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11 Introdução Introdução

O termo significa tudo o que uma análise interna revela, trata-se de um método analítico comparativo. Considera os fenômenos ou elementos com referência em sua totalidade, considerando, pois, o seu valor de posição, podendo ser caracterizado como comparativo e totalizante (MOTTA, 1970, p. 24).

Este método implica numa totalidade e interdependência, já que considera que o todo é maior do que a soma das partes (MOTTA, 1970, p. 24).

• EstruturalismoEstruturalismo

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22 Introdução Introdução

A teoria estruturalista é uma síntese da escola clássica (formal) e da teoria das relações humanas (informal) (ETZIONI, 1972).

Inspira-se também no trabalho de Max Weber e, até certo ponto, no de Karl Max.

Embora inspirado nestes trabalhos, seu principal diálogo foi com a escola das relações humanas (ETZIONI, 1972).

Segundo Motta (1970, p. 24), “o estruturalismo é um método analítico comparativo”, sendo para este de fundamental importância, “o relacionamento das partes na constituição do todo”.

• EstruturalismoEstruturalismo

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Em ciências sociais há várias tradições estruturalistas que podem ser organizadas em quatro grandes grupos (MOTTA, 1970):

• Estruturalismo abstrato (Lévi-Strauss);

• Estruturalismo concreto (Radecliffe-Brow e Gurvitch);

• Estruturalismo fenomenológico (Max Weber); e

• Estruturalismo dialético (Karl Marx).

33 Origens do Estruturalismo Origens do Estruturalismo

• EstruturalismoEstruturalismo

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Como movimento filosófico, segundo Thiry-Cherques (2004), o estruturalismo tem um papel decisivo na trajetória que envolve o embate entre o positivismo lógico, a fenomenologia, fenomenologia existencial e o historicismo.

44 Origens do Estruturalismo Origens do Estruturalismo

“A perspectiva estruturalista propõe o abandono do exame particular dos objetos a que se consagra” (THIRY-CHERQUES, 2004, p. 2).

Claude Lévi-Strauss

Sua construção teórica foi iniciada pelo etnólogo Claude Lévi-Strauss (THIRY-CHERQUES, 2004).

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55 Método Estruturalista Método Estruturalista

O percurso de Lévi-StraussO percurso de Lévi-Strauss

O estruturalismo tenta reconciliar a teoria e a prática. A base científica criada pelo autor se propõe a desenvolver uma teoria do logicamente possível, construída a partir do real concreto (THIRY-CHERQUES, 2004).

“Lévi-Strauss aprendeu que enquanto a filologia clássica considerava que a língua era uma espécie de espelho da realidade”, Saussure se preocupou com a “sistematização dos sinais, vindo a criar uma nova ciência, a semiologia, baseada na teoria da arbitrariedade do signo” (ROMAN JAKOBSON, 1973 apud THIRY-CHERQUES, 2004, p. 3).

F. Saussure

Saussure estava interessado na infra-estrutura da língua, aquilo que é comum a todos os falantes e que funciona em um nível inconsciente.

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66 Método Estruturalista Método Estruturalista

As premissas do estruturalismo lingüístico permitiram a Lévi-Strauss desenvolver uma construção teórica de superação contraditório entre a realidade observável e o que pode ser coligido, entre o concreto e o que pode ser objeto de ciência (THIRY-CHERQUES, 2004).

Estruturas: Significados e PropriedadesEstruturas: Significados e Propriedades

Segundo Thiry-Cherques (2004, p. 4), “o procedimento metodológico estruturalista é orientado pelo entendimento do que vem a ser a estrutura, de suas características e de sua propriedades”.

Uma estrutura é um conjunto de sistemas relacionais; um todo formado de fenômenos solidários. Exemplo: relações com parentesco, sistema de controle de tráfegos, os códigos de etiqueta, etc (THIRY-CHERQUES, 2004).

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77 Método Estruturalista Método Estruturalista

É preciso distinguir o conceito de estrutura do de sistema. O sistema é um modelo dinâmico, descreve a ação de um conjunto de elementos funcionais (entrada, processo, saída, feedback, etc.).

“No contexto do estruturalismo, estrutura tem uma definição precisa: é um modelo explanatório abstrato, que descreve propriedades relacionais entre elementos” (RUNCIMAN, 1969 apud THIRY-CHERQUES, 2004, p. 5).

O estruturalismo se distingue de outras correntes de pensamento por tratar os objetos enquanto “posições em sistemas estruturados” e não enquanto “objetos independentemente de uma estrutura” (THIRY-CHERQUES, 2004. p. 5).

Há estrutura quando os elementos estão reunidos em uma Há estrutura quando os elementos estão reunidos em uma totalidade (GOLDMANN, 1979).totalidade (GOLDMANN, 1979).

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88 Método Estruturalista Método Estruturalista

Não interessa, por exemplo, ao estruturalismo estruturas organizacionais expressas nos organogramas, mas no que subjaz, como inerente à razão humana, sob estas estruturas (THIRY-CHERQUES, 2004).

