrato PMU Nº 020/2015 RELATÓRIO Subsídios para elaboração dos documentos técnicos necessários para a licitação de estudos geotécnicos e projeto estrutural AGOSTO DE 2015

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PREFEITURA MUNICIPAL DE URUGUAIANA

 

 

 

 

 

 

 

 

PARQUE DO RIO URUGUAI 063_URU – AVENIDA BEIRA RIO DE URUGUAIANA 

Contrato PMU Nº 020/2015 

 

 

RELATÓRIO Subsídios para elaboração dos documentos técnicos  necessários para a licitação de estudos geotécnicos  

e projeto estrutural  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

AGOSTO DE 2015 

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Sumário 

1  INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 4 

1.1  Objeto .......................................................................................................................................................... 4 

1.2  Localização e Dimensões ............................................................................................................................. 4 

2  CONTEXTUALIZAÇÃO – APRESENTAÇÃO CONCEITUAL DO PROJETO .............................. 5 

2.1  DESCRIÇÃO E DADOS GERAIS DO PROJETO ................................................................................................. 5 

2.2  CARACTERÍSTICAS E DESAFIOS DO PROJETO ............................................................................................... 6 

2.2.1  Espaço público x Sistema viário: Parque do Rio Uruguai ................................................................... 6 2.2.2  Convívio com o regime hidrológico  vs  Contenção............................................................................ 7 

2.3  CONCEITO FORMAL E MATERIALIDADE ....................................................................................................... 8 

2.3.1  Conceito formal .................................................................................................................................. 9 2.3.2  Definições da materialidade .............................................................................................................. 9 

3  DADOS COMPLEMENTARES DO ÂMBITO DE INTERVENÇÃO ........................................ 10 

3.1  DADOS HIDROLÓGICOS DO RIO URUGUAI EM URUGUAIANA ‐ RS ............................................................ 10 

3.2  DADOS GEOLÓGICOS E PEDOLÓGICOS PRELIMINARES DA ÁREA DE INTERVENÇÃO ................................. 13 

3.2.1  Geologia ........................................................................................................................................... 13 3.2.2  Pedologia .......................................................................................................................................... 14 3.2.3  Comportamento geotécnico esperado ............................................................................................ 14 

4  QUANTIFICAÇÃO PRELIMINAR DOS MATERIAIS E INSUMOS ....................................... 14 

4.1  LEITO CARROÇÁVEL .................................................................................................................................... 15 

4.1.1  Leito carroçável principal – tráfego misto (Av. Beira Rio): ............................................................... 15 4.1.2  Leito carroçável – ciclovia (Av. Beira Rio): ........................................................................................ 15 

4.2  ÁREAS DE PASSEIO ..................................................................................................................................... 15 

4.2.1  Platôs e plataformas junto ao rio Uruguai (em cota inferior à via): ................................................. 15 4.2.2  Passeios públicos da Av. Beira Rio: .................................................................................................. 16 4.2.3  Área pavimentada praças (em cotas superiores à via): ................................................................... 16 

4.3  ÁREAS DE COBERTURA VEGETAL ............................................................................................................... 16 

4.3.1  Áreas existentes (à manter) ............................................................................................................. 16 4.3.2  Áreas novas (à executar / implantar) ............................................................................................... 16 

4.4  ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO ................................................................................................................... 16 

4.5  VOLUME DE ATERRO .................................................................................................................................. 17 

5  DEFINIÇÃO DOS MATERIAIS E SOLUÇÕES TÉCNICAS .................................................... 17 

5.1  ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO ................................................................................................................... 18 

5.1.1  Aterro de Enrocamento ................................................................................................................... 19 5.1.2  Estaca prancha ................................................................................................................................. 20 5.1.3  Estaca justaposta ............................................................................................................................. 21 5.1.4  Muro de gabião ................................................................................................................................ 22 5.1.5  Gabião saco ...................................................................................................................................... 23 5.1.6  Solo reforçado / Terramesh ............................................................................................................. 24 

5.2  PAVIMENTAÇÃO ......................................................................................................................................... 25 

5.2.1  Concreto ou concreto asfáltico poroso ou drenante ....................................................................... 27 

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5.2.2  Placas de concreto tradicionais associadas à sistemas de drenagem .............................................. 28 5.2.3  Pavimentação com pedras associadas à sistemas de drenagem ..................................................... 29 

5.3  MATERIAIS DE ATERRO .............................................................................................................................. 30 

5.4  DRENAGEM SUPERFICIAL ........................................................................................................................... 30 

6  CONSIDERAÇÕES PARA A INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA .............................................. 31 

7  CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 32 

8  APÊNDICES .................................................................................................................. 33 

9  REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................... 34 

 

 

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1 INTRODUÇÃO 

O presente Relatório refere‐se ao Contrato nº 020/2015, derivado da Tomada de Preços nº 

018/2014, firmado entre a Prefeitura Municipal de Uruguaiana e a 3C Arquitetura e Urbanismo SS. 

EPP.,  com empenho  registrado  sob nº 1490/2015, que  tem por objeto os desenvolvimento dos 

projetos para o Parque do Rio Uruguai1 em Uruguaiana. 

Com base no Edital de Licitação, no anexo do Memorial Descritivo (Termo de Referência) e 

no Contrato firmado, o presente Relatório visa oferecer subsídios e informações técnicas capazes 

de  apoiar  os  técnicos  da  Prefeitura  Municipal  de  Uruguaiana  na  elaboração  do  Termo  de 

Referência  e  Edital  para  a  licitação  dos  estudos  geotécnicos  e  projeto  estrutural. Apesar  disto, 

ressaltamos que a licitação não deve ocorrer antes da finalização e entrega do Projeto Básico, que 

também será base fundamental para a mesma. 

Ressalta‐se que a entrega do presente, em dada anterior à  finalização do Projeto Básico 

parte  de  necessidade  levantada  pela  prefeitura municipal. Os  dados  apresentados  no  relatório 

auxiliarão os  técnicos do município, dando celeridade ao processo, ainda que, pela natureza do 

cronograma, ainda existem definições técnicas sem solução definitiva. 

1.1 Objeto 

O  objeto  do  trabalho,  segundo  os  documentos  da  licitação  se  trata  da  “elaboração  de 

Anteprojeto,  Projeto  Executivo  e  Projeto  Complementar  de  arquitetura,  engenharia,  urbanismo, 

paisagismo, planejamento e mobilidade urbana relativos à Avenida Beira Rio”. 

(os textos em itálico são extraídos dos documentos licitatórios) 

1.2 Localização e Dimensões 

“A obra a que se refere este memorial trata‐se de Avenida – pista de rolamento em dois 

sentidos,  com  dois  passeios  para  pedestres  de  larguras  distintas,  que  ligará  pequenos  espaços 

públicos e algumas vias existentes, com extensão aproximada de 800 metros de comprimento e 12 

metros  de  largura,  que  deverá  conter  muro  de  contenção  contra  água  a  ser  localizado  nas 

proximidades do Rio Uruguai.” 

A  peculiaridade  do  programa  e  a  complexidade  da  área  determinam  a  necessidade  da 

elaboração  de  um  estudo mais  abrangente  que  apenas  os  9.600m²  (800 metros  lineares)  do 

projeto da via citados. Este estudo vem sendo realizado, desde o incício das etapas de Diagnóstico 

                                                            1 No  ato da  contratação o projeto denominava‐se  “Avenida Beira Rio”. Ao  longo de  sua  elaboração,  em processo participativo com a comunidade o mesmo foi renomeado, sem alteração de escopo, para “Parque do Rio Uruguai”, devido à sua vocação como espaço público, mais do que sistema viário. 

