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A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO PARA UMA GESTÃO DEMOCRÁTICA: a experiência do planejamento territorial participativo no estado do Pará Simone Santos da Silva 1 Carolina Lima Chagas 2 Silvana de Moraes Brito 3 Resumo: O presente artigo irá discorrer sobre o Projeto de pesquisa intitulado “Planejamento Territorial Participativo-PTP: desafios e possibilidades para a gestão democrática do Estado do Pará”. O referido projeto é vinculado a Faculdade de serviço Social da Universidade Federal do Pará e pretende analisar a metodologia utilizada no PTP que é uma ferramenta de gestão participativa. Palavras-chave: Gestão democrática, planejamento e participação popular. Abstract: This article will discuss the research project entitled "PTP- Participatory Territorial Planning: challenges and possibilities for democratic management of the State of Pará. This project is linked to School of Social Service, Federal University of Pará and to examine the methodology used in that PTP is a tool of participatory management. Key words: Democratic management, planning and popular participation. 1 Graduanda. Universidade Federal do Pará. E-mail: [email protected] 2 Graduanda. Universidade Federal do Pará. E-mail: [email protected] 3 Mestre. Universidade Federal do Pará. E-mail: [email protected]

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  • A IMPORTNCIA DO PLANEJAMENTO PARA UMA GESTO DEMOCRTICA: a

    experincia do planejamento territorial participativo no estado do Par

    Simone Santos da Silva

    1

    Carolina Lima Chagas2

    Silvana de Moraes Brito3

    Resumo: O presente artigo ir discorrer sobre o Projeto de pesquisa intitulado Planejamento Territorial Participativo-PTP: desafios e possibilidades para a gesto democrtica do Estado do Par. O referido projeto vinculado a Faculdade de servio Social da Universidade Federal do Par e pretende analisar a metodologia utilizada no PTP que uma ferramenta de gesto participativa. Palavras-chave: Gesto democrtica, planejamento e participao popular. Abstract: This article will discuss the research project entitled "PTP-Participatory Territorial Planning: challenges and possibilities for democratic management of the State of Par. This project is linked to School of Social Service, Federal University of Par and to examine the methodology used in that PTP is a tool of participatory management. Key words: Democratic management, planning and popular participation.

    1 Graduanda. Universidade Federal do Par. E-mail: [email protected]

    2 Graduanda. Universidade Federal do Par. E-mail: [email protected]

    3 Mestre. Universidade Federal do Par. E-mail: [email protected]

  • 1 - INTRODUO:

    A gesto pblica, no cenrio atual, um espao de correlao de foras e no,

    apenas, de dominao. O processo de redemocratizao e descentralizao que ocorreram

    no pas, aliado as lutas populares possibilitou a construo de novas relaes entre a

    sociedade e o Estado. Com isso reivindica-se um modelo de gesto que abarque a

    participao popular e outras formas de negociao capazes de democratizar decises e

    incentivar a organizao local da sociedade.

    No Brasil, nas ltimas dcadas, podemos destacar experincias relevantes que

    indicam uma postura poltica mais flexvel em termos de aliana com a sociedade. Como a

    que est acontecendo no Estado do Par com o Planejamento Territorial Participativo - PTP

    que uma ferramenta de gesto participativa, que indica uma parceria entre o governo do

    Estado e a sociedade civil.

    Para implementar o novo modelo de gesto, democrtica e descentralizada, o

    estado do Par foi dividido em 12 regies: Metropolitana, Xingu, Maraj, Tocantins, Baixo

    Amazonas, Guam, Rio Caets, Rio Capim, Araguaia, Carajs, Lago de Tucuru e Tapajs.

    Tais regies, denominadas de regio de integrao do estado, foram palcos de plenrias,

    em uma primeira etapa. E em uma segunda etapa, aconteceram assemblias pblicas

    municipais nos 143 municpios que davam formas s regies. Sendo que trs macro-

    objetivos nortearam o planejamento: a) qualidade de vida para todos e todas; b) inovao

    para o desenvolvimento e c) gesto democrtica e descentralizada.

