[ACIJ] Revista 21 - Fevereiro/2013

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Articulação estratégica de empresas, universidade e governo identifica novas vocações para a economia regional Os bons ventos da inovação

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Articulação estratégica de empresas,

universidade e governo identifica novas

vocações para a economia regional

Os bons ventos da inovação

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VISÃO ACIJA PALAVRA DA ENTIDADE

Há quase 18 milhões de referências no Google à palavra inova-ção, perto de 5 milhões se conjugada à indústria. São inúmeros livros, artigos e pesquisas, entre outras tantas fontes, debatendo a necessidade de “fazer diferente” para se sobressair, seja na vida pessoal, seja no meio corporativo. Está escrito ali, por exemplo, que inovação vem do latim (innovatio) e designa uma ideia, método ou objeto que pouco se parece com padrões anteriores. Inovação tecnológica, em outro verbete, seria “tudo que acontece na fron-teira do conhecimento”. A boa notícia que a Revista 21 traz em sua reportagem de capa é que, nesse terreno, Joinville caminha a passos largos: foi o primeiro município catarinense a aprovar a Lei da Inovação e investe na criação de parques tecnológicos que as-sumem o desafio de levar o conceito para o campo prático. São es-forços que vão tornando cada vez mais sólida a economia regional.

O caminho sem volta da inovação

Conselho editorialANDRÉ DAHERADVOGADO(PRESIDENTE DO CONSELHO DOS NÚCLEOS)

DINORÁ NASS ALLAGECAJADINA(VICE-PRESIDENTE)

DIOGO HARONACIJ(DIRETOR EXECUTIVO)

MARIA REGINA LOYOLA RODRIGUES ALVESLEPPER(VICE-PRESIDENTE DA ACIJ)

SANDRA TRAPPSOCIESC(INTEGRANTE DO NÚCLEO DE ESCOLAS DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL)

SIMONE GEHRKEEDM LOGOS(ASSOCIADA)

Jornalista responsávelJÚLIO FRANCO (REG.PROF. 7352/RS)

ProduçãoMERCADO DE COMUNICAÇÃO

EditorGUILHERME DIEFENTHAELER(REG. PROF. 6207/RS)

ReportagemFERNANDA LANGELETÍCIA CAROLINEANA RIBAS DIEFENTHAELERLAÍS MEZZARI

Diagramação, ilustrações e infográficosFÁBIO ABREU

FotografiaPENINHA MACHADO, ELTON COSTA, BANCO DE IMAGENS E ASSESSORIAS DE IMPRENSA

ImpressãoIMPRESSORA MAYER

Tiragem4 MIL EXEMPLARES

[email protected]

PublicidadeCÉSAR BUENO(47) 9967-2587 E 3801-4897 Endereço para correspondênciaAV. ALUISIO PIRES CONDEIXA, 2550SAGUAÇU, JOINVILLE/SC

Publicação bimestral da Associação Empresarial de Joinville (Acij)

Revista 21

TAMBÉM NESTA EDIÇÃO

ABRE ASPAS

4 A perda de competitividade da indústria

BRIEFING

14 Sobram vagas para pessoas com deficiência

CONJUNTURA

22 Em busca da “economia criativa”

PERFORMANCE

30 Rede privada de saúde em franca expansão

CASE

32 Uso racional da água e o sucesso da Docol

ENTRE NÓS

38 O que é notícia na Acij

PONTO E CONTRAPONTO

48 O impacto da indústria automotiva

HAPPY-HOUR

50 Nos palcos da vida

3 PERGUNTAS

54 César Souza fala sobre sonhos e pesadelos

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ABRE ASPASUMA BOA CONVERSA COM QUEM TEM O QUE DIZER

Como se comportou a economia estadual no ano passado e o que se pode esperar de 2013?Não foi um bom ano. O Estado, como o país, sentiu a retração na economia internacional e a indústria local teve dificuldades de competir com os importados, que absorve-ram parte relevante do consumo interno. O desempenho da indústria catarinense foi muito abaixo do po-tencial – o que naturalmente se re-fletiu na economia. Outro fator foi o agravamento do Custo Brasil. Com padrões internacionais de custo, tivemos dificuldades para compe-tir com países emergentes, como os asiáticos, sobretudo, que não

Presidente da Fiesc afirma que a indústria

catarinense sentiu o peso do Custo

Brasil e o impacto da crise internacional

É duro o páreo da empresa nacional perante a concorrência ex-terna – e esse panorama tornou-se ainda mais ácido em 2012, com fatores como o retrocesso da economia internacional e o consequente desembarque ostensivo de importados para dis-putar as atenções do consumidor brasileiro. São algumas das explicações apresentadas pelo presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Glauco José Côrte, para o desempenho acanhado do setor de manufatura no ano que passou, com a produção industrial do Estado encolhendo 2,6% sobre o exercício anterior (dados de novembro). Nesta entre-vista, ele reconhece que a perda de competitividade tem raras exceções – fabricantes de madeira e móveis, por exemplo, re-gistraram crescimento – e atribui o problema a um punhado de fatores estruturais. As causas, segundo o dirigente, vão da baixa qualificação média do trabalhador ao ambiente pouco propício a investimentos, ao lado da falta de regras claras por parte do setor público e do eterno peso dos impostos sobre a produção.

Medidas estruturais para retomar a competitividade”

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FERNANDO WILLADINO/FIESC

pagam os mesmos custos e tribu-tos. Daí que nos tornamos menos competitivos. Em Santa Catarina, houve problemas com os segmen-tos de máquinas, aparelhos e ma-teriais elétricos – que sofreu uma queda bastante grande na produ-ção –, plástico, vestuário, alimentos (atingido também pela crise nos in-sumos), têxtil, de metalurgia básica, entre outros que, em suma, ou pro-duziram menos ou apresentaram baixo crescimento.

Alguma surpresa positiva neste quadro? Os casos dos setores de madeira

e móveis, que iniciaram um pro-cesso de recuperação exemplar, depois da crise de alguns anos, e de máquinas e equipamentos. Ambos projetam para 2013 uma continuidade nesse desempenho. Tivemos um crescimento impor-tante das vendas de compresso-res, o que influenciou muito. A indústria moveleira vendeu quase 5% a mais do que no ano anterior, devido ao aumento do consumo das famílias em 2012. Resultado mais modesto, mas bastante po-sitivo, baseado no mercado inter-no. Já em madeiras, o incremento foi nas exportações, com avanço de quase 10%.

Qual foi o resultado final do ano, na média da produção industrial catarinense?Até novembro, último dado dis-ponível, a produção industrial caiu 2,6%, em linha com o que ocorreu no Brasil. No ano anterior, a redu-ção havia sido de 4,5%. Mesmo com um resultado negativo, vale frisar que a queda foi menor que a do ano anterior. A surpresa ficou com as vendas, que cresceram 8% no setor. Isso porque parte do portifólio do setor industrial diz respeito à participa ção dos impor-tados (de 22%). Também houve desova de produtos no primeiro semestre, já que muitas empre-

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sas haviam entrado o ano com estoques elevados, na expectati-va de um crescimento econômico expressivo.

Qual foi o grande vilão da econo-mia brasileira em 2012? A falta de competitividade. Há um fator estrutural relevante: a baixa escolaridade do trabalhador brasilei-ro e catarinense. Isso não era muito visível quando a competição não se mostrava tão acirrada quanto agora. Precisamos investir em tec no logias e estamos encontrando dificulda-des em função desse problema, que representa um enorme desafio para a indústria. Outro aspecto: o baixo nível de investimento. O país tem investido pouco, sobretudo em infraestrutura de transportes, cujo custo é elevado. Teríamos que reduzir o custo de logística para me-lhorar a competitividade. Cabe lem-brar ainda a falta de regras claras

do setor público, que possam dar segurança ao investidor em relação à participação em projetos do setor público. O governo se esforçou em medidas para desonerar a folha de pagamento, mas essas não muda-ram a operação industrial. São me-didas pontuais que não trazem a re-percussão necessária na economia como um todo. O que se espera para 2013 é que se tomem essas medidas estruturais.

Quais as mais emergentes?A primeira é a redução da carga tri-butária, que se encontra acima da de países emergentes e dos mais desenvolvidos. Esperamos a simpli-ficação dos custos dos setores eco-nômicos. O segundo ponto, em re-lação a Santa Catarina, são obras de infraestrutura. Temos um complexo portuário muito bom, poucos Esta-dos dispõem dessa condição, mas o acesso aos portos é precário, as

condições das rodovias são ruins, o que ocasiona custos de frete ele-vados – e isso nos distingue dos vi-zinhos do Sul e da região Sudeste. Somos o Estado que apresenta as piores condições de infraestrutura nas duas regiões. Observa-se que o governo do Estado tem anunciado projetos importantes nessa área, que trarão resultados significativos. Precisamos de investimentos em ferrovias que aliviarão a pressão sobre as rodovias.

O sr. acredita que, finalmente, as ferrovias receberão investimentos como um modal alternativo rele-

Presidente da Fiesc espera atenção

da classe política a fatores que

emperram a economia e afirma

que o avanço da reforma tributária

é “questão de sobrevivência”

CÂMARA DOS DEPUTADOS

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vante para os transportes?Temos expectativa positiva em re-lação à consciência que o governo federal tomou de que é necessário investir em ferrovias. Estamos espe-rançosos, assim, de que se retome o investimento em ferrovias. Preci-samos ter olhar para o longo prazo e investir em alternativas. Toda a es-trutura exigirá uma revisão.

O sr. afirmou, em artigo recente, que a reforma tributária virou questão de sobrevivência para as empresas e que, se esta não vier, a indústria brasileira corre sérios riscos. Que riscos são esses?Da desindustrialização. O setor tem capacidade de investir muito mais do que está investindo, mas há in-segurança em relação ao futuro pró-ximo do país e descompasso entre nossos custos e os dos concorren-tes. Não é só responsabilidade do governo. O setor privado tem que investir mais, também, em qualifica-ção do trabalhador, entre outros as-pectos. A modernização da legisla-ção trabalhista conduziria a um am-biente melhor para investimentos.

O sr. vê perspectivas de que a reforma ocorrerá em breve?Mesmo que não seja do agrado do setor público, teremos que discutir um novo modelo tributário para que o país não se transforme em um mercado em que as importações sejam mais importantes que a pro-dução local. Existe esse risco. Não defendemos fechar o país, adotar políticas de proteção. Temos que manter concorrência para que as indústrias sejam competitivas, mas precisamos de condições isonômi-cas com nossos competidores.

Além do peso dos impostos, que

outros obstáculos a indústria brasileira enfrenta hoje e que ca-minhos devem ser trilhados para superá-los?Primeiro, a carga tributária. Depois, a infraestrutura. Simplificação da

legislação trabalhista em seguida, com a questão da burocracia – es-tamos sentindo as dificuldades para iniciar novos empreendimentos. Finalmente, precisamos melhorar os marcos regulatórios para que o setor privado se sinta seguro em fazer investimentos. Especialmente no caso da infraestrutura – portos, aeroportos, o transporte nos seus diferentes modais.

A indústria ainda preenche uma fatia relevante da economia catarinense, maior até do que a proporção média em âmbito na-cional. Isso é bom ou ruim? E que tendências há de, nos próximos cinco anos, essa participação de-crescer – talvez com o incremento do setor de serviços? Isso é bom. Não há país que tenha conseguido se desenvolver sem uma indústria forte. Mas o setor vem perdendo representatividade no PIB. No caso dos três Estados do Sul, isso é menos ostensivo,

pela vocação evidente. Em Santa Catarina, a participação é próxima de um terço do PIB, o que é bas-tante relevante. Em casos como esse, quando a indústria não vai bem, a tendência é de que isso se reflita negativamente na economia do Estado. Por isso, nestes últimos anos, houve estagnação. A redu-ção da participação do setor deve continuar ocorrendo, mas espera-mos que não de forma abrupta. A indústria tende a se especializar, a se automatizar, a buscar melhoria de produtividade e competitividade. O cenário para Santa Catarina é bom para os próximos anos. Se conse-guirmos melhorar o investimento em infraestrutura de transportes, Santa Catarina tenderá a ter um crescimento acima da média nacio-nal. Contribuem nesse contexto as indústrias automotivas que estão chegando e que estimularão novos investimentos no Estado.

