4-Oratória

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Curso de Oratória A Arte de Falar em Público ou a Habilidade de Falar em Público? Autor: Professor Henrique Sousa Silva- mestrando em Linguística-UFC Revisora: Karina Aragão de Siqueira-doutoranda em Linguística-UFC 2012

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  • Curso de Oratria

    A Arte de Falar em Pblico ou a

    Habilidade de Falar em Pblico?

    Autor: Professor Henrique Sousa Silva- mestrando em Lingustica-UFC

    Revisora: Karina Arago de Siqueira-doutoranda em Lingustica-UFC

    2012

  • SUMRIO

    Uma breve histria da oratria....................................................3

    1 Parte - A boa oratria e seus atributos....................................4

    Captulo 1 Credibilidade..........................................................6

    Captulo 2 A voz......................................................................10

    Captulo 3 O vocabulrio........................................................19

    Captulo 4 A expresso corporal.............................................22

    Captulo 5 A aparncia...........................................................27

    2 Parte- Tcnicas de apresentao e as circunstncias especiais

    Captulo 6 Planejando apresentaes.......................................28

    Captulo7 -- Recursos audiovisuais............................................31

    Captulo 8 Tcnicas de apresentao.......................................33

    Captulo 9 Falas circunstanciais..............................................35

    Concluso..................................................................................37

    Referncias................................................................................38

  • Uma breve histria sobre oratria

    Foi em Siracusa que nasceu a arte da oratria. Na antiguidade, Siracusa foi a

    maior e mais importante cidade da Siclia. Entre as runas arquitetnicas, contam-se um

    teatro grego, um anfiteatro romano, o altar-mor de Heron II e a cidadela do sculo IV

    a.C.

    O primeiro manual sobre a retrica surgiu nesta cidade no sculo V antes de

    Cristo. Este manual foi escrito pelos siracusanos Crax e seu discpulo Tsias. Corax

    escreveu a obra para orientar os advogados que se propunham a defender causas de

    pessoas que desejavam reaver seus bens e suas propriedades tomados pelos tiranos.

    Existe uma anedota sobre o aprendizado de Tsias. A histria conta que Tsias se

    recusou a pagar as aulas ministradas pelo seu mestre Corax alegando que, se fora bem

    instrudo pelo mestre, estava apto a convenc-lo de no cobrar. Se este no ficasse

    convencido, era porque o discpulo ainda no estava devidamente preparado, fato que o

    desobrigava de qualquer pagamento.

    A civilizao grega tinha em alta considerao os homens que dominavam a arte

    da oratria. Aristteles, discpulo de Plato, escreveu as bases da oratria em seu

    famoso tratado intitulado: A ARTE DA RETRICA , Aristteles no fazia discursos,

    apenas escreveu sobre o assunto.

    DEMSTENES (384 aC.- 322 aC.) ficou famoso, pois tornou-se o mais

    eloquente orador da Grcia. Superou suas dificuldades naturais, pois era gago. Conta-se

    que Demstenes corria contra o vento recitando versos e colocava pedras na boca para

    aperfeioar sua dico. Sua vida como orador e poltico foi dedicada defesa de Atenas

    (atual capital da Grcia) que se via ameaada por Filipe II da Macednia. Contra o lder

  • macednio, o orador escreveu inmeros discursos que ficaram conhecidos como, por

    exemplo, Flicas 341 aC. O objetivo era conclamar os cidados atenienses e reunir

    foras contra a Macednia antes que fosse tarde demais. (Fonte:

    www.artedefalar.tripod.com/id5.html).

    Demstenes (384 a C. -322 aC.)

  • 1 Parte A boa oratria e seus atributos.

    Introduo

    Por que se tornar um orador?

    Raramente uma pessoa ficaria interessada em dominar a oratria se no estivesse

    consciente dos benefcios que a sua vida teria ao se dedicar ao aprendizado e ao

    aperfeioamento da arte de falar em pblico. Considerando que, como aspirante a

    orador, voc precisar enfrentar situaes de presso e at de nervosismo, como na

    dinmica das situaes em que falar em pblico, no ser difcil deduzir, j neste incio

    de curso, os motivos que o levariam a estudar essa arte to fascinante para tornar-se uma

    pessoa que sabe usar bem a palavra em pblico.

    A campe mundial de oratria pela JCI (Junior Chamber international), sra. Lena

    Souza assegura, em entrevista RBS-TV, que: as pessoas mais influentes do mundo

    so as mais comunicativas. Isso notrio, haja vista o presidente americano Barack

    Obama, considerado pelos americanos como um exmio orador. Alm deste,

    poderamos elencar uma lista com uma srie de outros oradores extremamente

    influentes no Brasil e no Mundo, mas este no o propsito aqui.

    O que, de fato, nos chama a ateno que a oratria sempre foi e, muito

    provavelmente, sempre ser uma ferramenta que pode promover ascenso social em

    vrias dimenses, sejam elas profissionais, polticas e outras.

  • Alm disso, a aquisio da boa oratria pode nos conduzir a aprofundar o

    conhecimento de si mesmo, tornando-nos pessoas melhores, mais humanas e abertas a

    novas ideias e horizontes.

    a partir do conhecimento dos atributos dessa arte maravilhosa, das tcnicas e

    do treinamento amide dessas tcnicas que podemos alcan-la.

    Os atributos mais importantes para que voc domine a oratria so:

    a credibilidade;

    a voz;

    o vocabulrio;

    a expresso corporal;

    a aparncia.

  • Captulo 1

    A credibilidade

    Muitos polticos reconhecem que sua classe no l muito acreditada, por isso,

    sabem que, se quiserem ter alguma chance de vitria, precisaro investir na conquista da

    credibilidade. Da para frente, todo o esforo para desenvolver e aprimorar a

    comunicao, passando pela estrutura da fala, organizao dos recursos de apoio, uso

    adequado da voz, da expresso corporal e at da escolha das palavras para compor o

    vocabulrio mais apropriado, ter como principal objetivo a conquista da credibilidade.

    Calma! Este curso no foi preparado para formar o poltico, mas sim o orador,

    este que estar preparado para falar bem em pblico independentemente de fatores

    polticos em questo. No podemos nos esquecer de que, hoje, a oratria de

    fundamental importncia no s para o poltico, mas para todos os que querem melhorar

    sua prpria vida na sociedade atual.

    Utilizamos os polticos como exemplo porque so eles os que mais aparecem

    nos rdios e televises e, por isso, tornam-se uma importante fonte de estudos sobre a

    oratria. Podemos at aprender bastante, a partir de seus acertos e erros, sobre a arte

    falar em pblico.

    Enfim, sabemos que o atributo credibilidade no responsvel apenas pelas

    conquistas ou fracassos dos polticos: ela pode determinar os rumos da sua carreira e at

    o resultado de seus relacionamentos pessoais. Portanto, o seu grande objetivo como

    orador deve ser transmitir uma informao de tal forma que ela seja aceita pelos

    ouvintes.

