A Arte Retrata a História.¡bi foi o sexto Rei da primeira dinastia babilônica, governou de 1792 a...

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A Arte Retrata a História. Ir à Europa significa passar por Paris, uma vez lá, o Louvre se torna uma obrigação. Nesse "Trip Report", de apenas um local, mas que nos remete aos mais diversos e longínquos lugares, na Terra, tentarei descrever algumas curiosidades expostas nessa cidade e em seu magnifico e enorme Museu. Já estive três vezes no Louvre, sua imensidão obriga-me a dizer que, dessas poucas vezes, consegui conhecer bem, apenas 2/3 de suas galerias e obras. Mas o pouco que até aqui conheci, me faz afirmar que valeram cada minuto despendido. Na mitologia grega, Mercúrio e vênus, (também conhecidos por Hermes e Afrodite), cometeram adultério. Desse relacionamento nasceu um menino, extremamente bonito, que recebeu o nome de Hermafrodito, que é a junção dos nomes dos pais. Em função da traição do casal, a criança foi entregue para ser educada pelas ninfas do monte Ida, mas aos 15 anos, aborrecido com a vida que levava, abandonou suas educadoras e saiu a percorrer o mundo. Em suas andanças, um certo dia, ao parar para se banhar em um lago, encontrou Salmacis, (ninfa das águas), extasiada pela beleza do jovem, tentou seduzi-lo, mas Hermafrodito era indiferente com as mulheres e rejeitou a ninfa. Louca pela paixão que lhe aflorou, Salmacis implorou aos Deuses que unissem seus corpos. Salmacis é atendida e Hermafrodito transformou-se em um ser intersexuado, ou seja, passou a ter as caracteristicas dos dois sexos.

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A Arte Retrata a História.

Ir à Europa significa passar por Paris, uma vez lá, o Louvre se torna uma obrigação.

Nesse "Trip Report", de apenas um local, mas que nos remete aos mais diversos e longínquos

lugares, na Terra, tentarei descrever algumas curiosidades expostas nessa cidade e em seu

magnifico e enorme Museu. Já estive três vezes no Louvre, sua imensidão obriga-me a dizer

que, dessas poucas vezes, consegui conhecer bem, apenas 2/3 de suas galerias e obras. Mas o

pouco que até aqui conheci, me faz afirmar que valeram cada minuto despendido.

Na mitologia grega, Mercúrio e vênus, (também conhecidos por Hermes e Afrodite),

cometeram adultério. Desse relacionamento nasceu um menino, extremamente bonito, que

recebeu o nome de Hermafrodito, que é a junção dos nomes dos pais. Em função da traição do

casal, a criança foi entregue para ser educada pelas ninfas do monte Ida, mas aos 15 anos,

aborrecido com a vida que levava, abandonou suas educadoras e saiu a percorrer o mundo.

Em suas andanças, um certo dia, ao parar para se banhar em um lago, encontrou Salmacis,

(ninfa das águas), extasiada pela beleza do jovem, tentou seduzi-lo, mas Hermafrodito era

indiferente com as mulheres e rejeitou a ninfa. Louca pela paixão que lhe aflorou, Salmacis

implorou aos Deuses que unissem seus corpos. Salmacis é atendida e Hermafrodito

transformou-se em um ser intersexuado, ou seja, passou a ter as caracteristicas dos dois sexos.

Essa escultura de Bernine de 1516, “O Hermafrodita”, retrata essa passagem mitológica,

mesmo para quem já conhece a história, ao visualizar as lindas nádegas, de um corpo feminino

de bruços, se assusta com seu oposto, os seios e a genitália masculina.

Sebastião de Narbonne, (São Sebastião), foi Comandante da Guarda pessoal do

Imperador Romano Diocleciano, em suas horas de folga, visitava seus irmãos cristãos,

encarcerados nos porões de Roma. Levava aos aflitos e perseguidos, seu consolo. O

Imperador, àquela época, expulsava de suas legiões todo e qualquer cristão, Sebastião acabou

sendo delatado por um soldado. Diocleciano enfurecido ordenou a renuncia de seu

Comandante ao cristianismo, em vão. Sebastião firmemente se negou a renunciar de sua fé.

