ABNT/CEE 103 - Sobre poda urbana

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ABNT/CEE 103 2ª PROJETO 103:000.00-003/01 ABR 2013 NÃO TEM VALOR NORMATIVO Florestas urbanas Manejo de árvores, arbustos e outras plantas lenhosas Parte 1: Poda APRESENTAÇÃO 1) Este Projeto foi elaborado pela Comissão de Estudo Especial de Manejo Florestal (ABNT/CEE-103), nas reuniões de: 2) Baseado na ANSI A300-1:2008; 3) Não tem valor normativo; 4) Aqueles que tiverem conhecimento de qualquer direito de patente devem apresentar esta informação em seus comentários, com documentação comprobatória; 5) Este Projeto de Norma será diagramado conforme as regras de editoração da ABNT quando de sua publicação como Norma Brasileira. 6) Tomaram parte na elaboração deste Projeto: Participante Representante ABCE/CELESC Rafael Grani ABNT Milena Pires ACEFLOR Eliseu Rossato Toviolo APEFERJ Luiz Octavio de Lima Pedreira ASCAE Ricardo Montagna CELTINS Miguel Pinter Jr. CEMIG Pedro Mendes Castro CEMIG Lucélio Nativo da Assunção CONFEA Reginaldo Barros CONFEA Álvaro Garcia ELEKTRO Monica Cavaleiro EMBRAPA FLORESTAS Sergio Ahrens 13/04/2011 27/06/2011 01/11/2011 13/03/2012 15/08/2012 07/11/2012 25/03/2013

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ABNT/CEE 103 2ª PROJETO 103:000.00-003/01

ABR 2013

NÃO TEM VALOR NORMATIVO

Florestas urbanas – Manejo de árvores, arbustos e outras plantas lenhosas – Parte 1: Poda

APRESENTAÇÃO

1) Este Projeto foi elaborado pela Comissão de Estudo Especial de Manejo Florestal (ABNT/CEE-103), nas reuniões de:

2) Baseado na ANSI A300-1:2008;

3) Não tem valor normativo;

4) Aqueles que tiverem conhecimento de qualquer direito de patente devem apresentar esta informação em seus comentários, com documentação comprobatória;

5) Este Projeto de Norma será diagramado conforme as regras de editoração da ABNT quando de sua publicação como Norma Brasileira.

6) Tomaram parte na elaboração deste Projeto:

Participante Representante

ABCE/CELESC Rafael Grani

ABNT Milena Pires

ACEFLOR Eliseu Rossato Toviolo

APEFERJ Luiz Octavio de Lima Pedreira

ASCAE Ricardo Montagna

CELTINS Miguel Pinter Jr.

CEMIG Pedro Mendes Castro

CEMIG Lucélio Nativo da Assunção

CONFEA Reginaldo Barros

CONFEA Álvaro Garcia

ELEKTRO Monica Cavaleiro

EMBRAPA FLORESTAS Sergio Ahrens

13/04/2011 27/06/2011 01/11/2011

13/03/2012 15/08/2012 07/11/2012

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FETAG/CONTAG Daniel de O. Custódio

FIBRIA Sandro Bressan Pinheiro

FIBRIA Rivaldo Lopes de Andrade

FUNDAÇÃO COGE – COMITÊ DE MEIO AMBIENTE

Luiz Gustavo Ripani R. Morales

IBAMA Geraldo Q. de Assis

INMETRO Maria Teresa R. Rezende

INMETRO Leonardo Salema

INTERNATIONAL PAPER Robson Laprovitera

IPEF/PCCF Luciana Rocha Antunes

LIGHT Ronier Rodrigues Vasconcelos

MMA André Vitor Fleuri Jardim

MWV RIGESA Zilda Romanovski

PREFEITURA DE BELO HORIZONTE Agnus Rocha Bittencourt

PREFEITURA DE SÃO PAULO Danilo Mizuta

PREFEITURA DE TATUI Marceli Fernandes Lazari

RIGESA Adriane B Nunes

RIGESA Zilda Romanovski

SBAU Joaquim Cavalcanti

SBEF Ronaldo Maran

SBEF/SBS Carlos A. Bantel

SBS Rubens Garlipp

SFB/MMA Bruno M. Martinelli

UFPR Daniela Biondi

USP Demóstenes Ferreira da Silva Filho

USP Ana Maria Liner

VERACEL Luiz Henrique Tapia

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Florestas urbanas – Manejo de árvores, arbustos e outras plantas lenhosas – Parte 1: Poda

Urban forests – Tree, shrub and other woody plant management – Part 1: Pruning

Prefácio

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o Foro Nacional de Normalização. As Normas Brasileiras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB), dos Organismos de Normalização Setorial (ABNT/ONS) e das Comissões de Estudo Especiais (ABNT/CEE), são elaboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas por representantes dos setores envolvidos, delas fazendo parte: produtores, consumidores e neutros (universidades, laboratórios e outros).

