1Caso Alandroal 2009 Agosto

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Landspout no dia 9 de Agosto de 2009. Fotografias e vídeos BLOGUE GEROTEMPO (http://gerotempo.blogspot.pt/); cartografia, análise e interpretação do Landspout pelo Instituto de Meteorologia (Meteorologista José M. da Costa Têso). Agradecimento especial ao Fórum METEOPT pela colaboração prestada.

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    CONSIDERAES SOBRE O POSSVEL LANDSPOUT OCORRIDO EM ALANDROAL EM 2009, AGOSTO 09

    MODELOS CONCEPTUAIS SISTEMAS CONVECTIVOS DE MESOESCALA (MCS)

    JOS M. DA COSTA TSO (Meteorologista do IM, IP)

    PORTUGAL

    2009, OUTUBRO

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    INTRODUO

    Desde meados do sculo XX que a previso meteorolgica tem utilizado modelos de

    circulao atmosfrica, por outras palavras, sistemas de equaes em derivadas parciais, a partir

    de condies iniciais conhecidas.

    Os sucessivos avanos informticos tm produzido uma evoluo muito eficiente na

    previso numrica do estado do tempo. A partir dos prognsticos da atmosfera elaborados pelos

    modelos, os meteorologistas fazem previses para mdio prazo ou num curto prazo para

    determinadas regies do seu pas ou para cidades em diversos continentes.

    No entanto, h algumas lacunas na resoluo dos modelos numricos. No permitem

    obter previses precisas para locais isentos de estaes meteorolgicas que lhe possam servir de

    apoio para o estudo climatolgico da regio.

    Deste modo, a previso local de fenmenos meteorolgicos adversos so assuntos de

    interesse terico e prtico na salvaguarda de bens imveis quer na salvaguarda de vidas humanas

    perante condies adversas inesperadas do estado do tempo.

    A previso local com tcnicas de aumento de resoluo dinmica actualmente uma das

    principais relevncias da comunidade meteorolgica internacional. No entanto, os diferenciados

    sectores de produo da sociedade moderna obriga a utilizar variveis na superfcie que

    produzem processos fsicos que dificultam as previses ditas locais.

    Se fosse desenvolvido um mtodo de previso local para a previso de curto prazo

    utilizando uma tcnica de agrupamento ponderado, considerando a precipitao e a rajada

    mxima de vento diria, talvez fosse possvel assegurar que havia condies ou forte

    probabilidade de ocorrncia para o fenmeno registado em Alandroal no dia 9 de Agosto de

    2009, por outras palavras, para a previso de fenmenos meteorolgicos de baixa frequncia,

    ditos raros ou extremos.

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    A atmosfera, como sistema fsico, regida por um sistema de equaes matemticas que

    deriva da segunda lei de Newton e do desenvolvimento do clculo diferencial (Sculo XVIII).

    Porm, o sistema de equaes que determina o movimento da atmosfera muito complexo e no

    pode ser resolvido de forma exacta e analtica exigindo algumas aproximaes.

    O meteorologista necessita de saber como est a atmosfera no momento em que se

    renem e avaliam o comportamento, atravs de diagnsticos de imagem de satlite, cartas de

    superfcies e dados observados. Esses dados so complementados pelas radiosondagens que mais

    no so do que uma simulao, qui, matemtica de como a atmosfera se encontra naquele

    preciso momento e o seu comportamento num futuro muito prximo. A previso numrica de

    tempo utilizada como uma das mais importantes ferramentas da meteorologia nos ltimos anos.

    No entanto, no existem parmetros de modelos numricos recomendados

    especificamente para os Sistemas Convectivos de Mesoescala.

    1. MODELOS CONCEPTUAIS

    1.1 Cumulonimbus (Cb) e Sistemas Convectivos de Mesoescala (MCS)

    Conceitos Bsicos

    Os modelos conceptuais estudam pequenas clulas brilhantes e/ou complexas que

    originam instabilidade atmosfrica devido a processos de conveco. As observaes mais

    comuns reportam-se s trovoadas que podem ser vistas nas imagens de satlite em trs escalas:

    Instabilidade originada por uma nica clula, que na maioria dos casos so demasiado pequenas para serem detectadas pelo Meteosat 8;

    Multi clulas, formadas por vrias clulas isoladas em diferentes estados de desenvolvimento;

    Super clulas, que so enormes tempestades com desenvolvimento numa nica clula.

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    Outro termo que usado em meteorologia atravs da interpretao por satlite

    Mesoscale Convective System, Sistema Convectivo de Mesoescala, doravante MCS.

    So geralmente tempestades de multi-clulas mas s vezes tambm pode ter a sua origem

    no desenvolvimento de super clulas. H muitas definies de MCS mas a que frequentemente

    utilizada diz que se trata de um sistema de conveco profunda que muito maior do que uma

    simples nuvem de instabilidade, sendo marcado por uma extensa nuvem estratiforme

    troposfrica, bigorna, de vrios quilmetros de largura. Por outras palavras:

    Grupo de Cb , em que cada Cb no identificvel por satlite; Grupo de Cb que se forma a partir de uma clula me; Grupo de Cb que podem resultar de um Cluster de Cb .