Tomado pela fúria, o Imperador ordenou aos seus soldados que o matassem a flechadas. A

ordem foi cumprida e o corajoso Comandante Romano foi deixado ao largo, crivado por

flechas, para que sangrasse até a morte. A pintura acima de Andrea Mantegna de 1456, retrata

essa passagem.

Hamurábi foi o sexto Rei da primeira dinastia babilônica, governou de 1792 a 1750

a.C., foi ele quem estampou em uma estela de diorito o mais antigo código de leis escritas pelo

homem, e que ficou conhecido como, “O Código de Hamurábi”. Essa peça foi encontrada por

franceses em 1901 no Irã, bem conservada, está hoje exposta no Museu em Paris.

A coroação de Napoleão Bonaparte, como Imperador Francês em 1804, pintura de

Jacques-Louis David, retrata o momento em que o Imperador coroava Josefina, (de joelhos),

sua esposa, após ter sido por ele mesmo coroado. Essa pintura de 6,21 x 9,79 metros,

evidencia a contrariedade do Papa Pio VII, de braços cruzados sobre a barriga, quem não pode

coroar o Imperador. Um recado dado por Napoleão ao clero à época, sobre quem de fato

comandava a França. Outro ponto de destaque, de acordo com os relatos históricos, foi a

presença da mãe de Napoleão na pintura, (no centro, acima de Josefina, um pouco à esquerda,

sentada), uma vez que ela não participou da coroação, por não concordar com o casamento do

filho. O pintor recebeu ordens de Napoleão para que colocasse a mãe em evidência, pois,

indagou: “como explicar para a história que o homem que colocou a Europa de joelhos, não

conseguiu convecer sua mãe a estar presente em sua coroação?”

Essa escultura, “ninfa picada por escorpião”, de Bartolini de 1845, pertence ao

movimento neoclássico, que foi influenciado pelo iluminismo e inspirado nas obras da

antiguidade, (grego-romanas), deixando à época o estilo barroco de lado.

Outra escultura neoclássica, “Psiché reanimada pelo beijo do amor” de Canova, que se

inspirou na mitologia grega.

Escultura do mesmo período, “moça faminta deitada na cama”. Essas três últimas esculturas

valem mais pela beleza de detalhes que propriamente suas histórias.

Essa escultura cadavérica, de autor desconhecido, datada de 1530, ficava no centro do

Cemitério dos Inocentes em Paris. Em 1780 esse cemitério, depois de mais de mil anos de uso

constante, foi fechado e destruido pelo governo, que edificou uma Praça em seu lugar.

Naquela ocasião a quantidade de cadáveres era tanta, que o nível do solo do cemitério estava

2,5 metros acima do nivel da rua, o mau cheiro era insuportável e as doenças faziam vitimas

todos os dias. O governo em 1786 passou a transferir todos os ossos do cemitério para o

subsolo da cidade, trabalho que foi terminado em 1788, hoje esse local no subsolo da cidade é

conhecido como as catacumbas de Paris. (Obs.: a foto da direita foi retirada da internet, para

se ter uma ideia de como foram alocados as centenas de milhares de ossos sob Paris).

Essa pintura de Theodore Géricault retrata o naufrágio da Fragata Medusa da marinha

francesa em 1816, naquela ocasião, 147 homens que não conseguiram lugares nos botes salva-

vidas, fizeram dos destroços do naufrágio uma jangada nominada por eles mesmos, “A Balsa

da Meduza” que também foi o nome dado à pintura. Após alguns dias no mar, vários

sobreviventes haviam morrido de sede ou fome, um oficial médico assumiu o controle da

situação e passou a dissecar os corpos dos mortos, que passaram a servir de alimento. Depois

de quase 15 dias à deriva, finalmente foram resgatados, mas somente 15, dos 147 homens,

conseguiram sobreviver. Há de se levar em consideração o grande escândalo que esse

canibalismo provocou à época, tempo onde o fevor religioso era ultra significativo.

