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BRASÍLIA 2015 Universidade de Brasília UnB Instituto de Psicologia IP Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano PED Programa de Pós-Graduação em Processos de Desenvolvimento Humano e Saúde - PGPDS CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO HUMANO, EDUCAÇÃO E INCLUSÃO ESCOLAR UnB/UAB A PERCEPÇÃO DE PROFESSORES SOBRE O ATENDIMENTO DE SEUS ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS EM UM CENTRO DE ATENDIMENTO ESPECIALIZADO CATIANA NOGUEIRA DOS SANTOS ORIENTADOR (A): FABRÍCIA TEIXEIRA BORGES

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BRASÍLIA

2015

Universidade de Brasília – UnB

Instituto de Psicologia – IP

Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano – PED

Programa de Pós-Graduação em Processos de Desenvolvimento Humano e Saúde - PGPDS

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO HUMANO,

EDUCAÇÃO E INCLUSÃO ESCOLAR – UnB/UAB

A PERCEPÇÃO DE PROFESSORES SOBRE O ATENDIMENTO DE

SEUS ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS

EM UM CENTRO DE ATENDIMENTO ESPECIALIZADO

CATIANA NOGUEIRA DOS SANTOS

ORIENTADOR (A): FABRÍCIA TEIXEIRA BORGES

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Universidade de Brasília – UnB

Instituto de Psicologia – IP

Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano – PED

Programa de Pós-Graduação em Processos de Desenvolvimento Humano e Saúde - PGPDS

CATIANA NOGUEIRA DOS SANTOS

A PERCEPÇÃO DE PROFESSORES SOBRE O ATENDIMENTO DE

SEUS ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS

EM UM CENTRO DE ATENDIMENTO ESPECIALIZADO

BRASÍLIA

2015

TERMO DE APROVAÇÃO

Monografia apresentada ao Curso de Especialização em

Desenvolvimento Humano, Educação e Inclusão Escolar,

do Departamento de Psicologia Escolar e do

Desenvolvimento Humano – PED/IP – UnB/UAB.

Orientador (a): Fabrícia Teixeira Borges.

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CATIANA NOGUEIRA DOS SANTOS

A PERCEPÇÃO DE PROFESSORES SOBRE O ATENDIMENTO DE

SEUS ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS

EM UM CENTRO DE ATENDIMENTO ESPECIALIZADO

Monografia aprovada como requisito parcial para obtenção do grau de

Especialista do Curso de Especialização em Desenvolvimento Humano,

Educação e Inclusão Escolar – UnB/UAB. Apresentação ocorrida em

___/____/2015.

Aprovada pela banca formada pelos professores:

____________________________________________________

FABRÍCIA TEIXEIRA BORGES (Orientador)

___________________________________________________

NOME DO EXAMINADOR (Examinador)

_________________________________________________________

CATIANA NOGUEIRA DOS SANTOS (Cursista)

BRASÍLIA

2015

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DEDICATÓRIA

Para Maria, uma grande mulher que não podia falar como

gostaria, mas que me proporcionou compreender com os olhos, os

sentimentos de vida que existia em teu ser, me ensinando a

compreender melhor o mundo da inclusão daqueles que não tem

acesso como realmente gostaria. Gratidão!

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AGRADECIMENTOS

Agradeço aos meus pais por me auxiliarem nesta nova etapa de estudos, sempre me

incentivando e me mostrando que persistir é uma realização quando se deseja o melhor

para si e para os outros;

Ao meu irmão José Ricardo e minha cunhada Mayara por me fazerem sentir o amor

pela minha querida Sophia;

Aos amigos Rafael da Paraíba, Eduardo e Cicero Porto de São Paulo e a Damião de

Carinhanha que mesmo de longe me fizeram persistir quando eu achei que não seria

possível;

Ao Dé que me fez entender com sabedoria os aprendizados e que seria possível

ressurgir das cinzas nos momentos mais difíceis da vida;

As amigas de caminhada Milena, Amanda, Luziane, Hidazélia e Carla que mesmo

distantes me fizeram manter sempre em sintonia;

A todos os amigos que não consegui mensurar, mas que fazem parte da minha

história de vida.

As amigas da vida Annaterra, Angélica, Sheila, Selma Jaqueline, Juciara, Alcilene,

Silvia e Jessica Ísis que sempre se fizeram presentes nos bons e maus momentos ao longo

desta caminhada.

Aos amigos do coração que sempre estiveram firmes e fortes mesmo quando

decidir mudar para outros ventos.

Aos primos Gercino, Laís, Kassy e Silvana que sempre me deixaram ainda mais

forte na minha base familiar.

A Pastoral da Juventude do Meio Popular - PJMP que nunca deixaram a minha

lamparina apagar e que sempre foi um espaço aberto para me acolher.

Aos grupos de Jovens JASFA e FJM que me deram o sentido de estar mais presente

ao amor de Deus e a irmã Virginia Vitória, que tem cheiro de colo de Deus e que

percorrendo em suas missões deixa este perfume por onde passa;

A Deus por me permitir concretizar mais um sonho e me fazer compreender os

melhores caminhos a seguir.

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RESUMO

Inclusão é possibilitar que pessoas que não tem acessos a seus direitos possam ser

inseridas em serviços e benefícios de forma que possibilite que tanto a família quanto o

portador de deficiência tenha acesso, garantindo melhoras no seu desenvolvimento. No

contexto escolar, inclusão significa possibilitar que crianças com necessidades

educacionais tenham direito à educação no ambiente de escola regular. Neste contexto,

essa pesquisa busca compreender a relação existente entre o trabalho do centro

especializado e a escola regular, tendo em vista que o foco principal é o professor da escola

regular o qual será pesquisado o seu conhecimento acerca do que é inclusão, sobre como

funciona um centro de atendimento especializado, quais contribuições são desenvolvidas

no seu trabalho em ambiente escolar com seus alunos que são atendidos em um centro de

atendimento especializado e quais direcionamentos podem ocorrer para contribuir nos

avanços da educação inclusiva na sua escola. Para a realização desta pesquisa foi utilizado

como instrumento um questionário, com questões abertas. O mesmo foi aplicado para

quatro professoras da Escola Anita que trabalham com alunos com necessidades

educacionais especiais, e que no momento estão recebendo atendimento especializado em

um Centro de Atendimento Especializado de Carinhanha. A análise dos dados foi

distribuída em categorias proporcionando detalhar cada tema e como se ocorreu o

desenvolvimento para as professoras. Conclui-se então que entre os professores da escola

regular juntamente com o Centro de Atendimento Especializado de Carinhanha possam

futuramente se desenvolver nas prioridades de aprendizagem dos alunos com deficiência e

quais direcionamentos podem ocorrer para contribuir nos avanços da educação inclusiva na

Escola Anita e demais escolas do município supracitado.

Palavras-Chave: Inclusão. Necessidades Educacionais Especiais. Professores,

Atendimento Educacional Especializado.

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SUMÁRIO

A PERCEPÇÃO DO PROFESSOR SOBRE O ATENDIMENTO DE SEUS ALUNOS

COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS EM UM CENTRO DE

ATENDIMENTO ESPECIALIZADO.

Introdução ..............................................................................................................................8

1- Fundamentação Teórica...................................................................................................10

1.1- Inclusão: conceitos e definições....................................................................................10

1.2 - Atendimento Educacional Especializado....................................................................12

1.3- Inclusão e aprendizagem...............................................................................................14

2- Objetivos..........................................................................................................................18

2.1- Geral..............................................................................................................................18

2.2- Específicos....................................................................................................................18

3- Metodologia....................................................................................................................19

3.1- Fundamentação Teórica da Metodologia......................................................................19

3.2- Contextos da Pesquisa...................................................................................................19

3.3- Participantes................................................................................................................ .20

3.4- Materiais........................................................................................................................21

3.5- Instrumentos de Construção de Dados..........................................................................21

3.6- Procedimentos de Construção de Dados...................................................................... 21

3.7- Procedimentos de Análise de Dados............................................................................ 22

4- Resultados e Discussões..................................................................................................24

5- Considerações Finais.......................................................................................................38

Referências...........................................................................................................................41

Apêndices.............................................................................................................................43

Anexos..................................................................................................................................46

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INTRODUÇÃO

A inclusão possibilita a garantia de acesso dos serviços educacionais especiais aos

alunos com necessidades educacionais especiais que também possuem como suporte para

seu desenvolvimento na escola regular o centro de atendimento especializado que auxilia

que sua aprendizagem tenha avanços dentro dos dois ambientes de educação.

O centro de atendimento especializado identifica a necessidade destes alunos e

proporciona metodologias que vão ao encontro das necessidades educacionais, ajudando

assim no trabalho em sala de aula do professor regente. Neste contexto, essa pesquisa

busca compreender a relação existente entre o trabalho do centro especializado e a escola

regular tendo em vista que o foco principal é o professor da escola regular o qual, será

pesquisado o seu conhecimento acerca do que é inclusão, sobre como funciona um centro

de atendimento especializado, quais contribuições são desenvolvidas no seu trabalho em

ambiente escolar com seus alunos que são atendidos em um centro de atendimento

especializado e quais direcionamentos podem ocorrer para contribuir nos avanços da

educação inclusiva na sua escola.

Sou Catiana Nogueira dos Santos, Psicóloga e tenho experiência profissional voltada

para atendimentos clínicos de crianças, adolescentes e adultos e sou Técnica de Referência

para trabalhos psicossociais no CRAS (Centro de Referência de Assistência Social).

Quando iniciei o curso de Especialização em Desenvolvimento Humano, Educação e

Inclusão Social meu intuito era compreender como se realiza a participação dos alunos

com necessidades educacionais especiais numa escola regular e como ocorre seu processo

de inclusão. Através de cada conclusão de módulo identifiquei como este outro assunto me

despertou interesse principalmente quando realizei as visitas de campo nas escolas do

município. Além disto, minha participação ao evento de semana pedagógica do município

de Carinhanha que abordava o tema de Inclusão Social me proporcionou reflexões para o

surgimento do meu tema: “A percepção de professores sobre o atendimento de seus alunos

com necessidades educacionais especiais em um centro de atendimento especializado”.

