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    ANÁLISE DIMENSIONAL DE PESSOAS COM DIFERENTES BIOTIPOS: DEFININDO

    PAR ÂMETROS PARA A ANTROPOMETRIA DE OBESOS

    Luis Carlos Paschoarelli, Dr.

    Departamento de Desenho Industrial / FAAC / Universidade Estadual PaulistaAv. Luiz E. C. Coube, s/n, Campus Bauru

    17033-360  –  Bauru, São Paulo, Brasil

    Email: [email protected]

    Mariana Menin

    Departamento de Desenho Industrial / FAAC / Universidade Estadual Paulista

    Av. Luiz E. C. Coube, s/n, Campus Bauru

    17033-360  –  Bauru, São Paulo, Brasil

    Email: [email protected]

    José Carlos Plácido da Silva, Dr.

    Departamento de Desenho Industrial / FAAC / Universidade Estadual PaulistaAv. Luiz E. C. Coube, s/n, Campus Bauru

    17033-360  –  Bauru, São Paulo, Brasil

    Email: [email protected]

    Osmar Vicente Rodrigues, Ms.Departamento de Desenho Industrial / FAAC / Universidade Estadual Paulista

    Av. Luiz E. C. Coube, s/n, Campus Bauru

    17033-360  –  Bauru, São Paulo, Brasil

    Email: [email protected]

    Palavras-chave: obesidade, acessibilidade, antropometria

    A obesidade atinge uma ampla faixa da população mundial, causando problemas fisiológicos, psicossociais ede acessibilidade. A aplicação de parâmetros antropométricos dessa faixa populacional, no projeto deequipamentos e produtos,   é   uma alternativa para as questões de acessibilidade. Entretanto, estudos desse

    gênero ainda são restritos. Este trabalho objetivou um levantamento antropométrico com indivíduos

    distribuídos em grupos de diferentes IMC (índice de massa corpórea). Foram coletadas 11 variáveisantropométricas de 40 indivíduos (magros, normais, sobrepeso e obesos). Os resultados apontam que nas

    variáveis referentes   às circunferências foram encontradas diferenças significativas (p 0,05), ao contrário dasvariáveis lineares, indicando a importância de se estabelecer parâmetros antropométricos a partir de diferentes

    biótipos.

     Keywords: obesity, accessibility, anthropometry

    The obesity reach an great band population worldwide, causing physiologicals ,psychologicals, social and 

    accessibility problems. The aplication of anthropometrics parameters of this population, in the design of   

    equipaments and products, is an alternative for accessibility. However, studys of this order again are limited.

    This work aimed a anthropometric survey with subjects, in groups with distincts BMIs (Body Mass Index).Were collection 11 anthropometrics variables by 40 subjects (underweight, normals, overweight and obese).

    The results indicated the variables referring to the circumference were met significante differences (p 0,05),

    on the contrary of the linears variables, indicate the importance to establish anthropometrics from different biotype.

    1. INTRODUÇÃO

    Problemas de saúde enfrentados por obesos estão se

    tornando cada vez mais evidentes e preocupam toda a

    sociedade contemporânea. Além de questões

    fisiológicas e psicossociais, esse grupo de indivíduos

    enfrenta também um sério problema de falta de

    acessibilidade aos serviços e produtos.O setor produtivo (principalmente nos países

    desenvolvidos) tem se empenhado em aplicar critérios

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]

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    ergonômicos no projeto desses serviços e produtos,incluindo parâmetros antropométricos para o adequado

    dimensionamento das áreas de interface.

    Entretanto, o principal problema de acessibilidade dos

    obesos está relacionado justamente a essas questões

    dimensionais, uma vez que, mesmo havendo interesse

    em utilizar tais parâmetros, são poucos os estudos

    antropométricos que tratam da população de obesos eque poderiam subsidiar esse tipo de aplicaçãotecnológica.Além disso,  é  conhecido que as diferençasantropométricas entre populações de obesos e nãoobesos existem, mas não se conhecem estudos que

    possam confirmar em quais variáveis essa diferença  ésignificativa.

