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Mosteiro de São Bento da Vitória Claustro 20 ‑29 março 2015

assistência de direção Julieta Guimarãesdesenho de luz Romeu Guimarãesmúsica João Quintela

interpretação André Borges Jorge Lix

coprodução Erva Daninha Teatro Viriato TNSJespetáculo coproduzido no âmbito da rede 5 Sentidos

estreia 4Out2014 Teatro Municipal da Guardadur. aprox. 50’M/6 anos

qua 21:00 qui ‑sáb 16:00

direção Vasco Gomes

O TNSJ É MEMBRO DA

Nove’s Fora

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Quando pensámos na forma como poderíamos enriquecer artisticamente o contexto educativo, a associação do circo à matemática foi imediata! Uma visão do nosso trabalho diário, uma vez que o malabarismo assenta (também) em fórmulas matemáticas que ditam a trajetória, a altura e o ritmo dos objetos (siteswap). Para além da relação natural entre estas duas áreas, agradou ‑nos o desafio de tratar uma temática menos apreciada pela maioria dos jovens.

Relembrar conceitos matemáticos foi o primeiro passo neste processo de investigação, através dos programas oficiais da disciplina e do diálogo com Pedro Carvalho (professor de Matemática, coreógrafo e bailarino). Tínhamos uma certeza desde o início – aqui, as técnicas circenses e a dramaturgia estão ao serviço dos conceitos matemáticos. Um dos principais desafios seria dar uma visão criativa, divertida e original sem perder os conceitos, mas ao mesmo tempo não lecionar matéria escolar. Outro dos desafios que enfrentamos em qualquer um dos nossos projetos é a forma como comunicamos – de um modo geral, com pouco recurso à palavra falada e numa relação direta com os materiais, instalação sonora e iluminação. Substituímos o texto dramático por uma dramaturgia focada na ação, nas relações entre os intérpretes, com os objetos e a construção. Chegámos à conclusão que não pretendíamos contar uma história ou levantar uma grande questão, mas encontrar a matemática através do circo em momentos poéticos e singulares. Idealizámos um guião, dividindo o espetáculo por cenas numa ordem correspondente às matérias que pretendíamos tratar. Definimos uma estética, um ambiente para nos servir de linha orientadora na escolha dos objetos, cores, figurinos, entre outros, inspirados nas personagens Tom Sawyer e Huckleberry Finn de Mark Twain.

Neste processo, fomos percebendo que as cenas que surgiam focadas em determinado subtema seriam demasiado abstratas se não se fizessem acompanhar de estímulos mais objetivos. Surgiu, então, a ideia de complementar o que acontecia com pistas escritas em quadros espalhados pelo espaço e pelos objetos – números, fórmulas, palavras, etc. Nunca nos interessou a ideia de ensinar matemática. Procurámos, antes, dar uma experiência positiva às crianças e aos jovens, para que saiam do espetáculo com a sensação de que a matemática faz parte da vida, associando ‑a a uma vivência criativa e ao jogo. Assim, as várias cenas do espetáculo poderão funcionar como um reforço do estudo, um relembrar de conceitos ou como referência prática e visual para matérias futuras.

Trabalhar para um público mais jovem foi um desafio entusiasmante, que nos obrigou a refletir sobre a cognição, a perceção, a relação entre o concreto e o abstrato, a experiência sensorial e o conhecimento. Procurámos explorar a relação entre a arte e a ciência, a criatividade e a exatidão, formas distintas e no entanto cúmplices de ver e analisar o mundo e o conhecimento. O circo é a nossa forma de comunicar e formular pensamento – Nove’s Fora é a prova.

Uma experiência matemáticaErva Daninha

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Em Uma Biblioteca da Literatura Universal, Hermann Hesse começa por desenvolver várias ideias sobre cultura e refere: “Essa ajuda ‑nos, principalmente, a dar um sentido à nossa vida, a interpretar o passado, a abrirmo ‑nos ao futuro com corajosa prontidão”. O resgate da conceptualização de Hesse, sobretudo, dessa função interpretativa da cultura, é imediato quando procuro responder ao desafio do Teatro Nacional São João para refletir sobre a relação entre o espetáculo Nove’s Fora, da companhia Erva Daninha, e a educação, assim como sobre os mecanismos de mediação entre estes campos, a partir do lugar de onde escrevo: o Teatro Viriato (Viseu).