O Protocolo Mínimo (THIRY-CHERQUES, 2004)O Protocolo Mínimo (THIRY-CHERQUES, 2004)

O objeto do estruturalismo é o conjunto das relações interdependentes de fenômenos determinados.

O estudo das propriedades consiste em examinar as condições que tornam possível à estrutura passar de um estado para outro, mediante a mudança de elementos, sem alterar o sistema estrutural.

Exemplo: mudança das notas musicais.Exemplo: mudança das notas musicais.

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99 Método Estruturalista Método Estruturalista

Escolha do Domínio InvestigativoEscolha do Domínio Investigativo

O estudo das estruturas no campo organizacional e administrativo, como em qualquer campo particular, consiste em descrever um sistema relacional (THIRY-CHERQUES, 2004).

Isto é feito mediante observação, decomposição em tipos de elementos, conceitualização dos elementos e relações, elaboração de um modelo genérico explicativo e de uma interpretação, que oferece a descrição da estrutura e das perspectivas explicativas (THIRY-CHERQUES, 2004).

• ObservaçãoObservação

Ter sempre em mente que a origem da estrutura não é o real, mas o espírito humano (LÉVI-STRAUSS, 1971 apud THIRY-CHERQUES, 2004, p. 8).

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1010 Método Estruturalista Método Estruturalista

• ObservaçãoObservação

Deve-se observar o que existe e “procurar isolar os elementos estáveis (sempre parciais) que permitem comparar e classificar” (LÉVI-STRAUSS, 1958 apud THIRY-CHERQUES, 2004, p. 8). Para isso faz-se necessário:

• Descrever os fatos com exatidão, em si mesmos;

• Certificar-se dos processos concretos que os produzem;

• Com relação ao conjunto, investigar o que faz com que mudem e o que ocorre quando são alterados.

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• Decomposição dos Elementos (THIRY-CHERQUES, Decomposição dos Elementos (THIRY-CHERQUES, 2004)2004)

Os elementos factuais se relacionam e formam estruturas aparentes, das quais vamos buscar o fundamento, a estrutura subjacente.

É necessário descodificar os seus elementos constituintes.

O sentido dos elementos depende da relação em que está compreendido e a relação depende do sentido dos elementos.

Listado os elementos, conclui-se o passo de decomposição pela crítica dos resultados obtidos.

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• Conceitualização dos ElementosConceitualização dos Elementos

De acordo com Thiry-Cherques (2004) para que os elementos possam ser considerados estruturas, devem ser formalmente passíveis de substituição por signos (termos, símbolos, representações).

Buscar identificar as relações constantes que existem entre eles.

Os conceitos dos elementos isolados devem ser destacados e reagrupados enquanto “realização de pensamento” (BENEVISTES, 1966 apud THIRY-CHERQUES, 2004).

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1313 Método Estruturalista Método Estruturalista

• Elaboração do ModeloElaboração do Modelo

Os modelos, no sentido em que o termo “modelo” é empregado pelo estruturalismo, são construídos a partir de elementos observacionais, numéricos ou não (THIRY-CHERQUES, 2004).

A construção do modelo consiste nas seguintes operações:

1. Definir um fenômeno em estudo como relação entre dois ou mais termos reais ou supostos;

2. Construir uma tabela das permutas possíveis entre esses elementos;

3. Proceder a análise, considerando os fenômenos empíricos apenas como uma possível combinação entre outras.

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1414 Método Estruturalista Método Estruturalista

• Análise Interpretativa (THIRY-CHERQUES, 2004)Análise Interpretativa (THIRY-CHERQUES, 2004)

A interpretação estrutural parte dos modelos descritivos.

No estruturalismo, a lógica antecede a associação; sustenta que entendemos as associações mediante a lógica.

É o contrário do positivismo, com o qual estamos mais afeitos, que sustenta que entendemos a lógica humana mediante associações.

Por este motivo o modelo deve anteceder a análise.

“Não interessa ao estruturalismo, como visto anteriormente, uma tipologia de organogramas, mas a determinação que nos faz dividir o trabalho segundo critérios determinados limitados (pela função, pelo produto, pelo tempo, pelo ligar e as demais distinções da organogramação)” (THIRY-CHERQUES, 2004, p. 11).

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1515 Método Estruturalista Método Estruturalista

• Descrição (THIRY-CHERQUES, 2004)Descrição (THIRY-CHERQUES, 2004)

As formas de descrever as estruturas são variadas.

Elas podem ser objeto de uma enunciação linear, ou de grafos, em que a representação dos elementos (vértices) ligados por linhas que denotam as relações.

• Sentido (THIRY-CHERQUES, 2004)Sentido (THIRY-CHERQUES, 2004)

Ter sentido quer dizer ter um significado lógico determinado.

Os que torna a estrutura significativa é a forma como os seus elementos se relacionam, como a interdependência se manifesta.

