1.ª ENTREVISTA COM COMANDANTE NACIONAL DE … · 2 JANEIRO 2013 Assentar a poeira em 2013 O final...

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J ANEIRO DE 2013 EDIÇÃO: 316 ANO: XXX 1,25€ DIRECTOR: RUI RAMA DA SILVA Página 10 Página 9 Páginas 15 e 16 Página 5 Página 32 1.ª ENTREVISTA COM COMANDANTE NACIONAL DE SOCORRO COMANDO DE PROXIMIDADE É APOSTA SINES MAU TEMPO MALVEIRA SETÚBAL Aposta no socorro Resposta pronta A secção faz falta PERNES LOUROSA Armando e Ricardo querem voltar ao ativo “Nada mudou depois do acidente” “Nada mudou depois do acidente” Passámos a quadra com os bombeiros Passámos a quadra com os bombeiros Fotos: Marques Valentim Fotos: Carlos Barroso/ Lusa Página 8

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1.ª ENTREVISTA COM COMANDANTE NACIONAL DE SOCORRO

COMANDO DE PROXIMIDADE É APOSTASINES MAU TEMPO

MALVEIRA SETÚBAL

Aposta no socorro Resposta pronta A secção faz falta

PERNES

LOUROSA

Armando e Ricardoquerem voltar

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2 JANEIRO 2013

Assentar a poeira em 2013

O final de cada ano é a oportunidade habitual de balanços e votos. Sobre os balanços, fa-larei proximamente. Sobre os votos,

adianto-me já hoje, com o desejo de que, aparte a crise e austeridade que nos bombeiros já co-nhecemos de sempre, o ano de 2013 permita fa-zer assentar a poeira.

Estou em crer que as palavras do ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, na posse recente do comandante nacional de operações de socorro, convergem no mesmo sentido.

Ao intervir na referida cerimónia, o ministro apelou a todos os intervenientes na Protecção Ci-vil para deixarem de lado “os interesses egoístas, corporativos ou locais”. Saúdo a preocupação do ministro que, aliás, vem ao encontro de preocu-pações de igual índole, anteriormente formula-das, e de modo reiterado, pelos bombeiros, pelas federações e pela Liga.

Se queremos um sistema de protecção civil uno, coeso, eficiente e eficaz, importa que se ga-rantam a todo o momento as condições para esse desiderato. A começar, como já disse, manifes-tando a vontade para que se reúnam também as condições, e as oportunidades, para fazer assen-tar a poeira. E, permitir assim, distinguir e per-cepcionar melhor o horizonte, conhecer e avaliar a nossa realidade, garantir claramente os meios de que vamos dispondo, conhecer melhor os par-ceiros que estão ao nosso lado, a razão porque são estes e não outros, em que é que são iguais ou diferentes de nós e porquê.

Fazer assentar a poeira começa por obter res-postas, muitas delas solicitadas a partir de per-guntas feitas há muito tempo e que, por razões diversas, nunca foram satisfeitas.

Pessoalmente, estou em crer que, ao contrário do que alguns pensam, não é, nem de perto nem de longe, a mera alteração de uma lei orgânica, ou de legislação avulsa a ela associada, que vai solucionar muitas questões de fundo que perma-necem por satisfazer, por harmonizar, em suma, por resolver. Ás leis cabe um papel. Mas não es-gotam o que está para além disso, nomeadamen-te, a vontade dos homens.

Acredito que, ao apelar contra os interesses egoístas, corporativos ou locais, o ministro queira

claramente mudar as coisas, nomeadamente, na esfera de tudo o que tem a ver e se relaciona com a Autoridade Nacional da Protecção Civil (ANPC). Por isso, contra aqueles que apontam que serão os bombeiros os únicos visados com tais palavras do ministro, e que estas possam também querer adiar os reduzir a escala das mudanças a operar na ANPC, professo a minha convicção de que acredito que há vontade de mudar. Desde logo, acredito, que haja vontade de repor a, há muito perdida, proporcionalidade e representatividade real dos diferentes agentes na estrutura do siste-ma e, em especial, dos bombeiros. Se, no passa-do, alguém falou em formigas e cigarras, esque-ça.

É certo que, caso o ministro se tivesse explica-do melhor, porventura, não daria azo a comentá-rios maldosos e mal intencionados que, para já, podem ter como reflexo o levantar de novo a po-eira que já começaria a querer assentar.

No Sistema Nacional de Protecção Civil todos são importantes. Contudo, nem todos são iguais. Não entender assim, de facto, só acaba por ali-mentar os egoísmos, os interesses corporativos e locais. E ajuda, como é sabido, a acentuar os de-sequilíbrios que, no passado, a vontade de uns, a inércia ou a demissão de outros e a incompreen-são para com muitos mais foi gerando.

Não aceitar nem praticar a descriminação posi-tiva nesse domínio é iludir, até mesmo, faltar à verdade dos factos.

Numa estrutura em que o que conta são os re-sultados, a operacionalidade, em primeira instân-cia, é imperativo identificar e reconhecer afinal o que cada um vale e o peso que deve ter legitima-mente no Sistema. E, mesmo que alguns queiram amenizar estatísticas, por exemplo, identificando todos por igual como combatentes quando con-vém, ou trabalhando a informação de forma algo bizarra ou desajustada, o que se continua a pas-sar no terreno contraria e desmente, incontorna-velmente, a realidade construída nos papéis.

Por isso, não poderei estar mais de acordo com as palavras do ministro da Administração Inter-na. Com a sua intervenção, formulo ardentemen-te, será possível fazer assentar a poeira em 2013.

Artigo escrito de acordo com a antiga ortografia

Neste primeiro Teatro de Ope-rações de 2013, trago ao co-

nhecimento dos leitores um pro-jecto que pretendo concretizar ao longo do ano que agora co-meça. Trata-se da edição de um livro com a publicação de histó-rias relatadas ou escritas por bombeiros, sobre situações que tenham protagonizado no exer-cício da sua missão.

Para o referido efeito estou a desenvolver contactos para ga-rantir o patrocínio da edição, cujos direitos pretendo oferecer à nossa Liga dos Bombeiros Portugueses.

Naturalmente que o sucesso deste projecto depende da res-posta que possa receber da parte dos bombeiros (voluntá-rios ou profissionais) que a ele se quiserem associar, enviando--me a sua história ou contac-tando-me para eu providenciar a recolha do seu relato oral.

Os textos devem ter um má-ximo de 3.000 caracteres e o seu autor deve escolher um tí-tulo para os mesmos.

Todos os textos devem ser--me remetidos para o mail/ [email protected]

Os motivos desta iniciativa são fáceis de explicar.

Incomoda-me que a acção dos Bombeiros Portugueses es-teja a desaparecer do espaço mediático, com honrosa excep-ção para este jornal que conti-nua na primeira linha da divul-gação da actividade dos nossos “soldados da paz”.

Incomoda-me que estes ho-mens e estas mulheres, que to-dos os dias são protagonistas de actos de enorme dimensão hu-manista, estejam a ser ofusca-dos pela crise e pelas enormes dificuldades que se apossaram da sociedade portuguesa.

Incomoda-me que a esperan-

ça que representa para Portugal a acção quotidiana destes cida-dãos e cidadãs não seja sufi-cientemente visível para o con-junto da comunidade nacional.

Assim sendo, quero contri-buir para a promoção e dignifi-cação da imagem pública dos nossos bombeiros, trazendo à estampa histórias na primeira pessoa.

Fica o apelo para que colabo-rem neste projecto que gostaria de ver assumido por todos os que nele quiserem intervir.

Fico na expectativa da cola-boração dos dirigentes e ele-mentos de comando dos corpos de bombeiros do país, na divul-gação deste projecto junto dos respectivos bombeiros.

Quanto a vós, bombeiros, fico na expectativa das vossas histórias!

Artigo escrito de acordocom a antiga ortografia

Ser bombeiro– histórias na primeira pessoaA Contabilifénix, empresa

participada pela Liga dos Bombeiros Portugueses, pro-moveu um encontro de âmbi-to nacional com as associa-ções humanitárias de bombei-ros voluntários, no auditório da Caixa Agrícola, na Vila de Porto de Mós, onde a empresa tem o seu Centro Operacional.

A abrir a sessão, José Fer-reira, moderador e represen-tante da Liga na gerência da Contabilifénix deu as boas vindas aos participantes. De seguida, António Vala deu a conhecer a atividade da empresa e dos três pilares que a suportam desde constituição: “rigor, inovação e excelência”. No decurso da apresentação, este responsável transmitiu a ideia de que, esses pilares traduzem os valores que cada associação deve assumir em matéria de gestão.

Na ocasião, António Vala anunciou ainda o lan-çamento de um pacote de formação, destinada a diretores, colaboradores administrativos, assala-riados e bombeiros, na área do “Comportamento e Comunicação Organizacional”, com módulos como Gestão de Conflitos; Atendimento; Gestão do Tempo; Psicossociologia do Trabalho, entre

outros. Frisou ser esta uma aposta muito impor-tante no setor tendo em conta a lacuna de forma-ção existente nessa área.

Depois foi a vez de António Mesquita abordar o processo organizativo da contabilidade nas asso-ciações, a fiscalidade e o cumprimento das dispo-sições legais para o setor em vigor desde janeiro de 2012, as alterações ao Código do Trabalho e a repercussão na elaboração dos salários, realçan-do os ajustes a efetuar pelos serviços administra-tivos. Posteriormente, apresentou o conteúdo do Dec.lei nº.197/2012 de 24 de agosto, relativo ao processo de faturação que entranto já entrou em vigor no início do ano e que as Associações deve-rão implementar.

CONTABILIFÉNIX

Empresa promove encontro nacional

Diz o povo que “só nos lem-bramos de Santa Bárbara

quando há trovões, uma ex-pressão que os bombeiros usam para consumo próprio, porque, na verdade, ilustra a forma como as populações li-dam com os soldados da paz, cuja missão só é devidamente valorizada em situações limi-te, nomeadamente no verão, em época de incêndios.

Nos últimos dias, os bom-beiros andaram nas “bocas do mundo”, tiveram amplo espa-ço na imprensa e atenção es-pecial nas rádios e televisões,

mais uma vez porque se colo-caram na linha da frente no socorro de pessoas e bens.

A violenta intempérie do úl-timo fim de semana, que tan-tos danos causou, não deu tréguas aos bombeiros. Horas depois, ainda o País se recom-punha do “susto” e tentava avaliar prejuízos enquanto centenas de operacionais, en-tregavam-se a trabalhos de apoio às populações, outros são chamados ao teatro de operações para socorrer as ví-timas da violenta colisão de comboios em Alfarelos. Por

essa altura, no Norte do País a neve caía forte chamando os operacionais de muitos, mui-tos quartéis a dar resposta às mais variadas solicitações das comunidades.

Depois de uma semana tão exigente, os bombeiros de Portugal podem orgulhar-se da resposta musculada e in-questionável dada às mais distintas solicitações, mas fica a dúvida se quando vier a bo-nança os portugueses se vão lembrar destes dias tempes-tade…

Sofia Ribeiro

[email protected]

Santa Bárbara,as tempestades e a bonança

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3JANEIRO 2013

Não há nada mais forte“Não há nada mais

forte que a deter-minação de um vo-

luntário”, diz um ator no filme “Pearl Harbour”, buscando as-sim explicação para, apesar dos riscos graves bem eviden-tes, ter sido possível mobilizar um grande número de homens e mulheres para socorrer os milhares de feridos registados durante a Segunda Guerra Mundial no ataque à grande base militar norte-americana então existente naquele ilha do Pacífico.

Pelas circunstâncias e no contexto que todos conhece-mos, a nossa sociedade está a passar por um tempo de mu-dança, um processo de trans-formação que pode estar a condicionar ou vir a limitar muitas coisas que antes fazía-mos, incluindo o exercício do voluntariado nas mais diversas expressões. A crise e a auste-ridade que segue essa mudan-ça, naturalmente, podem tam-bém contribuir para isso.

Cientes dessas transforma-ções, seria lícito e lógico con-cluir que, face às dificuldades e aos próprios constrangimen-tos, também pessoais, que a situação vai gerando, a vonta-de dos cidadãos para o exercí-cio do voluntariado iria dimi-nuir. Porém, as escolas de in-fantes e cadetes a que aludi na edição anterior são exemplo do contrário. E o mesmo acon-tece também em muitas asso-ciações com percentagens sig-nificativas de novos recrutas.

Dir-me-ão que, no entanto, há muitas associações de bombeiros voluntários que precisamente se queixam do contrário, ou seja, de falta de novos elementos.

O aparente antagonismo entre, por um lado, a existên-

cia de muitos elementos e, por outro, o lamento da sua ine-xistência, acaba, não por de-monstrar a falta de vontade em aderir ao voluntariado mas a disponibilidade para o fazer, sempre estranha à vontade dos próprios. A começar, des-de logo, pela desertificação das respetivas localidades, concelhos ou regiões.

As associações de bombei-ros nasceram das vontades lo-cais, com as potencialidades e fragilidades inerentes. E, ao longo do tempo, foram evo-luindo em função dessas mes-mas vontades e capacidades, incluindo a disponibilidade dos moradores locais para alinha-rem nas suas fileiras. Mas, quando o número destes vai diminuindo, como aconteceu no passado, e agora se vai re-

petindo num processo de de-sertificação contínuo, como é que as associações de bombei-ros poderão ser diferentes, ga-rantindo a presença dos mora-dores que partiram? A crise está nas associações ou, de facto, na própria organização social e na sua distribuição territorial?

Apesar das queixas e la-mentos sucessivos das asso-ciações, na prática, a questão só tem sido abordada em cir-cunstâncias episódicas. Veja--se o caso do combate aos in-cêndios florestais e a reiterada falta de elementos para os combater nalgumas zonas do país. Não por que não quei-ram, ou não estejam disponí-veis, mas por que simples-mente não estão lá. Importa estudar este fenómeno com

rigor, sem reservas nem pre-conceitos. A crise não está propriamente nas associações de bombeiros mas nas pró-prias comunidades locais que não têm podido, por si só, e por razões mais ou menos co-nhecidas, garantir os meios humanos para que a operacio-nalidade dos seus bombeiros se mantenha. Isto, quando, por exemplo, a escola ou o centro de saúde já fecharam, a rede de transportes públicos ou o carteiro já não chegam lá como acontecia antes.

As mudanças em curso, ou sobre as quais se pretende agora também lançar um de-bate, devem incluir, por que diz respeito às próprias comu-nidades e às opções que têm que tomar para a sua organi-zação futura, o que se preten-

de dos bombeiros e das suas associações.

As associações de bombei-ros, sem dúvida, têm uma pa-lavra a dizer, não se demitem desse papel mas também não dispensam um diálogo conver-gente e responsabilizador com os restantes atores sociais e políticos. Elas devem elencar sem rebuço o que pretendem continuar a fazer e com que meios podem e aceitam fazê--lo. Eles devem deixar claro a sua vontade e capacidade para o satisfazer ou não.

Estamos perante a exigên-cia de um novo contrato so-cial, neste caso, entre bombei-ros, comunidade e poderes instituídos. Acordo onde a sa-tisfação do direito que assiste aos cidadãos para o exercício ao voluntariado deve ficar

consagrada à luz das novas necessidades da sociedade mas também tendo em conta as dificuldades e constrangi-mentos que a própria socieda-de não tem sabido vencer e anular para que tal seja possí-vel.

“Não há nada mais forte que a determinação de um volun-tário”, diz-se no filme. Qual-quer modelo social em que ve-nhamos a funcionar no futuro tem que ter isso forçosamente em conta. Se não o fizer, defi-nitivamente, não irá traduzir a realidade que diz querer rea-valiar e organizar. Ou então, nem a celebração do Ano Eu-ropeu do Voluntariado em 2011, nem a própria avaliação que os bombeiros fazem da sua organização, terão servido para alguma coisa.

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4 JANEIRO 2013

A Federação dos Bombeiros do Distrito do Porto (FBDP) recebeu da Bayer Portugal, nO âmbito de um protocolo que une as duas

instituições, 600 medidores de glicemia Contour XT e 600 disposi-tivos de punção Glucolet 2.

Ao abrigo deste acordo, cada associação do distrito recebeu um conjunto de kits de medição de glicemia – máquina e caneta de punção–, para cada ambulância do corpo de bombeiros.

“A FBDP congratula-se com mais este testemunho do reconheci-mento que a missão dos bombeiros merece e, felizmente, vai ten-do por parte da chamada “sociedade civil”, incluindo as empresas, por contraste com o Estado”, disse, na ocasião, José Miranda, pre-sidente da federação.

A cerimónia, que decorreu nas instalações da Autoridade Nacio-nal de Proteção Civil do Porto, contou com a presença de João Ra-poso, em representação da Bayer, bem como do comandante ope-racional coronel José Teixeira Leite, comandantes e dirigentes dos corpos de bombeiros e associações do distrito.

PORTO

Protocolo une federação e Bayer

A Federação de Bombeiros do Distrito da Guarda realizou

a sua terceira gala anual no fi-nal do ano transato. Desta fei-ta, o encontro decorreu no Pa-lace Hotel Termas de S. Miguel, em Fornos de Algodres e foi o momento escolhido pelo presi-dente da federação, Gil Barrei-

ros, para anunciar a sua saída em resultado da sua nomeação para diretor clínico da Unidade Local de Saúde da Guarda – Cuidados de Saúde Primários.

Gil Barreiros referiu também ter abdicado, pela mesma ra-zão, de nova candidatura a pre-sidente da direção dos Bombei-

ros Voluntários de Gouveia mas que irá continuar como vice--presidente da Liga dos Bom-beiros Portugueses.

Esta terceira gala foi um en-contro concorrido, à semelhan-ça das duas anteriores edições, que, segundo Gil Barreiros, “já se aproximou daquilo que a fe-

deração sempre pretendeu fa-zer”.

No decurso da gala a Federa-ção dos Bombeiros da Guarda distinguiu os cinco comandantes que recentemente deixaram o quadro ativo, de Aguiar da Beira, Gonçalo, Vila Nova de Foz Coa, Vila Franca das Naves e São Ro-

mão. Foi também prestada ho-menagem a 23 elementos dos vários corpos de bombeiros as-sociativos do distrito, incluindo Sérgio Rocha, dos Voluntários de Famalicão da Serra, falecido em 2006 durante o combate a um incêndio florestal. Foi também homenageada a memória do

bombeiros do Sabugal, Sérgio Hilário, acometido de doença sú-bita quando transportava um do-ente e posteriormente falecido em dezembro último, bem como a memória de Álvaro Melo, anti-go presidente dos Voluntários de Fornos de Algodres, vítima de doença prolongada em 2011.

GUARDA

Presidente federativo anuncia saída

O presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de

Portalegre criticou, no início deste mês, a nova política de transporte de doentes de cen-tros de saúde, acusando a Uni-dade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA) de trata-mento “desumano” dos pacien-tes. Em declarações públicas, Francisco Louro afirmou que “não há sentido humano da parte de quem administra, há simplesmente sentido económi-co”, situação que o levou a acu-sar a ULSNA e o Estado de tra-tarem as pessoas de uma forma “cruel e desumana”.

Em causa está um despacho da ULSNA enviado às corpora-ções de bombeiros do distrito e segundo o qual são “alterados os procedimentos” para o trans-porte de doentes relativo às transferências dos centros de saúde para os hospitais de Por-talegre e Elvas, a partir do dia um de janeiro deste ano. “As-sim, e no sentido de facilitar todo o processo, solicita-se aos bombeiros que, após a chegada ao serviço de urgência do hos-pital, não aguardem pela alta

do doente”, estabelece o despa-cho, datado de 28 de dezem-bro.

“Isto é para evitar o paga-mento das horas de espera. O que vai acontecer é que, quan-do os doentes estiverem despa-chados, ou vão de táxi ou pe-dem uma ambulância para os ir buscar e pagam o transporte”, criticou Francisco Louro.

O presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Porta-legre disse temer, por isso, que a medida venha a agravar tam-bém a situação económica das corporações, uma vez que a dí-vida por parte dos particulares aos bombeiros vai aumentar.

“O volume de dívidas por parte dos particulares aos bom-beiros vai aumentar. As pessoas não têm dinheiro para pagar a ambulância que vão chamar para os levar a casa”, vaticinou. Considerando “vergonhoso” este processo, Francisco Louro referiu ainda esperar que as macas que pertencem às corpo-rações de bombeiros não fi-quem retidas nos hospitais, dado que, logo após a entrada dos doentes nas urgências, os

FEDERAÇÃO DE BOMBEIROS DE PORTALEGRE DENUNCIA

“Política de transporte de doentes é desumana”

bombeiros terão que abandonar esse espaço. “Habitualmente as macas ficam retidas no hospi-tal, o que é vergonhoso. O Hos-pital de Portalegre não tem ca-

pacidade de resposta e agora, com esta medida, vamos ver no futuro como é que isso vai acontecer”, sublinhou. Manifes-tando o receio de que os doen-

tes fiquem “abandonados” logo após a entrada no hospital, Francisco Louro acusou a tutela de tratar os pacientes como “coisas” e como “objetos”.

O Jornal ‘Bombeiros de Por-tugal’ tentou uma reação da ad-ministração da ULSNA, a qual se remeteu ao silêncio.

Patrícia Cerdeira

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Na passada semana, muitos operários ultimavam por-menores no interior do

novo e moderno equipamento da zona industrial de Sines que dentro de dias dará as boas vin-das aos bombeiros da cidade. Esta extensão do antigo quartel construído há quase três déca-das e a “rebentar” pelas costu-ras, destina-se a albergar os ser-viços de socorro e de urgência, garantindo condições de traba-lho aos operacionais dos Volun-tários de Sines. No quartel-sede funcionarão os restantes servi-ços.

Implantado num terreno com cerca de cinco mil metros qua-drados cedido pela Câmara Mu-nicipal de Sines, o novo edifício

desenvolve-se numa área de 1500 metros quadrados, bem aproveitada, onde as questões de operacionalidade não inviabi-lizaram algumas comodidades, apesar das mais que óbvias limi-tações financeiras, conforme ex-plicou ao nosso jornal o presi-dente da direção João Santa Bárbara:

“A primeira preocupação foi o dinheiro, uma obra que começa e não termina, não traz beneficio a ninguém. Depois de muitas contas, tentamos fazer bem e em bom com pouco dinheiro, de modo a assegurar conforto e aos nossos bombeiros”.

O toque de modernidade des-te complexo surge não só pelos materiais mas, também, pela

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Sines investiu cerca de 800

mil euros na construção de uma “extensão” do antigo quartel, destinada a albergar

apenas a área do socorro.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

SINES

Associação investe 800 mil euros no socorro

paleta de cores fortes usada nos vários gabinetes de apoio, nas salas de formação, nas camara-tas femininas e masculinas, nos balneários e até na cozinha. Apesar da qualidade de constru-ção e do arrojo, o presidente da direção fala de “pouco luxo”, mas sublinha que este novo quartel tem “a qualidade de outros equi-pamentos muito mais caros”.

A obra orçada em 800 mil eu-ros poderá mesmo “ um pouco mais barata”, provando que, ao contrário do que muitas vezes sucede pelo País, em Sines re-gistou-se uma “derrapagem in-versa”.

“Este é um equipamento vol-tado para o futuro, evoluído na área da proteção civil, que per-mitirá uma resposta 100 por

cento eficaz no socorro e na ur-gência”, regista João Santa Bár-bara.

Visivelmente satisfeito, com o sentido de dever cumprido, o presidente encara o futuro com otimismo, agora que se começa a escrever um novo capítulo na história desta associação com 79 anos de existência. Para além no novo quartel, a institui-

ção aguarda com particular ex-pectativa a tomada de posse do novo comandante. Vitor espírito Santo, um conhecido e reco-nhecido operacional prepara-se para abraçar, formalmente, este projeto ao qual já se entre-ga há algum tempo com evi-dente proveito para instituição.

Nesta nova fase, os Voluntá-rios de Sines contam com uma espécie de mobilização geral, os operacionais da casa estão mo-tivados e são muitos os volun-tários a aproximarem-se da ins-tituição, inclusivamente crian-ças e jovens

“Temos por aqui muita gente nova o que aliás já motivou o comandante Vitor Espírito San-to a avançar com a criação de uma escola cadete, onde já es-tão inscritos mais de uma dúzia de miúdos”, revela, entusias-mado, o presidente.

A nova escola será, aliás, apresentada por ocasião da inauguração do novo quartel, no dia 2 de fevereiro, numa sessão que será presidida pelo secretário de Estado da Admi-nistração Interna, Filipe Lobo d’Ávila.

João Santa Bárbara: O homem sonha a obra nasce

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6 JANEIRO 2013

O “Livro Branco” da LBPHá 35 anos, em plena época

de reestruturação da Liga dos Bombeiros Portugue-

ses (LBP) e, por consequência, de todo o universo nela repre-sentado, era dado o arranque ao processo de elaboração do livro “Bombeiros de Portugal – I”, ver-sando “Dados de Carácter Ge-ral”, com coordenação de textos de Vítor José Melícias Lopes, pre-sidente do então Conselho Admi-nistrativo e Técnico (CAT).

Mais conhecido por “Livro Branco”, a sua edição, sem pre-cedentes, teve o apoio financei-ro do Governo Civil de Lisboa.

“(…) preencher uma gravíssi-ma lacuna em matéria de divul-gação do que é o fenómeno e a realidade Bombeiros em Portu-gal” foi, entre outras, a motiva-ção do CAT, ao assumir a inicia-tiva.

Supomos que, hoje, o “Livro Branco” da LBP deverá ter qua-se o carácter de raridade biblio-gráfica, não sendo fácil a sua identificação nas estantes das bibliotecas, exceptuando as de natureza estatal e as de alguns coleccionadores da temática. O próprio Núcleo de História e Pa-trimónio Museológico (NHPM) dispõe, somente, repare-se, de dois exemplares.

Composto por 510 páginas, “Bombeiros de Portugal – I” não conheceu, ao longo dos anos, continuidade e muito menos qualquer reedição e/ou actuali-zação.