Como o sr. avalia a performance da indústria catarinense, em seus principais polos de desenvolvi-mento? Quais são, hoje, os carros--chefes, em termos de inovação tecnológica e excelência? E que ramos poderão emergir? Essa é uma questão vital. Santa Catarina precisa fazer um esforço no sentido de buscar investimen-tos em setores com vantagens comparativas e uso de tecnologia intensiva, como a indústria au-tomotiva. É o que está se vendo, também, na formação de um polo de saúde, já que a indústria de re-médios tem um componente tec-nológico avançado. Por fim, esta-mos em vias de consolidar o início de um polo aeronáutico. Dos setores tradicionais, a indústria têxtil tem se sobressaído, como também a agroindústria. Igual-mente, os segmentos de papel

“Não há país que tenha conseguido se desenvolver sem uma indústria forte. Quando o setor não vai bem, a tendência é de que isso se reflita na economia”

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e celulose e plástico se situam nesse contexto de investimentos que priorizam a qualidade do pro-duto em relação ao aumento da capacidade de produção.

Olhando para o mercado externo, a aparente estabilização do dólar, na faixa dos R$ 2, já permite a retomada efetiva de exportações para as maiores indústrias do Estado? O dólar vai ajudar neste processo de recuperação do setor exporta-dor. As exportações se tornaram muito mais difíceis por causa da crise nos países da Europa e Es-tados Unidos e o acirramento da competição. Na hora em que os mercados desses países enco-lhem, a competição fica muito mais intensa. O Brasil tem condi-ções de recuperar o seu espaço e manter uma boa posição no mer-cado internacional. Mas o governo precisa estar atento às questões que dificultam as exportações, es-pecialmente a tributária.

Qual sua posição sobre a Resolu-ção 13 e a chamada “Guerra dos Portos”? A decisão foi tomada, temos que nos ajustar. Esse é um dos aspectos do que chamamos de insegurança jurídica. Até o momento, as em-presas não sabem como as coisas vão ficar. Espera-se que tudo seja convalidado, mas a verdade é que ainda não foi. Há inúmeras dúvidas com relação aos procedimentos es-tabelecidos pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). Isso está na ordem do dia e mostra que a burocracia é mais preponderante do que a racionalidade. É preciso que o empresário saiba como pro-ceder. Em certos casos, a situação estimula mais a importação do que

a produção local. E a complexidade que sempre envolve o cumprimento das obrigações impostas ao setor produtivo, com um custo acessório bastante elevado.

Outra queixa sistemática do empresariado diz respeito à quali-dade dos serviços oferecidos pelo Estado, na contrapartida dos im-postos pagos. Nesse departamen-to, há melhorias à vista, concluída metade da gestão Dilma Rousseff?Avançamos quase nada em relação a isso. O Brasil não está conseguin-do se soltar das amarras da burocra-cia que tornam todas as questões que envolvem o setor público muito demoradas – e a indústria não pode se sujeitar a isso, pois está com-petindo com países que não têm a mesma estrutura burocrática que enfrentamos aqui.

E como o sr. tem visto os esforços pela maior eficiência dos gastos públicos, tanto no nível federal quanto no estadual? Que nota dá para o governo Dilma e para o governo Colombo? Prefiro não dar notas. Vejo que há um grande esforço no sentido de tornar as contas mais transparen-tes. Mas, no final do ano, o gover-no fez uma certa engenharia para fechar suas contas e, nisso, que-brou algumas regras. O problema do setor público é controlar a má-quina pública, incluindo as do Judi-ciário e do Legislativo. O gasto para manter toda essa estrutura é des-proporcional à qualidade dos ser-viços prestados. Se os propósitos são sempre positivos, percebe-se a dificuldade de avançar para a me-lhoria efetiva do quadro. A questão política é um dos componentes, mas cabe aos gestores cumprir a

Mesmo com um crescimento de 8% nas vendas, balanço da indústria

foi tímido em 2012; setor de linha branca (foto) exibiu resultado positivo

DIVULGAÇÃO FIESC

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sua missão, isso não pode servir de explicação para justificar a baixa eficiência do setor.

O Custo Brasil vai subir em 2013? Espera-se que não. Com a diminui-ção das tarifas de energia, a tendên-cia é de haver até uma redução no Custo Brasil. Isso, somado à deso-neração da folha e à redução das taxas de juros, deve resultar em um quadro mais favorável.

Qual a posição da Fiesc sobre as isenções de tributos a determi-nados setores industriais, como ocorreu em 2012?O que produz efeito são medidas horizontais, não verticais. Redução de tributos não deveria privilegiar somente determinados segmentos. Essa tese encontra respaldo nos re-

sultados modestos alcançados com as medidas do governo no ano pas-sado: boa parte dos segmentos que receberam essas isenções não fez novos investimentos. Simplesmen-te houve movimentos para recupe-ração de margens que já estavam bastante reduzidas.

Um desafio relevante para a in-dústria está na qualificação profis-sional. Que respostas o industrial pode dar a essa questão? A qualificação tem que estar incor-porada à estratégia da empresa. A melhoria do nível de escolarida-de é a chave da solução de grande parte dos nossos problemas. Não exige nem tempo nem investimen-tos desproporcionais. Em dois ou três anos, é possível qualificar o trabalhador com custos reduzidos. O “Sistema S” está profundamente

comprometido com o Programa Na-cional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). Pela primeira vez, o governo adotou, de fato, uma política de valorização do ensino profissional. Em 2012, a Fiesc pro-moveu o evento intitulado “A Indús-tria pela Educação”, que passou por oito regiões do Estado. Fomos surpreendidos pela boa adesão do setor empresarial. Em 2013, isso terá consequências práticas positi-vas, com o início de uma verdadeira revolução no setor.

Como o sr. avalia a ação social das empresas catarinenses? Santa Catarina se destaca por essa preocupação do empresário de su-prir parte do encargo que seria do setor público. Faz parte de um pro-grama de retribuição à sociedade pelas oportunidades usufruídas.

O TERMÔMETRO DA CONFIANÇA NA ECONOMIA BRASILEIRA

O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) é uma pesquisa mensal baseada na opinião sobre as condições econômicas atuais e expectativas. O índice varia de 0 a 100. Acima de 50, indica confiança. Abaixo, falta de confiança. O último levantamento foi feito pela Fiesc e pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) entre 7 e 17 de janeiro, com 148 indústrias de SC, da transformação e construção civil.

Comparação com o industrial brasileiroNa avaliação das condições gerais da economia, o industrial catarinense estava mais cético em meados de 2012. Agora, além da elevação do índice, demonstra mais otimismo que o industrial nacional, apesar da queda em janeiro.

Presente e futuroDuas opiniões são coletadas para a elaboração do ICEI: sobre o momento atual e sobre as perspectivas para os meses seguintes. O industrial de SC tem estado cético com o presente, mas acredita o futuro próximo será melhor.

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A Revista 21 demonstra alinhamento com as melhores práticas de comu-nicação. É uma honra saber que nos-sa associação produz um material com este nível técnico e estético. Já se tornou uma referência para enten-der melhor a economia de Joinville e do país. Parabéns.

Wilmar CidralGESTOR DA SUSTENTARE ESCOLA DE NEGÓCIOS

Ficamos contentes com a nota publicada sobre o setor de eventos e gastronomia em Joinville. Nossa cidade é um polo industrial muito forte, e esse destaque aquece o mercado de eventos, que neces-sita cada vez mais de estrutura e profissionais capacitados, à altura das feiras e congressos que rece-bemos.

Janara ZiliottoGERENTE DA BOKITOS

Parabéns à equipe de comunica-ção e aos gestores da Acij. Recebi a última edição da revista e fiquei impressionado com a qualidade do material. Viajo pelo país minis-trando aulas e palestras e posso citar poucas entidades com uma revista desta qualidade. Ganha Joinville, mas, sobretudo, ganham os leitores com mais esse canal de comunicação empresarial.

Ricardo Della Santina TorresPROFESSOR DA SUSTENTARE ESCOLA DE NEGÓCIOS

Erramos. Ao contrário do que registra título de nota publicada na edição de novembro/dezembro da Revista 21, a empresa Brunswick, recém--instalada no Perini Business Park, é de origem norte-americana.

Críticas ou sugestões para a Revista 21 são bem-vindas. Os meios de contato estão na página 3.

O JOINVILENSE Diogo Cesar É ILUSTRADOR RADICADO EM CURITIBA, JÁ TEVE SEU TRABALHO PUBLICADO EM REVISTAS COMO ÉPOCA E MAD. TAMBÉM É AUTOR DA WEBCOMIC “PEDRO”, PUBLICADA NO SITE WWW.POCOTOMICS.COM

CURSOS & EVENTOS

25 E 26 DE FEVEREIROCurso ”Importação e Benefício Fiscal”Acij, Joinville www.acij.com.br

4 DE MARÇOReunião do Conselho Acij, com presença do prefeito Udo DöhlerAuditório Acij

5 A 7 DE MARÇOPrograma “Excelência no Atendimento ao Cliente”Acij, Joinville www.acij.com.br

19 DE MARÇO8º Prêmio Fiesp de Conservação e Reúso de Água www.fiesp.com.br/ premioagua

19 A 21 DE MARÇOEvento Brazil Road ExpoTransamérica Expo Center, São Paulo www.transamericaexpo. com.br

26 DE MARÇOPalestra “Sonhos e Pesadelos dos Líderes Empresariais”, César SouzaHotel Bourbon www.acij.com.br

5 A 14 DE ABRIL10ª Feira do Livro de JoinvileCentreventos Cau Hansen www.institutofeiradolivro. com.br

PAINELESPAÇO PARA O BOM HUMOR E A INTERAÇÃO COM O LEITOR

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BRIEFINGINFORMAÇÃO BREVE E SOBRE TUDO

Já tem mais de 20 anos a lei que exige a contratação de portadores de deficiência em empresas com mais de 100 funcionários, de acor-do com cotas mínimas. Mas não é nada fácil cumprir a determinação, tamanha a falta de profissionais qualificados com esse perfil. A saí-da tem sido multiplicar cursos. É o que faz o Programa de Desenvol-vimento Profissional para Pessoas com Deficiência do Senai. “Apenas cumprir a cota, sem dar a produtivi-dade e qualidade de trabalho que se espera, leva esses colaboradores a querer sair da empresa”, explica Ra-phael da Silveira Geremias, diretor adjunto da escola do Senai Joinville.

Criado em 2010, o programa busca atender às demandas da in-dústria na formação técnica com cursos adaptados. A própria es-trutura do curso é adequada para o público, com equipe pedagógi-ca capacitada em Libras (lingua-gem de sinais) e técnicas de en-sino, acessibilidade por meio de rampas, elevadores e sanitários, além de recursos didáticos para diferentes tipos de deficiência. “O programa cria oportunidades para as pessoas com deficiência (PCDs), como carreira profissio-nal, melhoria da qualidade de vida, independência social e finan-ceira”, sublinha Raphael.

Tem vaga sobrando para pessoas com deficiência

CAPACITAÇÃO

DIVULGAÇÃO

Inserção no mercado Todos os cursos do Senai preveem estágio obrigatório – o primeiro pas-so para inserção dos estudantes no mercado de trabalho. De acordo com Sergio Luiz Celestino da Silva, presidente do Conselho Municipal do Direitos da Pessoa com Deficiência (Comde), para aumentar a inclusão social deste público, ainda é necessária uma maior fiscalização do gover-no e a “própria mudança de paradigmas da pessoa com deficiência, que muitas vezes tem medo de perder o Benefício de Prestação Continuada (BPC) caso o trabalho não dê certo”. Hoje, se isso ocorre, a pessoa au-tomaticamente volta a receber o benefício. “As empresas muitas vezes procuram os PCDs qualificados para trabalhar em áreas que não exigem qualificação”, registra Sergio.

Há nove empresas parceiras do programa mantido pelo Senai, que co-laboram por meio de patrocínio, contratação de estagiários e até no desen-volvimento dos cursos. Seu principal auxílio, porém, é com a elaboração técnica do projeto, sugerindo competências necessárias para ocupação das funções de trabalho e contribuindo com a definição do perfil profissio-nal de saída dos cursos.

