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Três concepções de Três concepções de linguagem linguagem Travaglia,2001 Travaglia,2001 1. expressão do pensamento 1. expressão do pensamento 2. instrumento de comunicação 2. instrumento de comunicação 3. processo de interação 3. processo de interação

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Três concepções de Três concepções de linguagemlinguagem

Travaglia,2001Travaglia,2001

1. expressão do pensamento1. expressão do pensamento

2. instrumento de comunicação2. instrumento de comunicação

3. processo de interação3. processo de interação

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L = Expressão de L = Expressão de pensamentopensamento

As pessoas não se expressam bem porque não As pessoas não se expressam bem porque não pensam. A expressão se constrói no interior da pensam. A expressão se constrói no interior da mente, sendo sua exteriorização apenas uma mente, sendo sua exteriorização apenas uma tradução. A enunciação é um ato monológico tradução. A enunciação é um ato monológico individual, que não é afetado pelo outro, nem individual, que não é afetado pelo outro, nem pelas circunstâncias que constituem a situação pelas circunstâncias que constituem a situação social em que a enunciação acontece. ... social em que a enunciação acontece. ... Presume-se que há regras a serem seguidas para Presume-se que há regras a serem seguidas para a organização lógica do pensamento, e a organização lógica do pensamento, e consequentemente, da linguagem. São elas que consequentemente, da linguagem. São elas que se constituem nas normas gramaticais do falar e se constituem nas normas gramaticais do falar e escrever “bem”...escrever “bem”...

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L = instrumento de L = instrumento de comunicaçãocomunicação

Conjunto de signos que se combinam segundos Conjunto de signos que se combinam segundos regras, e que é capaz de transmitir uma regras, e que é capaz de transmitir uma mensagem, informações de um emissor a um mensagem, informações de um emissor a um receptor. Isto fez com que a Lingüística não receptor. Isto fez com que a Lingüística não considerasse os interlocutores e a situação de uso considerasse os interlocutores e a situação de uso como determinantes das unidades e regras que como determinantes das unidades e regras que constituem a língua, isto é, afastou o indivíduo constituem a língua, isto é, afastou o indivíduo falante do processo de produção, do que é social e falante do processo de produção, do que é social e histórico na língua. Essa é uma visão monológica e histórico na língua. Essa é uma visão monológica e imanente da língua, que a estuda segundo uma imanente da língua, que a estuda segundo uma perspectiva formalista – que limita esse estudo ao perspectiva formalista – que limita esse estudo ao funcionamento interno da língua ... funcionamento interno da língua ...

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L = processo de interaçãoL = processo de interação

O indivíduo ao usar a língua não traduz e/ou O indivíduo ao usar a língua não traduz e/ou exterioriza simplesmente seu pensamento, exterioriza simplesmente seu pensamento, ou transmite informações, mas sim realiza ou transmite informações, mas sim realiza ações, age, atua sobre o interlocutor. A ações, age, atua sobre o interlocutor. A linguagem é pois um lugar de interação linguagem é pois um lugar de interação humana, de interação comunicativa pela humana, de interação comunicativa pela produção de efeitos de sentido entre produção de efeitos de sentido entre interlocutores em uma dada situação de interlocutores em uma dada situação de comunicação e em um contexto sócio-comunicação e em um contexto sócio-histórico e ideológico ...histórico e ideológico ...

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Concepções de gramáticaConcepções de gramática

Travaglia, 2001: Travaglia, 2001:

Normativa: bem falar e escreverNormativa: bem falar e escrever Descritiva: funcionamento da línguaDescritiva: funcionamento da língua Internalizada: competência do Internalizada: competência do

usuário (virtual)usuário (virtual)

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Tipos de gramáticaTipos de gramática

1. normativa1. normativa 2. descritiva2. descritiva 3. internalizada (objeto da descritiva)3. internalizada (objeto da descritiva)

4. implícita: atividades metalingüísticas4. implícita: atividades metalingüísticas 5. explícita ou teórica: atividades lingüísticas5. explícita ou teórica: atividades lingüísticas 6. reflexiva: atividades epilingüísticas6. reflexiva: atividades epilingüísticas

7. contrastiva ou transferencial7. contrastiva ou transferencial 8. geral8. geral 9. universal9. universal 10.histórica10.histórica 11. comparada11. comparada

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História da gramática História da gramática (Félix, (Félix, 2004)2004)

A disciplina gramatical é uma criação helenística A disciplina gramatical é uma criação helenística que estabelece um novo ideal de cultura, opondo-se que estabelece um novo ideal de cultura, opondo-se ao mundo bárbaro. "O que o espírito helênico criou ao mundo bárbaro. "O que o espírito helênico criou é agora zelosamente cultivado: pesquisa-se e é agora zelosamente cultivado: pesquisa-se e ensina-se" (NEVES, 1987, p.103).ensina-se" (NEVES, 1987, p.103).