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e  Anteprojeto,  servindo  para  fundamentar  as  decisões  de  projeto  e melhor  integrá‐lo  ao  seu 

entorno urbano e ambiental. 

 

2 CONTEXTUALIZAÇÃO – APRESENTAÇÃO CONCEITUAL DO PROJETO 

Antes de entrarmos no mérito do Memorial Descritivo propriamente, fazem‐se necessárias 

algumas informações a título de contextualização. 

 

2.1 DESCRIÇÃO E DADOS GERAIS DO PROJETO 

O Parque do Rio Uruguai consiste da ampliação da região junto às margens do Rio Uruguai, 

através de aterro e contenções, permitindo a criação de um novo espaço público estruturador e 

de  referência para  a  cidade de Uruguaiana. O parque  consiste dee uma  via de  tráfego  comum 

misto  (Av. Beira Rio), equipada  com  ciclovia bidirecional, passeios públicos, parques esportivos, 

praças equipadas com restaurantes e serviços, platôs e plataformas para uso contemplativo e de 

lazer, espaço para pescas, píer e acesso para barcos e lanchas ao rio. 

A área do parque  localiza‐se na cidade de Uruguaiana, estado do Rio Grande do Sul, nas 

margens do rio Uruguai junto à fronteira entre o Brasil e a Argentina. Apresenta uma extensão de 

aproximadamente 1,2 km e uma área de aproximadamente 57.861,32 m². A Figura 1 apresenta a 

localização da área em questão. 

Figura 1 ‐ Localização da área de intervenção 

Tecnicamente o projeto consiste de soluções de terraplanagem, estruturas de contenção, 

drenagem  superficial  e  pavimentação.  O  conceito  do  projeto  consiste  de  integrar  a  parte  já 

existente da cidade com o Rio Uruguai.  

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Uma das  características que envolvem este projeto é  a  interação do parque  com o Rio 

Uruguai,  principalmente  no  que  tange  a  variação  da  cota  do  e  o  seu  regime  hidrológico, 

principalmente nos períodos de cheia. Com o intuito de evitar uma maior interferência do parque, 

assim  como  redução de  custo, o projeto prevê que alguns pontos do parque  se encontrem em 

uma cota abaixo de cota de  inundação. A Figura 2 apresenta uma  implantação geral projeto do 

Parque do Rio Uruguai. 

 

Figura 2 Projeto do Parque do Rio Uruguai 

O  projeto  prevê  uma  via  de  tráfego  com  uma  largura  de  6,00 metros  e  extensão  de 

aproximadamente  1.110 metros,  junto  a  uma  ciclovia  com  largura  de  2,80 metros  e  extensão 

semelhante  à  extensão da  via  de  tráfego. Há  um píer  ao  longo  da  extensão  do parque,  e  três 

acessos de barcos ao Rio Uruguai, duas praças com implementação de restaurantes além de uma 

grande área para lazer destinada à população do município. 

As cotas ao longo do projeto variam de 41,00 a 50,00 metros em relação ao nível do mar, 

sendo  que  os  restaurantes  e  equipamentos  fixos  situam‐se  na  cota  53,  considerada  segura 

segundo o Plano Diretor de Uruguaiana.  

 

2.2 CARACTERÍSTICAS E DESAFIOS DO PROJETO 

Duas características do projeto são  fundamentais para a sua compreensão, com  impacto 

na concepção de sua estrutura. Uma delas é o entendimento do mesmo como um grande espaço 

público – o Parque do Rio Uruguai ‐ e não como uma via. A segunda é a decisão de compreender e 

a conviver com o regime hidrológico do rio Uruguai, marcado por uma grande variação no nível ao 

longo do ano, em oposição à implantação de uma grande infraestrutura de contenção. 

2.2.1 Espaço público x Sistema viário: Parque do Rio Uruguai 

Primeiramente é pertinente uma colocação quanto às características do projeto, no que 

diz  respeito aos  seus usos. Como  foi  colocado na  introdução, apesar de que os documentos do 

processo  licitatório  o  tratavam  como  “Avenida  Beira  Rio”  de  Uruguaiana,  o  programa  de 

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necessidades era bastante mais orientado à criação de um novo espaço público estruturador na 

área  urbana  do município.  A  intenção  do  poder municipal,  e  as  expectativas  da  comunidade 

giravam mais  em  torno  de  um  “calçadão”  ou  um  “parque”  na  orla  do  rio Uruguai  do  que  da 

complementação do  sistema viário do município. Nas  reuniões com a  comunidade ocorridas ao 

longo das etapas de Diagnóstico e Anteprojeto, este anseio se mostrou evidente. 

Entendendo  e  interpretando  esta  situação,  a  Prefeitura  optou por  renomear  o projeto, 

passando a chama‐lo de “Parque do Rio Uruguai”. Tal decisão não interferiu no desenvolvimento 

do projeto nem mesmo no seu escopo, que  já estava claro no Termo de Referência da  licitação. 

Mas a informação não é irrelevante, pois revela qual o foco do projeto e da obra. 

Tal foco, na construção de um grande espaço público estruturador e de referência, mas do 

que na construção de uma “avenida”, têm orientado o desenvolvimento dos projetos urbanísticos, 

e deve também orientar o projeto estrutural a ser contratado. 

Figura 3 – Perspectiva  de um detalhe do projeto. Espaço público é prioritário com relação ao sistema viário. 

 

2.2.2 Convívio com o regime hidrológico  vs  Contenção 

Ao  estudar‐se  o  comportamento  hidrológico  no  rio  Uruguai  no  trecho  que  compõe  o 

âmbito  de projeto  verificou‐se que  seria  inadequado  propor uma  forte  e potente  estrutura  de 

contenção que  impedisse totalmente as  inundações da avenida beira rio e de parte dos terrenos 

lindeiros. Considerando que algumas  cheias anuais costumam  chegar até a cota 51  (2), mas que 

existem ocupações consolidadas até mesmo abaixo da cota 49, sendo que a cota segura, segundo 

o  Plano Diretor de Uruguaiana  é  a  cota  53,  um dique ou  estrutura de  contenção  acabaria por 

impedir a relação da cidade com o rio. 

                                                            2 Segundo dados da Prefectura Naval de Passo de los Libres e Delegacia Fluvial de Uruguaiana

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O objetivo do projeto era exatamente o contrário, favorecer e qualificar a relação entre a 

cidade e o Rio, através da urbanização de sua orla e da criação de espaços públicos qualificados e 

equipados para o uso de lazer, esportivo, paisagístico entre outros. Assim, a postura do projeto foi 

a de aceitar o regime de cheias do rio e conviver com ele. 

Dessa  forma  as  estruturas  foram  pensadas  de modo  parte  delas  possam  permanecer 

submersas durante alguns períodos. Esta decisão influenciou sobremaneira o projeto urbanístico e 

há de influenciar também a abordagem do estudo geotécnico e do projeto estrutural. 

 

Figura 4 – Para que a via configurasse um dique, ela representaria uma barreira entre a cidade e o rio. 

 

Figura 5 – Optou‐se por “aceitar” o regime hídrico do rio, de modo a permitir uma aproximação entre este e a cidade. 

 

2.3 CONCEITO FORMAL E MATERIALIDADE  

Das características apresentadas decorrem as soluções formais e materiais do projeto. 

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2.3.1 Conceito formal 

Quanto  à  sua  geometria,  o  Parque  do  Rio  Uruguai  se  compõe  de  uma  plataforma 

escalonada, que começa na cota 41, (que coincide com o nível mais baixo do rio, com ocorrência 

de aproximadamente 3 meses por ano), e sobe até a a cota segura, segundo o plano diretor (53). A 

Avenida Beira Rio propriamente situa‐se na cota 48, permanecendo grande parte do ano seca. 