A todo o momento tento exercer enquanto profissional e cidadã atitudes que

beneficiem a pessoa com deficiência. E cada vez mais que aprofundo nos conhecimentos

voltados para a inclusão me deparo com a triste realidade da prática e que aqui no

município de Carinhanha ainda se encontra enraizado devido muitos preceitos culturais

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impossibilitando para que algumas demandas desse público não seja atendida. Acredito

na proposta de que temos que modificar muito a prática para que dê certo a nossa teoria.

Sendo assim, o objetivo deste trabalho é estudar a percepção dos professores sobre

seus alunos com necessidades educacionais especiais através do centro de atendimento

especializado.

No primeiro capítulo será abordado o processo de inclusão através de seus

conceitos e definições e como podemos compreender este contexto numa escola regular,

no segundo capítulo adentramos um pouco sobre o conceito de um centro de Atendimento

Educacional Especializado, para que serve e qual o suporte oferecido a uma pessoa com

deficiência na escola e quais metodologias podem ser utilizadas para fortalecer a inclusão

dos alunos que utilizam este serviço oferecido e no terceiro e último capítulo buscaremos

compreender como ocorre à inclusão e aprendizagem do aluno passando por toda essa

perspectiva da escola regular e de um centro de atendimento educacional especializado e

quais avanços na aprendizagem através da inclusão escolar dos alunos com deficiência.

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1 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1 - Inclusão: conceitos e definições

O Estatuto da pessoa com deficiência Institui sob a lei 13.146 de 25 de Julho 2015 e

define no art. 27 que a educação é um direito da pessoa e dever do estado. Para tanto, é

necessário adentrar no que define o artigo.

A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurados a sistema

educacional inclusivo em todos os níveis de aprendizado ao longo da vida, de

forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e

habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características,

interesses e necessidades de aprendizagem (BRASIL, 2015).

Se consultarmos o dicionário, verificaremos que a palavra incluir significa

compreender, abranger, fazer parte, pertencer, processo que pressupõe, necessariamente e

antes de tudo, uma grande dose de respeito. (SARTORETTO, 2006, p.273).

A inclusão implica em uma mudança de paradigma educacional, que gera uma

reorganização das práticas escolares; planejamento, formação de turmas, currículos,

avaliação, gestão do processo educativo (MANTOAN, 2006, p.207). A proposta

revolucionária de incluir todos os alunos em uma única modalidade educacional, o ensino

regular, tem encontrado outras barreiras, entre as quais se destaca a cultura assistencialista

e terapêutica da Educação Especial (MANTOAN, 2006, p. 203).

Para compreender o contexto a respeito da educação inclusiva é necessário

perpassar pelos princípios da mesma expressada no texto:

A concepção e os princípios da educação inclusiva dentro de um contexto mais

amplo que dizem respeito à estrutura da sociedade em que vivemos associados

aos movimentos de garantia dos direitos exigem a transformação dos sistemas de

ensino em relação à fundamentação, à prática pedagógica e aos aspectos do

cotidiano da escola. DUTRA e GRIBOSKI (2006, p. 210).

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O argumento do despreparo dos professores não pode continuar sendo álibi para

impedir a inclusão escolar de pessoas com deficiências. Se não estamos preparados,

precisamos urgentemente nos preparar. (SARTORETTO, 2006, p.274)

Para Mantoan (2006, p. 206) “Nosso desafio maior é auxiliar os pais de criança

com deficiência a necessidade de inclusão em que são excluídas de escolas comuns. É

necessário que eles compreendam que precisam garantir que o direito a educação seja

cumprido”.

“Temos o direito à igualdade, quando a diferença nos inferioriza e direito a

diferença quando a igualdade nos descaracteriza!” (SANTOS 1999 apud MANTOAN,

2006, p. 204). Assim sendo, os direitos asseguram aos portadores de especialidades e por

isso é preciso cuidar do diferente com diferença. Nesse discurso, vê-se que os espaços de

educação nem sempre estão preparados para receber portadores de especialidades o que

acaba distanciando da proposta educacional para especiais. Outro autor vai discutir da

seguinte maneira:

As escolas regulares acabam realizando falsas soluções quando se trata dos

desafios à inclusão tanto na escola regular quanto no atendimento especializado,

pois acabam distanciando e fragmentando tanto a estrutura quanto a rotina e

dificuldades em materiais necessários para utilização. MANTOAN (2006, p.

206)

Segundo Sartoretto (2006), para que esta preparação aconteça é necessário que as

autoridades responsáveis pela implementação das políticas educacionais comecem a

executa – las dentro das escolas regulares proporcionando o desafio de acolher as

diferenças.

Beyer (2006, p. 277), em sua pesquisa analisou o conceito de educação inclusiva

com integração escolar e percebeu que, historicamente passou por algumas mudanças as

duas formas conceituais e que podemos compreender que dentro deste processo houve uma

evolução conceitual. Na educação inclusiva percebe-se que é uma forma inflexível em que

a criança com deficiência participe do aprendizado que a maioria tem, tendo que se

comportar em um ambiente em que não está adequada. Enquanto na integração escolar já

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propõe que crianças com deficiência em decorrência de sua necessidade especial obtenham

algumas adaptações pessoais para que tenham o suporte necessário no ambiente escolar.

Inclusão é possibilitar que pessoas que não tem acessos a seus direitos possam ser

inseridas em serviços e benefícios de forma que possibilite que tanto a família quanto a

pessoa com deficiência tenham acesso, garantindo melhoras no seu desenvolvimento. No

contexto escolar, inclusão significa possibilitar que crianças com necessidades

educacionais tenham direito a educação no ambiente de escola regular. As escolas ainda

acabam sendo a porta de entrada para que tais inclusões mesmo que distorcidas sobre sua

definição conceitual permita que este aluno possa buscar neste ambiente toda adaptação

necessária para seu desenvolvimento pessoal para que este ocorra conforme a necessidade

especial de cada aluno. Para Beyer, (2006, p. 278) “Nessa linha de pensamento, penso que

devemos discordar da definição de inclusão que provoca a desconsideração das diferenças

entre as crianças, obrigando-as, por meio de um currículo inflexível ou hegemônico, a

comportarem-se e a aprenderem conforme a maioria o faz”.

Mas continuar buscando propostas de acessibilidade e garantia de direitos para que

todas as crianças possam ter como porta de entrada uma escola que as aceite independente

da sua deficiência e que procurem ajudar, mesmo não sabendo tudo sobre o aluno, mas que

consiga dentro dente processo de inclusão escolar descontruir a definição de inclusão e que

assim possa ressignificar as metodologias de ensino que integrem os alunos que precisam

se desenvolver para estarem aptos a conseguirem ser independentes socialmente seja em

qualquer momento de sua vida.

1.2 - O Atendimento Educacional Especializado

O atendimento educacional especializado é um serviço da educação especial destinado

aos alunos com deficiências física, sensorial e mental, tendo em vista criar condições

favoráveis de acesso aos conteúdos escolares e ao conhecimento em geral. (ARGENTA; SÁ,

2010, p. 34).

Em 1973, o MEC foi responsável pela referência da educação especial no Brasil

criando o Centro Nacional de Educação Especial – CENESP que tinha como proposta ações

educacionais integrativas voltadas para pessoas com superdotação, porém ainda se mantinha

de forma isolada e assistencialista enquanto na Constituição Federal de 1988, no Artigo 208

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Inciso III, estabelece que: “Atendimento educacional especializado aos portadores de

deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; (p.34).” caracterizando que este

aluno pode estar na escola ou classe especial substitutiva para que seja efetive sua inclusão.

No Brasil a Declaração de Salamanca tornou- se referência para o desenvolvimento

de uma nova proposta de modelo de sistema educacional especializado. Inicialmente este

trabalho foi desenvolvido por instituições filantrópicas que criaram salas especiais e

posteriormente foi adaptado para algumas escolas da rede pública. Mesmo assim, com todo

processo de inclusão ainda aconteciam atendimentos separados dos demais alunos.

Já nas leis anteriores nos faz perceber que a inclusão já ocorria, mas não totalmente

inclusiva. Para tanto, é imprescindível analisar o que nos diz o decreto a seguir:

O Decreto nº3. 298 de 20 de dezembro de 1999 Artigo 24 ° 1- Entende-se um

processo educacional definido de uma proposta pedagógica, assegurando um

conjunto de recursos e serviços educacionais comuns, de modo a garantir a

educação escolar e promover o desenvolvimento das potencialidades dos

educandos que apresentam necessidades educacionais especiais. (MAZZOTA,

1998 apud DIRETRIZES NACIONAIS, 2001).

Em 2003 que a política educacional brasileira investiu na garantia dos direitos e

educação de qualidade para todos. Conforme Dutra e Santos (2015, p.4) neste período o

Brasil amplia sua discussão baseando- se na convenção sobre os direitos da Pessoa com

deficiência – CDPD/ONU 2006. Homologou essa convenção e com base nos seus

fundamentos começou a investir em oferta de atendimento educacional especializado nas

escolas regulares, cursos de formação para docentes da área, organização dos serviços e

recursos.

Com o objetivo de transformar os sistemas de ensino em sistemas educacionais

inclusivos, que fortalecem os espaços de discussão e de formação dos profissionais da

educação, tendo como foco os referenciais legais, políticos e pedagógicos que fundamentem

a educação inclusiva. (DUTRA; SANTOS, 2015, p.4)

Atualmente as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação básica

proporcionou que a resolução CNE/CEB 2/2001 viesse para ajustar a educação inclusiva

com um novo olhar para o sistema de ensino para que se possa atender a todos os alunos nas

suas diversidades não como um problema, mas como um aluno de possa contribuir junto

com os demais através da maneira integrada entre pais, professores e alunos.

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Com as mudanças necessárias sobre a educação especial a resolução 04/2009,

efetuou algumas complementações ao processo de inclusão em seu Art. 4º especificando que

os públicos-alvo do AEE são:

I – Alunos com deficiência: aqueles que têm impedimentos de longo prazo de natureza

física, intelectual, mental ou sensorial.

II – Alunos com transtornos globais do desenvolvimento: aqueles que apresentam um

quadro de alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento nas relações

sociais, na comunicação ou estereotipias motoras. Incluem-se nessa definição alunos com

autismo clássico, síndrome de Asperger, síndrome de Rett, transtorno desintegrativo da

infância (psicoses) e transtornos invasivos sem outra especificação.

III – Alunos com altas habilidades/superdotação: aqueles que apresentam um potencial

elevado e grande envolvimento com as áreas do conhecimento humano, isoladas ou

combinadas: intelectual, liderança, psicomotora, artes e criatividade.