Davi contra Golias, pintura de Daniele da Volterra de 1555. Essa história é amplamente

conhecida, portanto, não há a necessidade de explorá-la. O que me impressionou nessa

pintura foi o olhar aterrorizado de Golias, na iminência de ser morto pela espada de Davi.

Esfinge de Tanis, a maior esfinge exposta fora do Egito, encontrada em 1825 nas ruinas

do Templo de Amon. Mede cerca de 1,90 metros de altura e 5 metros de comprimento, sua

datação é considerada de 2600 a.C. É a imagem de um leão estendido com uma cabeça

humana, geralmente a representação de um Faraó, demonstrando seu poder e domínio.

A pintura acima de Paul Delaroche retrata Napoleão Bonaparte em 1800, montado em

uma mula, atravessando os Alpes, à frente de seu exército, para atacar as tropas austríacas na

Itália.

Arco do Triunfo do Carrossel, data de 1809, autores Charles Percier e Pierre Fontaine,

localizado em frente ao Louvre, representa as vitórias de Napoleão Bonaparte nas campanhas

de 1805 a 1807.

Escultura, “A Tumba de Philippe Pot”, de autor desconhecido, mede 1,80 x 2,60

metros, é de um realismo que impressiona, retrata o funeral desse governador da Borgonha

no século XV. Oito cavaleiros, (que representam as oitos províncias que comandava), carregam

nos ombros uma laje, onde está depositado o corpo, dentro de uma armadura, em tamanho

natural do nobre, líder militar e diplomata.

O Obelisco de Luxor de 23 metros de altura, tem 3.300 anos de idade, feito de granito

rosa, pesa cerca de 230 toneladas. Foi retirado do Templo de mesmo nome, no Egito e doado

pelo Vice-rei Mehmet Ali em 1829 à França. É todo decorado com hieróglifos da época do

Faraó Ramsés II, foi instalado no centro da Praça da Concórdia em Paris, que dá inicio à

Avenida Champs-Élysées, no mesmo lugar onde, durante a Revolução Francesa, ficara a

guilhotina, que decapitou mais de 2.490 pessoas, entre elas o Rei deposto Luís XVII e sua

esposa Maria Antonieta.

Arco do Triunfo, monumento que se localiza no final da Avenida Champs-Élysées na

Praça Charles De Gualle, foi edificado em 1806 por ordem de Napoleão Bonaparte,

enaltecendo suas vitórias. Contém inscrito em sua base todas as 128 batalhas e os nomes dos

558 generais participantes, além do tumulo do soldado desconhecido. Sua altura alcança 50

metros, sendo o ponto de passagem das paradas militares francesas, serviu também de palco

para uma inusitada parada militar, a marcha dos nazistas, em junho de 1940, quando

capitularam Paris.

Não poderia deixar de escrever sobre o monumento mais conhecido de nossa era, a

Torre Eiffel, construída para a Exposição Universal de 1889, projeto do Engenheiro Gustavo

Eiffel. Situa-se no Campo de Marte, local onde se deu os primeiros voos do brasileiro Santos

Dumont, que inclusive a contornou com uma de suas invenções. Tem 324 metros de altura é a

mais alta edificação de Paris, pesa 7.300 toneladas e recebeu desde a sua inauguração perto

de 245 milhões de visitantes, pessoas de todos os cantos de nosso planeta. Gera anualmente

cerca de 80 milhões de Euros, que são deixados pelos visitantes em seu caixa. No inicio do

século passado estava para ser demolida, mas a presteza de sua altura, nos serviços de rádio, a

salvaram da demolição.

J.Leal.