O termo O termo grammatikósgrammatikós é reservado naquela época é reservado naquela época ao que faz a revisão crítica dos textos e a ao que faz a revisão crítica dos textos e a compreensão da obra literária. Essa é também sua compreensão da obra literária. Essa é também sua atividade de pesquisa, à qual se alia a docência, atividade de pesquisa, à qual se alia a docência, "pois o gramático é o mestre-escola que sucede ao "pois o gramático é o mestre-escola que sucede ao gramatista (gramatista (grammatistésgrammatistés, instrutor primário) ao , instrutor primário) ao qual sucede o retor (qual sucede o retor (rhétorrhétor)[". (MARROU apud )[". (MARROU apud NEVES, 1987, p.2).NEVES, 1987, p.2).

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Os latinosOs latinos

Os latinos praticamente herdaram a Os latinos praticamente herdaram a tradição gramatical da Grécia, adaptando tradição gramatical da Grécia, adaptando sua língua às regras formuladas pelos sua língua às regras formuladas pelos gregos. Esta prática começa com Varrão, gregos. Esta prática começa com Varrão, Marcus Terentius Varro (116-27 a.C.), Marcus Terentius Varro (116-27 a.C.), estabelecendo a diferença entre flexão e estabelecendo a diferença entre flexão e derivação. Os gramáticos latinos mais derivação. Os gramáticos latinos mais influentes nos séculos posteriores foram influentes nos séculos posteriores foram Quintiliano, Marcus Fabius Quintilianus (ca. Quintiliano, Marcus Fabius Quintilianus (ca. 30-96 d.C.), Donato no século IV d.C. e 30-96 d.C.), Donato no século IV d.C. e Prisciano no século VI d.C.Prisciano no século VI d.C.

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Gregos e LatinosGregos e Latinos

Em geral, as gramáticas do período latino Em geral, as gramáticas do período latino absorveram a teoria dos gregos. Herdaram, absorveram a teoria dos gregos. Herdaram, ainda, as controvérsias e as discussões ainda, as controvérsias e as discussões sobre casos e categorias. "O que, porém, sobre casos e categorias. "O que, porém, mais se conhece da erudição lingüística mais se conhece da erudição lingüística romana é a formalização descritiva da romana é a formalização descritiva da gramática latina" (ROBINS, 1979, p.42) que gramática latina" (ROBINS, 1979, p.42) que sustentou a educação dos fins da sustentou a educação dos fins da Antigüidade e se tornou modelo para os Antigüidade e se tornou modelo para os gramáticos da Idade Média. gramáticos da Idade Média.

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Idade MédiaIdade Média

Na Idade Média, continuam prevalecendo as Na Idade Média, continuam prevalecendo as concepções lingüísticas da Antigüidade. Há concepções lingüísticas da Antigüidade. Há contribuição dos gramáticos árabes, cujas contribuição dos gramáticos árabes, cujas reflexões influenciaram os gramáticos europeus, reflexões influenciaram os gramáticos europeus, como por exemplo os trabalhos de Raymond Lulle como por exemplo os trabalhos de Raymond Lulle (1235-1309). As traduções da Bíblia, como por (1235-1309). As traduções da Bíblia, como por exemplo a de Ulfilas (311-383) para o gótico, não exemplo a de Ulfilas (311-383) para o gótico, não despertaram reflexões acerca da língua, servindo despertaram reflexões acerca da língua, servindo apenas como instrumento de evangelização. apenas como instrumento de evangelização. Segundo Joan Corominas (apud MARTINS, 1989, Segundo Joan Corominas (apud MARTINS, 1989, p.174), Ramón Vidal de Besalú (1160-1230?) p.174), Ramón Vidal de Besalú (1160-1230?) escreveu a mais antiga gramática conservada de escreveu a mais antiga gramática conservada de uma língua românica moderna. O tratado de uma língua românica moderna. O tratado de Besalú é uma gramática em prosa e tem como Besalú é uma gramática em prosa e tem como título título Regles Regles ou ou Razos de trobarRazos de trobar. Sua finalidade é . Sua finalidade é ensinar corretamente a língua dos trovadores ensinar corretamente a língua dos trovadores (BESALÚ, 2003). (BESALÚ, 2003).