Vale ressaltar que, mesmo com a resolução 04/2009 implantada foi necessário se

complementar aspecto que enfatizasse a importância do desenvolvimento da pessoa com

deficiência através da:

A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva

traçou seus objetivos tendo em vista reafirmar esse novo lugar da Educação Especial nos sistemas de ensino. Nesse sentido, ela é incisiva e esclarecedora,

destacando seu mote de contribuir para a transformação das relações com as

diferenças, cultivadas na escola e fora dela, relações estas que são

imprescindíveis para que o ensino comum reconheça a necessidade de refazer

suas práticas e de reconstruir-se sob os princípios e valores da inclusão. Dentre

as novidades lançadas pela Política destaca-se o Atendimento Educacional

Especializado AEE, (MANTOAN, 2010, p.14).

Para Mantoan (2006, p.25) o processo inclusivo é visto da seguinte forma:

O sentido dúbio da educação especializada, acentuado pela impressão dos textos

legais, que fundamentam nossos planos e propostas educacionais, tem acrescentado a essa situação outros sérios problemas de exclusão sustentados por

um entendimento equivocado dessa modalidade de ensino. De fato, ainda é

difícil distinguir a Educação Especial tradicionalmente conhecida e praticada, da

sua nova concepção: o atendimento educacional especializado.

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Os textos mencionados relata a proposta pedagógica que garanta a inclusão e não

que seja confusa ao ponto de excluir o aluno. Outros autores reforçam a política de inclusão

e contribuem com a seguinte ideia:

E o atendimento educacional especializado tem por escopo garantir aos alunos

com deficiências especiais a possibilidade de aprenderem o que é diferente do

ensino comum e desenvolver aquelas habilidades que eles necessitam para

poderem ultrapassar as barreiras impostas pela deficiência. (SARTORETTO,

2006, p.274)

Bock e Rios (2010, p.28) reconhecem que a matrícula do aluno com deficiência na

escola comum necessite dos serviços da educação especial, não para trocar o ensino

formal, muito menos confundir com as práticas terapêuticas ou de apoio escolar.

Além disso, o AEE não deve ser confundido com aulas de reforço pedagógico para

o ensino de conteúdo escolar. (ARGENTA; SÁ, 2010, p. 34).

A forma pela qual cada aluno terá acesso, ao currículo distingue-se pela

singularidade. O cego, por exemplo, por meio do sistema Braille; o surdo, por meio da

língua de sinais e da língua portuguesa; o paralisado cerebral, por meio da informática, entre

outras técnicas. (BRASIL, 2015).

Além disso, Bock e Rios (2010, p.30) identificam como fundamental para o

desenvolvimento do aluno que se tenha uma equipe multiprofissional em que entre os

integrantes tenha profissionais da área clínica como fonoaudiólogo, neurologista, psicólogo,

fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, ortopedista. E na área da educação, profissionais do

ensino do AEE, conta-se também com a participação fundamental da pessoa portadora de

deficiência e seus familiares.

Vejamos a seguir o que os dois autores ainda discute sobre a questão em que

continuam a defender que:

O AEE deve ser oferecido dentro da escola comum, nas salas de recursos

multifuncionais, para que o aluno com deficiência seja acompanhado e

instrumentalizado na sua caminhada escolar, proporcionando a ele acesso ao saber, em igualdade de condições dos colegas sem deficiência e que sejam

participes da construção de seus saberes. Bock e Rios (2010, p.28)

O professor de AEE é um profissional que atua sobre as peculiaridades de certos

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alunos, provendo recursos, meios, equipamentos, linguagens e conhecimentos que os apoiam

no acesso e participação no ensino comum (MANTOAN, 2010,p.14). “Identifica, elabora e

organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade, que eliminem as barreiras para a plena

participação dos alunos considerando suas necessidades específicas.” (SEESP/ MEC 2008

APUD MANTOAN, 2010, p.14). Quando o aluno chega ao AEE uma das primeiras ações

dos profissionais é estabelecer vínculo, tanto com o aluno, quanto com a família dele, a qual

é imprescindível para a consolidação do trabalho (BOCK; RIOS, 2010, p.29).

1.3- Inclusão e Aprendizagem

Aprendizagem é o processo pelo qual uma atividade tem origem ou modificada pela

reação a uma situação encontrada, desde que as características da mudança de atividades não

possam ser explicadas por tendência inatas de respostas, maturação ou estados temporários

do organismo (HILGARD, 1966, p. 3 apud TUNES; TACCA; MARTINEZ, 2006, p.113)

Dentro do processo de inclusão, a aprendizagem é muito mais do que aguardar

respostas para alguma atividade, é possibilitar que o aluno que possui deficiência consiga ser

incluso ao um ambiente escolar regular para conseguir aprender a se desenvolver em sua

vida pessoal, social e escolar. Para tanto, é válido salientar que:

Pensar a quantidade de formas de aprendizagem atuais nos exige atender as

diversidades e as individualidades pessoais no contexto da sociedade. Essas são

compostas por referenciais sobre competências e habilidades, formas de

construção do conhecimento, uso de tecnologias, multiculturalidade e demais

teorias e referenciais que privilegiam ou tenham como enfoque o indivíduo e seu

desenvolvimento integral. (Amaral e Barros 2007, p.1).

A escola constitui um contexto diversificado de desenvolvimento e aprendizagem,

isto é, um local que reúne diversidade de conhecimentos, atividades, regras e valores e que é

permeado por conflitos, problemas e diferenças (MAHONEY, 2002 apud DESSEN;

POLONIA, 2007, p.25). Na instituição escolar são produzidos diferentes tipos de

aprendizagem escolar. No entanto é frequente encontrar a expressão aprendizagem escolar

sendo utilizada para caracterizar, de forma global, a aprendizagem que se dá na escola, como

se fosse tipo único ou homogêneo (TUNES; TACCA; MARTINEZ, 2006, p.118).

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Os fatores aqui destacados são base para a aprendizagem e além deles é necessário

também considerar os componentes da idéia de aprendizagem: o que o aluno necessita

conhecer e ser capaz de o estilo de aprender, as preferências e as tendências

individualizadas, as atividades organizadas para aumentar a competência das pessoas em

aprender (AMARAL; BARROS, 2007, p.12).

Podemos reconhecer que na escola também se dão aprendizagens de fatos e

condutas, social, aprendizagem verbal e conceitual e aprendizagem de procedimentos, ou

seja, muitas e diversas formas de aprendizagem (TUNES; TACCA; MARTINEZ, 2006,

p.118).

A consideração da aprendizagem escolar como uma função do sujeito psicológico,

exercida a partir das suas configurações subjetivas “formadas nas relações sociais, no

percurso de sua história de vida” (TUNES; TACCA; MARTINEZ, 2006, p.122) e das

características da situação social em que está inserido, apresenta mais uma vez formas de

compreender a aprendizagem escolar que denotam sua complexidade e diversidade. “É

nesse espaço físico, psicológico, social e cultural que os indivíduos processam o seu

desenvolvimento global, mediante as atividades programadas e realizadas em sala de aula e

fora dela”. (REGO, 2003 apud DESSEN; POLONIA, 2007, p.25).

Para Dessen e Polonia (2007, p.36) “A família e a escola emergem como duas

instituições fundamentais para desencadear os processos evolutivos das pessoas, atuando

como propulsoras ou inibidoras do seu crescimento físico, intelectual, emocional e social”.

Nos elementos da tecnologia e no que mudou para os estilos de aprendizagem para tanto

destacamos os fatores que compõem e que influenciam a aprendizagem humana, o físico, o

cognitivo, o afetivo, o ambiente sociocultural. (AMARAL; BARROS, 2007, p.5).

Atualmente, quando se trata da perspectiva inclusiva na área educacional, geralmente, se

mostra restrita à inserção de alunos com necessidades educacionais especiais (NEE) em

turmas regulares de ensino (SANTANA, 2010, p.1).

Quando o processo de construção de conhecimento de um professor não é eficaz, o

aluno também acaba não produzindo o que não foi apresentado nas atividades ao seu alcance

para ser estimulado. Para que este professor se desenvolva, ele necessita de subsídios que o

torne capaz de acreditar em seu potencial, que muitas vezes pode ser realizado em uma

prática diferenciada afim de, melhorar o desempenho de seus alunos, ou através de alguma

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intervenção no Projeto Político Pedagógico e nos compartilhamentos de suas experiências

nas reuniões pedagógicas. Este professor deve buscar novas alternativas, socializar o aluno

com o mundo em que vive trazer novas propostas que despertem interesse em outros

professores, ser criativo, interagir com os alunos, pais, sociedade, organização escolar para

que as atividades se desenvolvam de forma integrada. No que se refere à neutralidade das

estratégias escolar, possibilita compreender que:

A escola, como não se sente responsável pelo problema, não revê seus

princípios, e nem suas práticas. Conseqüentemente, não realiza avaliação

diferenciada e, conseqüentemente, não planeja estratégias pedagógicas que

viabilizem e respeitem o estilo e as condições de aprendizagem do educando. (POKER, 2007, p.178)

Já o aluno, por sua vez, vem cheio de conhecimentos do seu ambiente social, que

nem sempre é igual ao que ele vivencia dentro da instituição. Em alguns casos, o aluno não

compreende não se sentindo estimulado pelo seu professor. Os métodos de ensino são

tradicionais e engessados não possibilitando outras experiências para os alunos e isso se

torna cansativo e desgastante para a compreensão. Outro aspecto a ser ressaltado é que, a

partir do paradigma da educação inclusiva, a educação especial assume também o alunado

que apresenta Dificuldades de Aprendizagem, além de atuar com os alunos com deficiência.