Mais de 1.000 pessoascom deficiência participaram da formação profissional em SC nos últimos três anos

Cerca de 120 PCDsem Joinville tiveram aulas de qualificação profissional e nos cursos técnicos promovidos pelo Senai

17 e 18 anos é a idade média dos alunos com deficiência que buscam o primeiro emprego

NÚMEROS EM ASCENSÃO

Senai dispõe de estrutura adaptada para cursos

especiais; na foto, aluno de tecnologia da informação

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Interpretação contratual: cuidado nunca é demais

CONSULTORIA

Tropeços na elaboração de con-tratos são mais comuns do que se imagina nas relações empresa-riais – e podem dar aquela dor de cabeça para as partes. Uma das explicações recorrentes é a sim-ples falta de atenção na análise do documento. A advogada Carolina dos Santos afirma que os equívo-cos mais frequentes se referem à aplicação e verificação dos di-reitos e deveres dos envolvidos. “Um caso comum é o da aplica-ção de juros e multa, muitas ve-zes acima da média legal. Quando isso não é observado pela parte aderente ao contrato, pode tra-zer prejuízos”, complementa. Ao

lidar com grandes empresas, o pequeno e médio empresário por vezes se sente inseguro na hora de assinar o contrato – e toma essa atitude com medo de perder o negócio.

Se a relação acaba na justiça, a interpretação contratual deve ser feita da forma mais segura para as partes, mas o Código Civil Brasi-leiro diz que, caso haja cláusulas contraditórias ou com dupla inter-pretação nos contratos de adesão – aqueles elaborados unilateral-mente pelo fornecedor de produ-tos ou serviços –, a análise deve ser favorável à parte que recebe o documento para assinatura.

No Código CivilA partir do artigo 104 no Livro III, intitulado “Dos fatos jurídicos”, estão as leis

referentes aos negócios jurídicos, onde se explicita, por exemplo, a interpretação baseada na boa-fé e nos costumes da localidade.

Consulte um profissionalO que se indica sempre é a análise do contrato por um

advogado que tenha conhecimento na área, antes da sua assinatura, pois ele irá interpretar as cláusulas de acordo com a lei.

De olho no contratoMas, se isso não for possível, é interessante que as partes discutam as cláusulas do

contrato antes da assinatura, de forma que fiquem claras e concisas evitando uma futura discussão.

APRENDA A INTERPRETAR UM CONTRATO

Há dois tipos de interpretação contratual

Interpretação objetivaDeve examinar o contrato sob o ponto de vista da vontade das partes. O

legislador ajuda a parte mais fraca à medida que considera princípios como o da boa-fé.

Interpretação subjetivaO legislador também analisa a vontade das partes, mas questiona

primeiramente qual foi a intenção comum das partes, e não a vontade de cada um.

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Parceria fundamentalPara as empresas, o Senai pode apoiar na identificação de pes-soas com deficiência e no pro-cesso de seleção. “É um projeto desenvolvido com as empresas, e não para as empresas”, expli-ca Raphael Geremias. Como re-conhecimento da iniciativa, dois prêmios já foram conquistados: o Prêmio Nacional de Educação e Direitos Humanos de 2010, re-ferente ao Laboratório de Aces-sibilidade, e o Prêmio Elpídio Barbosa de 2011, concedido pelo Conselho Estadual de Educação. Para os portadores de deficiên-cia, o curso é gratuito. Paralelo às ações do Senai, o Comde tem rea lizado seminários de empre-gabilidade, fóruns com agências de RH e fiscalização nas empre-sas, como também discussões nas conferências municipais com ela boração de propostas que contemplem as pessoas com deficiên cia no mercado.

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BRIEFINGNONONNO ONONONN OONONN ONONONON

Mais gente no arEm se tratando de segurança, o Aeroporto Lauro Carneiro de Loyo-la, de Joinville, começa a assumir ares de gente grande. Dentro de cerca de quatro meses, estará ins-talado, na cabeceira 33, o equipa-mento ILS, também chamado de Sistema de Aproximação de Preci-são, abastecido por informações de localizador em VHF e Glide Slo-pe em UHF, que exibem a orienta-ção lateral e o ângulo de descida, ajudando no alinhamento da aero-nave com o eixo da pista e com a correta trajetória para pouso. Na cabeceira 15, a pista recebe outro equipamento que ajudará na apro-ximação para as aeronaves chega-rem ao solo. Chamado de Papi, o sistema é um indicador de rampa de aproximação desenvolvido pela Organização de Aeronáutica Civil Internacional (Oaci) – e é integrado por uma barra lateral com quatro caixas de luzes, instalada, normal-mente, do lado esquerdo da pista.

O Papi vai informar, com preci-são, a posição ideal para a aerona-ve pousar. Associadas à ampliação do aeroporto – que está em fase de desapropriação das áreas vizinhas, para chegar aos ideais 2 milhões de metros quadrados, ou 150% maior que o atual –, as mudanças acenam para um cenário novo e promissor. O superintendente Rones Haidemann aposta que os números de voos – e também de passageiros – devem crescer bas-tante. Operando com pouco mais de metade de sua capacidade de movimentação de passageiros, o Aeroporto de Joinville deve ver cair para algo em torno de 0,5% o índice de voos sem autorização para pouso, beneficiando enorme-mente o usuário.

OBRAS NO AEROPORTO COMO FUNCIONAM OS EQUIPAMENTOS

A posição dos equipamentos na pista do aeroporto

A movimentação do aeroporto

Passageiros Pousos e decolagens

2009 2010 2011 2012 2009 2010 2011 2012

208.492289.161

484.305421.593

5.831

8.3159.902 10.106

O ILS é um sistema de aproximação baseado na transmissão de sinais de rádio, da pista para a aeronave. Auxilia no posicionamento de aterrisagem. É composto de dois equipamentos, o localizer e o Shelter glide. O Papi também será instalado.

250 METROSAve

nida S

anto

s Dum

ont

ONDE FICA

CABECEIRA

15

CABECEIRA

33

AEROPORTO

Pista de decolagem/aterrisagem

1

2

3

Rio Cubatão

Equipamento que mostra através de ondas VHF a orientação lateral ideal em relação à pista, possibilitando ao piloto a correção do avião

Equipamento que simula uma rampa de aproximação através de ondas UHF. Mostra a orientação vertical que a aeronave deve tomar

Sistema auxiliar, com quatro caixas de luzes vermelhas, que indica a posição vertical de aproximação. Funciona com visibilidade reduzida

Localizer Shelter Glide Papi 1 2 3

LIGEIRAMENTE ALTO

MUITO ALTO

LIGEIRAMENTE BAIXO

POSIÇÃO CORRETA

MUITO BAIXO

Bairro Cubatão

Page 17: [ACIJ] Revista 21 - Fevereiro/2013

SÃO FRANCISCO DO SUL

BARRA DO SULGUARAMIRIMJARAGUÁ DO SUL

ARAQUARI

Praia do Ervino

Vigorelli Enseada

Gibraltar

Estaleiro

Porto

Laranjeiras

Cubatão

Jaca

JOINVILLE ZONA URBANA

12

O QUE FOI FEITO

Trecho entre o Cubatão e a Vigorelli

1

Trecho entre o Gibraltar e o Estaleiro

2

Trecho entre Laranjeiras e a BR-280

3

Projeto executivo para Salinas, em Barra do Sul

4

5

4

PARA 2013

Trecho entre o Estaleiro e a Comunidade de Jaca

5

Pavimentação do acesso ao Ervino

6

6

3

BR-280

SC-301

BR-101

GARUVA

ITAPOÁ4KM

BARRA VELHA

ÁREA AMPLIADA

Oceano Atlântico

17REVISTA 21

PENHA

LITORAL

Ainda não foi neste verão que os turistas puderam desfrutar da total integração viária dos municípios praianos do Litoral Norte, como prevê o projeto Costa do Encanto, do governo estadual. Mas as obras vão avançando. O projeto, que en-volve oito regiões – entre elas, Ara-quari, Balneário Barra do Sul, Barra Velha, Garuva, Itapoá, Joinville e São Francisco do Sul –, sustenta-se em um tripé formado por estrutura de transporte, incentivo e resgate das culturas populares e preserva-ção ambiental.

Segundo dados da Secretaria

de Desenvolvimento Regional de Joinville (SDR), foram despendidos R$ 2,3 milhões na pavimentação de um trecho de dois quilômetros, do bairro Cubatão à praia da Vigo-relli, em Joinville. Em 2012, foram entregues os 6,3 quilômetros que ligam os trechos Gilbratar/Estalei-ro e os 3,9 quilômetros que unem Laranjeiras à BR-280, ambos em São Francisco do Sul, em um in-vestimento total de mais de R$ 10 milhões. Para 2013, a previsão é iniciar obras no pedaço que vai do Estaleiro, em São Francisco do Sul, à localidade de Jaca, em Itapoá,

em um total de R$ 24,5 milhões. O término da pavimentação do aces-so à Praia do Ervino, em São Fran-cisco do Sul, também está previsto para este ano.

Para completar, o projeto exe-cutivo das obras entre a praia de Salinas, em Balneário Barra do Sul, e a BR-101, em Araquari, já foi fi-nalizado, com um recurso estima-do em R$ 56,3 milhões. A primei-ra fase da Costa do Encanto está sendo executada pelo governo do Estado, por meio de um financia-mento com a Cooperação Andina de Fomento (CAF).

A quantas anda da Costa do Encanto

Page 18: [ACIJ] Revista 21 - Fevereiro/2013

18

BRIEFINGNONONNO ONONONN OONONN ONONONON

Santos Dumont perto da duplicaçãoO intenso trânsito para chegar aos principais centros universitários de Joinville e ao aeroporto passa pela Avenida Santos Dumont. Para aliviar o movimento, a proposta é dupli-car o trecho a partir do final da Rua João Colin, em uma extensão total de 8.100 metros. Recentemente o tema foi discutido entre a Acij, o prefeito Udo Döhler e o secretário estadual da Infraestrutura, Valdir Cobalchini. A previsão da Secretaria de Infraestrutura é de que as obras se iniciem em março, mas o projeto ainda necessita a aprovação da Fun-dação Municipal do Meio Ambiente (Fundema) e da desapropriação de um total de 96 imóveis, pertencen-tes a 78 donos. A Infrasul venceu a licitação, com proposta de R$ 47,9 milhões, valor 22% menor do que o estipulado pelo edital, de R$ 61 mi-lhões, e a autorização para o início dos trabalhos deve ser concedida neste 18 de fevereiro pelo governo estadual. A duplicação foi anuncia-da bem antes, no final de maio de

2012, pelo governador Raimundo Colombo, que revelou que os recur-sos seriam obtidos pelo BNDES.

O valor, porém, não pode ser destinado a desapropriações, fican-do o pagamento a cargo da prefeitu-ra, que afirma não ter dinheiro para esse fim. Para contornar a situação, o prefeito Udo e a Acij buscam a doa ção das faixas de terreno neces-sárias à duplicação junto a proprietá-rios de grandes áreas. O argumento é a importância do desenvolvimen-to da região, e, por consequência, da cidade, além da valorização imobiliá ria. O primeiro a ceder a fai-xa de terreno, com testada de 150 metros e total de 880 metros qua-drados, foi o Perini Business Park, por meio do diretor Marcelo Hack, A Transtusa também cedeu 100 me-tros de testada, além das empresas Campeã e Duque. A Acij, que atua como facilitadora, está em contato com a prefeitura para buscar incen-tivos fiscais às empresas que doa-rem seus terrenos.

INFRAESTRUTURA

Em nome da segurança do trânsito e dos motoristas, o Brasil tem, des-de meados do ano passado, uma legislação específica para os pro-fissionais do volante, com ênfase aos transportadores de carga que, diariamente, cruzam este país conti-nental. Hoje, motoristas e empresas têm de se submeter à regulamenta-ção, que indica, por exemplo, perío-dos ininterruptos máximos de qua-tro horas – é necessário parar por pelo menos 30 minutos a cada in-

tervalo – e identificação de paradas para refeição, descanso e espera.