Na  margem  noroeste  da  via,  dispõe‐se  ao  longo  de  plataformas  escalonadas  uma 

sequência  de  espaços  livres  para  contemplação,  lazer  e  práticas  esportivas.  Estes  espaços  se 

situam, portanto, entre as cotas 41 e 48, de  forma escalonada. Estarão submersos boa parte do 

ano,  sendo  que  o  escalonamento  foi  projetado  de modo  a  permitir  diferentes  configurações 

espaciais e usos de acordo com o nível do rio. 

Na margem nordeste da via, que passará a maior parte do tempo seca, dispõem‐se praças 

e espaços abertos maiores, em alturas que vão da cota 48 à 50.  Integrados à estas praças estão 

previstos equipamentos públicos e restaurantes, mas os mesmos serão implantados acima da cota 

53, de modo a evitar qualquer impacto com as enchentes do rio. 

2.3.2 Definições da materialidade 

Pelas  características  já  descritas  do  projeto  entendeu‐se  que  para  a  contenção  o mais 

adequado  seria  uma  solução mista  de  gabiões,  gabiões‐saco  e  terramesh  (ou  equivalente).  Tal 

solução  permite  a  estruturação  do  solo  aterrado  sem  contenção  do  fluxo  da  água. Os  gabiões 

permitem a drenagem constante do terreno, de acordo com a intenção do projeto de “conviver” 

com regime hidrológico do rio. 

Não  se  trata,  no  entanto,  de  uma  estrutura  de  contenção  única  e  monolítica.  Como 

demonstram os desenhos técnicos que acompanham o presente memorial a estrutura se constitui 

de diversos muros executados em diferentes alturas e afastados horizontalmente, criando platôs 

entre eles. A obra como um todo se constitui na infraestrutura de contenção, portanto. 

Todos os materiais e técnicas empregados  (excetuando‐se as edificações previstas acima 

da cota 53) devem ser prescritos, calculados e detalhados de modo a “conviver” com este regime 

hidrológico, em com todos os esforços que isto representa. Não devem ser materiais ou soluções 

pouco  resistentes ao arranchamento, portanto,  como  seria o  caso de pavimentos  intertravados 

somente  “apoiados”  sobre  uma  camada  de  areia.  Da  mesma  forma  deve‐se  dar  atenção  à 

drenagem das superfícies horizontais seja nas situações de chuva como nas situações de cheia do 

rio, quando o nível d’água sobe verticalmente. 

A  solução  de  drenagem  será  composta,  portanto  pelas  superfícies  verticais  (gabião  e 

terramesh) e pelo sistema de drenagem previsto para as superfícies horizontais. 

 

 

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3 DADOS COMPLEMENTARES DO ÂMBITO DE INTERVENÇÃO 

Neste  tópico  apresentamos  informações  básicas  a  cerca  da  hidrologia  e  da 

geologia/geotecnia da área de intervenção. 

3.1 DADOS HIDROLÓGICOS DO RIO URUGUAI EM URUGUAIANA ‐ RS 

De acordo com as  informações disponibilizadas pela Agência Nacional das Águas  (ANA – 

site  www2.ana.gov.br,  acessado  em  julho  2015)  o  rio  Uruguai  possui  2.200  quilômetros  de 

extensão  e  se  origina  da  confluência  dos  rios  Pelotas  e  Canoas. Nesse  trecho,  o  rio  assume  a 

direção  Leste‐Oeste,  dividindo  os  estados  do  Rio  Grande  do  Sul  e  Santa  Catarina.  A  bacia 

hidrográfica possui, em território brasileiro, 174.533km² de área, o equivalente a 2% do território 

nacional,  compreendendo a  cidade de Uruguaiana, que  forma o vigamento mestre da Bacia do 

Uruguai. O  rio Uruguai é o  segundo  sistema  fluvial da bacia do  rio da Prata em  importância. A 

largura  máxima  do  rio  é  1200  metros  em  Uruguaiana  e  sua  declividade  se  reduz  para  0,10 

metros/km (TUCCI, 1993) 

O  rio  Uruguai  é  classificado  como  de  regime  subtropical,  com  duas  estações  de  altas 

águas,  enquanto  sua  bacia  hidrográfica  possui  um  regime  fluvial  com  dois  máximos  e  dois 

mínimos, ligados à irregular e complexa distribuição pluviométrica da região.  

Os principais afluentes do rio Uruguai dentro do Estado do Rio Grande do Sul são os rios 

Pelotas, Várzea, Ijuí, Piratini, Ibicuí e Quaraí, sendo este último situado na fronteira com o Uruguai. 

Por  situar  na  extremidade meridional  do  Brasil,  as  sub‐bacias  apresentam  amplitudes  térmicas 

anuais,  atingindo  temperatura no  entorno ou  abaixo de 0°C durante o  inverno,  e dias quentes 

(>30°C)  e  úmidos  durante  o  verão.  A  região mais  fria  naturalmente  esta  situada  nas maiores 

altitudes dos campos do alto da serra enquanto a região mais quente esta no extremo oeste do 

Estado. 

Como  principais  características  do  Rio  Uruguai,  baseado  nas  informações  (ANA  –  site 

www2.ana.gov.br, acessado em julho 2015), tem‐se: 

a) A  vazão média  anual  é  de  4.743,58 m³/s,  que  corresponde  a  2,6%  da  disponibilidade 

hídrica do País.  

b) A vazão específica média na  região de 23,6  L/s/km²,  com valores variando entre 19,5 e 

31,5 L/s/km², esta considerada alta; 

c)  A velocidade do rio Uruguai, se deu pelo valor da vazão média (m³/s) sobre a área da face 

em questão (m²) 

d)  De maneira geral o nível de cota do rio Uruguai é de 39 m, em Uruguaiana, tendo o seu 

Plano Diretor definido o nível de 53 m como cota de segurança.. 

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 11 

 

De acordo com os dados disponibilizados pela Agência Nacional de Águas (ANA), através 

de uma estação pluviométrica instalada próximo ao início da área do parque (próximo a ponte) é 

possível observar as cotas máximas do Rio Uruguai desde a década de 1940. A Figura 6 apresenta a 

localização aproximada da estação pluviométrica da ANA. 

Figura 6 ‐ Localização da estação pluviométrica ANA (imagem Google Earth) 

Os dados da variação dos dados do nível do  rio apresentam valores médios, máximos e 

mínimos mensais. Tendo em vista que o simples aumento da cota do rio impacta diretamente no 

Parque  do  Rio  Uruguai,  foram  analisados,  inicialmente,  somente  os  dados  relativos  as  cotas 

máximas, apresentados na Figura 7. Os valores das cotas estão apresentados em função da altura 

da régua da estação pluviométrica acrescidos de 39,0 metros. 

Figura 7 – Valores de cota máximo históricos (dados ANA). 

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Figura 8 – Curva de permanência do rio para período de março de 2014 a março de 2015 (dados Delegacia Fluvial Uruguaiana). 

Figura 9 – Dias (%) com cota estacionária para período de março de 2014 a março de 2015 (dados Delegacia Fluvial Uruguaiana). 

A partir dos dados históricos disponibilizados, nota‐se que a cota máxima média mensal 

obtida  foi próxima a 45 metros. Ressalta‐se que estes valores são mensais e podem representar 

que estas cotas foram atingidas por somente um dia durante o mês todo. 

