A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA NO CONTEXTOESCOLAR E SEUS BENEFÍCIOS À SAÚDE

Autor: Carlos Henrique Bertoli1Orientadora: Profª Ms. Heres Faria Ferreira Becker Paiva2

Resumo

A proposta desse artigo está centrada numa perspectiva metodológica sistematizada, permitindo uma prática diferenciada de novas possibilidades corporais para uma ação crítica e significativa no ambiente escolar, vinculada as teorias e práticas da promoção da atividade física, principalmente no que se refere as aulas de Educação Física escolar. Este estudo tem uma relevância importante no desenvolvimento integral do aluno, com fins formativos e educativos, possibilitando descobrir seus limites e suas capacidades corporais, assumindo uma postura ativa e transformadora para uma melhor qualidade de vida. Tem como objetivo apresentar as atividades planejadas no decorrer do ano de 2011, durante os meses de julho a novembro na implementação do projeto de intervenção no Colégio Estadual David Carneiro EFMN de Guapirama – Paraná, aplicada aos alunos das séries finais do Ensino Fundamental (7º ao 9º anos). Neste sentido, todas as atividades planejadas envolveram um trabalho mais aprofundado sobre a importância da atividade física e seus benefícios à saúde, reconhecendo e valorizando a ginástica como conteúdo essencial para o desenvolvimento físico, mental e social. Priorizou-se também que as aulas não ficassem restritas apenas ao jogo esportivo, sugerindo-se a prática da ginástica e alongamentos, desafios e indagações sobre os benefícios e os riscos da inatividade física. As atividades aconteceram com base em leitura e produção de textos, debates e discussões, uso do vídeo, pesquisas bibliográficas e aulas práticas. Nesse sentido, buscou-se contribuir para que os alunos refletissem e tomassem consciência da importância da atividade física nas aulas de educação física e não apenas com as práticas esportivas.

Palavras-chave: Educação Física; Atividade física; Aluno; Qualidade de vida.

Abstract

The purpose of this paper is centered on a systematic methodological approach, allowing a differentiated practice body of new possibilities for a critical and significant action in the school environment, linked to the theories and practices of promoting 1 Pós-graduação em Educação Especial; graduado em Educação Física; atua no Colégio Estadual David Carneiro – EFMN em Guapirama - Paraná como gestor escolar.2 Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Ponta Grossa;professora na IES-UENP- CCS

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physical activity, especially as regards the physical education classes School. This study has an important relevance in the development of the student with educational and training purposes, allowing to discover their limits and their bodily capacities, assuming an active and transformative for a better quality of life. Aims to present the activities planned during the year 2011, during the months from July to November in the implementation of the intervention project in the State College David Carneiro EFMN of Guapirama - Paraná, applied to students in upper grades of elementary school (7th to 9 years). In this sense, all planned activities involving further work on the importance of physical activity and its health benefits, recognizing and valuing the gym as essential content for the physical, mental and social. Prioritized also that the classes would not be restricted just to play sports, suggesting the practice of gymnastics and stretching, challenges and questions about the benefits and risks of physical inactivity. The activities took place on the basis of reading and producing texts, debates and discussions, use of video, library research and practical classes. Accordingly, we sought to help students reflect and become aware of the importance of physical activity in physical education classes and not just with sports.

Keywords: Physical Education. Physical activity. Student. Quality of life.

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1) Introdução

O presente artigo científico tem como tema a atividade física como meio de

proporcionar qualidade de vida aos alunos.

Sabe-se que a atividade física regular é importante na prevenção de

diversas doenças e representa um fator fundamental para a manutenção ou redução

do peso corporal.

Os avanços tecnológicos facilitam cada vez mais a vida do homem, que aos

poucos vem perdendo sua característica de forma ativa e rica em movimentos

necessários para a vida.

Exemplo disso são as pessoas que percorrem distâncias curtíssimas de

automóveis, deixando de caminhar. O trabalho manual vem sendo substituído pelo

simples aperto de um botão da máquina. Com os adolescentes não é diferente,

ficam horas em frente à TV, videogame, navegando na Internet, indo na contra mão

à saúde.

Se por um lado a tecnologia e a industrialização facilitam a vida e contribuem

para o progresso social e econômico, por outro, colocam à mercê de uma série de

fatores de riscos relacionados ao estado de saúde.

A atividade física aparece como uma das variáveis na promoção da

qualidade de vida, tendo papel valioso na atuação escolar, na educação motriz dos

alunos, de forma a prevenir que crianças se tornem adultos sedentários e tenham

que remediar todos os incômodos que um estilo de vida carente de atividade física

possa causar.

Neste contexto, questionou-se porque os alunos, principalmente nos anos

finais do Ensino Fundamental são tão resistentes à prática do alongamento e da

ginástica?

O objetivo foi apresentar as atividades planejadas no decorrer do ano de

2011, durante os meses de julho a novembro na implementação do projeto de

intervenção no Colégio Estadual David Carneiro EFMN de Guapirama – PR

aplicadas aos alunos dos anos finais do Ensino Fundamental (7º ao 9º anos).