O início deste século registou em Portugal o aparecimento dos Serviços Educativos nas estruturas de programação ligadas às artes performativas, sendo que até então estavam centrados nos museus (desde a década de 1950). Só na década de 1990 é que os Serviços Educativos se expandem para as artes performativas e é criado o Centro de Pedagogia e Animação do Centro Cultural de Belém, coordenado por Madalena Victorino. Nos últimos anos, em algumas instituições culturais, como é o caso do Teatro Viriato, estes serviços têm sido renomeados e, em alguma medida, reajustados, sobretudo, nas suas aproximações à comunidade, mas a escola continua a ser um campo de atuação por excelência.

Um corpo mais um corpo equivale ao diâmetro do mundoPaula Garcia*

* Diretora adjunta

do Teatro Viriato.

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Com a adesão à União Europeia, Portugal vem beneficiar de uma mudança ao nível sociólogico que, gradualmente, se vai fazendo sentir numa maior abertura da escola. Em várias cidades, de norte a sul do país, nasceram centros para o desenvolvimento das artes performativas, muitos deles dotados de programas específicos dirigidos a grupos escolares do ensino regular, oferecendo projetos que promovem o encontro entre o artista/professor, artista/aluno, artista/educador. Nesta aproximação das artes performativas à escola desloca ‑se o ângulo de visão da arte, passando esta a ser reconhecida pela sua importância para o conhecimento e, especialmente, pela sua capacidade de ampliar a leitura de uma matéria específica ou do mundo em geral. Esta abertura vem rasgar os vínculos tradicionais de aprendizagem, uma vez que o artista não ocupa o lugar do professor, mas proporciona uma nova visão estética e de pensamento, fomentando o desenvolvimento de novos sentidos que, por sua vez, despoletam a aquisição de outras competências. Ao tornar ‑se permeável aos desafios que as artes em geral podem colocar, a sala de aula pode efetivamente ganhar uma dimensão mais estimulante para o aluno e, desta forma, contribuir para o seu desenvolvimento pessoal e interpessoal. E é isto que traduz o espetáculo Nove’s Fora, ao propor uma relação multidimensional da matemática com outras disciplinas, como a acrobacia, o malabarismo, o humor, a poesia e a música. O espetáculo não tem obviamente a pretensão de resolver os casos de insucesso escolar na disciplina de matemática mas, certamente, abre um novo olhar para possíveis abordagens ao raciocínio, contribuindo para o aprofundamento de uma relação emocional com esta disciplina, seja através do humor, da beleza, do risco, da surpresa, da dimensão estética ou do recurso a objetos do dia ‑a ‑dia. Uma leitura mais profunda que resgata os padrões, as estruturas, as deduções, a lógica e o resultado. As possibilidades de Nove’s Fora não se esgotam com o espetáculo, uma vez que este torna praticável a sua extensão para o contexto da sala de aula, colocando novos desafios de comunicação que o professor poderá abraçar através do recurso aos conteúdos do espetáculo e consequente adoção de diferentes abordagens práticas e teóricas, concorrendo, deste modo, para a motivação e empenho dos seus alunos.

Nove’s Fora utiliza o Novo Circo como prática artística e vem provar que esta é uma área que, embora ainda parca em Portugal, pode, pela sua multidisciplinariedade, potenciar um universo sem fim de relações fortes com as ciências, a literatura, a tecnologia, o ensino em geral e com isto equacionar novos desafios às formas de aprendizagem.