A Figura 10 apresenta uma seção transversal do projeto do parque do Rio Uruguai com as 

cotas de inundação do rio Uruguai no período de março/14 à março/15. 

Figura 10 ‐ Influencia da variação da cota do Rio Uruguai no projeto. 

Como pode ser observado na ilustração acima, algumas partes do parque estarão sujeitas 

a  inundação por períodos  considerados  curtos,  representado que o último  acesso mais  comum 

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poderá ficar abaixo do nível da água por um período de 12% ao ano e o último acesso mais baixo 

do parque poderá ficar abaixo do nível da água por um período de 40 % ao ano. 

 

3.2 DADOS GEOLÓGICOS E PEDOLÓGICOS PRELIMINARES DA ÁREA DE INTERVENÇÃO 

3.2.1 Geologia 

A área do Município de Uruguaiana é caracterizada geologicamente por rochas vulcânicas 

básicas enquadradas dentro da Bacia do Paraná, especificamente na Formação  Serra Geral que 

recobre uma área significativa do território gaúcho, pertencente ao grupo São Bento. Esta litologia 

foi  gerada  em  um  amplo  intervalo  de  tempo  geológico,  estendendo‐se  do  Mesozóico  até  o 

Cenozóico, mais especificamente, do Triássico – Jurássico até os dias atuais. 

O município de Uruguaiana encontra‐se nas Fáceis Alegrete, assentado sobre um derrame 

basáltico, sendo a rocha vulcânica, porfirítica ou vítrea, constituída principalmente por plagioclásio 

ou augita. Estes derrames apresentam composição intermediária a ácida, variando entre andesitos 

e  riodacitos, microgranulares, melanocráticos, aspecto sacaróide,  freqüêntes  texturas de  fluxo e 

autobrechas no  topo e base os derrame. O  subsolo mais profundo é de uma  rocha  sedimentar 

(arenito‐grés‐metamórfico) proveniente da consolidação da areia, chamado de arenito Botucatu. 

O município  se encontra  sobre depósitos  aluviais que  se  caracterizam pela presença de 

areia  grossa  a  fina,  cascalho  e  sedimento  síltico‐argiloso,  em  calhas  de  rio  e  planícies  de 

inundação. A Figura 11 apresenta a imagem com a geologia do munícipio de Uruguaina. 

 

Figura 11 ‐ Geologia da área do Parque do Rio Uruguai (CPRM,2006) 

 

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 14 

 

3.2.2 Pedologia 

Do ponto de vista pedológico, de acordo com Streck et al  (2008) a  região se caracteriza 

pela  ocorrência  de  neossolo  regolítico  eutrófico.  Solo  não  hidromórficos  e  de  textura 

normalmente  arenosa,  apresentando  alta  erodibilidade  principalmente  em  declives  mais 

acentuados. A Figura 12 mostra um detalhe do mapa pedológico do estado do Rio Grande do Sul 

com a localização do munícipio de Uruguaiana. 

 

Figura 12 ‐ Pedologia da área do Parque do Rio Uruguai (Streck et al,2008) 

3.2.3 Comportamento geotécnico esperado 

Tendo  em  vista  as  características  do  projeto  do  parque  do  Rio  Uruguai,  espera‐se 

encontrar uma pequena camada de material de sedimentos oriundo do rio e então rocha sã, não 

sendo esperados problemas relacionados a fundação do aterro. Esta informação somente poderá 

ser confirmada após a execução da investigação geotécnica na fase de projeto executivo. 

Em termos de material de  jazida para execução do aterro, tem‐se grande disponibilidade 

de rochas oriundas de basalto para utilização nas proteções de margem. Assim como, presença de 

depósitos de areia para compor o corpo do aterro. Pode ser utilizado ainda, como composição do 

material do aterro, solo argiloso oriundo da decomposição do basalto. 

 

4 QUANTIFICAÇÃO PRELIMINAR DOS MATERIAIS E INSUMOS 

Apresenta‐se  a  seguir  a  quantificação  preliminar  dos  principais  materiais  e  insumos. 

Considerando que o projeto básico ainda não foi concluído e que o mesmo também pode sofrer 

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 15 

 

alterações a partir das definições do estudo geotécnico e do projeto estrutural, as  informações 

aqui apresentadas são aproximadas, servindo a título de contextualização. 

 

4.1 LEITO CARROÇÁVEL 

Deverá ser pavimentado preferencialmente em pavimento permeável, como por exemplo, 

concreto asfáltico drenante ou concreto permeável, poroso ou drenante. 

4.1.1 Leito carroçável principal – tráfego misto (Av. Beira Rio): 

Extensão da via: 1.104,5 m 

Largura padrão: 6 m 

Superfície pavimentada total: 6.624 m² 

 

4.1.2 Leito carroçável – ciclovia (Av. Beira Rio): 

Extensão da ciclovia: 1.045,9 m 

Largura padrão: 2,8 m 

Superfície pavimentada total: 2.928,5 m² 

 

4.2 ÁREAS DE PASSEIO 

Superfícies  horizontais  para  passeio  de  pedestres,  lazer  contemplação  e  práticas 

esportivas. Serão aplicadas no passeio da própria av. Beira Rio e em todos os espaços públicos que 

integram o projeto. Utilizar‐se‐á preferencialmente pavimento permeável, ou drenante. 

4.2.1 Platôs e plataformas junto ao rio Uruguai (em cota inferior à via): 

Superfície pavimentada total 6.371 m² 

 

 

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4.2.2 Passeios públicos da Av. Beira Rio: 

Extensão 1.104,5 m 

Largura padrão: 3,5 m 

Superfície pavimentada total: 7.731,5 m² 

4.2.3 Área pavimentada praças (em cotas superiores à via): 

Superfície pavimentada total 10.799 m² 

 

4.3 ÁREAS DE COBERTURA VEGETAL 

4.3.1 Áreas existentes (à manter) 

Superfície total 7.374,9 m² 

 

4.3.2 Áreas novas (à executar / implantar) 

Superfície total 4.450,6 m² 

 

4.4 ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO 

Considerando a complexidade e fragmentação das estruturas de contenção, que, como já 

mencionado não serão monolíticas nem contínuas, para a quantificação optou‐se por separá‐las 

em  5  (cinco)  grupos  distintos,  de  acordo  com  a  estimativa  de  utilização  das  soluções.  A 

classificação é ilustrada na Figura 14 a seguir. 

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Figura 13 – Classificação das estruturas de contenção 

 

Altura média das estruturas de contenção 6 m 

1 ‐ Contenção vertical (gabião caixa) 563,2 m 

2 ‐ Contenção vertical (gabião armado) 594,25 m 

3 – Manta de gabião 176,74 m 

4 – Arquibancada em gabião caixa 541,59 m 

5 ‐ Arquibancada em gabião armado 616,92 m 

 

4.5 VOLUME DE ATERRO 

Volume total (aproximado) 122.472,15 m³ 

 

5 DEFINIÇÃO DOS MATERIAIS E SOLUÇÕES TÉCNICAS 

Segundo o  cronograma previsto no Plano de Trabalho, vencida a etapa de Anteprojeto, 

neste momento a equipe está  trabalhando nas definições do Projeto Básico, que ainda não Foi 

finalizado. Após esta etapa serão desenvolvidos. Posteriormente serão desenvolvidos os Estudos 

geotécnicos  e  projeto  estrutural  (através  de  uma  segunda  contratação,  em  separado),  e 

finalmente o Projeto Executivo. 