    Ento o PTP uma experincia significativa no nosso estado quando examinamos a

    nossa formao histrica no universo das questes polticas, sociais e econmicas. Pois,

    democratizar a gesto em um estado to heterogneo, caracterizado por uma diversidade

    ambiental, cultural e socioeconmica, implica grandes desafios para o gestor. Assim como,

    uma possibilidade mpar para a sociedade decidir a trajetria do desenvolvimento.

    Este artigo pretende analisar a importncia do planejamento para a democratizao

    da gesto a partir da experincia do PTP. Por se tratar de uma pesquisa inicial, isto ,

    preliminar optamos por realizar uma pesquisa exploratria. O que nos proporcionou uma

    viso geral do objeto a partir de uma abordagem quantitativa e qualitativa, j que o tema

    escolhido ainda pouco explorado. O objetivo principal foi aprimorar o contedo das

    categorias trabalhadas, bem como sistematizar informaes sobre o objeto.

    O delineamento da investigao est pautado nas pesquisas: bibliogrfica e

    documental. A pesquisa bibliogrfica realizou uma reviso na literatura com o intuito de

  • identificar elementos para subsidiar a discusso sobre a gesto democrtica e o

    planejamento participativo. A pesquisa documental alimentou o processo investigativo a

    partir de fontes como: reportagens de jornais e relatrios tcnicos, o que tornou possvel

    resgatar informaes concernentes ao planejamento e execuo do PTP.

    2 - O PLANEJAMENTO COMO FERRAMENTA PARA A DEMOCRATIZAO DA

    GESTO: ELEMENTOS PARA O DEBATE.

    A existncia do planejamento acompanha os avanos da humanidade. De incio no

    se caracterizava como uma tcnica e sim enquanto uma atividade do pensamento para

    orientar a sobrevivncia do ser humano. Com o passar dos tempos tornou-se uma

    ferramenta tipicamente avanada para a ampliao do desenvolvimento econmico e do

    prprio Estado.

    Parte-se, portanto, do pressuposto que o planejamento uma atividade tpica da

    racionalidade inerente ao ser humano, que determina a capacidade de orientar suas aes

    para sua manuteno e sobrevivncia. Atravs de suas experincias, os indivduos fizeram

    do planejamento uma forma estratgica para atender suas necessidades, criando critrios

    selecionadores de uma ao mais planejadora cada vez mais elaborada e aprimorada.

    Para Karl Mannheim (1958) a ao planificadora corresponde ao estgio de

    pensamento mais avanado sobre os processos sociais. Esses processos condicionados

    por determinadas funes desse pensamento foram sendo engendrados no decorrer do

    tempo, evoluindo e se aperfeioando de acordo com fins e objetivos especficos da prpria

    sociedade tpica do mundo ocidental. Esta inter-relao entre pensar e agir deu origem

    criao de instrumentos e instituies que foram sendo emoldurados com fins especficos

    para poder pensar, a priori, estratgias de ao da sociedade num certo espao de tempo.

    Isto significa ir alm das tarefas imediatas utilizando-se de tcnicas e instrumentos que

    permitissem s sociedades sobreviver num tempo alongado. Assim, a arte de planejar no

    uma inveno humana individualizada. Mas coletiva, motivada pela necessidade de

    administrar tenses entre indivduos e grupos.

    A anlise do planejamento, tambm, perpassa pela socializao do capital e/ou

    economia, ou seja, do prprio sistema que o gerou e ainda por um dos atores responsveis

    pela expanso do capitalismo e da tcnica que lhe deu suporte: o Estado. Esse, nessa fuso

    da tcnica do planejamento como um instrumento do desenvolvimento, de fundamental

  • importncia visto o mesmo ter assumido a funo de agente socializador, principalmente no

    sculo XX, fazendo do planejamento seu principal instrumento.