Os Documentos Técnicos ABNT são elaborados conforme as regras da Diretiva ABNT, Parte 2.

Nesta Norma o termo “convém” indica uma recomendação ou orientação e o termo “deve” indica um requisito precisa ser atendido.

A 103:000.00-003, sob o título geral “Florestas urbanas – Manejo de árvores, arbustos e outras plantas lenhosas” tem previsão de conter as seguintes partes:

Parte 1: Poda;

Parte 2: Segurança na arboricultura

Parte 3: Análise de risco

Parte 4: Plantio e transplantio;

O Escopo desta Norma Brasileira em inglês é o seguinte:

Scope

This part of 103:000.00-003 establishes procedures for pruning trees, shrubs and other woody plants in urban or anthropogenic environments.

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1 Escopo

Esta parte da 103:000.00-003 estabelece os procedimentos para a poda de árvores, arbustos e outras plantas lenhosas em áreas urbanas, em conformidade com a legislação aplicável.

NOTA Esta parte da 103:000.00-003 pode ser utilizada como orientação para que profissionais da administração pública municipal, estadual e federal, assim como prestadores de serviço particulares, proprietários de imóveis, concessionárias de serviços públicos e outros, elaborem suas especificações de trabalho. Os procedimentos previstos nesta parte da 103:000.00-003 não se aplicam a podas em frutíferas, para as quais podem ser utilizadas as técnicas de poda empregadas na fruticultura.

2 Termos e definições

Para os efeitos deste documento, aplicam-se os seguintes termos e definições.

2.1 arboricultura ciência e arte do cultivo, cuidado e manejo das árvores e outras plantas lenhosas, em grupos ou individualmente, normalmente no ambiente urbano

2.2 arborista indivíduo que exerce a atividade da arboricultura e que, através da experiência, da educação e treinamento complementar, possui competência e atribuição legal e habilitação profissional para prestar ou supervisionar o manejo de árvores e outras plantas lenhosas

2.3 arborista em treinamento indivíduo em fase de treinamento com objetivo de ganhar experiência, competência e atribuição legal e habilitação profissional necessárias para prestar ou supervisionar o manejo de árvores e outras plantas lenhosas

2.4 calo massa de células não diferenciadas que se dividem e crescem com frequência em resposta a uma lesão

2.5 câmbio tecido vivo e composto de células meristemáticas, que envolvem a árvore e originam casca para fora e lenho para dentro do tronco e ramos

2.6 colar saliência na região inferior da inserção de um galho ao tronco ou a outro galho de maior diâmetro, formada pela sobreposição de tecidos vasculares do galho e do tronco

2.7 copa conjunto de galhos e folhas que formam a parte superior de uma árvore

2.8

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corte de destopo corte de um galho ou caule junto a uma gema ou a um galho lateral, sem dimensões suficientes para assumir a dominância apical, a fim de atender a algum objetivo estrutural definido

NOTA O corte de destopo pode ou não ser uma prática de poda aceitável, dependendo de sua aplicação e de seu objetivo.

2.9 corte final corte que completa a remoção ou redução de um galho ou um toco de galho

2.10 crista da casca saliência na região superior da inserção de um galho ao tronco ou a outro galho de maior diâmetro, formada a partir da sobreposição de tecidos do galho e do tronco

2.11 desrama raleamento técnica de poda utilizada para eliminar, de forma seletiva, ramos indesejados, permitindo uma maior entrada de ar e luz no interior da copa da árvore e reduzindo a densidade dos ramos restantes

2.12 descamação limpeza técnica de poda de palmeiras que consiste na remoção da base apenas de frondes mortas no ponto onde elas fazem contato com o caule, sem danificar tecidos vivos do caule