Uma vida sedentária provoca o desuso dos sistemas funcionais,

comprometendo vários órgãos, o que representa um risco à saúde. É comum nas

escolas os alunos se preocuparem apenas com o esporte, como jogar vôlei ou futsal

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nas aulas de Educação Física escolar, sem ter o conhecimento adequado da

importância do alongamento e ginástica antes e após essas práticas.

Sendo assim, no planejamento das atividades de intervenção junto aos

alunos, ofereceu-se informações e indicações bibliográficas, com o compromisso de

dar subsídios teóricos e práticos que pudessem difundir e incutir valores preparando-

os para enfrentar um mundo em constante transformação, assim contribuir para a

formação dos estudantes como sujeitos sociais, capazes de reconhecer o próprio

corpo.

A metodologia adotada foi a pesquisa bibliográfica em autores que tratam

sobre o tema e a pesquisa ação na qual foram aplicadas diversas atividades no

decorrer dos seis meses no ano letivo de 2011 com o objetivo de promover a

qualidade de vida através da atividade física como elemento importantíssimo para a

saúde, adotando hábitos saudáveis, alimentação e atividades corporais, construindo

uma atitude crítica e transformadora para uma melhor qualidade de vida, assumir

uma postura ativa, na prática das atividades e a consciência da importância delas na

vida do cidadão, conhecer os limites e possibilidades do próprio corpo de forma a

poder controlar posturas e atividades com autonomia e valorizá-las como recurso

para a melhoria do bem-estar, compreender que a ginástica deve ser socializada o

máximo possível, sem que esteja atrelada a uma prática meramente competitiva,

com movimentos obrigatórios, presos à perspectiva técnica dos exercícios

repetitivos, propor, por meio da ginástica que os alunos se movimentem, descubram

e reconheçam as possibilidades do próprio corpo, propiciando a interação, o

conhecimento e a reflexão.

A partir das ações desenvolvidas foi possível trabalhar com os alunos sobre

a adoção de valores e atitudes que lhes permitam adotar um estilo de vida mais

saudável e ativo fisicamente, durante e após o período de escolarização,

conhecendo e experimentando um número diversificado de atividades corporais para

que futuramente possam escolher a atividade mais conveniente e prazerosa para

auxiliar no seu desenvolvimento pessoal e na melhoria de sua qualidade de vida ao

longo de suas vidas.

Ao final da implementação do projeto, evidenciou-se que a promoção de

conhecimentos com base nas leituras, produções de texto, palestra e as pesquisas,

além das atividades físicas, propiciaram atitudes positivas, mudanças de

comportamentos que ajudaram os alunos a perceberem a importância da atividade

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de ginástica e alongamento para a melhoria da qualidade de vida, inferindo a

educação física escolar na promoção dessa qualidade e, por conseqüência, o gosto

pela prática.

Sendo assim, este trabalho, pretende proporcionar aos profissionais da

educação e, principalmente aos alunos, a reflexão sobre a valorização da atividade

física, ginástica e alongamento, também com as práticas esportivas como um

importante aliado para o aprimoramento e o desenvolvimento do adolescente,

podendo aperfeiçoar o físico, melhorar suas potencialidades paralelamente à boa

nutrição.

2) Atividade física e saúde

Conforme as Diretrizes Curriculares da Educação Básica da disciplina de

Educação Física, a atividade física (cultura corporal) visto que pode

garantir o acesso ao conhecimento e à reflexão crítica das inúmeras manifestações ou práticas corporais historicamente produzidas pela humanidade, na busca de contribuir com um ideal mais amplo de formação de um ser humano crítico e reflexivo, reconhecendo-se como sujeito, que é produto, mas também agente histórico, político, social e cultural (PARANÁ, 2008, p. 16).

É fundamental a estimulação à capacidade crítica no sentido de entender e

analisar diferentes pontos de vista das práticas corporais que permeiam a

sociedade.

A saúde deve ser problematizada a partir da compreensão de que, ter saúde

depende de um conjunto de fatores que bem discutidos podem levar o aluno a

repensar a sua própria conduta, hábitos, mudanças de atitude e estrutura social.

Diante das Diretrizes Curriculares a atividade física é condição indispensável

para o desenvolvimento do homem, inserida no contexto educacional, buscando

trabalhar sua totalidade visualizando o aluno como ser concreto (PARANÁ, 2008).

O indivíduo que atinge o autoconhecimento, que tem consciência de sua

ação, é capaz de interagir no meio, segundo o coletivo de autores.

A presença da atividade física se faz legítima na medida em que permite ao

aluno a interpretação das atividades, através de um espaço amplo de liberdade para

vivenciar as próprias ações corporais. “No sentido da compreensão das relações

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sociais promove a prática das ações em grupo onde, nas exercitações com os

companheiros, concretiza-se a ‘co-educação’, entendida como forma de

elaborar/praticar formas de ação comuns [...]”. (COLETIVO DE AUTORES, 1992,

p.77).

Guedes & Guedes (1995), ressaltam a importância das informações e

conceitos relacionados à atividade física e saúde. A adoção das estratégias de

ensino contempla não apenas os aspectos práticos, mas também princípios teóricos

que proporcionam subsídios aos escolares, no sentido de tomarem decisões quanto

à adoção de hábitos saudáveis de atividade física ao longo do toda vida.