    O conceito de um MCS est associado a uma alta probabilidade de nuvens convectivas

    em ambiente tipicamente sinptico que originam fenmenos de forte adversidade e quase sempre

    acompanhados de trovoada. As imagens de satlite so um tanto limitadas na capacidade de

    detectar estas fortes tempestades. No Meteosat 8 as imagens esto limitadas pela sua resoluo

    espacial. As imagens NOAA AVHRR so limitadas pela sua resoluo temporal.

    Uma ferramenta muito til para a deteco de todos os fenmenos de forte instabilidade

    atmosfrica, de fenmenos de conveco profunda com ocorrncia de trovoadas o radar

    meteorolgico.

    Nas imagens de satlite os MCS aparecem como um aglomerado de nuvens que tem uma

    forma circular ou oval, dependendo da fora do vento existente em nveis elevados da troposfera.

    Em IR, WV e em imagens VIS os MCS so caracterizados por altos valores de pixel (branco) na

    parte activa, indicando que a nebulosidade se desenvolve quase por toda a troposfera. Os

    contornos so geralmente muito ntidos.

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    O ciclo de vida de uma nica clula geralmente definido em trs fases:

    Fase de desenvolvimento; Fase de maturidade; Fase de dissipao.

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    A fase de desenvolvimento dura entre 5 e 10 minutos, o updraft predominante e o

    dimetro da clula varia entre 2 e 8 km.

    O arrastamento (entrainment) dos contornos da nuvem provoca a reduo do teor de

    vapor de gua, resultando na evaporao de gotculas de gua.

    A causa de arrefecimento provoca uma reduo da energia flutuante (buoyant). O

    fornecimento de humidade nos nveis mais baixos o suporte para o desenvolvimento da clula.

    No final desta fase a actividade elctrica mais intensa.

    A fase de maturidade tem uma durao de 25 a 30 minutos. O downdraft desenvolve-se e

    acelerado como cosequncia do arrefecimento pela evaporao das gotculas de gua.

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    As pedras de gelo, granizo ou saraiva, j no so mantidas em equilbrio pela corrente

    ascendente e a sua queda ocorre. A corrente ascendente comea a enfraquecer, atendendo a que o

    ar quente e hmido abaixo da clula substitudo pelo ar frio do downbursts. Chuva e queda de

    granizo ou saraiva so cada vez intensos. O dimetro do granizo pode tomar dimenses

    aproximadas dos 5 cm devido s correntes ascendentes (updraft) da ordem dos 30-40 m/s.

    Na fase de dissipao a corrente descendente (downdraft) anula a corrente ascendente

    (updraft) e a clula convectiva vai gradualmente perdendo a sua actividade e a formao

    estratiforme nos nveis mais elevados vai tomando a forma de bigorna. o aspecto mais

    caracterstico da dissipao de uma clula convectiva de um cumulonimbo Cb .

    O tempo de vida e intensidade de um Cb e MCS dependem do wind shear vertical do

    vento:

    O shear perpendicular linha convectiva suporta a corrente ascendente (updraft); O mais importante o shear na camada mais baixa, que vai desde a superfcie at

    aos 2-3 km;

    As clulas em desenvolvimento de forte shear vertical tm uma vida longa e originam condies severas no estado do tempo;

    As tempestades desenvolvem-se quando h mudanas, quer na velocidade e na direco do vento.

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    As mltiplas clulas convectivas desenvolvem-se a partir de uma unica clula. A nica

    clula produz uma frente de vento mximo em torno dela e fora o ar para o nvel de conveco

    livre e forma novas clulas.

    O crescimento de novas clulas favorecido no lado onde sopra o vento em movimento

    nico. As clulas mais pequenas desenvolvem-se, em geral, no lado direito da clula inicial,

    normalmente designada por clula-me, mas no deve se excludo o lado esquerdo. Elas

    distiguem-se a partir da estrutura do wind shear vertical.. A distncia at ao centro da tempestade

    aproximadamente de 30 km e constituem uma multi-clula de forte actividade convectiva.

    Deste modo, novas clulas desenvolvem-se frente da clula principal, enquanto que as clulas

    mais antigas se dissipam na sua rectaguarda.

    O diagrama em cima, adaptado de Browing et al., 1976, os tons cinzentos representam a

    reflectividade de radar de 35, 45 e 50 dBz. Mostra uma seco transversal de uma multi-clula.

    No caso presente h quatro clulas em diferentes estgios de desenvolvimento. A clula n-2 j

    est em fase de dissipao. A clula n-1 est em fase de maturidade e forma o centro da

    tempestade. A clula n est acoplada h clula principal e encontra-se em fase de

    desenvolvimento. A shelf cloud n+1 com a sua base plana, assinala a actividade ascendente

    frente da clula n.