2.13 destopo técnica de poda inapropriada, utilizada para reduzir o tamanho de uma árvore, restando apenas brotos, tocos, entrenós ou ramos secundários que não são suficientemente grandes para assumir dominância apical

2.14 dominância apical inibição do crescimento de gemas laterais pela gema terminal

2.15 emergência no sistema elétrico situação de interrupção no fornecimento de energia elétrica, geralmente associada a fenômenos climáticos de intensidade acima das médias para a região onde ocorrem, que demandam pronta intervenção da concessionária responsável pelo sistema elétrico

NOTA Nessas situações a prioridade é o restabelecimento do serviço de energia elétrica em virtude do risco que o desabastecimento oferece à segurança e bom funcionamento das cidades.

2.16 esporas de escalada dispositivos metálicos que possuem um esporão afiado no lado interno, que são utilizados para facilitar a escalada, criando pontos de apoio no tronco. Também não conhecidos como bicos, ganchos, esporas, cravos e escaladeiras

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2.17 estipe caule típico de palmeiras, normalmente ereto, mais ou menos cilíndrico, não ramificado, onde as folhas concentram-se apenas no ápice

2.18 florestas urbanas árvores e outras formas de vegetação de pequeno, médio e grande portes, que crescem, de forma espontânea ou cultivada, em ambientes urbanos

2.19 fronde folhas das palmeiras

2.20 ramo primário tronco ou galho proeminente de árvore a partir dos quais os brotos ou ramos crescem

2.21 ramo secundário broto ou caule que cresce a partir de um galho ou caule parental

2.22 latada combinação de poda, suporte e treinamento de galhos para orientar o crescimento de uma planta em um plano. Também é conhecida como pérgula ou caramanchão

2.23 levantamento de copa poda seletiva dos galhos inferiores de uma árvore, visando à desobstrução em altura

2.24 lesão abertura criada quando a casca de um galho ou de um caule vivo é penetrada, cortada ou removida

2.25 líder broto principal ou tronco de uma árvore de crescimento ortotrópico

2.26 limpeza poda seletiva que visa a remoção de galhos mortos, doentes ou quebrados

2.27 limpeza de casca remoção de tecidos soltos ou danificados de dentro e em volta de uma lesão

2.28 linhada de arremesso peso de arremesso atado à extremidade de um cordel, com o qual será posicionada a corda de escalada dentro da copa da árvore

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2.29 pecíolo haste que sustenta o limbo da folha ou fronde

2.30 poda retirada seletiva de partes indesejadas ou danificadas de uma árvore, a fim de se alcançarem objetivos específicos

2.31 poda para vistas poda seletiva para permitir visualização de uma vista específica

2.32 poda tipo poodle técnica de poda, inadequada e excessiva, na qual são retirados os galhos secundários do interior da copa, permanecendo apenas um amontoado de galhos e folhas na extremidade do galho principal, à semelhança do rabo de um leão ou da tosa comum no cão da raça poodle

2.33 podador indivíduo que, através de treinamento teórico e prático, possui habilidade para executar as técnicas específicas relacionadas à atividade, levando em consideração a adequação da arquitetura da copa ou espaço necessário para ela e para a manutenção, bem como a prevenção de queda de ramos

NOTA Este profissional somente é autorizado a executar seus serviços quando evidenciada a ausência do risco elétrico, não sendo necessário possuir treinamento ou cursos de capacitação e habilitação para trabalhar em sistemas elétricos de potência.

2.34 podador em sistema elétrico de potência indivíduo que, através de treinamento teórico e prático, está familiarizado com os equipamentos e os riscos da atividade de desobstrução de redes de eletricidade, e que demonstroua habilidade para executar as técnicas específicas relacionadas à atividade

2.35 podador em sistema elétrico de potência em treinamento indivíduo em fase de treinamento de campo para ganhar experiência e competência necessária para aplicar as técnicas de desobstrução de redes elétricas

2.36 redução técnica de poda utilizada para reduzir a altura ou largura da copa de uma árvore

2.37 restauração poda seletiva para melhoramento da estrutura, forma e aparência de árvores que tenham sido severamente destopadas, vandalizadas ou danificadas

2.38 serviço de utilidade pública serviço que a administração pública presta diretamente ou por terceiros, por meio de permissão,

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concessão ou autorização, com o objetivo principal de servir a sociedade

2.39 toco de galho comprimento de galho pequeno e indesejável que permanece na árvore quando há quebra ou corte incorreto na poda distante do colar

3 Procedimentos

3.1 Objetivos da poda

3.1.1 Os objetivos da poda, bem como a destinação de seus resíduos, devem ser estabelecidos antes do início de qualquer operação de poda.