    2. REVISÃO BIBLIOGR ÁFICA

    A obesidade  é  considerada uma doença crônica pelaWHO  –  World Health Organization e afeta crianças,adolescentes e adultos. Ela  é  catalogada no CID

    (Código Internacional de Doenças) há 50 anos, eclassificada desde o final do século XX como uma

    epidemia em todo o mundo. Enquanto disfunçãobiológica, a obesidade  é  definida como doençaresultante do acúmulo anormal ou excessivo de gordura

    sob a forma de tecido adiposo (HALPERN, et al., 1998

    e WHO, 1997, apud  ALMEIDA et al., 2002).Suas causas estão relacionadas  à  hereditariedade,

    alterações culturais/ambientais e disfunçõesmetabólicas/endócrinas.

    FRANCISCHI et al. (2000), com base nos estudos de

    JEBB (1997) afirmam que problemas psicoló

    gicoscomo estresse, ansiedade e depressão, também podem

    ser associados ao ganho de peso. Entretanto, na opinião

    de muitos especialistas, sua maior causa está associada

    à mudança no estilo de vida dos indivíduos, onde o usocontínuo de automóveis, eletrodomésticos, controleremoto, entre outros produtos e equipamentos, faz com

    que as pessoas se movimentem cada vez menos

    (VEIGA, 2000).

    O grau de obesidade de um indivíduo  é  estabelecido

    por um padrão internacional de medidas denominado

    IMC, ou Índice de Massa Corpórea (IASO  – International Association Study Obesity, 2003). Sua

    f ó

    rmula consiste em dividir o peso de um indivíduo,

    por sua altura elevada ao quadrado, cujo  índice  é  dadoem kg/m2. A partir do IMC,  é  possível classificar os

    indivíduos na seguinte ordem: “magreza ou baixo peso”para IMC menor que 18,5 kg/m

    2; “normal” para IMC

    entre 18,6 e 24,9 kg/m2; “sobrepeso” para IMC entre25,0 e 29,9 kg/m2; e “obeso” para IMC acima de 30kg/m

    2.

    Segundo a WHO (IASO, 1998), no ano de 1989,aproximadamente 9,6% da população brasileira foiconsiderada “obesa”, e numa pesquisa divulgada em1997, apontou que aproximadamente 34% da

    população brasileira apresentava-se acima do peso, oucom “sobrepeso”.Pesquisas realizadas pela IOTF (1997) apontaram

    18,35% da população brasileira como obesa, havendouma expectativa que no ano de 2025 esta porcentagem

    suba para 26,6%. Isto representa que a obesidade vemcrescendo de maneira alarmante não só em países

    desenvolvidos, mas também em países

    subdesenvolvidos, como  é  o caso do Brasil.

    Estudos comprovam que essa transição nos padrõesnutricionais brasileiros está relacionada a mudançasdemográficas, socioeconômicas e epidemiológicas

    ocorridas ao longo do tempo, com isso a desnutriçãovem diminuindo progressivamente e a obesidade

    aumentando (MONTEIRO et al., 1995 apud FRANCISCHI et al., 2000).

    Segundo a IASO, são muitas as complicações na saúdedos indivíduos associadas  à  obesidade, a saber:

    dificuldade respiratória, problemas de pele,

    infertilidade, problemas cardiovasculares (hipertensão,

    aterosclerose e varizes dos membros inferiores),diabetes, problemas na vesícula biliar, colesterol,

    alguns tipos de câncer, entre muitas outras.

    Além das doenças de natureza f ísico-biológicas,psicológicas e emocionais, há questões relacionadas  à

    seguridade social. De acordo com BUCHALLA (2003),

    o primeiro levantamento de custos da obesidade no

    Brasil, estima que um bilhão e meio de reais  é  gasto

    anualmente no Brasil com problemas vinculados aoexcesso de peso, envolvendo consultas médicas,

    internações, remédios, faltas ao trabalho, licençasmédicas e morte precoce.