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Ainda a Idade MédiaAinda a Idade Média

As teorias lingüísticas do final da Idade Média As teorias lingüísticas do final da Idade Média orientam-se também pelas discussões entre orientam-se também pelas discussões entre "realistas" e "nominalistas". No plano das "realistas" e "nominalistas". No plano das palavras, os realistas defendiam que o conceito palavras, os realistas defendiam que o conceito existe a partir do momento em que existe a existe a partir do momento em que existe a palavra. Já os nominalistas colocavam em dúvida palavra. Já os nominalistas colocavam em dúvida esta equivalência entre palavra e idéia. Os esta equivalência entre palavra e idéia. Os realistas elaboram um mundo de realidade que realistas elaboram um mundo de realidade que corresponde exatamente aos atributos do mundo corresponde exatamente aos atributos do mundo do pensamento. Os nominalistas, ao contrário, do pensamento. Os nominalistas, ao contrário, modelam o conceito sobre o objeto externo que é modelam o conceito sobre o objeto externo que é individual e particular. individual e particular.

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Idade ModernaIdade Moderna No final do século XV e durante o século XVI, No final do século XV e durante o século XVI,

surgem traduções da Bíblia para as línguas surgem traduções da Bíblia para as línguas modernas. Também as grandes descobertas modernas. Também as grandes descobertas despertaram interesse pelo contato entre despertaram interesse pelo contato entre diferentes civilizações. Viajantes, comerciantes e diferentes civilizações. Viajantes, comerciantes e diplomatas trocavam experiências até então diplomatas trocavam experiências até então desconhecidas. A partir de então, surgem desconhecidas. A partir de então, surgem gramáticas inspiradas no modelo greco-latino. gramáticas inspiradas no modelo greco-latino. Estas gramáticas marcam o final da Idade Média e Estas gramáticas marcam o final da Idade Média e valorizam as assim chamadas "línguas nacionais". valorizam as assim chamadas "línguas nacionais".

Na Renascença, os estudos sobre as línguas são Na Renascença, os estudos sobre as línguas são feitos com maior consistência e seriedade. Detém-feitos com maior consistência e seriedade. Detém-se um melhor conhecimento do grego e com os se um melhor conhecimento do grego e com os estudos do hebraico, língua de estrutura distinta estudos do hebraico, língua de estrutura distinta das européias, intensificam-se as comparações das européias, intensificam-se as comparações lingüísticas, sempre visando a tradução da Bíblia. lingüísticas, sempre visando a tradução da Bíblia. Neste período surge a primeira gramática do Neste período surge a primeira gramática do alemão,alemão, Teutsche Grammatica Teutsche Grammatica, de Valentin , de Valentin Ickelsamer (1500-1537), publicada em Augsburg Ickelsamer (1500-1537), publicada em Augsburg em 1534.em 1534.

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Fernão de OliveiraFernão de Oliveira Em Portugal surgem a Em Portugal surgem a Gramática da linguagem Gramática da linguagem

portuguesa portuguesa de Fernão de Oliveira (1536) e a de Fernão de Oliveira (1536) e a Gramática da língua portuguesa Gramática da língua portuguesa de João de Barros de João de Barros (1540). Semelhança com o latim, normatização da (1540). Semelhança com o latim, normatização da ortografia, estudos do léxico são as características ortografia, estudos do léxico são as características principais desta época. A obra de Fernão de Oliveira principais desta época. A obra de Fernão de Oliveira pretende distanciar-se dos latinos, demonstrando pretende distanciar-se dos latinos, demonstrando maior dedicação à fonética e à ortografia. Inspira-se maior dedicação à fonética e à ortografia. Inspira-se na na Gramática espanholaGramática espanhola de Nebrija (1492), mas de Nebrija (1492), mas recorre a Varrão, Cícero, Quintiliano e outros recorre a Varrão, Cícero, Quintiliano e outros clássicos. Concebe a língua como fenômeno clássicos. Concebe a língua como fenômeno espiritual, porém "biologicamente condicionado espiritual, porém "biologicamente condicionado pelas 'leis do corpo'" (FÁVERO, 1996, p.30), o que pelas 'leis do corpo'" (FÁVERO, 1996, p.30), o que justifica sua maior dedicação aos sons e à fala. Se justifica sua maior dedicação aos sons e à fala. Se "os homens fazem a língua e não a língua aos "os homens fazem a língua e não a língua aos homens" (FERNÃO apud FÁVERO, 1996, p.31), então homens" (FERNÃO apud FÁVERO, 1996, p.31), então a arte da gramática "é resguardo e anotação deste a arte da gramática "é resguardo e anotação deste costume e uso, tomada depois que os homens costume e uso, tomada depois que os homens souberam falar, e não lei posta que os tire da boa souberam falar, e não lei posta que os tire da boa liberdade [...]" (Ibid., p.31)liberdade [...]" (Ibid., p.31)