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1616 Estruturalismo nas Organizações Estruturalismo nas Organizações

• Influências Sociológicas Influências Sociológicas

“Se admitirmos que os principais corpos doutrinários em sociologia são o funcionalismo e o marxismo, é clara a falta de influência marxista no desenvolvimento teórico, bem como de determinação dos interesses de pesquisas” (BERTERO, 1975, p. 27).

“O que não recebeu ainda a devida atenção foi o próprio quadro teórico onde a teoria da organização vem se fundamentando. Embora os últimos anos tenham sido marcados por acerbas críticas à sociologia acadêmica norte-americana, e especialmente ao funcionalismo estrutural em sua versão parsoniana, críticas às quais muitos cientistas sociais que se ocupam de organizações têm aderido, é fato inegável que a teoria organizacional tem pautado o seu desenvolvimento ao longo de um quadro de referência funcionalista” (BERTERO, 1975, p. 27).

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1717 Estruturalismo nas Organizações Estruturalismo nas Organizações

• Influências SociológicasInfluências Sociológicas

“Desde o início, para o marxismo, a teoria das organizações estava identificada com burocracia e portanto, consequentemente, com sua carga reacionária” (BERTERO, 1975, p. 27).

“Para Marx a burocracia integra a estrutura de dominação do Estado como conjunto de instrumentos de que a classe dominante lança mão a fim de manter o privilégio e o sistema de acumulação capitalista”(BERTERO, 1975, p. 27).

“Lenin julgava que a burocracia era parte integrante do Estado burguês e a sua sobrevivência fazia-se por causa da especificidade das tarefas burocráticas”(BERTERO, 1975, p. 27).

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• Impacto do Funcionalismo EstruturalImpacto do Funcionalismo Estrutural

“Como os cientistas sociais de orientação marxista se ausentavam do campo da teoria da organização, esta acabou recebendo indiscutivelmente influências profundas de outra corrente de pensamento que se iniciou com Weber e Durkheim e encontrou sua mais importante sistematização em meados de nosso século na obra de Talcott Parsons” (BERTERO, 1975, p. 28).

“Portanto, o quadro de influência que norteou a formação de interesses teóricos, bem como da temática de pesquisa estiveram sempre calçados no quadro do funcionalismo estrutural” (BERTERO, 1975, p. 28).

Talcott Parsons

1818 Estruturalismo nas Organizações Estruturalismo nas Organizações

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1919 Funcionalismo Estrutural Funcionalismo Estrutural

• Impacto do Funcionalismo Estrutural Impacto do Funcionalismo Estrutural

“A própria origem sociológica da teoria das organizações está em Max Weber e em Durkheim. É clássica a importância do paradigma burocrático weberiano, mas menos lembrada, embora muito influente, é a visão da sociedade como organismo que se diferencia em etapas sucessivas, tendo papel instrumental nesta diferenciação o mecanismo de divisão do trabalho, fundamento da diferenciação socio-ocupacional das sociedades” (BERTERO, 1975, p. 28).

“Em consonância com a visão durkeimiana da sociedade, a organização formal surge como a maneira de organizar a interação humana, a fim de adequá-la e compatibilizá-la com a divisão do trabalho vigente” (BERTERO, 1975, p. 28).

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2020 Funcionalismo Estrutural Funcionalismo Estrutural

• Organização FormalOrganização Formal

“As organizações para Parsons são decorrência do processo de aumento da complexidade das tarefas que devem ser desempenhadas no interior do sistema social, o que lhe permite afirmar ser “a existência de organizações, como aqui conceituadas, a conseqüência da divisão do trabalho na sociedade” (BERTERO, 1975, p. 29).

“À medida que uma sociedade se diferencia, necessitará de meios cada vez mais complexos para mobilizar recursos necessários a sua própria manutenção. Neste sentido, Parsons vê como um dos objetivos da organização a mobilização de recursos fluidos como terra, trabalho, capital e organização [...]” (BERTERO, 1975, p. 29).

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2121 Funcionalismo Estrutural Funcionalismo Estrutural

• Impacto do Funcionalismo Impacto do Funcionalismo

“Com tais mestres e com os quadros teóricos esboçados, não deve causar admiração que a teoria organizacional tenha se fixado mais em aspectos do funcionamento e da operação das organizações, bem como da cooperação e nos resultados da atividade organizacional do que em conflito, mudança, tensões e nas contradições da sociedade que encontram expressão a nível da organização formal” (BERTERO, 1975, p. 29).

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As grandes figuras do estruturalismoAs grandes figuras do estruturalismo

Na ideologia da gestão

Robert King Merton, Peter M. Blau, Richard Scott, Michel Crozier, Charles Perrow, Amitai Etzioni, Philip Selznick, Alvin Gouldner, Victor A. Thompson (ETZIONI, 1972; MOTTA, 1970).

Para quase todos estes estudiosos, a base de suas concepções encontra-se em Max Weber.