    Além dessas questões, outro aspecto negativo que

    influencia o cotidiano desses indivíduos  é  a falta deacessibilidade ao uso de serviços públicos,equipamentos e produtos, que normalmente são

    projetados e produzidos para a considerada faixa média

    da população.Pesquisas desenvolvidas por arquitetos europeus

    apontam que 80% da população mundial não seenquadram no modelo do “homem-padrão”. Esta

    grande parcela da população é

     composta por pessoascom capacidade f ísica reduzida, incluindo idosos,obesos, os excessivamente altos ou baixos e crianças(CORDE, 1995, apud , MARTINS, 2001).

    Entre os obesos, os principais problemas de

    acessibilidade destacados por VOGEL (2002) e por

    IZIDORO (2004), envolvem o tamanho dos assentos e

    das catracas de  ônibus municipais e intermunicipais.

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    Outros problemas que podem servir de exemplo são:dimensão do vestuário, habitáculo de veículos e seus

    dispositivos, assentos em geral (como em cinemas),

    entre outros.

    Problemas decorrentes do mau dimensionamento das

    áreas de interface num produto são normalmente

    resolvidos, ao se aplicar corretamente os parâmetros

    antropométricos da população de usuários. Nesse caso,a acessibilidade depende da intervenção ergonômica, econseqüentemente de parâmetros antropométricosconfiáveis, para a solução desses problemas.Segundo DUL & WEERDMEESTER (1995) e

    PHEASANT (1996), parâmetros antropométricos

    referem-se sempre a uma população específica, equando aplicados a projeto de produtos para outra

    população os resultados podem ser “drásticos”.Assim, os estudos antropométricos baseiam-se nas

    diferenças biológicas e sócio-culturais das populaçõesestudadas (ROEBUCK et al., 1975), onde se destacamas diferenças entre indivíduos de um mesmo ou dediferentes grupos (BOUERI FILHO, 1991), que

    segundo IIDA (2000) podem ser: biótipo, gênero, idade

    e etnia.

    Quanto ao biótipo, IIDA (2000) afirma que “... todas aspopulações humanas são compostas de indivíduos dediferentes tipos f ísicos (...). Pequenas diferenças nasproporções de cada segmento do corpo existem desde onascimento e tendem a acentuar-se durante o

    crescimento, até a idade adulta”.

    Segundo CRONEY (1978), IIDA (2000) e BOUERI

    FILHO (1991), um amplo estudo nesse sentido foi

    desenvolvido por William Sheldon em 1940, o qual

    observou vá

    rios aspectos determinantes na estruturamorfológica de cada indivíduo, definindo três distintos

    biótipos: ectomorfos, mesomorfos e endomorfos.

    Apesar da importância desse estudo, normalmente as

    diferenças individuais relacionadas ao biótipo, sãoautomaticamente vinculadas ao percentil populacional(o qual especifica a análise para cada variável

    isoladamente), não sendo de fato consideradas para

    cada conjunto de indivíduos, categorizados então, por

    diferentes biótipos.

    A maioria das bases de dados antropométricos são

    apresentadas desse modo. No Brasil, o INT (1988)

    reúne dados da população de adultos do gênero

    masculinos de acordo com alguns percentis, e faixasetárias e origem (regiões brasileiras); PHEASANT(1996), apresenta dados da população geral, variandode acordo com os percentis, o gênero e faixa etária;

    PEEBLES & NORRIS (1998), apresentam

    separadamente dados da população de crianças, adultose idosos, de acordo com os percentis, a origem (país) e

    gênero (masculino/feminino).

    Em decorrência disso, observa-se uma carência porestudos antropométricos, que indiquem claramente

    quais as variáveis antropométricas influenciadas pelos

    diferentes biótipos, uma vez que isso disponibilizaria

    meios que facilitassem a aplicação desses dados nodimensionamento das áreas de interface dos produtos e

    equipamentos.

    Portanto, o objetivo desse trabalho foi realizar umlevantamento antropométrico com indivíduos

    distribuídos em grupos de diferentes IMCs, permitindoanalisar em quais variáveis antropométricas há

    diferença significativa entre esses grupos.

    3. METODOLOGIA

    Os materiais e métodos empregados nessa abordagem

    consideraram a seleção dos sujeitos, adequação dosmateriais e procedimentos.