Foi de uma empresa joinvilen-se que surgiu uma das mais com-pletas soluções para o desafio de cumprir a legislação e ajudar a proteger os profissionais, seus veí culos e cargas – além de todo o trânsito, nas movimentadas es-tradas verde-amarelas. Batizado de OpenJornada, o software exclusi-vo da OpenTech já ajuda a monito-rar cerca de 12 mil veículos por dia.

A empresa, criada em 2001, é especializada em gerenciamento de riscos – e recentemente incor-porou novos sócios: a Jequitibá Participações, liderada por Jorge Steffens e Paulo Caputo. Com no-vos diretores contratados e um forte conselho de administração – Alfredo Zattar, Sérgio Trauer, Jorge Steffens, Paulo Caputo Uhdre e Mi-guel Abuhab –, a OpenTech preten-de ser a “número um” do Brasil em gestão de riscos ainda em 2013.

GESTÃO DE RISCOS

Solução da OpenTech controla jornada de caminhoneiros

Trecho da Santos Dumont próximo

ao centro universitário, em uma

das regiões mais movimentadas de

Joinville: previsão é de que as obras

comecem em março, mas ainda falta

resolver a desapropriação de áreas

Page 19: [ACIJ] Revista 21 - Fevereiro/2013

19REVISTA 21

PENINHA MACHADOSANTOS DUMONT TEM 8 KM E É O PRINCIPAL ACESSO AO AEROPORTO

Av. Santos Dumont

Rua João Colin

UNIVILLE

Jardim Paraíso

AEROPORTO

TERMINAL NORTE

Centro1 km

ÁREA AMPLIADA

Page 20: [ACIJ] Revista 21 - Fevereiro/2013

20

CONJUNTURATENDÊNCIAS E NEGÓCIOS SOB O OLHAR JOINVILENSE

Importações superam exportações pela primeira vez no séculoAs importações de Joinville bateram recorde em 2012. E foi também a primeira vez, desde 2000, que superaram as exportações em um ano. Foram R$ 213,6 milhões a mais de compras. É um resultado anunciado. Desde 2008, início da crise internacional, Joinville registrava a cada ano saldos menores em favor das exportações.

Saldo da balança

comercial joinvilense

VALORES EM US$ MILHÕES POSITIVO PARA AS EXPORTAÇÕES POSITIVO PARA AS IMPORTAÇÕES

Evolução da balança comercial joinvilenseVALORES EM US$ MILHÕES

Os 20 países de quem mais compramos em 2012VALORES EM US$ MILHÕES

INDICADORES ACIJ

1º CHINA 656.444.891 4,652º CHILE 231.862.179 90,043º ALEMANHA 168.189.051 -0,614º EUA 114.750.168 6,145º ARGENTINA 74.250.233 -20,106º PERU 59.843.352 -3,527º CINGAPURA 59.091.168 168,508º COREIA DO SUL 51.326.248 -3,339º TAIWAN 42.873.574 0,9810º JAPAO 41.922.185 64,3211º ITALIA 35.654.655 -11,2912º MEXICO 35.517.964 111,2013º FRANCA 24.700.866 76,6614º REINO UNIDO 23.990.175 2,8015º ÍNDIA 21.688.389 -7,0316º SUÍÇA 13.179.767 -29,1817º ESPANHA 12.433.635 15,5218º AFRICA DO SUL 12.374.723 30,3519º FINLÂNDIA 11.828.137 19,6920º MALÁSIA 11.311.394 40,27

445,5391,2 387,7

554,1

745,7 723,4

999,4943,2

565,8

231,2

24,2

213,6

1.047,2

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

A mudança no fluxoAbaixo, as linhas de desenvolvimento do valor total da balança comercial de Joinville, entre 2000 e 2012. Até 2008, a balança pendeu para o lado das exportações. Mas a queda de 2009, acompanhada da explosão nas importações em 2010, inverteu a tendência. Desde 2010, as importações crescem em ritmo constante e as exportações apresentam queda.

EXPORTAÇÕES

IMPORTAÇÕES

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

2.000

1.500

1.000

500

0

600,3

156,8

769,2

1.712,4

1.824,0

1.610,4

De quem compramosO gráfico abaixo mostra o desempenho percentual dos 20 primeiros países na lista de importações de 2012, em relação a 2011. Treze deles tiveram desempenho positivo de uma ano para o outro. China, líder na vendas para Joinville, teve crescimento de 4,65%. Chile, Cingapura, Japão, México e França se destacam. Argentina apresenta queda.

VARIAÇÃO EM%, DE 2011 P/ 2012

FONTE: MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR

Page 21: [ACIJ] Revista 21 - Fevereiro/2013

21REVISTA 21

Um monstro de duas cabeças

SINAL DE ALERTA

Não é apenas a chamada desindus-trialização que preocupa o empresa-riado brasileiro, com a participação cada vez menor do setor industrial no bolo da economia e o desestímu-lo recorrente a novos investimentos. Para Carlos Pastoriza, diretor da As-sociação Brasileira da Indústria de Máquinas (Abimaq), há outro fantas-ma à espreita: a desnacionalização.

Em palestra na Acij, Pastoriza comparou esses fenômenos a um “monstro de duas cabeças” que só poderia ser combatido com medi-das palpáveis, da parte do governo federal, para resgatar a competiti-vidade da indústria verde-amarela. Entre elas, citou aspectos como câmbio e tributos, “que criam um ce-nário de insegurança ao empresaria-do brasileiro”, além da necessidade de criar “regras claras que atendam aos interesses do Brasil”, a exemplo da restrição de investimentos es-trangeiros em setores estratégicos e a obrigatoriedade de “conteúdo local” em produtos manufaturados, “para que o país não se transforme

em maquiador ou produtor de itens com baixo valor agregado”.

À Revista 21, o diretor da Abi-maq afirmou que o governo Dilma tem dado mostras de que está preo-cupado com a desindustrialização, mas que não se pode dizer o mes-mo da desnacionalização: “Esse processo corre solto, sem qualquer

limite à compra de empresas na-cionais por grupos estrangeiros”. Quanto ao futuro, não é lá muito otimista: “Infelizmente, se é que a história serve de base, não se farão mudanças importantes antes que uma grande crise nos assole, como se pode ver com o exemplo da Eu-ropa hoje”.

Pastoriza, da Abimaq: “A desnacionalização é um processo que corre

solto, sem qualquer limite à compra de empresas por estrangeiras”

PENINHA MACHADO

Page 22: [ACIJ] Revista 21 - Fevereiro/2013

22

CONJUNTURATENDÊNCIAS E NEGÓCIOS SOB O OLHAR JOINVILENSE

Page 23: [ACIJ] Revista 21 - Fevereiro/2013

23REVISTA 21

A união de forças entre universi-dades, iniciativa privada e governo é uma fórmula consolidada mun-dialmente como essencial para ala-vancar a inovação. Criado em 1990 por Henry Etzkowitz, diretor do Ins-tituto de Política Científica da Uni-versidade do Estado de Nova York, o modelo sugere um movimento cíclico, espiral e cumulativo do pro-cesso criativo e inovador – por isso chamado de tríplice hélice. Nesse

ciclo, as universidades geram o conhecimento e capacitam os pro-fissionais, os governos contribuem com políticas públicas de fomento e as empresas levam isso tudo para o campo prático, promovendo o desenvolvimento regional com res-ponsabilidade social.

No caminho que, defendem os teóricos, vem fazendo a transi-ção da sociedade industrial para a sociedade do conhecimento, Join ville percebe a importância da assim chamada “economia criati-va”. Foi o primeiro município catari-nense a aprovar a Lei da Inovação (nº 7170/2011), tem um Conselho Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação (Comciti) e está desenvol-vendo dois parques tecnológicos: o

Parque Tecnológico do Norte Cata-rinense – com a chancela da Acij, e que se encontra em fase de plane-jamento – e o o Inovaparq, em ativi-dade desde 2011.

Parques tecnológicos são uma das principais iniciativas que repre-sentam a aplicabilidade da tríplice hélice. Normalmente sem fins lucra-tivos, criam um espaço onde em-presas de inovação se hospedam e realizam a intermediação entre tais empreendimentos com as univer-sidades e o governo. Nesse senti-do, o Inovaparq se sobressai por ser o único no Brasil que é gerido por quatro entidades de ensino e ainda de esferas diferenciadas: Uni-versidade da Região de Joinville (Univille), Universidade Estadual de

A virada da inovaçãoCom parques tecnológicos

e incubadoras, Joinville

acena para o advento

da economia criativa

FÁBIO ABREU

Page 24: [ACIJ] Revista 21 - Fevereiro/2013

24

Santa Catarina (Udesc), Universida-de Federal de Santa Catarina (UFSC) e Pontifícia Universidade Católica (PUC). “Na sociedade do conheci-mento, o almejado desenvolvimen-to econômico e social sustentável somente será possível a partir da interação efetiva entre esses atores que compõem a tríplice hélice da inovação”, sustenta Sandra Furlan, reitora da Univille. Para a universida-de, a idealização do projeto tomou como base a necessidade cada vez maior de as empresas pautarem seu desenvolvimento tecnológico a partir da inovação em produtos e processos, sem deixar de lado a ino-vação organizacional.

Localizado em terreno da Uni-ville, onde antigamente era sede do Sesi, o Inovaparq tem 63 mil metros quadrados disponíveis para construção, mas hoje ocupa somente seis mil. A ideia é dispo-nibilizar às empresas instaladas o acesso ao ambiente de conheci-mento das univer si dades, ofere-cendo outras possibilidades, como a realização de projetos de pesqui-sa e desenvolvimento e a captação de recursos para apoio à inovação, com o suporte de professores, pesquisadores e estudantes de di-versas áreas.

Hoje, o Inovaparq abriga uma in-cubadora tecnológica e outros três empreendimentos, com destaque para a Sonda IT, empresa âncora do complexo. O termo “empresa âncora” designa uma grande organi-zação que se instala no parque em sua fase inicial e que irá promover a atração de outras empresas por meio da credibilidade que empresta e por trazer consigo um conjunto de demandas que podem ser supridas por outras instituições.

Walter Lohmann, gestor da ope-ração da Sonda IT Joinville, conta que o principal motivo para a insta-lação no Inovaparq foi a possibili-

dade de desenvolver um plano de capacitação envolvendo alunos de diferentes cursos e a proximidade do conhecimento técnico e teórico, que colabora na melhoria dos pro-cessos internos. “Estávamos em um prédio no centro de Joinville, bem instalados, mas resolvemos mudar para mostrar que essa parce-ria é algo definitivo, que não temos a distância física como desculpa para não realizar esse tipo de pro-cedimento”, ressalta o gestor. Fun-dada no Chile em 1974, a Sonda IT tem mais de 12 mil colaboradores, seis mil destes no Brasil, onde atua há 20 anos. É a quarta maior empre-sa de tecnologia da informação da América Latina, segundo o Interna-tional Data Corporation (IDC). Em Joinville, com 40 funcionários, atua no segmento de aplicativos.

As empresas maiores que se instalam em parques tecnológicos também podem fazer negócios com empreendimentos iniciantes, mantidos em incubadoras dentro do próprio parque. Como o nome indica, as Incubadoras de Base Tecnológica (IBT) têm o objetivo de apoiar o desenvolvimento de novas empresas, especialmente por meio de treinamentos e consultoria em gestão. “Quando se trata do setor de inovação, os empreendedores têm uma formação técnica muito boa, mas geralmente não possuem conhecimento de mercado e de as-pectos de gestão”, explica Vanessa Collere, da diretoria do Inovaparq, que mantém sete empresas abriga-das na incubadora.