    Todavia o planejamento emplacou, em um primeiro momento, como um instrumento

    de ordenao, de regulao seletiva do territrio, resultante de decises centralizadoras.

    Mas o processo de reestruturao econmica inseriu, no debate, a democratizao da

    sociedade, o que gerou a exigncia de novas atitudes e concepes no ato de planejar.

    Incorporou-se, assim, tarefa de planejar uma nova concepo de governar, bem como um

    novo conceito de gesto territorial, ambiental e municipal. Configurando-se uma nova fase

    na histria da ordenao e reordenao econmica, social e espacial, nas quais uma nova

    racionalidade tambm comea a ser redesenhada.

    O modelo de planejamento elaborado na Amrica Latina, por exemplo, denominado

    de Estratgico que muitas vezes encontrado acrescido do adjetivo Situacional:

    Planejamento Estratgico e Situacional PES tem sua centralidade no aspecto poltico, ou

    seja, visa ampliar a participao e est subsidiado pelas teorias mais crticas, que defendem

    uma relao diferenciada entre o Estado e a sociedade. No cerne dessas proposies

    encontram-se a defesa aos princpios da democracia que de certa forma tem embalado os

    conflitos de classe no sistema capitalista, possibilitando ainda, em muitos casos, conquistas

    para as classes que esto distante do poder econmico.

    Ao criticar o planejamento normativo ou tradicional Carlos Matus4 considera que o

    planejador encontra-se fora da realidade para a qual est planejando. Ele defende que a

    tomada de decises e as mudanas de direo de uma organizao devem estar

    primordialmente articuladas com os interesses dos diversos atores includos no processo.

    Assim, critica a lgica do planejamento tecnicista viabilizado pelo Estado no qual se produz

    planos e projetos de cunho determinista.

    Baseado nessa crtica, ele desenvolveu a metodologia do Planejamento Estratgico

    Situacional (PES), um mtodo de gerenciar organizaes com dimenses estratgicas.

    Trata-se de um processo de formao de consensos entre o governo e os atores sociais,

    com o intuito de criar aes mais eficientes. um mtodo que no exclui o conflito, ao

    contrrio, prope-se a intervir diretamente neles, buscando a soluo atravs da formao

    de consensos sendo compreendido como um planejamento democrtico, pois o dilogo a

    ferramenta indicada para o enfrentamento do conflito.

    4 Matus fez parte do governo de Salvador Allende no Chile, em 1970, atuando como Ministro do Planejamento.

    Em 1972, Matus publica o livro Estratgia de Planejamento onde lana a idia da dimenso estratgica do planejamento enquanto processo formador de um consenso por parte do governo, e enquanto formador de conscincia por parte da oposio. Cf. Aquino Custdio (www.socialtec.com.br).

  • Mesmo apresentando uma dimenso poltica mais aguada, sustentada por regras

    democrticas, o PES, quando visualizado no interior das instituies, revela uma funo

    mediadora diante dos conflitos, uma vez que o Estado est associado noo de poder - na

    teoria marxista, a qual denota de acordo com Poulantzas (1985), a capacidade que tem as

    classes ou fraes de classe de conquistar seus interesses no interior do estado. Desta

    forma, o poder est diretamente ligado s relaes sociais, evidenciadas pelas noes de

    conflitos que se manifestam no seio do Estado, quando a sociedade civil por si s no

    consegue a resoluo de suas problemticas.

    Assim, o que mais relevante para as sociedades que o planejamento vem

    ganhando um contedo poltico que diz respeito a uma maior participao e controle da

    sociedade civil para com seus governantes, o que implica a construo de um novo modelo

    de gesto.