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    As dimenses dos MCS variaram dos circulares com 100 a 400 km at aos ovais que

    podem atingir 1000 km.

    O tipo de tempo associado ao MCS caracterizado por :

    Aguaceiros fortes: Granizo frequente; Trovoada; Possvel descida acentuada de temperatura associada a downdrafts; Fortes rajadas de vento (downbursts); Downbursts intensos; Squall line associada ao outflow da downdraft; Possibilidade de pequenos tornados; Fenmenos mais intensos na fase madura ou no centro da multi-clula.

    No existem parmetros de modelos numricos recomendados no SATMANU, Manual

    of synoptic satellite meteorology by ZAMG, FMI and KNMI, especificamente para MCS. Para

    identificar MCS so apenas recomendadas observaes de superfcie, altitude, descargas

    elctricas, satlite e radar.

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    As imagens em cima configuram o aspecto da observao de radar em Portugal

    Continental:

    MaxZ esquerda; Seco Vertical direita.

    Os ambientes sinpticos favorveis para a formao de MCS, ou melhor, onde podem

    surgir sistemas convectivos:

    Regio dianteira da nebulosidade frontal; Associados a anomalia da tropopausa, (PV) em vale depressionrio; Em crista anticiclnica, associada a padro WV (stripes, eddys); Em sector quente, caso particular Pluma.

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    2. O CASO ALANDROAL

    No dia 9 de Agosto de 2009, em plena tarde, a regio do Alandroal, vila portuguesa

    pertencente ao distrito de vora, regio do Alentejo e subregio do Alentejo Central, ocorreu um

    fenmeno meteorolgico de baixa frequncia, dito raro ou extremo.

    Este municpio est localizado em 38 37N 7 24W, a uma altitude de 341 metros e

    encontra-se limitado a norte pelo municpio de Vila Viosa, a leste por Espanha (municpio de

    Olivenza), a sul por Mouro e Reguengos de Monsaraz e a oeste pelo municpio do Redondo.

    Este acontecimento ocorreu s 17h 33 min e ficou catalogado com o n 52/2009 dos

    Eventos Meteorolgicos Raros e/ou Severos Relatados pela Populao. Foi testemunha o Senhor

    Albano Ferreira.

    A situao sinptica ficou caracterizada por instabilidade no Interior do territrio do

    Continente e a descrio do fenmeno foi designado por Landspout / tornado.

    de salientar que no foram mencionados efeitos ou estragos.

    O Landspout foi registado a SE da vila de Alandroal e prolongou-se durante 10 minutos.

    As imagens de vdeo encontram-se em http://gerotempo.blogspot.com e teve enorme repercusso

    pelo mundo cibernauta em www.youtube.com, com a designao de possvel Landspout do

    Alandroal.

    Em Portugal, tal como acontece nos restantes pases europeus, os arquivos

    meteorolgicos apenas integram os dados observados nas estaes meteorolgicas.

    Sabendo-se que o acontecimento meteorolgico chamado Tornado um fenmeno da

    microescala, a probabilidade de serem observados numa estao meteorolgica muito baixa.

    De tal modo que o registo da sua ocorrncia fica limitado descrio das populaes.

    Nos tempos modernos e de acordo com a evoluo tecnolgica, o registo acaba por ser efectuado

    por fotografia ou vdeo.

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    De acordo com a literatura disponvel, desde 1999 que tem sido feita a recolha dos dados

    relativos aos tornados que ocorreram em Portugal1. Uma base de dados estima 42 tornados e

    trombas de gua ocorridos entre 1936 e 2004. os eventos que integram esta base de dados foram

    analisados e classificados tendo como referncias a data e hora de ocorrncia, intensidade e

    comprimento, largura e direco do percurso, dos efeitos e das condies meteorolgicas em que

    ocorreram.

    O tornado mais significativo em Portugal, de acordo com a Escala Fujita um F3, ocorreu

    na cidade de Castelo Branco em 6 de Novembro de 1954. Os efeitos foram nefastos para muitas

    famlias, 5 mortos e 220 feridos, e os estragos foram classificados como catastrficos.

    A partir do ano de 2001 os dados recolhidos revelam a ocorrncia de mais tornados do

    que anteriormente, embora fracos e com percursos mais longos do que era possvel deduzir dos

    registos histricos em Portugal.

    O Caso Alandroal constitui mais um acontecimento relevante do ponto de vista

    meteorolgico e limitado, como afirma a quase totalidade dos dados recolhidos, descrio de

    um elemento da comunidade residente ou de um cidado em visita regio.

    2.1 O que um Tornado?

    Segundo Wagner Lima, 2008, um tornado um intenso remoinho de vento formado por

    um centro de baixa presso durante uma tempestade associada a Cb ou a MCS. Se o remoinho

    chega a alcanar o solo, a repentina queda na presso atmosfrica e os ventos associados com

    intensidade muito elevada fazem com que o tornado possa destruir quase tudo o que encontrar no

    seu percurso. de origem castelhana e pretende transmitir o movimento circular de um torno,

    que caracteriza o movimento do ar neste fenmeno meteorolgico. Deste modo, um tornado

    consiste numa violenta coluna de ar, mvel e rotativa, que pode ou no entrar em contacto com o

    solo.