Dado à estampa em 1979, esteve para ser apresentado por ocasião do XXIII Congresso Nacional dos Bombeiros Portu-gueses, reunido no Estoril, en-tre 3 e 8 Outubro de 1978. Por-ventura, dificuldades de ordem funcional, na compilação de da-dos, impediram que o objectivo fosse atingido em tempo útil. Assim leva a concluir uma cir-cular remetida às associações/corpos de bombeiros, datada do mês de Maio, subscrita pelo se-cretário administrativo Manuel Manta, consubstanciada num questionário que serviu de su-porte a parte da edição, aliás, documento durante algum tem-po disperso e que está agora concentrado e preservado no arquivo do NHPM.

Embora pouco acessível, a publicação em apreço constitui uma indispensável fonte de pesquisa, por força dos vários dados que apresenta, bem como um ponto de partida para diferentes estudos, quer no âm-bito da vida interna da Confe-

deração, quer ao nível da evolu-ção histórica das associações/corpos de bombeiros e das pró-prias estruturas do Estado com intervenção no domínio do ser-viço de incêndios.

Sobre o conteúdo

Importa ainda, nesta evoca-ção, concentrar a atenção no conteúdo do “Livro Branco”, destacando os vários assuntos nele contidos: O que são os bombeiros; Breves apontamen-tos de história; Liga dos Bom-beiros Portugueses – Organi-grama e Constituição, Órgãos Sociais, Comissões Nacionais; Tutela Governamental – Serviço Nacional de Bombeiros, Inspec-ções de Zona; Corpos de Bom-beiros – Zona Norte; Zona Sul; Calendário.

Decorrente da análise a tal conteúdo, oferece-nos apontar algumas curiosidades históri-cas, decerto surpreendentes para as novas gerações, como é o caso de, no ano de 1978, existirem, apenas, duas inspec-ções (a Inspecção de Incêndios da Zona Norte e a Inspecção de Incêndios da Zona Sul) e outros tantos inspectores, por inerên-cia, os comandantes dos Bata-

lhões de Sapadores Bombeiros do Porto e de Lisboa, respecti-vamente, o tenente-coronel Ál-varo Maia Gonçalves e o tenen-te-coronel Fernando Teixeira Coelho.

Em Portugal, abrangendo o continente, as regiões autóno-mas e o território de Macau, existiam 400 corporações, ter-mo na época vulgar mas, nos nossos dias, cada vez mais em desuso no léxico do sector.

Por sua vez, os corpos acti-vos compunham-se de 16240 elementos, na sua esmagadora maioria voluntários, dispondo para serviço, entre outros meios, de 1294 viaturas de fogo e 1002 ambulâncias, números apurados a partir das páginas

reservadas à apresentação indi-vidual das associações/corpos de bombeiros do país.

Entretanto, no Ministério da Administração Interna, o Con-selho Coordenador do recém--criado Serviço Nacional de Bombeiros (SNB), em regime de instalação gradual, incumbi-do de orientar e coordenar as actividades e serviços de socor-ro, preparava o futuro de modo a convertê-lo numa nova reali-dade, o que veio a verificar-se nos anos subsequentes, sob o forte impulso da Liga dos Bom-beiros Portugueses e das suas Federações Distritais, com ine-quívocas vantagens na moder-nização e operacionalidade dos corpos de bombeiros.

De resto, foi também em 1978, curiosamente no Con-gresso do Estoril, onde o “Livro Branco” deveria ter sido apre-sentado, conforme já referido, que foram tomadas as posições de força mais determinantes de sempre tendentes à institucio-nalização do SNB. Daí resultou, primeiro, o Decreto-Lei n.º 388/78 e, pouco tempo depois, a Lei n.º 10/79, diplomas subs-tituídos pelo célebre Decreto--Lei n.º 418/80, elevado à con-dição de Lei Orgânica do Servi-ço Nacional de Bombeiros.

Artigo escrito de acordo com a antiga ortografia

Site do NHPM da LBP:www.lbpmemoria.wix.com/

nucleomuseologico

Pesquisa/Texto: Luís Miguel Baptista

Dirigentes da LBP com o Presidente da República, General Ramalho Eanes – Congresso do Estoril, 1978

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Faleceu recentemente o co-mandante do Quadro de

Honra (QH) dos Bombeiros Voluntários Barcelinhos, e pai do atual comandante, José António Machado Maciel Bele-za Ferraz com 81 anos de ida-de e quase meio século de ati-vidade nos bombeiros.

Natural de Barcelinhos e pertencendo a uma família que sempre serviu os seus bombeiros, o comandante Be-leza Ferraz conviveu e viveu desde muito novo a atividade dos voluntários experimen-tando ainda criança o peso de uma farda. Aliás, desfilava como mascote nos dias de festa ou de maior solenidade.

Com tais raízes será fácil

concluir que não lhe foi indife-rente o apelo que foi sentindo para o exercício do voluntaria-do nos bombeiros. Assim, a partir de 1964 iniciou o seu percurso, sempre nos Volun-tários de Barcelinhos, eleito ininterruptamente como vice--presidente da direção até 2000.

Apesar das razões de saúde que o atormentavam não quis deixar os bombeiros e, assim, entre 2001 e 2008 assumiu funções na assembleia-geral da instituição, até 2003 como segundo secretário e depois como vice-presidente. Em 2009 foi então eleito membro do conselho superior.

A par da sua missão de diri-

gente, o comandante Ferraz, “não sendo homem de virara a cara aceitou a interinidade do comando do corpo de bom-beiros em junho de 1971 e posteriormente, em janeiro de 73, foi definitivamente nome-ado comandante. Manteve-se naquele cargo até agosto de

1992, data em que passou ao QH “por direito próprio e por ser da mais elementar justi-ça.”

Ao longo dos 48 anos de serviço nos bombeiros e, em particular, nos Voluntários de Barcelinhos, o comandante Beleza Ferraz viu reconhecido por diversas vezes o intenso e profícuo trabalho desenvolvi-do. A atribuição do crachá de ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses é uma das provas disso.

À Família do comandante Ferraz, ao seu filho, coman-dante dos Voluntários de Bar-celinhos, ao corpo ativo e diri-gentes da instituição endere-çamos sentidos pêsames.

BARCELINHOS

Faleceu o comandante Beleza Ferraz

António Pereira D’ Aguiar, chefe do quadro de honra

da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Alco-chete faleceu vítima de doença súbita no passado dia 30 de de-zembro.

Foi em fevereiro de 1965 com apenas 17 anos e como cadete, que ingressou no seio desta fa-mília onde sempre se dedicou à associação e ao lema “vida por vida” ao longo dos 47 anos de serviço, sendo relembrado pe-los colegas no momento da despedida como “um homem ao serviço do bem comum”.

A passagem ao quadro de honra em 2002, não limitou o chefe Aguiar de continuar a im-pulsionar a vida ativa do corpo

de bombeiros, sendo por isso agraciado em 2010 com o Cra-chá de Ouro da Liga dos Bom-beiros Portugueses e um dos principais impulsionadores da recente reativação da fanfarra.

Sérgio Santos

ALCOCHETE

Faleceu ChefeAntónio D’Aguiar

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7JANEIRO 2013

O Centro Hospitalar e Universitário de Coim-bra (CHUC) é “a primeira entidade hospita-lar acreditada pelo Instituto Nacional de

Emergência Médica (INEM) para dar formação na área da emergência médica”. Acreditado para dar “formação em suporte de vida avançada”, o CHUC passa a poder fazer formação certificada nas “competências necessárias à correta abordagem de uma vítima em paragem cardiorrespiratória”, sublinha o INEM.

A acreditação atribuída “representa o reconhe-cimento externo de que a entidade tem todas as condições para dar formação em determinadas áreas da emergência médica pré-hospitalar”, po-dendo dar formação aos seus próprios profissio-nais e no exterior, lê-se num anota tornada públi-ca. O processo para a acreditação de uma entida-de pressupõe “o cumprimento de um conjunto alargado de requisitos”, desde instalações a re-cursos materiais e humanos.

“A formação e o ensino são uma opção estraté-gica do CHUC”, referiu José Martins Nunes, presi-dente do conselho de administração desta insti-

tuição, que congrega oito hospitais: dois centrais (Hospital dos Covões e Hospitais da Universida-de), um pediátrico, três psiquiátricos (Sobral Cid, Arnês e Lorvão) e duas maternidades (Daniel de Matos e Bissaya Barreto).

“O CHUC tem vindo a constituir-se como par-ceiro de entidades externas” para a formação, no âmbito das suas preocupações com o ensino e a formação, salientou Martins Nunes.

O INEM passou a ter competência para, ao abrigo da nova lei orgânica (de fevereiro de 2012), “acreditar entidades externas para proce-derem à realização de ações de formação”, o que lhe permite “aumentar a capacidade formativa existente no país”.

Além do CHUC, “outras unidades de saúde ini-ciaram já procedimentos com vista à obtenção de acreditação”, revela o INEM.

O certificado de entidade acreditada para dar formação na área da emergência médica foi en-tregue ao CHUC no passado dia sete de janeiro, na sede do INEM, em Lisboa.

Patrícia Cerdeira

FORMAÇÃO EM EMERGÊNCIA MÉDICA

INEM dá início à descentralização

Em 2012, foram 3042 os casos de Acidente Vascu-lar Cerebral encaminha-

dos para a Via Verde do AVC, números que se traduzem, se-gundo o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) num “melhor tratamento” a mais de 14.000 pacientes e representam um aumento de 160 situações face ao ano an-terior. Os distritos de Porto e Lisboa foram onde estes enca-minhamentos tiveram maior incidência, com 720 e 629 ca-sos, respetivamente, seguin-do-se Braga (264) e Setúbal (252). Na grande maioria dos casos (2097 situações), os meios de socorro chegaram ao local em menos de 20 minutos.

Os Hospitais de São José (271), Braga (242), São João (230) e Santa

Maria (178) foram os que receberam o maior número de casos encaminhados pela Via Verde do AVC.

As estatísticas do INEM indicam que, na maioria dos casos, foi preciso passar entre 30 minutos a uma hora desde o início dos sinto-mas para que fosse dado o alerta para o 112. O Instituto alertou que “as primeiras três ho-ras, após o início dos sintomas de AVC, são essenciais para o socorro da vítima, pois é esta a janela temporal que permite que a instituição dos principais tratamentos seja eficaz”. Para melhorar esta situação, “é essencial que a po-pulação saiba quais os sinais de alerta da do-ença e como utilizar o 112”.

Através do Número Europeu de Emergência, o INEM coordena a assistência e encaminha as vítimas de AVC para os hospitais adequados através da Via

Verde, permitindo “um tratamento mais rá-pido e eficaz”. Falta de força num braço, boca ao lado ou dificuldade em falar são sinais de alarme que podem indicar a ocorrência de um AVC. “Se estes sinais forem reconhecidos a tempo, ligar 112 é a forma mais adequada de o doente ser tratado, pois a rápida atuação médica especializada é vital para o sucesso do tratamento e posterior recuperação do doen-te”, sublinha o INEM.

De referir que estão definidos um conjunto de critérios clínicos para a admissão nesta Via Verde: idade, tempo de evolução dos sintomas e não ter sequelas de AVC anterior. O Acidente Vascular Cerebral continua a ser uma das prin-cipais causas de morte em Portugal, sendo também a principal causa de morbilidade e de potenciais anos de vida perdidos no conjunto das doenças cardiovasculares.

Segundo os especialistas, por hora, morrem dois portugueses devido a esta doença que pode ser prevenida e tratada.

Patrícia Cerdeira

INEM: VIA VERDE DO AVC

Mais de três mil doentes encaminhados

As Associações Humanitárias de Bombeiros Voluntários

de Coja e Penamacor estão a comemorar, respetivamente, o 50.º e o 75.º aniversário. Assi-nalando essas efemérides, o ministro da Administração In-terna, Miguel Macedo, conce-

deu-lhes a medalha de mérito de proteção e socorro, grau prata e distintivo azul.

Em fundamento para a atri-buição, expresso nos Despa-chos n.º 811/2013 e 812/2013, o MAI defende “o exemplar per-curso da sua existência ao ser-

viço da comunidade e da prote-ção e socorro de populações com uma atuação sempre ca-racterizada pelo heroísmo, pela abnegação e pela solidariedade para com o próximo” realizado pelas duas associações de bom-beiros.

MAI

Medalhas para duas associações

Realizou-se no passado dia 23 de janeiro mais uma Assem-

bleia Geral da Escola Nacional de Bombeiros (ENB) onde a for-mação foi o grande tema em análise. De referir que, depois de ter recusado a validação das contas, a Liga dos Bombeiros Portugueses comprometeu-se a validar o exercício relativo a 2012 e o plano de atividades para este ano, perante a pro-messa de que serão tratadas a curto prazo algumas das ques-tões que a Confederação tem vindo a denunciar. Jaime Marta Soares, presidente da LBP, re-cebeu a garantia de que direção da ENB e a Autoridade Nacional de Proteção Civil se preparam

para “encontrar uma nova solu-ção” para os funcionários da ANPC que estão ligados à Esco-la (operadores e FEB) através de um vínculo laboral que mais não é do que “uma barriga de aluguer” na opinião da LBP. Jai-me Marta Soares volta a dizer que a formação dos bombeiros está “posta em causa”, já que mais de 80 por cento do orça-mento da ENB “serve para pa-gar ordenados”.

Nesta reunião magna, a ENB deu a conhecer os resultados da formação referentes aos meses de janeiro a novembro, números que demonstram bem, denúncia LBP, “a situação de paralisação” formativa que se vive na ENB.

Faltando ainda apurar os núme-ros de dezembro, a Escola infor-ma que nos Centros de Forma-ção, Unidades Locais de Forma-ção (ULF) e Corpos de Bombei-ros contabilizam-se 1372 ações para 16.677 bombeiros.

Ao contrário da análise da LBP, a ENB sublinha que “são números extremamente satis-fatórios” porque foram alcança-dos num ano de profundas mu-danças no paradigma formativo dos bombeiros voluntários por-tugueses, nomeadamente nos procedimentos de inscrição e validação e na “formação de acesso” maioritariamente mi-nistrada nas ULF”.

PC

ASSEMBLEIA GERAL DA ENB FAZ BALANÇO DE 2012

Liga quer mais formação

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8 JANEIRO 2013

MALVEIRA E SETÚBAL

Natal e ano novo no quartel

Azevias, filhós, peru, bacalhau e passassão iguarias obrigatórias nas mesas

portuguesas na quadra natalícia, quando família e amigos se juntam para reforçar

laços de amizade e renovar votos de união. Uma equipa de reportagem do jornal

Bombeiros de Portugal (BP) visitouos quartéis dos Voluntários da Malveira

e de Setúbal e viveu com os operacionaisde serviço as noites de consoada

e de ano novo. Texto e fotos: Sérgio Santos

A mesa, decorada a rigor e repleta de todas as igua-rias típicas da época ins-

talada no parque de viaturas do quartel já aguardava para ceia de Natal os 15 elementos do pi-quete da “brigada B” dos Bom-beiros Voluntários da Malveira, enquanto os bombeiros Tiago Correia e David Pereira confe-cionavam o jantar com a ajuda dos restantes camaradas. Foi este o ambiente, quase, caseiro que o BP encontrou, ao início da noite de 24 de dezembro, mas que se tornou ainda mais aco-lhedor com a chegada das mu-

lheres e dos filhos dos bombei-ros.

Quando as famílias são com-postas por bombeiros tudo pa-rece mais fácil no dia-a-dia mas, também, nestas ocasiões especiais, que o digam os Mar-tinho, os Silva e os Rodrigues…

A família Martinho junta no quartel sete elementos, “duas casas” como nos revelou sub-chefe Carlos Martinho, enquanto olhava a irmã e o cunhado, tam-bém bombeiros, que jogavam matraquilhos com os filhos.

Já os Silva contribuem para os Voluntários da Malveira com três operacionais: o Nelson, o Paulo e o Dário que aproveita-vam o serão para ver televisão e jogar no computador, en-quanto os irmãos Rodrigues, o Nuno e a Ana, se juntavam aos restantes convivas como que procurando o calor do lar que, nesta noite, dispensaram com o firme e genuíno propósito de servir a comunidade.

Junto à árvore de Natal, colo-ridos embrulhos captavam a atenção dos mais novos que não esconderam ansiedade quando, finalmente, lhes foi

permitido abrir os cobiçados presentes.

A este episódio mais “agita-do”, seguiu-se uma noite que a equipa de serviço garante ter sido tranquila: “Apenas um transporte, uma súbita e um acidente rodoviário”.

Nesta ceia especial, marca-ram presença os operacionais Carlos, Diamantino, Fátima, Sónia, João e Afonso Martinho, Nádia Santos, Nelson, Paulo e Dário Silva, Nuno e Ana Rodri-gues, Tiago Correia, David Pe-reira, Andreia Almeida, José Pi-res e Mónica Carvalho.

No dia 31 de dezembro, o nosso jornal voltou ao quartel de bombeiros, desta feita à casa dos Voluntários de Setú-bal, onde a já tradicional a re-ceção ao novo ano sempre mo-biliza muitas pessoas. As ruas estavam repletas de homens mulheres e crianças prontos para festejar a chegada de 2013.

Tendo em conta que “estas noites são sempre complica-das”, conforme nos disse sub-chefe Arnaldo Vasques, nada é descurado, o que obriga as vá-

rias equipas a estarem de pron-tidão. Mas, ainda assim, a tradi-ção festiva cumpriu-se.

Poucos minutos antes da meia-noite os bombeiros ocu-param o seu lugar no interior dos veículos para, pontualmen-te, anunciarem a chegada do novo ano com ruído das sirenes e o colorido das luzes, como que abrindo o espetáculo de fogo de artificio que se seguiu, deixando todos de olhar colados ao céu.

Para os operacionais de ser-viço trocar o conforto de casa ou a animação de uma ou outra festa por uma noite ao serviço do socorro e proteção da popu-lação é a decisão óbvia de quem se norteia pelo lema “vida por vida”.

Numa noite que afinal se re-velou tranquila, os Voluntários de Setúbal puderam saborear os doces e salgados que en-chiam a mesa preparada a rigor para a festa, e afinal, saudar de forma diferente a chegada de novo ano que se deseja repleto de sucessos profissionais e pes-soais para todos.

Sérgio Santos

Família Martinho Convívio em Setúbal Consoada na Malveira

Fogo de artifício reúne bombeiros e comunidade

Quartel de Setúbal recebe festejos Clã Silva

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9JANEIRO 2013

Há cinco anos, desde julho de 2007, que a Associa-ção Humanitária dos

Bombeiros Voluntários de Per-nes dispunha de um posto avançado em Amiais de Baixo, um serviço há muito reclama-do pela população. Na época, a Câmara Municipal de Santa-rém apoiou a instalação, mas há já algum tempo que as des-pesas daquele equipamento eram suportadas, na íntegra, pelos Bombeiros de Pernes.

Em declarações ao Jornal Bombeiros de Portugal, o co-mandante Francisco Viegas Santos esclarece que o proto-colo firmado com a autarquia estabelecia “a colocação na-quela área de uma viatura e um grupo de operacionais, 24 horas por dia”, com o intuito

de “garantir à povoação servi-ços mínimos”. Esse dispositivo era, contudo, ampliado no ve-rão, com a disponibilização de uma outra equipa de cinco ele-mentos para combate a incên-dios florestais, um reforço que se justificava tendo em conta que aquele território “apresen-ta sérios riscos”, até porque está inserido no Parque Natu-ral da Serra de Aire Candeei-ros.

Apesar da importância es-tratégica do posto de Amiais de Baixo, o comandante Fran-cisco Viegas Santos afiança que “a associação não tinha possibilidades de continuas a suportar os encargos, até por-que nos últimos dois anos as-sumiu todas as despesas”.

“Com muita pena do coman-

do e da direção não podemos manter esta estrutura, que nos custava cerca de quatro mil euros mensais”, diz-nos o co-mandante.

Este “afastamento” não co-loca, contudo, em risco pesso-as e bens. Os voluntários de Pernes estão devidamente preparados e apetrechados para garantir a eficácia no so-corro. Ainda assim, mercê de um enorme esforço financeiro, o responsável operacional do corpo de bombeiros afiança que, sempre que se justifique, haverá um investimento na proximidade, designadamente “nos dias de maior risco de in-cêndio ou por ocasião das grandes festas Amiais de Bai-

PERNES

Associação desativa posto avançadoSem alternativas, perante o lamento das

populações, os Bombeiros Voluntários Pernes, foram forçados a desativar o posto

avançado de Amiais de Baixo, depois de cinco anos de funcionamento.

A associação garante que o socorro àquela área não está em causa, ainda assim fala da

importância estratégica e de prevenção daquele posto, nomeadamente, no verão.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

xo, que movimentam milhares de pessoas”.

“Estamos sempre atentos, essa é aliás nossa missão”, ga-rante, o comandante que revela outras preocupações, nomea-damente, com o futuro da insti-tuição, inevitavelmente tocada pela crise.

Receosos direção e comando falam da complexidade de man-ter a atual estrutura profissio-nal, mas o comandante acredita

“ser possível escapar aos des-pedimentos”.

“Toda a estrutura foi pensada para o serviço que tínhamos, com uma quebra na ordem dos 50 por cento no número de ser-viços de transportes, tudo mu-dou”, revela o nosso interlocu-tor.

Ainda assim, com os olhos postos no futuro, a ainda jovem associação prepara-se para dar resposta a crescentes desafios,

adaptando-se a novas realida-des e exigências, nomeada-mente a nível de instalações. O quartel-sede recebeu, recente-mente, obras de ampliação ao abrigo do Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN). A intervenção contemplou a am-pliação das camaratas femini-nas e masculinas e do parque de viaturas e a criação de novos gabinetes, áreas de formação e também arranjos exteriores.

Secção de proximidade fechou portasComando e direção lamentam encerramento do posto de Amiais

Quartel de Pernes recebeu obras de ampliação

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10 JANEIRO 2013

No dia 22 de setembro de 2012, o bombeiro de 1.ª Ricardo Silva e o oficial-

-bombeiro Armando Sousa pre-paravam-se para cumprir mais uma missão, mas um violento acidente interrompeu-lhes o de-sígnio e mudou-lhes para sempre a vida.

Hoje, quando lhes pedimos para recordar esse fatídico dia conseguem relatar cada porme-nor com um sorriso franco, por-que embora as evidentes limita-ções físicas, sobretudo no caso de Ricardo, fazem questão de desdramatizar até porque, dizem confiantes, “o pior já passou”.

Um incêndio na freguesia de Canedo não dava tréguas aos bombeiros e o comandante dos Voluntários de Lourosa solicitou a presença dos dois operacionais no teatro de operações. Esta era só mais uma intervenção da pre-enchida folha de serviço destes bombeiros, que garantem que apesar da urgência circulavam a velocidade reduzida, mas “na es-trada principal de Canedo o carro começa a fugir e o jipe tombou e bateu”.

Não conseguem encontrar jus-tificação para o despiste, sabem apenas que apesar do violento embate nunca perderam a cons-ciência.

Armando conta aos jornalistas que “Ricardo estava agitado” sa-bia que “era necessário ativar o

socorro, mas as pessoas que as-sistiram ao acidente gritavam e não faziam nada”. Um homem assoma-se da viatura, Armando pede-lhe o telemóvel e, ironica-mente, é a vítima a solicitar à central dos Bombeiros de Louro-sa os meios que achou mais indi-cados. O oficial-bombeiro pediu ainda à central que tocasse a si-rene, pois “sabia que o incêndio estava a mobilizar muitos meios”.

O socorro não tardou mas a operação de resgate demorou mais de uma hora, envolveu mui-tos meios dos Voluntários de Lourosa de outros corpos de bombeiros da região.

Ricardo diz-nos, agora, não conseguir ainda descrever o que sentiu na ocasião, um turbilhão de emoções, pensamentos avul-sos, mas sempre a consciência plena da gravidade das lesões.

“Eu não sentia as pernas, apercebi-me, obviamente, da gravidade da situação”, garante Ricardo.

Quatro meses após o acidente, os bombeiros não esquecem o trabalho exemplar dos operacio-nais que os socorreram, que con-seguiram gerir os níveis de ansie-dade, a preocupação natural de quem vê um dos seus numa situ-ação tão grave.

A operação de socorro foi bem-sucedida, tanto como a eta-pa que se seguiu, pois muito em-bora a gravidade das lesões estes

LOUROSA

Bombeiros sonham regressar ao ativoProssegue o longo e penoso processo de

recuperação de Armando Sousa e Ricardo Silva, os bombeiros de Lourosa vítimas de

um aparatoso acidente em setembro do ano passado, quando seguiam para um incêndio

na freguesia de Canedo. Depois de meses marcados por cirurgias e

tratamentos, os operacionais dizem acreditar que o pior já passou e, por isso

mesmo, sonham com o regresso ao quartel dos Voluntários de Lourosa “o mais

depressa possível”.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

homens não desistem de lutar, não esmorecem ainda que con-frontados com um complexo e penoso processo de recuperação, marcado por cirurgias e muitos tratamentos.

“Esta é uma longa e difícil ba-talha que estou a travar, mas sei que posso vencer. A longo prazo, tudo é recuperável” diz-nos Ar-mando, que com coragem e de-terminação minimiza a severida-de das lesões ortopédicas e neu-rológicas, as quatro cirurgias a que foi sujeito e as outras tantas já previstas, a dependência tem-porária de uma cadeira de rodas e, obviamente, dos pais que têm

sido o pilar deste jovem, que apesar dos pesares consegue exibir o sorriso contagiante.

Ricardo Silva, ainda a cumprir sessões de fisioterapia, caminha apoiado nas canadianas e já só sonha poder regressar ao quartel “lá para o verão”, muito embora o processo de recuperação tenha sofrido um revés com complica-ções associadas à lesão de um dos membros inferiores. Ainda assim, prefere não dar muita atenção às cautelas dos médicos e sublinhar que “tudo vai correr bem”.

A paixão pela causa e pelas coisas dos bombeiros une estes

dois jovens, não obstante o facto de terem trilhado caminhos dife-rentes na carreira. Ricardo é profissional do corpo de bombei-ros de Lourosa onde ingressou aos 14 anos por influência do pa-drinho, enquanto Armando cum-pre a sua missão como voluntá-rio, e embora licenciado em Pro-teção Civil, trabalha na área do desenho de cablagens para au-tomóveis, numa empresa da re-gião.

“Sempre fui maluco pelos bombeiros, pelas fardas, pelos carros, pelas luzes” revela Ar-mando que com apenas 16 anos foi oferecer os seus préstimos

aos Voluntários de Lourosa e lá concretizou um sonho de menino que o realiza enquanto homem.