    3 - O PLANEJAMENTO TERRITORIAL PARTICIPATIVO - PTP

    O Planejamento Territorial Participativo uma proposta de um governo que tem o

    compromisso de estabelecer uma gesto democrtica e participativa. Ento o PTP o

    instrumento de referncia do planejamento do Governo eleito para o perodo de 2007 a

    2010, gestado pela governadora eleita Ana Jlia Carepa. No entanto, um espao pblico e

    no governamental, pois se coloca como uma arena pblica. Um local de discusso e

    debates acerca de projetos para a construo de uma sociedade pautada na justia social.

    O PTP traz como objetivo (...) ser um exerccio democrtico, mais um instrumento legal de

    planejamento, como so o PPA, a Lei de Diretrizes Oramentrias (LDO) e a Lei

    Oramentria Anual (LOA)5.

    O planejamento, neste contexto, est sendo enfatizado em uma dimenso tanto

    tcnica quanto poltica. O objetivo planejar segundo as demandas de cada regio, o que

    fundamenta uma ao estratgica. Trata-se de territorializar as demandas e partilhar as

    prioridades em uma arena de interlocuo. Nesse sentido, o atual governo garante que o

    planejamento ser uma constante nos quatro anos do governo [...] e ter duas dimenses:

    a primeira a elaborao e implementao de uma estratgia de desenvolvimento a longo

    5 Cf. Agncia Par Noticias de 12/04/2007.

  • prazo, para que, em seguida, possam-se fazer um planejamento e metodologias que

    garantam a execuo das aes6.

    De acordo com a metodologia proposta, em uma primeira etapa, foram realizadas

    assemblias populares em todas as 12 regies de integrao do estado do Par. Tal etapa

    teve incio em abril de 2007 e segundo dados de Governo do Estado participaram 41.468

    pessoas, que tiveram a oportunidade de debater e deliberar a respeito do futuro de sua

    regio. Nesta primeira fase foi realizada uma pesquisa7 que traou os perfis dos

    participantes das 12 plenrias, onde a base de dados foram organizadas e estruturadas a

    partir de 8.520 pessoas que participaram das aes, correspondendo um percentual de

    20,55% do universo das plenrias.

    A segunda etapa do PTP ocorreu em julho de 2007 a partir de assemblias pblicas

    municipais em todos os 143 municpios do estado. As reunies foram abertas a populao e

    apresentaram como objetivos: a) definir as prioridades que os municpios encaminhariam ao

    Conselho Regional do PTP, tendo como base as diretrizes do planejamento regional do

    governo; e b) eleger os conselheiros e seus suplentes para representarem o municpio no

    Conselho Regional.

    Nas assemblias os representantes do governo do estado mostravam a sua viso

    sobre o desenvolvimento do estado e como o PTP contribuiu para a elaborao do Plano

    Plurianual PPA. Posteriormente, os governos municipais realizavam uma exposio sobre

    o Plano Diretor do Municpio. Em seguida os participantes das assemblias se reuniam em

    grupos para levantar as necessidades do municpio e da regio. Aps intensos debates,

    cada participante recebia uma cdula de votao com espao para indicao de trs

    necessidades, em ordem de prioridade. Com a eleio das prioridades, as assemblias

    eram divididas novamente, tendo como critrio o segmento social (movimentos sociais e

    populares, trabalhadores, empresrios, entidades profissionais acadmicas e de pesquisa,

    organizaes no governamentais e pessoas fsicas que no integram organizaes da

    sociedade civil) para outras discusses. Em cada reunio foram eleitos conselheiros para

    representar a sociedade organizada do municpio no Conselho Regional do PTP. No total

    foram eleitos 3.623 conselheiros nos 12 conselhos instalados.

    O Conselho Regional o rgo de participao popular de cada uma das 12 regies

    do estado. formado pelos conselheiros, eleitos nas assemblias municipais, e por

    6 Cf. Agncia Par Noticias de 12/04/2007

    7 Esta pesquisa foi realizada pelo Observatrio Paraense de Polticas Municipais por solicitao da Secretaria

    Executiva de Planejamento, Oramento e Finanas SEPOF.