  • Assim, saiba que voc s conseguir convencer ou persuadir se transmitir

    credibilidade em sua maneira de falar. Fica evidente que a credibilidade um dos

    fatores fundamentais para o sucesso da comunicao. Por isso, importante saber quais

    os requisitos para conquistar a confiana das pessoas, construir sua reputao como

    orador que inspire respeito, credibilidade e fazer com que a mensagem seja aceita sem

    resistncias.

    Para que voc conquiste credibilidade, falando dentro ou fora dos parlatrios,

    precisar de pelo menos seis requisitos fundamentais:

    Naturalidade: a mais importante qualidade da oratria. No existe

    tcnica em comunicao por mais elaborada que seja mais relevante que a

    naturalidade. Voc precisa ser um orador natural e espontneo. Agora, veja: ser

    natural, no entanto, no significa, por exemplo, levar para o auditrio os erros e

    as negligncias da comunicao deficiente, como a pronncia incorreta das

    palavras.

    Emoo e envolvimento: alm da naturalidade, voc precisa falar

    com disposio, com energia, com envolvimento, com emoo. Como

    convencer o pblico se nem mesmo voc mostrar interesse no que diz? Revele

    sua emoo no entusiasmo com que abraa o seu discurso.

    Gerry Spence, advogado americano que, em mais de quarenta anos,

    nunca perdeu uma nica causa criminal, diz em sua obra Como argumentar e

    vencer sempre (1995) o seguinte:

    Concentradas em seus sentimentos, as pessoas que esto dizendo a verdade falam

    com o corao, que incapaz de compor precisamente o raciocnio linear de um crebro

    laborioso. E ao ouvir o que expresso pelo corao, o ouvinte tambm levado a ouvir com o

    corao.

  • Imagem bem construda: na poltica pode haver a possibilidade

    de uma gama de marqueteiros trabalhando para a construo da imagem do

    poltico perante a sociedade. O orador, por sua vez, deve estar ciente que,

    independentemente de marqueteiros, ele tem que gerenciar seu prprio

    marketing pessoal, construindo e preservando a boa imagem, ancorada na

    honestidade, na justia, no respeito, na honra, na tica, bem como em todos os

    bons valores sociais e individuais.

    Conhecimento e autoridade sobre o assunto: a sua credibilidade

    como orador est intimamente relacionada ao conhecimento que voc demonstra

    ter sobre o assunto pela forma como se expressa. Empenhe-se para ter muito

    mais informaes do que aquelas que voc necessitar em sua exposio. Leia,

    estude, pesquise, se possvel - entreviste outras pessoas mais experientes que j

    tratam do tema de sua exposio. Prepare-se com antecedncia e durante o maior

    tempo possvel sobre a ideia que ir defender em seu discurso. Prepare-se da

    melhor maneira que puder para fazer a apresentao. Ensaie todos os detalhes,

    teste os equipamentos que pretende utilizar, enfim, no deixe nada ao acaso.

    Confiana: a confiana em si mesmo instala-se quando

    superamos a barreira do medo. De acordo com Lena Souza (2011), a fisiologia

    do medo caracterizada por uma descarga de adrenalina que pode fazer as

    pernas tremerem, as mos suarem, o corao bater mais forte etc. E diz ainda

    que: ningum perde medo e, sim, o vence. E o medo como o sal, na dose certa,

    ele nos muito importante, inclusive essa adrenalina do medo pode ser

    convertida em favor do orador.

    Ento, como vencer o medo de falar em pblico, como convert-lo em

    algo favorvel?

  • Antes de respondermos a essa pergunta, vale atentar para o fato de que as

    pessoas, na verdade, no tem medo de falar em pblico, elas tm medo de errar

    em pblico e, consequentemente, sentirem-se ridicularizadas por isso.

    Considerando isso, fundamental observarmos, primeiramente, todos os

    requisitos da credibilidade que temos falado at aqui, sobretudo, o conhecimento

    do assunto a ser abordado pelo orador. Isso confere mais segurana ao orador.

    Enfim, continuando a resposta da pergunta, uma grande tcnica utilizada

    por muitos oradores a de no iniciar a palestra indo logo ao assunto.

    Geralmente, os grandes oradores iniciam sua palestra tentando conquistar o

    pblico, elogiando ou valorizando a plateia. Tambm, neste momento, articulam

    comentrios ligados a fatos importantes ocorridos no dia ou prximo ao dia de

    sua palestra, no intuito de chamar mais ateno da plateia. Enquanto faz isso, o

    medo vai sendo vencido, a descarga de adrenalina vai diminuindo e o orador

    utiliza a nova sensao como fonte de energia positiva para a emoo com a qual

    pretende envolver a plateia. Esse ponto ser retomado quando falarmos da

    apresentao. (detalhe: inserir vdeos de oradores iniciando seu discurso)

    Alm das tcnicas j comentadas aqui para vencer o medo de falar em

    pblico, h, tambm, outras duas de grande relevncia:

    1 Pratique e adquira experincia

    Aproveite todas as oportunidades para falar em pblico, dentro ou fora

    do parlatrio. Tome a iniciativa de falar, faa perguntas nas palestras a que

    assistir, aceite convites para expor trabalhos universitrios, apresentar oradores,

    dar avisos, enfim, sempre que tiver chance de falar em pblico, mesmo que se

    sinta constrangido, v em frente e fale. Voc precisa de prtica para ter

    segurana para combater o medo.

  • 2 Identifique suas qualidades

    Ns temos, geralmente, muita competncia para identificar nossos

    defeitos, mas dificilmente conseguimos enxergar nossas qualidades. Por isso,

    aprenda a conhecer suas qualidades. Veja se voc tem boa voz, bom

    vocabulrio, boa expresso corporal, presena de esprito, humor, raciocnio

    bem ordenado, enfim, descubra suas qualidades de comunicao e, a partir delas,

    encontre segurana para falar.

    Coerncia: a coerncia est diretamente ligada concatenao

    lgica do discurso, ou seja, a articulao da sequncia de ideias veiculadas no

    discurso. O orador no pode desenvolver um discurso em que comece com a

    defesa de uma ideia e, depois, um pouco mais a frente, argumente negativamente

    contra essa mesma ideia. Isto , no mnimo, um grave erro de incoerncia.

    Cuidado, pois as pessoas, depois de passarem muito tempo falando, podem

    perder a clareza do que esto dizendo, em virtude do cansao, e, por

    consequncia, podem ser mal interpretadas. Portanto, a clareza no que se diz

    deve acompanhar a coerncia lgica das ideias veiculadas no discurso, ainda que

    este seja demorado. A prtica de boas leituras um bom exerccio de

    treinamento da coerncia.

  • Captulo 2

    A voz

    No estudo da voz sero analisados os seguintes itens:

    A voz do orador;

    O funcionamento do aparelho fonador;

    A boa pronncia das palavras;

    O sotaque;

    O uso do microfone.

    A voz do orador

    Para se tornar um bom orador, uma bela voz pode ser uma caracterstica muito

    importante, porm a bela voz no se constitui como uma condio necessria. Haja vista

    o maior orador da histria, Demstenes, que, inclusive era gago. Como temos visto at

    aqui, h uma srie de outros fatores que caracterizam a boa oratria e que esto para

    alm de uma esttica da voz.