Finalmente, começamos a reconhecer, quer pelo lado da academia, quer pelo lado da arte, o que ambos têm em comum nos seus processos de trabalho, de criação, de construção; acreditando ‑se que a médio prazo a sociedade em geral vai certamente beneficiar do cruzamento destas áreas, que muito provavelmente irá provocar alterações nos modos de operar de várias instituições. Ao produzir efeitos na relação com o professor, com o aluno, com o educador, com o investigador, os processos de criação artística exploram formas não convencionais e introduzem novos modos de interpretação que poderão ter consequências na organização social. Por tudo isto, em Nove’s Fora um corpo mais um corpo equivale ao diâmetro do mundo!

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As palavras nunca são suficientes!Por favor façam alguma coisa que não se consuma! Espaço ao não dito!Oh! inteligência dos sentimentos!Sê inteligente, não racionalizar!Desvenda! Desvenda com as palavras!Salvar todos os mistériosMariangela Gualtieri – Fuoco centrale e altre poesie per il teatro

O imaginário coletivo do circo está muito ligado à infância. Ir ao circo significava entrar numa tenda (chapiteau) com os pais, os avós e o resto da família. Iam ver ‑se os animais (elefantes, girafas, tigres), os acrobatas e os palhaços. Tudo era grande, cheio de luzes coloridas e com muita música ao vivo. Um enorme fascínio para crianças, mas não só. Na Itália e em muitos outros países do mundo, Portugal inclusive, existiam e existem ainda circos de grande tradição que são feitos por famílias (artistas de circo) para um público maioritariamente familiar. Recordo ‑me de uma grande birra que fiz com os meus pais, pedindo em lágrimas para ir ver o circo (uma questão de vida ou de morte que só as crianças conseguem viver) que tinha acabado de chegar à cidade do Norte da Itália onde eu vivia…

Um verdadeiro “ato familiar” que várias gerações partilharam.Uma outra memória que tenho é a de quando, em jovem, trabalhava para

uma “radio libera” da minha cidade (assim se chamavam em Itália) e fui fazer uma grande entrevista aos artistas do Circo Orfei, da família Orfei. Fiquei impressionado com imagens de acrobatas aéreos que faziam números fantásticos, pondo em risco as suas vidas, mas fiquei ainda mais impressionado quando, poucos minutos depois de acabarem os seus números, os acrobatas iam para trás do bar servir bebidas e pipocas ao público durante os intervalos. Tal como me impressionou o testemunho de uma costureira que contava como tinha fugido com o circo que passou pela sua aldeia. Tinha fugido dos seus pais, para nunca mais voltar. Um amor à primeira vista, como nos contos.

Abriu ‑se em mim a visão de um outro mundo.Na década de 1970 começam a aparecer, particularmente em França,

artistas que não queriam nem continuar a tradição das famílias nem o formato tradicional do espetáculo de circo: números com músicas que se sucedem numa montagem fixa a um ritmo espetacular. Saem assim dos chapiteaux e começam a experimentar outros espaços: palcos, teatros, ar livre. Não utilizam animais exóticos nos seus números e vão encontrar noutras artes, como o teatro ou a dança, a base da criação de uma escrita cénica poética. Estamos a

Novo Circo, Circo ContemporâneoGiacomo Scalisi*

* Programador

cultural e diretor

artístico.

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falar de artistas e companhias como o Cirque Plume, Archaos, Bartabas e o seu teatro equestre Zíngaro, Jean ‑Baptiste Thierrée e Victoria Chaplin com os seus Cirque Bonjour, Cirque Imaginaire e, mais tarde, Cirque Invisible. Com poéticas e pesquisas diferentes, respiram o ar das grandes mudanças na sociedade e nas artes e imaginam o seu próprio percurso, rompendo com a tradição. Este Novo Circo entra nos festivais de teatro como Avignon e outros, ao encontro de novos públicos.

