AAbinee lançou, na segunda-feira, dia 2 de se-tembro, no Teatro do Centro de Convenções WTC Sheraton, em São Paulo, as novas bases

do IPD Eletron - Instituto para Pesquisa e Desenvol-vimento Tecnológico do Complexo Eletroeletrônico e Tecnologia da Informação -, no âmbito do Congresso Brasileiro de Inovação na Indústria, promovido pela CNI e pelo SEBRAE.

Participaram do evento o secretário executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luiz Antonio Elias, representando o Ministro Marco Antonio Raupp, o secretario de inovação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Nelson Fujimoto, o presidente da Finep, Glauco Arbix, o secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Ino-vação do MCTI, Alvaro Prata, o diretor executivo da CNI, José Augusto Fernandes, entre outras autoridades e empresários.

Em seu pronunciamento, o presidente da Abinee, Humberto Barbato, destacou que o relançamento ocorre no contexto das comemorações dos 50 anos da Abinee, que iniciou a reestruturação do IPD Eletron visando transformá-lo num fórum que reúna todos

EM FOCOAssociação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica

MIN CUPTAS EXEREPT ATEMQABINEE RELANÇA IPD ELETRON COM OBJETIVO

DE APOIAR INOVAÇÃO NO SETOR

04 de SETEMBRO 2013 | NÚMERO 05

50anos

agentes que atuam no universo da tecnologia e inova-ção, para que possa desempenhar um papel mais ativo como agente indutor da criação intelectual.

Segundo ele, em virtude do deslocamento do polo econômico e da expansão dos países emergentes, os olhos das empresas globais voltam-se, cada vez mais, para o mercado brasileiro, o que força as empresas instaladas no país a acompanhar de perto as mudan-ças, com primazia para a maior inovação e competi-tividade.

Barbato destacou que é preciso reverter o quadro de desindustrialização pelo qual passa a indústria brasi-leira, encontrando caminhos que levem ao aumento da competitividade. Neste sentido, o presidente da Abinee afirmou que o Brasil deve seguir exemplos de países asiáticos como Japão, Coreia do Sul, Taiwan e China, que fizeram a transição de país de mão de obra para se tornarem nações inovadoras.

“Acreditamos que a transição do “made in Brasil” para também “designed in Brasil” é de vital importân-cia para que alcancemos o patamar de país inovador que desejamos”, disse.

Senhoras e senhores, boa noite.

Quero inicialmente expressar meus agradecimentos es-peciais ao presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, e ao presidente do SEBRAE, Luiz Eduardo Barreto, por abrir este espaço no 5º Congresso de Inovação da Indústria, para lançarmos as novas bases do IPD Eletron, o Instituto de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Abinee. Tenham certeza que esta é uma grande contribuição para que possa-mos fortalecer nossa atuação em prol da inovação nos pro-cessos industriais no Brasil.

Meus amigos, este é um ano especial para a Abinee, que completa 50 anos de serviços prestados à indústria elétrica e eletrônica e à sociedade, através de uma destacada atuação junto aos poderes constituídos, visando o encaminhamento de pleitos e buscando o fortalecimento da presença de nos-sas associadas na economia do País.

A Abinee é composta por cerca de 600 empresas de capital nacional e internacional, dos mais diversos portes e segmentos, desde bens de capital, bens de consumo e componentes elé-tricos e eletrônicos, incluindo, neste universo, equipamentos para a ex-pansão e modernização tecnológica. A tecnologia e os produtos do nosso setor permeiam todos os demais seg-mentos da economia, tendo, portanto, um caráter estratégico para o país, as-pecto que coloca a busca permanente pela inovação como prioridade para as empresas eletroeletrônicas.

Senhoras e senhores, o Brasil quer continuar sua jornada de desenvolvimento e inovação e, cada vez mais, tem alcançado maior visibilidade no cenário internacional entre os países emergentes, tendo em vista seu grande potencial de crescimento. A mudança de rumo da econômica mundial nos mostra que a centralização econô-mica Europa-EUA começa a dar espaço aos emergentes, que devem representar, em 2020, mais de 50% do PIB mundial.

A globalização, auxiliada pelas mudanças tecnológicas da era da informação e comunicação, criou um mundo completamente distinto nos últimos anos. Estamos todos conectados, as notícias e os negócios acontecem em tempo real e as ferramentas usadas mudam de ano para ano.

Hoje, as expectativas mudaram. Especialmente as ex-pectativas quanto ao custo, eficiência e inovação. Não mais se fala em mercado regional ou em concorrência local.

Em virtude do deslocamento do polo econômico, os olhos das empresas globais voltam-se, cada vez mais, para o nosso mercado, o que nos força a acompanhar de perto as mudanças, com primazia para a maior inovação e competi-tividade.

A indústria brasileira está passando por uma grande transformação. A estratégia de negócios mudou o que tem ocasionado inúmeros reflexos. Alguns deles positivos, po-rém a desindustrialização se instalou como uma das conse-quências negativas, fortemente sentida pela indústria eletro-eletrônica.

Precisamos reverter este quadro, interagindo com o go-verno, para que, por meio de um trabalho conjunto possa-mos encontrar caminhos que levem ao aumento da compe-titividade na nossa indústria.

A desoneração da folha é um exemplo de esforço con-junto que beneficiou grande parte empresas do setor eletro-eletrônico. Entretanto, precisamos ir muito além. Acompa-nhamos a transição que o Japão fez, passando de um país de mão de obra nos anos 70 para um país inovador e estratégi-co na área da eletrônica, o que foi seguido por vários outros países da Ásia, como Coréia do Sul e Taiwan.