22 22 Estruturalismo nas Organizações Estruturalismo nas Organizações

““Todos estes estudos são relevantes, mas, analisando Etzioni e Todos estes estudos são relevantes, mas, analisando Etzioni e Perrow, o essencial terá sido examinado” (FARIA, 2007, p. 137).Perrow, o essencial terá sido examinado” (FARIA, 2007, p. 137).

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2323 Enfoque Estruturalista Enfoque Estruturalista

• As grandes figuras: Merton, Selznick e GouldnerAs grandes figuras: Merton, Selznick e Gouldner

“Robert Merton insere a questão da personalidade nos estudos derivados de Weber sobre a burocracia e propõe a existência de algumas disfunções” (FARIA, 2007, p.137).

“Robert K. Merton, Phillip Selznick e Alvin Gouldner procuraram fugir ao mecanicismo na análise organizacional, tratando de adaptar o modelo weberiano da burocracia à variável comportamental introduzida na teoria pela Escola de Relações Humanas” (MOTTA, 1970, p. 27).

Robert K. Merton

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2424 Enfoque Estruturalista Enfoque Estruturalista

Para Merton, a estrutura burocrática introduz transformações na personalidade dos seus participantes que levam à rigidez a dificuldades no atendimento aos clientes e a ineficiência, transformações essas responsáveis pelo que chama de disfunções (MOTTA, 1970, p. 28).

“Tradicionalmente, a personalidade burocrática tem aparecido marcada, primeiramente, pelo ritualismo. Isso é o que implicava a análise de Merton, e esse é o sentido em que ele lançava seu apelo em favor do estudo das relações entre personalidade e as estruturas burocráticas” (CROZIER, 1981, p. 288).

• As grandes figuras: Merton, Selznick e GouldnerAs grandes figuras: Merton, Selznick e Gouldner

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2525 Enfoque Estruturalista Enfoque Estruturalista

“[...] O ritualismo se caracteriza pela ignorância ou a rejeição dos objetivos gerais e concretos da atividade considerada, e a primazia dada aos meios entranhados nas instituições”( CROZIER, 1981, p. 288).

Para Merton, a formação e o aprendizado da burocracia equivalem a uma deformação e acabam criando uma incapacidade permamente. “O burocrata, diz ele, parece desadaptado porque se adaptou a uma adaptação desadaptada” (CROZIER, 1981, p. 289).

• As grandes figuras: Merton, Selznick e GouldnerAs grandes figuras: Merton, Selznick e Gouldner

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2626 Enfoque Estruturalista Enfoque Estruturalista

Segundo Crozier ( 1981), esta interpretação tem uma parte de verdade em qualquer organização, mas corresponde bem à atmosfera das burocracias do velho estilo, não explica bem o funcionamento das organizações modernas, mesmo das mais burocráticas, nas quais cada grupo pode elaborar sua própria estratégia; mesmo suscitando resistências violentas.

“Selznick, vê ao nível da delegação de autoridade, forças geradoras de ineficiência na burocracia, através da criação de condições favoráveis à bifurcação de interesses” (MOTTA, 1970, p. 28).

• As grandes figuras: Merton, Selznick e GouldnerAs grandes figuras: Merton, Selznick e Gouldner

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2727 Enfoque Estruturalista Enfoque Estruturalista

“ A esfera abordada por Selznick, contudo, não é completamente a mesma de Merton: não é tanto a hierarquia das funções e o sistema de controle e previsão que ela torna possível o que lhe interessa... Ele mostra como o mesmo círculo vicioso de disfunção pode desenvolver-se no nível de perícia e da especialização” (CROZIER, 1981, p. 264).

“... O problema que Selznick quer abordar, é o do valor dos esforços para escapar da pressão burocrática” (CROZIER, 1981, p. 264).

• As grandes figuras: Merton, Selznick e GouldnerAs grandes figuras: Merton, Selznick e Gouldner

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2828 Enfoque Estruturalista Enfoque Estruturalista

Alvin Gouldner, compõe com Merton e Selznick, o grupo responsável pela descrição do círculo vicioso burocrático. Sua preocupação central é a demonstração do desequilíbrio provocado no sistema pela aplicação de uma técnica de controle que vise a manter o equilíbrio de um subsistema e da forma pela qual tal desequilíbrio influi no subsistema inicialmente afetado.

Crozier (1981) procurou elaborar um primeiro modelo de sistema burocrático a partir dos dados elementares do círculo vicioso, comparável em todos os aspectos aos de Merton e Gouldner.

• As grandes figuras: Merton, Selznick e GouldnerAs grandes figuras: Merton, Selznick e Gouldner

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2929 Enfoque Estruturalista Enfoque Estruturalista

Este primeiro modelo, é sistematizado antes de abordar o estudo de das relações de um sistema burocrático ante à mudança, que trazem como traços característicos: a extensão do desenvolvimento de regras impessoais, a centralização das decisões, o isolamento de cada estrato ou categoria hierárquica e concomitante acréscimo da pressão do grupo sobre o indivíduo e, finalmente o desenvolvimento de relações paralelas, em redor das áreas de incertezas subsistentes (CROZIER, 1981, p. 273).