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João de BarrosJoão de Barros A obra de João de Barros caracteriza-se A obra de João de Barros caracteriza-se

como pedagógica em oposição às como pedagógica em oposição às gramáticas especulativas, exclusivamente gramáticas especulativas, exclusivamente aplicadas ao latim e longe de se tornarem aplicadas ao latim e longe de se tornarem gramáticas universais. João de Barros gramáticas universais. João de Barros preocupa-se em codificar um uso e preocupa-se em codificar um uso e reivindica uma abordagem artística dos reivindica uma abordagem artística dos fatos da língua. A obra segue a divisão fatos da língua. A obra segue a divisão latina: ortografia, prosódia, etimologia e latina: ortografia, prosódia, etimologia e sintaxe, apresentando nove classes de sintaxe, apresentando nove classes de palavras. Acentua as diferenças entre o palavras. Acentua as diferenças entre o português e o latim ignorando os casos e português e o latim ignorando os casos e demonstrando a redução das conjugações. demonstrando a redução das conjugações.

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França e AlemanhaFrança e Alemanha Na França, em 1550, publica-se a primeira Na França, em 1550, publica-se a primeira

gramática do francês de Louis Meigret (1510-1560) gramática do francês de Louis Meigret (1510-1560) Le tretté de la grammere françoeze Le tretté de la grammere françoeze (Paris).(Paris).

Na Alemanha, aparecem outras gramáticas Na Alemanha, aparecem outras gramáticas pioneiras a partir da segunda metade do século pioneiras a partir da segunda metade do século XVI: Laurentius Albertus, XVI: Laurentius Albertus, Teutsch Grammatick oder Teutsch Grammatick oder Sprachkunst, Sprachkunst, Augsburg (1573); Albertus Oelinger, Augsburg (1573); Albertus Oelinger, Underricht der Hoch Teutschen Spraach: Underricht der Hoch Teutschen Spraach: GrammaticaGrammatica, Straßburg (1574); Johannes Clajus, , Straßburg (1574); Johannes Clajus, Grammatica germanicae linguae ex optimis Grammatica germanicae linguae ex optimis quibusque autoribus collectaquibusque autoribus collecta, Leipzig (1578); e , Leipzig (1578); e Stephan Ritter, Stephan Ritter, Grammatica germanica nova,Grammatica germanica nova, Marburg, (1616). Marburg, (1616).

O objetivo destas gramáticas era a normatização e O objetivo destas gramáticas era a normatização e padronização da língua, uma das principais bases padronização da língua, uma das principais bases de unificação dos povos alemães (DOLESCHAL, de unificação dos povos alemães (DOLESCHAL, 2003).2003).

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Port RoyalPort Royal Em 1660, Antoine Arnauld e Claude Lancelot, Em 1660, Antoine Arnauld e Claude Lancelot,

jansenistas ligados àquela abadia, publicaram jansenistas ligados àquela abadia, publicaram a a Grammaire génerale et raisonnéeGrammaire génerale et raisonnée. De . De inspiração cartesiana, esta obra visa descobrir inspiração cartesiana, esta obra visa descobrir as regras de funcionamento da língua. Aceita as regras de funcionamento da língua. Aceita como axioma a relação língua-pensamento e como axioma a relação língua-pensamento e desenvolve 3 operações: "conceber", "julgar" desenvolve 3 operações: "conceber", "julgar" e "raciocinar". Divide-se em duas partes: a e "raciocinar". Divide-se em duas partes: a primeira, "onde se fala das letras e dos primeira, "onde se fala das letras e dos caracteres da escrita"; a segunda, "onde se caracteres da escrita"; a segunda, "onde se fala dos princípios e dos motivos sobre os fala dos princípios e dos motivos sobre os quais se baseiam as diversas formas da quais se baseiam as diversas formas da significação das palavras". Na prática, estas significação das palavras". Na prática, estas divisões eqüivalem à "parte material" e "parte divisões eqüivalem à "parte material" e "parte espiritual" das palavras.espiritual" das palavras.

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Bases da lingüística como Bases da lingüística como ciência modernaciência moderna

Segundo Faraco (2004, p.29, 30 e 31) Segundo Faraco (2004, p.29, 30 e 31)

““A lingüística se constituiu como ciência no sentido que a A lingüística se constituiu como ciência no sentido que a modernidade deu ao termo, a partir dos últimos anos do século modernidade deu ao termo, a partir dos últimos anos do século XVIII, quando William Jones [1746-1794], o juiz inglês..., entrou em XVIII, quando William Jones [1746-1794], o juiz inglês..., entrou em contacto com o sânscrito. Impressionado com as semelhanças contacto com o sânscrito. Impressionado com as semelhanças entre essa língua, o grego e o latim, levantou a hipótese de que entre essa língua, o grego e o latim, levantou a hipótese de que semelhanças de tal magnitude não poderiam ser atribuídas ao semelhanças de tal magnitude não poderiam ser atribuídas ao acaso; era forço reconhecer que essas três línguas tinham uma acaso; era forço reconhecer que essas três línguas tinham uma origem comum.”origem comum.”