3.1.2 A fim de se alcançarem os objetivos da poda convém considerar:

a) o ciclo de crescimento, a estrutura individual das espécies e o tipo de poda a ser executada;

b) que não é conveniente que se retire mais que 25 % da copa. O percentual e a distribuição da folhagem a ser removida devem ser definidos de acordo com a espécie arbórea, idade, estado sanitário e localização. Podas de maior intensidade devem ser ajustadas tecnicamente;

c) que não é conveniente que se retire mais que 25 % da folhagem de um galho, quando este é cortado junto a outro galho lateral. Convém que o galho lateral tenha dimensões suficientes para assumir a dominância apical.

3.1.3 O destopo e a poda tipo poodle devem ser considerados práticas de poda inaceitáveis para árvores, exceto nos casos em que tal prática for necessária para posterior supressão.

3.2 Inspeção da árvore

3.2.1 O arborista deve realizar uma inspeção visual, para avaliar todos os aspectos físicos e fitossanitários de cada árvore-alvo do trabalho e realizar o planejamento prévio das atividades. O arborista em treinamento também pode realizar este tipo de inspeção, desde que esteja sob supervisão direta de um arborista.

3.2.2 Caso se constate a existência de alguma condição ou fator que requeira atenção além do escopo original do trabalho, é conveniente que esta condição ou fator seja reportado a um supervisor imediato, ao proprietário da árvore ou à pessoa responsável por autorizar a realização do trabalho.

3.3 Ferramentas e equipamentos

3.3.1 Devem ser utilizados equipamentos e práticas de trabalho que não danifiquem o tecido vivo e a casca além das especificações de trabalho. Ferramentas de golpe não podem ser usadas.

3.3.2 As ferramentas usadas para fazer os cortes de poda devem estar sempre afiadas e em perfeitas condições de uso.

3.3.3 Esporas não podem ser usadas para escalada ou poda de árvores, exceto quando:

a) os galhos estiverem separados à distância maior que a linhada de arremesso e não houver alternativa de escalada da árvore;

b) a casca for de espessura suficiente para prevenir danos ao câmbio;

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c) em áreas remotas; ou

3.4 Tipos de poda

3.4.1 Podas comuns

3.4.1.1 Limpeza

3.4.1.1.1 A limpeza deve consistir em poda seletiva para remover galhos mortos, doentes ou quebrados.

3.4.1.1.2 A localização e a variação de tamanho dos galhos a serem removidos devem ser especificadas.

3.4.1.2 Desrama ou raleamento

3.4.1.2.1 A desrama ou raleamento deve consistir em poda seletiva para reduzir a densidade de galhos vivos.

3.4.1.2.2 Convém que a desrama ou raleamento resulte em distribuição equilibrada de ramos em galhos individuais, não comprometendo a estrutura da árvore.

3.4.1.2.3 Não é recomendado que se retire mais que 25 % do volume da copa que cresceu após a última poda.

3.4.1.2.4 A localização e a variação de tamanho dos galhos, bem como o percentual de folhagem a serem removidos devem ser especificados.

3.4.1.3 Elevação

3.4.1.3.1 Elevação deve consistir em poda seletiva para fornecer espaços verticais.

3.4.1.3.2 Convém que a necessidade de espaço vertical, a localização e a variação de tamanho dos galhos a serem removidos sejam especificadas.

3.4.1.4 Redução

3.4.1.4.1 A redução deve consistir em poda seletiva para reduzir a altura e/ou a largura da copa e por consequência a área e volume da copa, sempre obedecendo à arquitetura típica da espécie.

3.4.1.4.2 Deve-se considerar a tolerância da espécie a esse tipo de poda.

3.4.1.4.3 Convém que sejam especificadas a localização e a variação de tamanho dos galhos a serem podados, bem como o espaço (desobstrução) a ser obtido com a poda.

3.4.2 Podas especiais

3.4.2.1 Generalidades

3.4.2.1.1 Deve-se considerar a habilidade de uma espécie em tolerar podas específicas, quando aplicados um ou mais dos procedimentos citados em 3.4.