Sob a mesma ótica do Inova-parq, Joinville espera pela vinda de mais um parque tecnológico, conduzido pela Acij. A intenção é implantá-lo às margens da BR-101, próximo ao campus da UFSC. O Parque Tecnológico do Norte Cata-rinense vai se concentrar nas áreas de economia verde, biotecnologia,

fármacos e saúde, logística (mobili-dade), materiais e tecnologia da in-formação e comunicação, que são consideradas estratégicas para a cidade e para a economia. Concebi-do como um complexo de clusters mutissetoriais – uma concentração de empresas de diferentes setores que colaboram entre si –, o parque visa estimular o desenvolvimento regional a partir da interação entre

Vanessa Collere, do Inovaparq:

complexo dá suporte em

mercado e gestão; na foto de

cima, Lineu, da EcoBabitonga;

na de baixo, Walter, da Sonda IT

Page 25: [ACIJ] Revista 21 - Fevereiro/2013

REVISTA 21 25

empresas e ICTI.A proposta surgiu em 2007.

Com o apoio da Fundação Certi, a primeira etapa, que consiste em rea lizar um planejamento e estudo detalhados, já foi finaliza-da. De acordo com Mohana Faria de Sá, coordenadora de Projetos do Centro de Empreendedorismo Inovador da Fundação Certi, os critérios utilizados para avaliação do terreno foram proximidade do campus da UFSC Joinville, acessibi-lidade e análise ambiental, fundiária e da tipologia do terreno. “Para as próximas etapas, é necessário que sejam feitos estudos técnicos de-talhados e aprofundados, principal-mente quanto à sondagem do ter-reno e à hidrologia”, complementa.

Para o projeto deslanchar, a

Acij espera a aprovação da Lei de Ordenamento Territorial (LOT), que tramita na Câmara de Vereadores. “A LOT determina que o espaço destinado ao parque passe de área rural para área de transição, pos-sibilitando o investimento, com aproveitamento de até 20% do terreno e preservação permanente do restante”, explica Mario Cezar de Aguiar, presidente da Acij. As áreas de transição são considera-das zonas de amortecimento entre o urbano e o rural, com a ocupação controlada pela prefeitura. Para o parque, estão previstos 30 mi-lhões de metros quadrados dessa área, mas a taxa de ocupação será de 600 mil metros quadrados, considerando três pavimentos. O espaço receberá laboratórios de

pesquisa, incubadoras, áreas de teste, entre outros elementos ne-cessários para o desenvolvimen-to de inovações, e o restante será destinado à conservação ambien-tal.

Atentando ao caráter re gional embutido no título do projeto, o presidente da Acij ainda afirma que outras cidades devem ser contem-pladas pelo empreendimento, por meio da rede de Associações Em-presariais do Norte Catarinense. “Com o desenvolvimento da eco-nomia em áreas de inovação, incre-mentado pelo Inovaparq, e a cons-tituição desse novo parque, a popu-lação terá benefícios no surgimen-to de mais empresas, que geram empregos, renda e impostos para os municípios. A médio prazo, o benefício será na criação de con-teúdo e tecnologia, preciosos para o desenvolvimento da região com independência e na vanguarda tec-nológica”, prevê Aguiar.

O aval institucional para esses esforços virá, também, do Conse-lho Municipal de Ciência e Tecnolo-gia e Inovação (Comciti), criado em março de 2012 e que conta com 25 representantes do poder público, setor privado, associações e insti-tuições acadêmicas. Sua função é propor e fiscalizar políticas públi-cas de desenvolvimento técnico--científico, além de promover a democratização do conhecimento das novas técnicas e incentivar sua adaptação à realidade local. “Join-ville ocupará posição de relevância nacional, a partir da estruturação dos projetos idealizados pelo Com-citi e da Lei da Inovação, tendo as instituições de ensino papel fun-damental”, observa o economista Marcos de Oliveira Vieira, diretor executivo da Secretaria de Integra-ção e Desenvolvimento Econômi-co, que passa a presidir o conselho neste ano.

PENINHA MACHADO

Page 26: [ACIJ] Revista 21 - Fevereiro/2013

26

NONONONONONONONNO ONONONN OONONN ONONONON

Ao tomar conhecimento do edital que abria vagas no Inovaparq, o pro-fessor doutor Gilmar Erzinger e o mestre Lineu Fernando Del Ciampo encontraram o lugar certo para de-senvolver um produto voltado à área de bioen saios. Engajados em pes-quisas sobre mudanças climáticas globais e ecossistemas aquáticos, em parceria com a Friedrich-Alexan-der Universitat Erlanger-Nurnberb/Fauen, da Alemanha, resolveram se aventurar no empreendedoris-mo e lançar um instrumento para medição de radiação ultravioleta e um biossistema para análise de pa-râmetros de poluição ambiental em ecossistemas aquáticos. A empresa deles se chama EcoBabitonga.

O ImagingTox System M reali-

za bioensaios automaticamente, usando técnicas de análise de imagem em tempo real, com o auxí-lio de uma alga unicelular. “Procura alterações no comportamento do movimento do organismo, indu-zidas por substâncias tóxicas que afetam seus parâmetros fisiológi-cos”, explica Lineu.

A iniciativa já conquistou prê-mios internacionais, como o “In-foDev Top 50 SMEs”, recebido em 2011, no Fórum Global de Ino-vação e Tecnologia, na Finlândia. No mesmo ano, um artigo sobre o tema foi apresentado no 6º Con-gresso Brasileiro de Biossegurança e alcançou reconhecimento como melhor trabalho na seção “Descarte e descontaminação”.

Para Gilmar Erzinger, a instala-ção em uma incubadora tem sido “uma experiência excelente, ao permitir a interação com outras empresas de perfil semelhante, empreendedores que acreditam em inovação”. Outro ponto positivo é a proximidade com a universida-de e a indicação de fornecedores confiáveis. Lineu chama atenção para o acesso facilitado a editais de fomento para uma série de ativida-des. Os professores já pensam nas próximas ideias, que devem levar em consideração a mesma tecno-logia de análise e imagens de vídeo em tempo real com o apoio de um aeromodelo com controle remoto, além de pesquisas para tratamento de efluentes.

Da academia para o empreendedorismo

Page 27: [ACIJ] Revista 21 - Fevereiro/2013

27REVISTA 21

As “incubadas” são escolhidas por

edital, devem apresentar diferencial

inovador e pertencer às seguintes

plataformas tecnológicas: biotecnologia,

design, químico farmacêutico, materiais,

meio ambiente, metal mecânico ou

tecnologia da informação e comunicação

COMO FAZER PARTE DO INOVAPARQ

É necessário que as empresas

interessadas montem um

plano de negócios, no qual

seja demonstrada a viabilidade do

empreendimento, o cenário do setor

de atuação e a solução desenvolvida

para o mercado

As empresas se instalam na

incubadora, em uma das salas de

15 m2, e podem usar o restante

da estrutura do parque. A utilização de

laboratórios ou equipamentos específicos

mantidos pelas universidades também é

facilitada pelo parque

1 2 3

“Estado máximo da inovação”Joinville segue o movimento esta-dual da inovação e do surgimento de parques tecnológicos. Além do Inovaparq, já existem três par-ques em Florianópolis (Parque Tecnológico Alfa, Sapiens Parque e Corporate Park) e um em Tuba-rão (Uniparque). De acordo com a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação no Estado de Santa Ca-tarina (Fapesc), outros 12 empre-endimentos estão em fase de im-plantação, com apoio do programa Inova@SC, desenvolvido pelo go-verno estadual e que busca tornar Santa Catarina o “Estado máximo da inovação”.

As incubadoras também alcan-çam destaque. Um levantamento realizado pela Fapesc no ano pas-sado apontou 38 incubadoras de base tecnológica em atividade no Estado. Ao todo, 300 micro e pe-quenas empresas empregam em torno de 1.900 profissionais de

múlti plas áreas de conhecimento. No período de 2002 a 2011, a enti-dade investiu R$ 6 milhões em 31 dessas incubadoras, apoiando pro-jetos de implantação, estruturação ou fortalecimento das unidades. Mais de 200 empresas já foram graduadas, cresceram e se conso-lidaram, tornando-se autônomas, com endereço próprio, e expandin-do produtos e serviços até junto ao mercado internacional.

Para Randolfo Decker, coordena-dor de projetos técnico-científicos da Fapesc, o futuro das cidades depende cada vez mais da oferta de serviços e produtos relaciona-dos à economia criativa. O coor-denador avalia que Joinville, pela localização estratégica e estrutura político-econômica, é o lugar apro-priado para atrair empreendimentos inovadores. A cidade será um dos 12 polos regionais que integram o Inova@SC. A ideia é levar em conta

a vocação econômica regional, en-volvendo instituições de pesquisa, empresários e governo, para criar um modelo que atraia e retenha empreen dimentos, atendendo às demandas dos municípios que farão parte desses distritos. A meta do governo é investir R$ 40 milhões.

O Inova@SC foi criado em 2011 como parte do plano de ação para a Secretaria do Desen-volvimento Econômico Sustentá-vel (SDS), traçado pelo secretário Paulo Bornhausen. “Ouvindo os setores da indústria e do comér-cio e a sociedade, ficou claro que tínhamos que construir uma nova economia baseada na inovação”, comenta. Num primeiro momen-to, foram mapea das todas as ini-ciativas existentes em Santa Ca-tarina para estímulo da inovação e foi diagnosticada a importância da criação desses ambientes, para os quais se deu o nome de distritos

Page 28: [ACIJ] Revista 21 - Fevereiro/2013

28

NONONONONONONONNO ONONONN OONONN ONONONON

de inovação. Em um ano, foram lançados os distritos de Itajaí, Chapecó e Joaçaba.

Em Joinville, o centro de ino-vação será implantado junto ao Inovaparq e terá as obras iniciadas ainda neste ano. Paralelamente, o governo tem se colocado como parceiro para a implantação do Parque Tecnológico do Norte Ca-tarinense, liderado pela Acij. “Após esses primeiros passos, o projeto Inova@SC entra em uma fase de consolidação e instituciona lização. Nossa meta é criar esses ambien-tes de inovação e, a partir daí, entrar numa nova etapa de gera-ção de valor para a economia que é o fomento aos negócios”, com-plementa Bornhausen. A articula-ção do Inova@SC também já tem gerado a captação de recursos junto às esferas do governo, como o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), e acordos in-ternacionais para transferência de conhecimento e tecnologia, e de intercâmbio comercial.

Para Francilene Procópio Gar-cia, presidente da Associação Na-cional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), os parques tecnoló-gicos beneficiam as empresas nele abrigadas, além da região e da economia como um todo, por gerar um ambiente de cooperação entre organizações inovadoras de todos os portes e instituições de ciência e tecnologia. “Os serviços oferecidos são de alto valor agre-gado, facilitam o fluxo de conheci-mento e tecnologia, possibilitam a geração de empregos qualifica-dos e o aumento da cultura e da atividade empreendedora”, com-plementa.

O Brasil conta com 90 projetos de parques tecnológicos, sendo que aproximadamente 30 estão em operação. A Anprotec iniciou

estudo para detalhar e atualizar o perfil dessas instituições, das empresas e entidades que estão baseadas nelas, além de identifi-car quantos parques existem em cada região. “Nossa base de dados indica que as regiões Sul e Sudes-te apresentam números bastante semelhantes em relação ao total de parques tecnológicos em ope-ração”, afirma Francilene Garcia. São 24 projetos no Sul, dos quais 13 estão em operação, e 52 no Su-deste, com 12 empreendimentos

em funcionamento.A presidente da Anprotec

aponta como os principais bene-fícios dos parques tecnológicos a integração entre instituições de pesquisa, empresas nascentes e organizações de grande porte, o desenvolvimento de um ambiente favorável à troca de experiências e parcerias, geração de empregos e criação de demanda para tercei-rização de serviços. “Esses meca-nismos de apoio à inovação contri-buem de forma relevante para con-solidar a formação de uma indús-tria forte e competitiva baseada no conhecimento, bem como para criar condições mais favoráveis à agregação de tecnologia e inova-ção ao setor industrial, agrícola e de serviços já estabelecidos em nosso país”, atesta. Outro ponto que a entidade percebe é o cres-cente interesse de investidores

DIVULGAÇÃO

Paulo Bornhausen é o

mentor do Inova@SC:

meta é criar “ambientes

de inovação” espalhados

por todo o Estado

Page 29: [ACIJ] Revista 21 - Fevereiro/2013

estrangeiros no país e nas empre-sas inovadoras aqui sediadas, das quais muitas têm base em parques tecnológicos.