    1 Paula Leito, Instituto de Meteorologia, IP, Portugal

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    O mais recente tornado em territrio nacional ocorreu na madrugada de 7 de Outubro do

    corrente ms. Apesar de ser desconhecida a sua intensidade provocou avultados estragos no

    concelho de Ferreira do Zzere.

    Os tornados ocorrem, dum modo geral, no decorrer de tempestades severas, junto de

    sistemas frontais ou vales depressionrios, onde existe uma diferena significativa de

    temperatura entre as massas de ar adajentes. A sua formao feita em altitude, desenvolvendo-

    se posteriormente at ao solo, altura em que atinge a maturidade, podendo-se, inclusiv, gerar

    mais do que um tornado ao mesmo tempo.

    O primeiro sinal de desenvolvimento destes turbilhes de ar um remoinho de poeira

    junto ao solo. Com o decorrer do tempo a coluna de ar vai estreitando at se dissipar por

    completo. A velocidade mdia de um tornado ronda os 48 km/h, ao longo de vrios quilmetros,

    variando de quase estacionrio at s dezenas ou centenas de quilmetros. Normalmente, o seu

    dimetro mdio de 50 metros.

    Este fenmeno pode ocorrer em qualquer poca do ano mas, podem ser identificados

    picos de frequncia que variam conforme as diferentes regies do globo.

    A maior probabilidade de ocorrncia de tornados tem como extremos as 15 horas e as 21

    horas, embora haja conhecimento de ocorrncias a qualquer hora do dia ou da noite.

    O acontecimento Alandroal foi registado s 17 horas e 33 minutos, encontrando-se

    assim, dentro dos limites da maior probabilidade de ocorrncia.

    A intensidade dos tornados classificada na Escala Fujita2, e mais tarde complementada

    pelo Dr. Allan Pearson acrescentando a distncia percorrida e a largura do funil que alcana a

    superfcie, que entre as diversas classificaes uma das mais aceites e utilizada desde 1971. Os

    valores variam de F0 at F8, sendo o F0 o mais fraco e o F8 o mais forte. A literatura afirma que

    tornados com intensidade acima de F5 so quase improvveis.

    2 Dr Theodore Fujita, Universidade de Chicago, Fujita-Pearson Tornado Intensity Scale.

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    Foram realizados estudos com o intuito de a desenvolver. As alteraes propostas foram

    colocadas em prtica no incio de 2007. A Escala Fujita Melhorada prope novos mtodos para

    analisar e relacionar os danos causados pelos tornados e a velocidade dos ventos associados a

    ele.

    importante evidenciar de que o tamanho de um tornado no necessariamente uma

    indicao da sua agressividade. Tornados grandes podem ser fracos e tornados pequenos podem

    ser violentos.

    Em cima, o esquema da Escala desenhada pelo prprio Dr Theodore Fujita.

    Antes do desenvolvimento da tempestade, uma mudana na direco do vento e um

    aumento da velocidade com a altura criam uma tendncia de rotao horizontal na baixa

    troposfera.

    O ar ascendente da baixa troposfera entra na nuvem de desenvolvimento vertical e o ar

    em rotao da posio horizontal muda para a posio vertical.

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    H a formao de uma rea de rotao com comprimento de 4 a 6 km, que corresponde

    quase totalidade da extenso da tempestade. A maioria das tempestades fortes e violentas so

    formadas nestas reas de extensa rotao.

    A base da nuvem e a sua rea de rotao so conhecidas como wall cloud. Esta rea

    geralmente sem chuva.

    importante salientar que as pessoas confundem tornados com hurricanes / furaces.

    Mas so fenmenos meteorolgicos bem distintos. Um furaco mede centenas de quilmetros de

    dimetro e a sua formao ocorre sempre sobre as guas dos oceanos, atendendo a que aqui

    que ele obtm a sua energia. A sua durao pode chegar a vrios dias mas, quando atinge a terra

    firme, perde gradualmente a sua fora e dissipa-se. Os tornados so mais localizados, porm

    mais enrgicos, apresentando um funil relativamente estreito, que raramente atinge dimetros

    superiores a 1 km.

    A Escala Fujita mede a intensidade dos tornados de modo semelhante que a Escala

    Saffir-Simpson assume a medida da intensidade dos hurricanes / furaces.

    No Caso ALANDROAL, um LANDSPOUT um termo definido por Howard

    Bluestein, meteorologista, como sendo uma espcie de tornado no associado ao mesociclone de

    uma tempestade. O glossrio de Meteorologia define um landspout como uma expresso

    coloquial que descreve os tornados que ocorrem com uma nuvem-me, na sua fase de

    crescimento e com a sua vorticidade originria na camada limite. Recebe esta definio porque

    se parece com uma tromba de gua sobre a terra.