““toma-se como primeira data referencial deste período o ano de toma-se como primeira data referencial deste período o ano de 1786. em que William Jones apresentou sua comunicação à 1786. em que William Jones apresentou sua comunicação à Sociedade Asiática de Bengala. Nela, Jones destacava as inúmeras Sociedade Asiática de Bengala. Nela, Jones destacava as inúmeras semelhanças (em tal grau que, segundo ele, não poderiam ser semelhanças (em tal grau que, segundo ele, não poderiam ser atribuídas ao acaso) entre o sânscrito, o latim e o grego ...”atribuídas ao acaso) entre o sânscrito, o latim e o grego ...”

““Há, na seqüência, uma verdadeira febre de estudos sânscritos: ... Há, na seqüência, uma verdadeira febre de estudos sânscritos: ... Fundou-se em Paris, em 1795, a Escola de Estudos Orientais ... Fundou-se em Paris, em 1795, a Escola de Estudos Orientais ... Onde estudaram os intelectuais alemães – Friedrich Schlegel Onde estudaram os intelectuais alemães – Friedrich Schlegel (1772-1829) e, em particular, Fraz Bopp (1791-1867 – que (1772-1829) e, em particular, Fraz Bopp (1791-1867 – que desenvolveram, em seguida, a chamada gramática comparativadesenvolveram, em seguida, a chamada gramática comparativa.” .”

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EnciclopedistasEnciclopedistas Os enciclopedistas (Denis Diderot (1713-1784) e Jean Le Os enciclopedistas (Denis Diderot (1713-1784) e Jean Le

Rond d'Alembert (1717-1783) reúnem todo o Rond d'Alembert (1717-1783) reúnem todo o conhecimento da época. As principais idéias dos conhecimento da época. As principais idéias dos enciclopedistas giravam em torno da educação, uma força enciclopedistas giravam em torno da educação, uma força que transformaria o mundo, garantindo os direitos que transformaria o mundo, garantindo os direitos humanos: naturais, úteis e que conduzem à felicidade. humanos: naturais, úteis e que conduzem à felicidade. Segundo Fávero (1996, p.134), os verbetes "lingüísticos" Segundo Fávero (1996, p.134), os verbetes "lingüísticos" foram revistos e reunidos por Beauzée na foram revistos e reunidos por Beauzée na Encyclopédie Encyclopédie méthodique: grammaire et littératureméthodique: grammaire et littérature, publicada em três , publicada em três volumes entre 1765 e 1780. O termo "gramática" é volumes entre 1765 e 1780. O termo "gramática" é definido como "definido como "c'est la science de la parole écrite ou c'est la science de la parole écrite ou parléeparlée". (Ibid., p.136) e divide-a em "ortografia" ". (Ibid., p.136) e divide-a em "ortografia" (lexicografia e logografia) e "ortologia" (lexicologia e (lexicografia e logografia) e "ortologia" (lexicologia e sintaxe).Os enciclopedistas viam uma seqüência ideal sintaxe).Os enciclopedistas viam uma seqüência ideal para a gramática: sintaxe, morfologia e fonética. Se, por para a gramática: sintaxe, morfologia e fonética. Se, por um lado, a um lado, a Encyclopédie Encyclopédie é limitada por ser composta de é limitada por ser composta de verbetes, por outro, sua contribuição está no fato de verbetes, por outro, sua contribuição está no fato de apresentar uma nova teoria da gramática: as discussões apresentar uma nova teoria da gramática: as discussões deslocam-se do logicismo ao semantismo e retornam às deslocam-se do logicismo ao semantismo e retornam às categorias aristotélicas.categorias aristotélicas.