Preocupa-se com a formação de estilo de vida ativo, entendendo que grande

número de distúrbios orgânicos que ocorrem na idade adulta decorrentes do estilo

de vida da sociedade moderna, como: stress, sedentarismo, problemas cardíacos,

poderiam ser minimizados com a adoção de hábitos de vida saudáveis.

A Organização Mundial da Saúde (OMS, 1978) define Qualidade de Vida

como o estado de completo bem estar físico, mental e social e não simplesmente a

ausência de doenças ou enfermidades. Este conceito mostra a importância da

prática de atividades, mas também inclui as emoções e relações sociais. Baseado

no propósito pela OMS entende-se que a aptidão física como a capacidade de

realizar trabalho satisfatório.

A Constituição Federal do Brasil (1988) passou a definir saúde como um

direito de todos e um dever do estado, garantindo mediante políticas sociais e

econômicas que visem a redução da visão de doenças e agravos, além de acesso

igualitário e serviços para a sua promoção. (Art. 196 a 198).

Frente a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LBD, 9394/96),

conforme relata Castellani Filho (1998, p.10) “a Educação Física integrada a

proposta pedagógica, contribui através de suas atividades para o desenvolvimento

do organismo e da personalidade do educando”, e que as práticas dessas atividades

levam a formação integral para a cidadania.

Nahas (2001) acredita que a atividade física escolar deva servir de base

educacional para uma vida mais ativa, utilizando conteúdos crescentes e

proporcionando o conhecimento dos conceitos em torno da prática saudável,

considerando que o indivíduo levará o entendimento dos mesmos para o resto da

vida.

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Segundo De Marco:

[...] volto-me para as escolas e percebo a importância de se declarar a educação motora como uma atividade prazerosa, que se mostra como um fenômeno cultural com propostas educacionais. Que não privilegia apenas a competição, mas que proporcione a auto-superação. Que não se limite a conteúdos pré-determinados, mas que atenda aos anseios e necessidades do homem. Que não se comprometa em adestrar movimentos, mas que se preocupe com a corporeidade do corpo-sujeito. Que não se fundamente numa concepção dualista, mas que saiba caminhar em direção a novos paradigmas. Que não vise ao puro rendimento motor, mas que descortine possibilidades ilimitadas de movimentos. (DE MARCO, 1995, p.118).

A Educação Física escolar consiste no desenvolvimento orgânico e funcional

da criança e do adolescente, procurando, através de atividades físicas, melhorar os

fatores de coordenação e execução de movimentos.

Para atingir esse objetivo, Barros e Barros nos falam que:

[...] as atividades de correr, saltar, arremessar, pendurar-se, equilibrar-se, levantar, transportar, puxar, girar, permitem a descarga da agressividade, estimulam a auto-expressão concorrem para a manutenção da saúde, favorecem o crescimento, previnem e corrigem os defeitos de atitude. (BARROS; BARROS, 1972, p. 16).

É importante que não se limite somente às práticas esportivas. É necessário

diversificar as atividades, propor aulas motivantes, diferenciadas e dinâmicas, assim

a atividade será sempre um prazer para quem pratica e consequentemente trará

grandes benefícios para um bom desempenho de grupos musculares e o

aprimoramento das funções orgânicas.

2.1) A Ginástica como conteúdo de Educação Física

Segundo as Diretrizes Curriculares da Educação Básica da disciplina de

Educação Física (2008), quanto a importância da ginástica e o prazer que esta

prática proporciona, procura mostrar o posicionamento mais claro e mais

aprofundado do assunto. O segredo é fazer exercícios, dando adeus à inatividade, à

pessoa a viver com energia, com habilidades, fortalecendo os músculos, a força,

entre outros.

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Através da ginástica, os músculos se fortalecem, todo o corpo age, com

mais flexibilidade e harmonia.

Exercícios e atividades dirigidas a determinadas partes do corpo atingem

diretamente os pontos problemáticos. A ginástica como conteúdo da Educação

Física, nas Diretrizes Curriculares, permite diversas possibilidades de movimentos

corporais nas aulas, sejam elas: ginástica artística, ginástica rítmica desportiva,

ginástica geral, ginástica localizada, ginástica aeróbica e suas variantes. (PARANÁ,

2008).

Os signos culturais que acompanham os modos atuais de fazer ginástica

devem sofrer uma crítica sobre a forma de como são produzidos e oferecidos

socialmente.

Propõe-se que a ginástica e suas modernas variações atendam às

demandas da realidade escolar. Por meio dela, o professor poderá organizar a aula

de forma que os alunos se movimentem, descubram e reconheçam as

possibilidades e limites do próprio corpo. Trata-se de um processo pedagógico que

proporciona interação, o conhecimento, a partilha de experiências, a reflexão, para

uma visão crítica que implique diversas possibilidades de significação e

representação.

Das práticas corporais da ginástica, podem emergir questões importantes.

Entre elas, destacam-se: a crítica à lógica do sacrifício e do sofrimento, não somente

físico, o excesso de exercícios que aumentam o risco de lesões graves e a possível

degradação do corpo; o uso de meios artificiais, como anabolizantes que aceleram a

almejada performance corporal, devendo-se discutir com os alunos danos que o uso

dessas substâncias causam no organismo.