  • membros natos: prefeitos e um representante da cmara municipal. Sua funo deliberar

    acerca das necessidades municipais, de acordo com as aes do Governo do Estado nas

    regies de integrao, para colaborar na elaborao do Plano de Desenvolvimento Regional

    e do Plano de Desenvolvimento do Estado.

    Ao longo do ms de agosto de 2007 os Conselhos Regionais do PTP reuniram-se.

    Definiram as prioridades de cada regio e elegeram representantes para o Conselho

    Estadual do PTP utilizando, para tanto, a metodologia das assemblias municipais. Este

    novo conselho a maior instncia do PTP e formado por 104 representantes (um prefeito

    e um vereador de cada regio, 20 representantes do Governo do Estado e 60

    representantes da sociedade civil).

    O PTP, portanto, agrega atores de grande importncia para a construo de uma

    gesto partilhada e negociada em uma arena poltica que expressa uma ampla correlao

    de foras. Entretanto, em um estado to heterogneo quanto o Par no podemos crer que

    as relaes sejam estabelecidas de maneira uniforme. Pois o territrio o local de

    confluncias e contradies que indicam relaes de cooperao e conflito em torno de

    interesses que configuram a gesto do municpio.

    Com isso, apesar dos avanos, ainda podem persistir muitos elementos da velha

    hierarquia poltica, legado e realidade, de alguns municpios paraenses, onde a participao

    popular no foi um exerccio de cidadania. O que pode prejudicar as relaes construdas no

    interior das regies de integrao do PTP. Mas se por um lado pode-se constatar tal legado.

    Cabe, por outro, reconhecer o significado das mudanas que esto ocorrendo na gesto do

    estado.

    Sujeitos histricos podem subverter administraes em que o cerne a dominao.

    Todavia, precisam conhecer a especificidade poltica do seu municpio, indicar os aspectos

    que se destacam e as conseqentes relaes que se estabelecem no mbito de sua

    dinmica interna. O que pode ser, tambm, observado na relao estabelecida com os

    demais municpios que formam a regio de integrao nos momentos dos debates e

    deliberaes.

    4 - CONCLUSO

    O Planejamento Territorial Participativo PTP representa a construo de um

    espao de negociao e interlocuo. Mas tambm revela um campo de conflito plural, que

  • permitiu uma viso mltipla das demandas a partir de um processo significativo de tomada

    de deciso e acesso a informao. O que nos permite constatar as linhas iniciais de um

    modelo de gesto pblica pautada em uma nova institucionalidade das relaes

    estabelecidas entre o estado e a sociedade.

    Tais consideraes sinalizam que a eficcia da ao estatal j no depende apenas

    das decises tcnicas. Os espaos de negociao, a capacidade de articular alianas e

    coalizes so elementos relevantes na gesto, que deve enfatizar no s os aspectos

    tcnicos e administrativos, como tambm a dimenso poltica. O intuito criar uma

    atmosfera de colaborao e co-responsabilidade, entre os envolvidos no processo, para

    gerar adeso e garantir sustentabilidade poltica s decises.

    O que implica expandir e aperfeioar os meios de interlocuo do gestor atravs de

    mtodos que possam fomentar um dilogo transparente e evitar um insulamento

    burocrtico. J que ele no pode eliminar o conflito, Ento cabe administr-lo de uma forma

    compatvel com a racionalidade administrativa que , por sua vez, definida em funo de um

    projeto coletivo.

    Assim o planejamento participativo como uma ferramenta de democratizao da

    gesto pblica revela a necessidade de se conviver com o dissenso e o conflito, tendo a

    clareza que no podemos anul-los. E a percepo de que a negociao o alicerce da

    sustentabilidade poltica. O que implica, portanto, articular diferentes atores e substituir

    hierarquias de autoridades.

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

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