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Devido  à  fase  de  desenvolvimento  em  que  o  projeto  se  encontra  as  soluções  técnicas 

apontadas não são definitivas. Estudam‐se e propõem‐se as soluções disponíveis e adequadas às 

solicitações  de  projeto,  mas  mantêm‐se  ainda  certa  flexibilidade,  para  que  o  projeto  possa 

amadurecer e responder adequadamente às etapas de desenvolvimento. 

Assim, no presente capítulo elencamos os materiais técnicas e soluções que estão sendo 

avaliadas para cada uma das situações, procurando apontar as características esperadas e alguns 

dados  relativos  aos  custos  e  à  viabilidade,  entre  outros.  A  escolha  das  soluções  definitivas 

dependerá  em  grande parte dos  resultados dos  estudos  geológicos  e  geotécnicos  e do projeto 

estrutural de engenharia e será tomada na etapa do Projeto Executivo. 

 

5.1 ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO 

O projeto urbanístico do parque do Rio Uruguai tem com premissa básica a elevação da 

cota de parte do terreno natural, gerando uma série de desníveis. Para compor estes desníveis se 

fazem  necessárias  estruturas  de  contenção.  Estas  devem  ser  dimensionadas  para  suportar  as 

cargas oriundas do material depositado a montantes, as sobrecargas geradas pela a utilização do 

parque e como peculiaridade a variação dos níveis do rio Uruguai na região.  

A solução técnica para as estruturas de contenção não está completamente definida, pois 

para  tanto é necessário avaliar os  resultados dos estudos geológicos e geotécnicos e do projeto 

estrutural. Mas as características esperadas já estão claras e isto nos induz a uma aproximação das 

alternativas  disponíveis. O  fluxo  do  rio  gera  carregamentos de  grande magnitude  em  qualquer 

estrutura  a  ser  projetada. Antes  de  entrarmos  nas  soluções  propriamente  apontamos  algumas 

premissas fundamentais para a escolha das mesmas: 

a) PERMEABILIDADE À ÁGUA: É uma premissa que as estruturas de contenção  retenham o 

solo  e  a  estrutura  de  aterro  e  pavimentação, mas  não  retenham  a  água,  facilitando  a 

drenagem e o convívio  com o  regime hidrológico do  rio Uruguai.  Isto exclui as soluções 

com  características  impermeáveis,  que  necessitariam  de  dispositivos  auxiliares  e 

complementares  para  a  drenagem,  elevando  o  custo  da  intervenção.  As  soluções 

levantadas são, portanto, todas drenantes. 

b) FRAGMENTAÇÃO:  A  estrutura  de  contenção  não  se  trata  de  uma  grande  barreira 

monolítica.  Ela  é  quebrada  e  fragmentada,  e  intermeada  por  plataformas  e  platôs  em 

diferentes níveis. De certa forma quase todo o projeto do parque poderia ser considerada 

uma  grande  estrutura  de  contenção  que  pode  ser  utilizada  como  um  grande  espaço 

público. 

A  seguir  apresentamos  algumas  das  soluções  de  estruturas  de  contenção  passíveis  de 

serem empregados em cada uma das situações de projeto, de acordo com os seus requerimentos. 

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Como  fica  claro,  são  alternativas  possíveis  para  o  projeto  estrutural  e  executivo,  e  não 

prerrogativas definitivas para os mesmos. 

5.1.1 Aterro de Enrocamento 

O enrocamento é um dispositivo amortecedor formado por estrutura executada em pedra, 

destinado à proteção de taludes e canais, contra efeitos erosivos ou solapamentos, causados pelos 

fluxos de água.  

O  aterro de  enrocamento  é  aquele em que  são utilizados blocos de  rocha de  tamanho 

variável e uma membrana impermeável na face de montante. O custo para a produção de grandes 

quantidades de rocha, para a construção desse tipo de estrutura, se torna competitivo em áreas 

onde o custo do concreto é elevado ou há excesso de rocha dura e resistente.  

Os  blocos  de  rocha  são  colocados  de  modo  a  se  obter  o  maior  contato  entre  suas 

superfícies mantendo‐se pequenos  vazios entre elas. Considerando o  contato  com o  rio,  se  faz 

necessário  dimensionar  os  blocos  de  rocha  de modo  estes  não  sejam  carregados  pela  água, 

resultando em processo erosivos na estrutura. 

As principais vantagens da utilização desta solução seriam o baixo custo esperado para o 

material  ‐ tendo em vista a ocorrência de rocha sã oriunda de basalto na região; a característica 

drenante  da  solução,  sendo  incorporada  facilmente  as  situações  de  cheias  sem  prejudicar  sua 

durabilidade e a harmonização da paisagem local. 

A Figura 14 apresenta um croqui desta solução  incorporada ao projeto do parque do Rio 

Uruguai.  Já  a  Figura  15  apresenta  uma  ilustração  do  aterro  de  enrocamento  aplicado  em  uma 

região litorânea sendo utilizado como proteção a ressaca do mar  

 

Figura 14 ‐ Seção Tipo de Enrocamento 

 

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Figura 15 ‐ Contenção aterro de enrocamento 

5.1.2 Estaca prancha 

As estacas prancha são cortinas de contenção formadas por perfis, geralmente metálicos, 

justapostos  e  cravados  no  terreno.  É  uma  solução  para  a  contenção  vertical.  Em  obras  de 

infraestrutura,  são  aplicadas  em  terminais  portuários,  passagens  de  nível  em  vias  e  rodovias, 

contenção  para  valas  de  rede  de  água  e  esgoto,  além  de  proteção  de  acessos  a  túneis,  por 

exemplo.  

As estacas prancha  formam uma contenção  impermeável, entretanto as mesmas podem 

ser projetadas  de  forma  a  permitir  a  drenagem,  podendo  ser  aplicadas  de  forma  definitiva  ou 

provisória. 

Para  o  projeto  em  questão  a  utilização  destas  estaria  vinculada  aos  locais  onde  se  faz 

necessário que a área do parque esteja mais próxima ao rio, por exemplo junto ao píer, áreas de 

pesca e de acesso aos barcos. 

Para aplicação desta solução se faz necessário uma avaliação das condições do subsolo na 

região de aplicação, tendo em vista que, no caso de presença de rocha são o mesmo resultaria em 

dificuldade em sua implementação. 

A Figura 16 apresenta uma ilustração da utilização de estacas prancha, em uma região de 

rio  Já a Figura 17 apresenta um  croqui desta  solução  incorporada ao projeto do parque do Rio 

Uruguai. 

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Figura 16 ‐ Contenção em Estaca Prancha 

 

Figura 17 ‐ Croqui da Estaca Prancha 

5.1.3 Estaca justaposta 

As estacas justapostas caracterizam‐se por serem moldadas no local após a perfuração do 

terreno. São executadas através de torres metálicas, apoiadas em chassis metálicos ou acopladas a 

caminhões.  Em  ambos  os  casos  são  empregados  guinchos,  conjunto  de  tração  e  haste  de 

perfuração  hidráulica,  constituídas  de  trados  em  sua  extremidade,  procedendo‐se  o  avanço 

através de prolongamento telescópico. 

O  diâmetro  das  perfuratrizes  varia  de  0,30  a  1,80 metros,  podendo‐se  executar  desde 

estacas  de  pequena  profundidade  com  equipamento  de  pequeno  porte  até  grandes 

profundidades com equipamento de torre para 27 metros. 

A  vantagem  desta  solução  está  na  grande  mobilidade  e  produção  do  equipamento, 

permitindo a amostragem do solo escavado, atingindo a profundidade determinada em projeto e 

a ausência de vibração. 