A ginástica deve dar condições ao aluno de reconhecer as possibilidades de

seu corpo, sem que esteja atrelado a uma prática meramente competitiva, com

movimentos obrigatórios, presos à perspectiva técnica dos exercícios repetitivos.

Na escola a ginástica não tem de responder aos apelos da mídia, que faz

apologia do culto ao corpo, dita padrões estéticos e tenta determinar até mesmo os

cenários e os materiais que considera essenciais a esta prática; nas diretrizes,

entende-se que a ginástica deva ser socializada o máximo possível. (PARANÁ,

2008).

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É importante entender, ainda, que a ginástica compreende uma gama de

possibilidades, desde a ginástica imitativa de animais, ginástica geral, até as

esportivizadas: artística e rítmica.

O aluno deve reconhecer essas possibilidades. No entanto, deve-se

considerar a participação de todos à criação espontânea de movimentos e

coreografias. Os espaços para a prática da ginástica podem ser locais livres, como

pátios, campo e bosques.

Os materiais podem ser improvisados e alternativos, de acordo com a

realidade; além disso, a performance não deve ser o objetivo final da prática.

A ginástica como atividade educacional no ambiente escolar é algo

extremamente importante e significativo para o desenvolvimento dos alunos em

vários aspectos educativos, como o aprimoramento do conhecimento corporal, na

integração social, estimulando não só o aspecto voltado para o convívio social, como

também, auxilia e se faz necessário para que os educandos tenham uma postura

voltada para o incentivo e a conscientização para uma vida saudável com a prática

de exercícios físicos moderados que colaborem para uma vida adulta com saúde.

Além de saudável ela é grande aliada para a criação afetiva e coletiva. (TOLEDO,

2007).

Com objetivos pedagógicos, visando o pensamento crítico e práticas

continuadas, as orientações docentes e as ações dos escolares são

operacionalizadas sempre com justificativas, esclarecimentos, análises e avaliações

críticas. Para o exercício físico educativo e escolar é importante que os alunos não

sejam indivíduos alienados que fazem coisas sem pensar, pelo contrário, somente

pode ser identificado como exercício físico educativo com repetições conscientes de

movimentos com envolvimento corporal em escala ascendente, contribuindo com

questionamentos e convicções. (LIBÂNEO, 1999).

Como conteúdo de ensino a ginástica tem respaldo nos projetos

pedagógicos escolares. Dentro de suas particularidades deve ajudar na formação

dos estudantes, preparar para a cidadania, para a cultura, para o trabalho, para o

prazer, enfim, para a vida.

As aulas de ginástica proporcionam ao adolescente uma auto-estima

positiva, consequentemente ele se sentirá mais seguro para enfrentar novos

desafios, estabelecendo metas e objetivos motores e assim implicará seu repertório

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motor em sua fase adulta, isso irá contribuir para enfrentar os desafios e dificuldades

do dia a dia. (PEREIRA, 2002).

Segundo Darido (2005), a Educação Física baseia-se geralmente em aulas

de cunho esportivo porque os professores experimentaram por mais tempo e com

mais intensidade as experiências esportivas. Muitos professores não tiveram

experiências com a ginástica e outros conteúdos, trabalhando muitas vezes somente

com esportes coletivos, limitando-os, assim, de terem outras vivências. Não que

estes conteúdos não devem ser ensinados, mas devemos lembrar que a Educação

Física deve ser ensinada de maneira pluralizada, a ginástica é um conteúdo muito

rico para trabalhar e ampliar os conhecimentos, dando acesso para os alunos sobre

as diversas atividades corporais.

A ginástica proporciona ao aluno diversas vivências, podendo executá-la

através de diferentes movimentos, materiais e ritmos musicais, trabalhando os

valores sociais dos adolescentes como ética, cooperação, autoestima, solidariedade,

limites, preconceito, disciplina, criatividade, respeito entre outros.

Pretende-se uma prática no contexto escolar que passe pelas brincadeiras,

jogos, dança, reflexão teórica, e que seja desenvolvida de forma menos excludente

e mecânica. (SOUZA; VAGO, 1997).

2.2) Atividade Física e Exercício Físico

É sabido que a atividade física difere em questão de conceitos com o

exercício físico, porém ambos os termos referem-se ao movimento voluntário que

leve a um gasto energético.

Atividade física pode ser definida como qualquer movimento corporal,

produzido pelos músculos esqueléticos, que resulta em gasto energético maior do

que os níveis de repouso. (CASPERSEN et al., 1985).

Exercício físico é toda atividade física planejado, estruturada, organizada

que tem por objetivo a melhoria e a manutenção de um ou mais componentes da

aptidão física. (CASPERSEN et al., 1985).

Na concepção de Marcello Montti (2007, p.1), a atividade física é definida

como:

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Um conjunto de ações que um indivíduo ou grupo de pessoas pratica envolvendo gasto de energia e alteração do organismo, por meio de exercícios que envolvam movimentos corporais, com aplicação de uma ou mais aptidões físicas, além de atividades mentais e sociais, de modo que terá como resultados os benefícios da saúde.