É importante destacar no desenvolvimento do aluno que:

A aprendizagem, como construção do conhecimento, pressupõe entendê-la tanto

como produto, quanto como processo. Assim, não importa apenas a quantidade

de conteúdo, mas a capacidade de pensar, interagir, aquilo que é capaz de fazer,

para interpretar, compreender. A qualidade do conhecimento liga-se à

possibilidade de continuar aprendendo. Assim, quando o aluno aprende, não se

pode levar em conta apenas o conteúdo do conhecimento, mas também como se

organiza e atua para aprender. (ROSS, 2006, p.208)

Neste contexto, podemos avaliar os aspectos cotidianos entre a inclusão e a

aprendizagem no âmbito escolar sempre tendo como auxilio de entrada para a inclusão os

pais e professores. Sabe-se que o desenvolvimento de um aluno engloba as relações com os

professores, os pais e funcionários e que se não estiverem buscando alternativas em prol do

aprendizado, o aluno não irá se desenvolver. O ensinar e o aprender tornam-se aquele

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conjunto que alavanca o processo de compreensão e apropriação, de descoberta e de

contextualização. Ao fazer-se como ponte, corno mediação, o ensino desconstitui-se como

transmissão externa do professor aos alunos (ROSS, 2006, p.208). Assim, podemos trabalhar

de forma linear para uma inclusão sucessiva dentro das escolas regulares pautada no

conhecimento da metodologia adequada e das leis e diretrizes que garantam a presença da

pessoa com deficiência nas escolas.

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2 – OBJETIVOS

2.1 - Geral

Estudar a percepção que os (as) professores (as), de uma escola da rede pública de

Carinhanha, possuem sobre o atendimento que seus alunos com necessidades

educacionais especiais recebem em um Centro de Atendimento Especializado.

2.2- Específicos

Identificar a percepção sobre inclusão dos professores que atendem alunos com

necessidades educacionais especiais na escola pesquisada;

Verificar a percepção que os professores da escola pesquisada possuem sobre o que é

um atendimento educacional especializado;

Identificar a visão que os professores da escola pesquisada possuem sobre o trabalho

realizado, os fatores facilitadores para seus alunos com necessidades educacionais

especiais e o que auxilia no processo de ensino e aprendizagem através do Centro de

Atendimento Especializado;

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3 - METODOLOGIA

3.1 - Fundamentação Teórica da Metodologia

Para construir uma pesquisa que se embase as especificidades do tema são

necessárias utilizar algumas metodologias que comprovem a sua efetivação:

Dessa forma, a pesquisa compreende algumas das atividades desenvolvidas durante a vida acadêmica, a qual requer do aluno-pesquisador algumas

habilidades necessárias ao pleno desenvolvimento de suas funções, tais como,

planejamento, conhecimento e adequação às normas científicas (AZEVEDO,

1998, p1).

Dela faz parte à obtenção de dados descritivos mediante contato direto e interativo

do pesquisador com a situação objeto de estudo (NEVES, 1996, p.1). O questionário,

segundo Gil (1999, p.128 apud CHAER, DINIZ E RIBEIRO, 2011, p.260), pode ser

definido “como a técnica de investigação composta por um número mais ou menos elevado

de questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de

opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas, etc.”.

A busca pelo conhecimento é uma trajetória que nos leva a possíveis descobertas

que, por vezes, podem ser desconcertantes por nos tirar da nossa zona de conforto e nos

apresentar a realidades e situações antes desconhecidas (MACIEL; SILVA, 2010, p.9)

A característica da pesquisa qualitativa se produz pelo método de:

Pesquisa empírico-teórica – visa também à pesquisa teórica, mas embasada na

investigação do contexto de realidade onde o fenômeno possa ser observado e

estudado. A inter-relação entre teoria e prática se constrói no processo de

pesquisa, uma referendando e norteando a outra. Esse processo objetiva

compreender as situações contextuais que estão imbicadas na possível resposta à

questão de pesquisa. (MACIEL; SILVA, 2010, p.31)

Assim, pensar em construção de conhecimentos científicos, é pensar conhecimento sobre o

sujeito que se coloca que dialoga que se implica em algo que quer conhecer, que se expõe

ou não e que tem uma capacidade de representação (MACIEL; SILVA, 2010, p. 13).

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3.2 - Contextos da Pesquisa

A pesquisa foi realizada em uma escola pertencente à rede pública municipal de

Carinhanha - BA, que neste trabalho será chamada de Escola Anita. A escola foi escolhida

por atender alunos com necessidades educacionais especiais que frequentam um Centro de

Atendimento Especializado e atende alunos do 1º ao 4º ano do Ensino Fundamental I tendo

como demanda atender alunos seja ele da cidade ou do campo, mas a sua prioridade é os

alunos matriculados do campo.

A escola Anita possui em seu espaço físico uma sala de planejamento, uma sala

para a diretoria, seis salas de aula, dois banheiros, uma cozinha, um pátio para lanche e

recreação e duas áreas isoladas ao lado com plantas. Possui 19 funcionários, sendo estes:

merendeiras, ajudante de serviços gerais, diretora, coordenadora, professoras e um quadro

de 242 alunos matriculados.

Realiza suas atividades em dois turnos: no período matutino atende 102 crianças e

no período vespertino atende 121 crianças, inseridos em uma sala de aula com 25 alunos

para um professor.

3.3 - Participantes

Os participantes deste trabalho foram professores que trabalham na escola Anita e

que possuem alunos com Necessidades Educacionais Especiais que já foram ou estão em

atendimento no Centro Educacional Especializado.

A visita foi realizada com a Diretora da escola juntamente com a Carta de

Apresentação informando sobre a importância da coleta de dados com suas respectivas

professoras. Além disso, foram identificados desde o início quais seriam as que poderiam

contribuir para o desenvolvimento da pesquisa e que se enquadrava no critério desta

pesquisa.

Houve uma demora na aplicação do questionário devido eventos planejados no

calendário escolar, posteriormente quando realizamos nova visita houve uma resistência

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por parte das professoras escolhidas devido terem outros pesquisadores também

apresentando suas propostas de pesquisa na escola.

Aguardamos que todas pudessem responder os questionários já planejados pelos

pesquisadores que já estavam atuando na escola e realizei a aplicação do questionário em

nova data. Quatro professoras consentiram e uma professora se recusou a participar da

pesquisa, porém todas estão cientes que as informações obtidas serão somente utilizadas

mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE).

3.4 - Materiais

Os materiais usados para a realização desta pesquisa monográfica foram:

01 computador;

01 impressora;

Tinta para impressão

34 folhas de papel;

Caneta;

3.5 - Instrumentos de Construção de Dados

Para a realização desta pesquisa monográfica foi utilizado como instrumento um

questionário, com questões abertas. O mesmo foi aplicado para quatro professoras da

Escola Anita que trabalham com alunos com necessidades educacionais especiais, e que no

momento estão recebendo atendimento especializado em um Centro de Atendimento

Especializado de Carinhanha. Após apresentação do Tema da Pesquisa e explicação sobre

o questionário a ser aplicado, as professoras assinaram o Termo de Consentimento Livre

Esclarecido (TCLE) em seguida responderam ao questionário apresentado para análise dos

dados nesta pesquisa.

3.6 - Procedimentos de Construção de Dados

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Devido ter um trabalho realizado em parceria com a escola Anita, acabei me

identificando com a possibilidade de ajudar os alunos com Necessidades Educativas

Especiais, a escola é um espaço em que o CRAS (Centro de Referencia de Assistência

Social) com atividades como aula de dança infantil, aula de Capoeira, aula de Zumba para

as mães dos alunos como forma de aproximar a comunidade do convívio nos espaços

escolar.

Foi realizado no dia 13 de outubro de 2015 a primeira visita a Escola Anita para

conversa com a Diretora sobre a proposta de pesquisa com as professoras presentes na

instituição, em seguida apresentei a Carta de Apresentação da Instituição, expliquei um

pouco sobre o tema a ser desenvolvido e falei sobre a necessidade de aplicar o questionário

em quatro professoras que atendem alunos com necessidades educacionais especiais, e que

no momento estão recebendo atendimento em um Centro de Atendimento Especializado de

Carinhanha.

Como a escola estava em sequencia no seu calendário escolar ficou agendado para

que eu retornasse a escola no dia 28 de outubro para conversar com as professoras

escolhidas para participar da pesquisa. Neste dia consegui dialogar com todas, porém pela

demanda de pesquisadores que compareceram na escola algumas ficaram receosas em

responder mais um questionário voltado para o mesmo assunto que era sobre inclusão

escolar.

Após um momento de conversa e explicação sobre o meu tema, concordaram em

responder no dia 3 de novembro de 2015, Somente uma professora se recusou, sendo assim

tendo que reavaliar a quantidade de pessoas para concluir a pesquisa. Alguns professores já

me conheciam devido o meu trabalho ser no CRAS e a escola ser uma parceira em

desenvolvimento de atividades com a instituição, facilitando a proximidade para o

andamento desta pesquisa.

Inicialmente realizamos a leitura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido

(TCLE) para que todas compreendessem o sigilo das imagens preservadas na pesquisa e da

contribuição para o avanço nas pesquisas científicas, em seguida foi apresentado o

questionário e explicando cada subitem apresentado a ser respondido.

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3.7 - Procedimentos de Análise de Dados

Os dados que serão utilizados na pesquisa serão analisados conforme as categorias

que foram apresentadas no questionário do professor. Com base nas respostas

identificaremos quais as compreensões dos professores em relação à inclusão, atendimento

educacional especializado e os processos de desenvolvimento na aprendizagem dentro do

contexto do objetivo geral e específico.

5 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Análise do Questionário ao Professor

Para compreender os resultados apresentados nos questionários foram divididas as

respostas por categoria e em seguida a distribuição da análise dos resultados. Após leitura

dos questionários buscou-se identificar qual a compreensão das informações apresentadas

no questionário, se as perguntas ficaram objetivas ao contexto das respostas apresentadas,

se todas as questões foram respondidas ou se houve objeção a alguma questão em

específico.

Na identificação dos professores nota-se que possuem muito tempo de carreira com

média de 23 anos de atuação para duas professoras: Sandra* e Simone*, 22 anos para

Nice* e 14 anos para Bela*. (nomes fictícios serão utilizados nos profissionais

entrevistados por questões éticas de sigilo). Entre a Graduação as professoras: Sandra,

Simone e Nice possuem formação em Pedagogia e a professora Bela possui formação em

Letras e Pós em Ensino da Arte.

Ao ser questionada a data da ultima formação realizada as professoras Bela e

Simone informaram no ano de 2015, Sandra em 2013 e Nice informou não ter formação

em educação inclusiva. E sobre o tempo de trabalho com a educação inclusiva Nice não

informou o tempo trabalhado, Bela e Sandra já atuam a 7 meses e a professora Simone

(alegou não ter trabalhado com a educação inclusiva. Sobre o tempo de trabalho na escola

atual Bela com 7 meses e Simone com 2 anos sendo recentes e Nice 8 anos e Sandra 7

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anos já estão há mais tempo na escola atuante. As professoras entrevistadas trabalham

com turmas de educação infantil e fundamental I, com base na analise destes dados

proporcionou a identificação da característica de cada professor na Escola Anita.