Para as incubadoras, a Anpro-tec presta apoio e orientação ao desenvolvimento de novos proje-tos. São oferecidos treinamentos, seminários, cursos e outros subsí-dios para aprimorar a gestão dos empreendimentos. Uma das ferra-mentas utilizadas é o “Cerne”, modelo que visa promover a me-lhoria dos resultados em termos quantitativos e qualitativos e que está se consolidando como im-portante item para a profissionali-zação da gestão das incubadoras brasileiras. De acordo com estudo realizado pelo MCTI, em parceria com a Anprotec, são 384 incuba-doras no país, que abrigam 2.640 empresas, gerando 16.934 postos de trabalho.

O Brasil também se encontra em momento propício para o in-

vestimento no setor da inovação, com o tema ganhando destaque em pautas estratégicas do go-verno. O plano Brasil Maior, con-cebido no governo da presidente Dilma Rousseff, por exemplo, tem como foco “a inovação e o aden-samento produtivo do parque industrial brasileiro, objetivando ganhos sustentados da produti-vidade e do trabalho”. Os investi-mentos, porém, ainda são tímidos se comparados a outros países. No mais recente levantamento do MCTI, de 2010, o Brasil investe no setor de Pesquisa e Desenvol-vimento cerca de 1,16% do seu Produto Interno Bruto (PIB), o que equivale a aproximadamente U$ 55 bilhões. Israel, Coreia e Esta-dos Unidos, por sua vez, investem respectivamente 4,4%, 3,74% e 2,9% de seus PIBs na área. Uma boa demonstração do quanto Joinville ainda pode se destacar no segmento.

29REVISTA 21

Diversificação e desenvolvimento de novos parquesPara estimular os interessados que ainda se encontram na fase mais embrionária, do plano de negócios, o Inovaparq, sediado na Univille, está implantando o processo de pré-incubação, com a intenção de apoiar o em preen-dimento efetivamente “antes do início”. Na mira, geralmente, re-cém-graduados que fizeram um trabalho de conclusão de curso com potencial para se transfor-mar em empresa. Dessa forma, assessorando também o proces-so de pré-incubação, o parque tecnológico atinge empresas de inovação em todos os níveis de desenvolvimento.

Joinville foi o primeiro município a criar leiA Lei 7170, de 19 de dezembro de 2011, estabelece medidas de incentivo à inovação, à pesquisa científica e ao desenvolvimento tecnológico, atribuindo à Secretaria de Integração e Desenvolvimento Econômico (Side) a responsabilida-de pela Política Municipal de Ciên-cia, Tecnologia e Inovação (PMCTI). Entre os benefícios relacionados, destacam-se incentivos à isenção fiscal, instituição do prêmio “Inova-ção Joinville”, encontros para dis-cussão do tema com a sociedade e criação do Fundo Municipal de Inovação Tecnológica. A lei também prevê estímulos a inventores inde-pendentes e sinaliza a priorização de ações que visem dotar a pesqui-sa e o sistema produtivo local de maiores recursos humanos e capa-citação tecnológica.

R$ 40 mié a previsão de investimentos pelo governo na implantação desses pólos

POLOS REGIONAIS QUE FAZEM PARTE DO INOVA@SC

ItajaíJoaçaba

Lages

Chapecó Concórdia

Criciúma

Florianopolis

Blumenau

JoinvilleSão Bento do Sul

Jaraguá do Sul

Tubarão

Page 30: [ACIJ] Revista 21 - Fevereiro/2013

30

PERFORMANCEO DESEMPENHO DOS PRINCIPAIS SETORES DA ECONOMIA

De 1980 até hoje, a população de Joinville mais que dobrou, sal-tando de 235.612 para cerca de 515 mil pessoas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O aumento cau-sa preocupação devido a possíveis gargalos em áreas que necessitam de boa infraestrutura, como é o caso da saúde. Para suprir essa de-manda, instituições privadas têm se mobilizado na construção de novos complexos, que aos poucos vão en-trando em funcionamento e benefi-ciando os usuários.

É o caso do Hospital de Olhos Sadalla Amin Ghanem, que avança com o projeto de um novo prédio de 10 mil m2, previsto para ser inau-gurado neste primeiro semestre. A estimativa é de que a nova sede, na Avenida Marquês de Olinda, amplie em 70% a capacidade atual de aten-dimento já nos primeiros anos e crie cerca de 100 novos postos de tra-balho a médio prazo. Após 70 anos de atividade na Rua Abdon Batista, a nova estrutura vai oferecer 43 con-sultórios, quatro salas de cirurgia, departamentos específicos para diagnósticos, lentes de contato e cirurgias a laser, além de centro de

pesquisas, área social e estaciona-mento. Enquanto isso, o Hospital Dona Helena começou a ocupar o edifício de 12 andares, localizado ao lado da sede atual, na Rua Blume-nau. Com área total de 26 mil m2, o prédio é voltado para o pronto--atendimento, serviços e clínicas médicas. Já estão alocados ali emergência adulta e infantil, Centro de Diagnóstico Ortopédico (CDO), Núcleo de Atendimento Integrado à Mulher (Naim), Serviço de Neuro-logia, Serviço de Oncologia, Centro Cirúrgico Ambulatorial (CCA) e es-tacionamento. A administração e a direção do hospital passaram para o 11º andar no início deste ano.

O objetivo principal do empreen-dimento é atender pacientes exter-nos ambulatoriais e para exames complementares – além do atendi-mento como “hospital-dia” –, com o setor de quimioterapia e centro cirúrgico ambulatorial. Os planos in-cluem a aquisição de um aparelho de tomografia PET-Scan e um ace-lerador linear, equipamentos que contribuirão para o aprimoramento tanto na área do diagnóstico como do acompanhamento do tratamen-to de câncer.

Já a Fundação Pró-Rim plane-ja para abril o início das obras do Complexo Hospitalar Vida. O proje-to prevê um espaço com 160 leitos, sendo 32 para a UTI, além de um prédio de 18 andares com clínicas e consultórios das mais diversas es-

pecialidades. Para completar o ciclo das maiores instituições locais que investem em expansão, o Hospital da Unimed anunciou um novo cen-tro hospitalar orçado em R$ 140 mi-lhões. No primeiro momento, será criado o setor de oncologia. Mais adiante, estão previstos 150 leitos, um novo pronto-atendimento, UTI, centro cirúrgico e área de medicina nuclear.

Quando o prédio atual da Uni-med foi construído, há 12 anos, havia 96 leitos. Hoje, são 164, loca-lizados em áreas que eram destina-das a outras finalidades. O pronto-

Expansão saudávelInstituições privadas

investem em novos

complexos hospitalares,

ampliando estrutura local

De cima para baixo, projetos da

Unimed e da Pró-Rim, novo prédio

do Dona Helena e obras do Hospital

de Olhos: crescimento acelerado

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31REVISTA 21

-atendimento, que atendia cerca de cinco mil pessoas por mês, agora recebe 15 mil.“Na área da saúde, um bom atendimento é fundamen-tal, mas essa qualidade exige infra-estrutura adequada”, explica Pedro Geraldo Nunes, diretor presidente

da Unimed. “Há cerca de quatro anos, estamos rea lizando estudos sobre as nossas necessidades atu-ais e de serviços futuros. Com o pla-nejamento pronto, queremos iniciar as construções ainda no início deste ano.” O paciente agradece.

Hospital de Olhos Sadalla Amin GhanemNOVA ESTRUTURA

43 consultórios, quatro salas de cirurgia, departamentos para diagnósticos, lentes de contato e cirurgias a laser, centro de pesquisas, área social e estacionamento.

PREVISÃO DE INAUGURAÇÃO 18/2/2013ÁREA 10.000 M2

INCREMENTO NA CAPACIDADE 70%

INVESTIMENTOS R$ 40 MILHÕES

Hospital Dona HelenaNOVA ESTRUTURA

12 andares que incluem pronto-atendimento, clínicas e serviços

PREVISÃO DE INAUGURAÇÃO 2016

ÁREA 26.000 M2

Complexo Hospitalar VidaNOVA ESTRUTURA

Centro de especialidades, hospital, centro comercial e de serviços e estacionamento

PREVISÃO DE INAUGURAÇÃO 2016ÁREA 29.400 M2

INVESTIMENTOS R$ 60 MILHÕES

Hospital da UnimedNOVA ESTRUTURA

150 leitos, novo pronto-atendimento, UTI, centro cirúrgico, medicina nuclear e setor de oncologia

PREVISÃO DE INAUGURAÇÃO 2019ÁREA 68 MIL M2

INCREMENTO NA CAPACIDADE 90%INVESTIMENTOS R$ 140 MILHÕES

FICHA TÉCNICAFOTOS DIVULGAÇÃO

Page 32: [ACIJ] Revista 21 - Fevereiro/2013

32

CASENA MIRA DA EXCELÊNCIA EMPRESARIAL

Nos anos 90, antes mesmo da Eco-92 – a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, que introduziu o concei-to de desenvolvimento sustentável no mundo –, uma empresa sediada em Joinville já se preocupava com o uso racional da água. Nascida em 1956, em Jaraguá do Sul, a Docol

Metais Sanitários foi responsável pela introdução de um novo concei-to no mercado: os produtos com fechamento automático. Derivados da válvula de descarga, os itens foram produzidos com tecnologia hidromecânica e conduziram a em-presa à posição de liderança. Sem-pre prezando pela inovação e pela necessidade de apresentar diferen-ciais, nos anos 2000, a Docol voltou a se sobressair, utilizando sensores eletrônicos, que vieram aprimorar ainda mais o sistema de fecha-mento automático. “Na época em que a maioria pensava que a água jamais seria problema, já tínhamos um produto pronto, que começou a tomar lugar no mercado, a partir da discussão sobre meio ambiente”,

ressalta Levi Garcia, diretor de tec-nologia e produção.

Hoje, a empresa é a principal exportadora de metais sanitários no Brasil. Em 2012, a produção se dedi-cou a suprir as demandas surgidas entre 2010 e 2011, com o boom de lançamentos no ramo imobiliário. Na área de construção, a Docol en-tra em dois momentos: no início da obra, quando é procurada para os itens básicos, que constituem a área de instalação hidráulica predial, e no final, quando é preciso incorporar os produtos de acabamento, aque-les que o usuário vê, como torneiras e chuveiros. “Com base nesse ciclo da construção, conseguimos saber o quanto vamos vender no futuro”, explica Levi.

MISTURADOR GENIUS FLEX

Tradicional no mercado,

Docol Metais Sanitários

é pioneira no nicho de

produtos que geram

economia de água

O bom negócioda sustentabilidade

DISPENSADOR ELETRÔNICO DE SABÃO MISTURADOR DE MESA COMFORT FLEX

Page 33: [ACIJ] Revista 21 - Fevereiro/2013

35REVISTA 21

Page 34: [ACIJ] Revista 21 - Fevereiro/2013

34

Entre os lançamentos – foram 21 produtos novos, no total –, os destaques de 2012 ficaram por conta das linhas Genius Flex e Comfort Flex, integrando torneiras e misturadores que possibilitam tanto o fechamento automático quanto o sistema giratório tradi-cional. Os itens têm por objetivo levar ao consumidor residencial a ideia de economia de água, já bastante difundida e aceita em empreendimentos públicos, como bares, restaurantes e estádios.

Até ser apresentados ao merca-do, os itens da marca passam por longo processo de pesquisa e de-senvolvimento, para que sejam in-tegrados às famílias de produtos. O diferencial e a inovação são sempre as premissas nos projetos e fazem parte da filosofia da empresa. As-sim, a equipe se baseia em normas brasileiras e internacionais. Levi afir-ma que, para um produto ter status de alta qualidade, é preciso se bali-zar por regras internacionais, já que a legislação brasileira ainda é muito básica e simples. Por isso, a Docol trabalhou para obter o certificado de normas da Austrália, um dos mais rígidos do mundo.