A prática regular de atividade física acompanha-se de benefícios e vem

sendo reconhecida por seus efeitos saudáveis aos praticantes.

Matsudo & Matsudo (2000) afirmam que os principais benefícios à saúde

advinda da prática de atividade física referem-se aos aspectos antropométricos,

neuromusculares, metabólicos e psicológicos.

Os efeitos metabólicos apontados pelos autores são: o aumento da

potência aeróbica, o aumento da ventilação pulmonar, a melhora do perfil lipídico, a

diminuição da pressão arterial, a melhoria da sensibilidade à insulina, a diminuição

da freqüência cardíaca em repouso e no trabalho.

Com relação aos efeitos antropométricos e neuromusculares ocorre, a

diminuição da gordura corporal, o incremento da força e da massa muscular, da

densidade óssea e a flexibilidade.

Na dimensão psicológica, afirmam que a atividade física atua na melhoria

de autoestima, do autoconceito, da imagem corporal, das funções cognitivas e de

socialização, diminuição do estresse, da ansiedade e na diminuição do consumo de

medicamentos.

Guedes & Guedes (1995), por sua vez, afirmam que a prática de exercícios

físicos habituais, além de promover a saúde, influência na reabilitação de

determinadas patologias associadas ao aumento dos índices de morbidade e da

mortalidade.

Em oposição a esta prática regular de atividades físicas está o

sedentarismo que é a falta ou a diminuição da atividade física, a lei do menor

esforço. A pessoa sedentária é aquela que gasta poucas calorias por semana com

atividades ocupacionais. Isto acarreta um grande risco à saúde. O sedentarismo

está associado ao aumento da incidência de diversas doenças e males, como

obesidade, diabetes, aumento do colesterol ruim, depósito de gordura nas artérias,

hipertensão arterial e infarto no miocárdio.

Exercício físico é qualquer atividade que mantém ou aumenta a aptidão

física em geral e tem o objetivo de alcançar a saúde e o divertimento. A razão da

prática de exercícios inclui o reforço da musculatura e do sistema cardiovascular, o

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aperfeiçoamento das habilidades, a perda de peso e a manutenção de algumas

partes do corpo.

Para muitos médicos e especialistas, os exercícios físicos realizados de

forma regular e sistematizada, estimulam o sistema imunológico, ajudam a prevenir

doenças como cardiopatias, moderam o colesterol e ajudam a prevenir a obesidade,

melhoram a saúde e ajudam a prevenir a depressão.

O exercício físico somente nos permite atingir os objetivos esperados

quando são devidamente orientados.

A prática de exercícios sem uma avaliação médica anterior e sem orientação

de profissionais especializados pode causar prejuízos, sobretudo no sistema

cardiovascular, enfarto agudo do miocárdio, arritmia, sérias lesões musculares, entre

outras disfunções.

O corpo não pode ser considerado apenas um conjunto de ossos e

músculos a serem trabalhados, mas como a totalidade do indivíduo que se expressa

através de movimentos, sentimentos e atuações no mundo.

A Educação Física deve levar o aluno a um dispêndio de energia em

atividades prazerosas e recreativas, permitindo o relaxamento, a possibilidade de

perceber o corpo e saber controlá-lo, a convivência em grupo e um relacionamento

intenso com seus pares. As atividades devem ser motivantes e participativas e o

corpo um instrumento de contato com os outros.

Permite-se, além disso, a aprendizagem sistemática de movimentos, que lhe

será útil inclusive na sua vida em sociedade, ajudando-o a descobrir a pluralidade e

a riqueza desses movimentos que o seu corpo lhe possibilita. Por fim, deve aliar o

cognitivo ao afetivo, permitindo a continuidade de seu desenvolvimento global.

(DAOLIO, 1998).

A atividade física é um importante auxilio para o aprimoramento e

desenvolvimento do adolescente, nos seus aspectos morfofisiopsicológicos,

podendo aperfeiçoar o potencial determinado pela herança e instruindo o indivíduo

para um aproveitamento melhor de suas possibilidades. (BARROS, 1993).

Para o organismo que se encontra em processo de crescimento e

desenvolvimento, é importante que a realização de atividades físicas se dê de forma

sistemática e metodologicamente organizada, dirigida a cada grupo etário. (PRIORE,

1998).

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Lima (1999), afirma que a atividade física tem, cada vez mais, representada

um fator de qualidade de vida dos seres humanos, possibilitando lhes uma maior

produtividade e melhor bem-estar.

Os exercícios devem ser incorporados definitivamente na rotina daqueles

que buscam viver melhor, pois motivos não faltam. Atividades aeróbicas, como

natação, ciclismo, caminhadas, queimam gorduras e calorias e por isso protegem o

sistema cardiovascular. Produz também endorfina, uma espécie de calmante

natural.

O sedentarismo se constitui, hoje, em um comportamento praticamente

epidêmico. Todos, em qualquer idade, são estimulados cada vez menos ao

movimento.

A prática regular de exercícios em intensidade moderada é capaz de reverter

o risco de morte, tanto entre pessoas saudáveis quanto entre as que já estão

vulneráveis à doenças crônicas não transmissíveis, independentemente dos outros

fatores associados como tabagismo, hipertensão arterial, idade, sobrepeso,

consumo de álcool, antecedentes familiares, entre outros. (SABA, 2003).