A seguir analisaremos as questões respondidas em cada categoria proporcionando

uma avaliação mais criteriosa para atingir o objetivo dessa pesquisa.

a. Categoria: Inclusão

A categoria foi composta por quatro questões que proporcionasse que as

professoras pesquisadas informassem qual a sua percepção sobre inclusão desde a

definição até formação sobre o assunto conforme apresentação na tabela abaixo:

GRUPO DE QUESTIONÁRIOS 1

1. O que você entende por inclusão?

Simone: "A inclusão está ligada a todas as pessoas que não tem as mesmas oportunidades

dentro da sociedade, mas os excluídos socialmente são também os que não possuem

condições financeiras dentro dos padrões impostos pela sociedade, além dos idosos, os

negros e os portadores de deficiência física, como cadeirante, def. visuais, auditivos e

mentais."

Sandra: "É uma forma de fazer com que a criança possa vivenciar seu dia a dia como

qualquer ser humano, ou seja, interagir ao meio social em que vive."

Nice: "Eu entendo como um conjunto de meios e ações que combatem as exclusões nos

benefícios de vida em sociedade provocada pela classe social, educação, idade, deficiência,

sexualidade, religiosa ou preconceitos raciais."

Bela: "Inclusão é o ato de conviver com as diferenças e respeitar, pois é no respeito que

está a base dessa convivência, de inclusão é a nossa capacidade de entender e reconhecer o

outro assim ter o privilégio de conviver e compartilhar com pessoas diferentes."

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2. Você conhece as diretrizes que regulamentam a educação inclusiva? ( )sim

( )não

Simone: "Não. Não tive esta curiosidade e a necessidade."

Sandra: "Sim. Para os meus alunos os benefícios são pouco, pois, tenho 2 alunos: um

autista e outro com múltipla deficiência e 19 alunos para ser alfabetizados e sou sozinha na

sala de aula nessa busca de ensino- aprendizagem; e a Constituição Brasileira, artigo LDB/

Lei, decreto com a resolução é bem clara dos direitos da inclusão."

Nice: "Sim. Aprimorar a forma de compreender como devemos agir na sala de aula,

aumentar nossos conhecimentos vinculados ao prazer de viver e aprender."

Bela: "Sim. De modo geral as leis buscaram garantir e efetivar o direito a educação de

alunos com necessidades especiais. Infelizmente na escola que atuo tais diretrizes não

surtiram muito efeito, falta apoio de outros regimentos como apoio pedagógico, também

para atender as crianças."

3. Você já participou de formação sobre a educação inclusiva oferecida pela

Secretaria Municipal de Educação de Carinhanha?

Simone: "Sim."

Sandra: "Sim."

Nice: "Não."

Bela: "Sim."

Simone: "Só palestra. Faz um bom tempo. Data: 28/01/15 – Inclusão Social, um caminho

para o exercício da cidadania, Ministrante: Almeralice Cruz. Superintendente da Ed.

Inclusiva do norte de MG."

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Sandra: "Várias formações oferecidas pela orientadora Suely Belém. Também fiz um

curso de libras pelo SENAC oferecido pela Prefeitura de Carinhanha."

Nice: "Ainda não, temos reuniões, palestras e até falas voltadas para a inclusão e muitas

cobranças."

Bela: "Sim. Participei de um curso de formação oferecido pelo Centro de Atendimento

Educacional Especializado (CAEE) realizado no dia 2-10-15."

Os dados acima indicam que as professoras possuem uma percepção acerca do que

é Inclusão e principalmente como acesso ao ensino como garantia de direitos através dos

decretos e leis que informam a importância da pessoa com deficiência estarem presente no

ensino regular.

As diretrizes nacionais para a educação especial na educação básica (2001) são

estudos relativos a educação especial em que busca abranger as questões sobre a

necessidade e sua incidência na educação e proporcionou identificar o que é através da Lei

nº 9.394/96 que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional que podemos

destacar : Art.4º, III – Atendimento educacional especializado aos portadores de

deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino. (BRASIL, 2015).

Através da lei apresentada podemos perceber que na Escola Anita o acesso é

garantido, que os alunos se enquadram, já as professoras contestam em suas falas que esta

implementação não é muito efetiva, uma das professoras até informa que não teve

“curiosidade” de conhecer as diretrizes e que isso só ocorreria quando tivesse a

necessidade.

No critério de formação oferecida pelo município, todas afirmam que o município

incentiva a prática e se apropriam da necessidade e importância da realização de

capacitações, palestras e também das formações que são desenvolvidas por um centro de

atendimento educacional especializado. Mas o que podemos chamar atenção para este

questionário é a avaliação da professora Nice que em seu discurso informou a quantidade

de alunos que possui em uma classe regular apontou suas dificuldades em realizar seu

trabalho devido à ausência de suporte. Para ela em sua percepção, a formação vai muito

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mais além do que palestras e capacitações e perpassa para o campo de formação,

especificamente na área de graduação e especialização. Para Mantoan (2010, p.13):

É até certo ponto compreensível a resistência das escolas à inclusão plena e

incondicional, dada a nossa inexperiência com as diferenças, que nos faz reduzi-

las a identidades fixadas: alunos com deficiência mental, alunos em situação de

risco social, alunos da periferia, com altas habilidades e outros.

A escola percebe que tem demanda, insere o aluno para a inclusão escolar, mas não

efetiva totalmente a garantia dos direitos na estrutura física, materiais didáticos, suporte

tecnológico e de profissionais especializados, dificultando assim que o aluno consiga

realmente atingir o seu objetivo de ensino proposto que é desenvolver seu aprendizado de

forma complementar ao ensino regular, porém se constata que o centro de Atendimento

Educacional Especializado (AEE) não interno e sim em outro espaço físico determinado

pela Secretaria de Educação do Município. Sendo assim, nos fazem refletir sobre as

práticas pedagógicas a estes alunos:

Desta maneira, pretendemos proporcionar uma reflexão sobre as práticas

voltadas para a pessoa com deficiência física adotadas no AEE. Para isso, torna-se imprescindível considerar-se ter como primeira atitude o respeito à

diversidade que se apresenta no contexto da escola comum, no qual "o outro"

(que também somos nós) é um sujeito de iguais direitos. E, nessa constatação das

diferenças, que possamos fortalecer a experiência da alteridade em cada um de

nós, leitores, escritores, enfim, sujeitos da educação. (BOCK; RIOS 2010, p.27)

A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva

constitui uma grande força alavancada pela educação brasileira, em favor da inclusão.

(MANTOAN, 2010, p.13). Não podemos, contudo, negar que o nosso tempo é o tempo das

diferenças e que a globalização tem sido, mais do que uniformizadora, pluralizante,

contestando as antigas identidades essencializadas (MANTOAN, 2006, p. 203).

Alguns autores defende que a escola já conduz historicamente a sua missão, mas

que é necessário ultrapassar estas barreiras tradicionais e avaliar que:

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A primeira evidência que surge desse tipo de análise, desse modo de ver a

escola, é o fato de que a escola não esgota sua tarefa na mera transmissão de

informações. Sua missão vai muito além. Mais do que nunca, torna-se clara a

necessidade de uma educação voltada para os valores humanos, uma educação

que permita a transformação da sociedade, uma escola que acredite nas

diferentes possibilidades e nos diferentes caminhos que cada um traça para a sua

aprendizagem, que possibilite a convivência e o reconhecimento do outro em

todas as suas dimensões. (SARTORETTO 2006, p.273)

Beyer, (2006, p.280) em sua avaliação sobre o processo de integração escolar

identifica que o desafio é instalar e por em prática na escola uma pedagogia diferenciada,

de modo que atenda a todos os alunos sem nenhuma distinção, porém, que atenda as

necessidades pessoais e as limitações que cada aluno possui. Enquanto isso, outros autores

destacam que:

Sabemos que o processo de transformação da escola comum é lento e exige uma

ruptura com os modelos pedagógicos vigentes. Sabemos também que em muitas escolas especiais os alunos lutam para aprender a mesma coisa que as escolas

comuns tentam lhes ensinar, por tempo indefinido e indeterminado, sem que

esses conhecimentos lhes possibilitem construir habilidades e competências para

a vida. (MANTOAN, 2006, p.273)

Os autores Mantoan (2006), Beyer (2006) e Sartoretto (2006) em seus

embasamentos teóricos reforçam diante desta pesquisa a importância da inclusão escolar.

Assim como as professoras que responderam ao questionário avaliam o processo de

integração escolar no local em que atuam contestam a falta de uma estrutura pedagógica

que conheça as diretrizes básicas da educação especial, mas na prática não desenvolvem

por falta de uma estrutura pedagógica que perpasse as barreiras de desenvolver no

ambiente escolar uma pedagogia diferenciada.

b. Categoria: Atendimento Especializado

A categoria foi composta por três questões que proporcionasse as professoras

pesquisadas informarem qual a percepção sobre o atendimento especializado e o que elas

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compreendem sobre o trabalho realizado por estas instituições , conforme apresentação na

tabela abaixo:

GRUPO DE QUESTIONÁRIOS 2

1- Na sua visão o que é atendimento Educacional Especializado?

Simone: "Tem como apoio a inclusão escolar de alunos com deficiência e como forma de

assegurar direitos. Por muitos anos as pessoas com deficiência eram discriminadas pela

sociedade após muitos anos, lutas e reivindicações a interação tornou-se uma prática. Hoje

vivenciamos uma nova realidade."

Sandra: "É uma educação que se faz de forma diferenciada com especialistas das áreas no

intuito de elevar o conhecimento da criança portadora de alguma deficiência."

Nice: "O Atendimento Educacional Especializado é definido pelo decreto que todos os

estudante com deficiência transtornos globais, do desenvolvimento e altas habilidades deve

ser oferecidos o ensino e um conjunto de atividades e recursos complementares a todos

pela rede regular de ensino."

Bela: "É um serviço da educação especial que identifica, elabora e organiza recursos

pedagógicos e especializados e de acessibilidade, que busca somar as barreiras para a

participação dos alunos considerando suas necessidades específicas."

2- Na sua cidade possui centro de atendimento Educacional especializado?

( )sim ( )não

Simone: "Sim."

Sandra: "Sim."