Mais recentemente fomos especta-dores do papel de mão de obra barata assumido pela China e, agora, das suas atividades no sentido de tornar-se um país inovador, passando de seguidor a pioneiro. E é isso justamente o que al-mejamos para o Brasil.

Acreditamos que a transição do “made in Brasil” para também “desig-ned in Brasil” é de vital importância para que alcancemos o patamar de país inovador que desejamos. Queremos es-

timular a indústria eletroeletrônica a “Inovar para competir. Competir para crescer”.

Desta forma, torna-se evidente que a inovação assume papel essencial na atividade das empresas como forma de estimular a competitividade num cenário de acirrada con-corrência internacional.

Senhoras e senhores, com este espírito, a Abinee, no mo-mento que comemora 50 anos, está lançando as novas bases do instituto IPD Eletron, com o objetivo maior de promover a inovação no complexo eletroeletrônico brasileiro.

Neste contexto, o IPD Eletron será um fórum que reu-nirá todos os agentes que atuam no universo da tecnologia e da inovação, para que possa desempenhar um papel mais ativo como agente indutor da criação intelectual.

Esperamos, com isso, que este novo IPD Eletron possa incentivar a formação de uma cultura da inovação no Bra-sil, contribuindo para a geração de negócios e para a maior competitividade internacional do setor eletroeletrônico.

PRONUNCIAMENTO DE HUMBERTO BARBATO

“inovação assume papel essencial na atividade das em-presas como for-

ma de estimular a competitividade”

O secretário executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luiz Antonio Elias, representando o Ministro Marco Antonio Raupp, cumprimentou a Abinee pelos seus cinquenta anos e pela iniciativa de remodelar o IPD Eletron.

Elias afirmou que o país passa por uma perda de capacidade industrial com intensidade tecnológica e, com o objetivo de reverter este quadro, o governo co-locou a inovação como uma de suas cinco principais agendas.

Segundo o secretário, o Brasil não renovará sua capacidade produtiva se não investir nesta área. “Não faremos nenhuma diferença se não conseguirmos agregar valor em nível interno e continuarmos pagan-do royalties para o exterior”, disse.

Ele acrescentou que o Brasil não conseguirá fazer diferença se não tiver capacidade de ‘engenheirar’ sua economia, evitando o retorno da reprimarização e da condição de exclusivamente exportador de commodit-ties.

O secretário executivo do MCTI afirmou que os planos recentes, lançados pelo governo, vem para atuar nesta brecha tecnológica, e visa uma melhor articulação entre orgãos governamentais de apoio à inovação, como Finep e BNDES. “Ao mesmo tempo, o

governo está atuando no distensionamento do marco regulatório, como forma de evitar a burocracia e en-traves, inferindo maior f lexibilidade aos processos”, completou.

O secretário de Inovação do MDIC, Nelson Fuji-moto, também destacou as ações do governo em apoio à inovação, no âmbito do Brasil Maior. Ele disse que o desafio do país não é só gerar renda e emprego, mas, também, promover a inovação. “O Brasil não terá um desenvolvimento sustentável na indústria se não in-vestir nesta área”.

Fujimoto salientou que, nos últimos anos, houve uma ampliação significativa dos investimentos nas universidades e centros de pesquisa por parte do go-verno e que o momento é de aproximar a indústria destas instituições, para que isto seja aproveitado pelo setor privado.

Na oportunidade, ele salientou a atuação da Abinee junto ao governo nas discussões no que se refere às ações visando o apoio à inovação, como, por exemplo, a participação da entidade no Fórum de Competitivi-dade de TICs, onde são abordados temas da área de semincondutores, como as melhorias nas condições do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnoló-gico da Indústria de Semicondutores – PADIS.

GOVERNO RESSALTA INCIATIVA DA ABINEE E AÇÕES DE APOIO À INOVAÇÃO

Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica www.abinee.org.brExpediente

Secretário executivo do MCTI, Luiz Antonio Elias Secretário de Inovação do MDIC, Nelson Fujimoto

Conselho EditorialHumberto BarbatoDário Bampa

EditorJosé Carlos de OliveiraMTb 12.723

RedaçãoJean Carlo Martins Renata Nogueira Silvestre

FotosLuiz Franco

ICTs e Universidades

Empresas de tecnologia nacionais ou estrangeiras

Universidades, instrutores

Associados

Projetos Conjuntos

Treinamentos conjuntos

Parcerias Tecnológicas Joint Ventures

Eventos de Apresentação

Governo e entidades

Legislação, editais

AS NOVAS BASES DO IPD ELETRON

A doutora em Microeletrônica e Inovação, Edelweis Ritt, apresentou as novas bases do IPD Eletron, destacan-do a necessidade de apoio à inovação a partir de indicado-res, como o saldo negativo da balança comercial do setor eletroeltronico. Segundo Edelweis, o déficit pode repre-sentar uma oportunidade por demonstrar a existência de um mercado pujante.

Ela destacou que o volume de exportação de tecno-logia no Brasil está diminuindo na comparação relativa com outros países. Ao mesmo tempo, o Brasil está atrás em termos de investimentos em pesquisa e desenvolvi-mento e registro de patentes.

De acordo com dados de 2010, a Alemanha registrou 47.047 patentes; os Estados Unidos, 241.977; a China, 293.066; enquanto o Brasil, apenas 2.705. “Queremos não só produzir e montar, mas, também, desenvolver produ-tos, como forma de reverter definitivamente o processo de desindustrialização”, disse.

Neste sentido, o IPD Eletron, por meio da interação com governo, Institutos de Pesquisa e órgãos de fomento, tem como objetivo promover o desenvolvimento tecnoló-gico do complexo eletroeletrônico a fim de aumentar sua competitividade internacional.