Nesse sentido, a pesquisa e a tecnologia são muito valorizadas

na empresa. Em 1984 foi montada a área responsável por todo o pro-cesso de desenvolvimento – desde a pesquisa técnica até os estudos para o design da peça. “Se você não pesquisar, será sempre o seguidor. Por isso, estamos em permanente busca por novidades, entenden-do as necessidades dos clientes e, muitas vezes, antecipando-as”, analisa. De acordo com o diretor, o mercado precisa de um tempo

de maturação para acolher novos conceitos de produto, como foi o caso dos economizadores de água. “Hoje, as pessoas já não estão tão preocupadas em quanto vão gastar, mas, sim, no benefício que o item vai trazer, em relação ao meio am-biente e ao planeta”, avalia.

Os laboratórios de teste, elabo-rados com base em modelos ale-mães, estão equipados para reali-zar testes exaustivos nos produtos

ANDRÉ KOPSCH/DIVULGAÇÃO

Page 35: [ACIJ] Revista 21 - Fevereiro/2013

35REVISTA 21

em desenvolvimento. As análises são feitas em duas etapas: a pri-meira testa o uso e a segunda, a vida do produto. A norma brasilei-ra exige que um registro de pres-são chegue a 100 mil ciclos. Já a norma internacional, utilizada pela Docol, parte de 200, chegando a 500 mil ciclos. Até os banheiros da empresa funcionam como la-boratórios, onde são incorporadas novidades, que podem ser experi-mentadas diretamente pelos fun-cionários. Desse modo, é possível observar os pontos positivos e o que ainda precisa ser melhorado.

O novo ano chega à Docol pro-metendo bons resultados. Com as obras para a Copa do Mundo e para as Olimpíadas no Brasil, a equipe já se vale do grande histórico na área de uso racional de água e em pro-dutos anti-vandalismo, para ganhar seu espaço. Feiras em São Paulo e na Alemanha também são espera-das. Em Frankfurt, a ISH é a maior feira desse setor no mundo e con-tará com estande da Docol, única empresa latinoamericana a partici-

par. Nesses eventos, a organização procura apresentar os produtos da linha luxo e arte.

“Nosso maior desafio é conti-nuar investindo para comportar o aumento da produção que temos experimentado nos últimos três anos”, afirma Levi. Para 2013, a empresa reserva um orçamento de R$ 40 milhões, a maior parte destinada à aquisição de máqui-nas que concluirão a conversão da fábrica no sistema lean manufac-turing, de “produção enxuta”. Nos últimos dois anos, a Docol vem implementando o modelo que, na montagem, já resultou em ganhos

de 50%. A equipe prevê que as áreas transformadas gerem 28% de ganhos no total. Tudo isso com base na meta de mais de 25 lança-mentos para este ano.

Da fundação da empresa, nos anos 50, por Edmundo Doubrawa, Egon Doubrawa e Amandus Colin, à mudança para Joinville, dois anos depois, até chegar a um patamar de destaque no mercado nacio-nal e internacional com a válvula de descarga de alta perfomance, a Docol se orgulha de sempre ter aliado inovação ao cuidado com o meio ambiente. Para Levi Garcia, o joinvilense tem o privilégio de receber água de ótima qualidade das nascentes. O problema, se-gundo ele, é que, depois de extraí-da, a água vira produto, que passa por processos que geram um cus-to alto para a população. Assim, cada vez mais, a conscientização para o uso racional desse bem será necessária – com providên-cias simples como banhos menos demorados e torneira fechada na hora de lavar a louça.

Acima, sede administrativa da

companhia e área de pesquisa e

desenvolvimento; na outra página,

Levi Garcia, diretor de tecnologia

e produção: “Estamos sempre em

busca de inovações, muitas vezes

nos antecipando às necessidades

dos consumidores”

Page 36: [ACIJ] Revista 21 - Fevereiro/2013

36

FEITO EM JOINVILLEEMPRESAS QUE CRESCEM E APARECEM

3R FERRAMENTARIAProjetos e fabricação de moldes de injeção de termoplásticos para linhas automobilísticas, conexões, embalagens e eletrodomésticos. Atua com usinagem técnica com fresadoras CNC e em peças de grande porte. Experiência de mais de 20 anos.Rua Santa Catarina, 3214. (47) 3436-2507.

ferramentaria3r.com.br

AMCHAMAtua nas relações bilaterais entre Brasil e EUA, na promoção de serviços para o meio empresarial e na diversificação do setor privado nacional. Presente em 11 cidades brasileiras, reúne mais de 5 mil sócios e agrega diversos segmentos do empresariado nacional.Rua Plácido Gomes, 610 – Sala 202. (47) 3432-7474.www.

amcham.com.br

BIAVAHá 20 anos no mercado, a Biava atua com soluções corporativas, baseada em serviços de consultoria na inovação, expansão e recuperação de empresas de diferentes portes e segmentos da economia. Focada no planejamento, implantação e monitoramento desses serviços, a empresa é especialista em liderança, gestão e finanças, oferecendo cursos de tratativa técnica e embasamento ético.(47) 3029-0202. www.biava.com.br

WEBHAUSCom foco na pequena e média empresa, a WebHaus oferece serviços de hospedagem e realiza consultoria no desenvolvimento de soluções para as áreas de tecnologia da informação e telecomunicações. Os serviços ainda abrangem a instalação de servidores, redes internas, conexão com a internet e contratos de manutenção de ativos em tecnologia.Rua Dona Francisca, 1700. Sala 26. (47) 3028-4462 ou

(47) 9704-1119. www.webhaus.com.br

Os destaques vão para uma empresa de tecnologia da informação, uma ferramentaria, uma consultoria financeira e uma associação corporativa. Para participar da seção, envie e-mail: [email protected]

Espaço para o talento empresarial

CHEF A DOMICILE (47) 3429-5377STÚDIO CRIAÇÃO (47) 3445-0833NIVELAR IMÓVEIS (47) 3227-8280GRUPO SIMES (47) 3029-2955DATAMED SAÚDE OCUPACIONAL (47) 3432-8242BIAVA CONSULTORIA DE NEGÓCIOS (47) 3029-0202ARMAZÉM DA NATUREZA LOJA E RESTAURANTE (47) 3422-4684TRADE SUMMIT EVENTOS (48) 3207-5447JD CALÇADAS E TRANSPORTES (47) 3448-3461CRÉDITO Y CAUCIÓN SEGURADORA DE CRÉDITO E GARANTIAS (47) 3028-3547MERCADO PREÇO BOM (47) 3029-3225

STARK-VILLE SEGUROS (47) 3029-3367IDHERA ADMINISTRADORA DE BENS (47) 3432-2020SMA ENGENHARIA E MEIO AMBIENTE (47) 3026-2376TRENDRH CONSULTING (47) 3432-1080MOLDTOOL FERRAMENTARIA (47) 3121-4400AMCHAM BRASIL - JOINVILLE (47) 3432-7474VOLTRIX - GESTÃO EMPRESARIAL (47) 4009-0460AMPLA CURSOS (47) 3433-4383PARCEIROS CLEAN (47) 9684-9166GERA COMUNICAÇÃO VISUAL (47) 3438-8727DANNY RYOS MUSIC SCHOOL (47) 3026-5229

NOVOS ASSOCIADOS, EM JANEIRO E FEVEREIRO

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39REVISTA 21

ENTRE NÓSO QUE É NOTÍCIA NA ACIJ

A exemplo de anos anteriores, a equipe de colaboradores da Acij passou por treinamento de com-bate a incêndio no mês de feve-reiro. A ação foi coordenada pela área administrativa, em conjunto com bombeiros da Corporação de Bombeiros Voluntários de Joinville. “Esse treinamento já é uma tradição

na casa. Como a nossa sede ficava nos dois últimos andares do Edifício Manchester, sempre tivemos essa preocupação, mantida no prédio atual, que oferece mais segurança e tranquilidade para toda a equipe, associados e demais visitantes”, co-menta Rubem Landmann, respon-sável pela área de qualidade da Acij.

l Desça as escadas sempre pelo lado

direito, deixando a direita de quem sobe

livre para o acesso dos bombeiros.

l Nunca tire suas roupas em um incêndio.

Se for o caso, procure molhá-las.

l Procure os andares mais baixos, pois o

ar é mais fresco.

l Nunca jogue água em panelas que

contenham óleo. Umedeça um pano e

jogue sobre a panela.

l Não dê água para pessoas que

levaram choque elétrico.

l Caso ocorra um incêndio no prédio

da Acij, o ponto de encontro e fuga

será a Recepção. A porta para o

estacionamento não se tranca com

a eventual falta de energia e a porta

principal se abrirá automaticamente.

l Ao manusear um extintor de

incêndio, procure sempre retirar o lacre

que envolve o gatilho corretamente,

girando-o até romper.

l Jamais volte para ajudar pessoas,

deixe este trabalho com os bombeiros.

TRADIÇÃO DA CASA

Equipe capacitada para combate a incêndio

FIQUE ATENTOVeja algumas dicas recolhidas pelos funcionários que participaram do treinamento

Funcionários da Acij participaram de treinamento em fevereiro: estrutura

oferece segurança para a equipe, capacitada a operar extintores

PENINHA MACHADO

Em maio, está programada uma nova edição da Sessão de Negó-cios. O evento anterior, em no-vembro de 2012, foi um sucesso – e já está consolidado no calen-dário da Acij. Em 2013, a associa-ção planeja realizar também uma rodada de negócios, contemplan-do o setor metal mecânico.

O êxito da Sessão de Negó-cios deve-se muito ao apoio das empresas patrocinadoras: Ba-desc, Ectas Saneamento, Finan-cilar Consultoria Habitacional, Gourmet Restaurante e Pizzaria, iGo Gestão Inteligente, Midas Offi-ce Solutions, Segkar Corretora de Seguros, Sig Softwares Corpora-tivos, Vilage Marcas e Patentes e Voük Comunicação.

A avaliação da maioria dos participantes é extremamente positiva. A Acij está analisando as sugestões e também as críticas, para promover a melhoria cons-tante nos eventos que realiza.

A empresa Ectas Saneamento, por exemplo, recomendou que, no futuro, os segmentos empre-sariais possam ser mais subdivi-didos, em áreas que tenham en-volvimento ou fins comuns, o que remete a uma rodada de negó-cios, que também está nos planos da entidade. A Telealarme elogiou a rapidez e a competência com que foi organizado o evento, em conjunto entre Acij e Sebrae.

“Acho que os crachás deve-riam conter o nome do participan-te, para poder facilitar a comuni-cação e a interação”, comentou Alexandre Simas, proprietário de clínica de beleza. Para a Rise Con-sultoria, faltou força no ar condi-cionado: “Em alguns momentos estava bastante quente”.

SESSÃO DE NEGÓCIOS

Agende-se

Page 38: [ACIJ] Revista 21 - Fevereiro/2013

38

Como forma de reforçar a proibi-ção já determinada pelo Código de Defesa do Consumidor, mas nem sempre verificada na relação entre fornecedores e clientes, o governador Raimundo Colombo sancionou a lei 15.975 que proíbe o fornecedor de produtos ou ser-viços de cobrar ao consumidor o ônus sobre a emissão de carnês e boletos bancários.

Desta maneira, o cliente só de-verá pagar o valor da confecção do boleto se houver concordância por parte dele, o que deverá constar no contrato assinado, com identifica-ção do valor correspondente. Caso contrário, o custo da emissão deve-

rá ser do fornecedor, que deverá, ainda, fixar no estabelecimento pla-cas informativas sobre a proibição.

A lei 15.975 estabelece que a proibição se estende também às concessionárias e permissionárias de serviços públicos.

“A lei é mais uma forma de res-tringir a cobrança indevida ao con-sumidor”, afirma o assessor jurídico do Procon de SC, Gabriel Meurer. De acordo com ele, o Procon Estadual sempre entendeu que a cobrança era ilegal. “Caso o consumidor seja cobrado e não conseguir resolver diretamente com o fornecedor que emitiu o boleto, deverá procurar o órgão de defesa estadual ou muni-

cipal para que seja instaurado um processo administrativo em desfa-vor do fornecedor”, explica Meurer.

Caso descumpra a lei, o fornece-dor receberá advertência por escri-to, multa de R$ 2.000 por infração, com valor dobrado a cada reinci-dência, podendo ocorrer a suspen-são do alvará de funcionamento a partir da terceira reincidência. O Código de Defesa do Consumidor também prevê uma autuação que pode chegar a R$ 6 milhões depen-dendo do caso.