    Grosso modo, no s pessoas com voz bonita que podem se tornar bons

    oradores. O que, de fato, fundamental no uso da voz pelo orador reside na boa

    articulao das palavras em consonncia com a boa articulao do discurso inteiro. Esta

    habilidade pode ser adquirida com treino.

    Em casos muito graves de dico, recomenda-se a consulta ao profissional da

    fonoaudiologia, que possa tratar do caso em questo. No mais, h problemas de dico

    que no implicam necessariamente no discurso do orador, desde que ele esteja

  • consciente de sua dico e a tenha treinado e exercitado, com o objetivo de no permitir

    que ela comprometa a mensagem. Para melhorar o domnio e a conscincia da prpria

    voz importante conhec-la melhor.

    Geralmente, as pessoas no gostam da prpria voz ao ouvirem-na produzida em

    uma gravao. Quando uma pessoa ouve sua prpria voz gravada, alm de no gostar,

    estranha tanto o som que costuma at afirmar que no ela quem est falando, ou,

    ainda, chega a colocar em dvida a qualidade do gravador.

    Essa opinio ocorre porque, quando falamos, escutamos o som da voz dentro da

    cabea com toda a ressonncia produzida pelos ossos. Entretanto, as outras pessoas e,

    obviamente, o gravador captam a vibrao de uma onda de ar, isto , um som diferente

    do que estamos acostumados a ouvir. Com o tempo, a pessoa vai se familiarizando com

    o som da prpria voz gravada e passa a aceit-la com naturalidade.

    O funcionamento do aparelho fonador

    O aparelho fonador e respiratrio

    completo.

  • O ar expirado dos pulmes passa pela traqueia at chegar laringe, onde o som

    produzido.

    As pregas vocais (popularmente conhecidas como cordas vocais), localizadas na

    laringe, possuem papel preponderante na produo da voz. So duas as pregas vocais

    utilizadas na fonao, constitudas de msculo e mucosa.

    O som produzido pelas pregas vocais ressoa ento pela faringe (a laringe

    tambm participa desse processo, pois, com a passagem do ar, as pregas se aproximam e

    vibram, produzindo um som primrio, pela cavidade bucal e nasal).

    Finalmente, entra em funcionamento a ltima parte do aparelho fonador os

    articuladores. Depois que o som ressoa, ele articulado para a formao das palavras.

    Participam do processo de articulao os palatos (palato mole, localizado na parte

    posterior da boca, e palato duro, frente), a lngua, os dentes, os lbios e a mandbula.

    Pronuncie bem as palavras

    Tenho observado que, quase sempre, as pessoas pronunciam as palavras de

    forma incompleta por simples hbito ou negligncia. Como so compreendidos pelos

    familiares, amigos e por outras pessoas de seu relacionamento mais prximo,

    acomodam-se e passam a omitir sons de slabas e at de palavras inteiras.

    Pronuncie bem as palavras, dessa forma, voc atingir dois objetivos: ser mais

    bem compreendido e aumentar sua credibilidade. Para atingir este objetivo, observe

    estas dicas de exerccios para melhorar a pronncia das palavras:

  • 1. Colocar um obstculo na boca (dedo, lpis ou outros) e ler um

    texto, procurando articular as palavras da melhor forma que puder.

    2. Prenda o obstculo entre os dentes sem imprimir muita fora,

    apenas o suficiente para que ele no escape.

    Ficou famoso o caso de um governador de So Paulo que, desejando resolver

    rapidamente seu problema de dico, fez com tanta fora exerccios com um lpis na

    boca que acabou quebrando um dente.

    Faa o exerccio todos os dias, de dois a cinco minutos, com o auxlio de textos

    de jornais, revistas ou livros e de um gravador. mais importante que voc faa por

    pouco tempo todos os dias do que se dedicar por horas a fio apenas de vez em quando.

    Em lngua portuguesa, os sons que as pessoas mais suprimem quando esto

    descontradas so o do r e o do s no final das palavras. Exemplo: a palavra bar

    geralmente pronunciada sem o r, como se fosse b. A palavra mesas tambm

    quando pronunciada, muitas pessoas acabam falando as mesa, e assim segue o costume.

    Quando repetimos hbitos cotidianos como esses diante de uma plateia, ela pode no

    nos compreender bem. Portanto, procure pronunciar bem todas as palavras, sobretudo, o

    r e s finais.

    Alm dos exerccios j comentados, um outro excelente consiste em fazer uma

    relao de substantivos com terminaes em ar, er, ir e or e uma outra relao com os

    verbos na mesma terminao. Como r final dos substantivos mais fcil de ser

    pronunciado no costume dos brasileiros, gradativamente o exerccio ir gradativamente

    lhe proporcionar habilidade semelhante para pronunciar o r final dos verbos.

  • Exemplo:

    Substantivos verbos

    terminados em ar terminados em ar

    Mar falar

    Gilmar julgar

    Lugar ganhar

    Bar processar

    Pomar participar

    Ainda em se tratando de pronncia, devemos atentar para o volume de voz, que

    deve se ajustar de acordo com as circunstncias, e para a velocidade com que

    pronunciamos as palavras, que no deve ser nem to rpido nem devagar.

    O orador deve controlar o volume e a velocidade da voz, sintonizando-os de

    acordo com as circunstncias, sem agredir o seu modo de ser e sempre pautado pela

    naturalidade de sua fala.

    O que fazer com o sotaque

    Antes de falar sobre sotaque, observemos o seguinte:

    O linguista Marcos Bagno (1997) assegura que o uso de uma linguagem

    diferente nem sempre pode ser considerado um erro de portugus. Isso quer dizer que

    todos passam por situaes informais no nosso cotidiano em que no falaremos de

    acordo com a norma culta defendida pela gramtica tradicional, por exemplo, conversa

  • em famlia, com os amigos. No entanto, devemos atentar, ao falarmos em pblico, para

    o uso da norma culta da lngua portuguesa, j que se trata de uma situao formal.

    No nos esqueamos de que a norma culta da lngua portuguesa aquela

    ensinada nas escolas, nas universidades e defendida pela gramtica tradicional com o

    objetivo de uniformizar o uso da lngua. Esta uniformizao da lngua possibilita, assim,

    as relaes de pessoas em situaes formais como um advogado diante de um juiz, um

    recado para um chefe, uma certido de casamento, um estudante fazendo um concurso,

    entre outras. Imagine se todo mundo escrevesse do jeito que quisesse? Possivelmente,

    haveria muito desentendimento e mal-entendidos entre as partes envolvidas.

    Agora, o sotaque:

    O sotaque pode ser entendido como um conjunto de marcas sonoras que

    caracterizam o uso da linguagem de uma determinada regio, ou comunidade de fala.

    Por exemplo: o s final das palavras pronunciado pelos cariocas com um som

    diferente do utilizado pelos paulistas. Grosso modo, o s final dos cariocas chiado,

    enquanto o dos paulistas mais sibilado.

    Muitas vezes as pessoas no tem conscincia de seu sotaque e nem mesmo da

    influncia da cultura local em seu jeito de pensar e de falar. Outras pessoas, de outras

    regies, podem reconhecer e identificar, atravs de seu sotaque e da forma como voc

    usa a lngua, as influncias da cultura de sua terra natal no seu jeito de falar e de pensar.