    Mesociclone, grande rotao da coluna de ar que se forma numa tempestade violenta. Ou

    seja, o ar que sobe e gira em torno de um eixo vertical, geralmente no mesmo sentido dos

    sistemas de baixas presses. Eles so na maioria dos casos ciclnicos, isto , associados a uma

    regio de baixa presso localizada dentro de um trovoada severa.

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    Um Landspout um tornado com uma gnese diferente da que est associada a um

    mesociclone / super-clula. Nestes casos existe previamente um vortex / remoinho superfcie

    que sugado pela corrente ascendente de uma nuvem em desenvolvimento vertical, gerando-se

    um tornado. a mesma gnese da maioria das trombas de gua.

    um pequeno tornado que no formado por uma tempestade em grande escala.

    geralmente mais fraco do que um tornado de super-clula e no est associado aum mesociclone.

    Estes tornados so na sua grande maioria fracos.

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    3. CONSIDERAES FINAIS

    O tornado um fenmeno meteorolgico que na escala local o mais destrutivo da

    natureza. A grande maioria observado atravs de relatos de pessoas comuns, de extractos de

    jornais, resumos em revistas, fotografias e, no momento actual, pela feitura de vdeos. Cidados

    que pelos seus conhecimentos tcnico/cientficos ou pela sua simplicidade relatam aquilo que

    viram e por dedues avaliam o tipo de fenmeno meteorolgico que ocorreu.

    A designao deste fenmeno ou de landspout ou de tromba de gua possui a mesma

    caracterstica, variando apenas nos valores de intensidade e na sua localizao.

    Este tipo de fenmenos meteorolgicos ocorrem quando a atmosfera nos nveis

    superiores est fria e os aquecimentos superfcie, mesmo que pouco intensos, causam

    conveco profunda que formada pelo diferencial da temperatura entre a superfcie e os nveis

    superiores da troposfera. Forma-se, deste modo, forte instabilidade convectiva.

    Conforme a literatura que estuda estes fenmenos, a aparncia da nuvem de grande

    desenvolvimento vertical pode variar de um momento para outro e de local para local. Mas a

    forma peculiar que lhe est associada que pode ter o aspecto de um funil, como uma trana

    entrelaada, como um cilindro de poeira e fragmentos de rocha, ou como um conjunto de multi-

    vrtices. Um Landspout proporciona o que o povo designa por vendaval, com caractersticas

    prprias de circulao e deslocamentos verticais para cima.

    Um Landspout ou uma tromba de gua so um dos mais espectaculares fenmenos

    meteorolgicos que se produzem sobre a superfcie da Terra. Tm curta durao e ventos mais

    fracos.

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    Lus de Cames diz nos Lusadas: ver as nuvens, do mar com largo cano, / sorver as

    guas do oceano. Realmente aquilo que Cames descreve um turbilho cuja presena se

    manifesta por uma coluna nebulosa, umas vezes sobe e outras desce durante o seu ciclo de vida,

    absorvendo as guas do oceano ou, se em terra, emergindo da base de uma nuvem de

    desenvolvimento vertical, o cumulonimbo, espalhando poeira, detritos e outros objectos

    arrancados do solo.

    A forma afunilada de um Landspout s visvel quando arrasta com ele poeiras e

    sedimentos.

    A sondagem de Lisboa s 12 UTC do dia 9 de Agosto de 2009 caracterizava uma

    atmosfera envolvente estvel, com um CAPE de 48 j/kg, CIN de 312 j/kg, LI de -0,3 C e TPW

    igual a 16,8 mm. Com estas condies atmosfricas nada antevia o Landspout do Alandroal. O

    tefigrama da estao meteorolgica de Lisboa encontra-se na figura em baixo.

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    No entanto, a imagem SATREP das 18 UTC do mesmo dia indica a a existncia de

    clulas de grande desenvolvimento vertical na zona raiana e na proximidade de Elvas, com

    alguma similaridade com os MCS assinalados na parte leste da Pennsula Ibrica.

    A anlise do Centro Europeu, doravante ECMWF, da massa de ar aos 850 hPa, usando a

    pseudo temperatura potencial do termmetro molhado a esse nvel para as 12 UTC de

    2009/09/09, indica uma temperatura de 18C na regio do Alandroal e inserida num vale

    depressionrio, A).

    A anlise do geopotencial dos 500 hPa do ECMWF s 12 UTC do mesmo dia, corfirma o

    vale depressionrio. A atmosfera estava condicionalmente instvel nas regies do Interior do

    territrio Continental B).

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    A)

    B)

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    O diagrama aerolgico das 12 UTC, na estao meteorolgicode Lisboa, faz referncia e

    confirma que o vale na atmosfera relativa dos 500 hPa j tinha efectuado a sua passagem sobre a

    regio da Grande Lisboa. Deste modo, o estado do tempo nas regies do litoral Oeste iria

    melhorar com a passagem do vale nos nveis altos da troposfera. Mas, as regies do Interior

    ainda estavam sobre a influncia directa do vale em altitude.