Nice: "Sim. "

Bela: "Sim."

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3- Caso exista o Centro de Atendimento Educacional Especializado qual a ajuda

que ele oferece para o trabalho ser desenvolvido com seus alunos de NEE (

Necessidades Educacionais Especiais)?

Simone: "Não com meus alunos no momento não. Não trabalho com crianças com

necessidades educacionais Especiais."

Sandra: "Ele tem ajudado os alunos com atividades diferenciais; atendidos com

profissionais da área em atendimento feito em alguns dias da semana no horário oposto das

aulas."

Nice: "CAEE é uma equipe que está especializando em Educação Inclusiva, até promoveu

uma oficina com palestra. Atende vários alunos, mas a demanda é grande no nosso

município e a carência de matérias, espaço físico e especialista na área. E a constituição

federal Brasileira nos assegura de todos nossos direitos."

Bela: "Em Carinhanha existe o CAEE (Centro de Atendimento Educacional

Especializado). Lá eles buscam realizar um trabalho de reabilitação social e atendimento

psicológico dos alunos com necessidades especiais."

Os dados acima proporcionam inicialmente avaliar qual a percepção das

professoras sobre o centro de atendimento especializado educacional e diante das respostas

identifica que o município possui um AEE direcionado para as escolas e que as professoras

tem acesso a esta informação dentro do seu ambiente de trabalho reconhecendo e se

apropriando do que se constitui este local.

Enquanto ao suporte para os trabalhos serem desenvolvidos com alunos as

professoras compreendem, mas não de forma tão ampla quais as atividades prestadas pelo

serviço de AEE ( Atendimento Educacional Especializado), todas tem conhecimento de

que é um local para atender as demandas dos alunos com Necessidades Educacionais

Especiais, mas ao avaliarmos o questionário podemos identificar que cada professora

destacou apenas uma informação, não contextualizando a informação completa do que é,

para que serve, quem atende e o que garante o acesso a este serviço.

É importante dar destaque para a fala da professora Simone que não se apropria de

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ter em sua prática pedagógica um aluno com NEE, sendo que, um dos critérios para

participação desta pesquisa era que tivesse aluno que participasse do acompanhamento com

um Centro de Atendimento Educacional Especializado. E isso reforça o quanto é necessário

repassar para todas quais deficiências que os alunos se enquadram para realizar estas

atividades propostas.

Desta forma podemos enfatizar que: O atendimento educacional especializado é um

serviço da educação especial destinado aos alunos com deficiências física, sensorial e

mental, tendo em vista criar condições favoráveis de acesso aos conteúdos escolares e ao

conhecimento em geral (ARGENTA; SÁ, 2010, p.34). Outro aspecto a ser ressaltado é

que, a partir do paradigma da educação inclusiva, a educação especial assume também o

alunado que apresenta Dificuldades de Aprendizagem, além de atuar com os alunos com

deficiência (POKER, 2007, p.176).

O foco na eliminação das barreiras admite modificações ou ajustes necessários ao

pleno acesso que, dessa forma, não acarretem ônus indevido e possibilitem às pessoas com

deficiência o exercício do direito à educação em igualdade de oportunidades. (DUTRA;

SANTOS, 2015, p.8). O AEE constitui um vetor importante de transformação do ensino

especial e comum exigida pela inclusão, por abordar as diferenças sem apelo às

generalizações que as essencializam e que redundam em fórmulas prontas de atendimento

especializado. Assim reforça outro autor sobre a necessidade do planejamento para o

funcionamento de um AEE:

Um bom plano de AEE tem a participação da equipe escolar. Envolver os

interessados e diretamente relacionados com os alunos que serão atendidos e os

que já estão em atendimento educacional especializado é mais uma atribuição do

professor de AEE. Há os que têm naturalmente a capacidade de trazer as pessoas para a roda de discussão e outros que precisam se esforçar mais, pois é

imprescindível a reunião do maior número de informações, opiniões, sugestões

sobre os alunos. A colaboração sistemática dessa equipe no atendimento

especializado "mexe" com os seus membros e é uma oportunidade ímpar que

cada um deles tem de rever atitudes, valores, comportamentos que são comuns

em suas relações com as diferenças e que mantém o caráter excludente da sua

organização pedagógica da escola. Quando os professores comuns encaminham

seus alunos (para os quais não se acham preparados para ensinar) aos colegas da

Educação Especial, eles entendem que esses alunos diferem dos demais colegas

da turma. (MANTOAN, 2010 p.14-15).

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O planejamento das ações deve ser flexível e deixar claro para o aluno, seus

familiares e profissionais do ensino regular, em que consiste o trabalho e como as ações

serão desenvolvidas (ARGENTA; SÁ, 2010, p.37). Eles trazem informações que são

fundamentais, como por exemplo, a história de vida, os profissionais que estão envolvidos

na habilitação ou reabilitação desta pessoa, os tipos de atendimento ou tratamento que este

aluno fez ou está fazendo, entre outros. (BOCK; RIOS, 2010, p.30). Para Argenta e Sá

(2010, p.37) é necessário complementar que no planejamento:

Trata-se de definir o que deve ser feito em relação ao educando, à escola e à

família. Neste planejamento, é necessário ter clareza em relação aos possíveis

parceiros envolvidos e, sobretudo, compreender qual é o papel e a função de

cada um dos profissionais que atuam neste processo junto ao aluno e aos seus

responsáveis.

A partir das características do aluno e da análise do contexto escolar e familiar,

torna-se possível definir e organizar as diversas dimensões do atendimento educacional

especializado de acordo com a faixa etária e o nível de escolaridade (ARGENTA; SÁ,

2010, p.37). Quando devidamente interpretado e oferecido nas escolas comuns, esse

Atendimento pode provocar as tão esperadas mudanças no ensino comum para que possa

atender às exigências de uma educação para todos (MANTOAN, 2010, p.12).

A oferta do atendimento educacional especializado preferencialmente na escola

comum é obrigatória (BOCK; RIOS, 2010, p.31). Este atendimento constitui uma

alternativa disponível no âmbito do sistema escolar, sendo considerado um direito a ser

usufruído pelo aluno que dele necessita e não uma imposição ou condição obrigatória para

o acesso e a permanência destes alunos na escola (ARGENTA; SÁ, 2010, p.34).

É preciso ressaltar que a construção de uma escola inclusiva é uma tarefa árdua e

que depende do empenho de todos os profissionais que nela atuam, de constantes

avaliações acerca das ações efetuadas, da reflexão sobre as concepções de

ensino, de aprendizagem e do potencial humano (BOCK ; RIOS 2010, p.28):

Alguns profissionais percebem-se como atores deste processo, sabem da sua

importância na vida educacional de seus alunos e na construção da política da escola

inclusiva. Para Mantoan é importante destacar que no AEE deve se identificar que:

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O professor de AEE é um profissional que atua sobre as peculiaridades de certos

alunos, provendo recursos, meios, equipamentos, linguagens e conhecimentos

que os apoiam no acesso e participação no ensino comum. Seu trabalho vai além do ensino de técnicas, códigos, manuseio, treino de uso dos recursos que dão

suporte à escolarização dos alunos nas turmas comuns e não visam à

aprendizagem de conteúdos das áreas curriculares. Trata-se de um professor

especializado nesse tipo de atendimento, mas que não se confunde com o

especialista no sentido usual do termo, porque ele é, antes de tudo, um professor,

cujo entendimento da Educação Especial na perspectiva inclusiva, permite que

ele integre sua especialidade ao ensino comum, sem desfigurá-la. (MANTOAN

2010, p.14)

Contundo a relação entre os dois professores o da escola regular e o professor do

atendimento especializado deve ser linear e satisfatório para a contribuição do

desenvolvimento do aluno. Com base nas respostas apresentadas pelas professoras da

Escola Anita nota-se a ausência deste professor especializado como intermediador

responsável pela comunicação com o professor da escola regular.

c. Categoria: Ensino e Aprendizagem

A categoria foi composta por quatro questões que proporcionasse as professoras

informarem se consideram que o atendimento no Centro de Atendimento Especializado

auxilia no processo de ensino e aprendizagem de seus alunos com necessidades

educacionais especiais., dados apresentados na tabela abaixo:

GRUPO DE QUESTIONÁRIOS 3

1. Quais as dificuldades enquanto professor (a) você encontra para

desenvolver atividades diferenciadas para o desenvolvimento de alunos com NEE

(Necessidades Educacionais Especiais)

Simone: "Não."

Sandra: "Geralmente são a falta de outros para materiais didáticos e outros para

confeccionar objetos para as aulas diferenciadas e o espaço físico."

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Nice: "Todas possíveis, como falta de espaço físico nas escolas, falta de materiais e

professores com formação na área de inclusão, para que possamos desenvolver melhor

nosso trabalho."

Bela: "As maiores dificuldades são relacionadas ao apoio pedagógico que é bastante

precário."

2. Qual o suporte físico e material da escola em que você atua para o

desenvolvimento dos alunos com NEE (Necessidades Educacionais Especiais) em sala

de aula?

Simone: "Eu tenho um mês que estou trabalhando com uma criança no horário oposto ele

tem dificuldade de aprendizagem. Não tenho nenhum suporte para este aluno ele não tem

NEE."

Sandra: "Por enquanto esta deixando a desejar... Enquanto isso, vamos trabalhando com

TV, DVD, jogos, bolas, entre outros."

Nice: "A escola não disponibiliza de materiais, espaço físico e humano. Nós professores

planejamos de acordo com os materiais que temos em mão ou produzimos."

Bela: "Não existe."

3. Como ele te ajuda no desenvolvimento das atividades que desenvolve com os

alunos do NEE?

Simone: "Não."

Sandra: "É sempre bom porque nos ajuda a fazer um trabalho em grupo desenvolver a

coordenação motora e o principal que é propor a socialização, hábitos saudáveis e a relação

interpessoal."

Nice: "Não temos materiais adequados, mas desenvolvemos as atividades de acordo as

limitações dos nossos alunos."

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Bela: "Como não existe material didático ou pedagógico oferecido pela escola buscamos

por meio de pesquisas e trocas de experiências realizar um trabalho satisfatório com os

alunos com necessidades especiais."

4- No planejamento realizado na escola há trocas de experiências entre os professores e

profissionais sobre as práticas de ensino com os alunos com NEE (Necessidades Educacionais

Especiais)? Como é feita esta troca?