O sedentarismo já é considerado a doença desde o milênio. Na realidade,

trata-se de um comportamento induzido por hábitos decorrentes dos confortos da

vida moderna. Com a evolução da tecnologia e a tendência cada vez maior de

substituição das atividades ocupacionais que desmandam gastos energéticos por

facilidades automatizadas, o ser humano adota cada vez mais a lei do menos

esforço reduzindo assim o consumo energético de seu corpo.

Neste sentido e com base no que foi explanado, o presente trabalho

fortalece a inclusão de todas as crianças e adolescentes numa escola com

qualidade, respeitando tais alunos como cidadãos.

3) Ações e resultados

As estratégias de ação foram desenvolvidas pelo método participativo,

promovendo a reflexão sobre o processo de desenvolvimento e aprendizagem,

tendo como participantes os alunos dos anos finais (7º ao 9º anos) do Ensino

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Fundamental do Colégio Estadual David Carneiro E.F.M.N., contando com a

participação da Direção, Equipe Pedagógica e professores de Educação Física.

O projeto de implementação iniciou-se com a divulgação do mesmo aos

profissionais da escola e, no segundo momento, aos alunos, na segunda quinzena

do mês de agosto do ano letivo de 2011.

No terceiro encontro, os 23 alunos, com idade entre 12 e 17 anos, tanto

masculino quanto feminino, se interessaram na participação do projeto. A partir daí

deu-se início às atividades propriamente ditas, em que se propôs a leitura do texto

Como podemos adquirir a tão desejada Qualidade de Vida? da Unidade Didática

“A importância da Atividade Física para a Saúde e a prevenção ao Sedentarismo”

(BERTOLI, 2011), que forneceu subsídios para melhor entender como devem ser os

parâmetros de abrangência da atividade física.

Após a leitura e compreensão do texto propôs-se uma avaliação física com o

teste de Índice de Massa Corporal (IMC), na última semana do referido mês. Este

índice é obtido através do cálculo do peso dividido pela altura ao quadrado (p:a2).

Os dados obtidos, com as 13 alunas e os 10 alunos, com essa atividade

foram:

MENINAS/idade peso altura IMC Classificação11 56 1,59 22,1 obesa12 36 1,57 14,6 abaixo do peso12 37 1,48 16,8 peso saudável12 40 1,54 16,8 peso saudável12 50 1,52 21,6 peso saudável12 65 1,60 25,3 obesa13 48 1,61 18,5 peso saudável13 42 1,54 17,7 peso saudável15 45 1,60 17,5 peso saudável15 48 1,54 20,2 peso saudável15 49 1,53 20,9 peso saudável15 50 1,55 20,8 peso saudável15 54 1,64 20,1 peso saudávelMENINOS/idade peso altura IMC Classificação12 55 1,63 20,70 peso saudável12 60 1,55 25 obeso13 42 1,48 19,2 peso saudável13 51 1,72 17,2 peso saudável13 61 1,69 21,4 peso saudável14 40 1,57 16,2 peso saudável14 52 1,63 19,6 peso saudável14 61 1,73 20,4 peso saudável14 63 1,65 23,1 acima do peso17 64 1,75 20,9 peso saudável

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Fonte: Os índices foram calculados com apoio3 do CDC (2012).

Desse modo obteve-se que dos 23 alunos, há duas alunas consideradas

obesas4, uma abaixo do peso e 10 com peso saudável, normal; enquanto para os

meninos obteve-se um aluno obeso, um acima do peso e oito com peso considerado

saudável, normal.

Com esses dados em mãos, conversou-se com os alunos, retomando o que

haviam entendido da leitura do texto para perceberem a necessidade de praticarem

atividade física.

No encontro da primeira semana no mês de setembro propôs-se a leitura do

texto E você, tem feito suas atividades físicas regularmente? para que os alunos

compreendessem a importância da prática da Atividade Física permanente e os

benefícios da prática regular dessas atividades.

É preciso levar em conta, inicialmente, aquilo que o aluno traz como

referência, qual a sua perspectiva de atividade física. Esse momento caracterizou-se

como preparação e mobilização para a construção do conhecimento no contexto

escolar. Propor desafios, criando um ambiente de dúvidas sobre o assunto,

indagando-os, levantando questões sobre os benefícios, os riscos de atividade

física quando não orientada.

Nessa situação a leitura foi feita em grupos de quatro alunos em que se

dividiu o texto em seis parágrafos entregue a cada grupo para que discutissem e

depois socializassem com os colegas. Ao final das conclusões o texto foi lido pelo

professor para melhor entendimento do assunto.

Na aula seguinte explicou-se, em sala de aula, as vantagens, cuidados e a

importância de fazer caminhada como uma atividade física prazerosa e discussão

sobre a idéia que os alunos tinham sobre esse assunto. Dos 23 alunos que

participaram dessa aula, 15 disseram que nunca fizeram caminhada com o sentido

de atividade física e 8 afirmaram que costumam praticar a caminhada nos finais de

semana. Foi solicitado então que respondessem oralmente as seguintes questões:

• Qual é o seu conceito sobre qualidade de vida?