3.4.2.2 No plantio

Convém que esse tipo de poda se limite à limpeza (3.4.1.1) e que os galhos da porção inferior do tronco sejam preservados.

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3.4.2.3 Poda de condução

3.4.2.3.1 Recomenda-se a limpeza (3.4.1.1) e a remoção de galhos que se atritem com outro ou com fraca ligação ao ramo de origem.

3.4.2.3.2 Convém que se promova o desenvolvimento de um ou mais ramos-líderes, quando apropriado.

3.4.2.3.3 Recomenda-se selecionar e manter uma distribuição de galhos estruturais equilibrada.

3.4.2.3.4 Recomenda-se a remoção de galhos que interfiram com elementos construídos e/ou equipamentos urbanos, desde que não prejudiquem a estrutura original da copa da árvore, objeto da intervenção.

3.4.2.4 Árvores jovens

3.4.2.4.1 As razões para se podar árvores jovens podem incluir, mas não se limitar, a redução de riscos, manutenção ou melhoramento da saúde ou da estrutura da árvore, melhoria de aspectos estéticos ou atendimento a uma necessidade específica.

3.4.2.4.2 Convém que, em situações nas quais árvores jovens não tolerem podas recorrentes e apresentem potencial para crescer junto a pontos de conflito, seja considerada a possibilidade de seu transplante após verificarem-se exaustivamente as alternativas para melhor alterar o espaço disponível para que tal árvore possa continuar sem a necessidade de podas recorrentes.

NOTA Entende-se que árvores de grande porte podem ultrapassar esses pontos e desenvolver suas copas sem entrar em conflito com elementos construídos.

3.4.2.5 Emergencial

3.4.2.5.1 Esse tipo de poda é realizado a qualquer momento, sem a necessidade de programação, pois visa resolver problemas emergenciais causados por galhos de árvores que ofereçam riscos imediatos a terceiros e/ou a serviços de utilidade pública.

3.4.2.5.2 Esse tipo de poda deve seguir as orientações descritas nesta parte da 103:000.00-003.

3.4.2.6 Latada

3.4.2.6.1 Galhos que se estendem para além do plano de crescimento devem ser podados ou amarrados ao fio de condução.

3.4.2.6.2 Convém substituir os amarrilhos sempre que necessário, a fim de evitar estrangulamento de galhos nos pontos de amarração.

3.4.2.7 Restauração

3.4.2.7.1 A restauração deve consistir em poda seletiva para aprimorar a estrutura, forma e aparência de árvores que tenham sido severamente destopadas, vandalizadas ou danificadas.

3.4.2.7.2 Recomenda-se especificar a localização na árvore, a variação de tamanho e o percentual de brotações que devem ser removidos.

3.4.2.8 Para vistas

3.4.2.8.1 Deve consistir em poda seletiva de galhos para permitir acesso a uma vista específica.

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3.4.2.8.2 Recomenda-se especificar a variação de tamanho de galhos, sua localização na árvore e o percentual de folhagem a ser retirado.

3.4.2.9 De raízes

A poda de raízes não é recomendada, devendo ser priorizado o aumento dos canteiros e alternativas a essa poda, que, caso imprescindível, deve ser feita com ferramentas adequadas, com cortes que devem resultar em uma superfície plana, não permitindo o ressecamento do tecido, a uma distância e intensidade que não comprometa a estabilidade e a vitalidade do vegetal.

3.4.3 Poda de palmeiras

3.4.3.1 É recomendada a realização de poda de palmeiras quando fronde, inflorescências, frutos e pecíolos puderem criar uma condição de risco.

3.4.3.2 Não é recomendada a remoção de frondes vivas e saudáveis que se iniciem em ângulo maior ou igual a 45° com plano horizontal na base das frontes (ver Figura 1), exceto no caso de frondes em conflito com redes aéreas de serviços.

Figura 1 — Ponto de remoção das frondes

3.4.3.3 Recomenda-se a retirada de folhas junto à base do pecíolo sem causar danos aos tecidos vivos do estipe.

3.4.3.4 Recomenda-se que a descamação da palmeira (barba) seja feita pela remoção apenas das bases de frondes mortas no ponto onde elas entram em contato com o estipe, sem causar danos aos tecidos vivos (ver Figura 2).