    As descargas elctricas associadas forte instabilidade atmosfrica que se registou na

    Beira Interior Sul e no Alto Alentejo, sinnimo de ocorrncia de trovoadas, vem confirmar a

    existncia do vale depressionrio ao Nvel Mdio do Mar, doravante NMM, que se desenvolvia

    nos nveis altos da troposfera. A informao das descargas elctricas entre as 16 e as 19 UTC do

    dia 9 de Agosto encontra-se na figura em baixo.

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    O modelo ALADIN3 na sua interpretao da atmosfera com base nas 12 UTC de

    9/Agosto/2009, previa adveco de vorticidade aos 500 hPa para as 15 e 18 UTC para a regio

    do Interior que engloba a Beira Interior Sul e o Alto Alentejo, a regio envolvente do Caso

    ALANDROAL e do possvel Landspout.

    Tudo se conjuga para que o acontecimento testemunhado e gravado pelo Senhor Albano

    Ferreira tinha condies atmosfricas para o fenmeno atmosfrico noticiado.

    Mais, os ndice de estabilidade Jefferson e Total Totals das 12 UTC s 18 UTC do dia 09

    de Agosto, mas com maior incidncia para as 15 UTC, afirmam as condies adversas provveis

    para a regio em apreo.

    3 O modelo ALADIN um modelo de previso numrica do tempo de rea limitada sob a coordenao da Mto France. O modelo foi concebido para realizar previses at 48-72 horas, com resolues horizontais entre 7 e 15 km. O ALADIN est mais vocacionado para prever fenmenos de mesoscala-beta (escalas espaciais de 20 a 200 km e escalas temporais de 30 minutos e 6 horas) tais como os ventos de brisa, os ventos de montanha (ventos anabticos e catabticos) e fenmenos convectivos que podem originar aguaceiros e trovoadas. Em Portugal, a verso operacional executada com perodo de integrao de 48 horas, numa rea geogrfica de 1050 km por 1050 km, com 31 nveis verticais e uma resoluo horizontal de 12,7 km.

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    As figuras da adveco de vorticidade do modelo ALADIN encontram-se na pgina

    anterior e as dos ndice de estabilidade Jefferson e Total Totals esto em baixo.

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    Antes da interpretao das imagens de radar, que funcionam como complemento final

    para o fenmeno de Landspout a SE da vila do Alandroal, convm saber como o modelo fsico-

    matemtico previa a atmosfera para as cidades de vora e Elvas no incio da tarde do dia 9 de

    Agosto. Estas duas localidades situam-se a poucas dezenas de quilmetros do Alandroal. As

    sondagens so obtidas a partir dos nveis do modelo do ECMWF.

    As coordenadas de vora, a oeste do Alandroal, so 38 31N e 7 54W, com uma altitude

    de 245 metros. As coordenadas de Elvas, a norte, so 38 52N e 7 09W.

    A atmosfera prevista para as 12 UTC de 09/08/2009 na cidade de vora era caracterizada

    por CAPE com 1079 j/kg, CIN= -74 j/kg, LI= -3,0 C e a quantidade de gua precipitvel, TPW

    era igual a 29,1 mm, A)

    Para a cidade de Elvas o CAPE era de 1109 j/kg, o CIN= -72 j/kg, o LI= -2,9 C e o TPW

    apresentava um valor de 28,5 mm, B).

    A)

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    B)

    Os valores de CAPE e de LI so bem representativos das condies de instabilidade

    atmosfrica que veio a ocorrer nesta regio do Alto Alentejo, na tarde do dia 9 de Agosto de

    2009. No caso presente, as quantidades de precipitao registadas no fazem parte dos objectivos

    prioritrios mas, sim, a ocorrncia de trovoadas associadas a nuvens de grande desenvolvimento

    vertical, Cb, que povoavam a regio raiana e que foram responsveis pelo LANDSPOUT de

    Alandroal.

    No se trata do Possvel acontecimento ou fenmeno meteorolgico ocorrido na vila

    alentejana do Alandroal, que correu mundo como vdeo gravado por Albano Ferreira atravs da

    Word Wide Web4, doravante WWW, que em portugus significa Rede de alcance mundial,

    tambm conhecida como Web e Internet.

    4 Ideia de Tim Berners-Lee com a ajuda de Robert Cailliau (1989/1990).

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    O processo de conveco ou de instabilidade atmosfrica em curso no pode ser

    refenciado como um MCS, embora com algumas reservas, atendendo a que o grupo de Cb que

    compem o registo, alguns, so identificados pela imagem de satlite.