• Analisando sua rotina diária, quais as possibilidades e alternativas de

aproveitamento do seu tempo livre visando um melhor bem estar?

3 http://apps.nccd.cdc.gov/dnpabmi/Calculator.aspx?CalculatorType=Metric4 Com os/as alunos/as obesas houve uma conversa individual e a proposição de procurarem exercitarem mais vezes durante o dia.

http://apps.nccd.cdc.gov/dnpabmi/Calculator.aspx?CalculatorType=Metric

16

• A busca da atividade física é difícil de ser conquistada?

As respostas giraram em torno de que qualidade de vida é ter saúde e

alimentar-se bem; 45% dos alunos indicaram que na rotina diária o tempo livre é

utilizado em vídeo game, computador, ajudar em casa enquanto os outros buscam

jogar com os amigos.

Ao final das discussões foi feito um convite aos alunos para que no próximo

encontro viessem com as vestimentas e calçados adequados para fazer caminhada

ao redor da escola.

Na última semana do mês de setembro em que estava prevista a caminhada

70% dos alunos compareceram com as vestimentas e calçados adequados para

participarem da atividade que havia sido proposta na aula anterior.

Desse modo, ficou combinado que os que cumpriram a proposta fossem

fazer a caminhada enquanto os outros ficariam em sala de aula para discutirem

sobre 15 itens que destacam os benefícios da atividade física para o ser humano

que fazem parte de uma atividade de palavra cruzada. Os alunos concordaram e

assim um professor acompanhou os alunos na caminhada e outro ficou com o grupo

de discussão dos itens.

Essa situação não estava prevista no planejamento das atividades, no

entanto foi importante pois no encontro seguinte, em que se previa uma palestra –

que não ocorreu, todos os alunos participantes do projeto puderam discutir o que

acharam da atividade caminhada X discussão dos 15 itens.

Houve troca de informações em que os alunos socializaram uns aos outros o

que sentiram e refletiram sobre cada uma das atividades.

No mês de outubro, o primeiro encontro abordou a leitura e interpretação do

texto Combate ao sedentarismo5, com o objetivo de apresentar o conteúdo

sistematizado sobre a ginástica e o alongamento para que tenham condições de

assimilação, desenvolvendo assim, as atividades relativas através da prática

corporal. Procedeu-se à discussão da questão, “Você se considera um sedentário?”

que resultou que 65% dos alunos se consideraram sedentários, indicando que o

jovem nem sempre se preocupa com a prática de exercícios físicos.

Na sequência da aula, os alunos foram encaminhados ao espaço externo da

escola para a prática da ginástica e alongamento para que pudessem perceber a

reação corporal e física de sua condição de sedentário ou não. Nesta proposta o

5 Unidade didática

17

objetivo era que os estudantes compreendessem melhor a importância da prática

para a saúde.

Desse modo, a aula foi organizada de maneira que os alunos se

movimentaram, descobriram e reconheceram as possibilidades e limites do próprio

corpo, e consequentemente o gosto pela prática. Trata-se de um processo

pedagógico que propicia a interação, o conhecimento, contribuindo para ampliar as

possibilidades e representação do movimento para que o aluno possa conhecer,

escolher, vivenciar, transformar e ser capaz de julgar os valores associados a essa

prática.

Na aula seguinte, os alunos assistiram ao vídeo6 com o título “Benefícios

da atividade física” (2010) em que observaram a importância do alongamento e do

quanto exercitar-se faz bem à saúde e traz qualidade de vida.

Para complementar as atividades do mês, em sala de aula, apresentou-se

um texto “Conhecendo os músculos”7 em que foi explicado sobre o conceito,

funções, grupos musculares, classificação e tipos de músculos do corpo humano

para que os alunos pudessem compreender melhor a importância.

Em novembro, a atividade desenvolvida foi na área externa da escola,

momento em que se propôs uma atividade de alongamento e ginástica com

movimentos que deviam ser acompanhados junto com o professor e, depois,

aleatoriamente à escolha do aluno.

Após a atividade, sentados no chão, discutiu-se sobre as atividades em

classe anteriormente trabalhadas com o exercício prático. Abordou-se sobre o que

sentiram e de como foi fazer os exercícios entre outras questões.

Neste mês foi programada uma visita a um clube de campo para mostrar aos

alunos uma academia de ginástica e a piscina. Nesta visita foram seguidos todos os

parâmetros decorrentes a autorização do dono, dos pais, como também vestimentas

adequadas, pois a academia fica na cidade vizinha e exige o cumprimento de

normas. Os alunos ficaram maravilhados com tantos aparelhos, espelhos, aulas de

jump, como também com as aulas de hidroginástica. Além disso, o ritmo das

musicas era contagiante e não tiveram como ficar parados. Estes acharam

interessante, pois alguns nunca tinha conhecido esse tipo de ambiente. Sair um

pouco do ambiente “quadra”, os estudantes gostam, fazem caminhada, alongamento

6 http://www.youtube.com/watch?v=sCTLOzwvLoQ&feature=related7 http://www.auladeanatomia.com/sistemamuscular/gen-musc.htm

http://www.auladeanatomia.com/sistemamuscular/gen-musc.htmhttp://www.youtube.com/watch?v=sCTLOzwvLoQ&feature=related

18

ao ar livre. O importante é sempre incentivá-los e motivá-los fazer a prática de

atividade física de forma diferenciada e dinâmica.