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Figura 2 — Poda excessiva em uma palmeira (prática inaceitável)

3.4.4 Podas em redes de serviços públicos

3.4.4.1 Generalidades

3.4.4.1.1 O propósito da poda de árvores que estejam em risco imediato ou potencial com redes elétricas e outros serviços de utilidade pública é prevenir a interrupção no fornecimento desses serviços, cumprir os requisitos legais e regulamentares sobre distâncias de segurança, prevenir danos aos equipamentos, evitar a obstrução de acesso às estruturas e assegurar o uso correto da faixa de passagem.

3.4.4.1.2 Somente o podador em sistema elétrico de potência deve ser designado para trabalhos próximos a redes elétricas, conforme estabelecido na Norma Regulamentadora do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) [1]. O podador em sistema elétrico de potência em treinamento também pode realizar esse tipo de trabalho, desde que esteja sob supervisão direta de um podador em sistema elétrico de potência.

3.4.4.1.3 Operações de poda próximas a redes elétricas devem atender aos demais requisitos estabelecidos nesta parte da 103:000.00-003.

3.4.4.2 Podas de redução de copa junto a redes elétricas

3.4.4.2.1 Ambientes urbanos ou residenciais

3.4.4.2.1.1 Recomenda-se que os cortes de poda sejam feitos de acordo com 3.5.

3.4.4.2.1.2 O corte final para remoção de galho com pequeno ângulo de inserção deve ser feito a partir da parte externa do galho, a fim de se evitar em danos ao galho parental (ver Figura 5).

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3.4.4.2.1.3 Convém que seja realizado o mínimo de cortes para se alcançarem os objetivos da poda em redes elétricas e que seja levada em consideração a estrutura natural da árvore.

3.4.4.2.1.4 Recomenda-se a adaptação da rede, a poda ou a remoção de árvores, nos casos em que as árvores ou galhos estejam crescendo abaixo ou para dentro da área de passagem da rede elétrica. É recomendado que essa poda seja feita pela remoção de galhos inteiros ou pela remoção de galhos que tenham ramos laterais crescendo em direção ao espaço de segurança. No caso de árvores de grande porte, com reconhecidos valores históricos e/ou culturais, que não apresentem risco iminente de queda, deve ser considerada preferencialmente a opção de adaptação da rede.

3.4.4.2.1.5 Convém que as árvores que estejam crescendo próximo ou para dentro do espaço de segurança da rede sejam podadas, cortando os galhos junto a um galho lateral, conforme estabelecido em 3.5.1, a fim de se direcionar o crescimento para fora do espaço de segurança, ou cortando o galho inteiro. Recomenda-se a remoção de galhos que, após cortados, produzirão brotações ou crescerão para dentro do espaço de segurança da rede.

3.4.4.2.1.6 Convém que o corte de galhos seja realizado junto a outro galho lateral ou parental, e não a uma distância de segurança predeterminada. Caso uma distância de segurança seja estabelecida, convém que os cortes de poda sejam realizados junto a outros galhos laterais ou parentais além dessa distância de segurança.

3.4.4.3 Atendimento a restauração de emergência

3.4.4.3.1 Durante situações de emergências no sistema elétrico, o serviço deve ser restabelecido com a maior rapidez possível, evitando-se danos ireversíveis às árvores.

3.4.4.3.2 Após a emergência, podas corretivas devem ser realizadas, caso necessário.

3.5 Técnicas de cortes

3.5.1 Um corte de poda que remova o galho em seu ponto de origem deve ser feito junto ao tronco ou ao galho parental, sem danificar a crista de casca ou o colar, e sem deixar toco de galho (ver Figura 3).

3.5.2 Convém que um corte de poda para redução da extensão do comprimento do galho ou caule parental seja a bissetriz entre a crista de casca e uma linha imaginária perpendicular ao galho ou caule a ser suprimido (ver Figura 4).

3.5.3 O corte final deve resultar em uma superfície plana, com a casca adjacente firmemente ligada.

3.5.4 Ao se remover um galho morto, o corte final deve ser feito no limite da crista e do colar, respeitando-os, junto e para fora do colar de tecido vivo.

3.5.5 Galhos de árvore devem ser removidos de tal forma que não causem danos a outras partes da árvore, a outras plantas ou a propriedades. Galhos muito grandes, para serem seguros com uma das mãos, devem ser cortados em fases (técnica dos três cortes), a fim de se evitarem lascas ou a queima da casca na madeira ou rompimento da casca (ver Figura 3). Onde necessário, cordas ou outros equipamentos devem ser usados para a descida de galhos grandes ou suas partes até o chão.