Simone: "Tenho colegas que trabalham, mas não há trocas de experiências, um mês atrás

vi duas professoras do CAEE visitando algumas salas no horário da aula, mas foi por

pouco tempo."

Sandra: "Por enquanto nós não estamos tendo esse acompanhamento, mas sempre que

possível é feito um encontro com os profissionais do CAEE no qual há sempre troca de

sugestões que sempre são bem vindas."

Nice: "Há algumas trocas de sugestões e experiências que adquirimos a partir do ensino-

aprendizagem desses alunos na sala de aula."

Bela: "Durante o planejamento os professores trocam experiências de suas vivencias com

seus alunos com necessidades especiais para que dessa forma passássemos ajudar umas as

outras com o trabalho pedagógico na sala de aula."

Os Dados acima proporcionam avaliar a percepção das professoras entrevistadas

em relação ao suporte para seus alunos para desenvolver melhor o seu trabalho no

ambiente escolar.

As maiores dificuldades apresentadas pelas professoras são pela falta de materiais

didáticos, apoio pedagógico, falta de espaço físico e professores especializados na

educação inclusiva. Podemos destacar como mais detalhado todas essas informações na

resposta da professora Nice que atua em sala de aula com dois alunos especiais: um autista

e um de múltiplas deficiências. Assim como ela sente dificuldade em desenvolver melhor

seus alunos também consegue perceber que o pouco que faz ainda não é o suficiente para

garantir totalmente a educação inclusiva de seus alunos. Avaliando este contexto

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Amaral e Barros (2007, p. 1) enfatizam que:

Pensar a quantidade de formas de aprendizagem atuais nos exige atender as

diversidades e as individualidades pessoais no contexto da sociedade. Essas são compostas por referenciais sobre competências e habilidades, formas de

construção do conhecimento, uso de tecnologias, multiculturalidade e demais

teorias e referenciais que privilegiam ou tenham como enfoque o indivíduo e seu

desenvolvimento integral.

Ou seja, é necessário pensar na construção de conhecimento de forma que, a

professora não se sinta isolada das possibilidades e auxílios que são necessários para

complementar seu trabalho. Se for necessário o uso de tecnologias que seja levado para

discussão em reuniões pedagógicas e juntamente com o Centro de Atendimento

Educacional Especializado.

Em avaliação as respostas sobre os suportes que a escola oferece demos destaque a

professora Simone que alega estar a um mês trabalhando com um aluno com dificuldade de

aprendizagem para ela, este aluno não possui Necessidades Educativas Especiais. Entre

algumas questões apresentadas a mesma não conseguiu se posicionar diante das respostas

por não identificar que este aluno ao qual atualmente trabalha se enquadra as necessidades

de um aluno para um AEE. Ribeiro; Mieto e Silva (2010, p. 189) apresentam que com

frequência são atribuídas às crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem o

rótulo de deficientes intelectuais, sem, ao menos, serem considerados os problemas

estruturais existentes no próprio contexto escolar:

Aplicando essas reflexões ao contexto das escolas inclusivas, onde muitas

crianças e jovens apresentam „dificuldades de aprendizagem‟, lembramos que esses alunos quando voltam à sala de aula, ou quando a frequentam pela primeira

vez, eles já têm toda uma experiência de vida e da língua, tanto oral quanto

escrita, que deve ser considerada como fundamental para que eles possam ser

motivados a continuar a aprender.( MACIEL 2010, p.109).

Suas palavras vão de encontro ao que outros autores identificam ao processo de

medicalização para os alunos:

Atualmente, a tendência prescritiva e de rotulagem advinda da necessidade de se

oferecer um diagnóstico com base no coeficiente de inteligência ainda insiste em

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prevalecer sobre as contingências sociais e econômicas às quais interferem

significativamente sobre o processo de avaliação. A questão do fracasso escolar,

por vezes, acaba condenando diversas crianças a carregarem o rótulo de

deficientes intelectuais circunstanciais, isto é, aqueles que representam um

desafio à competência escolar e que não conseguem alcançar as metas culturais

ditadas pelo modelo elitista, urbano e pós-industrial de nossas instituições

acadêmicas. (RIBEIRO; MIETO E SILVA 2010, p.191).

As escolas juntamente com seus professores não admitem que o fracasso escolar

também possa ser advindo de suas atividades que não foram desenvolvidas com sucesso

proporcionando que o aluno não consiga progredir devido à dificuldade de aprendizagem e

imediatamente o rotulando como forma de repassar para alguma deficiência a

culpabilização do seu próprio fracasso, algumas reflexões são que:

O fato de o modelo da escola tradicional não refletir sobre a importância da

reestruturação dos meios mediacionais no espaço escolar – apoiando-se em

concepções biologizantes e tendo apenas a figura do professor como o centro do

processo educativo – pode contribuir para o desencadeamento dos processos de

exclusão/segregação do aluno. Isso porque as concepções voltadas para a

naturalização do fenômeno do fracasso escolar tendem a reforçar as

incapacidades do sujeito considerado “diferente/deficiente” em detrimento de

suas potencialidades, as quais poderiam estar sendo desenvolvidas por meio de

propostas criativas – e, portanto, não tradicionais de intervenção pedagógicas.

(SILVA, RIBEIRO e MIETO 2010, p.198 -199).

Isso vem ao encontro às respostas das professoras sobre as trocas de experiências

realizadas no ambiente escolar, considerando que a avaliação ocorre dentro das reuniões

pedagógicas, mas que a presença dos funcionários do CAEE (Centro de Atendimento

Educacional Especializado) é um pouco ausente para o fortalecimento deste trabalho.

Aprendemos muitas coisas no curso de nossas vidas. Algumas dessas aprendizagens

decorrem da nossa relação direta com os objetos e com os acontecimentos de que

participamos; outras decorrem da intenção de outro ser que, efetivamente, se propõe a nos

ensinar. (TUNES; TACCA; MARTINEZ, 2006, p.119).

É importante que se aconteçam as trocas de experiências, que a presença de

funcionários do Centro de Atendimento Educacional Especializado se faça presente na

escola além de estimular as capacitações com palestras para os professores, a busca pelo

desenvolvimento do aluno vai, além disso, se faz com a prática diária do professor da

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escola regular com o professor do AEE.

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6 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

As questões analisadas em relação à inclusão, o Centro de Atendimento

Especializado e a inclusão e aprendizagem para os professores proporcionou avaliar

minuciosamente cada aspecto de que cada realidade em que convive diariamente as

educadoras no seu ambiente escolar. Também foi possível identificar que há uma

controvérsia em relação aos alunos com dificuldades de aprendizagem no contexto escolar,

pois tanto a professora Simone quanto a escola não identifica de forma mais clara qual a

especificidade do aluno para tal necessidade de acompanhamento no AEE.

Foi preciso avaliar por categoria cada bloco de questões que as professoras

entrevistadas apresentaram para se perceber que mesmo com o embasamento teórico de

autores como Mantoan, Poker, Maciel e entre tantos outros que pesquisam os temas

trabalhados na elaboração desta monografia, ainda a muito que se progredir na inclusão

escolar no município de Carinhanha. A garantia de que todos os alunos se encontrem

matriculados na escola regular já vem sendo efetivado constantemente, mas a falta de

subsídios para que eles avancem no seu aprendizado escolar ainda tem que ser fortalecido.

Houve a possibilidade de avaliar que as professoras possuem uma percepção acerca

do que é Inclusão e principalmente do acesso ao ensino como garantia de direitos através

dos decretos e leis que informam a importância da pessoa com deficiência estarem presente

no ensino regular. No critério de formação oferecida pelo município, todas afirmaram que

o município incentiva a prática e se apropriam da necessidade e importância da realização

de capacitações, palestras e também das formações que são desenvolvidas por um centro

de atendimento educacional especializado.

Assim como as professoras que responderam ao questionário avaliam o processo de

integração escolar no local em que atuam contestam a falta de uma estrutura pedagógica

que conheça as diretrizes básicas da educação especial, mas na prática não desenvolvem

por falta de uma estrutura pedagógica que perpasse as barreiras de desenvolver no

ambiente escolar uma pedagogia diferenciada.

Enquanto ao suporte para os trabalhos serem desenvolvidos com alunos as

professoras compreendem, mas não de forma tão ampla quais as atividades prestadas pelo

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serviço de AEE (Atendimento Educacional Especializado), todas tem conhecimento de que

é um local para atender as demandas dos alunos com Necessidades Educacionais

Especiais, mas ao avaliarmos o questionário podemos identificar que cada professora

destacou apenas uma informação, não contextualizando a informação completa do que é,

para que serve quem atende e o que garante o acesso a este serviço. Contundo a relação

entre os dois professores o da escola regular e o professor do atendimento especializado

deve ser linear e satisfatório para a contribuição do desenvolvimento do aluno. Com base

nas respostas apresentadas pelas professoras da Escola Anita nota-se a ausência deste

professor especializado como intermediador responsável pela comunicação com o

professor da escola regular.

As maiores dificuldades apresentadas pelas professoras são pela falta de materiais

didáticos, apoio pedagógico, falta de espaço físico e professores especializados na

educação inclusiva. Ou seja, é necessário pensar na construção de conhecimento de forma

que, a professora não se sinta isolada das possibilidades e auxílios que são necessários para

complementar seu trabalho. Se for necessário o uso de tecnologias que seja levado para

discussão em reuniões pedagógicas e juntamente com o Centro de Atendimento

Educacional Especializado. É importante que se aconteça as trocas de experiências, que a

presença de funcionários do Centro de Atendimento Educacional Especializado se faça

presente na escola além de estimular as capacitações com palestras para os professores, a

busca pelo desenvolvimento desses alunos vai, além disso, com a prática diária do

professor da escola regular com o professor do AEE.

As escolas juntamente com seus professores não admitem que o fracasso escolar

também possa ser advindo de suas atividades que não foram desenvolvidas com sucesso

proporcionando que o aluno não consiga progredir devido à dificuldade de aprendizagem e

imediatamente o rotulando como forma de repassar a deficiência e assim, transferindo a

culpabilização do seu próprio fracasso.

Conclui-se então que entre os professores da escola regular juntamente com o Centro

de Atendimento Especializado de Carinhanha possam futuramente se desenvolverem nas

prioridades de aprendizagem do alunos com deficiência e quais direcionamentos podem

ocorrer para contribuir nos avanços da educação inclusiva na Escola Anita e demais

escolas do município de Carinhanha.