Na escola confeccionamos materiais de ginástica como saquinhos de areia,

bastões, step de madeira, pesinhos com latinhas, entre outros. Essa proposta teve

como objetivo os exercícios praticados, mostrando que os mesmos promovem com

a prática diária, técnica de execução correta, alinhamento postural, respiração,

alterações na composição corporal, frequência, intensidade e ritmo.

A proposta foi apresentar uma reflexão sobre questões ligadas a dopping,

anabolizantes e obsessão pela atividade física, provocados pela procura do corpo

perfeito com base em algumas frases que foram distribuídas aos alunos.

A turma foi dividida em quatro grupos que recebeu uma ficha com uma frase

e liam para os colegas. Depois, houve provocação por parte do professor nas

discussões sobre cada frase a fim de compreenderem os riscos, danos e prejuízos

do dopping, anabolizantes e obsessão pela atividade física. As frases abaixo

retiradas de uma dissertação8 foram:

1. “[...] apesar de o corpo ter-se tornado objeto de preocupações e

pesquisas, o fato é que, muitas vezes, essa "onda", essa preocupação, não

proporciona resultados que coloquem o homem em condições humanas e dignas de

existência [...]”.

2. “O jovem estabelece diferentes relações no mundo em que vive: com o

outro, com a família, com o grupo de iguais, consigo mesmo”.

3. “[...] quando fazem atividade física, gostam de fazê-lo de maneira coletiva,

por ser mais prazeroso, cultivarem amizades, distraírem-se e por amor ao esporte”.

4. “Bonito é ser sarado – o corpo valorizado” diz respeito à cultura do

músculo e “Os gordos que perdoem, mas ser sarado é fundamental – o corpo

desvalorizado” reflete sobre a atual aversão à gordura corporal.

Em outra aula, retomou-se as discussões das aulas anteriores e solicitou-se

que os alunos escrevessem sobre como foi a participação nos estudos e atividades

práticas e/ou desenhassem.

Foi feita uma análise de todo o trabalho e no início da primeira semana do

mês de dezembro encerraram-se as atividades de implementação em que os alunos

divulgaram aos outros colegas e alunos da escola a importância da atividade física.

8 SOUZA, S. A. F. Corpo e Imaginário Social: o Discurso de Jovens. [Dissertação], Mestrado em Educação. Faculdade de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2003.

19

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estilo de vida sedentário, juntamente com os confortos que a tecnologia

oferece, está aumentando os níveis de inatividade física entre pessoas em todas as

partes do mundo. Por isso a necessidade de informar e educar a população escolar

a respeito da importância da atividade física como uma forma de promoção da

saúde e prevenção de algumas doenças.

Através de estudos realizados nas diversas partes do mundo, constata-se

que é de suma importância que o ser humano adquira hábitos saudáveis a fim de

viver mais e melhor sem precisar do auxílio de remédios. A forma mais simples e

econômica de se conseguir uma boa qualidade de vida é através de uma

alimentação saudável e da prática regular de atividades.

Um estilo de vida inativo pode oferecer fatores de risco para o

desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis.

São inúmeros os benefícios que a atividade física oferece. O tipo de

exercício não importa, qualquer atividade que movimente o corpo e gere um

dispêndio energético é válida.

O importante é praticar exercícios físicos de forma regular, sistemática e

prazerosa e de maneira moderada e orientada, respeitando os limites do corpo,

assim os benefícios serão consideráveis. A prática habitual de atividade física traz

benefícios na construção e manutenção de ossos e músculos saudáveis, controle do

peso corporal, aumento da massa muscular, redução de gordura, de ansiedade e

depressão.

Por meio do conhecimento o adolescente pode adquirir autonomia para

incorporar ao seu dia-a-dia o gosto por uma vida mais ativa.

As aulas de Educação Física escolar são excelentes momentos para a

conscientização da importância das atividades físicas e não apenas o enfoque nas

práticas esportivas.

Com esse projeto foi possível observar a perfeita integração dos alunos,

indicando que é possível incorporar hábitos saudáveis, mesmo em alunos que nunca

tiveram interesse da prática de atividades físicas. Desta forma concluímos o

trabalho, mas atingimos os objetivos, principalmente na vertente social, bem como

no aspecto saúde.

20

Este trabalho teve a intenção de despertar nos estudantes envolvidos no

projeto a conscientização de ter o hábito saudável na prática de atividade física,

buscando formas de se tornarem mais ativos em suas vidas diárias. Uma boa prática

regular pode estimular a criatividade, a convivência familiar e comunitária,

melhorando a qualidade de vida como um todo, considerando o corpo humano em

suas dimensões cultural, social, política, psicológica, afetiva, além da biológica.

Existem sim dificuldades em relação ao despertar a consciência dos alunos,

mas estamos em busca de mudanças. No entanto, há necessidade de sempre

reforçar as informações constantemente, fazendo com que alunos e familiares

compreendam a importância de valorizar o hábito saudável da prática de atividade

física.

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