A evolução é rápida e a cada década que se sucede novos artistas aparecem, devido também a um grande investimento na formação ao nível superior de algumas escolas de circo na Europa. O CNAC – Centre National des Arts du Cirque em Châlons ‑en ‑Champagne, França, é um exemplo da aposta na formação de jovens artistas que praticam as disciplinas fundamentais do circo em conjunto com a dança, o teatro, o canto, as novas tecnologias e as aulas de cultura geral sobre arte. O artista plástico Bernard Turin foi um dos primeiros diretores do CNAC, impulsionando esta nova abordagem pedagógica e mudando radicalmente a visão sobre esta arte. Durante esses anos dá ‑se uma mudança fundamental, quando o coreógrafo Josef Nadj encena o sétimo curso de finalistas da escola, criando em 1995 Le cri du Caméléon, espetáculo que faz história com uma longa vida de apresentações em todo o mundo, concretizando um novo pensamento artístico. Le cri du Caméléon transforma ‑se no espetáculo ‑manifesto de uma nova geração. A partir desse ano, cada grupo de finalistas do CNAC participa em espetáculos dirigidos por artistas de diferentes áreas criativas.

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A procura de novas linguagens e cruzamentos artísticos caracteriza este Circo, que de Novo passa a ser Contemporâneo. A partir de um corpo preparado a habitar o espaço em todas as suas frentes – verticais, horizontais e gravitacionais –, produzem ‑se novos códigos estéticos de comunicação. A utilização de objetos cénicos e as modalidades específicas circenses estão na base desta reescrita dramatúrgica.

Estamos a falar, entre outros, de artistas e companhias que apresentaram ao longo dos últimos quinze anos os seus trabalhos em Portugal: os franceses Cirque Ici de Johann Le Guillerm, a Compagnie 111 de Aurélien Bory, a Compagnie Hendrick Van Der Zee de Guy Alloucherie, a Compagnie XY, a Compagnie MPTA de Mathurin Bolze, o Collectif AOC; os suíços Martin Zimmermann e Dimitri de Perrot; os NoFit State do País de Gales; e o português João Paulo Santos, entre muitos outros. O Circo Contemporâneo possui os seus próprios autores, com uma nova poética e novas escritas dramatúrgicas. Nascem até palavras novas para definir algumas especialidades, como metteur en piste ou fildefériste, entre outras.

Dos autores que acompanhei de perto nos anos de programação no Centro Cultural de Belém, destaco Aurélien Bory da Compagnie 111, com a apresentação de quase todo o seu repertório, e Johann Le Guillerm do Cirque Ici, que apresentou no seu pequeno chapiteau o memorável espetáculo Secret e a exposição Attraction.

A propósito da formação dos seus atores/intérpretes, Aurélien Bory afirmava que, para além de terem como base de trabalho as disciplinas circenses – como a acrobacia, o malabarismo e a música –, eles deveriam ter também formação ao nível do teatro físico e da dança. Esta polivalência é muito importante e citava Meyerhold, que nos anos 1920 a incentivava na formação dos seus atores, utilizando algumas técnicas de circo na criação de um teatro físico. A própria etimologia da palavra “ator” vem de “ação”, o intérprete que faz. Aurélien utiliza esta definição de atores nos seus espetáculos: “Temos que treinar muito bem o corpo em todas as direções para poder criar uma nova linguagem”.

A propósito do espetáculo Plan B, que foi apresentado várias vezes em Portugal, Aurélien fala sobre a relação muito forte que os homens têm com a gravidade, ela define ‑nos, não podemos fugir dela. Muitos mitos e sonhos humanos estão ligados ao desejo de escapar à gravidade. Voar, por exemplo, ou ir para outro mundo, fugir da terra. A dança, o teatro físico e muitas disciplinas do circo desafiam esta relação entre o homem e a gravidade.

Sobre Johann Le Guillerm, transcrevo um pequeno texto publicado num blogue, a 16 de março de 2006, por um espectador que assim testemunha a memória que lhe ficou deste espetáculo: “Ontem, fui ver um espetáculo de circo contemporâneo numa tenda que está montada no CCB. Chama ‑se Secret e foi concebido por Johann Le Guillerm. Foi arrebatador. Aquele homem de cara alucinada guia ‑nos num espetáculo que revisita o circo tradicional de forma quase satírica, através da junção perfeita entre a imaginação e as leis da física. Artesanal, mas cheio de glamour e sempre surpreendente. A pessoa chega ao final exausta e sem palavras. É mesmo difícil descrever e transmitir o que se passa ali. Como diz a página do CCB, ‘Johann Le Guillerm é um verdadeiro feiticeiro da matéria e do tempo, um feiticeiro da alma tranquila que transforma a matéria na forma dos sonhos. No seu espetáculo, estamos

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perante um encontro entre a ciência e a poesia, dentro de um segredo que só partilha quem a ele assiste’. É bem verdade. Só mesmo vendo”.