Esta entrega - ou esta “doen-ça” segundo a sua própria defi-nição - justificam a forma clara como revela que “nada mudou depois do acidente”, tanto que para o jovem de 25 anos a prio-ridade é regressar ao teatro de operações, voltar a salvar vidas. Desejo partilhado por Ricardo que, apesar dos vários aciden-tes sofridos ao serviço dos bom-beiros, nunca lhe passou pela cabeça “desistir” da profissão que com muito orgulho esco-lheu.

Preocupações e alertasO acidente destes dois bombeiros traz, uma vez mais, para a ordem do dia a importância do Fundo de Proteção Social do Bom-

beiro, que nesta como noutras situações surge como uma resposta eficaz. Contudo, este caso torna evidente a debilidades de um país que não salvaguarda os voluntários, quem o defende é o comandante José Carlos Baptista que se mostra preocupado com esta situação.

O responsável operacional dos Bombeiros de Lourosa denuncia que neste caso os seus homens tiveram tratamento diferente:“O Ricardo, profissional da associação, beneficia de um seguro de acidentes de trabalho podendo dispor de todo o tipo de trata-

mentos, enquanto o voluntário Armando é protegido por um seguro de acidentes pessoais, ou seja tem que avançar com o paga-mento dos tratamentos só depois é ressarcido”, com a agravante de que a cobertura é, necessariamente, muito diminuta.

“Esta situação deve ser repensada, temos que dar melhores condições aos nossos homens”, pois, nestas circunstâncias, os vo-luntários começam a pensar se vale a pena andar aqui… não tem garantia nenhuma”, argumenta, defendendo ainda que os homens e mulheres que “prestam este serviço ao Estado devem, no mínimo, beneficiar de um seguro de acidentes de trabalho”.

“Defendo que os bombeiros voluntários devem gozar de um seguro diferente, que pelo menos funcione de forma similar aos que salvaguardam os profissionais”, diz chamando a atenção para as situações mais complicadas como a de Armando.

“Já apresentei a questão na mesa de encontro de comandos do distrito, a situação está a ser analisada devidamente fundamen-tada, para que possamos debater a questão com Liga dos Bombeiros Portugueses”, antecipa José Carlos Baptista.

Comandante acompanha recuperação de Ricardo e Armando

O despiste causou a destruição do veículo

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11JANEIRO 2013

A Câmara Municipal de Monção decidiu atribuir cerca de 84 mil euros à atividade dos bom-

beiros voluntários do concelho, corporação que há mais de um ano se debate com uma grave crise financeira. Segundo o município, o apoio à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntá-rios de Monção prevê 70 mil euros para a ativi-dade regular de auxílio e socorro à população.

Estão ainda previstos mais 14.420 euros para comparticipar a aquisição de um tanque cister-na pesado, de posicionamento tático, com ca-pacidade para transportar 8 mil litros de água, para combate a incêndios e abastecimento às populações. No final do ano, as dificuldades fi-nanceiras da corporação obrigaram à realização de mais de uma dezena de peditórios, por todo o concelho, como forma de angariar a verba ne-cessária para pagar os subsídios de Natal aos mais de 20 elementos contratados a tempo in-teiro. A autarquia de Monção justifica este plano de apoio, renovado anualmente, com a necessi-dade de “assegurar maior capacidade preventi-

va e interventiva” nas respostas a casos de emergência.

Além deste subsídio, a autarquia assegura apoiar a corporação com vário equipamento ten-do disponibilizado, nos últimos anos, ajudas es-pecíficas para a construção do novo quartel, cen-tral telefónica, corpo ativo e veículos de emer-gência médica e combate a incêndios.

A atual direção dos bombeiros foi eleita em ju-nho de 2012, depois de um vazio diretivo que se prologou durante mais de cinco meses, em fun-ção da difícil situação financeira da instituição. “No início do ano a situação era muito má. Hoje é ‘só’ má”, reconheceu, o presidente da associação, Jorge Almeida.

Entretanto, com dois contratos anuais, os bombeiros estão assegurar o transporte de alu-nos portadores de deficiência, para as escolas do concelho e para a Associação de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM), o que re-presenta um encaixe global de 32 mil euros.

PC

CÂMARA DE MONÇÃO APOIA BOMBEIROS

Socorro às populações está garantido

O Conselho do Governo da Madeira decidiu recente-mente proceder à cele-

bração de contratos-programa com as seis associações de bombeiros voluntários da re-gião num total anual de 1,7 mi-lhões de euros.

Os contratos-programa con-templam as associações de bombeiros voluntários, Madei-renses, Calheta, Câmara de Lo-bos, Ribeira Brava, Santana, São Vicente e Porto Moniz e do Porto Santo.

A decisão baseia-se no regu-lamento de financiamento das associações em vigor desde 2004.

As corporações vão receber uma comparticipação mensal que varia entre os 700 mil e os 81 mil euros. Os contratos-pro-grama têm a duração de 12 meses, entre 1 de janeiro e 31 de dezembro do ano em curso.

Os Bombeiros Voluntários Madeirenses são os que vão re-ceber a maior fatia (mais de 728 mil euros), auferindo as

restantes valores entre os 145 mil (Santana) e os 209 mil (Câ-mara de Lobos), enquanto a as-sociação da ilha do Porto Santo vai dispor de 81 mil euros.

O Governo Regional da Ma-deira justifica a decisão tomada com a importância da ação des-tas corporações de voluntários na proteção de vidas e bens nos diversos concelhos da região, cujas receitas próprias se “ma-nifestam insuficientes para fa-zer face às despesas inerentes à sua atividade humanitária, de

mérito e relevância socialmente reconhecidos”.

Na sequência da decisão de apoiar os bombeiros voluntários regionais, o Governo da Madei-ra realça o esforço que estas associações fazem para cumprir os seus objetivos, “consideran-do a importância de que se re-veste o associativismo e o vo-luntariado dos bombeiros e o papel primordial que lhes é atri-buído no âmbito da Proteção Ci-vil, sendo do interesse público a viabilização das suas ações”.

MADEIRA

Governo Regional atribui 1,7 milhões

Cerca de 40 bombeiros dos voluntários de Mantei-gas suspenderam os serviços, no passado dia 13

de janeiro, devido a divergências com a atual dire-ção. Descontentes, os bombeiros entregaram uma carta ao comandante interino na qual informaram que “iriam deixar de fazer serviços”. Segundo Fran-cisco Gomes, porta-voz do grupo, “foi uma carta simples onde os bombeiros denunciam que não há condições”. O responsável disse que os elementos que entregaram o documento pediram a inatividade “durante o período de um ano”, mas podem regres-sar ao corpo ativo a qualquer momento, desde que presidente da direção, Manuel Rabaça, se demita. Os bombeiros dizem que “têm sido perseguidos “ e que no quartel “há falta de material” para intervir no dia a dia. Com a indisponibilidade de cerca de 40 bombeiros, a Associação Humanitária de Manteigas, que possui cerca de 60 elementos no corpo ativo, vai contar com “pouco mais de dez” elementos para as-segurar o serviço diário. Francisco Gomes reconhe-ceu que os elementos que ficam em funções “não vão conseguir” assegurar o serviço “durante 24 ho-ras” e o socorro às populações e aos visitantes da Serra da Estrela pode ficar comprometido. Instando

a comentar a situação, o comandante interino, Fran-cisco Tacanho, apenas confirmou a receção da carta. Já o presidente dos Bombeiros Voluntários de Man-teigas, Manuel Rabaça, declinou prestar qualquer declaração sobre o assunto.

Preocupado com a situação, António Fonseca, Comandante Distrital da Guarda garantiu no entan-to que o socorro na Serra da Estrela “não está em causa”. “Temos meios suficientes para intervir na Serra da Estrela”, assegurou, lembrando que “ainda existem cinco corporações de bombeiros, a GNR (subagrupamento de montanha) e a Força Especial de Bombeiros, que têm veículos, equipamento indi-vidual e formação para intervir” na serra.

O presidente da Câmara Municipal de Manteigas também já demonstrou a sua preocupação, Esme-raldo Carvalhinho, receia que a prestação de socor-ro no concelho seja posta em causa, e por isso de-fende que comando e direção dos voluntários resol-vam as divergências o mais rápido possível. Esme-raldo Carvalhinho enaltece o facto da atual direção dos voluntários ter sido re-eleita com legitimidade e apela ao bom senso dos bombeiros.

PC

MANTEIGAS

Bombeiros suspendem serviços

A Câmara Municipal de Abran-tes anunciou este mês a in-

tenção de “extinguir num futuro próximo” os seus Bombeiros Municipais, tendo optado por “incentivar e apoiar” a criação de uma Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários, que ficará a gerir o atual corpo de bombeiros. A centenária insti-tuição, uma corporação mista composta por cerca de 100 bombeiros, dos quais 23 profis-sionais, custa aos cofres da au-tarquia mais de um milhão de euros por ano. A nova solução é enquadrada no âmbito da cria-ção do denominado Agrupa-mento de Bombeiros do Médio Tejo Norte, que fundirá as cor-porações de Abrantes, Constân-cia, Mação e Sardoal. “A câmara municipal assu-miria todos os custos com vencimentos, viaturas e combustíveis, mas caberia à associação huma-nitária a gestão de todo o corpo de bombeiros, alicerçada num grupo de cidadãos e em parcerias com empresas de relevo da região”, esclareceu a presidente da autarquia, Maria do Céu Albuquer-que, em reunião de executivo. A ideia caiu que nem uma ‘bomba’ na corporação, onde a autarca garante existirem “guerras internas e algumas chantagens” por causa dos turnos e da impossibi-lidade de os bombeiros profissionais receberem horas extraordinárias de forma regular. Maria do Céu Albuquerque disse ainda que a autarquia “não tem condições para contratar mais profissio-nais” e que a questão dos turnos “não tem sus-tentabilidade técnica e legal”, observando que, com a criação de um corpo de bombeiros volun-

tários, “ o problema fica resolvido de vez”. Entre-tanto, a Associação Nacional de Bombeiros Pro-fissionais e o Sindicato Nacional de Bombeiros Profissionais já reuniram com a presidente da au-tarquia e segundo Fernando Curto, presidente da ANBP, “houve abertura por parte da edilidade em estudar uma proposta de acordo coletivo de tra-balho que satisfaça as partes envolvidas, no âm-bito do necessário enquadramento legal, e, como tal, não há necessidade da realização de manifes-tações ou de outras formas de luta”, sublinhou. A presidente da Câmara Municipal de Abrantes dis-se entretanto estar “recetiva” a analisar a pro-posta que a ANBP e o SNBP vão apresentar nos próximos dias, um documento que “visa melhorar as condições de trabalho dos seus associados”, considerou.

PC

ABRANTES

Autarquia admite substituir municipais

Governo Regional beneficia as seis associações de bombeiros voluntários

Extinção dos municipais em prol dos voluntários

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12 JANEIRO 2013

O jornal Bombeiros de Por-tugal (BP) esteve nos Açores onde revisitou os

primórdios e conheceu o dia-a--dia dos Bombeiros de Angra do Heroísmo, uma instituição cuja história começa a ser contada em 1820 quando os primeiros equipamentos de extinção de incêndios chegam à cidade ma-nobrados por militares que se encontravam aquartelados no Castelo de São João Batista.

A 20 de Março de 1882 um grupo de cidadãos terceirenses juntou-se então, para criar o Real Corpo de Bombeiros Vo-luntários, que em 1902, por ra-zões políticas, acabou por ser extinto.

Entre muitas dificuldades va-leu a insistência das populações e da autarquia para que 23 de junho de 1902 surgisse um cor-po municipal de bombeiros vo-luntários que passados vinte anos, mais precisamente a 21 de março de 1922, deu lugar à

Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Angra do Heroísmo.

O primeiro quartel é instala-do na Praça da Restauração, bem próximo das pessoas, o que demonstra que esta asso-ciação sempre quis ser “um dos pilares da população terceiren-se”.

Factos relevantes refletem-se nos inúmeros louvores, men-ções honrosas e diplomas de mérito, que segundo a associa-ção são testemunho do mérito do trabalho dos homens e mu-lheres que ao longo dos tempos tem defendido o lema “Vida por Vida”.

A história desta instituição encontra-se viva e bem preser-vada, num amplo e renovado museu, onde o visitante fica “preso” à história de cada uma das peças em exposição, dos vários registos, do acervo foto-gráfico, bem como dos equipa-mentos de combate a incên-

dios, salvamento marítimo e do vestuário das várias épocas.

As “coqueluches” deste espa-ço são, no entanto, uma moto-bomba METZ dos anos de 1930 e 40, uma viatura Ford Pierce e ainda um Dodge “velhinho”, to-talmente recuperado o ano pas-sado.

Do passado ao presente ao percorrer o quartel a nossa equipa de reportagem encon-trou no departamento de extin-tores o bombeiro de 2.ª Quarti-ni Massimo, um italiano que numa visita à ilha que se apai-xonou pela atual companheira decidiu ficar e, também, con-cretizar o sonho de ser bombei-ro. Hoje, Quartini é um técnico credenciado do departamento de controlo, carregamento e manutenção de extintores, um serviço que a associação presta à comunidade, respondendo às necessidades da cidade e ob-tendo as sempre fundamentais receitas para a associação.

ANGRA DO HEROÍSMO

Viver a históriae encarar o futuro

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntáriosde Angra do Heroísmo, na ilha Terceira (Açores) tem no passado,

na sua longa história, o capital, a experiênciae o conhecimento que lhe permitem investir no presente e projetar

o futuro.

Texto e fotos: Sérgio Santos

Os Voluntários de Angra do Heroismo foram sabendo ajus-tar-se às solicitações e exigên-cias das populações a nível as-sociativo e operacional, confor-me explicou aos jornalistas o adjunto de comando Jorge Sil-va. Atualmente, os operacionais terceirenses dispõem de uma frota de 18 veículos na sua maioria vocacionado para o combate a incêndios, desencar-ceramento e emergência pré--hospitalar. A estatística da as-sociação dá conta de um eleva-do número de serviços na área da emergência e transporte de

doentes, mas também de aci-dentes rodoviários e muitos in-cêndios.

Num concelho com uma área de 239 quilómetros, repartidos por 19 freguesias onde habitam cerca de 35 400 habitantes, são inúmeros os riscos a que cerca de 70 operacionais tentam dar eficaz resposta com formação que lhes garante preparação. O corpo de bombeiros dispõe de várias equipas especializadas, nomeadamente a de salvamen-to em grande ângulo, mas, também, mergulhadores e na-dadores salvadores.

Com o quartel-sede bem pró-ximo do centro da cidade, foi na freguesia dos Altares que, es-trategicamente, foi instalado um destacamento de proximi-dade às populações da zona nordeste da ilha.

Dirigentes e operacionais querem continuar a trilhar o ca-minho do desenvolvimento e do crescimento e assim sendo mostram-se determinados a in-vestir na formação e na renova-ção de algumas viaturas garan-tindo, assim, uma resposta de qualidade às populações que servem.

“Aproximar a instituição dos cidadãos” é o grande desafio da Associação Hu-

manitária de Bombeiros Voluntários de Coimbra com a abertura de uma loja no mercado municipal da cidade, referiu o pre-sidente da direção João Silva.

As necessidades de uma associação com 123 anos de existência levam a que haja necessidade de sensibilizar a comunidade e

garantir visibilidade conseguindo assim an-gariar mais associados e ultrapassar as grandes dificuldades que instituição tem vindo a atravessar.

Na inauguração do espaço cedido pela autarquia de Coimbra, o vereador José Belo sublinhou a importância da instituição que “muito honra Coimbra”, lamentando a falta de apoios da sociedade civil aos seus

bombeiros. Para despertar consciências e sublinhar a ação desta a associação a loja dá a conhecer vários factos históricos e disponibiliza fichas de sensibilização de ris-cos, propostas de associado ao mesmo tempo que um enfermeiro voluntário pro-cede à medição da tensão arterial entre outras avaliações.

Sérgio Santos

COIMBRA

Loja aproxima comunidade à associação

O piquete de serviço

Renovação da frota é aposta futura

Presidente da direção Quartini Massimo um italiano nos Açores

Loja aproxima comunidade dos seus bombeiros

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13JANEIRO 2013

A história dos Voluntários da Praia da Vitória começa a ser escrita entres 1982 e

1984, quando se tornam óbvias as movimentações para a consti-tuição de um corpo de bombeiros que pudesse servir com maior proximidade a população praien-se. Nesse desígnio ganha prota-gonismo Romeu Augusto Costa, chefe dos bombeiros profissio-nais da Base das Lajes, que en-cetou contactos com autarquia local. As respostas não eram ani-madoras, contudo com persis-tência e o apoio do Grupo de Amigos da Praia a ambição ga-nhou força. Alvarino Pinheiro, o presidente da agremiação, em conjunto com os restantes mem-bros, decidiu dar inicio aos proje-to que esteve na origem da fun-dação da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Praia da Vitória, que veio a con-cretizar-se a 11 de outubro de 1984.

A comissão promotora, com-posta por 17 elementos, realizou a primeira reunião que permitiu a constituição dos primeiros ór-gãos sociais, cabendo a José Goulart Fialho a presidência da direção, a Alvarino Pinheiro a do conselho fiscal, sendo a mesa da assembleia geral presidida por

João Maria Rego. Nessa mesma ocasião, Romeu Costa foi, oficial-mente, nomeado responsável pela estruturação do grupo ope-racional e mais tarde comandan-te, aliás, o primeiro comandante dos Bombeiros da Praia da Vitó-ria.

A vontade e empenho de al-guns operacionais da base mili-tar, mas também da sociedade permitiu a aquisição da primeira viatura. O veículo comprado ao destacamento americano das La-jes contou com a comparticipa-ção da autarquia. Em 1987 sido os corpo de bombeiros recebe outras duas viaturas, um auto tanque pesado e um auto pronto--socorro médio.

A associação com bombeiros e viaturas, não tinham porém onde albergar a estrutura, que come-çou por funcionar em instalações provisórias na esquadra da Polí-cia de Segurança Pública e, pos-teriormente, num barracão na zona do Paul.

O desenvolvimento da região e da própria associação fez crescer as necessidades de um novo quartel, e foi nessa nova infraes-trutura, inaugurada a 20 de ju-nho de 1990, que o “BP” foi co-nhecer a realidade dos Bombei-ros da Praia da Vitória.

PRAIA DA VITÓRIA

Grupo de Amigos da Praia funda associação

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Praia da Vitória, na ilha Terceira comemorou, recentemente, 28.º

aniversário, ocasião propícia para o jornal Bombeiros de Portugal (BP) visitar a instituição e dar a conhecer o trabalho desenvolvido

nesta cidade açoriana.

Texto e fotos: Sérgio Santos

Num concelho composto por 11 freguesias e cerca de 23 mil habitantes, numa área indus-trializada, com tráfego maríti-mo nomeadamente de matérias perigosas, vias rodoviárias e a proximidade do aeroporto da ilha, são várias as preocupa-ções dos responsáveis opera-cionais.

As ações de prevenção e de sensibilização promovidas pela proteção civil dos Açores e pe-los corpos de bombeiros tem sido fundamentais para a redu-ção dos riscos, segundo defen-de o adjunto de comando João Cunha, que acolheu a equipa de reportagem do “BP”.

A ocorrência de incêndios ur-banos na área desta unidade é de pouca relevância, se for comparada com o serviço de transporte de doentes e as emergências pré-hospitalares que absorvem cerca de 90 por cento dos serviços.

Para garantir uma resposta eficaz à comunidade foi neces-sário ampliar as instalações, obras concluídas em outubro de 2010 e que permitiram, entre outras melhorias, criar um par-que para albergar a frota da as-sociação composta por 21 veí-culos, sendo seis de combate a

incêndios, sete ambulâncias, seis de apoio e um barco.

Com esta intervenção foi ain-da possível disponibilizar novos espaços que possibilitaram de-volver várias atividades, impor-tantes para os cofres da insti-tuição, nomeadamente o carre-gamento de extintores, o trans-porte de água e o apoio preventivo à trasfega de com-bustíveis nos portos marítimos.

Dos mais de 60 elementos que compõem os quadros operacio-nais, o “BP” teve oportunidade de conversar com o bombeiro de 1.º Ramiro Santos, que tem como

principal missão zelar pela con-servação dos veículos da associa-ção. Mecânico de profissão, este soldado da paz, sente-se bem na unidade relembrando que faz “tudo o que for preciso aqui den-tro”, demonstrando o espirito de entreajuda existente no quartel.

Nos balneários encontrámos o bombeiro de 1.ª Hélder Lima, no-meado “barbeiro de serviço” que nos revelou ser bastante requisi-tado “cortar o cabelo aos cama-radas”. Em tom irónico o adjunto João Cunha elogiou a “boa vonta-de e técnica de corte” do autodi-data dos cabelos.

Os objetivos de futuro estão bem definidos e passam, entre outros projetos, pela renova-ção dos equipamentos de pro-teção individual de todos ope-racionais. Entretanto, a asso-ciação trabalha na transforma-ção de uma viatura antiga num veículo de comunicações e na melhoria do serviço de extinto-res, pequenos investimentos que no entanto permitem à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Praia da Vitória continuar a dar mais e melhor à comunidade que servem.

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Cascais remodelou o seu site e aproveitou o final do ano para lançá-lo

com novo formato. Todo o trabalho de remodelação, fruto do tra-balho de uma pequena equipa interna coordenada pelo bombeiro Rui Jacome.

O site desdobra-se em informação sobre a Associação, Bombei-ros, Piscinas, Teatro Gil Vicente, Contactos e Conselhos Úteis.

No primeiro caso, Associação, dá conta das recentes eleições para os órgãos sociais que irão gerir a instituição no biénio 2012/2014, constituídos na quase totalidade por dirigentes que agora iniciam juntos o 11.º mandato consecutivo.

Em “Bombeiros” inclui-se também a informação operacional com o registo de ocorrências em atualização permanente on-line, como já acontecia na versão anterior do site.

No caso das “Piscinas” divulgam-se os horários e as principais atividades ali desenvolvidas. Recorde-se que este complexo inau-gurado em julho do ano transato, iniciou a atividade regular em outubro último e já regista mais de 600 utentes.

CASCAIS

Site com nova apresentação

As tecnologias da informação e comunicação têm constitu-ído uma preocupação da direção da Associação Humani-

tária de Bombeiros Voluntários da Amadora, que muito tem investido nesta área.

Tendo em conta o interesse e a significativa utilização da rede wi-fi gratuita colocada recentemente na área social, a instituição decidiu alargar o acesso a conteúdos on-line a todo o quartel, dando assim resposta aos anseios dos bom-beiros e funcionários, provendo “a inclusão e a literacia digi-tais”.

AMADORA

Wi-fi no quartel

Sempre prontos

Hélder Lima o “barbeiro” de serviço O bombeiro de 1.ª Ramiro Santos

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14 JANEIRO 2013

Texto: Oriana Pataco/Jornal da Bairrada

Foi já na qualidade de comandante dos Bombei-ros Voluntários de Oliveira do Bairro que Marco

Maia “estreou”, com espumante, a nova viatura de desencarceramento da corporação.

O Veículo de Socorro e Apoio Tático (VSAT), abençoado pelo pároco Francisco Martins de Olivei-ra, “era há muito reclamado, essencial para uma boa prestação de socorro”, frisou o presidente da direção da associação, Rui Rocha, agradecendo “a pessoas coletivas, individuais, entidades públicas e privadas” que ajudaram à sua aquisição. Também a Câmara Municipal de Oliveira do Bairro contri-buiu, com 25 mil euros, conforme afirmou, na ceri-mónia de tomada de posse do novo comandante, o vice-presidente, Joaquim Santos.

O presidente da direção da anunciou, nesta mesma ocasião que “foi adquirido recentemente, um Veículo Ligeiro de Combate a Incêndios (VLCI), que chegará ao quartel em breve, e que é também uma mais-valia importante para os Bombeiros de Oliveira do Bairro”.

“Esta direção ficará para a história pelos atos e não pelas palavras. Estamos a trabalhar sem pôr em causa a saúde financeira da instituição”, disse Rui Rocha.

O novo timoneiro. Marco Maia, “foi uma esco-lha fácil, lógica e, para muitos, esperada”, subli-nhou o presidente da direção, destacando quali-dades do agora comandante, “que sempre pau-tou a sua conduta [entre outras] pelo trabalho, pela responsabilidade, pela lealdade”, qualidades “imprescindíveis para quem vai assumir esta ta-refa”. Dirigindo-se a Marco Maia, lembrou que abraçará “uma exigente função, que não se com-padece de horários, tibiezas nem estados de es-

pírito frágeis”. Ao comandante, “exige-se que oriente, motive, dinamize, acredite e contribua para um socorro eficaz. Mas”, frisou, “é necessá-rio que todos partilhem os ideais de bem servir”.

Marco Maia reconheceu que a tarefa que vai assumir “não é fácil”. “Hoje, a população exige ser servida e bem servida e, por isso, os bombei-ros têm de estar preparados para as dificuldades que se nos colocam. À população de Oliveira do Bairro, assumo, juntamente com este comando, o compromisso de zelar pela vossa segurança. É para vocês e por vocês que nos esforçamos.”

Marco Maia foi, depois, muito elogiado, quer pelo vice-presidente da Federação de Bombeiros do distrito de Aveiro, Miguel Sá, quer pelo adjun-to do Comandante Operacional Distrital, Pinheiro Duarte, ambos deixando também uma palavra de apreço ao comandante cessante, António Gomes.

“O comandante Gomes vai ser sempre o nosso comandante - obrigado pelo trabalho que fez até aqui”, frisou Manuel Silvestre, presidente da as-sembleia geral da associação. Quanto ao novo comandante, agradeceu “sinceramente o facto de ter aceitado esta missão. É uma pessoa que co-nhecemos, uma pessoa estimada e espero que tenha todos os êxitos que a profissão exige”. Ma-nuel Silvestre fez ainda uma referência à nova viatura: “afinal, o D. Sebastião existe e veio para cá”.

Na ocasião foram ainda promovidos a bombei-ros de 2.ª Gisela Marques; Miguel Areias; Angie Silva; Sérgio Machado; Ani Veloso; Sara Oliveira; Wilson Pires; Marli Granjeia; Dmytro Romano-vsky; Bruno Areias; Jorge Ferreira. De igual modo, subiram à categoria de subchefes Rodrigo Almeida e Paulo Ferreira e Bruno Almeida rece-beu a promoção a oficial Bombeiro de 2.ª.