Assim como para as estacas prancha, as estacas  justapostas para o projeto em questão, 

tem sua utilização vinculada aos  locais onde se  faz necessário que a área do parque esteja mais 

próxima ao rio, por exemplo junto ao píer, áreas de pesca e de acesso aos barcos. Ambas soluções 

possuem  características  semelhantes  e  se  prestam  para  as mesma  situações,  sendo  necessário 

avaliar quais as vantagens e limites das técnicas considerando‐se as situações do local. 

A Figura 18 apresenta uma ilustração da utilização de estacas justapostas em uma obra. Já 

a Figura 19 apresenta um croqui desta solução incorporada ao projeto do parque do Rio Uruguai. 

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Figura 18 ‐ Contenção em Estaca Justaposta 

 

Figura 19 ‐ Croqui da Estaca Justaposta 

5.1.4 Muro de gabião 

Um gabião  trata‐se de uma  caixa metálica de  forma  retangular e permeáveis, utilizadas 

para  construção  de  muros  de  arrimo,  feita  em  arame  galvanizado  reforçado.  Estes  gabiões 

enchem‐se  com qualquer  tipo de pedra não  friável  (ex: pedra de pedreira ou  rachão) ou outro 

material adequado que esteja disponível.  

O muro de gabião aumenta a  resistência do  talude a empuxos provenientes de  solo ou 

água.  Uma  das  principais  aplicações  do  gabião  é  em  muros  de  contenção  de  terrenos, 

nomeadamente muros de suporte e espera. Também são indicadas para revestimento superficial 

de  canais.  São  estruturas  que  trabalham  por  gravidade  e  calculam‐se  de  acordo  com  essas 

condicionantes. 

Como norma geral, desenham‐se os muros partindo de uma  largura e altura de 1 metro 

para a fiada superior de muro e aumenta‐se 0,50 metros por cada metro de altura total que tenha 

o muro.  

Tem como vantagem, assim como o aterro de enrocamento a sua elevada permeabilidade 

que não resultaria em empuxos de água sobre a sua estrutura no caso de utilização de um aterro 

granular. Estas características tornam seu uso muito adequado no projeto em questão. 

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 23 

 

Em  comparação  ao  aterro  de  enrocamento  o  muro  de  gabião  apresenta  um  custo 

superior, porém com este é possível executar algumas das formas previstas no presente projeto, 

sendo recomendada a utilização destes nos patamares intermediários, por exemplo. 

A  Figura  20Erro!  Fonte  de  referência  não  encontrada.  apresenta  uma  ilustração  da 

utilização do muro de gabião  junto a um canal urbano e a um  rio.  Já a Figura 21 apresenta um 

croqui desta solução incorporada ao projeto do parque do Rio Uruguai. 

 

Figura 20 ‐ Contenção em Muro de Gabião 

 

Figura 21 ‐ Croqui do Muro de Gabião 

5.1.5 Gabião saco 

Além dos gabiões tradicionais, com caixas de formato retangular, outras técnicas podem 

ser utilizadas, em substituição ou de forma articulada, Entre elas, por exemplo, os gabiões saco ou 

o solo reforçado/Terramesh. 

Os Gabiões Saco são formados a partir de um único painel de malha hexagonal de dupla 

torção produzida com arames de baixo teor de carbono e protegidos por uma camada contínua de 

material  plástico.  Esta  técnica  é  utilizada  principalmente  em  obras  emergenciais,  em  obras 

hidráulicas  onde  as  condições  locais  requerem  uma  rápida  intervenção  ou  quando  a  água  não 

permite fácil acesso ao local (instalações subaquáticas) ou quando o solo de apoio apresenta baixa 

capacidade de suporte. 

No caso do Parque do Rio Uruguai, o  seu emprego  seria viável e  interessante nas cotas 

mais baixas, e iniciais da estrutura de contenção, que estará constantemente inundada. Seria uma 

alternativa ao aterro de enrocamento. 

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5.1.6 Solo reforçado / Terramesh 

Solo  Reforçado  é  um  método  construtivo  que  consiste  em  se  obter  o  aumento  da 

capacidade  do  solo  em  suportar  resistência  à  tração,  através  da  inserção  de  elementos  de 

amarração que distribuem estes esforços através do atrito, por uma área maior do solo, fazendo 

com que o conjunto atue como um corpo sólido. 

Terramesh é uma estrutura em solo reforçado, constituído por um paramento externo em 

forma  de  gabião  caixa  e  elementos  de  reforços  compostos  por  panos  contínuos  de  malha 

hexagonal de dupla torção e geogrelhas. Ela permite a construção de contenções de maior altura, 

principalmente quando é necessária a formação ou recomposição do maçiço a conter, podendo‐se 

utilizar  o  próprio  solo  retirado  do  local,  para  o  reaterro  ao  tardóz  da  estrutura,  devidamente 

compactado. O  sistema  permite  a  construção  de  parâmetros  externos  escalonados  (levemente 

inclinados em 6°) ou totalmente verticais. 

São métodos que podem  ser associados aos muros de gabião. Podem  ser utilizados em 

contenções com menores  inclinações ou em  locais com previsão de recobrimento do sistema de 

contenção com vegetação. Pela capacidade de estruturação do aterro e de contenção, associada 

ao potencial drenante, são bastante indicados para o uso no projeto do Parque do Rio Uruguai. 

A aparência final da estrutura é a de um muro de gabiões e, como este, pode permitir o 

desenvolvimento de vegetação na face externa, além de ser drenante em todo paramento frontal. 

 

 

Figura 22 ‐ Contenção com Solo Reforçado / Terramesh 

 

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Figura 23 – Contenção com Solo Reforçado / Terramesh 

5.2 PAVIMENTAÇÃO 

Assim  como no  caso das  estruturas de  contenção,  a permeabilidade  à  água  deverá  ser 

característica dos materiais de pavimentação. Deve‐se levar em consideração a presença de água 

em  excesso.  Idealmente  devem  ser  materiais  de  alta  porosidade,  e  com  resistência  ao 

arrancamento e aos diferentes esforços que estarão submetidos devido às frequentes cheias dos 

rios. Uma das alternativas para esta situação é a utilização de pavimentos permeáveis. 

Outras  características  que  os  materiais  de  pavimentação  devem  ter  dizem  respeito  à 

resposta à sua funcionalidade: áreas para circulação de veículos, barcos, pedestres, contemplação, 

lazer, etc... E finalmente o aspecto plástico dos materiais e soluções (textura, cor) também deve 

ser levado em conta.  

Com  diferentes  estruturas  os  pavimentos  deverão  ser  aplicados  no  leito  carroçável 

dedicado ao tráfego misto, na ciclovia e nas áreas de estacionamento. 

Os  pavimentos  permeáveis  possibilitam  a  redução  da  velocidade  do  escoamento 

superficial, a  retenção  temporária de pequenos volumes na própria superfície do pavimento e a 

infiltração  de  parte  das  águas  pluviais;  Urbonas  e  Stahre  (1993)  afirmam  que  o  pavimento 

permeável  é  uma  alternativa  de  dispositivo  de  infiltração  onde  o  escoamento  superficial  é 

desviado  através  de  uma  superfície  permeável  para  dentro  de  um  reservatório  de  pedras 

localizado sob a superfície do terreno, ou seja, conduzir as águas para uma região drenante abaixo 

da cota do pavimento. Como exemplos de pavimentos permeáveis, citamos basicamente:  

• pavimento de asfalto poroso;  

• pavimento de concreto poroso;  

•  pavimento  de  blocos  de  concreto  vazados  preenchidos  com material  granular,  como 

areia, ou vegetação rasteira, como grama. 