Na primeira década do séc. XXI, constrói ‑se em Portugal uma cumplicidade entre algumas instituições e o Novo Circo/Circo Contemporâneo. Com grande paixão, Isabel Alves Costa, então diretora do Rivoli Teatro Municipal do Porto, e Giacomo Scalisi (eu próprio), programador de Teatro no Centro Cultural de Belém em Lisboa, deram a conhecer ao grande público o Circo Contemporâneo, apresentando com grande coerência companhias e artistas nacionais e internacionais. Estas pessoas – com a colaboração de Miguel Honrado, aquando da sua passagem como diretor pelo Teatro Viriato – criam a SEM REDE, uma rede de programação que reúne estruturas, cineteatros, centros culturais e teatros de norte a sul do país.

São anos vivos, de fermento e atenção para o Novo Circo/Circo Contemporâneo em Portugal. Nesses anos, nascem também algumas criações para artistas que, não tendo frequentado escolas de circo europeias, tiveram experiências em contexto de workshop e formações pontuais.

Alguns nomes de referência do panorama nacional: a escola de circo do Chapitô, a Circolando (que se afastou deste universo, com o passar do tempo), a Radar 360º e a Erva Daninha, no Porto; e, mais recentemente, o Armazém 13, em Lisboa.

Ferloscardo, da companhia Novo Circo Ribatejano, foi um espetáculo surpreendente que recriámos e apresentámos no CCB. Foi neste contexto que trabalhei pela primeira vez com Vasco Gomes, agora membro da companhia Erva Daninha, que continua o seu percurso apostando, com os seus companheiros de arte e de vida, no Circo Contemporâneo.

Referências bibliográficas

Mariangela Gualtieri, Fuoco Centrale e altre poesie per il teatro.

Giulio Einaudi editore, 2003.

Pierre Hivernat, Véronique Klein, Panorama contemporain des arts du cirque.

Ed. Textuel/Hors les murs, 2010.

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ficha técnica TNSJ coordenação de produção Maria João Teixeiraassistência de produção Maria do Céu Soares Mónica Rochadireção de palco Rui Simãoluz Filipe Pinheiro (coordenação) Abílio Vinhas Adão Gonçalves José Rodrigues Nuno Gonçalvesmaquinaria Filipe Silva (coordenação) Adélio Pêra António Quaresma Carlos Barbosa Joaquim Marques Joel Santos Jorge Silva Lídio Pontes Paulo Sérgio Ferreirasom António Bica

apoios TNSJ

apoios à divulgação

agradecimentos TNSJCâmara Municipal do PortoPolícia de Segurança PúblicaMr. Piano/Pianos Rui Macedo

ficha técnica Erva Daninhaoperação de luz e som Vasco Gomesprodução executiva Julieta Guimarães

apoios Nove’s Fora

agradecimentos Erva DaninhaPedro CarvalhoEmanuel SantosJosefina Mota

Erva DaninhaTeatro do Campo AlegreRua das Estrelas4150 ‑762 [email protected]

Teatro Nacional São JoãoPraça da Batalha4000 ‑102 PortoT 22 340 19 00

Teatro Carlos AlbertoRua das Oliveiras, 434050 ‑449 PortoT 22 340 19 00

Mosteiro de São Bento da VitóriaRua de São Bento da Vitória4050 ‑543 PortoT 22 340 19 00

[email protected]

ediçãoDepartamento de Edições do TNSJcoordenação João Luís Pereirafotografia Susana Nevesimpressão Empresa Diário do Porto, Lda.

Não é permitido filmar, gravar ou fotografar durante o espetáculo. O uso de telemóveis ou relógios com sinal sonoro é incómodo, tanto para os intérpretes como para os espectadores.

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