OLIVEIRA DO BAIRRO

Corpo ativo tem novo comando

Os Bombeiros Voluntários de Vidago, Chaves, contam a

partir do passado dia 11 com um novo comandante, Hélder Machado Guerreiro, tenente--coronel de Infantaria, que substituiu o anterior coman-dante, Fernando Cadete, retira-do por ter atingido o limite de idade.

Recorde-se que o ex-coman-dante Fernando Cadete e o pre-sidente da direção, Francisco

Oliveira, foram recentemente distinguidos pela Liga dos Bom-beiros Portugueses com o cra-chá de ouro durante as come-morações do 45º aniversário da associação.

Conforme se afirma no site da instituição a esse propósito, “parabéns ao empossado, com votos de muito sucesso na sua missão, honra ao homenagea-

do e um eterno agradecimento pelo que soube fazer durante os 45 anos da sua vida dedica-dos á causa dos bombeiros”.

O novo comandante dos bombeiros voluntários de Vi-dago tomou posse numa ceri-mónia que foi por todos consi-derada como simples mas, sem dúvida, simbólica e im-portante.

VIDAGO

Simbolismo na posse

A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntá-rios de Coja completou o quadro de comando

com a tomada de posse do adjunto Hugo Correia.Foi na presença de familiares e amigos que o

corpo ativo realizou a ceia de natal antecipada pela leitura do ato de posse do subchefe Hugo Renato Silva Correia como adjunto de comando. Este ope-racional conta no seu currículo com uma vasta ex-

periência profissional no âmbito das atividades dos bombeiros e proteção civil, sendo ainda funcionário da associação.

O presidente da direção Jorge Matos Silva e o comandante Paulo Tavares saudaram o empossado desejando-lhe as maiores felicidades na nova fun-ção.

Sérgio Santos

COJA

Quadro completo

Na sequência do ato eleitoral de 16 de dezembro de 2012 tomou já posse o

novo elenco diretivo da Associação Huma-nitária dos Bombeiros Voluntários de Ovar, numa sessão que contou com a presença autarcas, representantes das forças de se-gurança e proteção civil, bombeiros, asso-ciados e amigos da instituição.

A cerimónia marcou o início de um novo ciclo na longa e rica história desta associa-ção pois, segundo João da Silva Natária, presidente da assembleia geral, a “nova di-reção junta antigos dirigentes e gente jo-vem com muita experiência profissional e associativa, de forma a preparar o futuro dos bombeiros”.

O presidente da direção, Dinocrato For-migal Costa, re-eleito para novo mandato no cargo que ocupa desde 2001, afirmou que o principal objetivo da equipa “é prepa-rar o futuro e delegar nos novos elementos

toda uma experiência adquirida ao longo dos anos”; sublinhando ainda que “o futuro não se adivinha fácil”

“Temos de continuar a servir com empe-nho, dedicação e trabalho, mantendo uma gestão rigorosa e contida dos recursos fi-nanceiros, cada vez mais escassos, com base num conselho fiscal vigoroso”; disse defendendo a manutenção da atual estru-tura, de modo a assegurar a proteção de vidas e bens e o socorro às populações. Re-fira-se que os Bombeiros de Ovar contam com 88 operacionais e 33 viaturas.

Na ocasião, Dinocrato Formigal Costa re-velou, com natural satisfação, que a câma-ra municipal “já garantiu o cumprimento do protocolo com os valores idênticos de 2012”, deixando agradecimentos também extensíveis à Junta de Freguesia de Ovar “por todo o apoio logístico que lhe tem sido dado à associação”.

Por fim, emocionado, elogiou as dezenas de bombeiros que encheram o auditório re-ferindo que “a sua ação é fundamental para a continuidade desta instituição” com 116 anos de existência.

Na assembleia-geral o presidente João da Silva Natária conta na equipa com Cláu-dia Fernanda S. Pires Formigal e Costa (vi-ce-presidente) e Acácio Rodrigues Sousa (secretário). Na presidência do conselho fiscal está António Armando Lopes Batista coadjuvado por José David Mendes Almeida (vice-presidente) e Filipe Manuel Beltrão Alves (secretário). Por sua vez, a direção de Dinocrato Formigal e Costa integra Rafael Gomes Amorim e Manuel Gaspar Valente (vice-presidentes), José Augusto Ferreira Almeida (tesoureiro), João Pereira Silva Marques (secretario), José Marques Pires (vice secretario) e Patrícia Anjos Peças Ro-sado (vogal).

OVAR

Futuro junta experiência e juventude

A posse do novo comandante dos Bombeiros Voluntários

de Marco de Canavezes, Sérgio Silva, decorreu durante as co-memorações recentes do 89.º aniversário da instituição.

O novo comandante, de 38 anos de idade, é licenciado em engenharia das ciências agrá-rias e está ligado aos Voluntá-rios do Marco há 23 anos e a uma família de bombeiros já que seu avô, o pai e dois irmãos seguiram o mesmo caminho.

Entretanto, Rui Vasconcelos mantém-se como segundo co-mandante e o cargo de adjunto irá ser preenchido pelo bombeiro de 1.ª José Jorge Nunes Saraiva após a respetiva formação na Es-cola Nacional de Bombeiros (ENB). José Saraiva vai ocupar o lugar antes ocupado pelo novo comandante.

Sérgio Silva ingressou nos Bombeiros do Marco de Canavezes em 1988 como cadete. Passou a aspirante em 92 e a bombeiro de 3.ª em 94. Foi promovido a 2.ª e a 1.ª, respetivamente, em 2002 e 2006, e a partir de 2007 ocupou o cargo de adjunto de comando. Ao longo do tempo foi frequentado inúmeras ações de formação tendo sido, inclusive, tornado formador em técnicas de salvamento e desencarceramento e combate a incêndios urbanos e industriais.

Prosseguindo a formação, foi também promovido a oficial bom-beiro de 2.ª, renovado em 2012 o desempenho como adjunto de comando e no final do ano transato promovido então a comandan-te do corpo de bombeiros.

MARCO DE CANAVEZES

Corpo de bombeirostem nova estrutura

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15JANEIRO 2013

A posse dos novos órgãos so-ciais da Associação Humani-

tária dos Bombeiros Voluntários de Vila Verde assinala, não só o arranque de um novo mandato, mas também as comemorações do centenário da instituição em 2013.

Carlos Braga continua a lide-rar a direção mas conta com dois novos vice-presidentes, Ní-dio Silva e Jorge Pereira.

Na sua intervenção após o ato de posse Carlos Braga elen-cou como prioridades para o novo mandato, além das come-morações do centenário, a ob-tenção de novas viaturas, a candidatura para o museu do bombeiro e a criação de uma IPSS ligada à infância.

A cerimónia de posse foi pre-sidida pela vereadora Júlia Fer-nandes, em representação do presidente da Câmara Municipal de Vila Verde, e contou com a presença do presidente da As-sembleia Municipal, João Lobo, do representante da Liga dos Bombeiros Portugueses, Fer-

Manuel Oliveira Guedes foi, recentemente, reconduzido

no cargo de presidente da dire-ção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Aguda.

Foram eleitos na Assembleia--Geral de 2 de Dezembro e no dia 14 do mesmo mês tomaram posse dos respectivos cargos, Os novos órgãos sociais toma-ram, entretanto, posse numa cerimónia pública que decorreu no salão nobre da instituição.

Manuel Oliveira Guedes que assume a direção dos Bombei-ros da Aguda pelo sexto man-dato consecutivo conta com uma equipa renovada que tem como novos elementos, entre outros, José Guilherme Saraiva Oliveira Aguiar e António Júlio Azenha Santos Costa.

Assim, na assembleia-geral, o presente José Guilherme Sa-raiva Oliveira Aguiar conta com Joaquim Florindo Lopes Santos. (vice-presidente) e Carlos Ma-nuel Maia Sousa Guedes da Mesa: (secretário). No conselho fiscal a equipa conta com Armé-nio Jaime Valverde Ferreira Moura (presidente), Maria Hele-na Monteiro Oliveira Pontes (vi-ce-presidente) e António Júlio Azenha Santos Costa. Na dire-

ção, Manuel Oliveira Guedes (presidente) é apoiado por Er-nesto Silva Cardoso e António Carlos Gomes Soares Dias (vi-ce-presidentes), José Miguel Silva Fernandes (secretário), Manuel Fernandes Gomes (se-cretário adjunto), Alfredo Au-gusto Monteiro Oliveira Pontes (tesoureiro), Augusto Fernando Reis Manarte (tesoureiro adjun-to), Gustavo Pinto Loureiro e Diamantino Silva Leite (vogais).

AGUDA

Presidente reconduzido

A Associação Humanitá-ria dos Bombeiros Vo-

luntários de Lagares da Beira elegeu os novos ór-gãos sociais, que toma-ram posse no final do pas-sado mês de dezembro.

No ato eleitoral os asso-ciados sufragaram o pro-jeto de uma equipa direti-va encabeçada por António Maceira Gonçalves, que conta na assembleia geral com Amadeu Gon-çalves Cura (presidente), Maria Elisabete Fonseca Gonçalves Pires (vice-presidente), Clarisse Maria Fonseca Gonçalves Pires (1.ª secretária) e Júlio Costa Pereira (2.º secretário). Paro o conselho fiscal foram eleitos Alexandre Manuel Abreu Her-

dade (presidente), Adélia Helena Valentim Gonçal-ves (secretária) e António Eugénio Alves Ferreira (relator). O direção de António Maceira Gonçal-ves integra José Álvaro Ferreira Figueiredo (vice presidente), Telmo Mateus Esteves e Mário Francisco

Santos Pinto (vice-presidentes), Henrique Jorge Sousa Ferreira (tesoureiro), Alberto Carlos Cadi-ma Santos (secretário), Francisco José Pereira Ferrão e Manuel Pereira Ferrão (vogais).

A cerimónia de tomada de posse dos órgãos sociais da Associação realizou-se no passado dia 28 de Dezembro de 2012.

LAGARES DA BEIRA

Associação tem novos órgãos sociais

VILA VERDE

Posse lança centenário

O tenente-coronel da Força Aé-rea, José Codeço, visitou re-

centemente a sede da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), em Lisboa, para se avistar com o presidente do conselho executi-vo, comandante Jaime Marta So-ares.

O até agora 2.º comandante nacional de operações de socorro da Autoridade Nacional de Pro-tecção Civil (ANPC) deslocou-se à LBP para se despedir da estru-

tura confederada dos bombeiros na sequência do seu pedido de saída das anteriores funções, para regressar ao ramo das for-ças armadas a que pertence.

Há muito que José Codeço ti-nha manifestado vontade de sair da estrutura da ANPC. Saída que agora se proporcionou, na se-quência das alterações ali verifi-cadas com a nomeação do novo comandante nacional, José Ma-nuel Moura.

ANPC

José Codeço despede-se da LBP

As candidaturas ao Prémio Bombeiro de Mérito 2012 devem dar entrada na sede da Liga dos Bom-beiros Portugueses (LBP) até 8 de março do corrente ano, de acordo com o estabelecido no Regu-

lamento. Os atos praticados por bombeiros passíveis de candidatura deverão ter ocorrido no decurso de 2012.

Ao promover nova edição do Prémio a LBP conta também novamente com o apoio do Montepio Ge-ral.

As candidaturas, devidamente fundamentadas, serão analisadas até final de março pela Comissão de Nomeação e, em função da seleção feita, serão presentes até final de abril ao Júri Nacional do Pré-mio para decisão final.

Além de galardoar o Bombeiro de Mérito, o Prémio prevê Menções Honrosas para Câmara Munici-pal, Dirigente Associativo, Elemento do Quadro de Comando, Personalidade Empresarial ou Empresa e Personalidade da Sociedade Portuguesa.

BOMBEIRO DE MÉRITO 2012

Candidaturasabertas até março

Os corpos sociais da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Trafaria para o

mandato 2012/2015 acabam de entrar em fun-ções após as eleições realizadas em novembro último.

Manuel Conceição continua a liderar a direção. Acompanham-no, o vice-presidente Gilfredo Cos-ta, o 1.º secretário Mário Rebelo, o secretário--adjunto Celestino Oliveiras, o tesoureiro José Pi-res, os vogais Viriato Carvalho e Armando Matos

e os suplentes José António Rosa e Júlio Rodri-gues.

A assembleia-geral é presidida por António Ma-nuel Matos tendo, como vice, Luís Filipe Hermene-gildo, como 1.º secretário, Leontina Pinto e, como suplentes, João Freitas e José Manuel Martins.

O conselho fiscal é presidido por Manuel José Cardoso, acompanhado por Luís Manuel Dias (vice), José Mendes (secretário-relator) e José Serrano e Francisco Pereira (suplentes).

TRAFARIA

Equipa renova mandato

A posse dos órgãos sociais da Associação Humanitária dos

Bombeiros Voluntários de Que-luz para o triénio 2013/2015 acaba de tomar posse em ceri-mónia que decorreu no salão nobre da instituição.

Os órgãos eleitos apresen-tam-se como solução de conti-nuidade relativamente ao man-dato anterior. Ramiro Ramos continuar a liderar a presidência

da direção acompanhado pelos vices, Júlia Tavares e Gustavo Estevens, por João Canhoto e Manuel Alves, como tesoureiro e tesoureiro adjunto, Luís Mai-ros e José Conceição Silva, como secretário e secretário adjunto, e os suplentes, Emílio Correia, João Vinha, José Ale-xandre Costa, José Manuel Fer-reira e Lígia Ribeirinho.

No conselho fiscal a presi-

dência é assegurada por Carlos Diogo, a vice-presidência por Virgílio Marrocos, pelo secretá-rio – relator António Vilhena e pelos suplentes, Francisco da Silva, Ricardo Carvalho e Fran-cisco Dinis.

Por fim, na assembleia – ge-ral o presidente é Pedro Lemos, acompanhado por Paula Alves (vice) e os secretários, Amável Tenera e Manuel Mateus.

QUELUZ

Continuidade no próximo triénio

nando Vilaça, do provedor da Misericórdia, do representante da Federação de Bombeiros do Distrito de Braga, do eurodepu-tado José Manuel Fernandes,

comandos e dirigentes de asso-ciações congéneres, associados da instituição, anfitreados pelos órgãos sociais, comando e cor-po ativo.

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Page 16: 1.ª ENTREVISTA COM COMANDANTE NACIONAL DE … · 2 JANEIRO 2013 Assentar a poeira em 2013 O final de cada ano é a oportunidade habitual de balanços e votos. Sobre os balanços,

16 JANEIRO 2013

Bombeiros de Portugal (BP) – No último fim de se-mana o país enfrentou um cenário atípico com ventos devastadores que deixaram um rasto de destruição. Como respondeu o sistema?

José Manuel Moura (JMM) – O sistema respondeu muito bem. Com os dados e a infor-mação de que dispúnhamos e que apontavam para uma de-pressão muito centrada a norte do país decidimos desde logo ativar o Estado de Alerta Ama-relo em todo o litoral, desde Se-túbal a Viana do Castelo. Ainda na quinta-feira, o Presidente da Autoridade Nacional de Prote-ção Civil (ANPC) convocou ex-traordinariamente o Centro de Coordenação Operacional Na-cional, tendo reunido na sexta--feira de manhã com a presen-ça de todos os oficiais de liga-ção com assento permanente, bem como todos os que consi-derámos importantes para dar resposta ao episódio meteoro-lógico em apreço (ciclo génese explosiva): EDP, REN, PT, Refer, entre outros. Neste CCON foi determinado a passagem do Estado de Alerta Especial para o Nível Laranja.

Perante tudo isto o sistema respondeu de forma excelente. Tivemos 35 mil operacionais no terreno e mais de 9500 ocor-

rências num período de 16 ho-ras, um número recorde com-parando com qualquer outro evento ocorrido até hoje. Todas as ações de socorro foram res-pondidas na hora, sendo que uma situação como esta tem sempre danos colaterais que le-vam algum tempo até estarem restabelecidos que resulta da vulnerabilidade das redes a um episódio deste tipo. Tive opor-tunidade de agradecer a todos os Comandantes Distritais o ex-celente trabalho realizado no terreno por todos e também pe-los elementos das salas de ope-rações que foram testados ao limite. Dos 22 feridos ligeiros, seis são bombeiros mas feliz-mente todos as situações são ligeiras.

BP – No distrito de Leiria, que conhece bem, os bom-beiros estiveram várias ho-ras sem comunicações. A rede SIRESP falhou aqui e em vários outros pontos do país. Calculo que estas vul-nerabilidades o preocupem. O que vai fazer?

JMM – Essa foi uma vulnera-bilidade identificada e uma das lições aprendidas deste episó-dio.

Temos que trabalhar no sen-tido das redundâncias poderem cobrir estas falhas. Contudo, quer a ROB (Rede Operacional

JOSÉ MANUEL MOURA, COMANDANTE OPERACIONAL NACIONAL

“É preciso mexer e tentar fazer diferente”José Manuel Moura é o novo Comandante Operacional Nacional da ANPC. Oriundo dos

bombeiros, o até aqui Comandante Distrital de Leiria aposta num “comando de proximidade” com os agentes e cidadãos. Na primeira entrevista ao ‘Bombeiros de

Portugal’, José Manuel Moura deixa rasgados elogios aos bombeiros e restantes agentes depois da situação extrema que o país viveu em matéria de ventos e chuvas fortes que

não nega “a resposta foi excelente” em matéria de socorro. Entrevista: Patrícia Cerdeira

Fotos: Maques Valentim

de Bombeiros) quer a REPC (Rede Estratégica de Proteção Civil) que ainda estão a funcio-nar conseguiram, na maior par-te dos casos, cobrir as falhas por redundância. O problema é que as redes de telecomunica-ções (fixas e móveis) também tiveram as suas falhas e todas estas questões concorreram para que em alguns locais as comunicações tivessem repre-sentado um sério constrangi-mento.

BP – Mas em matéria de socorro as comunicações são determinantes…

JMM – É uma das variáveis imprescindíveis e não podemos descurá-la porque sem comuni-cações não podemos ter um bom sistema de apoio à deci-são. De qualquer forma, impor-ta sublinhar que não houve ne-nhuma decisão operacional que tivesse sido posta em causa de-vido a estas falhas. Identificada que está esta questão, há que reportá-la a quem de direito para que sejam encontradas soluções técnicas. É uma das questões que temos em cima da mesa.

BP – Tomou posse numa altura em que são conheci-dos os objetivos da tutela para esta área, nomeada-mente, diminuir o número de responsáveis ao nível distrital ao mesmo tempo que se aposta numa gestão operacional de caráter supra distrital. De que forma é que vai ser assumida por si?

JMM – Como sabe, está em marcha a elaboração de uma nova Lei Orgânica para a Auto-ridade, competência da tutela, e é um processo que está a ser superiormente conduzido pelo presidente, contudo a minha colaboração está centrada na nova estrutura operacional. A estrutura supra distrital a que se refere, passa pela existência de um patamar intermédio en-tre o nacional e os comandos distritais, seja qual for o modelo a definir.

A proposta está em estudo, e a seu tempo a tutela se pronun-ciará, mas passará sempre pela existência de um comandante supra distrital com capacidade de controlo direto. Ou seja, o Comandante Nacional não tem de estar permanentemente a ‘controlar’ os 18 comandos dis-

tritais sendo essa nova função assumida por este patamar a que corresponderá um agrupa-mento de distritos. Neste mo-delo haverá sempre uma de-pendência hierárquica e funcio-nal.

BP – Serão cinco? Falou--se na eventualidade de se-rem apenas quatros por jun-ção do Algarve ao Alentejo. Já está decidido?

JMM – Ainda não estou em condições de lhe confirmar isso. O que lhe posso dizer é que a minha visão sobre o modelo a adotar é que o comando supra distrital não tem de responder necessariamente às atuais regi-ões tipo ou outra forma de or-ganização administrativa.

BP – O tipo de risco poder ser uma das variáveis?

JMM – Também mas não só. Outra variante será o balancea-mento de meios, o tipo de meios, a capacidade exportado-ra dos meios, a tipologia e a área do território. Todos estes fatores se complementam para se poder definir uma área terri-torial e a melhor solução na resposta a esses mesmos ris-cos.

BP – Nos últimos dois anos, e durante o verão, foi implementado o sistema dos agrupamentos. A ideia é aplicar esta lógica aos 365 dias no ano?

JMM – Como sabe esses agrupamentos foram criados apenas para os incêndios flo-restais e sou suspeito porque fui um dos coordenadores de um dos 3 agrupamentos. Acho que trouxeram ganhos sobretu-do ao nível do balanceamento dos meios que era uma das fun-ções atribuídos ao coordenador que nesta matéria tinha alguma autonomia dentro da sua área de jurisdição, libertando o co-mando nacional dessa tarefa. O que se pede agora é uma ação alargada a todas as mis-sões de proteção e socorro.

BP – Ainda sobre os obje-tivos do Governo e agora no que concerne à já anunciada redução de meios humanos na estrutura. O que pode di-zer?

JMM – Atualmente a estrutu-ra nacional e distrital é compos-ta por 51 elementos. Terá de haver aqui algum ajuste mas ainda nada está definido.

Digo apenas que perante aquela que é a nossa proposta não há espaço para grandes preocupações.

É importante que não se per-cam os ganhos conquistados e este episódio de mau tempo veio mostrar uma vez mais que a estrutura está rotinada e adaptada aos riscos e necessi-dades que cada área do territó-rio apresenta.

BP – Partilha da opinião de que a estrutura tem gor-duras’?

JMM – Não direi que são gor-duras. Acho que temos margem para fazer uma re-estruturação sem dor.

BP – Defende a designa-ção de comandante distrital ou partilha da opinião de que estes elementos são co-ordenadores ou até mesmo diretores?

JMM – Para além das ques-tões ligadas à própria legisla-ção, defendo a designação de comandante operacional distri-tal e percebe melhor quem já teve de assumir essas funções.

Em muitas circunstâncias a atual designação constituiu uma mais-valia. Poderemos ter sempre quem discorde e o con-traditório é salutar mas penso que os CODIS já têm hoje o re-conhecimento das bases. Va-mos ter a nova Lei Orgânica e

será o momento ideal para cla-rificar em todos os distritos al-gumas coisas que careçam de alguma clarificação.

BP – Está a ‘arrumar a casa’ aqui no CNOS. Há na nova equipa uma aposta mais operacional em detri-mento de elementos de cariz mais técnico?

JMM – Em rigor, dos cinco elementos do comando só tran-sitará um dos adjuntos nacio-nais. O segundo comandante será uma nova pessoa, um mili-tar, mas por não estar ainda no-meado não acrescentarei mais nada. Mais importante do que falar em nomes ou pessoas é a alteração de paradigma. Enten-do que não está de forma algu-ma em causa a competência das pessoas que formavam a equipa anterior até porque, apesar de terem novas atribui-ções, continuam todas na es-trutura. Esta função precisa de ter vários técnicos em sede de Estado-maior e são importantes e determinantes mas entendo que, sem prejuízo desse conhe-cimento, tenho de ter na estru-tura pessoas que a cada mo-mento possam assumir funções operacionais e poder projetá--las em a teatro de operações com maiores competências e capacidades operacionais.

Por isso nomeei já um adjun-

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17JANEIRO 2013

JOSÉ MANUEL MOURA, COMANDANTE OPERACIONAL NACIONAL

“É preciso mexer e tentar fazer diferente”

to que comigo trabalhou e co-nheço bem, e será nomeado outro adjunto com as mesmas características.

BP – Será outra pessoa oriunda os bombeiros?

JMM – Ainda não tomei essa decisão porque dependerá da aprovação da Lei Orgânica. Tem de ser uma pessoa com compe-tências técnicas mas também operacionais.

BP – Os bombeiros estão de volta à estrutura mas o CONAC lidera operações multi agentes?

JMM – Tive já oportunidade de dizer que não sou Coman-dante Nacional dos bombeiros mas sim de operações de socor-ro no âmbito da Autoridade Na-cional. Conheço integralmente as minhas competências, ali-cerçadas no SIOPS, mas perdo-em-me os vossos leitores, a mi-nha origem está nos Bombeiros e jamais a negarei, permito-me até referir que julgo conhecer bem as variáveis desta comple-xa equação, pelo que os corpos

de bombeiros encontrarão no desempenho das minhas fun-ções todo o apoio para o desi-derato da vossa missão.

Tenho tido como máxima ao longo da minha atividade na proteção e socorro que Mais im-portante do que ter um bom co-mandante é ter um bom co-mando, pois é no somatório dos diferentes saberes que se cons-titui um bom comando. Não te-nho a presunção de achar que sei tudo.

BP – E qual é a visão que tem do principal agente, os bombeiros?

JMM – Em muitas das ações de socorro que se fazem pelo país fora encontramos interven-ções de excelência. Mesmo nos casos em que ainda há uma grande resistência à mudança, encontramos gente com gran-des conhecimentos e com uma atitude de procura das melho-res soluções e ferramentas de apoio à decisão. A isto não é certamente indiferente a nova geração de licenciados, tam-

bém na área da proteção civil, e temos de olhar para eles sem resistências nem medos pois é neste universo que iremos en-contrar os futuros comandantes nacionais e distritais.

BP – Há uma geração ca-paz de assumir grandes de-safios?

JMM – Sim. Duas das pesso-as que foram por mim propos-tas para serem nomeadas são disso exemplo. Tenho uma mente aberta quanto às novas visões e perspetivas e procuro mais do que pessoas, procuro competências.

Lembra-se que fui candidato ao conselho executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses em 2002 as pessoas olhavam para mim como um jovem licencia-do, novato, alguém que nin-guém conhecia. Estas são as barreiras a que temos de pôr fim. O setor tem de abrir portas também a esta nova faixa de pessoas porque na verdade o setor não tem muitos quadros e não podemos tratar menos bem aqueles que existem.

Temos que doutrinar o co-nhecimento. Não vale de nada contar com um grupo de pesso-as com grandes conhecimentos se depois esse saber não é mul-tiplicado.

BP – Quando tomou posse afirmou que o seu objetivo era apostar num comando de proximidade. O que é isso e como se faz?

