22.07.2015 - Discurso Brasil Tecnológico
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BRASIL TECNOLÓGICO
22 de julho de 2015
Bogotá - Colômbia
É com grande satisfação que realizamos a sexta edição do Brasil
Tecnológico, que está acontecendo pela segunda vez na Colômbia.
Este evento certamente contribuirá para estreitar os laços
econômicos e comerciais entre os nossos Países.
O nosso foco é oferecer oportunidades comerciais e de
investimentos para os setores produtivos participantes que se
caracterizam pelo seu diferencial tecnológico. Temos aqui
empresas brasileiras de setores como tecnologia da informação,
plástico, eletroeletrônicos, máquinas e equipamentos, médico-
odontológico, fármacos e químicos.
O uso de soluções inovadoras e de novas tecnologias é um fator
fundamental para o incremento da produtividade e da
competitividade das empresas, sobretudo quando nos defrontamos
com uma competição acirrada em escala global.
Senhoras e Senhores,
Na última década, o intercâmbio comercial entre o Brasil e a
Colômbia apresentou um crescimento expressivo. Entre 2005 e
2014, a nossa corrente de comércio elevou-se em 165%, atingindo
no ano passado US$ 4,1 bilhões.
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Os ganhos dessa relação foram mútuos: se as exportações
brasileiras cresceram quase 70%, as importações mudaram de
patamar, passando de US$ 138 milhões para US$ 1,7 bilhão, ou
seja, 12 vezes mais.
Além disso, é importante ressaltar a qualidade desse intercâmbio.
Em 2014, 73% do valor da corrente de comércio foi composto por
bens manufaturados.
No âmbito dos investimentos, a tendência também é de uma
expansão para os próximos anos. Até 2013, o estoque de
investimento brasileiro na Colômbia alcançou US$ 935 milhões,
enquanto o estoque de investimento colombiano no Brasil foi de US
$ 733 milhões. Há projetos de investimentos em curso nos setores
de infraestrutura, serviços de engenharia e aço. Por outro lado,
empresas colombianas têm investido no Brasil por meio de aportes
de capital nos setores de transporte aéreo e eletricidade.
Essas estatísticas confirmam uma perspectiva natural ao
fortalecimento da nossa relação comercial, que pode ser ainda
mais estimulada com uma agenda em que os governos e iniciativa
privada possam promover um diálogo permanente.
Nesse sentido, o objetivo da nossa visita é avançar nas negociações
comerciais que permitam ampliar e facilitar o acesso aos mercados
dos nossos países.
No tocante ao Acordo de Complementação Econômica 59 (ACE 59),
podemos aprofundar e ampliar as preferências tarifárias, o que
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permitirá uma maior abertura de mercado aos nossos setores
produtivos, a exemplo do automotivo. Além disso, é nosso intuito
antecipar os cronogramas de desgravação tarifária.
Temos a expectativa de conclusão do acordo em curso para o setor
de serviços. Essa é uma área que vem assumindo um papel
crescente no comércio internacional. Segundo dados da OCDE, os
serviços já representam cerca de 25% do comércio mundial, mas,
quando se leva em consideração os dados de valor adicionado, esse
montante pode atingir 55% do comércio total.
Também iniciaremos negociações bilaterais sobre um acordo de
compras governamentais. Assim, esperamos assegurar um
tratamento isonômico às empresas dos nossos países na
concorrência pela oferta de bens, serviços e obras públicas.
Outro tema em que podemos avançar é o da facilitação de
comércio. Brasil e Colômbia integram a Rede Interamericana de
Guichês Únicos de Comércio Exterior. Portanto, é meritória a
iniciativa de buscar uma convergência desses projetos mediante o
uso de padrões uniformes de recepção e envio de informações. É
exatamente este tipo de trabalho que garantirá que, futuramente,
haja oportunidade de integração entre os sistemas de nossos
países.
No âmbito dos investimentos, esperamos concluir a agenda
bilateral para assinatura do Acordo de Cooperação e Facilitação de
Investimentos. Com isso, iremos oferecer um ambiente
institucional mais propício para a internacionalização das nossas
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empresas, estabelecendo mecanismos para mitigação de riscos, a
prevenção de controvérsias e melhoria da governança institucional
para os investidores.
Senhoras e Senhores,
O Brasil está atravessando um período de transição em que vários
ajustes macroeconômicos estão em curso. Esses ajustes darão
maior previsibilidade à economia, aumentarão os níveis de
confiança dos consumidores e investidores e serão a base para a
retomada do crescimento econômico. Ao mesmo tempo, o governo
brasileiro vem tomando iniciativas para sustentar esse novo ciclo
de desenvolvimento, cujos principais vetores de dinamismo serão
os investimentos, as exportações e o incremento da produtividade.
No eixo de investimentos, lembro aos senhores que foi lançada
recentemente a nova etapa do Programa de Investimento em
Logística (PIL), com objetivo de dar continuidade ao processo de
modernização da infraestrutura de transportes do país,
proporcionar ganhos de produtividade e estimular a retomada do
crescimento da economia.
O programa prevê investimentos da ordem de US$ 65 bilhões. São
portos, aeroportos, ferrovias e rodovias que serão objeto de novas
concessões e oferecem excelentes oportunidades de retorno em
função da modelagem, que permite um grau de atratividade
adequado à iniciativa privada.
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Já no eixo das exportações, foi lançado, no último dia 24 de junho,
o Plano Nacional de Exportações. O Plano tem o propósito de
conferir um novo status ao comércio exterior para o Brasil,
colocando o tema no centro da agenda de desenvolvimento.
O Plano – construído em estreita parceria com o setor privado
brasileiro – é formado por cinco pilares: (1) Acesso a mercados; (2)
Promoção comercial; (3) Facilitação de comércio; (4)
Financiamento e garantia às exportações; e (5) Aperfeiçoamento
de mecanismos e regimes tributários de apoio às exportações.
No que diz respeito, em especial, ao pilar de acesso a mercados,
nosso objetivo é inserir o Brasil, cada vez mais, na rede
internacional de acordos comerciais e de investimentos.
Nesse sentido, consideramos que, assim como os outros países da
Aliança do Pacífico, a Colômbia é um parceiro prioritário. O país é
a quarta economia da América da Latina e Caribe, está crescendo
acima da média da região e com a perspectiva de impulsionar esse
crescimento por meio da expansão do consumo das famílias e dos
investimentos.
Tenho convicção de que podemos construir uma agenda com
interesses convergentes, em que possamos compartilhar uma maior
abertura dos nossos mercados, fomentar a internacionalização das
nossas empresas e gerar um ambiente institucional favorável à
geração de novos investimentos brasileiros na Colômbia e de mais
investimentos colombianos no Brasil.
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Neste encontro, temos a oportunidade de estimular o
envolvimento das comunidades empresariais dos dois países. Por
isso, a presença tão expressiva de nossos empreendedores. No
plano governamental, envidaremos esforços para estreitar nossas
relações bilaterais, o que deverá contribuir não somente para o
sucesso deste evento, mas sobretudo, das futuras iniciativas de
promoção comercial.
Muito obrigado.
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