Conforme Crozier (1981), Gouldner soube mostrar que a punição funciona nos dois sentidos, isto é, tanto pelos operários quanto pela ordem hierárquica, e que a existência de regras cuja aplicação possa ser suspensa constitui um terreno excelente para negociação e um instrumento de poder para ambas as partes.

• As grandes figuras: Merton, Selznick e GouldnerAs grandes figuras: Merton, Selznick e Gouldner

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3030 Enfoque Estruturalista Enfoque Estruturalista

“Para Gouldner, o círculo vicioso se apóia sobre a existência de um problema de controle e supervisão. As regras impessoais burocráticas reduzem as tensões criadas pela subordinação e o controle, porém, simultaneamente, elas perpetuam as tensões que tornam indispensável o recurso à subordinação e o controle (CROZIER, 1981, p. 265).

“Desta vez, Gouldner, pelo menos parcialmente, ultrapassa o esquema weberiano, já que não procura mais as causas do desenvolvimento da burocracia na sua eficácia, senão nas tensões que ela serve para reduzir. As falhas do sistema já não são mais disfunções,mas funções latentes” (CROZIER, 1981,p.266).

• As grandes figuras: Merton, Selznick e GouldnerAs grandes figuras: Merton, Selznick e Gouldner

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3131 Enfoque Estruturalista Enfoque Estruturalista

• As grandes figuras: Blau e ScottAs grandes figuras: Blau e Scott

Blau e Scott examinam a natureza e os tipos de organizações formais através de uma caracterização tipológica das organizações a partir do público a que a organização serve (FARIA, 2007).

Peter M. Blau, destaca o papel dos conflitos no desenvolvimento das organizações, o qual considera um papel fundamentalmente dialético (FARIA, 2007).

Peter M. Blau

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3232 Enfoque Estruturalista Enfoque Estruturalista

• As grandes figuras: Blau e ScottAs grandes figuras: Blau e Scott

Conforme Motta (1970), Blau e Scott classificavam as organizações como:

• Associações de benefício mútuo - Ex: Partidos políticos, sindicatos, clubes...;• Firmas comerciais - Ex: Indústrias, lojas atacadistas e varejistas...;• Organizações de serviços - Ex: Hospitais, escolas...;• Organizações de bem-estar público - Ex: Exército, corpo de bombeiros....

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3333 Enfoque Estruturalista Enfoque Estruturalista

• As grandes figuras: ThompsonAs grandes figuras: Thompson

“Thompson preocupa-se com a questão da incerteza nas organizações complexas e com o desenvolvimento de conceitos adequados para o exame da teoria administrativa” (FARIA, 2007, p. 137).

Defende a tese de que a mais sintomática característica da burocracia moderna é o desequilíbrio entre a capacidade e autoridade, burocracia e inovação e advoga o que chama de slack-theory (MOTTA, 1970).

Vitor A. Thompson, conforme Motta (1970), é considerado por alguns como pouco fiel ao método estruturalista. Tal infidelidade pode ser explicada pelo passado acadêmico do autor, extremamente relacionado ao behaviorismo.

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3434 Enfoque Estruturalista Enfoque Estruturalista

“Etzioni (1974; 1976) é quem vai propor, de fato, um enfoque estruturalista para a análise das organizações complexas” (FARIA, 2007, p. 138).

Etzioni teve o mérito de chamar atenção para a importância do método estruturalista na análise organizacional, de uma forma mais explícita que os outros, Etzioni coloca grande ênfase no papel dos conflitos inevitáveis que ocorrem nas organizações (MOTTA, 1970, p. 28).

Amitai Etzioni

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3535 Enfoque Estruturalista Enfoque Estruturalista

• As grandes figuras: EtzioniAs grandes figuras: Etzioni

“A concepção de Etzioni, resultante dos enfoques clássicos e de relações humana, não avança objetivamente sobre estes. Trata-se apenas de uma adaptação, sob o prisma de uma nova ciência [...], às exigências da organização capitalista do trabalho” (FARIA, 2007, p. 142).

“A forma correta de estudar a estrutura da organização é, assim, para Etzioni (1976), é uma síntese de duas escolas: a formal, a escola de Administração Científica, e a informal, a escola de Relações Humanas. A síntese resultante - o estruturalismo - combina a perspectiva formal e a informal, bem como outros aspectos da análise da organização” (FARIA, 2007, p. 139).

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3636 Enfoque Estruturalista Enfoque Estruturalista

• As grandes figuras: PerrowAs grandes figuras: Perrow

“Perrow, na melhor tradição weberiana, encara como inevitável uma tendência incessante para a burocratização. [...] É neste quadro que Perrow propõe sua tipologia” (FARIA, 2007, p. 144).