JMM – Não é um comando necessariamente físico pois não me é possível ir a Évora e na hora seguinte estar em Vila Real. O que pretendo é sair de Carnaxide sempre que tal me for possível. Ainda agora neste episódio de mau tempo, estive em contato permanente com todos os envolvidos, saber o que precisavam e ajudá-los nas melhores soluções.

É preciso que a estrutura sin-ta que tem o Comandante Na-cional próximo deles. Sem branquear seja o que for, sem que sejam ultrapassadas hie-rarquias mas o mais próximo possível para que se sintam apoiados no seu processo diá-rio.

A ANPC é muito do que se faz em cada distrito pois são eles os nossos ‘front office’.

BP – Foi CODIS durante vários anos, como vê a par-ticipação das autarquias em matéria de proteção civil? Fazem o que podem ou po-diam fazer mais?

JMM – A experiência que te-nho enquanto Comandante Dis-trital de Leiria é muito boa. Agora, esse é o tal trabalho de ‘sapa’ que tem de ser feito, a comunicação, o conhecimento dos players e falar diretamente com os responsáveis, envolve--los num teatro de operações. Por vezes quando visitava um qualquer concelho recebia a chamada de um autarca para lá ir falar sobre as áreas da prote-ção e socorro, das preocupa-ções desta área, pois os resul-tados conseguem-se á poste-riori.

As reuniões com as comis-sões municipais de proteção ci-vil, ou noutro formato, antes do período critico, contactar de perto com todos os que concor-rem para a defesa da floresta contra incêndios.

Este é um trabalho de conti-nuidade que só dá frutos a mé-dio e longo prazo e nesta maté-ria há ainda um caminho a per-correr pois é o nível municipal que sofre o primeiro impacto num qualquer sinistro.

Sabemos que há autarquias que apostam muito e outras que nem por isso mas há um trabalho de aproximação que tem e deve continuar a ser feito na aproximação dos diferentes patamares. Este será um dos temas que estará permanente-mente em cima da mesa.

BP – Está preparado para as pressões dos autarcas no verão? Como pretende lidar com isto?

JMM – Essas pessoas tam-bém têm de lidar com a pressão do Comandante Nacional.

BP – O que é que o Minis-tro da Administração Inter-na lhe pediu quando o convi-dou para este cargo?

JMM – (sorrisos). Quem me convidou foi o Senhor General Manuel Couto…

BP – Calculo que esteja já a preparar o verão… Pelo menos o dossiê dos meios aéreos já deve estar em an-damento. Vai haver novida-des na DON 2 ou o modelo já conhecido é no seu entender bom e com capacidade de resposta a esta problemáti-ca?

JMM – E calcula bem, pois o trabalho já começou e o objeti-vo é ter esse dossiê fechado no final de fevereiro.

Há ganhos conquistados ao longo dos últimos anos que não podemos perder. Para mim a questão do paradigma do ata-que inicial está bem conseguido e o mérito é de quem o imple-mentou.

A margem de manobra fica nos cinco por cento de incên-dios que fogem do ataque ini-cial e passam para o ataque ampliado. Nesta matéria gosta-ria de encontrar uma alteração de paradigma pois acho que é preciso mexer e tentar fazer di-ferente.

BP – Mas a roda já está in-ventada?

JMM – Sim claro, mas penso que temos mesmo de ter mar-gem para evoluir nesta área. Prometo que tudo farei mas também não sei se será possí-vel encontrar uma solução al-ternativa e exequível.

BP – O ano passado houve

locais do pais onde foi difícil encontrar bombeiros dispo-níveis para as ECIN porque dizem muitos, o valor pago pelo Estado não compensa o esforço. Vai sensibilizar a tutela para esta questão?

JMM – Não me cabe a mim enquanto Comandante Nacional fazer qualquer anúncio nesse âmbito, mas não deixaremos de olhar para essa variável, sendo certo que nunca considerei que o valor das ECIN fosse um pa-gamento mas antes uma com-participação. Sou dos que pen-sa que há muitos elementos que estão no dispositivo por gosto e vocação, sendo certo que quanto maior for a compar-ticipação melhor.

BP – Há várias críticas às alterações introduzidas na NOP do Sistema de Gestão de Operações. Os operacio-nais dizem que o documento enferma de omissões ao ní-vel dos diferentes setores em que se divide um teatro de operações já que deixa-ram de poder ser agrupados em frentes o que permitia um melhor controlo. Vai me-xer nisto?

JMM – Essa NOP está em processo de revisão.

BP – É já do conhecimento geral que o Major-General Manuel Couto, atual presi-dente da ANPC, é um ho-mem prático e de bom rela-cionamento. Partilha dessa opinião?

JMM – Não sei se a ANPC tem um bom Comandante Na-cional, mas sei que tem um ex-celente Presidente.

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18 JANEIRO 2013

Os Bombeiros Voluntários de Castelo Branco demonstraram mais uma vez recentemente a

sua capacidade para fazer face a situações deli-cadas. O acionamento partiu do CODU Coimbra solicitando a intervenção do corpo de bombeiros com a ambulância PEM para socorrer uma grávi-da em final de tempo com dor abdominal, na lo-calidade Tinalhas, concelho de Castelo Branco. Aos bombeiros Fábio Afonso (motorista e TAT) e Hélder Campos (TAS) coube desempenhar com êxito essa missão.

Quando os bombeiros chegaram ao local verifi-caram que a vitima já se encontrava á porta da habitação, á espera da ambulância.

Quando a grávida caminhava para a ambulân-cia, acompanhada pelos dois bombeiros socorris-tas, teve rotura da bolsa amniótica. Então foi co-locada na maca da ambulância para ser examina-da pelo socorrista Hélder, enquanto o motorista Fábio tentava o contacto com o CODU Coimbra, a fim de pedir ajuda diferenciada. A falta de rede telemóvel no local dificultou esse contacto.

O bombeiro Hélder Campos verificou que a grávida já tinha dilatação feita e já existia apre-sentação de coroa cefálica. Perante esse cenário, a equipa optou por não iniciar o transporte e fa-zer o parto no local.

Enquanto o Hélder se preparava para auxiliar no parto, o Fábio após sucessivas tentativas con-seguiu entrar em contacto com o CODU Coimbra através do rádio SIRESPE da ambulância. Segun-

do os próprios, “foi tudo muito rápido, pois quan-do se acabou de falar com o CODU, o bebé já ti-nha nascido”.

A principal preocupação do socorrista Helder após o parto foi a desobstrução da via aérea do bebé estimulando-o até ao primeiro choro, e combater a hipotermia tapando-o com uma man-ta e aconchegando-o junto da mãe.

Alguns minutos depois, a VMER de Castelo Branco chegou ao local e a sua equipa procedeu então ao exame ao recém-nascido e à mãe.

De seguida, por indicação da médica da VMER Castelo Branco, os dois bombeiros procederam ao transporte da mãe e da menina recém-nascida para o serviço de obstetrícia da Unidade Local Saúde de Castelo Branco.

CASTELO BRANCO

Mais um parto em ambulânciaTrês bombeiros dos Voluntários da Aguda, Car-

los Sousa, Alexandra Nogueira e Vera Teixeira tiveram uma prenda especial natalícia ao apoia-rem uma parturiente que acabara de dar à luz uma criança. O caso ocorreu precisamente em pleno dia 25 de dezembro com a particularidade da bombeira Alexandra Nogueira ser sobrinha da parturiente, logo, prima do recém-nascido Mar-tim e até possível futura madrinha do mesmo.

A parturiente e o marido, Celeste e Joaquim Vidal, encontravam-se na sua residência em Ar-cozelo, Gaia, quando detetaram que o parto esta-va eminente. Joaquim, ex-bombeiro dos Voluntá-rios de Valadares, pediu apoio através do CODU/INEM e executou o parto enquanto esperava tam-bém a chegada dos bombeiros. Chegou, inclusi-ve, a ligar para sua sobrinha e bombeira Alexan-dra a dar conta do ocorrido.

A equipa dos Voluntários da Aguda foi rápida

na chegada mas já só lhe coube estabilizar a mãe e a criança e proceder à sua evacuação para o hospital.

No final, os três bombeiros não escondiam a sua satisfação pelo ocorrido e pela sua participa-ção em pleno dia de Natal.

AGUDA

Prenda especial em dia de Natal

Das ocorrências do mês de dezembro, os Vo-luntários de Esmoriz destacam o elevado nú-

mero de acidentes de viação, embora sem feridos de maior gravidade.

Preocupados com a comunidade, os bombeiros destacam ainda casos de isolamento e abandono de pessoas doentes ou incapacitadas, bem como várias tentativa de suicídio pela ingestão de me-

dicamentos. Estas situações “numa época de boa vontade como tantas vezes se afirma” deixaram marcas nos operacionais chamados a socorrer estes cidadãos mais vulneráveis.

Também no decorrer do mês passado a chuva e os ventos fortes deram que fazer ao corpo de bombeiros que foi chamado a intervir, por várias vezes, em vários pontos do concelho.

ESMORIZ

Acidentes, dramas humanos e inundações

Um violento despiste de uma viatura pesada de mercadorias no IC3, ao quilómetro 2,8,

próximo de Condeixa-a-Nova, causou uma ví-tima mortal e um ferido ligeiro.

A complexidade dos trabalhados de socorro devido à carga e posição do pesado levou à intervenção de uma grua para apoiar os cerca

de 24 bombeiros e sete veículos dos Voluntá-rios de Condeixa-a-Nova que intervieram nas operações que contaram ainda com a inter-venção da equipa da VMER do Centro Hospita-lar de Coimbra e da Guarda Nacional Republi-cana.

Sérgio Santos

CONDEIXA-A-NOVA

Um morto em despiste de pesado

Um forte incêndio destruiu totalmente, no pas-sado dia 26 de dezembro, numa oficina de

ferragens no lugar da Senhora das Dores, em Condeixa-a-Nova.

Apesar da rápida intervenção dos 24 operacio-nais dos Bombeiros Voluntários de Condeixa-a--Nova, apoiados por nove veículos, o combate não foi facilitado devido à intensidade das cha-mas alimentadas por muitos materiais inflamá-veis, conforme adiantou ao BP o comandante Fer-nando Gonçalves.

Sérgio Santos

CONDEIXA-A-NOVA

Incêndio destrói oficina

Um homem morreu na se-quência de um choque fron-

tal entre um veículo pesado e um automóvel na Estrada Na-cional 206 (EN206), em Ribeira de Pena, distrito de Vila Real.

O comandante dos bombei-ros de Ribeira de Pena, António Martins, referiu que a vítima, de 31 anos, era o condutor do veí-culo ligeiro

O alerta para o acidente foi dado para uma zona perto de Bustelo, tendo o choque ocorri-do, segundo o responsável, numa curva com visibilidade.

António Martins referiu que o automóvel terá invadido a faixa

contrária, embatendo depois no camião.

No local estiveram 12 bom-beiros de Ribeira de Pena, com

quatro veículos, e a equipa da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) de Vila Real.

RIBEIRA DE PENA

Choque frontal na EN206

Pela primeira vez, os Vo-luntários de Rebordosa,

em Paredes, implementa-ram um Plano de Preven-ção Rodoviário durante a quadra natalícia. O projeto mobilizou várias equipas que posicionadas nos de-signados “pontos negros” das estradas rebordo-senses, podiam acorrer rapidamente a eventuais acidentes.

“Considerando a época, que tradicionalmente motiva o acréscimo do movimento nas estradas, importava desenvolver os necessários mecanis-mos de prevenção, monitorização e resposta ade-

quados”, conforme explica Paulo Ferreira, comandan-te substituto dos Bombei-ros de Rebordosa.

“Este plano é um instru-mento proativo de gestão operacional, que permite aumentar a capacidade e

rapidez da intervenção dos meios combinados de socorro pré-hospitalar dos bombeiros”, sublinha Paulo Ferreira.

No balanço desta operação que teve a duração de cinco dias, os Bombeiros de Rebordosa regis-taram um acidente rodoviário, do qual resultou um ferido ligeiro.

REBORDOSA

Operacionais investem na prevenção

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19JANEIRO 2013

O grupo ACCOR realizou nos seus hotéis em Vila Nova

de Gaia, nomeadamente no Ibis, Mercure e Novotel, simu-lacros de incêndio para testar os planos de segurança inter-nos, que envolveram os sapa-dores da cidade, os Voluntários de Coimbrões e a Proteção Civil Municipal.

A evacuação e socorro de-correram de uma forma bas-tante organizada, a comunica-ção com os meios externos foi eficaz os hotéis demonstraram estar preparados e sensibiliza-dos para este tipo de ações.

Entretanto, ação idêntica de-correu ainda no centro comer-cial Arrábida Shopping.

Também a Associação das Creches de Santa Marinha – Os Cartolinhas, realizou o exercí-cio que visou testar o plano de segurança e criar procedimen-tos de rotina numa situação de emergência, nomeadamente em caso de incêndio. Participa-ram neste simulacro 119 pes-soas, entre as quais 90 crian-ças.

Dadas as características do edifício com três pisos, de construção bastante antiga, “estes exercícios são essenciais, para, na possibilidade de uma evacuação, não se instalar o pânico e a desorga-nização”.

Os Sapadores de Vila Nova de Gaia e os Bom-beiros Voluntários de Coimbrões estiveram ainda envolvidos num simulacro de incêndios no Tele-férico de Gaia.

VILA NOVA DE GAIA

Sapadores e voluntários avaliam resposta

Os Voluntários do Sul Sueste (Barreiro), no âmbito do

Plano de Emergência Interno da FISIPE, realizaram um de simu-lacro tendo como cenário o der-rame de Dimetilamina por co-lapso total do tanque de arma-zenamento, numa ação que teve como objetivo “testar a operacionalidade da empresa, bem como a capacidade de res-posta do corpo de bombeiros”.

O exercício que permitiu si-mular a formação de uma at-mosfera tóxica, sem ignição, mas com uma vítima, envolveu o comandante em substituição, um chefe, um subchefe e 11

bombeiros, operacionais dos Bombeiros do Sul e Sueste apoiados por quatro viaturas.

Registe-se que a FISIPE tem uma capacidade anual de pro-

dução de fibras sintéticas na or-dem das 55 mil toneladas, fun-ciona numa área de cerca de 20 ha e conta com 326 colaborado-res.

BARREIRO

FISIPE recebe simulacro

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: FIS

IPE

Os bombeiros de Esmoriz e de Ovar e as equi-pas de Proteção e Intervenção da Base Aérea

de Maceda efetuaram um exercício “com um ce-nário aproximado à realidade desdobrado em al-guns acontecimentos surpresa que visou testar ainda melhor e mais fielmente a ação dos ho-mens e a eficácia dos meios”.

Este tipo ação, já habitual, servindo natural-mente para treino mas também para observar possíveis correções à atuação dos operacionais ou mesmo do funcionamento de comunicações e de ordens de comando.

Neste simulacro “tudo decorreu dentro do que era esperado” conforme garante o adjunto de co-mando de Esmoriz, Óscar Alves.

ESMORIZ

Preparação conjunta na base aérea

Os Voluntários de Aveiro--Velhos realizaram, recen-

temente, um exercício corres-pondendo assim a uma solici-

tação da empresa MRG, tendo como cenário uma obra, na Rua da Pega, onde um operá-rio teria alegadamente caído a

um poço e ficado ferido, obri-gando os bombeiros a recorrer à técnica de resgate em altu-ra.

AVEIRO

Resgate em obra

A colisão de duas viaturas ligeiras com um mo-tociclo foi o cenário proposto à 4.ª secção dos

Voluntários de Fafe para mais um exercício, que permitiu testar meios e a capacidade de resposta dos operacionais.

O encenado acidente provocou o capotamento de um dos veículos, deixou duas vítimas encarce-radas e esteve na origem da projeção de um dos ocupantes do motociclo para um ribeiro.

O simulacro mobilizou 13 operacionais, três ambulâncias, o veículo de desencarceramento e um veículo tático de apoio.

FAFE

Secção testa operacionalidade

Um derrame num dos rea-tores, seguido de um in-

cêndio e uma explosão serviu de cenário para testar os pla-nos de segurança internos e externos da “Respol”, a maior unidade industrial de fabrico de resinas do mundo que se localiza na ZICOFA em Leiria.

O exercício, complexo de-vido à matéria que a unidade comporta, permitiu ainda testar meios e respostas na evacuação das instalações da “Cercilei” e no combate a um incêndio numa zona de pinhal adjacente.

Neste teatro de operações estiveram 43 bombeiros e 21 veículos dos Municipais de Leiria e dos voluntários de Leiria, Maceira e Ortigosa, apoiados por equipas locais da Cruz Vermelha Portugue-sa, Guarda Nacional Republi-cana e Policia de Segurança Pública entre outros serviços camarários.

Estiveram ainda presentes como observadores do exer-cício o presidente da autar-quia leiriense, Raul Castro; o 2.º comandante distrital Car-los Guerra e o comandante dos Voluntários de Leiria Al-meida Santos.

Sérgio Santos

LEIRIA

Exercício em fábrica de resinas

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20 JANEIRO 2013

Os exercícios práticos do corpo ativo dos Bom-beiros Voluntários de Mira de Aire são uma

constante. Neste âmbito, os operacionais realiza-ram, recentemente, um treino operacional de de-sencarceramento, tendo como cenário o despiste de uma viatura ligeira de passageiros. com o in-tuito.

A ação que visou “agilizar formas de atuação” permitiu testar conhecimentos técnicos e práticos conforme adiantou um dos responsáveis do corpo de bombeiros.

Sérgio Santos

MIRA DE AIRE

Treino testa conhecimentos

Chegou ao fim, no dia 6 de janeiro, o I Curso de Salvamento em Grande Ângulo dos Bombei-

ros de Vieira do Minho, uma antiga aspiração que se concretizou permitindo colmatar uma lacuna, segundo disse ao nosso jornal fonte da institui-ção.

A equipa, constituída por 10 operacionais do quartel-sede e da secção de Ruivães, está, agora, devidamente habilitada para operações de salva-mento e resgate e auto-salvamento, designada-mente em túneis, escarpas ou em fachadas de edifícios e infraestruturas de grande altura, em zonas de montanha e noutros locais de risco acrescido.

Esta ação resulta de uma parceria com a CONSTRUSALAMONDE, ACE, que permitiu viabili-zar investimentos na ordem dos 8 mil euros. Também a Câmara Municipal de Vieira do Minho, que desde a primeira hora, ciente da mais-valia desta especificidade do socorro, foi decisiva no processo.

A formação, ministrada pela Escola Nacional de Bombeiros, teve como cenários o quartel de Viei-

ra do Minho, a Serra da Cabreira e o estaleiro da “Empreitada de Construção do Reforço de Potên-cia do Aproveitamento de Salamonde - Salamon-de II”.

VIEIRA DO MINHO

Quartel investe em salvamentoem grande ângulo

Numa cerimónia que decorreu no dia 4 de ja-neiro no salão nobre os Voluntários de Mafra

familiares e amigos mas também o comando do corpo de bombeiros e os órgãos sociais testemu-nharam a promoção alguns bombeiros às catego-

rias de subchefe, bombeiro de 1.º e de 2.º, sen-do-lhes reconhecido mérito na perseverança e entrega à causa e também qualidades técnicas e profissionais para servir melhor a comunidade.

Sérgio Santos

MAFRA

Qualidades técnicas certificadas

O salão nobre da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vendas Novas foi o

cenário escolhido para a cerimónia de promoção de subchefes e bombeiro de 2.ª, a que assistiram o Comandante Operacional Distrital de Évora e o 2.º Comandante Operacional, dirigentes associa-tivos, bombeiros e familiares.

Após a imposição das divisas, o comandante distrital destacou o significado da cerimónia, feli-citou os operacionais, para depois sublinhar a im-portância do trabalho desenvolvido por estes ho-mens e mulheres no apoio às populações.

Nesta sessão, foram promovidos ao posto de subchefe Joaquim Manuel André Pereira e Anabe-la Maria Simões Gonçalves Guerreiro. Na ocasião, o quartel deu, ainda, as boas-vindas os novos

bombeiros de 2.º Simone Patrícia dos Santos Martins, Bruno Miguel Cardoso Busca, Tânia Cari-na Ferreira Pataco, Luís Miguel Baguinho Paixão, Fábio Rui Gésero de Rosário, Luís Miguel Pinto Rijo, Fernando José Rodrigues de Oliveira e Joa-quim António Trigueirão Baila.

VENDAS NOVAS

Operacionais recebem divisas

Foto

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Teve início recentemente, quartel dos Voluntários de

Fafe, mais um o Curso de Forma-ção de Ingresso na Carreira de Bombeiro. Após a seleção efetu-ada no final do ano transato, os candidatos admitidos tiveram a sua apresentação e conheceram as instalações, que os vão aco-lher no decorrer de 2013.

FAFE

Associação tem novos chefes e sub-chefes

Foram oito, os estagiários de Esmoriz que finalizaram a

Escola de Bombeiros de 2012 com boas prestações, quer na vertente teórica, quer nos exames práticos.

“A felicidade dos bons re-sultados valeu o esforço dos jovens e dos formadores”, conforma sublinha fonte da associação.

Os bombeiros de 3.ª, depois do batismo da

praxe, já estão integrados nas diversas equipas e prosse-guem a sua formação.

Entretanto, um grupo de 12 homens esteve, durante e três dias envolvido, numa Recerti-ficação de Tripulante de Am-bulância de Transporte.

Ainda que “com exigências cada vez maiores” todos superaram “com bons resultados” os desafios que lhe foram colocados.

ESMORIZ

Mais oito reforços

Realizaram-se no quartel dos Bombeiros Volun-tários de Fafe concursos internos de promoção

a chefe e subchefe para os quadros de pessoal da instituição.

As provas, teóricas e práticas, que testaram cinco candidatos a chefes e sete candidatos a subchefes, foram avaliadas por um júri composto por Bento Marques, comandante dos Voluntários de Guimarães, José Carvalho, comandante dos Bombeiros de Viatodos, Fernando Marinho, 2.º comandante do corpo de bombeiros de Celorico de Basto,

FAFE

Bombeiros procuram promoções

No dia 29 de dezembro os Vo-luntários de Ponte de Lima

receberam 15 novos elemen-tos, que concluíram com apro-veitamento a Formação Inicial de Bombeiro que teve uma du-ração de 1 ano.

Na sessão marcaram presen-ça vários elementos deste Cor-po de Bombeiros, bem como os formadores externos e dirigen-tes da associação.

PONTE DE LIMA

Novos elementosao serviço da comunidade

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21JANEIRO 2013

A mudança do Corpo de Bombeiros dos Voluntários da Cruz Branca de Vila Real,

do quartel “Engenheiro Arantes e Oliveira” para o quartel “Comandante Moraes Ser-rão”, efetivou-se no dia 27 de dezembro úl-timo.

Para cumprir o que estava estabelecido e anunciado, foi necessário o empenhamento de várias entidades ligadas às comunica-ções, designadamente a PT, empresa presta-dora de serviços da PT, MEO, Minfo e Marie-tel. Foram efetuadas as ligações de forma a instalar o telefone fixo, a internet. A central telefónica definitiva será instalada proxima-mente, tal como outras aplicações de trans-missão de dados.

A equipa de serviço noturno promoveu um jantar de grupo no novo quartel e pernoitou no entanto, sem registo de ocorrências.

A cerimónia de arrear a bandeira da Asso-ciação e hasteá-la no quartel “Comandante Moraes Serrão”, foi efetuada no domingo, 30 de dezembro.

Foram dois momentos com grande signifi-cado para a vida da Associação de Bombeiros da Cruz Branca e que ficarão registados na sua própria história.

A formatura composta por três secções e fanfarra, sob o comando do 2.º comandante Ilídio Nunes formou em frente ao antigo quartel, na Rua D. Margarida Chaves. A ban-deira que durante 45 anos subiu ao mastro

foi arreada com muita emoção em especial pelos bombeiros mais velhos.

O comandante e o presidente da direção proferiram palavras de circunstância relacio-nadas com o ato.

Os subchefes José Coelho e Serafim Tei-xeira efectuaram a manobra de descida da bandeira, sendo posteriormente entregue ao comandante que a transportou ao peito até ao VCOT.

Com os procedimentos normais, proce-deu-se ao hastear das bandeiras, Nacional, do Município e da Associação, no quartel “Co-mandante Moraes Serrão”.

Este é mais um fato da história dos Bom-beiros da Cruz Branca.

CRUZ BRANCA VILA REAL

O primeiro turno no novo quartel

Os corpos voluntários do concelho de Vila Nova de Gaia assinalaram a conclusão

do Plano de Formação Conjunta do ano de 2012, no quartel dos Bombeiros de Coim-brões.

Em formatura geral as seis associações exibiram presente e futuro representados, respetivamente, por três secções de opera-cionais e por outras tantas de cadetes e in-fantes.

O programa iniciou-se com guarda de honra ao vereador da Proteção Civil e Bom-beiros da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, que presidiu à sessão, seguida da en-trega de diplomas aos participantes na for-mação conjunta.

A sessão teve como momento mais signi-ficativo a evocação do chefe Fernando Reis, dos Voluntários da Aguda, que faleceu em serviço no passado mês de Outubro. O cla-rim impôs silêncio, recolhimento e introspe-

ção e ao ecoar do nome do bombeiro as forças em parada responderam “pronto”. Na ocasião, foi ainda lido um texto de tribu-to ao chefe Reis, que muito emocionou os presentes.

A sessão prosseguiu com a intervenção de José Manuel Araújo, comandante dos Bombeiros de Avintes, que em nome dos voluntários do concelho, sublinhou a impor-tância da formação dos operacionais, de-fendendo que “um bombeiro sem formação é um bombeiro mal preparado e um bom-beiro mal preparado é um bombeiro que pode por em causa a vítima e comprometer a sua equipa. Sem uma formação contínua e constante aperfeiçoamento técnico não existem bombeiros, existem pessoas farda-das a circular em viaturas vermelhas”.

O comandante dos Voluntários de Avin-tes falou, ainda, da importância destas ações conjuntas que “permitem melhorar a

articulação entre corpos de bombeiros, au-mentar o conhecimento mútuo e aproximar os seus elementos, permitindo-lhes perce-ber que fazem parte de uma mesma equi-pa”.

A sessão ficou ainda marcada pelas inter-venções do presidente da Federação de Bombeiros do Distrito do Porto, do repre-sentante da Liga dos Bombeiros Portugue-ses, do Comandante Distrital de Operações de Socorro do Porto, do presidente da As-sembleia Municipal de Vila Nova de Gaia e do Vereador da Proteção Civil e Bombeiros da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia.