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    O modelo ALADIN, no parmetro da temperatura a 2 metros, ver ANEXOS, previa para

    as 15 UTC uma lngua de ar quente que tinha incio em territrio espanhol, entrando em terras do

    Alentejo por Elvas, estendendo-se at vora e passando, naturalmente, pelas coordenadas do

    Alandroal. Um pouco mais a norte, na regio de Portalegre, uma pequena bolsa de ar frio.

    Tudo conjugado, a atmosfera encontrava-se receptiva para a conveco.

    Os grficos da intensidade mdia do vento5 e da intensidade mxima instantnea para

    algumas estaes meteorolgicas na vizinhana de Alandroal, esto em ANEXO.

    Para confirmar a ocorrncia de LANDSPOUT a SE da vila alentejano do Alandroal

    necessrio recorrer s observaes do radar meteorolgico do Instituto de Meteorologia, IP,

    localizado em Coruche e no local denominado por Cruz do Leo.

    A grande importncia dos equipamentos de radar meteorolgico hoje em dia

    consensualmente reconhecida pela comunidade meteorolgica internacional6. Por outro lado, o

    autor afirma, que a importncia da mesometeorologia e da previso meteorolgica para perodos

    muito curtos e do nowcasting tem vindo a aumentar nos ltimos anos, muito por fora da

    crescente influncia dos sistemas de radar meteorolgico que tm revelado ser de grande

    importncia operacional na deteco e acompanhamento de fenmenos meteorolgicos

    perigosos, medio e previso da quantidade de precipitao para perodos muito curtos,

    medio da turbulncia, medio do vento e do shear do vento.

    No radar de Coruche / Cruz do Leo executa-se o rastreio da reflectividade e do vento.

    No rastreio da reflectividade processa-se a grandeza Z e utiliza-se um alcance de 400 km para

    fins de vigilncia meteorolgica. No rastreio do vento processam-se as grandezas V e W at um

    alcance de 150 km. Em ambos os casos de rastreio a periodicidade da informao de radar de

    10 minutos.

    5 Agradecimento a Margarida Gonalves, Instituto de Meteorologia, IP, Portugal. 6 Srgio Barbosa, IM, IP, Portugal, Rede nacional de radares meteorolgicos: situao actual e desafios futuros.

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    As observaes de radar meteorolgico vo incidir.

    MAXZ e VVP; PPIZ; VCUTZ.

    O MAXZ mostra a presena de uma pequena clula convectiva de difcil percepo, que

    se comea a detectar com o radar de Coruche/Cruz do Leo pelas 16:20 UTC a SE da vila

    alentejana de Alandroal, 10 a 15 minutos antes de o fenmeno meteorolgico ter sido

    visualmente identificado a tocar o solo.

    A clula de referncia, como se encontrava localizada a mais de 100 km do radar

    meteorolgico impediu o recurso ao Doppler, desenvolveu-se no bordo sul de uma rea de

    conveco, englobando o Alto Alentejo, Beira Baixa ou Beira Interior Sul e a Extremadura

    espanhola, e aps algumas clulas de desenvolvimento vertical se terem desenvolvido na mesma

    rea, melhor, mais a norte e a nordeste.

    A sua adveco foi praticamente nula e evidenciou razovel shea vertical, com fluxo de

    N nos nveis mais elevados. O valor mximo de Z foi modesto, no tendo excedido um core

    de 37dBZ a cerca de 2 500 metros de altitude (16:40UTC).

    O topo da clula excedeu ligeiramente os 10 000metros de altitude, pelas 16:20UTC.

    Talvez o aspecto mais relevante que toda a estrutura convectiva manifestou, quer em

    relao ao que mais comum, quer em relao a outras clulas na mesma vizinhana, foi o

    crescimento vertical extremamente rpido.

    Este crescimento avaliado na tabela abaixo, sendo comparado com o de outras clulas

    que se denvolveram praticamente mesma hora, no mesmo ambiente sinptico (designadas por

    A, B e C).

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    Clula do Alandroal

    Clula do Alandroal Clula A Clula A Clula B Clula B Clula C Clula C

    Hora (UTC)

    Alt Topo (m)

    MaxZ core

    (dBZ)

    Alt Topo(m)

    MaxZ core

    (dBZ)

    Alt Topo(m)

    MaxZ core

    (dBZ)

    Alt Topo (m)

    MaxZ core

    (dBZ)

    H+10 10 100 21 6 800 17 6 000 3 9 300 27

    H+20 8 900 25 8 300 27 9 800 29 11 900 41

    H+30 9 000 37 9 300 39 10 100 31 13 400 41

    H+40 - - 10 900 45 9 700 37 11 600 37

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    Na imagem das 16:10 UTC, na pgina anterior, ainda no estava visvel a clula

    convectiva do Caso Alandroal.

    Observando o comportamento das 3 clulas associadas a nuvens de grande

    desenvolvimento vertical, j existentes em latitude mais a norte e na proximidade da entrada do

    rio Guadiana em territrio nacional, a clula que vir a protagonizar o LANDSPOUT s surgir

    nos 10 minutos seguintes.