“Para Perrow, é mais prático e eficiente trabalhar a estrutura, analisar os objetivos e compreender o ambiente, para tratar com os problemas organizacionais, do que tentar mudar o comportamento dos indivíduos de forma direta” (FARIA, 2007, p. 143).

“[...] o controle do comportamento do agente está no controle das estruturas, ou seja, que a gerência do trabalho não ganha em eficiência pelo conhecimento dos problemas psíquicos idiossincrasias da personalidade dos agentes: a manipulação estaria, nesta concepção, em um nível muito mais profundo do que supõe os comportamentalistas” (FARIA, 2007, p. 143).

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3737 Enfoque Estruturalista Enfoque Estruturalista

• As grandes figuras: PerrowAs grandes figuras: Perrow

“[...] é a reedição do taylorismo-fayolismo na gestão das organizações, diante da complexidade cada vez mais evidente dos sistemas de controle exigidos para a condução do processo de trabalho no capitalismo moderno, em que estrutura, objetivo, tecnologia e ambiente aparecem imbricados” (FARIA, 2007, p. 144).

“[...] Perrow desenvolve sua análise tentando mostrar que as organizações diferem uma das outras e, portanto, demandam maneiras específicas de serem geridas” (FARIA, 2007, p. 143).

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3838 Críticas Críticas

Críticas à Escola de Relações Humanas e BurocraciaCríticas à Escola de Relações Humanas e Burocracia

A ruptura com a administração científica e escola das relações humanas caracterizou-se nas obras de alguns estruturalistas por uma crítica a uma ideologia que parece encarar o conflito social como patológico e trás a legitimação da manipulação dos empregados. Outra crítica está relacionada ao fato dos teóricos de relações humanas haverem-se concentrado em muito poucas variáveis, demonstrando-se incapazes de relacioná-las com outras de grande significação (MOTTA, 1970).

• Conflito social, manipulação dos empregados e Conflito social, manipulação dos empregados e experiência de experiência de HawthorneHawthorne

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3939 Críticas Críticas

Críticas à Escola de Relações Humanas e BurocraciaCríticas à Escola de Relações Humanas e Burocracia

A forma pela qual foi tratado o problema dos incentivos pelas escolas de administração científica e de relações humanas é para os estruturalistas a conseqüência de uma visão fragmentada da realidade da organização e da natureza humana (MOTTA, 1970).

“Propor, por exemplo, a superação da alienação humana [...] através de novos arranjos estruturais, incentivos psicológicos, enriquecimento de cargos etc., é não querer mesmo ir ao fundo do problema, e não querer buscar a gênese do fenômeno. Partilhar desta proposta significaria, para nós, recursar-se a entender em termos concretos, o processo de alienação do homem” (GOMES E SILVA, 1986, p. 41).

• Incentivos monetários e psicossociaisIncentivos monetários e psicossociais

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4040 Críticas Críticas

Críticas à Escola de Relações Humanas e BurocraciaCríticas à Escola de Relações Humanas e Burocracia

Os estruturalistas sugeriram que a teoria das relações humanas não permitia uma visão completa de organização e que sua visão parcial favorecia a administração e iludia os trabalhadores (ETZIONI, 1967).

• Visão da organizaçãoVisão da organização

• RacionalidadeRacionalidade“Etzioni (1976) percebe, também, que a racionalidade das organizações é alcançada com um custo social e humano, qual seja, a alienação e frustração no trabalho” (FARIA, 2007, p. 138).

“A especialização fragmentou a produção de tal maneira, que o trabalho de cada operário tornou-se cheio de repetições, monótono e sem oportunidade para criação e auto-expressão” (ETZIONI, 1967 p. 69).

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4141 Idéias Centrais Idéias Centrais

• O Homem organizacionalO Homem organizacional

Em uma sociedade moderna, industrializada, é caracterizada por um número grande de organizações. A ponto de poder se afirmar que o homem passa a depender das organizações para nascer, viver e morrer. Esse aspecto da sociedade moderna requer um tipo especial de personalidade, na qual esteja presentes características como a flexibilidade, a resistência à frustração, a capacidade de adiar as recompensas e o desejo permanente de realização (MOTTA,1970).

São estas as características que permitem a participação simultânea em vários sistemas sociais, nos quais os papéis desempenhados variam, podendo mesmo chegar à inversão, bem como os desligamentos bruscos de organização e de pessoas e os correspondentes novos relacionamentos sem grandes desgastes emocionais (MOTTA,1970).

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4242 Idéias Centrais Idéias Centrais

• O Homem organizacionalO Homem organizacional

A flexibilidade se torna um imperativo numa vida em que tudo se transforma rapidamente. A grande tolerância a frustração e a capacidade de adiar recompensas agem como compensações à necessidade que o homem tem de se entregar a tarefas rotineiras na organização, esquecendo-se de preferências e laços pessoais ( MOTTA, 1970).