A cerimónia terminou com o desfile das forças em parada, com destaque para “o garbo e o atavio dos cadetes e infantes”, provando que estes jovens podem, sem so-bressaltos, garantir nos respetivos corpos de bombeiros “a substituição geracional, imposta pela da lei vida,”

VILA NOVA DE GAIA

Formatura geral encerra formação conjunta

No final do mês passado o quartel dos Voluntários de Pataias, dirigentes, operacionais e familiares assistiram à promoção de

cinco elementos a bombeiro de 1.ª.O comandante dirigiu-se aos seus homens destacando “a res-

ponsabilidade, o dever de missão, a lealdade de princípios e o sa-ber fazer, princípios que norteiam quem atinge este posto no qua-dro de pessoal de um corpo de bombeiros”.

Registe-se que em julho passado sete operacionais de Pataias receberam do comandante as divisas de bombeiro de 2.ª.

Assim sendo, “com a promoção destes 12 elementos, o quadro de pessoal dos Bombeiros de Pataias, tornou-se mais homogéneo na distribuição dos seus elementos pelos diversos postos”.

PATAIAS

“Quadro mais homogéneo”

O Corpo de Bombeiros da Aguda assistiu, no passado mês de dezembro, à promoção de quatro operacionais ao posto de

subchefe e de 16 outros a bombeiro de 2.ª, numa cerimónia testemunhada por dezenas de dirigentes, amigos, associados e familiares

Com estes reforços, o comandante Olímpio Pereira defende que será possível “aumentar a operacionalidade do Corpo de Bombeiros” sublinhando, no entanto, o “acréscimo nas respon-sabilidades exigidas”.

AGUDA

Operacionalidadee responsabilidade

No âmbito do protocolo com a Escola Superior de Enfermagem da Cruz Vermelha, o Corpo de Bombeiros de Oliveira de Aze-

méis ministrou um Curso de Abordagem Pré-hospitalar ao Politrau-matizado, aos estudantes finalistas do curso de enfermagem.

Como complemento desta formação os futuros enfermeiros par-ticipram, ainda numa ação sensibilização em matéria de Técnicas de Salvamento e Desencarceramento, enriquecida por componen-tes teóricas, mas também pela prática.

Em jeito de balanço, os Voluntários de Oliveira de Azeméis fri-sam “a importância deste protocolo de colaboração” e realçam “a gratificante troca de experiências entre bombeiros e futuros enfer-meiros, que permite estreitar laços e compreender melhor as apti-dões e competências de cada um”.

OLIVEIRA DE AZEMÉIS

Bombeiros e estudantes trocam experiências

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22 JANEIRO 2013

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de

Vila de Rei dispõe de uma nova viatura florestal de combate a incêndios, investimento que contou com o apoio da câmara municipal.

O novo veículo, de marca MAN, modelo TGM 13.290 4x4, foi adquirida pelo preço de 133.348 euros, no âmbito de uma candidatura ao Mais Cen-tro – Programa Operacional Re-gional do Centro, que assegura a comparticipação financeira para a compra do veículo.

Para o vice-presidente da Câ-mara Municipal de Vila de Rei e responsável pelo pelouro da Proteção Civil, Ricardo Aires, “este novo veículo de combate a incêndios que a autarquia se prontificou a apoiar, é de extre-ma importância para a popula-ção vila-realense, contribuindo para a sua segurança e para

que se tente evitar ao máximo o flagelo dos incêndios flores-tais.”

Emídio Mora, presidente da direção da associação dos bom-beiros, destaca que “é a primei-ra vez que Vila de Rei dispõe de um carro com todas estas ca-racterísticas e equipamentos.”

A nova viatura possui meca-

nismos de segurança passiva da cabine, cablagens elétricas e de ar comprimido, estrutura tubu-lar de proteção e segurança, cortina de proteção contra cam-pos térmicos, para além de uma bomba de alta e baixa pressão com comando de paragem de emergência e dispositivo com-plementar de emergência.

VILA DE REI

Voluntários têm novo veículode combate a incêndios

A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de

Coimbra recebeu recentemente 15 novos equipamentos de pro-teção individual no âmbito de um projeto de modernização do corpo de bombeiros.

Este investimento na segu-rança dos voluntários da cidade contou com o apoio financeiro da câmara municipal de Coim-bra, que na cerimónia se fez re-presentar pelo edil João Paulo Barbosa de Melo.

Sérgio Santos

COIMBRA

Associação recebe novos equipamentos

Um simulacro de acidente realizado no passado mês foi a forma encontrada pelos Bombeiros Vo-

luntários de Alcochete para dar continuidade ao pro-jeto de sensibilização e aproximação da comunida-de.

Um despiste de uma viatura ligeira no centro da vila do Samouco, do qual resultou uma vítima encar-cerada mas com ferimentos ligeiros foi o desafio lan-çado aos 14 operacionais, que apoiados por quatro veículos, participaram na ação.

Os populares puderam, nesta ocasião, ficar a co-

nhecer o funcionamento de alguns equipamentos de desencarceramento e de emergência pré-hospitalar.

Sérgio Santos

ALCOCHETE

Bombeiros sensibilizam comunidadeDepois de “anos de intensa

luta”, no passado mês de dezembro, foi inaugurada a nova ala feminina do quartel dos Voluntários da Aguda.

Registe-se que as antigas instalações não reuniam “o mí-nimo de condições aceitáveis para quem diariamente presta serviço à associação”, o que, aliás, determinou a suspensão no recrutamento de mulheres para o corpo de bombeiros.

Finalmente, o quartel da Aguda dispõe de uma área mo-derna, espaçosa, com todas as comodidades para acolher o corpo feminino.

Entre os amigos, associados e convidados que testemunha-ram este importante momento da rica e longa história da asso-ciação, destaque-se a presença do bombeiro Diogo Matos, víti-ma de um grave acidente no passado mês de outubro que ainda em recuperação ao quis deixar de se associar à festa, conferindo-lhe ainda maior sim-bolismo.

AGUDA

Quartel tem nova ala feminina

O quartel dispõe de uma área moderna, espaçosa, com comodidade para acolher o corpo feminino

Diogo Matos, o bombeiro vítima de um grave acidente no passado mês de outubro também se associou à festa

CASTANHEIRA DE PERA

Viatura substitui perdida em 2011

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de

Castanheira de Pera aproveitou a realização do tradicional con-vívio natalício para apresentar e abençoar uma nova viatura de combate a incêndios (VFCI), subsidiada pela Autoridade Na-cional de Proteção Civil (ANPC), que substitui outra perdida em outubro de 2011 consumida pe-las chamas durante o combate a um incêndio.

O dia começou com a forma-tura geral seguida de romagem ao cemitério, missa solene, re-ceção aos convidados, bênção da viatura, almoço convívio e visita às obras do quartel. Refi-ra-se que, neste momento, os Voluntários de Castanheira de Pera mantêm-se em funciona-mento em instalações provisó-rias na antiga escola primária.

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23JANEIRO 2013

Foto

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Até o final do mês deverão ter início as obras de construção do Centro de

Formação e Instrução da Asso-ciação Humanitária de Bombei-ros Voluntários da Cruz Verde, um projeto orçado em cerca de 450 mil euros e que vai permitir à instituição vila-realense ga-rantir um dos seus principais objetivos, a “formação perma-nente do corpo ativo”.

Numa altura em que o proje-to do novo centro de formação, a construir de raiz junto às es-colas Monsenhor Jerónimo do Amaral e Morgado Mateus (num terreno cedido pela Câmara Municipal de Vila Real), já conta com o estudo prévio aprovado e em fase de apreciação, a asso-ciação espera que “até ao final de janeiro ou início de feverei-ro” as obras tenham início.

Segundo Carlos Moreira, pre-sidente da direção, o centro de formação é um sonho antigo, cuja concretização tem sofrido atrasos “devido a outros proje-tos que têm implicado alguns compromissos financeiros”, como por exemplo as obras de ampliação e requalificação do quartel, concluídas em meados de 2012, e a aquisição de uma viatura de combate de incên-dios urbanos, que foi batizada no passado dia 1, no âmbito das comemorações do 122.º aniversário da instituição. No entanto, como explicou o mes-mo responsável, a escola de bombeiros é também uma “ne-

cessidade urgente e vai avan-çar”.

O novo complexo será edifi-cado de forma faseada, estando planeado em primeiro lugar a construção de um pavilhão para guardar equipamentos, alguns que se encontram atualmente no quartel e muitos que estão “espalhados em instalações de particulares que por favor ce-dem algum espaço”.

No local onde nascerá o Cen-tro de Formação e Instrução es-tão já localizados os quatro mo-noblocos que serviram de insta-lações provisórias aos bombei-ros da corporação durante as obras no quartel e que, devida-mente integrados no futuro complexo “servirão como salas de formação”, segundo explicou o dirigente associativo.

Finalmente, além de outras infraestruturas de apoio, como um parque de estacionamento, o projeto prevê a construção de raiz de um segundo edifício que terá todas as condições neces-

sárias para ser uma ‘escola de bombeiros’.

“O Centro de formação e ins-trução servirá sobretudo a Cruz Verde, mas com certeza que poderá ser utilizado por corpos de bombeiros nossos vizinhos, e não só, que necessitarem”, disse Carlos Moreira, não avan-çando para já uma data para a conclusão do projeto.

Relativamente a 2013, o pre-sidente revela que “não será um ano em grande”, tendo em conta as dificuldades que se avizinham, mas deixou a garan-tia que a associação tudo fará para cumprir os seus objetivos: honrar os compromissos assu-midos, adquirir o equipamento necessário e criar as condições para a “formação permanente do seu pessoal”.

“O objetivo é estarmos cada vez melhor preparados para prestar o socorro que nos é so-licitado, e para isso temos que estar sempre atualizados com os meios e os equipamentos,

mas também com os meios hu-manos através da preparação dos bombeiros”, adiantou o mesmo responsável, reconhe-cendo ainda “todo o esforço que tem sido” feito pelos soldados da paz da Cruz Verde.

Campanha de angariação de associados em curso

Face às crescentes dificulda-des que assolam a economia do país em geral, e as associações de bombeiros, em particular, a Cruz Verde tem feito uma ges-tão criteriosa dos seus fundos.

“Temos procurado gerir a nossa casa em função das dis-ponibilidades. É evidente que às

vezes se assumem compromis-sos em função das perspetivas que se têm, de contratos ou protocolos com outras entida-des, e quando eles falham tam-bém nos colocam em dificulda-des. Há algum tempo atrás ti-vemos algumas dificuldades em receber o transporte de doentes e isso causa-nos algumas com-plicações”, explicou Carlos Mo-reira.

O presidente da Cruz Verde sublinhou que fazer uma “ges-tão equilibrada” de uma ‘casa’ com 19 assalariados, uma equi-pa a trabalhar a tempo inteiro (protocolo com a Liga dos Bom-beiros e o INEM) e uma Equipa de Intervenção Permanente

(protocolo com a autarquia e a Autoridade Nacional de Prote-ção Civil), todos com custos, só são possíveis graças também ao trabalho do corpo de volun-tariado, que atualmente conta com 128 elementos.

Apelando à sociedade vila--realense, em especial aos ci-dadãos residentes dentro da sua área de intervenção, para que apoiem a corporação, a Cruz Verde avançou com uma campanha de angariação de associados que já chegou a metade do seu território, ten-do sido muito bem recebida pelas freguesias por onde já passou.

“Fizemos essa campanha e, embora ainda não tenhamos chegado a todas as freguesias, tivemos uma grande aceitação e conseguimos um número sig-nificativo de novos associados”, revelou o mesmo responsável, referindo que a associação pre-tende ainda atrair voluntários para o corpo ativo. “O objetivo é ter novos bombeiros, mais voluntários oriundos das várias povoações que fazem parte da nossa área de atuação”, con-cluiu.

VILA REAL

Construção do Centro de Formação e Instrução arranca este mêsDepois da ampliação e requalificação do quartel, cuja obra

foi inaugurada em julho de 2012, a Cruz Verde está prestes a dar os primeiros passos na concretização de mais um sonho, com o

início da construção de raiz da sua “escola de bombeiros”. Consciente das dificuldades financeiras previstas para o novo ano, a direção da associação humanitária adianta que o projeto vai ser concluído de forma faseada e renova o apelo para que os cidadãos

apoiem os bombeiros, inscrevendo-se enquanto associados ou mesmo como voluntários

Texto: Maria Meireles/A Voz de Trás os Montes

Mesmo em tempo de muita contenção, os Bombeiros de Ferreira do Zêzere podem contar com alguns apoios nomeadamente da

empresa Rações Zêzere, SA, que recentemente entregou aos vo-luntários um donativo, que permite atenuar dificuldades e investir na melhoria do serviço prestado às populações.

Em comunicado a direção da associação “enaltece e agradece este nobre gesto, digno de ênfase”, sublinha a ação dos adminis-tradores e colaboradores e deseja “um futuro de prosperidade” à empresa.

FERREIRA DO ZÊZERE

Empresa apoia voluntários

Os Voluntários de Vagos adquiriram, re-centemente, uma tenda que visa ga-

rantir apoio operacional em vários cená-rios.

Sobre este equipamento, fonte da asso-ciação sublinha que há muito o corpo de bombeiros o procurava comprar “mas os valores eram altos e as possibilidades mí-

nimas, mas, como “quem procura encon-tra”, surgiu a possibilidade de adquirir uma tenda usada”, que responde às ne-cessidades dos operacionais.

VAGOS

Quartel recebe novo equipamento

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24 JANEIRO 2013

Os Bombeiros Voluntários de Proença-a-Nova adquiri-

ram, no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), uma viatura de com-bate a incêndios urbanos e in-dustriais.

O veículo, considerado “uma mais-valia para o distrito”, vem “tornar mais eficientes as ações dos bombeiros em incêndios ur-banos e industriais”, conforme

defendeu na cerimónia de apre-sentação da viatura Francisco Peraboa, segundo Comandante Operacional Distrital de Castelo Branco. Com o intuito de col-matar uma lacuna na região, a Câmara Municipal e a Junta de Freguesia de Proença-a-Nova apoiaram este investimento que, registe-se, teve um finan-ciamento comunitário de 85 por cento.

Esta viatura é também im-portante para o aeródromo lo-cal, cuja certificação depende da existência de uma viatura deste tipo, esclareceu João Pau-lo Catarino, presidente da au-tarquia.

Á procura de novas formas de financiamento, a associação dos Bombeiros de Proença a Nova apresentou, nesta sessão, o novo serviço de manutenção

e venda de extintores, que ser-ve a própria instituição mas, também, as empresas e insti-tuições da região.

“Vamos continuar a investir nesta área da segurança, pois não está bem explorada nesta zona”, explicou José Marques, presidente da direção, acres-centando que esta aposta per-mitirá “colmatar algumas faltas de tesouraria”.

PROENÇA-A-NOVA

Investimento permite colmatar falhas

Sernancelhe recebeu visita do Ministro da Administração

Interna, Miguel Macedo, que inaugurou o novo quartel dos bombeiros voluntário, um equi-pamento que segundo o presi-dente da câmara municipal, José Mário de Almeida Cardoso, reflete a forma como é gerido o município assente “na descen-tralização de poderes e deve-res, que embora tarde no mo-delo de organização do País, é, neste caso, concretizada de for-ma espontânea”.

Lembrando que para cons-truir o novo quartel “não foi preciso recorrer ao crédito e não houve o desvio de um cên-timo em relação ao projetado”, José Mário Cardoso evidenciou o sentido responsável e respon-sabilizador da associação hu-manitária como um exemplo da forma de trabalhar em Sernan-celhe.

Depois da inauguração oficial do complexo, com o descerrar da tradicional placa evocativa do momento, seguiu-se uma vi-sita às novas instalações e, por fim, a sessão solene no salão principal, onde o Ministro da Administração Interna era aguardado por centenas de pessoas.

António Varela Roque, presi-dente da Associação Humanitá-ria de Bombeiros Voluntários de Sernancelhe, lembrou o percur-

so da instituição e a memória de todos quantos dela fizeram parte, garantindo que esta nova casa está concluída, está paga, graças ao contributo de toda a comunidade, mas em especial à autarquia, que ajudou a custear esta empreitada com 447.802, 27 euros.

O presidente da Federação dos Bombeiros de Viseu, Rebelo Marinho, não escondeu satisfa-ção por ver melhoradas as con-dições proporcionadas aos Vo-luntários Sernancelhe, exortan-do à missão do voluntariado, para que cada quartel de bom-beiros seja “uma oficina de ci-dadania, uma corporação gera-cional, com mais jovens, mais qualificados”.

Por seu turno, o presidente da Liga de Bombeiros, Jaime Soares, confessou-se “muito fe-liz porque quem desenvolve ati-vidade nesta área da proteção

civil em Portugal dá felicidade e alegria aos seus responsáveis”.

“Não posso deixar passar o momento sem felicitar a dire-ção e o comando dos Bombei-ros Voluntários de Sernancelhe, que são a expressão do serviço prestado ao povo e da salva-guarda das suas vidas e dos seus haveres”, destacou Jaime Soares.

O autarca José Mário Cardoso agradeceu ao ministro da Admi-nistração Interna pela “soleni-dade que quis dar ao ato”. En-dereçando uma palavra espe-cial aos bombeiros, ao projetis-ta, ao empreiteiro e a todos quantos contribuíram para esta obra, o presidente da câmara lembrou ainda Miguel Giestal, antigo governador civil, que in-cluiu o quartel dos Bombeiros Voluntários de Sernancelhe na lista de obras prioritárias.

“Registamos com satisfação

a inauguração deste edifício, que tem duas singularidades: conheço bem o País e este tipo de arquitetura não é muito usu-al, mas os cidadãos de Sernan-celhe podem orgulhar-se desta bela obra; a segunda singulari-dade é de se ter concluído esta obra e não se dever dinheiro pela obra que se fez. É uma boa lição para o País. E mais: de se ter concluído a obra gastando menos do que aquilo que esta-va orçamentado”, disse, na oca-sião, Miguel Macedo, ministro da Administração Interna.

“O ensinamento deste proje-to é importante para todos nós. Se eu tenho 100 não vou empe-nhar-me em 120. Se eu tenho 100, vamos gastar com critério 100, tentando ser criteriosos na escolha das prioridades”, defen-deu o governante.

“O exemplo da Câmara Muni-cipal de Sernancelhe e dos Bom-beiros são muito inspiradores para este cabo das tormentas que temos pela frente”, disse.

Neste dia de festa para os Voluntários de Sernancelhe es-tiveram foi ainda apresentada e inaugurada uma Viatura Urbana de Combate a Incêndios (VUCI), no valor de cerca de 200 mil eu-ros, que vem colmatar uma la-cuna quartel e é fruto da pou-pança conseguida com a boa gestão da obra de construção do quartel.

SERNANCELHE

Exemplos inspiradores

Os Voluntários de Minde receberam, recentemente 12 capacetes F1, equipamento adquirido mercê “do empenho e dedicação do

corpo ativo que realizou várias atividades culturais ao longo do ano de 2012” que permitiram este investimento.

MINDE

Novos capacetes

Por ocasião das comemorações do 125.º aniversário, a Associa-ção Humanitária de Bombeiros Voluntários de Loures foi distin-

guida, pela Liga dos Bombeiros Portugueses, com a Fénix de Hon-ra.

“É com uma enorme honra e orgulho” que comandante Ângelo Simões falou do corpo de bombeiros que conseguiu atingir os ob-jetivos traçados para nas mais variadas vertentes, reconhecendo--lhe qualidades e conhecimentos técnicos. E assim sendo, em dia de festa foram distinguidos vários bombeiros profissionais por de-dicação e zelo à associação. Nesta sessão foram ainda várias as promoções de operacionais a bombeiro de 2.ª.

O presidente da direção, Joaquim Rosado, defendeu “uma visão inovadora” para a (re)organização dos corpos de bombeiros do concelho, para que todos possam superar as dificuldades. Voltan-do-se para dentro o dirigente dirigiu agradecimentos e palavras de incentivo a todos que têm trabalho em prol da instituição, nomea-damente o corpo ativo, mas também os elementos da banda e os associados que nesta efeméride também foram agraciados.

Marcaram presença no encerramento das comemorações dos 125 anos da associação Carlos Teixeira, presidente da Câmara Mu-nicipal de Loures, Manuel Mateus Couto, presidente da Autoridade Nacional de Proteção Civil, Rodeia Machado, vice-presidente da LBP, o comandante distrital Elísio Oliveira e Rui Ferreira da Federa-ção dos Bombeiros do Distrito de Lisboa entre outros representan-tes de associações congéneres do concelho.

Sérgio Santos

LOURES

Associação recebeFénix de Honra

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25JANEIRO 2013

O jantar natalício da Associa-ção Humanitária dos Bom-

beiros Voluntários do Dafundo, concelho de Oeiras, constituiu também o momento escolhido para o encerramento das co-memorações do centenário da instituição que se desenrola-ram ao longo do ano transato. Tratou-se de uma iniciativa muito concorrida que contou com bombeiros, dirigentes, fa-miliares e amigos da associa-ção.

No decorrer do jantar, o co-mando e a direção, procederam à entrega de vários louvores e lembranças.

Momento alto da reunião foi a colocação da Fénix de Honra da Liga dos Bombeiros Portu-gueses (LBP) no estandarte da associação. Essa missão coube ao presidente da assembleia--geral, António Leitão, a convi-te do vice-presidente da LBP presente, Rama da Silva.

Por proposta do presidente da direção, Armando Soares, e do comandante Carlos Jaime, dirigida à LBP foram também distinguidos com o crachá de ouro da confederação, o 2.º co-

mandante do Quadro de Honra (QH) Adelino Jesus Nunes e os bombeiros de 1.ª do QH, Amíl-car Nunes e Júlio Gomes de Je-sus. Com a medalha de servi-ços distintos da LBP (MSD) fo-ram também distinguidos com o grau Cobre, os bombeiros de 2.ª Eduardo Paulo Rendilheiro, Fernando Azevedo e João Mi-guel Sequeira, com o grau Pra-ta, o adjunto de comando Ro-lando Lopes, os subchefes Vâ-nia Mendes e Fernando Gonçal-ves, e com o grau Ouro, o bombeiro de 1.ª supra QH Luís Filipe Martins.

DAFUNDO

Encerramento das comemorações

A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Portimão comemorou recentemente o seu 86.º aniversário. O programa

comemorativo começou com a formatura geral do corpo de bom-beiros com içar das bandeiras no quartel. Seguiu-se a romagem ao talhão dos bombeiros no cemitério municipal.

A missa de sufrágio por bombeiros, dirigentes e associados fale-cidos decorreu depois na igreja da Quinta do Amparo. No final de-correu uma sessão solene no quartel-sede.

PORTIMÃO

A servir há 86 anos

A Associação Humanitária dos Bombeiros Vo-luntários da Figueira da Foz encerrou as co-

memorações do 130.º aniversário, no dia 19 de dezembro, com a sessão solene que reuniu, no renovado quartel, dezenas de bombeiros, diri-gentes e muitos convidados.

Num encontro voltado para dentro, marcado por vários momentos carregados de simbolismo com a entrega de medalhas distinções e diplo-mas, teve como acontecimento maior a homena-gem ao comandante João Paulo Moreira que assi-nala 25 anos ao serviço dos bombeiros de Portu-gal. A associação uniu-se assim num sentido tri-buto ao operacional de excelência que muito tem feito pelos Voluntários da Figueira da Foz, confor-me, fez questão de sublinhar Lídio Lopes o presi-dente da direção da instituição centenária.

O comandante, emocionado, partilhou a home-nagem com a família e com “os gloriosos e bravos bombeiros da Figueira da Foz”.

Refira-se que as comemorações decorreram sob a égide da apresentação pública do requalifi-cado quartel, após avultadas obras orçadas em 300 mil euros, integralmente custeadas pela as-

sociação, que contemplaram, entre outras inter-venções, a recuperação integral do parque princi-pal de viaturas, a criação de uma nova área co-berta de estacionamento, a requalificação da pa-rada e das acessibilidades a nascente, a construção de muros e reformulação da zona de saída dos veículos.

Em dia de festa, a associação inaugurou, com o apoio do benemérito António Baptista Teixeira e

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Casino Figueira, um atrelado-tático com todas as condições para dar apoio aos bombeiros em vá-rios teatros de operações, mas também apetre-chado para auxiliar as escola de infantes e cade-tes em atividades no exterior do quartel ou para acolher ações ou campanhas de sensibilização desenvolvidas pela associação.

A sessão ficou, igualmente, marcada por uma acesa “troca de argumentos” entre o presidente da direção dos Voluntários da Figueira e o presi-dente da câmara municipal, que terminou com a certeza de que alegada falta de apoio da autar-quia não vai travar o crescimento desta associa-ção que se prepara para, já no próximo mês de abril, para avançar com a segunda fase da em-preitada de requalificação do quartel-sede.

Na ocasião, Jaime Marta Soares, presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), que co-meçou por sublinhar a “empatia, carinho e ami-zade com que as instituições da figueira tratam os seus bombeiros”, congratulou-se com a “ga-rantia de futuro” consubstanciada nas três deze-nas de crianças e jovens que integram a escola de infantes e cadetes. Num plano mais institucio-

nal, Jaime Martas Soares acentuou a tónica nas questões que preocupam o setor, afiançando que “a Liga dos Bombeiros Portugueses está a traba-lhar com intuito de levar por diante os seus obje-tivos e estratégias que são, afinal, a dos bombei-ros portugueses”. Falou ainda dos “problemas muito difíceis de ultrapassar com Ministério da Saúde” e regozijou-se pelo “diálogo fácil” com o ministro da Administração Interna. Terminou a alocução, com um apelo à união defendendo que “nenhum homem sozinho consegue ultrapassar os seus objetivos”.

Muitas dezenas de pessoas marcaram presen-ça na cerimónia abrilhantada pela Sociedade Fi-larmónica Figueirense, das quais se destacam o edil João Ataíde, Jaime Marta Soares, o presiden-te da LBP e tenente coronel António Martins, à data Comandante Operacional Distrital de Coim-bra, António Simões da Cunha Santos, o presi-dente da Federação de Bombeiros do Distrito de Coimbra, entre autarcas, representantes de as-sociações congéneres de muitos pontos do país, dirigentes e bombeiros.