    Mas isso no motivo para se preocupar tanto. O sotaque no constitui

    necessariamente um problema para oratria, desde que no comprometa a pronncia das

    palavras, tornando-as ininteligveis.

    Antigamente, muitos cursos de oratria recomendavam ao aluno a mudana de

    sotaque, pois viam o sotaque de determinados locais de forma preconceituosa. Isso

  • decorria de uma viso etnocntrica, que aquela em que julgamos todas as sociedades e

    culturas baseadas nos valores, costumes e normas da nossa prpria sociedade.

    Hoje, com o avano da lingustica, ou seja, a cincia da linguagem, novas vises

    em torno do sotaque foram construdas e, com base nisso, podemos afirmar que a

    mudana de sotaque no mais recomendada. Ademais, a mudana forada do sotaque

    pode gerar um efeito de artificialidade.

    O orador nordestino no precisa usar sotaques do sul, ou do sudeste, e vice-

    versa; na verdade, ele pode preservar seu sotaque nos discursos, pois isto facilita a

    naturalidade de sua fala, que, como vimos, de extrema importncia para a

    credibilidade.

    Por outro lado, o orador deve procurar conhecer melhor seu sotaque e a

    influncia de sua cultura local no seu jeito de pensar e de falar. Deve tambm sondar se

    seu sotaque suprime ou enfatiza demais determinados fonemas das palavras,

    prejudicando a compreenso. Com isso, no advogamos aqui a mudana de sotaque,

    porm a observncia do poder de supresso ou de nfase desse sotaque que, dependendo

    do seu grau, dificultaria a compreenso por pessoas de sotaques diferentes.

    Os exerccios de que falamos anteriormente so timas ferramentas para a

    pronncia, o que, por sua vez, ao serem praticados, refletem-se no equilbrio do poder

    de supresso ou de nfase do sotaque.

    Como usar bem o microfone

    Ao aprender a usar corretamente o microfone, voc aproveitar o seu potencial e

    o transformar em timo colaborador para a sua voz e para sua comunicao.

  • Cada tipo de microfone tem sua sensibilidade e requer uma distncia apropriada

    da boca para ser bem aproveitado. De maneira geral, no deixe o microfone muito

    baixo, porque dessa forma ele no captar convenientemente o som da sua voz. Por

    outro lado, se o deixar muito prximo da boca, alm de estourar o som, ele poder se

    transformar em obstculo entre voc e o pblico, impedindo que os ouvintes vejam o

    seu semblante.

    Como foi dito, cada microfone deve ser usado a uma distncia apropriada, mas,

    como orientao geral, necessrio ser mantido o microfone a uns dez centmetros da

    boca. A partir desse ponto, voc ir se aproximar ou se afastar, de acordo com a

    sensibilidade.

    Observe os seguintes itens relacionados ao uso do microfone:

    Como usar microfones colocados em pedestais;

    Como segurar o microfone;

    Como usar microfones de lapela.

    Microfones colocados em pedestais

    Os microfones colocados em pedestais, apesar de antigos, ainda so muito

    usados. Seus suportes, de maneira geral, possuem trs mecanismos de ajuste: dois para

  • levantar ou abaixar a haste e regul-la de acordo com a altura do orador e outro, no

    prprio local onde eles so encaixados, para posicion-los com facilidade na distncia

    mais apropriada da boca.

    Os pedestais de mesa ou usados nos tribunais normalmente possuem uma haste

    flexvel, que permite o melhor posicionamento do microfone quando a dobramos para

    frente ou para trs. No caso de a haste ser rgida, tome o cuidado de trazer todo o

    pedestal para perto de voc.

    Sempre que tiver oportunidade, treine como os mais diversos tipos de pedestais

    de microfones disponveis a fim de no se atrapalhar quando precisar us-los. A sua

    segurana para se comportar diante desses mecanismos poder conquistar pontos

    positivos diante da plateia.

    Como segurar o microfone

    Os cuidados para segurar o microfone so os mesmos que se recomendam

    quando colocados em pedestal.

    Ao segur-lo, faa do seu brao uma espcie de pedestal. O brao cuja mo

    segura o microfone ficar imvel, para que este no se afaste da boca e possa captar

    bem o som, enquanto o outro estiver sendo utilizado para a gesticulao.

  • No se comporte como alguns oradores que, ao optarem por segurar o

    microfone, no entusiasmo de sua exposio se esquecem do aparelho e acabam usando

    os dois braos para gesticular, impedindo, assim, que as pessoas ouam as palavras.

    Para posicionar bem o microfone, basta estender o brao ao longo do corpo e,

    em seguida, dobr-lo, levantando a mo para que se aproxime da boca. Dessa forma,

    voc encontrar a distncia apropriada.

    Microfone na lapela

    O microfone de lapela outro tipo til e o mais indicado, sobretudo quando voc

    precisar ou puder se movimentar na frente do pblico. Esses pequenos microfones, que,

    em sua maioria, possuem grande campo de ganho, captam o som da voz a distncias

    maiores. Contam com dispositivos para prend-los na lapela do palet.

    Quando estiver com um microfone de lapela, tome cuidado para no fazer

    comentrios que no desejar que o pblico oua, pois, por mais baixo que voc fale,

    sempre haver o risco de o pblico ouvir.

    Procure no falar quando se abaixar. Isso no caso de voc utilizar o microfone de

    lapela para fazer uma apresentao que exija que se abaixe com frequncia para

    consultar anotaes ou teclado do computador colocado em mesa baixa. Tal cuidado

    deve ser tomado porque a boca estar muito prxima do microfone e provocar

    alteraes no volume do som, o que pode ser irritante para os ouvintes.

  • Captulo 3

    O vocabulrio

    Quanto mais amplo e abrangente for o vocabulrio, mais pronta, desenvolta e

    segura ser sua comunicao. Se voc possuir um extenso vocabulrio e encontrar

    palavras com facilidade para identificar seus pensamentos, estar contando com uma

    poderosa arma para ser vitorioso em qualquer rea profissional, sobretudo, na oratria.

    Como ampliar o vocabulrio

    Ampliar o vocabulrio no significa apenas descobrir novas palavras, mas

    tambm, e, sobretudo, fazer uso das que j foram aprendidas e que, por qualquer razo,

    no se incorporaram comunicao ativa.

    Para que uma palavra passe a participar do seu vocabulrio ativo, siga seguintes

    passos:

    Leia bastante: revistas, jornais, bons livros etc;

    Anote a palavra que voc no conhece ou de cujo significado

    tenha dvida;

    Recorra a um dicionrio para estud-la;

    Construa algumas frases diferentes, incluindo o novo termo

    aprendido;

    Use-a na primeira oportunidade, escrevendo ou conversando;

    Procure aplic-la em outras ocasies para que se incorpore

    definitivamente ao seu vocabulrio.

    O processo pode ser cansativo, mas a recompensa valer a pena.

  • O palavro e a gria

    O palavro e a gria devem ser evitados pelo orador.