    O Quadro esclarecedor de todo o mecanismo que envolve o crescimento e posterior

    desenvolvimento da clula. As imagens seguintes do conta dessa evoluo.

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    Desta anlise visvel que a updraft alimentadora da clula do Caso de Alandroal

    foi bastante mais intensa do que a associada a clulas vizinhas.

    Este facto dever ter sido causado por instabilidade local extremamente intensa,

    susceptvel de gerar tal updraft e, consequentemente, de favorecer o tilt de um rotor

    horizontal pr-existente em rotor vertical

    Como tem sido documentado e observado noutros casos de estudo, no to relevante a

    altitude final da clula.

    Como a intensidade da updraf; no presente caso da clula do Caso de Alandroal a

    de topo menos elevado, mas a que apresenta desenvolvimento vertical mais rpido e a que tem

    associada maior altitude a um valor de core relativamente baixo (10 100 metros / 21dBZ

    versus 6 800 8300 metros / 27dBZ, 9 800 metros / 29dBZ e 9 300 metros / 27dBZ).

    No foi possvel obter dados do campo de V devido limitao do processamento a

    100Km do radar meteorolgico de Coruche / Cruz do Leo.

    Em ANEXO, algumas imagens de radar referentes a Mosaico PT e ES, RAIN1, SRI,

    TOPS, VIL e WIND.

    Landspout um remoinho de vento girando com muita velocidade e que se forma em

    condies especiais num ambiente de conveco atmosfrica proporcionada por uma nuvem com

    desenvolvimento vertical muito forte. Como disse, este remoinho descende de uma nuvem

    denominada de cumulunimbus, muitas vezes atinge o solo, causando provvel destruio por

    onde passa. A dimenso espacial do Landspout de poucas centenas de metros e normalmente

    tem uma vida mdia de poucos minutos e percorre uma extenso inferior a 1500 metros.

    A intensidade do vento na sua trajetria na sua maioria inferior a 100 km/h. A maioria

    gira em sentido ciclnico quando observado de cima, mas em alguns casos o vento girou em

    sentido anticiclnico, por outras palavras, em sentido horrio quando observado de cima.

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    Este fenmeno visvel por causa da poeira e lixo levantados do solo e pelo vapor de

    gua. A presso atmosfrica, que baixa dentro de um funil, causa a expanso e arrefecimento

    do ar, resultando na condensao do vapor de gua. s vezes, o ar to seco que o vento

    giratrio permanece invisvl at atingir o solo e comea a carregar sujeiras.

    Ocasionalmente, os Landspout produzem um barulho distinto. Segundo trstemunhas

    oculares, este som parece ser mais alto quando o funil toca o solo. Contudo, nem todos os

    Landspout produzem rudo ensurdecedor.

    No vdeo apresentado na WWW com o ttulo:

    ALANDROAL

    9 de Agosto de 2009

    17h : 33m Sudeste

    (C) Gerotempo

    http://gerotempo.blogspot.com

    Nos primeiros minutos de gravao comea a surgir o remoinho e os detritos so bem

    evidentes. No entanto, as nuvens que so apresentadas no condizem com o fenmeno de

    Landspout. Apenas no final da gravao, quando a testemunha ocular, Senhor Albano Ferreira,

    inclina a cmara digital para cima e para o lado esquerdo se consegue vislumbrar a nuvem de

    grande desenvolvimento vertical e com a sua cor to caracterstica (escura e emeaadora).

    De possvel passou a verdadeiro Landspout ocorrido na vila alentejana de Alandroal

    no passado dia 9 de Agosto, em plena poca estival, conforme ficou explanado na matria em

    estudo.

    Omnis bonus liber.

    JOS M. DA COSTA TSO

    OUTUBRO do ano de 2009, em Salvaterra de Magos

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    ANEXOS

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    ALADIN

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    SATREP ONLINE

    Temp 2m AMA BLH Boyden CRR CT

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    CTTH Equivalent Estofex G II RH 700 Sondagem

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    frente do nosso tempo

    VENTO

    Intensidade Mdia do Vento (km/h) entre as 00UTC e as 21UTC de 9 de Agosto de

    2009 na estao de Portel

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    Intensidade Mdia do Vento

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    Intensidade Mdia do Vento (km/h) entre as 00UTC e as 21UTC de 9 de Agosto de 2009 na estao de vora

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    frente do nosso tempo

    Intensidade Mdia do Vento (km/h) entre as 00UTC e as 21UTC de 9 de Agosto de

    2009 na estao de Portalegre

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    Intensidade Mdia do Vento

    Intensidade Mxima Instantnea

    Intensidade Mdia do Vento (km/h) entre as 00UTC e as 21UTC de 9 de Agosto de 2009 na estao de Elvas

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    Intensidade Mdia do Vento (km/h) entre as 00UTC e as 21UTC de 9 de Agosto de

    2009 na estao de Estremoz

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    RADAR METEOROLGICO

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    Omnia tempus habent

    JDACT OUTUBRO DE 2009