Sofia Ribeiro

FIGUEIRA DA FOZ

Centenária encara futuro com otimismo

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26 JANEIRO 2013

A passagem do 116.º aniversário da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários da

Cruz Branca – Vila Real ficou particularmente as-sinalada com a inauguração do seu novo quartel, um sonho antigo e que agora foi possível concre-tizar ao lado do nó de saída norte do IP4.

A cerimónia de inauguração contou com a pre-sença do secretário de Estado Silva Peneda, do presidente do conselho executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), comandante Jai-me Marta Soares, do presidente da Câmara Muni-cipal de Vila Real, Manuel Martins, do presidente da Federação Distrital de Bombeiros de Vila Real, Fernando Queiroga, bem como outros autarca e dirigentes associativos.

A realização do sonho resultou da candidatura ao Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) no valor de 1,25 milhões de euros, com-participada em 85 por cento.

Segundo o comandante Álvaro Ribeiro, po-rém, “o custo total da obra seria muito supe-rior” se não fossem os apoios dos próprios bombeiros e amigos da instituição bem como dos funcionários municipais.

Para Álvaro Ribeiro, a concretização do novo quartel corresponde a “uma viragem de 180 graus na comodidade dos bombeiros mas tam-bém na componente operacional”. Nesse senti-do, destaca a nova parada e também a torre de treinos, fruto da adaptação de um poste de muita alta tensão cedido pela REN.

A nova infraestrutura totalmente operacio-nal resolveu também um problema relativo às deficientes condições com que as bombeiras do corpo ativo funcionavam no antigo quartel.

No final da cerimónia decorreu uma de-monstração de vários exercícios na torre de treinos.

VILA REAL

Cruz Branca tem novo quartel

As comemorações do 108.º aniversário da As-sociação Humanitária de Bombeiros Voluntá-

rios da Amadora tiveram como momento mais alto o tributo a soldados da paz e a associados.

“Imaginação, criatividade e iniciativa” foram palavras escolhidas pelo comandante Mário Con-de, para se referir à gestão diária de um corpo de bombeiros com uma intensa atividade operacio-nal, com dificuldades financeiras só ultrapassa-das com a colaboração, empenho e entrega de todos, nomeadamente do corpo ativo, a quem deixou inúmeros agradecimentos e muitos elo-gios.

O apreço pela ação dos operacionais ficou ex-presso com a entrega de várias medalhas da as-sociação e da Liga dos Bombeiros Portugueses. No decorrer da cerimónia o quartel deu ainda as boas vindas a 10 novos elementos, recentemente promovidos a bombeiros de 3.ª.

“Com colaboração e espírito de missão sabere-mos encontrar soluções” foi assim que o vereador

da proteção civil da Amadora, Eduardo Rosa su-blinhou as relações de amizade e cordialidade que unem as duas instituições. à amizade da au-tarquia para com a direção e comando desta ins-tituição. A partilha de ideias com objetivos co-muns na defesa das pessoas do concelho, tem permitido dotar os bombeiros de melhores condi-ções, conforme fez questão de sublinhar a presi-dente da direção Voluntários da Amadora, que publicamente agradeceu o apoio da autarquia e das juntas de freguesia do concelho.

Os associados com 50 e 25 anos de quotização foram agraciados com diplomas e emblemas.

Marcaram presença, ainda, presença nas ceri-mónias o 2º comandante distrital André Fernan-des (ANPC); Rui Ferreira da Federação dos Bom-beiros do distrito de Lisboa e em representação da Liga dos Bombeiros Portugueses; dirigentes e comandos de associações congéneres dos conce-lhos de Sintra e Oeiras.

Sérgio Santos

AMADORA

“Imaginação, criatividade e iniciativa”

A Associação Humanitária de Bombeiros Vo-luntários de Tábua comemorou o 77.º ani-

versário premiando com “ouro” bombeiros e a dirigentes.

Foram muitas as distinções honoríficas entre-gues aos elementos do comando e corpo ativo, destacando-se a imposição do Crachá de Ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses ao adjunto de comando Vítor Gomes e ainda as muitas me-dalhas de assiduidade grau ouro, sinal que nes-ta associação homens e mulheres se encontram firmes ao longo dos tempos na defesa das suas comunidades. Também o presidente da assem-bleia geral Arlindo Cunha e Amílcar Marques di-retor da associação, como a Maria Luísa Cortês, colaboradora da instituição foram agraciados com o mesmo galardão de ouro.

A vitalidade da associação revelou-se com a incorporação no corpo ativo dos quinze elemen-tos, promovidos nesta sessão à categoria de bombeiro de 3.ª. Outros soldados da paz viram o seu esforço e mérito reconhecidos, com a pro-gressão na carreira, dispondo agora corpo ativo de novos bombeiros de 2,º e mais um subchefe.

“Nesta casa trabalha-se muito voluntaria-mente”, disse o comandante António Oliveira em jeito de elogio a todos os bombeiros, diri-gentes e funcionários que, diariamente, dão o seu melhor pela estabilidade da associação. Pa-lavras de agradecimento foram também dirigi-

das ao presidente da direção Mário Loureiro pela determinação e persistência que permiti-ram que nesta efeméride fosse inaugurado um novo veículo urbano de combate a incêndios (VUCI), adquirido com apoio de fundos comuni-tários do QREN.

O presidente Mário Loureiro enalteceu a boa relação entre comando e direção que tem facili-tado o trabalho “em prol do desenvolvimento da missão”. O dirigente aproveitou a ocasião para falar do projeto da requalificação do quartel, que poderá avançar no âmbito de apoios estatais.

A cerimónia terminou com um almoço que reuniu a família dos bombeiros de Tábua, no qual também marcaram presença a vice-presi-dente da câmara municipal de Tábua, Ana Ne-ves, o 2.º comandante distrital Paulo Palrilha (ANPC), o comandante António Simões, presi-dente da Federação dos Bombeiros Distrito de Coimbra, também em representação da Liga dos Bombeiros Portugueses e, ainda, represen-tantes da Guarda Nacional Republicana e das associações congéneres do distrito.

Sérgio Santos

TÁBUA

Ouro para bombeiros e dirigentes

O programa comemorativo do 73.º aniversário da Asso-

ciação Humanitária de Bombei-ros Voluntários de Brasfemes teve como momentos maiores a inauguração de cinco veículos e a distinção de alguns soldados da paz.

A formatura acolheu as enti-dades convidadas numa festa que sublinhou o trabalho de quem “tudo faz prol dos bom-beiros”. O reconhecimento pela dedicação de anos traduziu-se na distinção de vários bombei-ros com medalhas da Liga dos Bombeiros Portugueses e da associação. A instituição ani-versariante agraciou também, a título póstumo o dirigente Ho-mero Figueiredo e o chefe Sílvio Batista e ainda, em jeito de agradecimento, a Cimpor, a au-tarquia de Coimbra e a junta de freguesia de Brasfemes e ainda.

Á inauguração e bênção de cinco novas viaturas, duas de combate a incêndios florestais, uma de desencarceramento, uma de apoio aos mergulhado-res e uma ambulância de trans-porte foi um dos pontos altos da cerimónia seguiu-se um gran-dioso desfile apeado dos bom-beiros, academia e fanfarra que se fizeram acompanhar pelos 23 veículos operacionais da cor-poração.

No decorrer da sessão sole-ne, o presidente da direção Bruno Santos e o comandante Acácio Monteiro destacaram o trabalho de equipa e a boa liga-ção existente entre o comando e direção como fatores de su-cesso que muito contribuem para o crescimento e a estabili-dade da associação. Contudo, para garantir o futuro e as exi-gentes respostas operacionais, comando e direção defenderam a criação de uma equipa de in-tervenção permanente no corpo

de bombeiros. A requalificação e ampliado do quartel foi outros dos desejos manifestados pelos responsáveis da instituição.

Marcaram presença nesta sessão, entre outras individuali-dades, o presidente da Câmara Municipal de Coimbra João Bar-bosa de Melo, o 2.º comandan-te distrital Paulo Palrilha (ANPC) e pelo comandante António Si-mões, presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Coimbra.

Sérgio Santos

BRASFEMES

Aniversário com mais cinco veículos

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27JANEIRO 2013

As comemorações do 119.º aniversário da As-sociação Humanitária de Bombeiros Sul e

Sueste (Barreiro) tiveram como ponto alto a apresentação na nova estrutura de comando. Em dia de festa, familiares e amigos dos Voluntários Sul e Sueste, bem como os restantes convidados testemunharam a tomada de posse do coman-dante Acácio Coelho e ainda de Caetano Beja (2.º comandante) e Bruno Loureiro (adjunto de co-mando).

Uma imponente formatura do corpo ativo rece-beu as entidades convidadas que assistiram à im-posição das insígnias aos seis novos tripulantes de ambulância de socorro (TAS) depois de con-cluíram com sucesso esta etapa de extrema im-

portância para a consolidação da prestação de socorro no âmbito da emergência pré-hospitalar. Houve ainda a promoção de cinco estagiários à categoria de bombeiro de 3.ª que juraram dedi-car-se e servir voluntariamente o lema “vida por vida”.

Nesta associação centenária, onde os marcos históricos estão bem presentes e assentam nos feitos dos homens e mulheres que ao longo dos tempos tem ali prestado serviço são reconheci-dos, a Liga dos Bombeiros Portugueses distinguiu a instituição com a Fénix de Honra, imposta no estandarte pelo vice-presidente desta confedera-ção Rodeia Machado e pelo presidente da câmara municipal do Barreiro Carlos Humberto Carvalho.

Na sua alocução, o presidente da direção Edu-ardo Correia mostrou-se satisfeito pela determi-nação dos Bombeiros de Sul e Sueste que sempre souberam “lutar e encontrar meios para continu-arem a desempenhar a sua nobre missão”. Com “orgulho no passado e confiança no futuro”, este responsável destaca que o projeto proposto pela associação e corpo de bombeiros será virado para o futuro, enaltecendo o trabalho de equipa que tem vindo a dar frutos no âmbito do desenvolvi-mento da instituição e da formação multidiscipli-nar dos operacionais.

Nesta efeméride estiveram ainda presentes o comandante distrital Dinis Jesus (ANPC); o coman-dante Rui Laranjeira secretário técnico da Federa-

ção dos Bombeiros do Distrito de Setúbal e repre-sentantes da Policia de Segurança Publica, Marinha Portuguesa e associações congéneres do distrito.

Sérgio Santos

BARREIRO

Festa com Fénix de Honra e novo comando

A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de

Cacilhas comemorou no último fim-de-semana o seu 122.º ani-versário e o centenário da as-sistência e socorro aos banhis-tas da Costa da Caparica.

Durante a sessão solene, a presidente da Câmara Municipal de Almada, Maria Emília de Sousa, anunciou que este ano volta a ser possível apoiar cada uma das três associações de bombeiros do concelho com cem mil euros para investimen-to. Aparte, como disse, dos res-tantes apoios, nomeadamente à manutenção dos piquetes.

A sessão comemorativa ficou marcada com a prestação de di-versas homenagens e promo-ções de bombeiros.

Por proposta da direção e do comando da instituição a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) atribuiu o crachá de ouro a José Manuel Maia, presidente

da Assembleia Municipal de Al-mada e antigo deputado e vice--presidente da Assembleia da República.

A proposta “constitui uma manifestação pública de grati-dão, reconhecimento e admira-ção pelo apoio que esta autarca sempre dispensou à causa dos bombeiros portugueses em ge-ral, e dos Bombeiros Voluntá-rios de Cacilhas em particular”.

José Manuel Maia recebeu a distinção das mãos do presi-dente da mesa dos congressos da LBP, Duarte Caldeira, e do vice-presidente do conselho executivo, Rama da Silva.

Duarte Caldeira, por seu tur-no, foi homenageado pelos Vo-luntários de Cacilhas com a me-dalha de agradecimento da ins-tituição.

A presidente da Câmara Mu-nicipal de Almada foi também distinguida pela Associação com o colar de serviços distin-

CACILHAS

Homenagens e promoções no 122.º aniversário

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A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários da

Merceana comemorou o 32.º ani-versário com uma justa homena-gem ao corpo ativo.

O programa contemplou a ro-magem ao cemitério, seguida da missa solene na igreja local e a sessão solene.

Nas suas intervenções, o pre-

sidente da direção Manuel Mira e o comandante Rodolfo Batista fo-ram unânimes nos agradecimen-tos ao corpo ativo, enaltecendo a rápida resposta nas várias inter-venções, bem como para todas as atividades da associação em que estes homens e mulheres marcam sempre presença.

Essa “entrega e persistência” de

vários operacionais ao longo dos anos mereceu o reconhecimento da direção e comando e a entrega de medalhas da associação mas também da Liga dos Bombeiros Portugueses. Na mesma ocasião, nove elementos receberam a pro-moção a bombeiro de 2.ª.

Os Voluntários da Merceana encerraram as comemorações

com um almoço convívio que juntou toda a família dos Bom-beiros Voluntários da Merceana, mas também o presidente da câ-mara municipal de Alenquer, Jor-ge Mendes Riso e representantes de associações recreativas e da Guarda Nacional Republicana, entre outras individualidades.

Sérgio Santos

MERCEANA

“Entrega e persistência” merecem reconhecimento

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tos, a mais alta condecoração da instituição. No agradecimen-to, Maria Emília de Sousa, fez um balanço da colaboração mú-tua desenvolvida entre a autar-quia e os bombeiros na sequên-cia da qual todos os apoios da-dos ganham lógica e valia. Anunciou ainda que esta seria a última vez que se dirigia aos presentes num aniversário dos Voluntários de Cacilhas dado estar impedida de candidatar-

-se para novo mandato por im-perativo legal.

Durante a sessão decorreu a cerimónia de geminação da As-sociação de Cacilhas com a dos Bombeiros do Dafundo e foram homenageadas as onze juntas de freguesia do concelho com a medalha de agradecimento e o casal Carlos e Beatriz Machado pela oferta recente à instituição de uma loja no centro comercial Caparica-Oceano.

No domínio das promoções, realizou a graduação de 12 bombeiros em 2.ª, 4 a 1.ª, 9 a subchefes, incluindo um ele-mento feminino, e a promoção de outro bombeiro a oficial de 2.ª.

A mesa da sessão foi com-posta pelos autarcas já refe-ridos, pelo presidente da as-sembleia-geral da instituição e presidente da Reviver Mais, Lourenço Baptista, pelo vice-

-presidente da LBP, Rama da Silva, pelo presidente da Fede-ração de Bombeiros do Distrito de Setúbal, Eduardo Correia, pelo 2.º comandante distri-tal de socorro, Rui Costa, pelo presidente da Junta de Fregue-sia de Cacilhas, Carlos Leal, e pelo presidente dos Voluntários de Cacilhas, comandante do QH Clemente Mitra, e pelo coman-dante do corpo de bombeiros, Miguel Silva.

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28 JANEIRO 2013

Foram muitas as asso-ciações e corpos de

bombeiros, dirigentes as-sociativos e operacionais, bombeiros e muitas ou-tras entidades e individu-alidades que fizeram che-gar à redação do jornal Bombeiros de Portugal os tradicionais votos da época, que esta equipa muito agradece e, obvia-mente, retribui.

Em tempos de muitas dificuldades, de tantas incertezas, importa talvez apelar à união, à solidariedade e ao voluntariado, bandeiras que, aliás, os bombeiros de Por-tugal se orgulham de empunhar todos os dias em todas as suas missões. Assim, sendo este novo ano de 2013 só pode ser encarado como mais um desafio para quem soube, sem-pre, com pouco fazer muito, apenas com o intuito de cumprir exemplarmente a missão de proteger, socorrer e salvar o seu semelhante.

Assim, resta-nos desejar êxitos profissionais e pessoais a todos os que nas mais distintas funções lutam, diariamente, não só pela continuidade das associações humanitárias e corpos de bombeiros mas sobretudo pela adaptação a novas realidades e reptos que exigem meios humanos e técnicos, formação e profissionalismo.

Cumpre-nos, assim, agradecer os votos e mensagens dos comandos, direções e corpos ativos dos bombeiros de Águas de Moura, Albergaria-a-Velha, Almada, Amarante, Mistos de Amora, Anadia, Aveiro-Velhos, Beja, Bucelas, Carvalhos, Ca-nha, Cernache do Bonjardim, Coimbra, Municipais de Coru-che, Entroncamento, Espinhenses, Estoril, Fafe, Municipais da Figueira da Foz, Fornos de Algodres, direção, Fronteira, Golegã, Lordelo, Loriga, Loures, Marco de Canaveses, Mar-vão, Melo, Moscavide-Portela, Óbidos, Odivelas, Oeiras, co-mando Pombal, Proença-a-Nova, Progresso Barcarenense, Samora Correia, Santa Cruz da Trapa, Santarém, Sesimbra, Sousel, Sul e Sul e Sueste, Municipais de Tavira, Tondela, Vagos e Vila Real e Cruz Verde. Da mesma forma muito agradecemos as missivas do Grupo de Salvamento em Gran-de Ângulo do Corpo de Bombeiros Voluntários de Angra do Heroísmo, da Federação dos Bombeiros do Distrito de Viana do Castelo, da Juvebombeiro dos Bombeiros Voluntários de Caneças, da Associação dos Bombeiros Ultramarinos (NA-BUL), do Núcleo dos Antigos Bombeiros Ultramarinos (NUC-BOMB), da Association Portugaise des Pompiers au Portugal.Unidade e Canina de Resgate Busca e Salvamento (França) e da Comissão Instaladora da Liga dos Amigos dos Bombei-ros da Lousã.

A título indivudal, também foram os amigos que nesta quadra fizeram questão de saudar esta equipa nomeada-mente o comandante Gomes da Costa, Artur Cardoso, co-mandante dos Bombeiros de Fontes, comandante António Nunes Vieira, delegado na Madeira da Associação dos Bom-beiros Ultramarinos, Carlos Bucha, presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros de Montemor-o-Novo, José Au-gusto de Carvalho, presidente da Escola Nacional de Bom-beiros, Luís Brandão Coelho, presidente da Federação dos Bombeiros dos Distrito de Viana do Castelo, comandante Manuel José Barrote, presidente do NUCBOMB.

Felicitações ainda a Mário David deputado do Parlamento Europeu e vice-presidente do Partindo Popular Europeu, An-selmo Silva, chefe António Vieira, Carlos Alberto Tiago, Car-los Hupsel de Oliveira, Emanuel José Roriz Barcelos, Inês Valentim, João Cardoso, João Horta, Marco Martins, Nuno Miguel Leitão, Paulo Alves, Preciosa Patacho, Rui Silva, Sér-gio Santos, Tiago Santos e Valdemar Silva

Com apreço registamos também as felicitações do jornal O Interior, Portal Portugalis, blogue Safeplace52, Fórum & Cidadania, Bombeiros para Sempre, Gabinete de Comunica-ção de Águas do Ribatejo EM SA, Associação Portuguesa de Imprensa, Câmara Municipal de Borba, Serviço de Proteção Civil da Câmara Municipal de Ferreira do Zêzere, Câmara Municipal de Paredes de Coura, Gabinete de Comunicação da Câmara Municipal de Porto de Mós, Cáritas Portuguesa, Ce-nertec – Centro de Energia e Tecnologia, CIE – Comunicação e Imprensa Especializada Lda, Consulfogo Lda, Eaton, Even-tos Motor, Federação Portuguesa de Nadadores Salvadores, GCI, Helen Doron Portugal, direção do Hotel Senhora do Castelo, IForma, José Cardia Arquitetos, Lda., Lusitânia – grupo Montepio, Marina do Tejo, Móveis Batista, Projecto.Detalhe relações Públicas de Publicações Europa América, Softconcept, Tecla Lisboa e Universidade Lusófona do Porto.

BOAS FESTAS

Novo ano, novos desafios

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Os Voluntários da Pampilhosa assinala-ram a quadra natalícia com um conjun-

to de atividades que envolveu não só os bombeiros, os seus familiares mas também a comunidade em geral, nomeadamente as crianças da vila.

Assim, cumprindo uma tradição já antiga os mais pequenos acorreram em grande número ao quartel para usufruírem de um empolgante e inesquecível passeio nos “carros dos bombeiros”.

Mais tarde a grande família dos bombei-

ros reuniu-se numa cerimónia que visou homenagear os operacionais e dirigentes da instituição, com a entrega de medalhas de assiduidade e de dedicação.

Finda a cerimónia bombeiros e familiares juntaram-se para o tradicional jantar de Natal.

PAMPILHOSA

Associação em plena atividade

Dirigentes bombeiros, músi-cos e familiares reuniram-se

num jantar de Natal no quartel dos Voluntários de Fanhões. Depois do repasto, a orquestra juvenil da associação brindou os convivas com as tradicionais músicas da época e de seguida os mais pequenos receberam os desejados presentes, Este con-vívio visou fomentar os laços da família associativa dos Voluntá-rios de Fanhões.

FANHÕES

Convívio em família

A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Bar-carena realizou a sua festa de natal, presenteando os ope-

racionais com quatro novas viaturas.Foi em família que soldados da paz, reunidos num almoço

convívio assistiram à inauguração e bênção de dois veículos de apoio (VOPE), uma ambulância de transporte múltiplo (ABTM) e um veículo de equipamento e assistência (VETA), equipa-mentos que vem permitir “uma primeira intervenção em locais de acesso limitado”, segundo salienta fonte da instituição.

A sessão ficou ainda marcada pela promoção de quatro ele-mentos a bombeiros de 1.ª. e pelas intervenções do presiden-te da direção Alexandre Araújo e do comandante Carlos Go-mes dos Santos, que salientaram “a entrega e zelo dos Volun-tários de Barcarena nas atividades de socorro”.

A festa terminou com o Pai Natal a entregar prendas aos filhos dos bombeiros.

Sérgio Santos

BARCARENA

Inaugurados quatro veículos

O espírito de solidariedade e entrega marcou, uma vez mais, a festa de natal

dos Voluntários de Caneças. As dificuldades financeiras que a associa-

ção atravessa não impediram que os filhos

dos recebessem as prendas, num animado lanche convívio.

Para que a tradição se cumprisse valeu a colaboração de alguns voluntários, da po-pulação da vila de Caneças e de outras lo-

calidades que doaram bens alimentares e outros para que se concretizasse este mo-mento de reunião da família dos Bombeiros Voluntários de Caneças.

Sérgio Santos

CANEÇAS

Solidariedade marca a festa

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29JANEIRO 2013

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O Natal foi vivido intensa-mente no quartel de Esmo-

riz. Embora sempre prontos, os bombeiros não deixaram de cumprir a tradição.

A árvore decorada a preceito, o presépio, as iluminações e um enorme Pai Natal assinalaram a quadra, tendo a Festa dos Filhos dos Bombeiros constituído um dos momentos vividos com alegria por esta grande família. Entre muitas brincadeiras, atividades di-versas e o convívio entre pais e filhos se fez uma tarde agradável à qual se associou o Pai Natal com a distribuição de lembranças aos mais pequenos.

No sábado, dia 22, a reunião familiar foi mais alargada. Desde o início da tarde, bombeiros, dirigentes, elementos da fanfarra e do Quadro de Honra juntaram-se para a “entrega das consoadas”, ao que seguiu a ceia e a troca de presentes.

Na noite de 24, os operacionais de serviço foram brindados com o tradicional jantar de consoada numa noite em que o serviço deu tréguas aos soldados da paz.

Na passagem de ano, a associação de Esmoriz assinalou a che-gada do novo ano, como sempre, com o toque festivo da sirene e fogo-de-artifício.

ESMORIZ

Instituição vive a quadra

O jantar de Natal da Juvebombeiro do Distrito de Setúbal reuniu mais de meia centena de operacionais de vários quartéis dos

distritos de Setúbal, Beja e Lisboa.Foi em ambiente de festa que os jovens partilharam experiên-

cias, ideias e conhecimentos para que, no ano de 2013, seja dada continuidade à promoção e desenvolvimento das atividades da ju-vebombeiro no distrito.

Para o recém-nomeado coordenador distrital Nuno Delicado os objetivos passam pela realização de “um conjunto de atividades que permitam aumentar os núcleos da juvebombeiro ativos e fo-mentar o ingresso de mais jovens nas fileiras dos bombeiros do distrito”, referindo-se ainda ao excecional apoio e empenho da Fe-deração dos Bombeiros do Distrito de Setúbal, que neste convívio foi representada por Vítor Espirito Santo, responsável nesta área.

Sérgio Santos

SETÚBAL

Festividades juntam jovens

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntá-rios de Lagares da Beira realizou já habitual festa

de Natal que, desta feita, teve como momento alto a apresentação da 3.ª edição do jornal Bombeiral, que homenageou a figura. coronel António Martins, pelo desempenho e dedicação enquanto comandante dis-trital, funções que, recorde-se, cessou no passado 29 de dezembro.

Neste mesmo dia, todos os elementos do corpo ati-vo receberam equipamento de proteção individual.

“Nunca pensei isto algum dia ser possível”, disse na ocasião o comandante António Tavares referindo--se ao avultado investimento, só possível graças à colaboração de do município de Oliveira do Hospital e da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo, mas também de todos os bombeiros que no verão dispensaram de um dia de ECINs para colaborarem nesta aquisição.

Neste âmbito, o comandante disse esperar, duran-te o ano de 2013, poder ainda “adquirir botas para incêndios urbanos e industriais, o único equipamento em falta”.

A associação comprou ainda novos armários para a colocação dos fardamentos dos bombeiros.

Registe-se que esta festa, que culminou com a vi-sita do Pai Natal ao quartel dos Voluntários de Laga-res da Beira, contou com a presença dos presidentes da câmara e da assembleia municipal de Oliveira do Hospital, da Junta de Freguesia de Lagares da Beira, o vice-presidente da federação do distrito de Coim-bra, comandante distrital, entre outras entidades.

LAGARES DA BEIRA

Pai Natal visita o quartel

O tradicional convívio de Natal da família dos Bombeiros de Pene-la contou com a distribuição de alguns presentes especiais a

bombeiros e associados.A festa teve início com a instituição reunida em assembleia geral

durante a qual alguns associados foram distinguidos como “sócios de mérito” e outro como “associado benemérito”, sessão seguida da aprovação do plano de atividades e orçamento para o ano de 2013 e da eleição dos órgãos sociais para o biénio 2013/2014.