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Gramáticos alemãesGramáticos alemães Johann Gottfried Herder (1744-1803) em seu trabalho Johann Gottfried Herder (1744-1803) em seu trabalho

Abhandlung über den Ursprung der Sprache Abhandlung über den Ursprung der Sprache (Berlim, (Berlim, 1772) vincula linguagem ao pensamento 1772) vincula linguagem ao pensamento

Johann Christoph Gottsched (1700-1766), Johann Christoph Gottsched (1700-1766), Grundlegung einer deutschen Sprachkunst, Grundlegung einer deutschen Sprachkunst, Leipzig Leipzig (1749) recoloca a questão da normatização da língua (1749) recoloca a questão da normatização da língua padrão alemã escrita padrão alemã escrita

Johann Christoph Adelung (1732-1806), Johann Christoph Adelung (1732-1806), Umständliches Umständliches Lehrgebäude der Deutschen Sprache, zur Erlernung Lehrgebäude der Deutschen Sprache, zur Erlernung der Deutschen Sprachlehre für Schulen,der Deutschen Sprachlehre für Schulen, Leipzig (1782) Leipzig (1782)

Johann Werner Meiner (1723-1789), Johann Werner Meiner (1723-1789), Versuch einer an Versuch einer an der menschlichen Sprache abgebildeten Vernunftlehre der menschlichen Sprache abgebildeten Vernunftlehre oder Philosophische und allgemeine Sprachlehreoder Philosophische und allgemeine Sprachlehre

Franz Bopp (1791-1867) consolidou o parentesco das Franz Bopp (1791-1867) consolidou o parentesco das línguas européias com o sânscrito com sua obra línguas européias com o sânscrito com sua obra Über Über das Conjugationssystem der Sanskritsprache in das Conjugationssystem der Sanskritsprache in Vergleichung mit jenem der griechischen, Vergleichung mit jenem der griechischen, lateinischen, persischen, und germanischen Sprache.lateinischen, persischen, und germanischen Sprache.

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Whitney e HumboldtWhitney e Humboldt

William D. Whitney (1827-1894)William D. Whitney (1827-1894)

““Whitney fez seus estudos universitários em Yale (EUA), Whitney fez seus estudos universitários em Yale (EUA), tendo frequentado, em seguida, no início da década de tendo frequentado, em seguida, no início da década de 1850, cursos na Universidade de Berlim, onde foi aluno de 1850, cursos na Universidade de Berlim, onde foi aluno de Franz Bopp. Em retorno aos EUA, tornou-se professor de Franz Bopp. Em retorno aos EUA, tornou-se professor de sânscrito em Yale; escreveu uma gramática dessa língua ... sânscrito em Yale; escreveu uma gramática dessa língua ... Foi dos primeiros lingüísticas a se interessar pelo estudo Foi dos primeiros lingüísticas a se interessar pelo estudo das línguas indígenas da América do Norte ... Seu livro das línguas indígenas da América do Norte ... Seu livro The The life and growth of languagelife and growth of language, publicado em 1875, foi , publicado em 1875, foi traduzido, no mesmo ano, para o francês ... e para o traduzido, no mesmo ano, para o francês ... e para o alemão ... Foi, assim obra de grande circulação entre os alemão ... Foi, assim obra de grande circulação entre os lingüístas do fim do século XIX. Atraiu especialmente a lingüístas do fim do século XIX. Atraiu especialmente a atenção de Saussure...” (FARACO, 2004, p.40)atenção de Saussure...” (FARACO, 2004, p.40)

Wilhelm von Humboldt (1767-1835) apontou o princípio Wilhelm von Humboldt (1767-1835) apontou o princípio gerador da linguagem e se tornou o fundador da Lingüística gerador da linguagem e se tornou o fundador da Lingüística Geral (GIPPER, apud FÉLIX 2004).Geral (GIPPER, apud FÉLIX 2004).

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Gramáticos brasileirosGramáticos brasileiros Segundo Morais (1986), no século XIX, "o Brasil Segundo Morais (1986), no século XIX, "o Brasil

produziu mais gramáticas que Portugal [...]" (p.37). produziu mais gramáticas que Portugal [...]" (p.37). De fato, há registros de diversas gramáticas e De fato, há registros de diversas gramáticas e dicionários brasileiros na primeira metade do século dicionários brasileiros na primeira metade do século XIX: XIX: Gramática do CorujaGramática do Coruja (1835) de Antonio Álvaro (1835) de Antonio Álvaro Pereira Coruja; Pereira Coruja; Compêndio de Grammatica Compêndio de Grammatica portuguesa da Primeira Idade portuguesa da Primeira Idade (1855) de Cyrilo (1855) de Cyrilo Dilermando da Silveira; Dilermando da Silveira; Epítome da Gramática Epítome da Gramática Portuguesa Portuguesa (1860) de Abílio César Borges (Barão de (1860) de Abílio César Borges (Barão de Macaúbas); Macaúbas); Novo Methodo de Grammatica Novo Methodo de Grammatica Portugueza Portugueza (1862) de Joaquim Frederico Kiappe da (1862) de Joaquim Frederico Kiappe da Costa Rubim; Costa Rubim; Grammatica Analytica da Lingua Grammatica Analytica da Lingua Portugueza Portugueza (1865) de Charles Adrien Olivier Grivet (1865) de Charles Adrien Olivier Grivet (1816-?); (1816-?); Gramática PortuguesaGramática Portuguesa (1865) de Francisco (1865) de Francisco Sotero dos Reis; Sotero dos Reis; Diccionário Grammatical Portuguez Diccionário Grammatical Portuguez (1865) de J.A. Passos; (1865) de J.A. Passos; Primeiras Noções de Gramática Primeiras Noções de Gramática Portuguesa Portuguesa (1877) de Meneses Vieira; e (1877) de Meneses Vieira; e GramGramáática tica Portugueza Portugueza (187?) de Manoel Olympio Rodrigues da (187?) de Manoel Olympio Rodrigues da Costa. (Literatura Infantil, 2003).Costa. (Literatura Infantil, 2003).