A mediação dos conflitos que inevitavelmente surgem como manifestação de um conflito maior entre necessidades organizacionais e necessidades individuais, é procurada nas normas racionais, escritas e exaustivas, que pairam sobre as organizações como divindades onipotentes. Por outro lado, o desejo permanente de realização, garante a conformidade das normas, assegurando o acesso às posições de carreira, estabelecidas ( MOTTA, 1970).

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4343 Idéias Centrais Idéias Centrais

• O Homem organizacionalO Homem organizacional

O homem moderno, na perspectiva de Etizioni, deve ser um sujeito capaz de conviver com a alienação econômico, política e ideologia, segundo os padrões valorativos da sociedade organizacional (FARIA, 2007).

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4444 Idéias Centrais Idéias Centrais

• Os conflitos InevitáveisOs conflitos Inevitáveis

“Para os estruturalistas contemporâneos da teoria das organizações, o conflito entre grupos é um processo social fundamental. É o conflito o grande elemento propulsor do desenvolvimento, embora isto nem sempre ocorra” ( MOTTA, 1970, p. 32).

“No campo da administração, pode-se afirmar que o conflito entre grupos é inerente às relações de produção, porquanto existindo infinitos procedimentos que visam a tornar o trabalho mais agradável, não se tem notícia de nenhum capaz de torná-lo satisfatório em termos absolutos” ( MOTTA, 1970, p. 32).

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4545 Idéias Centrais Idéias Centrais

• Os conflitos InevitáveisOs conflitos Inevitáveis

Segundo Etzioni (1967), a expressão do conflito permite o aparecimento de diferenças autênticas. Se forem disfarçados, o conflito e sua concomitante alienação procurarão, outras formas de expressão, tais como o abandono do emprego ou aumento de acidentes, que no fim apresentam desvantagens tanto para o operário como para a organização”.

Os estruturalistas reconheceram inteiramente e pela primeira vez, o dilema da organização: as tensões inevitáveis- que podem ser reduzidas, mas não eliminadas- entre as necessidades da organização e as necessidades de pessoal; racionalidade x irracionalidade, disciplina x autonomia, relações formais e informais, administração x trabalhadores (ETZIONI, 1967).

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4646 Idéias Centrais Idéias Centrais

• Os conflitos InevitáveisOs conflitos Inevitáveis

Conforme Motta (1970), os conflitos inevitáveis são baseados em três dilemas:

• Coordenação e comunicação: o livre fluxo de comunicação tem um papel importante na solução de problemas dos problemas administrativos, através do alívio das ansiedades geradas nos processos de tomada de decisão que o apoio social proporciona. A diferenciação hierárquica, por outro lado, pode ser altamente eficiente para promover a coordenação.

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4747 Idéias Centrais Idéias Centrais

• Os conflitos InevitáveisOs conflitos Inevitáveis

•Disciplina burocrática e especialização profissional: Observado por Gouldner, refere-se às oposições existentes entre os princípios que governam o comportamento burocrático e aqueles que governam o comportamento profissional. Há muito comum entre eles tarefas e princípios, mas há também muitas diferenças, enquanto ao profissional cabe representar o interesse de seus clientes, ao burocrata cabe representar os da organização; enquanto a autoridade do burocrata se baseia em um contrato legal, a do profissional baseia-se no conhecimento que existe em sua especialização (MOTTA,1970).

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4848 Idéias Centrais Idéias Centrais

• Os conflitos InevitáveisOs conflitos Inevitáveis

•Planejamento administrativo e iniciativa: Analisado por Blau e Scott, refere-se a exigência do mundo moderno ao esforço criativo. Isto quer dizer que o destino das organizações depende em grande medida da iniciativa e da criatividade individual. Enquanto persiste a necessidade de controle. No entanto, a grande parte dos mecanismos de controle inibem a iniciativa e a criatividade individual. Blau e Scott acreditam que na verdade tais dilemas, são manifestações do dilema maior entre ordem e liberdade (MOTTA,1970).

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4949 Idéias Centrais Idéias Centrais

• Os incentivos mistosOs incentivos mistos

“Os estruturalistas incluíram em sua análise tanto os incentivos e recompensas psicossociais quanto os materiais, bem como suas influências mútuas” (MOTTA, 1970, p. 35).

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5050 Críticas Críticas

Críticas ao EstruturalismoCríticas ao Estruturalismo

“As críticas feitas ao estruturalismo tem sido, em sua grande maioria, respostas àquelas formuladas pelos estruturalistas

(MOTTA, 1970, p. 39).

• Relações humanasRelações humanas

Baumgartel apud MOTTA (1970) afirmava que muita gente confunde relações humanas com ser amável. Comenta ainda que há um grande volume de pesquisas demonstrando a maior produtividade dos empregados sob a supervisão do tipo de relações humanas.