    Alguns imaginam, ingenuamente, que, falando palavres e grias, estaro

    projetando uma imagem descontrada e natural. Ao contrrio, as pessoas que se

    expressam com esse tipo de vocabulrio em pblico, com o passar do tempo, podero

    ter sua imagem desgastada, deteriorada e, como consequncia, corre o risco de

    enfraquecer e prejudicar a prpria credibilidade.

    Os termos incomuns

    Um vocabulrio desleixado, com excesso de repeties e de expresses sem

    consistncia como dizer essa coisa ou esse negcio para designar qualquer tipo de

    informao ou objeto - por mais que seja suficiente para comunicar uma mensagem,

    mostrar falta de preparo e de formao intelectual do orador e poder enfraquecer sua

    credibilidade.

    Por outro lado, se voc for um orador que fala com um vocabulrio amplo e

    repleto de termos incomuns, pouco usados, por causa deste uso de termos rebuscados

    correr o risco de no ser compreendido.

    O vocabulrio tcnico

    Cada atividade profissional possui um vocabulrio prprio, composto por termos

    tcnicos, que identificam seu assunto especfico e facilitam a comunicao entre aqueles

    que atuam na mesma rea.

  • Cuidado! No use vocabulrios prprios de determinadas profisses diante de

    pessoas que no estejam familiarizadas com tais termos, pois estar cometendo um erro

    de comunicao e correndo o risco de prejudicar o resultado da sua apresentao.

    O vocabulrio a ser utilizado para uma plateia heterognea, isto , composta por

    pessoas de distintas reas, o vocabulrio da norma culta da lngua portuguesa que

    dever ser utilizado e no o vocabulrio tcnico de profisso A ou B.

    O chavo e as frases vulgares

    Com o excesso de uso ou por serem muito populares, algumas frases foram se

    desgastando e perdendo o impacto que poderiam provocar nos ouvintes.

    Antes de usar uma frase feita, analise se ela provocar o efeito que voc deseja.

    Coloque-o no lugar do ouvinte e imagine algum empregando a mesma expresso.

    Como voc reagiria?

    Os tiques e os vcios

    Os tiques e vcios da linguagem devem ser evitados. Os mais comuns so a

    repetio constante do a, o n e o t no final das frases, e os irritantes

    , e humm colocados durante as pausas.

    Em casos mais graves, encontramos at grandes expresses no final de cada

    frase. Nessa categoria, temos os conhecidos voc t me entendendo?, t

    compreendendo? Observe se esses rudos no esto presentes na sua comunicao e

    trabalhe rapidamente para elimin-los, pois podem desviar a ateno dos ouvintes e

    comprometer seu discurso.

  • Captulo 4

    A expresso corporal

    A expresso corporal, juntamente com a voz e a palavra, responsvel pelo

    transporte de mensagem do orador aos ouvintes. Embora cada um desses condutores

    tenha a sua importncia prpria e a falta ou deficincia de um deles possa comprometer

    todo o processo de comunicao, o papel da expresso corporal ainda mais evidente.

    Um estudo realizado pelo psiclogo Albert Melhrabaian concluiu que a

    transmisso da mensagem do orador para os ouvintes tem a influncia de 7% da palavra,

    38% da voz e 55% da expresso corporal. Vemos, assim, que os movimentos do corpo,

    o jogo fisionmico, o olhar e os gestos so fatores muito importantes no processo de

    comunicao.

    No estudo da expresso corporal sero observados os seguintes itens:

    O cuidado com as regras;

    O processo natural da gesticulao;

    Os dois maiores erros da gesticulao;

    Atitudes desaconselhveis;

    A boa expresso corporal para falar;

    A maneira de como falar sentado.

    O cuidado com as regras

    Orador, tenha muito cuidado com as regras criadas para orientar a postura e a

    gesticulao. Lembre-se de que no so leis que precisam ser seguidas e respeitadas

  • sempre. Elas so teis e podem ser observadas como orientao geral de

    comportamento, mas nunca tomadas como norma a ser seguida obrigatoriamente em

    todas as ocasies.

    Uma atitude desaconselhada pela regra de expresso corporal a determinada

    circunstncia poder ser recomendada para outra, com resultados positivos. Por

    exemplo, todos ns sabemos que no se deve colocar a mo no bolso durante a

    apresentao. Embora a regra seja clara nesse sentido, em algumas situaes voc

    poder, sem comprometer a comunicao, adotar esse comportamento, que constituir

    at uma atitude positiva diante do pblico, desde que por pouco tempo e de maneira

    natural.

    O processo natural da gesticulao

    Observe como voc e o seus colegas gesticulam quando esto conversando

    descontraidamente. O gesto obedece a um processo natural, isto , ocorre antes da

    palavra ou junto com ela, no depois.

    Quando voc pensa no que vai falar, assim que a ideia aparece, ela emite uma

    ordem para o seu corpo que imediatamente obedece com o movimento depois que

    ir pronunciar as palavras.

    Se voc pensar na ao de afastar, por exemplo, movimentar o brao no sentido

    lateral com a palma da mo voltada para fora, como se estivesse afastando algo, e, em

    seguida, comunicar a mensagem com as palavras Eu afastei.

    Os dois maiores erros da gesticulao

    Entre todos os erros que poderiam ser apontados na gesticulao dos oradores,

    os dois maiores so:

  • A ausncia de gestos;

    O excesso de gesticulao.

    Seja moderado, no deixe de gesticular, como se estivesse com os braos duros,

    mas tambm no cometa excessos.

    Atitudes desaconselhveis

    De maneira geral, no fale com as mos no bolso ou nas costas, com os braos

    cruzados, apoiados o tempo todo sobre a mesa, a tribuna ou a haste do microfone. Evite

    os gestos abaixo da linha da cintura ou acima da linha da cabea.

    No se apresente com uma postura humilde, de algum derrotado, nem com

    prepotncia, com ar arrogante.

    No se movimente diante do pblico de maneira desordenada, de um lado para o

    outro, sem objetivo. No abra demasiadamente as pernas, tambm no as feche muito

    para no perder o equilbrio, nem fique apoiado com o corpo de maneira deselegante,

    ora sobre uma perna, ora sobre a outra. Tenha um motivo para no ficar com as pernas

    em uma postura rgida, parecendo uma esttua.

    Diante do pblico, observe os gestos involuntrios, como coar a cabea, segurar

    a gola da blusa ou do palet, mexer na aliana, na pulseira, distrair-se com um lpis ou

    caneta e tantos outros movimentos inconvenientes.

    A boa expresso corporal

    Cada pessoa tem o seu jeito de ser e uma maneira prpria de se comportar. Os

    gestos e a postura usados por um orador nem sempre sero os mais indicados para

  • outro. Existe, entretanto, uma linha de comportamento a ser sugerida para a maioria dos

    casos e adaptada de acordo com as caractersticas de cada profissional.