A utilização dos pavimentos permeáveis, em um contexto geral, pode proporcionar uma 

redução  dos  volumes  escoados  e  do  tempo  de  resposta  da  bacia  para  condições  similares  às 

condições  de  pré‐desenvolvimento  e  até mesmo,  dependendo  das  características  do  subsolo, 

condições melhores que as de pré‐desenvolvimento, desde que  sejam utilizados  racionalmente, 

respeitando  seus  limites  físicos,  e  conservados  periodicamente  (trimestralmente)  com  uma 

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manutenção  preventiva,  evitando  assim  o  entupimento.  A  utilização  do  pavimento  permeável 

pode resultar em menores custos e um sistema de drenagem mais eficiente (Cruz et al., 1999). 

A  baixa  resistência  mecânica  das  camadas  superiores  normalmente  utilizadas  nos 

pavimentos  permeáveis  dificulta  a  sua  utilização  em  pistas  de  rolamento  de  veículos, 

principalmente onde há  tráfego  de  veículos pesados.  Por  este motivo,  recomenda‐se utilização 

deste tipo de pavimento em locais como: vias de tráfego leve, estacionamentos, calçadões, praças 

e quadras de esporte. 

Os  pavimentos  permeáveis  são  compostos  por  duas  camadas  de  agregados  (uma  de 

agregado  fino ou médio e outra de  agregado  graúdo) mais a  camada do pavimento permeável 

propriamente dito. A camada superior dos pavimentos porosos (asfalto ou concreto) é construída 

similarmente aos pavimentos convencionais, com a diferença básica que a fração da areia  fina é 

retirada da mistura dos agregados na confecção do pavimento. Os blocos de concreto vazados são 

colocados acima de uma camada de base granular (areia). Filtros geotêxteis são colocados sob a 

camada  de  areia  fina  para  prevenir  a migração  desta  para  a  camada  granular.  (ARAÚJO  et  al., 

1999).   A Erro! Fonte de  referência não encontrada. apresenta uma  seção  corte do pavimento 

permeável  em  concreto  ou  asfalto  poroso  e  a  alternativa  com  Blocos  de  concreto  vazados. 

(Urbonas e Stahre, 1993). 

 

Figura 24 ‐ Seção corte representando pavimentos permeáveis 

Conforme  supracitado  a  solução de pavimento permeável, pode  ser estendida  à outros 

pontos  da  área  em  questão,  facilitando  o  escoamento  das  água  superficiais,  assim  como  o 

rebaixamento da cota do rio, evitando o acúmulo de água, na superfície do parque. 

Problemas relacionados a ocorrência de subpressão em função da subida da cota de água 

devem levar ser levados em conta no dimensionamento das camadas inferiores principalmente no 

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caso de utilização dos blocos de concreto preenchido por brita. Este dimensionamento é realizado 

durante a fase do projeto executivo. 

5.2.1 Concreto ou concreto asfáltico poroso ou drenante 

Estas soluções tem por características a alta permeabilidade superficial, suporte à pressão 

hidrostática, e durabilidade,  sendo baixa a necessidade de manutenção. Os  concretos asfálticos 

drenantes  possuem  uma  composição  granulométrica  aberta,  o  que  proporciona  uma  estrutura 

com  elevado  índice  de  vazios,  permitindo  a  percolação  das  com  grande  eficiência.  Além  de 

melhorar  as  condições  de  segurança  para  os  usuários  das  vias,  os  revestimentos  de  concretos 

asfálticos drenantes propiciam  redução dos níveis de  ruído externo ao veículo, provocados pelo 

tráfego, minimizando o impacto ambiental. 

Para  evitar  a  perda  da  permeabilidade  recomenda‐se  lavagem  periódica.  No  caso  de 

Uruguaiana  provavelmente  seria  recomendado  lavar  a  via  com  jato  de  água  limpa  após  as 

enchentes. Estima‐se uma  longevidade de 10 anos. Após esse período é  recomendado  retirar e 

aplicar  novamente  a  camada  superficial  do  pavimento.  Ou  ainda  pode  ser  feito  testes  de 

permeabilidade  periódica  para  comprovar  a  eficiência  do  sistema,  uma  vez  que  a  durabilidade 

pode superar a expectativa inicial. 

O  custo  do  asfalto  poroso  ou  drenante  pode  ser  de  20  a  35% mais  caro  que  o  CBUQ 

convencional.  Por  outro  lado  economiza‐se  significativamente  com  a  minimização  das 

infraestruturas de drenagem. 

Na  dosagem  deste  tipo  de mistura  busca‐se  o  teor  de  asfalto mínimo  que  assegure  a 

resistência à desagregação de partículas da mistura e à deformação permanente, alcançando o 

máximo  de  permeabilidade  possível,  obtidas mediante  o  uso  de  agregados  com  granulometria 

especial e dosagem adequada de ligante. 

 

Figura 25 – Ilustração aplicação de asfalto poroso / drenante 

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Figura 26 – Ilustração de aplicação de concreto poroso / drenante 

 

5.2.2 Placas de concreto tradicionais associadas à sistemas de drenagem 

Outra alternativa seria a aplicação de sistemas tradicionais de pavimentação associados à 

sistemas de drenagem. Poderiam ser aplicado nas áreas dedicadas ao  tráfego de pedestres, por 

exemplo, nos passeios e ao longo do parque. Tal solução minimiza a necessidade de manutenção, 

e há de se avaliar se o custo mais baixo do material compensa o custo elevado da infraestrutura de 

drenagem. 

Neste caso devem‐se prever juntas ou pontos que permitam a absorção da água e prever 

panos  não muito  grandes,  ou  que  sejam  intercalados  com  superfícies  vegetadas,  diminuindo  a 

pressão negativa. 

Há  possibilidade  de  adicionar  corantes  explorando  diferentes  tonalidades,  ou  ainda 

executar diferentes padrões de acabamento superficial, lisos ou com texturas. 

 

Figura 27 – Ilustração de pavimentos de concreto tradicional intercalado com infraestrutura de drenagem 

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 29 

 

 

 

Figura 28 – Ilustração de pavimentos de concreto tradicional intercalado com vegetação 

5.2.3 Pavimentação com pedras associadas à sistemas de drenagem 

Assim  como  as  placas  de  concreto,  pode‐se  explorar  a  pavimentação  com  pedras 

associadas à sistemas de drenagem. Neste caso deve‐se cuidar no dimensionamento das peças ou 

no detalhamento executivo para evitar que haja arrancamentos nos períodos de enchentes. 

 

Figura 29 – Ilustração de pavimentos de pedra intercalado com sistemas de drenagem 

 

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5.3 MATERIAIS DE ATERRO 

Foi  verificada  a  existência  de  jazidas  de  diferentes  materiais,  (conforme  indicado  no 

capítulo 3.2), que podem ser utilizados como aterro, sejam eles solos arenosos, argilosos e mesmo 

rochas  de  diferentes  características.  Considerando  as  premissas  de  projeto,  de  que  a  obra  se 

proponha a “conviver” com o regime de cheias do rio Uruguai, são melhores os materiais de maior 

granulometria  e  mais  porosos,  que  não  conteriam  o  fluxo  da  água  nas  cheias  e  drenariam 

naturalmente também. Sendo estes materiais usualmente mais caros, uma solução mista pode ser 

pensada, com a utilização de solos mais argilosos nas áreas mais altas e secas, com soluções de 

drenagem  integradas,  e  materiais  com  maior  capacidade  drenante  nas  áreas  baixas  e  mais 

comumente alagadas. 