3.5.6 O corte final para remoção de galho com pequeno ângulo de incisão deve ser feito a partir da parte externa do galho, a fim de se evitarem danos ao galho parental (ver Figura 5).

3.5.7 Galhos danificados devem ser removidos da copa após o término do serviço, quando a árvore for deixada sem assistência ou ao final do dia de trabalho.

3.5.8 O corte de destopo é técnica aceitável, em determinados casos, quando necessária para se

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alcançar objetivo específico.

Legenda

1 primeiro corte

2 segundo corte

3 corte final

Figura 3 — Corte para remoção de galho em seu ponto de origem

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Figura 4 — Corte para redução do comprimento do galho ou caule parental

Figura 5 — Corte final para remoção de galho com pequeno ângulo de incisão

3.6 Tratamento de lesões

3.6.1 Não é recomendável o uso de substâncias para tratamento de lesões ou cortes de poda, exceto quando recomendado para controle de doença, inseto, ervas parasitas, controle de brotações ou razões estéticas.

3.6.2 Não pode ser realizado tratamento de lesões com substâncias danosas às árvores.

3.6.3 Ao se limpar a casca junto a lesões, somente tecido solto e danificado deve ser retirado.

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3.7 Destinação dos resíduos das podas

3.7.1 Os restos e resíduos provenientes das podas e remoções de árvores devem ter destinação adequada, compatível com o valor desses materiais, devendo ser privilegiados os destinos que proporcionem o aproveitamento da madeira, a manutenção do carbono fixado, o emprego em práticas de jardinagem e paisagismo, e a geração de renda.

3.7.2 Quando houver necessidade de disposição final desses resíduos, estes devem ser depositados em local apropriado, licenciado para este fim.

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Anexo A (informativo)

Exemplos de especificação de poda

A.1 Exemplo 1

Escopo: grande figueira próxima à face oeste da piscina.

Objetivos: aumentar a penetração de luz através do lado leste da árvore. Reduzir o risco de queda de galhos de diâmetro de 2,5 cm.

Especificações: todos os galhos quebrados e galhos mortos de diâmetro maior ou igual a 2,5 cm devem ser removidos da copa. Os três galhos mais baixos, de diâmetro igual ou maior que 20 cm, devem ser raleados em 25 %, com cortes de diâmetro entre 2,5 cm e 7,5 cm.

Observação: todo o trabalho deve ser feito em conformidade com esta parte da 103:000.00-003 e a NR 10.

A.2 Exemplo 2

Escopo: um ipê-rosa

Objetivo: promover o desenvolvimento estrutural ou formação.

Especificações

Gerais: toda a poda deve ser feita em conformidade com esta parte da 103:000.00-003 .

Detalhadas: ralear a copa em 20 % a 25%, com cortes de diâmetro entre 2,5 cm e 10 cm. Reduzir o tronco codominante localizado na face oeste em cerca de 4 m.

A.3 Exemplo 3

Escopo: 23 oitis recentemente implantados.

Objetivo: potencializar o estabelecimento – reduzir transtornos e incrementar o hábito natural de crescimento.

Toda a poda deve ser feita em conformidade com esta parte da 103:000.00-003.

Especificações: manter o maior tamanho possível e densidade foliar de 80 % a 90 %.

O galho mais baixo estará a 1,8 m acima do nível do terreno em quatro a cinco anos.

Conter todo o crescimento de brotações que se originem a 45 cm do nível do terreno e a 10 cm da junção dos galhos por toda a copa.

Remover galhos fracos que estejam roçando outros.

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Remover galhos mortos.

Remover galhos quebrados ou galhos com extremidades mortas junto a galhos laterais vivos ou a gemas. Podem ser usados cortes de destopo nessa operação.

Manter afastamento de 1,8 m da calçada de toda brotação que se originar entre 45 cm e 1,8 cm acima do nível do terreno. Cortes de destopo são aceitáveis nessa operação.

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Bibliografia

[1] NR 10, Norma Regulamentadora de segurança em instalações e serviços em eletricidade, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE);

[2] ANSI A300-1:2008, Tree, Shrub, and Other Woody Plant Management – Standard Practices – Part 1 Pruning