    Para desenvolver uma boa expresso corporal, observe as seguintes orientaes:

    Faa um gesto para cada informao predominante;

    No tenha pressa de voltar posio de apoio;

    Gesticule com os braos acima da linha da cintura;

    Faa o movimento a partir do ombro;

    Varie os gestos;

    Varie a posio de apoio;

    Marque o ritmo de fala com os braos na frente do corpo;

    Estabelea um sincronismo harmonioso entre o gesto, a voz e a

    mensagem;

    Posicione-se naturalmente sobre as duas pernas;

    Use o semblante para se comunicar com mais expressividade;

    Olhe para os ouvintes.

    Como falar sentado

    Embora falar em p seja a atitude recomendvel para um orador, pois, assim,

    normalmente, ter mais poder e domnio sobre os ouvintes, no existe regra que o

    obrigue a falar sentado ou em p. Isso depender da circunstncia e do ambiente em que

    se encontrar.

    Ao falar sentado, evite cruzar os ps em forma de X embaixo da cadeira,

    porque essa postura poder demonstrar que voc est se sentindo pressionado e no

    muito vontade naquele local.

  • Tambm no estique as pernas para se estirar na cadeira, porque essa uma

    atitude negligente, desaconselhvel para um orador, que pode erguer uma barreira entre

    voc e o pblico.

    Posicione-se com os dois ps no cho. Essa postura projeta uma imagem segura

    e d condies para que voc se movimente com o tronco com mais liberdade nos

    momentos em que quiser transmitir convico sobre as informaes comunicadas, ou

    colocar mais nfase em determinada mensagem.

    Outra postura recomendada para quando estiver sentado cruzar uma das pernas

    sobre a outra encostando as coxas. Alm de elegante, possibilita tambm a inclinao do

    tronco quando for necessrio e indicada, principalmente, para falar sem uma mesa

    frente.

    As oradoras podero contar ainda com mais duas posies das pernas quando

    estiverem sentadas: uma delas cruzar os ps em forma de X, com um deles apoiado

    com a ponta no cho e sustentando, por trs, o outro, que ficar suspenso.

    As pernas devero se manter encostadas uma outra e colocadas prximo ao p

    da cadeira que estar do lado da perna apoiada no cho. A outra opo de postura

    disponvel para a oradora seria: cruzar as pernas puxando-as para o lado da perna que

    est apoiada no cho.

    Para falar sentado, o gesto obedece mesma orientao dada para falar em p.

    Faa o gesto e mantenha-o por mais tempo, antes de voltar posio de apoio, pois,

    nessa circunstncia, o excesso de movimentos dos braos mais facilmente percebido.

    Durante a gesticulao, procure manter os braos pouco acima da linha da

    cintura, pois os gestos amplos, com as mos passando na frente do rosto, so geralmente

    desaconselhveis nessa circunstncia.

  • Observe tambm se no est incorrendo neste erro muito comum: apoiar os

    cotovelos nos braos da cadeira e fazer gestos o tempo todo s com o antebrao.

    Quando seus braos no estiverem em movimento, use os braos da cadeira

    como apoio. Se ela no os tiver, poder pr as mos sobre as pernas.

    Para falar em p, conveniente que os oradores abotoem o palet, a fim de

    manter uma aparncia mais elegante. Sentados, entretanto, essa preocupao

    desnecessria, pois o palet aberto, nessa posio, alm de no prejudicar a elegncia,

    lhes dar geralmente mais liberdade de movimentos. As oradoras no precisam ter essa

    preocupao, pois, de maneira geral, ficam elegantes independentemente de o casaco

    estar aberto ou fechado.

    Captulo 5

    A aparncia

    Leonel Brizola, que governou dois importantes Estados brasileiros, o Rio

    Grande do Sul e o Rio de Janeiro, usou um velho ditado popular para definir uma de

    suas teses: tem couro de jacar, tem rabo de jacar, tem dente de jacar, ento como

    no jacar?.

    A lio deixada com um bom humor pelo velho caudilho foi muito clara: as

    pessoas nos tomam por aquilo que parecemos ser. E, talvez, no exista nada melhor para

    falar sobre uma pessoa do que sua roupa. O vesturio fala, como nos diz Umberto Eco

    (filsofo, escritor, linguista e professor da Universidade de Bolonha), na obra

    Psicologia do vestir. Pelos trajes que voc usar, os ouvintes tero uma boa ideia do tipo

    de orador que voc e, antes que comece a falar, j tero formado uma opinio a seu

    respeito. A roupa, assim como a linguagem verbal, parte importante do universo

    vastssimo da comunicao. Dessa forma, o traje precisa corresponder sua identidade e

    s expectativas que as pessoas tm a seu respeito.

  • Nosso objetivo no dar receitas de como se tornar um orador mais elegante a

    partir das roupas que fazem sucesso dentro e fora das passarelas. Essa uma arte que

    exige competncia especializada e h inmeros livros escritos por profissionais

    experientes tratando do tema. Neste captulo, pretendo orient-los a respeito da escolha

    da roupa mais apropriada quando precisar falar em pblico. Voc ver que so conceitos

    bastante simples, mas que iro ajud-lo a se vestir de forma correta, aumentando ainda

    mais suas chances de sucesso diante da plateia.

    Como disse, a aparncia tambm fala. Na escolha da roupa, observe tudo: a

    relao entre voc e a roupa, os sapatos, o corte do cabelo, os culos e todos os

    acessrios que constituem a sua aparncia. Isso deve ser feito considerando sempre o

    seu bem-estar e a impresso que estar causando nos ouvintes.

    A roupa precisa ser vistosa e atraente. No deve, porm, chamar mais ateno do

    que voc mesmo. Sentir-se bem com a roupa que est usando e preservar o prprio

    estilo to importante quanto vestir-se de acordo com a poca e a circunstncia.

    2 Parte Tcnicas de apresentao e as circunstncias especiais

    Captulo 6

    Planejando apresentaes

    Se o orador no souber organizar o seu pensamento de forma concatenada, ou

    seja, organizada, poder passar a ideia de despreparo, falta de competncia e no

    atingir os objetivos a que se disps. Infelizmente, possvel observar, at mesmo nos

    tribunais, oradores como alguns advogados que at conhecem bem a rea do Direito em

    que atuam, mas que no conseguem organizar o raciocnio de maneira lgica e

    ordenada.

  • Por isso, este captulo mostrar como voc, atuando como orador, deve

    estruturar a mensagem nas mais diversas ocasies. Veja, a seguir, quais so os passos

    principais em todas as circunstncias, bem como os critrios para organizar com

    eficincia a ordem dos argumentos durante o exerccio do discurso.

    Inicie com os cumprimentos

    Os cumprimentos se do de acordo com a formalidade da circunstncia, podendo

    ser um simples senhoras e senhores, os termos formais excelncia e

    Excelentssimo ou at uma referncia completa aos componentes de uma mesa

    diretora.

    Conquiste

    Depois dos cumprimentos iniciais, procure conquistar aqueles a quem dirigir a

    palavra. o momento apropriado para despertar a ateno e o interesse dos ouvintes,

    quebrar as possveis resistncias e angariar simpatia. Veja algumas formas

    recomendveis para iniciar e alcanar esses objetivos:

    Elogiar ou valorizar a plateia (agradea a presena das pessoas

    uma forma simples e eficiente de iniciar). Este um bom recurso para ser usado

    especialmente em palestras, ou proferidos nos encontros sociais ou profissionais;

    Usar uma frase que provoque impacto. Faa isso principalmente

    quando os ouvintes estiverem apticos ou indiferentes.