 

5.4 DRENAGEM SUPERFICIAL 

O  sistema de drenagem do parque Rio Uruguai necessita  levar em conta duas  situações 

distintas. A primeira relacionada a drenagem superficial que deve ser dimensionada para escoar as 

águas  superficiais  oriundas  de  precipitações  pluviométrias.  A  segunda  relacionada  a  uma 

drenagem  subsuperficial  que  deve  levar  em  conta  o  escoamento  das  águas  relacionadas  ao 

rebaixamento da cota do rio após um período de inundação. 

Drenagem  é  o  termo  empregado  na  designação  das  instalações  destinadas  a  escoar  o 

excesso de água, seja em rodovias, na zona rural ou na malha urbana. A drenagem urbana não se 

restringe  aos  aspectos  puramente  técnicos  impostos  pelos  limites  restritos  à  engenharia,  pois 

compreende o conjunto de todas as medidas a serem tomadas que visem à atenuação dos riscos e 

dos  prejuízos  decorrentes  de  inundações  aos  quais  a  sociedade  está  sujeita.  Um  sistema  de 

drenagem de águas pluviais é composto de uma série de unidades e dispositivos hidráulicos. 

O sistema de drenagem superficial deve ser constituído de elementos comuns a sistemas 

de  drenagem  de  malhas  urbanas,  sendo  constituídos  de  sarjetas,  bocas  de  lobo,  caixas  de 

passagem, galerias. Alguns cuidados específicos podem se fazer necessários, para garantir o bom 

funcionamento  do  sistema,  como  por  exemplo,  proteção  em  alguns  do  elemento  evitando 

ocorrência de detritos que venham a prejudicar o desempenho do sistema de drenagem como um 

todo. 

O  sistema  de  drenagem  subsuperficial  poderá  ser  constituído  de  drenos  horizontais 

profundos,  tubulações,  dissipadores  de  energias,  caixas  de  passagem,  escadas  hidráulicas, 

descidas de águas e alas de  saídas,  formando vários pontos de  saída em direção ao  rio,  com o 

intuito de garantir um rápido escoamento das águas, garantindo a utilização do parque no menor 

tempo possível. 

 

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6 CONSIDERAÇÕES PARA A INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA 

Para execução do corpo do aterro de elevação da cota do parque do Rio Uruguai se  faz 

necessária a execução de uma campanha de  investigação geotécnicas. Esta  investigação consiste 

da execução de ensaios de campo e laboratórios. 

 

Como ensaios de campo são previstos: 

(i) Sondagem a trado, se ocorrer em terreno natural 

(ii) Sondagem a percussão (SPT); 

(iii) Sondagem rotativa, perfuração em rocha alterada e rocha sã. 

Como ensaios de laboratório são previstos: 

(i) Ensaios  de  caracterização  do  material  amostrado,  solo,  sendo  os  principais: 

granulometria, limites de liquidez, peso específico real do grãos e compactação; 

(ii) No  caso  de  ocorrência  de  solos  de  baixa  capacidade  suporte  serão  necessários 

ensaios de adensamento. 

Para  os  materiais  empréstimos  se  faz  necessários  uma  campanha  de  ensaios  de 

laboratório com o  intuito de verificar a possibilidade de utilização destes. Os principais ensaios a 

serem executados são: 

(i) Ensaios  de  caracterização  do  material  amostrado,  solo,  sendo  os  principais: 

granulometria, limites de liquidez, peso específico real do grãos e compactação; 

(ii) Ensaios de caracterização em rocha 

(iii) Ensaios de expansão; 

(iv) Ensaios de CBR. 

 

 

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 

O presente relatório, como descrito na  introdução, visa oferecer subsídios e  informações 

técnicas para apoiar os técnicos da Prefeitura Municipal de Uruguaiana na elaboração do Termo 

de Referência e Edital para a licitação dos estudos geotécnicos e projeto estrutural. Procuramos ao 

longo  do  documento  apresentar  uma  série  de  informações  capazes  de  orientar  os  técnicos  da 

prefeitura  e  também os  técnicos que possam  se  interessar pelo  certame ou que  venham  a  ser 

contratados, no sentido do correto entendimento do projeto e de suas características. 

O projeto do parque do Rio Uruguai consiste da elevação da cota da região as margens do 

rio Uruguai no município de Uruguaiana, criando um grande espaço púbico de referência para a 

cidade de Uruguaiana e qualificando a relação da mesma com a orla do rio. 

As  informações geológicas e pedológicas disponíveis indicam que o  local apresenta rocha 

sã,  oriunda  de  basalto,  a  pequena  profundidade.  Também  indica  a  presença  de  depósitos 

aluvionares, com presença de material arenoso. 

Dadas as características hidrológicas do Rio Uruguai, o parque  leva em conta  inundação 

parcial da sua área durantes determinados períodos. Os projetos geotécnico e estrutural devem 

levar  estes dados  em  consideração. A melhor maneira de  trabalhar  com  a presença de  água  é 

permitir que a mesma drene com a maior rapidez possível. Para tal sugere‐se que o material do 

aterro  seja majoritariamente  drenante  e  granular.  As  soluções  previstas  foram  apresentadas  e 

embasadas ao longo do documento. 

Além  das  soluções  técnicas  e  descrições  do  projeto  e  de  sua  área  de  intervenção, 

apresentam‐se as quantidades básicas de aterro, contenção e pavimentação, de modo a permitir a 

quantificação e orçamento dos estudos geotécnicos e do projeto estrutural. 

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8 APÊNDICES 

Anexamos  ao  presente  relatório  um  conjunto  de  plantas,  cortes  e  detalhes  que 

representam parcialmente o Projeto Básico em seu estado atual de desenvolvimento. Recordamos 

que não é um produto acabado e que o mesmo deverá ser entregue finalizado dentro de algumas 

semanas à Prefeitura Municipal de Uruguaiana. 

Estes desenhos  técnicos servem, portanto, como complemento e  ilustração do presente 

relatório,  contribuindo  na  compreensão  do  projeto,  apesar  do mesmo  encontrar‐se  ainda  em 

desenvolvimento.  

Segue a lista de pranchas que compõe o apêndice: 

 

1. Implantação geral (esc. 1/1.000); 

2. Planta de aproximação trecho 1 (esc. 1/250); 

3. Planta de aproximação trecho 2 (esc. 1/250) 

4. Planta de aproximação trecho 3 (esc. 1/250) 

5. Planta de aproximação trecho 4 (esc. 1/250) 

6. Perfis transversais A, C, H e N (esc. 1/250) 

7. Perfis transversais F, E e G  e detalhamento do Píer (esc. 1/250) 

 

 

 

   

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9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

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CRUZ, Marcus A.S., ARAÚJO, Paulo Roberto., SOUZA, Vladmir C.B. 1999. Estruturas de Controle do 

Escoamento Urbano na Microdrenagem. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HÍDRICOS, 13, 

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GIASSON, E.; PINTO, L.F.S. (2008). Solos do Rio Grande do Sul. 2 ed. – Porto Alegre: EMATER/RS‐

ASCAR. 222p. 

TUCCI, C.E.M. (1993). Hidrologia: Ciência e Aplicação. EDUSP, Editora da UFRGS, ABRH, 952p. 

URBONAS, Ben., STAHRE, Peter. 1993. Stormwater: Best Management Pratices and Detention for Water Quality. Englewood Cliffs: Prentice Hall. 450p 

URUGUAIANA  (Município).  Lei  complementar  n.º  3,  de  6  de  agosto  de  2014.  Dispõe  sobre  o Desenvolvimento  do  Município  de  Uruguaiana,  institui  o  Plano  Diretor  de  Desenvolvimento Urbano, Rural e Ambiental e dá outras providências.