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Este campo de pesquisa ainda pode continuar contribuindo para futuras pesquisas

talvez com uma proposta de avaliar o contexto de trabalho realizado desse Centro de

Atendimento Especializado com as escolas e quais subsídios tem oferecido para estes

professores enquanto conhecimento prático ou um projeto piloto na escola com uma

implantação de classe escolar de atendimento educacional especializado na própria escola

afim de, atender as demandas que mais necessitam e contando com a presença de

professores especializados para auxiliar nas atividades escolares no seu dia a dia.

Por fim, é perceptível analisar que mesmo a escola atendendo a demanda de

inclusão escolar e tendo no município um centro de atendimento educacional especializado

as professoras que atuam com alunos que se fazem presentes nas atividades realizadas no

horário oposto ainda se encontram longe de quebrarmos a barreira de que a inclusão

escolar foi de fato inserida no ambiente escolar no município de Carinhanha.

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APÊNDICES

Apêndice A – Questionário – Professor (Modelo)

QUESTIONÁRIO PROFESSOR

Prezado (a) Professor (a)

Estou fazendo uma pesquisa com o objetivo de auxiliar a coleta de dados para o Trabalho

de Conclusão do Curso de Especialização em Desenvolvimento Humano, Educação e Inclusão

Escolar, pela Universidade de Brasília – UnB, cujo tema: A PERCEPÇÃO DE PROFESSORES

SOBRE O ATENDIMENTO DE SEUS ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS

ESPECIAIS EM UM CENTRO DE ATENDIMENTO ESPECIALIZADO e gostaria de contar

com sua colaboração preenchendo esse questionário.

Por favor, procure responder com bastante sinceridade ao questionário e não se preocupe,

pois suas respostas serão utilizadas apenas para o fim de estudo na pesquisa. Sua identidade será

preservada.

Conto com sua colaboração!

Catiana Nogueira dos Santos

Identificação

1 - Nome: ________________________________________________________________

2 – Graduação:

_________________________________________________________________________

Data da última formação realizada:

_______________________________________________________________________________

3 – Tempo de trabalho na Educação: _________________________________________________

4 - Tempo de trabalho com Educação Inclusiva: __________________________________

5 - Há quanto tempo trabalha na escola?

_______________________________________________________________________________

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6 - Com qual turma você atua ?

_______________________________________________________________________________

a) Inclusão

1- O que você entende inclusão?

2- Você conhece as diretrizes que regulamentam a educação inclusiva na escola?

( ) Sim ( ) Não

Se sim, quais os benefícios que elas trazem para seu trabalho?

_______________________________________________________________________________

Se não, porque ainda não conhece?

_______________________________________________________________________________

3 - Você já participou de formação sobre educação inclusiva oferecida pela Secretária

Municipal de Educação de Carinhanha?

( ) Sim ( ) Não

4 - Cite quais e quando fez:

_______________________________________________________________________________

b) Atendimento Especializado

1- Na sua visão o que é Atendimento Educacional Especializado?

2- Na sua cidade possui centro de Atendimento Educacional Especializado?

( ) Sim ( ) Não

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3 - Caso exista o Centro de Atendimento Educacional Especializado qual a ajuda que ele

oferece para o trabalho ser desenvolvido com seus alunos de NEE( Necessidades

Educacionais Especiais)?

c) Ensino e Aprendizagem

1 – Quais as dificuldades enquanto professor (a) você encontra para desenvolver atividades

diferenciadas para o desenvolvimento de alunos com NEE ( Necessidades Educacionais

Especiais)?

2 – Qual o suporte físico e material da escola em que você atua para o desenvolvimento

dos alunos com NEE (Necessidades Educacionais Especiais) em sala de aula?

3. Como ele te ajuda no desenvolvimento das atividades que desenvolve com os alunos do

NEE?

4 – No planejamento realizado na escola há trocas de experiências entre os professores e

profissionais sobre as práticas de ensino para os alunos com NEE ( Necessidades

Educacionais Especiais)? Como é feita esta troca?

ANEXOS

Anexo A – CARTA DE APRESENTAÇÃO

Universidade de Brasília – UnB

Instituto de Psicologia – IP

Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento – PED

Programa de Pós-Graduação em Processos de Desenvolvimento Humano e Saúde PGPDS

Curso de Especialização em Desenvolvimento Humano, Educação e Inclusão Escolar

Da: Universidade de Brasília– UnB/Universidade Aberta do Brasil – UAB

Polo: Dona Carmen - Carinhanha

Para: o(a): Ilmo(a). Sr(a). Diretor(a) Eurídice Sena de Oliveira

Instituição: Escola Municipalizada Lindaura Brito de Assunção

Carta de Apresentação

Senhor (a), Diretor (a),

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50

Estamos apresentando a V. Sª o(a) cursista pós-graduando(a) Catiana Nogueira dos

Santos que está em processo de realização do Curso de Especialização em

Desenvolvimento Humano, Educação e Inclusão Escolar.

É requisito parcial para a conclusão do curso, a realização de um estudo empírico

sobre tema acerca da inclusão no contexto escolar, cujas estratégias metodológicas podem

envolver: entrevista com professores, pais ou outros participantes; observação; e análise

documental.

A realização desse trabalho tem como objetivo a formação continuada dos

professores e profissionais da educação, subsidiando-os no desenvolvimento de uma

prática pedagógica refletida e transformadora, tendo como consequência uma educação

inclusiva.

Desde já agradecemos e nos colocamos a disposição de Vossa Senhoria para

maiores esclarecimentos no telefone: (061) 3107-6911.

Atenciosamente,

__________________________________________________

Coordenador (a) do Polo ou Professor(a)-Tutor(a) Presencial

Carinhanha, 13/10/2015

Coordenadora Geral do Curso de Especialização em Desenvolvimento Humano,

Educação e Inclusão Escolar: Profª Drª Diva Albuquerque Maciel.

Anexo B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Universidade de Brasília – UnB

Instituto de Psicologia – IP

Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento – PED

Programa de Pós-Graduação em Processos de Desenvolvimento Humano e Saúde PGPDS

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Senhor(a) Professor(a),

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Sou orientando(a) do Curso de Especialização em Desenvolvimento Humano,

Educação e Inclusão Escolar, realizado pelo Instituto de Psicologia por meio da

Universidade Aberta do Brasil/Universidade de Brasília (UAB-UnB) e estou realizando

um estudo sobre A PERCEPÇÃO DE PROFESSORES SOBRE O

ATENDIMENTO DE SEUS ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS

ESPECIAIS EM UM CENTRO DE ATENDIMENTO ESPECIALIZADO. Assim,

gostaria de consultá-lo(a) sobre seu interesse e disponibilidade de cooperar com a

pesquisa.

Esclareço que este estudo poderá fornecer às instituições de ensino subsídios

para o planejamento de atividades com vistas à promoção de condições favoráveis ao

pleno desenvolvimento dos alunos em contextos inclusivos e, ainda, favorecer o

processo de formação continuada dos professores nesse contexto de ensino. A coleta de

dados será realizada por meio de questionário e observação.

Esclareço que a participação no estudo é voluntária e livre de qualquer remuneração

ou benefício. Você poderá deixar a pesquisa a qualquer momento que desejar e isso não

acarretará qualquer prejuízo ou alteração dos serviços disponibilizados pela escola.

Asseguro-lhe que sua identificação não será divulgada em hipótese alguma e que os dados

obtidos serão mantidos em total sigilo, sendo analisados coletivamente. Os dados

provenientes de sua participação na pesquisa, tais como questionário, ficarão sob a guarda

do pesquisador responsável pela pesquisa.

Caso tenha alguma dúvida sobre o estudo, o(a) senhor(a) poderá me contatar pelo

telefone (77) 998290533 ou no endereço eletrônico [email protected]. Se

tiver interesse em conhecer os resultados desta pesquisa, por favor, indique um e-mail de

contato. Este documento foi elaborado em duas vias, uma ficará com o(a) pesquisador(a)

responsável pela pesquisa e a outra com o senhor(a).

Agradeço antecipadamente sua atenção e colaboração.

Respeitosamente.

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Assinatura do Pesquisador

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Assinatura do Professor

Nome do Professor: _________________________________________________

Email(opcional)_____________________________________________________

ANEXO C - ACEITE INSTITUCIONAL

Universidade de Brasília – UnB

Instituto de Psicologia – IP

Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento – PED

Programa de Pós-Graduação em Processos de Desenvolvimento Humano e Saúde -

PGPDS

Curso de Especialização em Desenvolvimento Humano, Educação e Inclusão Escolar

Aceite Institucional

A Sra. Eurídice Sena de Oliveira, da Escola Municipalizada Lindaura Brito de Assunção

está de acordo com a realização da pesquisa A PERCEPÇÃO DE PROFESSORES

SOBRE O ATENDIMENTO DE SEUS ALUNOS COM NECESSIDADES

EDUCACIONAIS ESPECIAIS EM UM CENTRO DE ATENDIMENTO

ESPECIALIZADO de responsabilidade da pesquisadora, Catiana Nogueira dos Santos,

aluna do Curso de Especialização em Desenvolvimento Humano, Educação e Inclusão

Escolar no Instituto de Psicologia do Programa de Pós-Graduação em Processos de

Desenvolvimento Humano da Universidade de Brasília, realizado sob orientação da

Professora Doutora/Mestre Fabrícia Teixeira Borges.

O estudo envolve a realização de aplicação de questionário e observação do

atendimento na Escola Municipalizada Lindaura Brito de Assunção com professoras(es)

que possui alunos com necessidades educacionais especiais que fazem acompanhamento

no centro de atendimento especializado . A pesquisa terá a duração de dois dias com

previsão de início em 13/10/2015 e término em 14/10/2015.

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Eu, Eurídice Sena de Oliveira, Diretora, declaro conhecer e cumprir as Resoluções

Éticas Brasileiras, em especial a Resolução CNS 196/96. Esta instituição está ciente de

suas corresponsabilidade como instituição coparticipante do presente projeta de pesquisa, e

de seu compromisso no resguardo da segurança e bem-estar dos sujeitos de pesquisa nela

recrutados, dispondo de infraestrutura necessária para a garantia de tal segurança e bem-

estar.

Carinhanha, 13/10/2015.

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Nome da responsável pela instituição

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Assinatura e carimbo da responsável pela instituição