    Prometer a brevidade do discurso, dependendo das circunstncias,

    cabe perfeitamente, sobretudo, em ocasies em que as pessoas no podem

    assistir ao discurso por muito tempo.

    Valer-se de um fato bem-humorado. Mas cuidado com exageros!

  • Podemos tambm dispor da seguinte estrutura a ser articulada com a conquista:

    Contar uma pequena histria interessante;

    Levantar uma reflexo;

    Mostrar os benefcios do assunto.

    Informe sobre o que vai falar

    Apresente aos interlocutores o assunto a ser tratado.

    Indique as partes que pretende cumprir no desenvolvimento do assunto

    Para que a sequncia da sua mensagem seja compreendida com maior facilidade,

    divida o assunto que ir desenvolver em trs ou quatro partes e, em seguida, comente

    com brevidade quais so essas etapas que pretende cumprir.

    Faa um retrospecto ou levante um problema relacionado com o tema

    Se voc pretender dar soluo a um problema, deve explicar antes qual o

    problema. Por exemplo, se, numa reunio com os profissionais de sua rea de trabalho,

    voc tivesse de propor a soluo para determinado problema, seria natural que, antes de

    mostrar os argumentos de que dispe para formular a proposta de soluo, esclarecesse

    qual o problema existente. fcil deduzir que a proposta de soluo s seria

    devidamente compreendida pelos ouvintes se eles estivessem devidamente inteirados

    sobre questo analisada. Se o seu objetivo for falar sobre algum assunto atual, deve

    ajudar todos a compreender melhor o tema fazendo antes um retrospecto, mostrando

    como foi que os fatos sucederam.

  • Apresente o assunto com argumentos e de forma concatenada

    Depois da fase de preparao, comece a desenvolver o assunto dando a soluo

    ao problema apresentado, ou mostrando o tema da atualidade. Para isso, voc poder

    usar exemplos, lanar mo de estatsticas, fazer comparaes, mostrar estudos tcnicos

    ou cientficos. Caso seja necessrio, conte uma histria real ou fictcia, como fbulas ou

    parbolas para ilustrar o que acabou de dizer, para tornar a exposio mais agradvel e

    facilitar a compreenso da mensagem.

    O cuidado com excessos na argumentao

    No momento em que defender uma ideia, utilize com habilidade os argumentos

    que tiver disposio, mas tome cuidado para no se apaixonar de forma demasiada por

    um deles. Se voc exagerar no uso de um argumento para defender uma ideia, correr o

    riso de repeti-lo tantas vezes que acabar por enfraquec-lo. Devido ao cometimento

    desse deslize, voc impelido a repeti-lo muitas vezes. Essa postura d a entender aos

    ouvintes que estava apoiado por uma razo que eles no estavam conseguindo enxergar.

    Um bom argumento no precisar de muitas repeties para que possa ser

    notado, pois, ao ser citado, todos percebero sua importncia. No momento, apropriado,

    se sentir necessidade de repeti-lo conveniente que procure usar palavras diferentes,

    como se estivesse analisando a ideia por um ngulo distinto.

    Outro cuidado importante na exposio de um argumento forte e poderoso

    prepar-lo adequadamente antes de ser apresentado. Deve ser como uma fruta pronta

    para ser colhida. Se for apanhada antes do tempo, estar verde e sem condies de ser

    consumida. Se, ao contrrio, permanecer por tempo muito prolongado no p e ficar

    madura demais, tambm no poder mais ser aproveitada.

  • Essa preparao no dever ser apenas do argumento dentro da mensagem, mas

    principalmente com relao aos ouvintes, que precisaro estar prontos para receb-lo no

    instante mais apropriado. Talvez fosse possvel afirmar que to importante quanto o

    peso de um argumento o momento de apresent-lo e a maneira moderada como ser

    repetido.

    Captulo 7

    Recursos audiovisuais

    Nas circunstncias em que o orador possa dispor de recursos audiovisuais,

    recomenda-se que sejam usados, pois estes podem lhe servir como grandes auxiliares

    para a transmisso da mensagem. Os recursos audiovisuais, quando bem trabalhados,

    podem tornar a mensagem mais consistente, ajudando o ouvinte a fixar contedos com

    mais facilidade.

    Cuidado com exagero

    A experincia demonstra que, se uma pessoa usa 60 ou 70 slides na

    apresentao, provavelmente ela se sairia muito melhor se reduzisse para 25 ou 30. Da

    mesma maneira, se a inteno se valer de 30 ou 40, obteria melhores resultados

    reduzindo para 10 ou 15. Se, por um lado, um nmero elevado de slides cobre a

    apresentao em praticamente todos os detalhes, por outro poder tirar um pouco sua

    liberdade como orador. Por isso, com um nmero menor de telas, embora a

  • apresentao no conte com o apoio de tantos detalhes, voc ficar mais livre para fazer

    adaptaes de acordo com a reao e a receptividade do pblico.

    O espetculo dos visuais no pode ser to impressionante a ponto de, no final, os

    ouvintes mal conseguirem se lembrar de qual assunto foi tratado. Resista tentao e

    seja moderado na utilizao dos recursos de apoio.

    Elaborao de slides

    Entre todos os objetivos a serem atingidos por meio da utilizao de slides, trs

    deles so essenciais para que voc se decida por us-los ou no:

    Destacar as informaes importantes;

    Facilitar o acompanhamento do raciocnio;

    Possibilitar a lembrana do assunto por tempo mais prolongado.

    Portanto, ao analisar se um visual dever ser includo ou eliminado, pergunte a

    voc mesmo se o slide atende a esses trs objetivos. Se voc concluir que a resposta

    positiva, deixe-o fazer parte da sua apresentao. Se, ao contrrio, a resposta para

    qualquer um dos itens for negativa, por mais importante ou atraente que o slide possa

    parecer, no tenha receio de tir-lo.

    Orientao para projetar bem o visual

    Posicione o equipamento e a tela de maneira que as informaes possam ser

    vistas com facilidade por todos os ouvintes, sempre que puder, use o laser pointer, pois

    ter mais liberdade para se movimentar na frente do grupo.

    Dica preciosa: para ser mais eficiente na projeo de um visual, siga esta

    ordem:

  • Inicie explicando a informao que ir desenvolver;

    Projete o visual;

    Olhe na direo da tela para dar o exemplo de para onde os

    ouvintes devero olhar;

    Faa alguns poucos comentrios e volte a fazer contato visual

    com a plateia.

    Se o visual for um grfico, voc precisar olhar para a tela praticamente o tempo

    todo. Nesses casos, faa um comentrio inicial mais extenso, procurando criar uma

    expectativa maior sobre o que ser apresentado. No final, depois de concludas as

    informaes sobre o visual, d algumas explicaes adicionais para fechar bem a

    mensagem.

    Captulo 8

    Tcnicas de apresentao

    Em Tcnicas de apresentao, sero observadas as principais tcnicas para a

    transmisso da mensagem que auxiliar o orador a ser bem-sucedido em suas

    exposies. A escolha da tcnica depender do estilo e da caracterstica de cada

    profissional e da circunstncia em que tenha de se apresentar.