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Ainda os portuguesesAinda os portugueses

Na segunda metade do século XIX Na segunda metade do século XIX publicam-se outras gramáticas em publicam-se outras gramáticas em Portugal: Portugal: Nova Grammatica Portugueza Nova Grammatica Portugueza (1862), de Bento José de Oliveira; (1862), de Bento José de Oliveira; Grammatica practica da lingua portugueza Grammatica practica da lingua portugueza para uso dos alumnos do primeiro anno do para uso dos alumnos do primeiro anno do curso dos lyceus curso dos lyceus (1870), de Augusto (1870), de Augusto Epifânio da Silva Dias (1841-1916); Epifânio da Silva Dias (1841-1916); Compêndio de Grammatica Portugueza Compêndio de Grammatica Portugueza (1871), de Vergueiro e Pertence; (1871), de Vergueiro e Pertence; Noções Noções Elementares de Gramática Portuguesa,Elementares de Gramática Portuguesa, de de Francisco Adolfo Coelho (1847-1919) e Francisco Adolfo Coelho (1847-1919) e Gramática Portuguesa, Gramática Portuguesa, de Antônio Garcia de Antônio Garcia Ribeiro de Vasconcelos (1860-1941).Ribeiro de Vasconcelos (1860-1941).

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Ainda os alemãesAinda os alemães Friedrich Diez (1794-1876) publicou de 1836 a 1844 sua Friedrich Diez (1794-1876) publicou de 1836 a 1844 sua

Grammatik der romanischen SprachenGrammatik der romanischen Sprachen, entrando para a , entrando para a história como o fundador da lingüística românica. história como o fundador da lingüística românica.

A. Schleicher (1821-1868) sintetizou o conhecimento da A. Schleicher (1821-1868) sintetizou o conhecimento da época com sua obra época com sua obra Compendium der Vergleichenden Compendium der Vergleichenden Grammatik der indogermanischen SprachenGrammatik der indogermanischen Sprachen, de 1861. Este , de 1861. Este estudioso de formação naturalista e com forte influência estudioso de formação naturalista e com forte influência de Darwin é o responsável por imprimir aos estudos de Darwin é o responsável por imprimir aos estudos lingüísticos da época uma orientação biologicista: a língua lingüísticos da época uma orientação biologicista: a língua é vista como um organismo vivo, com existência própria é vista como um organismo vivo, com existência própria fora de seus falantes. fora de seus falantes.

Neste mesmo período foi publicado a Neste mesmo período foi publicado a Grammatik der Grammatik der portugiesischen Spracheportugiesischen Sprache (Strassburg, 1878) de Carl von (Strassburg, 1878) de Carl von Reinhardstoettner (1847-1909), importante obra realizada Reinhardstoettner (1847-1909), importante obra realizada com base na comparação do latim com as línguas com base na comparação do latim com as línguas românicas. Tanto a obra quando seu autor que também se românicas. Tanto a obra quando seu autor que também se ocupou da tradução de Camões foram conhecidos pelos ocupou da tradução de Camões foram conhecidos pelos gramáticos brasileiros, exercendo considerável influência gramáticos brasileiros, exercendo considerável influência sobre os estudos lingüísticos da época. sobre os estudos lingüísticos da época.

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NeogramáticosNeogramáticos No final do século XIX, a questão da mudança consonantal de que trata a Lei No final do século XIX, a questão da mudança consonantal de que trata a Lei

de Grimm foi retomada pelos neogramáticos (de Grimm foi retomada pelos neogramáticos (JunggrammatikerJunggrammatiker), demarcando ), demarcando a passagem do historicismo para o positivismo. Estes pesquisadores, ligados à a passagem do historicismo para o positivismo. Estes pesquisadores, ligados à Universidade de Leipzig, orientavam-se por um rigor metodológico e Universidade de Leipzig, orientavam-se por um rigor metodológico e defendiam que as leis fonéticas, responsáveis por mutações fônicas como defendiam que as leis fonéticas, responsáveis por mutações fônicas como processos mecânicos, não admitiam exceções (processos mecânicos, não admitiam exceções (Ausnahmslosigkeit der Ausnahmslosigkeit der LautgesetzeLautgesetze). ).