    3.1. Sujeitos

    Participaram desse levantamento 40 sujeitos, sendo 10

    indivíduos “magros” (IMC £ 18.5 kg/m2), 10indivíduos “normais” (IMC entre 18,6 e 24,9 kg/m2),10 indivíduos com “sobrepeso” (IMC entre 25,0 e 29,9kg/m2) e 10 indivíduos “obesos” (IMC acima de 30kg/m

    2). Do total, 28 são do gênero feminino e 12 do

    gênero masculino, sendo a maioria, participantes de um

    grupo de apoio  à  perda de peso “Vigilantes do Peso”,localizado na cidade de Jaú, Estado de São Paulo.Outro critério de inclusão foi que os sujeitos deveriam

    apresentar-se entre 20 e 50 anos

    3.2. Materiais

    Foram utilizados:

    · “Protocolo de Recrutamento”, objetivando a

    identificação dos voluntários;· “Declaração de Consentimento”;· “Protocolo de Levantamento Antropométrico”, para

    inscrição de onze dimensões com o individuo emposição ereta;

    · Balança mecânica pesadora de pessoas, marcaFilizola®modelo 31;

    · Fita métrica de 1,50 m, confeccionada em poliéster

    reforçado, pela Maidenform Worldwide Inc.(Alemanha).

    3.3. Procedimentos

    A abordagem aos indivíduos deu-se durante as reuniões

    semanais do “Vigilantes do Peso”, onde foramencontradas pessoas de diferentes pesos e que puderam

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    ser classificadas nos quatro grupos com diferentesIMCs.

    Após explicação sobre a pesquisa, os voluntáriospreencheram o “Protocolo de Recrutamento” eassinaram o “Termo de Consentimento”.Em seguida, cada voluntário, individualmente, subiu

    descalço na balança, onde se iniciou a coleta de dados.A primeira medida a ser coletada foi o peso e, com oauxilio do antropômetro da própria balança, foramcoletadas: a estatura, distância olhos  –  chão, distânciaacrômio   –  chão e distância cotovelo  –  chão.

    Na seqüência, com o voluntário já no chão e com oauxilio da fita métrica, foram coletadas as

    circunferências: torácica, abdominal, do quadril, coxa e

    braço.

    Posteriormente, com informações de peso e estatura foicalculado o IMC do voluntário, analisando em qual

    padrão se encaixava.

    Os dados foram tabulados e analisados descritivamente,

    onde se obteve média e desvio-padrão. Para análise

    estatística, aplicou-se uma Análise de Variância

    (ANOVA one-way), adotando-se um  á-level de 0,05

    como nível de rejeição da hipótese nula.

    4. RESULTADOS

    Quanto aos sujeitos, a idade média encontrada nessa

    amostra foi de 33,35 anos (± 7,89 anos). Os resultados

    relacionados  às dimensões antropométricas podem ser

    observados na tabela 1.

    Variáveis

    Antropométricas

    “p”magro normal sobrepeso obeso

    0,00000  Média

    17,69 22,83 26,68 36,31IMCD.P.   1,14 1,95 1,47 3,66

    0,00000   Média   48,55 66,50 72,16 103,02PesoD.P.   5,45 9,97 9,58 18,16

    0,40282   Média   160,00 170,22 164,10 168,00EstaturaD.P.   6,65 7,58 9,06 14,01

    0,31445   Média   151,50 158,90 152,45 154,96Distância

    Olhos-chão   D.P.   6,61 7,64 8,29 13,62

    0,15905   Média   134,20 143,30 136,42 139,32Distância

    Acrômio-chão   D.P.   6,08 8,73 8,19 12,55

    0,20551   Média   102,70 109,32 106,17 108,99Distância

    Cotovelo-chão   D.P.   5,74 6,03 7,64 10,39

    0,00000   Média   82,77 92,41 95,35 117,55CircunferênciaTorácica   D.P.   4,08 6,49 6,45 10,48

    0,00000   Média   72,96 85,54 91,83 118,69Circunferência

    Abdominal   D.P.   4,70 7,80 4,99 12,28

    0,00000   Média   87,24 98,01 103,34 123,36Circunferência do

    Quadril   D.P.   5,55 5,52 5,59 9,53

    0,00000   Média   49,64 55,19 61,60 69,89Circunferência da

    Coxa   D.P.   3,45 4,51 4,10 8,92

    0,00000   Média   24,75 30,09 32,12 39,70Circunferência do

    Braço   D.P.   1,88 3,98 1,76 4,03Tabela 1  –  Variáveis antropométricas de grupos de indivíduos com diferentes IMCs.