    Aprenda a falar de improviso

    Falar de improviso, ao contrrio do que algumas pessoas imaginam, no

    significa falar sem conhecer o assunto. Se, por exemplo, um advogado se atreve a falar

    em um tribunal ou em reunies com seus pares sem ter informaes sobre a causa ou o

    tema que ir apresentar, o adjetivo mais benevolente que poderia lhe ser atribudo

    irresponsvel.

  • Quem fala sem conhecimento do contedo que pretende transmitir pe em risco

    sua imagem e reputao. Assim, se voc for convidado para falar sobre um assunto que

    no conhece e no tiver tempo suficiente para estud-lo, a atitude mais sensata recusar

    o convite. Da mesma forma, um dos erros mais graves que voc poderia cometer

    sentir-se to seguro e confiante a ponto de negligenciar a preparao do discurso.

    Mas observemos que, independentemente da situao, quer em uma palestra, em

    uma reunio, em uma apresentao de seminrio na faculdade, entre todos os recursos

    com os quais poder contar para se sair bem nessas circunstncias, os mais importantes

    sero sempre o preparo e o domnio do contedo.

    Diante do que foi comentado, falar de improviso significa falar sem ter

    preparado de forma conveniente a apresentao. Veja um exemplo, suponha que voc

    esteja em uma reunio diante dos colegas e chefes do seu local de trabalho ou em um

    evento e convidado para falar de determinado tema. Embora o assunto no lhe seja

    estranho, voc ter de estruturar o pensamento e organizar a sequncia da exposio ali

    diante dos ouvintes. Essa uma situao que identifica a fala de improviso.

    Veja quais so as tcnicas que podero ajud-lo a se sair bem em momentos

    como esse:

    Fale antes sobre um assunto de seu domnio

    Antes de desenvolver o tema de sua apresentao em um congresso ou de

    sustentar oralmente a sua posio em favor de sua viso sobre a questo, fale a respeito

    de um assunto que conhea com bastante profundidade e que tenha alguma ligao

    direta ou indireta com o contedo que dever transmitir. Enfim, utilize qualquer assunto

    sobre o qual possa falar com segurana e tranquilidade. Depois de discorrer algum

    tempo sobre esse assunto de apoio, voc dever encontrar uma maneira de fazer a

    transio para o assunto principal.

  • natural que, ao falar, por exemplo, em uma palestra, voc saiba delimitar as

    etapas que pretende expor. Saber quando iniciar oportunamente a introduo, a

    preparao, o desenvolvimento do assunto central e a concluso. Entretanto, os ouvintes

    recebero a mensagem como sendo uma s, desde o princpio at o final.

    Ora, como voc fala com desembarao e desenvoltura ao abordar o assunto de

    apoio, pois uma matria de seu domnio; o ouvinte ter a impresso de que o seu

    domnio da informao toda, pois recebe a mensagem como sendo uma s desde a

    introduo at a concluso. Na verdade, voc conhece bem o assunto de apoio e talvez

    apenas superficialmente o tema principal.

    Alguns cuidados sobre o assunto de apoio:

    No desenvolva o assunto de apoio por tempo demasiado, para

    no dar a impresso de que ele mais importante que o tema principal;

    Escolha como apoio aquele assunto que voc conhece muito bem.

    No caia na armadilha de optar por um assunto para apoiar a apresentao

    apenas pelo fato de existir algum tipo de ligao entre ele e o principal;

    No passe de maneira abrupta do assunto de apoio para o tema

    principal;

    No d a impresso de estar ganhando tempo, pois no esse o

    objetivo da tcnica do improviso.

    Tambm serve para o improviso

    Alm dos assuntos de seu conhecimento de que voc poder lanar mo como

    recurso para as falas de improviso, ser possvel contar tambm com os fatos que tenha

    observado pouco antes do momento da apresentao. Voc poder, por exemplo, iniciar

  • citando uma notcia que tenha ouvido h pouco durante o trajeto em uma emissora de

    rdio, ou um fato curioso que tenha lido no jornal pela manh.

    Os assuntos atuais daro a voc mais confiana, por serem recentes. Devido a

    essa atualidade, provavelmente sero ainda mais estimulantes para os ouvintes e daro

    mais credibilidade. Por isso, por mais irnico que possa parecer, prepare-se

    cuidadosamente para que possa fazer cada vez melhor seus improvisos.

    Captulo 9

    Falas circunstanciais

    Neste captulo, sero includas propostas de modelos de discursos que podero

    ser proferidos em homenagens, entregas de prmios, agradecimentos, despedidas e

    apresentao de oradores.

    Sero estudados os seguintes tipos de apresentao:

    Como fazer uma homenagem;

    Como agradecer uma homenagem;

    Como fazer um discurso de despedida;

    Como apresentar um orador.

    Como fazer uma homenagem

    Conquiste a simpatia e a benevolncia do pblico;

    Faa um histrico das atividades ligadas vida do homenageado;

    Fale das qualidades do homenageado, revele seu nome e o motivo

    da homenagem (este o momento propriamente dito da homenagem);

  • Encerre com mensagem de otimismo, desejando ao homenageado

    muitas conquistas e realizaes.

    Como agradecer uma homenagem

    Agradea a homenagem e ao orador que o homenageou;

    Divida as glrias com a equipe;

    Demonstre interesse pelo bem-estar social;

    Encerre com uma mensagem forte e motivadora.

    Como fazer um discurso de despedida

    Comente de forma genrica a partida, como chegou, como foi

    tratado e como est saindo;

    Revele os motivos da partida e os planos para o futuro;

    Demonstre vontade de retornar

    .

    Como apresentar um orador

    Fale sobre o motivo do evento;

    Fale sobre a importncia do tema;

    Fale sobre o orador;

    Convide o orador para falar.

  • Concluso

    Como vimos, essa arte milenar chamada Oratria pode utilizar-se de vrios

    recursos utilizados na voz, no vocabulrio, na expresso corporal, na aparncia, na

    credibilidade do orador diante do pblico, alm de tcnicas para serem usadas em

    diversas situaes. A unio de todas estas informaes juntamente com o seu esforo e

    dedicao no treino da Oratria o ajudaro a se tornar um grande orador.

    Agradeo a todos!

  • Referncias

    ARISTTELES. Arte retrica e arte potica. Traduo por Antnio Pinto de Carvalho. Rio de

    Janeiro: Tecnoprint, [s.d]. 350 p. Traduo de Art rhtorique et art potique.

    BAGNO, Marcos. A lngua de Eullia. So Paulo: Contexto, 2012.

    ______________. Preconceito lingustico. So Paulo: Contexto, 2012.

    OLIVEIRA, Marques. Como conquistar falando, psicologia do auditrio hostil. Rio de Janeiro:

    Ediouro, 1980.

    POLITO, Reinaldo. Oratria para advogados e estudantes de direito. 1.ed. So Paulo: Saraiva,

    2011.

    http://youtu.be/-QPuVgPPv0w. acesso: 3.11.2012. s 16h.