Os princípios desta escola foram publicados por H. Osthoff (1847-1907) e K. Os princípios desta escola foram publicados por H. Osthoff (1847-1907) e K. Brugmann (1849-1919). Mas foi Karl Verner (1846-1896) que viu regularidade Brugmann (1849-1919). Mas foi Karl Verner (1846-1896) que viu regularidade nas exceções da Lei de Grimm, demonstrando, em 1875, que depois de sílabas nas exceções da Lei de Grimm, demonstrando, em 1875, que depois de sílabas fracas aquele grupo de consoantes [ /p/, /t/, /k/] mudava para /b/, /d/, /g/. Esta fracas aquele grupo de consoantes [ /p/, /t/, /k/] mudava para /b/, /d/, /g/. Esta regra ficou conhecida como Lei de Verner e reforçou a confiança dos lingüistas regra ficou conhecida como Lei de Verner e reforçou a confiança dos lingüistas no princípio da regularidade da mudança. A obra de Hermann Paul (1846-no princípio da regularidade da mudança. A obra de Hermann Paul (1846-1921), 1921), Prinzipien der SprachgeschichtePrinzipien der Sprachgeschichte, publicada pela primeira vez em 1880, , publicada pela primeira vez em 1880, reuniu o pensamento neogramático e tornou-se referência para a formação dos reuniu o pensamento neogramático e tornou-se referência para a formação dos diacronistas da época (FARACO, 1998, p.92). Outro exemplo da produção diacronistas da época (FARACO, 1998, p.92). Outro exemplo da produção lingüística dos neogramáticos é a publicação da obra de Wilhelm Meyer-Lübke lingüística dos neogramáticos é a publicação da obra de Wilhelm Meyer-Lübke (1861-1936), (1861-1936), Grammatik der romanischen SprachenGrammatik der romanischen Sprachen, a partir de 1890. , a partir de 1890.

Além destes, consideram-se neogramáticos H. Delbrück, E. Sievers, A. Leskien. Além destes, consideram-se neogramáticos H. Delbrück, E. Sievers, A. Leskien. Outros cientistas tiveram formação neogramática como o inglês J. Wright, os Outros cientistas tiveram formação neogramática como o inglês J. Wright, os franceses A. Meillet e F. Saussure, e os norte-americanos F. Boas, E. Sapir e L. franceses A. Meillet e F. Saussure, e os norte-americanos F. Boas, E. Sapir e L. Bloomfield, entre outros.Bloomfield, entre outros.

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Saussure: divisor de águasSaussure: divisor de águas

Assim, o século XIX termina sob forte influência dos Assim, o século XIX termina sob forte influência dos neogramáticos e de seus contestadores. O saber neogramáticos e de seus contestadores. O saber lingüístico atinge seu maior amadurecimento em lingüístico atinge seu maior amadurecimento em meio a atitudes predominantemente meio a atitudes predominantemente comparativistas, evolucionistas e positivistas. comparativistas, evolucionistas e positivistas. Constata-se pelo menos duas tendências: a Constata-se pelo menos duas tendências: a lingüística histórica e a lingüística descritiva. lingüística histórica e a lingüística descritiva. Ferdinand de Saussure (1857-1913) ilustra este Ferdinand de Saussure (1857-1913) ilustra este momento de ruptura. Destaca-se inicialmente pelos momento de ruptura. Destaca-se inicialmente pelos estudos comparativos. Mais tarde, suas idéias estudos comparativos. Mais tarde, suas idéias compiladas no compiladas no Cours de Linguistique Générale Cours de Linguistique Générale (1916), tornam-se a base da lingüística moderna.(1916), tornam-se a base da lingüística moderna.

Conceitos inovadores: língua/fala, Conceitos inovadores: língua/fala, diacronia/sincronia/ linearidade, arbitrariedade, diacronia/sincronia/ linearidade, arbitrariedade, noção de pertinência, significante e significado noção de pertinência, significante e significado (ILARI, 2004)(ILARI, 2004)

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??NA PONTA DA LÍNGUA????NA PONTA DA LÍNGUA??

A Lingüística começa a se constituir A Lingüística começa a se constituir como ciência quando: como ciência quando:

1. se estuda o grego em comparação 1. se estuda o grego em comparação com o latim;com o latim;

2. se estuda o parentesco do sânscrito 2. se estuda o parentesco do sânscrito com outras línguascom outras línguas

3. se analisa as línguas neolatinas3. se analisa as línguas neolatinas