    5. DISCUSSÃO E CONCLUSÕES

    Os problemas de acessibilidade enfrentados por

    indivíduos com necessidades especiais (incluindo

    idosos, crianças, obesos e outros), tem tornado explícitoque as novas tecnologias de serviços e produtosnecessitam ser aperfeiçoadas.VOGEL (2002) e IZIDORO (2004) apresentam

    exemplos desses problemas enfrentados por obesos.

    Assim, a aplicação de dados antropométricos destafaixa da população, no dimensionamento da interfacetecnológica, pode ser um dos meios para facilitar o

    acesso aos serviços e equipamentos de uso geral.Considerando a carência de estudos com obesos,

    utilizou-se das técnicas da antropometria para levantar

    e averiguar em quais variáveis são observadas

    diferenças, e como essas podem influenciar o design doproduto e equipamentos.

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    Os resultados apontam que o calculo do IMC,associados ao peso e estatura, apresentaram diferençasestatisticamente significativas (p 0,05).

    Quanto as variáveis lineares, não foram encontradas

    diferenças estatisticamente significativas entre osgrupos com distintos IMCs, incluindo nesse caso, a

    estatura (p = 0,40282), distância olhos-chão (p =

    0,31445), acrômio-chão (p = 0,15905) e cotovelo-chão(p = 0,20551). Por outro lado, as variáveis relacionadas

    às circunferências, incluindo circunferência torácica,abdominal, do quadril, da coxa e do braço,apresentaram, de acordo com grupos de distintos IMCs,

    diferenças estatisticamente significativas (p 0,05).Assim, pode-se constatar que as variáveis relacionadas

    às circunferências são influenciadas pelos diferentes

    IMCs.

    Os estudos de William Sheldon, apontados por

    CRONEY (1978), IIDA (2000) e BOUERI FILHO

    (1991), definem três biótipos, mas não indica se há

    entre eles um fator quantitativo a ser considerado nessa

    análise. Assim, os resultados aqui apresentados

    subsidiam a hipótese de que o IMC possa ser utilizado

    como fator para definição de biótipos. Além disso,indicam quais variáveis antropométricas devem

    merecer atenção, quando são considerados indivíduoscom diferentes IMCs.

    Por fim, estudos desse gênero facilitam a pesquisa na

    área da antropometria, proporcionado adequados

    parâmetros para o dimensionamento das  áreas de

    interface nos produtos e equipamentos, e

    conseqüentemente, possibilitam a implementação dosconceitos de acessibilidade nos projetos e tecnologias.

    6. AGRADECIMENTOS

    Este trabalho foi desenvolvido com o apoio da FAPESP

     –  Fundação de Amparo  à  Pesquisa do Estado de SãoPaulo, através do Processo 03/07602-4.

    7. REFER ÊNCIAS BIBLIOGR ÁFICAS

    ALMEIDA, G. A. N.; LOUREIRO, S. R. & SANTOS, J. E.

    A imagem corporal de mulheres morbidamente obesas

    avaliada através do desenho da figura humana. Psicologia:

     Reflexõa e Cr í tica. 15(2), 2002.

    BOUERI FILHO, J. J. Antropometria Aplicada  à

     Arquitetura, Urbanismo e Desenho Industrial . São Paulo:FAU-USP, 1991.

    BUCHALLA, A. P. O Preço da Gordura. Revista Veja, SãoPaulo: Abril, p. 102-103, 2003.

    CORDE  –  COORDENADORIA NACIONAL PARA

    INEGRAÇÃO DA PESSOA PORTADORA DEDEFICIÊNCIA. Anais do VI Seminário sobre

    Acessibilidade ao Meio Físico. Brasília: CORDE, 1995.

    CRONEY, J. Antropometr í a para diseñadores. Barcelona:

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