De seguida, numa imponente formatura, foram apresentados os 24 elementos que se candidatam à formação de instrução inicial na carreira de bombeiro voluntário com objetivo de integrar este cor-po de bombeiros, bem como nove bombeiros de 3.º e os 11 ele-mentos promovidos à categoria de bombeiro de 2.ª.

O momento de confraternização desta enorme família teve lugar no salão da associação onde, as mesas colocadas pelos próprios bombeiros, estiveram a concurso, iniciativa que segundo o coman-dante Raul Vasconcelos visou estimular a interação entre os ho-mens e mulheres da instituição, num espírito de competição sau-dável que acabou por resultar numa animada festa repleta de mui-tos momentos de boa disposição.

Sérgio Santos

PENELA

Programa cheio

A festa de natal da Associação dos Bombeiros Mistos do Seixal foi diferente do habitual, marcada pela apresentação de uma peça

de teatro retratando a história da instituição.Ao corpo de infantes e cadetes que conta somente com três me-

ses de existência, e já com 30 elementos coube a realização da encenação, que deixou convidados e bombeiros satisfeitos.

Sérgio Santos

SEIXAL

História inspiraos mais novos

Sendo o Natal a festa da família, os Bombeiros Celoricenses jun-taram-se para celebrar a quadra, em família e, assim, fomentar

a união nesta associação.Fundada a 15 de agosto de 1926, as direções e comandos da

instituição sempre mostraram que é nestes momentos que “se consolidam ainda mais os laços de quem trabalha todos os dias pelo bem-estar da população”.

O presidente da direção dos Celoricenses, Fernando Freitas, mostrou-se satisfeito pelo ano que terminou e agradeceu o esforço de todos para atingir os objetivos pretendidos.

“Este foi um ano de realizações, primeiro teremos, já no início do próximo ano, um quartel com todas as condições para acolher os nossos bombeiros e depois noto que o gosto pela prática do volun-tariado e pela associação em si é cada vez maior com o ingresso de mais 22 voluntários para o corpo ativo, por isso, só me posso dar por satisfeito” salientou.

Na mesma ordem de ideias o comandante António Marinho Go-mes falou de corpo de bombeiros cada vez mais preparado, com operacionais multifacetados e com conhecimentos diferenciados capazes de assegurar um socorro exemplar.

No jantar, que reuniu cerca de 140 convivas, os filhos dos bom-beiros e dos diretores foram mimados com um presente oferecido simbolicamente pelo “bombeiro Pai Natal”.

CELORICO DE BASTO

Família reunida ao jantar

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Page 30: 1.ª ENTREVISTA COM COMANDANTE NACIONAL DE … · 2 JANEIRO 2013 Assentar a poeira em 2013 O final de cada ano é a oportunidade habitual de balanços e votos. Sobre os balanços,

30 JANEIRO 2013

ANIVERSÁRIOS2 de fevereiroBombeiros Voluntários de Cascais . . . . . . . . . . . . . . .127Bombeiros Voluntários S. Pedro do Sul . . . . . . . . . . . . .88Bombeiros Voluntários de Valpaços . . . . . . . . . . . . . . .77Bombeiros Voluntários de Aljustrel . . . . . . . . . . . . . . . .643 de fevereiroBombeiros Voluntários Flavienses. . . . . . . . . . . . . . . .124Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Cerveira . . . . . .786 de fevereiroBombeiros Voluntários de Moreira da Maia . . . . . . . . . .877 de fevereiroBombeiros Voluntários Celoricenses . . . . . . . . . . . . . . .768 de fevereiroBombeiros Voluntários de Sernancelhe . . . . . . . . . . . . .5510 de fevereiroBombeiros Voluntários de Mondim de Basto . . . . . . . . .89Bombeiros Voluntários de Baltar . . . . . . . . . . . . . . . . .8512 de fevereiroBombeiros Voluntários de Vieira do Minho. . . . . . . . . . .7315 de fevereiroBombeiros Voluntários de Vialonga. . . . . . . . . . . . . . . .3618 de fevereiroBombeiros Voluntários de São Mamede de Infesta . . . . .9520 de fevereiroBombeiros Voluntários de Crestuma . . . . . . . . . . . . . . .1821 de fevereiroBombeiros Sapadores de Setúbal . . . . . . . . . . . . . . . .227Bombeiros Voluntários de Montemor-o-Velho. . . . . . . . .8124 de fevereiroBombeiros Voluntários de Penacova . . . . . . . . . . . . . . .83Bombeiros Voluntários de Fronteira . . . . . . . . . . . . . . .1826 de fevereiroBombeiros Voluntários de Vila Franca do Campo . . . . . .2528 de fevereiroBombeiros Voluntários de Melo . . . . . . . . . . . . . . . . . .77

Fonte: Base de Dados LBP

em janeiro de 1993

A tradicional Festa de Natal que todos os anos junta a família dos Bombeiros Ve-

lhos realizou-se no dia 15 de dezembro. A tarde foi decicada aos mais novos que pu-deram divertir-se nos insufláveis e em mui-

tas outras atividades, até à ansiada chega-da do Pai Natal com as prendas. Mais uma vez, a Escola Profissional de Aveiro (EPA) disponibilizou alguns dos seus elementos para fazer a animação nesta festa.

À noite o bacalhau cozido fez cumprir a tradição.

No salão estiveram em exposição os len-çóis natalícios elaborados pelas secções do corpo de bombeiros.

AVEIRO

Associação cumpre tradição

Os Voluntários de Minde assi-nalaram a quadra reunindo

bombeiros, elementos da dire-ção e respetivas famílias, num animado e são convívio, que contemplou a distribuição de presentes mais pequenos e a entrega de um cabaz de natal a cada elemento do corpo ativo.

Em dia de festa os Voluntá-rios de Minde assistiram promo-ção de bombeiro de 2.ª e de subchefes, operacionais que após a prestação de provas viram o seu empenho e dedicação premiados. Neste encontro de família foram ainda entregues medalhas de as-siduidade de cinco, dez, quinze e vinte anos de serviço à causa.

MINDE

Prendas para miúdos e graúdos

Os Voluntários de Fafe reuniram-se na festa da família. Dirigentes, bombeiros

de todos os quadros e seus familiares assi-nalaram a quadra num animado convívio.

Um jogo de futebol entre solteiros e ca-sados, marcou o início da festa que prosse-guiu com o lauto almoço. Já ao inicio da tarde, os mais novos receberam a visita do Palhaço Xombita e divertiram-se à grande no parque de insufláveis. Num programa

diversificado, os convivas tiveram ainda a oportunidade de mostrar os dotes vocais no karaoke.

O Pai Natal chegou, mais tarde, num Dodge, a “joia da coroa” do museu automó-vel dos Bombeiros de Fafe, oferecendo à pequenada um delicioso lanche e distri-buindo prendas.

O encontro contemplou ainda a promo-ção de um estagiário a bombeiro de 3.ª e a

entrega de galões de subchefe do Quadro de Honra ao bombeiro Amaro dos Santos.

Entretanto, cumpriu-se uma vez mais a tradição e o Grupo de Cavaquinhos dos Bombeiros Voluntários de Fafe voltou a en-toar os “cantares dos reis”, primeiro no quartel e depois num périplo por várias ins-tituições e casas particulares do concelho.

FAFE

Um dia cheio de atividades

Os Bombeiros Voluntários de Al-meirim, através da sua escola de

infantes e cadetes, entregaram à Junta de Freguesia de Almeirim 756 quilos de alimentos recolhidos du-rante um fim de semana de dezem-bro num dos hipermercados da cida-de.

Perto de 70 famílias locais, identi-ficadas pela junta de freguesia local foram assim contempladas com os mais de 1200 artigos recolhidos. Desde que iniciou a campanha “Al-meirim Ajuda”, aquela autarquia,

com o apoio dos bombeiros, de vá-rias casas comerciais da cidade e com os espetáculos realizados no cine teatro local conseguiu reunir perto de três toneladas de alimentos.

A entrega dos géneros recolhida pelos futuros bombeiros foi feita no quartel, na presença dos jovens in-fantes e cadetes que participaram na iniciativa, elementos da direção da associação humanitária, o coman-dante do corpo de bombeiros e vá-rios elementos do Executivo da Junta de Freguesia.

ALMEIRIM

Infantes e cadetes solidários

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31JANEIRO 2013

Caros colegas bombeiros e leitores do jornal Bombeiros de Portugal:

Decerto o título deste artigo, sugere um con-curso conhecido por todos nós. Muito irão pensar o porquê da escolha. Confesso que, eu próprio tive alguma dificuldade em escolher o título.

No mundo atual em que vivemos, materialista com imensa tecnologia à nossa disposição, como todos sabemos, desde os computadores, a televi-são, os telemóveis, os ipads, as playstations, etc., veio trazer uma competitividade desmedida aos bombeiros, nomeadamente ao seu volunta-riado. Assim, os jovens de hoje preferem utilizar essas tecnologias, do que enveredarem pelo vo-luntariado, no sentido de ajudarem o próximo, serem solidários com as pessoas ou mesmo tra-zerem esperança aos necessitados. É muito mais cómodos sentarem-se diante de um LCD para ve-rem um concurso, uma telenovela ou mesmo as atuações do Cristiano Ronaldo e do Leonel Messi.

Se assim é, onde param os sonhos de todas as crianças pequenas que dizem quando forem grandes querem ser bombeiros?

Será que esses sonhos perderam-se ao longo dos anos de crescimento?

Será que os pais dessas crianças não incutiram ou não estimularam os seus filhos para serem bombeiros?

Será que afinal foi apenas um sonho?Será que afinal os bombeiros têm tarefas dife-

rentes e mais difíceis do que as crianças imagina-vam?

Será que os bombeiros não são um bom exem-plo para a sociedade?

As respostas podem parecer simples, mas não são.

Os conceitos de solidariedade, esperança e hu-

manismo estão sempre presentes nas atuações dos bombeiros; excluímos assim a pergunta dos exemplos dos bombeiros.

Então, as questões são outras.Se a sociedade adulta não reconhece as atua-

ções dos bombeiros, salvo as exceções na qual são os necessitados.

Se a sociedade adulta não reconhece que os bombeiros trabalham muitas vezes arduamente, a troco do nada ou do quase nada em termos monetários.

Se a sociedade adulta não reconhece que os bombeiros são os vigilantes diurnos e noturnos das vidas de cada um.

Se a sociedade adulta não reconhece que os bombeiros também têm família.

Se a sociedade adulta não reconhece que os bombeiros também têm sentimentos.

Se a sociedade adulta não reconhece tudo isto, como pode uma criança reconhecer tais coisas?

As boas maneiras, a educação e os sentimen-tos iniciam-se no berço e crescem nos lares das pessoas. O retrato dos bons exemplos, passam de pais para filhos e de amigos para amigos.

Pois caros amigos e leitores, o problema é que cada dia é mais difícil, encontrarmos jovens que queiram ingressar nos bombeiros, logicamente devido a tudo o que acabei de escrever. Sendo assim, será muito difícil manter as associações de bombeiros voluntários abertas, a não ser que acreditemos no milagre na transformação da so-ciedade ou então que surja do nada um ator como Dev Patel a encarnar o personagem de Ja-mal Malik Othaman.

Luís Picanço(Comandante do Corpo dos Bombeiros

Voluntários de Angra do Heroísmo)

Quem quer ser bombeiro?

Como gostamos muito de Fabula, aqui vai uma:

Era uma vez um Zé Bombeiro que vivia na sua casa no meio da floresta. Todos os dias, durante as tardes, limpava, tratava e, sobretu-do, mimava a floresta com todo o carinho do mundo, até que... uma bela manhã, aguçado pela preguiça, deixou-se dormir....quando acor-dou tinha a floresta em chamas e a sua casa em perigo!

Chamou por ajuda e os meios possíveis e imaginários vieram em seu auxílio. Quando o combate terminou e olhou em sua volta, não pode deixar de chorar.

Os seus colegas e amigos bombeiros pergun-taram-lhe:

– Porque choras se tu e a tua casa estão a salvo?

Ao que o Zé respondeu: – De que me serve ter uma casa no meio da

floresta... se a floresta já não existe? De que me serve ser bombeiro se... Nada resta para salvar?

Caros amigos e companheiros bombeiros, esta é a história dos nossos dias. Durante mais de 600 anos, mais precisamente desde agosto de 1395, fomos criados com o intuito de defen-der e promover o auxílio em situações de catás-trofe. Tarefas que, quase sempre desempenha-mos com espírito de sacrifício, coragem e amor ao próximo.

Contra todas as adversidades lutamos pelos nossos direitos e fazendo impor os nossos valo-res mais nobres, como o voluntariado e o dar sem esperar receber nada em troca. No entanto,

nos últimos anos, fomos como o Zé da Floresta, deixamo-nos dormir, caindo no sono da burocra-cia e confiando no mito da ajuda divina (Estado) sem qualquer sacrifício pela nossa parte. Basta estar quietinho, calmo e tranquilo, que todos os anos o “pai estado” nos dá um presente.

Esta letargia, amigos, tem que acabar! Te-mos de despertar!

Pela primeira vez na nossa história, temos ao nosso dispor, os meios humanos, tecnológicos e mecânicos, para salvar um Povo. Podemos vir a ser um exemplo de coragem para o Mundo. Só depende de nós.

Se tivermos coragem para lutar por aqueles que são o resultado da nossa criação

Estamos a esquecer que, o povo somos todos nós. Somos nós que estamos a ser vítimas do sistema em que vivemos! Não podemos deixar que nos ludibriem com números e com promes-sas vãs. Hoje, somos necessários para o funcio-namento do sistema, mas amanhã, podem dei-xar de contar com os 450 corpos de bombeiros voluntários do País. Para que isso não aconteça, temos que estar do lado de quem nos protege, de quem nos auxilia, de quem esta ao nosso lado quando chegamos a casa... dos nossos pais, filhos e avós...

Mais que bombeiros de um País, de um distri-to, de uma localidade, somos...Bombeiros de Portugal!

Não dependemos de ninguém, não temos lo-bbies, nem sindicatos. Só defendemos uma causa: Salvar Vidas! Vida por Vida!!

Vamos deixar queimar a floresta?Nuno Carqueijeiro

Só depende de nós!

Ser bombeiro faz parte do imaginário de qualquer

criança, mesmo antes de aprender a ler, fazer contas e de desenhar. Nas brincadeiras, os mais novos gostam de se ima-ginar como bombeiros. Para cada missão fardam-se a rigor e entram pelo quartel adentro aos primeiros toques da sirene. E de lá saem no pronto-socorro, empolgados para conseguirem salvar vidas em perigo. Se for necessário tanto combatem o mais pequenino como comba-tem o maior e o mais temível incêndio, arriscando mesmo a sua vida.

As crianças vestem a farda de bombeiro como se vestisse a farda de um dos seus heróis. Nunca pensam numa qualquer recompensa ou receber uma medalha. Apenas querem imi-tar os verdadeiros bombeiros e, seguindo os seus exemplos, crescerem como homens altru-ístas, corajosos e generosos. Quem não ouviu da boca de uma criança esta frase: “Quan-do eu for grande… quero ser bombeiro!”.

Como todas as crianças, o Heitor Gama deve ter sonhado ser bombeiro. Mas, se nunca sonhou ser bombeiro, deve ter ouvido ao avô materno algumas histórias relacionadas com os bombeiros, a coragem, altruís-mo e a sua abnegação. E, com esse seu avô que foi um antigo diretor da associação, deve ter presenciado os aprumados des-files dos bombeiros, ao som es-tridente de um fanfarra, em di-reção ao Jardim do Cruzeiro, onde paravam e, perfilhados em continência, colocavam um ramo de flores diante da está-tua ao Comandante Afonso So-ares.

Mas, o Heitor Gama guarda do tempo da sua infância um desenho numa folha A4 que traça com fiel rigor os aspetos de uma cerimónia em que os bombeiros homenagearam o seu avô, a título póstumo, pela sua dedicação à causa ao vo-luntariado.

Não conhecia, aquela sua preciosidade a preciosidade in-fantil, com um traço rudimentar e inocente, mas cheio de ternu-

ra e generosidade, que muito me sensibilizou quando mo mostrou-se. Olhando para as fi-gurinhas por aí retratadas, re-cordei a cerimónia de homena-gem e de gratidão ao seu avô Heitor Gama, que aconteceu no Largo da Igreja Matriz, no dia 28 de novembro de 1999, no 119.º aniversário da associa-ção.

O desenho para mim estava perfeito, fazia-me recordar sem a ajuda de nenhuma fotografia para comparar, o rosto tímido da criança de nove anos, debru-çada sob o carro de fogo nos braços do comandante Manuel Gouveia, ansiosa de destapar uma placa de metal gravada com o nome do avô. Bastou-me olhar para o desenho para com-preender que as simpáticas fi-gurinhas que saiam do seu de-senho, se identificam com pes-soas que ali compareceram para testemunhar o aconteci-

mento. A começar pelo próprio, em que se autorretratou, acom-panhado pelo seu pai e a avó, que seguiam com atenção o que ali faziam o velho coman-dante, os bombeiros de macha-do em punho e, por fim, o se-nhor padre a benzer a o carro com a água benta.

Mais tarde, reparei que na-quele faltava a presença de uma figurinha, do presidente da direção…! Melhor dito, faltava a minha pessoa. Mas, não estra-nhei que tivesse passado des-percebido. O mais certo, era que não soubesse que também existiam “bombeiros sem far-da”.

Ora, o seu avô tinha sido um grande “bombeiro sem farda”, um diretor zeloso, dedicado, ri-goroso em tudo o que fazia que, durante muitos anos, serviu, mesmo com sacrifício para a sua vida pessoal, uma causa de interesse público. Não tive a

sorte de conhecer o senhor Hei-tor Gama, antigo funcionário administrativo da Casa do Dou-ro, mas coube a mim fazer-lhe a devida e merecida homena-gem. Que hoje ainda o recorda, elogia-o como um cidadão exemplar e um abnegado dire-tor que, em tempos de grandes dificuldades, muito se dedicou à vida da associação e do seu Corpo de Bombeiros.

No verão passado, o jovem Heitor Gama entrou, mais uma vez, no majestoso Quartel Del-fim Ferreira para representar, num palco improvisado, com os alunos da Universidade Sénior da Régua, a belíssima e inteli-gente peça de teatro “D. Antó-nia - Uma Mulher Fora do Seu Tempo”. Como não podia deixar de ser, lembrou-se que o avô ti-nha ali sido também um bom-beiro sem farda, um diretor que muito contribuíra para que qualquer missão dos soldados

da paz fosse bem desempenha-da.

Desta vez, envergando a ve-lha farda que pertenceu ao pri-meiro Comandante Manuel Ma-ria de Magalhães compreendeu que os voluntários, que usem ou não uma farda, são necessá-rios para apagar todos os fo-gos… ou para socorrer em qual-quer tragédia da vida.

Sem que tenha seguido o exemplo do seu avô, o Heitor Gama pelo teatro conseguiu ser um bombeiro. Talvez, um dia mais tarde, ao se lembrar da farda que usou, possa ainda di-zer:

“Quando eu for grande… não quero esquecer-me de que fui criança e … um bombeiro da Régua”. E assim, nunca esque-cerá o exemplo cívico do seu avô, o bom cidadão reguense Heitor Gama, um bombeiro sem farda.

José Alfredo Almeida

Heitor Gama, um bombeiro sem farda

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32 JANEIRO 2013

FICHA TÉCNICA: Administrador: Presidente do Conselho Executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses – Director: Rui Rama da Silva – Redacção: Patrícia Cerdeira, Sofia Ribeiro – Fotografia: Marques Valentim – Publicidade e Assinaturas: Maria Helena Lopes – Propriedade: Liga dos Bombeiros Portugueses – Contribuinte: n.º 500920680 – Sede, Redacção e Publicidade: Rua Eduardo Noronha, n.º 5/7 – 1700-151 Lisboa – Telefone: 21 842 13 82 Fax: 21 842 13 83 – E-mail: [email protected] e [email protected] – Endereço WEB: http://www.bombeirosdeportugal.pt – Grafismo/Paginação: Elemento Visual – Design e Comunicação, Lda. – Apartado 27, 2685-997 Sacavém – Telef.: 302 049 000 – Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA – Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Morelena – 2715-029 Pêro Pinheiro – Depósito Legal N.º 1081/83 – Registo no ICS N.º 108703 – Tiragem: 11000 Exemplares – Periodicidade: Mensal

A Crónicado bombeiro Manel

Aquilo com que se compram os melões volta a ser preciso depois

destas grandes confusões do tempo-ral. A meio das operações muitas co-municações foram-se abaixo aí pelo país, e cá na casa as motosserra e outras ferramentas precisam de ir ao mecânico e não se sabe quanto irá custar. Sem falar no gasoil que gastá-mos mais do que é normal e outras coisas do género. Sem falar nos al-moços e jantares que, quando foi possível, fomos comer aqui ao Zé do Pipo cá da terra. Isto quando houve algum intervalo para comer porque a maior parte das vezes nem um naco de broa metemos à boca tais eram os

pedidos e os problemas com que nas aldeias e nos lugares as pessoas es-tavam a sofrer.

Andámos a cortar árvores, a aju-dar a compor telhados e cercas, reti-rar tapumes, postes, a ajudar a sal-var o possível e a por de lado o que já estava perdido.

Atenção, que nisto de contas o nosso trabalho nem conta. O nosso trabalho é dado. Mas o material que usamos, que vamos tentando manter em boas condições apesar de ser ve-lhinho, como é?

Agora dizem-me que o Ministério da Administração Interna, a Liga e as câmaras vão conversar sobre como

podem pagar de outra modo aos bombeiros para o futuro. Falam-me num apoio chamado PPC que, dizem, não diz a bota com a perdigota, ou seja, é um apoio que era suposta aju-dar mais mas que afinal não é bem assim.

Naquilo em que agora vão conver-sar tenham em conta coisas como aquelas de que aqui falo. No mundo mudou muita coisa. Antes, tínhamos aqui muitas fábricas que nos ajuda-vam, compunham coisas, davam-nos outras e quando era preciso nunca batíamos à porta de muitos em vão. Agora, muitos desses metem dó e o que se aguentam já não têm nada

que sobre. Vivíamos assim e como de maneira ou de outra íamos safando a coisa o Estado andou distraído. Mas hoje os apoios acabaram e as coisas ainda por cima estão mais caras. Por isso, isto tem que levar outro cami-nho. Connosco podem contar. Mas quanto ao resto, amigos, como é?

Lá por Carnaxide o novo chefe está a por ordem na casa. É isso que me continuam a dizer. Isto não foi o novo chefe que decidiu, já veio de trás, mas não deixa de fazer cocabichinhos cá no Norte. Um adjunto de um CDOS de cá ao mesmo tempo está a fazer de segundo de outro. Não há gente ou andam a guardar lugares?

O que se está agora a passar no país faz lembrar aquele dentista que mandava o doente tirar a dentadura postiça e depois o mandava mastigar à mesma. O doente queixava-se que não conseguia mas o médico dizia que era mesmo assim.

[email protected]

Como é

LOUVOR/REPREENSÃOAos milhares de bombeiros

que, sem hesitações, trocaram o descanso e o bem-estar das suas casas para lutar contra a adversidade causada pelo mau tempo que assolou o País no último fim de semana.

Aos cidadãos que, continu-ando a dar como adquirido que os bombeiros estão sempre disponíveis para acudir a tudo e a todos, não cuidam de lhes garantir os apoios suficientes para isso

O Conselho Executivo da Liga dos Bombei-ros Portugueses salienta a prontidão,

competência e profissionalismo, dedicação e abnegação demonstradas pelos milhares de bombeiros portugueses envolvidos no socorro às vítimas e no debelar dos estragos causados pelo mau tempo que assolou o País no último fim de semana.

A actuação de todos os bombeiros, profis-sionais ou voluntários, foi bem demonstrativo da capacidade de resposta e do empenho das suas estruturas e na coordenação dos seus

comandos nas quase dez mil intervenções re-alizadas em apenas 24 horas.

É de salientar o esforço de todos os bombei-ros na salvaguarda da vida humana e dos ha-veres hipotecando, sem hesitações, todo o seu saber em benefício do rápido restabeleci-mento dos danos causados e do bem-estar das populações atingidas.

Lisboa, 22 de Janeiro de 2013Presidente do Conselho Executivo

Jaime Marta SoaresComandante

RESPOSTA PRONTA AO MAU TEMPO

Liga salienta esforço

Milhares de bombeiros res-ponderam com prontidão e

eficácia às perto dez mil ocor-rências resultantes do mau tem-po que assolou o País entre 18 e 20 do corrente. Só assim foi possível, em tempo recorde, acautelar a segurança e o bem--estar dos cidadãos, desobstruir vias rodoviárias, avaliar e redu-zir riscos causados por estrutu-

ras colapsadas ou apenas atin-gidas mas cuja situação precá-ria poderia vir a causar novos danos.

A interrupção do fornecimen-to de energia elétrica por muito tempo viria a provocar novo tipo de intervenção dos bom-beiros, neste caso no forneci-mento de água às populações em muitas zonas onde esse ser-

MAU TEMPO E ACIDENTE FERROVIÁRIO

Milharesde bombeiros

na resposta pronta

Mais de centena e meia de bombeiros, elementos do INEM e da GNR com meia centena de ambulâncias, outras viaturas de socorro e um helicóptero consti-tuíram a resposta pronta ao em-bate de uma composição do In-ter-Cidades Lisboa-Porto na tra-

seira do Regional Entroncamen-to-Coimbra cujo balanço final ficou em 21 feridos ligeiros, 14 dos quais conduzidos ao hospi-tal e alvo de alta pouco depois.

O acidente ocorrido perto da estação de Alfarelos, na locali-dade de Granja do Ulmeiro,

Soure, foi socorrido pelos Bom-beiros Voluntários de Soure, Condeixa, Montemor-o-Velho, Brasfemes e Sapadores de Coimbra. A PSP também colabo-rou ao estabelecer dentro da ci-dade de Coimbra um corredor em direção aos hospitais.

viço dependente sempre da ele-tricidade.

Com os fortes nevões que de-pois se fizeram sentir os bom-beiros, mais uma vez, intervie-ram também na desobstrução de vias e até no fornecimento de alimentação a populações isola-das e que, em circunstâncias normais seriam entregues por instituições de solidariedade.