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5151 Críticas Críticas

Críticas ao EstruturalismoCríticas ao Estruturalismo

• Dinâmica de grupoDinâmica de grupo

Baumgartel apud MOTTA (1970) afirmava que muita gente confunde dinâmica de grupo com pressão grupal. As pesquisas confirmam que os grupos aos quais as pessoas pertencem exercem maior influência em suas ações e opiniões do que qualquer outra força.

Quanto ao caráter manipulativo das escolas de relações humanas, Baumgartel apud MOTTA (1970) sustenta que a ciência comportamental vê a interação humana como um processo contínuo de influência mútua.

• Caráter manipulativoCaráter manipulativo

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5252 Críticas Críticas

Críticas ao EstruturalismoCríticas ao Estruturalismo

• ConflitoConflito

Homans apud MOTTA (1970) afirma que Mayo jamais condenou todos os tipos de conflito.

• Pesquisa de MayoPesquisa de Mayo

Homans apud MOTTA (1970) defende que tais pesquisas revelaram algumas, não todas, determinantes do comportamento dos operários, e que novas pesquisas confirmaram as descobertas de Mayo.

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5353 Contribuição Contribuição

• Contribuição do EstruturalismoContribuição do Estruturalismo

“[...] a contribuição do estruturalismo à teoria das organizações parece indiscutível pela consolidação da incorporação iniciada pelos behavioristas, dos estudos de outros tipos de organizações, que não as empresas, bem como pela ênfase nova nas relações entre as partes da organização, tais como grupos e outros elementos formais e informais, os vários níveis hierárquicos, as recompensas e incentivos sociais e materiais, além do destaque dado às relações entre a organização e seu ambiente, que preparou o campo para a análise baseada na teoria geral dos sistemas abertos” (MOTTA, 1970, p. 41).

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5454 Estruturalismo: Visão Sistêmica Estruturalismo: Visão Sistêmica

• A contribuição sistêmica: Walter BuckleyA contribuição sistêmica: Walter Buckley

“O seu intuito de rever cuidadosamente os fundamentos da teoria sociológica o levam a rever os fundadores como Durkheim, Paretto, Albion, Simmel entre outros, e a deter-se meticulosamente em Homans e Parsons” (BERTERO, 1975, p. 29).

“Sumariamente, o funcionalismo estrutural é teoricamente insuficiente porque limita o que denomina de “sistema social” ao que é institucionalizado; coloca tensões e aberrações num plano puramente residual e como disfunções do sistema” (BERTERO, 1975, p. 30).

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5555 Estruturalismo: Visão Sistêmica Estruturalismo: Visão Sistêmica

• Abordagem SistêmicaAbordagem Sistêmica

“A alternativa sistêmica, advogada por W. Buckley, viria certamente pôr termo à inadequação do funcionalismo para tratar a mudança, o conflito e as tensões” (BERTERO, 1975, p. 30).

“A teoria dos sistemas, apesar de apresentar-se como dotada de caráter inovador e até mesmo de contestação do funcionalismo de Parsons, não chega a afastar-se do universo de discurso do funcionalismo. Se Parsons, na elaboração de sua teoria, foi claramente influenciado pelos modelos científicos da biologia e da mecânica, não pode haver dúvida de que a abordagem sistêmica carrega parcialmente as mesmas marcas, em adição aos empréstimos que fez à cibernética e à ciência da computação” (BERTERO, 1975, p. 30).

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• Considerações FinaisConsiderações Finais

Esperamos que a análise das duas grandes vertentes alimentadoras do desenvolvimento da teoria e do comportamento organizacional, a saber, a sociologia e a psicologia social, bem como as críticas feitas e as alternativas que indicarmos sirvam para auxiliar na abertura de novas áreas à pesquisa e à reflexão teórica (BERTERO, 1975, p. 36).

5656 Estruturalismo: Visão Sistêmica Estruturalismo: Visão Sistêmica

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Referências BibliográficasReferências Bibliográficas

BERTERO, Carlos O. Influências sociológicas na teoria organizacional. Revista de Administração Pública, v. 15, n. 6, p. 27-37, nov./dez., 1975.

CROZIER, M. O fenômeno burocrático. Brasília: UNB, 1981.

ETZIONI, A. Organizações Modernas. São Paulo. Pioneira, 1967. (Cap. IV)

FARIA, José H. Economia política do poder: uma crítica da teoria feral da administração. Curitiba: Juruá, 2007. (Vol. 2, p. 137-144)

GOMES E SILVA, Felipe L., As origens das organizações modernas: uma perspectiva histórica (burocracia fabril). Revista de Administração de Empresas, v. 26, n. 4, p. 41-44, out./ dez., 1986.

MOTTA, F. C. P. O estruturalismo na teoria das organizações. Revista de Administração de Empresas, v. 10, n. 4, p. 23-42, out./dez., 1970.

THIRY-CHERQUES, H. Estrutura e condição: argumentos em favor dos métodos estruturalistas em pesquisas no campo das ciências de gestão. Revista de Administração Pública, v. 38, n. 2, p. 221-241, mar./abr., 2004.

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