Mais informações

Procon/SC

fone 151 ou (48) 3224-4676.

AGORA É LEI EM SC

Proibição de cobrança pela emissão de boletos bancários é sancionada

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39REVISTA 21

A Acij começou 2013 com novos credenciados no cartão Útil Card, um serviço diferenciado da casa para a gestão de benefícios da sua empresa. Dois exemplos desses novos credenciados são a Oceano, fabricante de pranchas de surf, rou-pas e calçados no estilo surfwear, e a DB Telecom, agente autorizado de telefonia celular Vivo.

Totalmente informatizado e onli-ne, o sistema facilita as operações de controle dos setores de RH e financeiro da empresa, tornando a gestão de benefícios simples e ágil.

“Dessa forma, a empresa pro-porciona mais qualidade de vida aos colaboradores e promove o de-senvolvimento do comércio local. Tudo isso sem perder a sua tranqui-

lidade”, comenta Karina Mousse, da área de relacionamento com o associado. Ela sugere ainda que as empresas procurem conhecer as vantagens do Útil Alimentação e o Útil Refeição.

NOVOS CLIENTES

Mais credenciados no cartão Útil Card

NÚMEROS DE 2012

105 novas empresas foram credenciadas

21 novas empresas foram conveniadas

845 é a ampliação no número de cartões

Mais informações

Telefone: (47) 3461-3372

email: [email protected]

Page 40: [ACIJ] Revista 21 - Fevereiro/2013

40

ORIENTAÇÃO JURÍDICA

Atualidades legislativas e do Poder JudiciárioA utilização do novo Termo de Rescisão de Contrato de Trabalho (TRCT) tornou-se obrigatória no dia 1° de fevereiro. Desde essa data, a CEF exige a apresentação do modelo atualizado para o pagamento do seguro-desemprego e do FGTS. O prazo foi estabelecido pela Portaria 1.815, de 1º de novembro de 2012. Os Termos de Homologação e o Ter-mo de Quitação são impressos em quatro vias, uma para o empregador e três para o empregado – duas delas são utilizadas pelo trabalhador para sacar o FGTS e solicitar o recebimento do seguro-desemprego. Outras mudanças:

Horas extras devidas no mês do afastamentoNOVO (PORTARIA 1.057/2012)

São informadas em campos específicos a quantidade de horas trabalhadas, o respectivo percentual (50%, 75%, 100% etc.) e o valor devido.

ANTIGO (PORTARIA 302/2002)

As horas-extras devidas no mês de afastamento eram totalizadas e informadas em um único campo, agregando os valores relativos a todos os percentuais (50%, 75%, 100% etc.).

RescisãoNOVO (PORTARIA 1.057/2012)

O novo TRCT é segmentado: tem a parte que concentra os valores credores e os descontos e o espaço para homologação (quando o contrato é sujeito à assistência) ou quitação (quando o contrato não é sujeito à assistência).

ANTIGO (PORTARIA 302/2002)

O TRCT englobava em um único formulário a parte informativa de verbas credoras e devedoras e a parte de quitação e homologação.

Férias vencidasNOVO (PORTARIA 1.057/2012)

Cada período aquisitivo vencido e não quitado é informado separadamente, em campos distintos. São informados também a quantidade e o valor de duodécimos devidos.

ANTIGO (PORTARIA 302/2002)

Se devido mais de um período aquisitivo, o valor total era lançado em um único campo.

13º salário de exercícios/anos anterioresNOVO (PORTARIA 1.057/2012)

É informado separadamente, em campos específicos, cada exercício vencido e não quitado. São informados também o exercício, a quantidade de duodécimos e o valor de duodécimos devidos.

ANTIGO (PORTARIA 302/2002)

Se devido mais de um exercício/ano de 13º salário, o valor total era informado em um único campo.

Verbas credorasNOVO (PORTARIA 1.057/2012) Há campos suficientes para informar todas as verbas credoras, discriminadamente.

ANTIGO (PORTARIA 302/2002)

Havia apenas 17 campos para informar todas as verbas rescisórias devidas.

Descontos/DeduçõesNOVO (PORTARIA 1.057/2012)

As deduções (pensão alimentícia, adiantamento salarial, de 13º salário, vale-transporte etc.) são informadas discriminadamente em campos específicos.

ANTIGO (PORTARIA 302/2002) A empresa dispunha apenas de sete campos no TRCT para informar os descontos/deduções.

FONTE: MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO

Page 41: [ACIJ] Revista 21 - Fevereiro/2013

41REVISTA 21

PROGRAMAÇÃO

Agenda está definidaJá começam neste mês de fevereiro as reuniões coordenadas pela Con-sultoria Coletiva da Acij (Nú cleos e Gestão Compartilhada). São 25 reu-niões – 22 estão agendadas para fe-vereiro, desde o dia 18 até o dia 28. Em março, serão três reu niões, nos dias 5, 7 e 12. Acompanhe a lista de reuniões no cronograma abaixo, agende-se e participe.

Em fevereiro Dia 18Supermercados l Dia 19Postos de Combustíveis ImobiliáriasJovens EmpresárioSegurança e Saúde do Trabalhol Dia 20Gestão Ambiental ConcessionáriasUsinagem e FerramentariaMulheres Empresáriasl Dia 21Empresas Contábeis Reparação AutomotivaMeio Ambiente Escolas de Educação ProfissionalJurídicoComércio ExteriorAgências de Propaganda e Marketingl Dia 25Gestão Norte Gestão Empresariall Dia 26 Indústrias Plásticas l Dia 27Decoração e Interiores Gestão Vila Noval Dia 28Gestores da Saúde

Em marçol Dia 5Gestão Leste l Dia 7 Automação l Dia 12Gestão Sul

COMUNICAÇÃO

Portal mais modernoO Portal Acij e as mídias digitais uti-lizadas pela casa, como Facebook e Twitter, estão em constante evolu-ção, com o objetivo de oferecer ao associado informações atualizadas da maneira mais acessível e ami-gável possível. Em parceria com a A2C, a casa está modernizando o seu site, para facilitar a visualização dos conteúdos mais procurados pelo empresário.

Em destaque, os materiais de cursos e palestras, que ficarão na página principal nas terças-feiras, logo após sua apresentação no Conselho, e também os indicado-res, que estão sendo redefinidos pela ordem de importância. Além

disso, as redes sociais passam a tra-zer ainda mais informações úteis ao dia a dia do empresário, mescladas com dicas de gestão e atualidades do mundo empresarial.

Site passa por reformas para

facilitar navegação

Page 42: [ACIJ] Revista 21 - Fevereiro/2013

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ENTRE NÓSUM TEMA, DUAS PERSPECTIVAS

CAPACITAÇÃO

Canal de qualificação Acompanhe a nova programação de cursos, seminários, workshops e palestras. Os assuntos de inte-resse têm foco variado, nas áre-as técnica, de gestão, liderança e comportamental. São 19 eventos, entre 19 de fevereiro e 22 de abril. Entre em contato e reserve a sua vaga.

NR35 - trabalho em alturaREALIZAÇÃO: D-Edge Comércio

e Serviços

19 de fevereiro, 8h às 17h30

Treinamento SiscoservREALIZAÇÃO: Banco Brasil

19 de fevereiro, 13h30 às 18h

Importação própria, por conta e ordem de terceiros por encomenda - venda de benefício fiscalREALIZAÇÃO: Aduaneiras

25 e 26 de fevereiro, 8h30 às 17h30

Negociação eficaz, resultado eficaz. ComprasREALIZAÇÃO: Marcio Magalhães

25, 26 e 27 de fevereiro, 18h30 às 22h30

Não adianta enganar, seu cliente sabe quando você está atendendo de boa vontade. E você sabe?REALIZAÇÃO: Marcio Magalhães

4, 5 e 6 de março, 18h30 às 22h30

Excelência no atendimento ao clienteREALIZAÇÃO: MM Consultoria e

Treinamentos

5, 6 e 7 de março, 18h30 às 22h

Televendas - técnicas de negociação por telefoneREALIZAÇÃO: PROFATT Marketing

& Vendas

11, 12, 13 e 14 de março, 19h às 22h

Cobrança por telefone e negociação com inadimplentesREALIZAÇÃO: MatFin – Prof.Bellio

12 de março, 8h30 às 17h30

Liderança e delegação: mobilizando forças na organizaçãoREALIZAÇÃO: Sincrony

12 e 13 de março, 8h30 às 12h

Tributos e benefícios incidentes na importação (I.I.,IPI,PIS/Pasep,Cofins e ICMS)REALIZAÇÃO: Aduaneiras

25 de março, 8h30 às 17h30

Page 43: [ACIJ] Revista 21 - Fevereiro/2013

43REVISTA 21

Comunicação empresarial escritaREALIZAÇÃO: Domínio Comunicação

Cursos e Treinamentos

25, 26, 27 e 28 de março, 8h às 12h

Desenvolvendo o potencial do representante de vendas para melhores resultadosREALIZAÇÃO: Marcio Magalhães

25, 26 e 27 de março, 18h30 às 22h30

Oratória avançadaREALIZAÇÃO: MM Consultoria e

Treinamentos

2,3 e 4 de abril, 18h30 às 22h30

Empresas familiares: potencializando forças da família empresáriaREALIZAÇÃO: Sincrony

9 e 10 de abril, 8h30 às 12h

Treinamento gestão da força de vendasREALIZAÇÃO: Marcio Magalhães

9, 10, 11 de abril, 18h30 às 22h30

Trabalhador e vigia de espaço confinado - NR33REALIZAÇÃO: D-Edge Comércio e Serviços

16,17 de abril, 8h às 17h30

EmpretecREALIZAÇÃO: Sebrae

22 a 27 de abril, 8h às 18h

CURSOS EM DESTAQUE

Novo RH “em módulos”REALIZAÇÃO

Santo Emprego/Grupo ABRA

DATA

18 de março a 6 de junho

HORÁRIO

18h30 às 21h30

Eneagrama - aplicado dia a diaREALIZAÇÃO

Instituto Eneagrama

PRIMEIRA OPÇÃO

28 de fevereiro de 2013

19h às 22h45

SEGUNDA OPÇÃO

19 de março de 2013

8h às 11h45

Mais informações com Cleide

Telefone: 3461-3344

e-mail: [email protected]

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DOS NÚCLEOSO FOCO NOS GRUPOS SETORIAIS DA ACIJ

Inovação e tecnologia caminham juntas no desenvolvimento indus-trial do Norte de SC, cada vez mais “contaminado” com as tendências trazidas pelas empresas de atuação internacional que chegam a cidade e à região nos últimos anos.

Montadoras como General Mo-tors e BMW trazem práticas de gestão, processos produtivos e produtos de classe mundial, contri-buindo para a evolução da indústria local, que está alinhada com o que há de melhor. Somam-se a estas as subsidiárias de líderes mundiais instaladas no Perini Business Park, complexo industrial que se vale da tecnologia e do pioneirismo para tor-

nar-se um case de sucesso. “Há 10 anos, inovávamos na construção de galpões, com um sistema produtivo automatizado de pré-fabricados que garantiu uma vantagem competitiva

construída com prédios desenvolvi-dos com agilidade, eficiência e qua-lidade que asseguram segurança e conforto”, conta o diretor de opera-ções da Perville, Emerson Edel.

INDÚSTRIA E TECNOLOGIA

Joinville vem azeitando o motor da sua economia

GM inaugura fábrica em fevereiro. Nova unidade permanece nos planos

GM CORP

Page 45: [ACIJ] Revista 21 - Fevereiro/2013

45REVISTA 21

Para o presidente do Núcleo de Usinagem e Ferramentaria da Acij, Sérgio Oliveira, o momento é de otimismo, mas com cautela. Na sua avaliação, 2013 poderá ser um bom ano para o setor, impulsionado por medidas como o Inovar-Auto, novo regime automotivo lançado para promover a competitividade da in-dústria automotiva nacional. “A in-dústria metalmecânica está reagin-do bem e o setor de veículos novos, com destaque para os caminhões, vai alavancar bastante o setor indus-trial em 2013. Esse é o motivo maior para estarmos otimistas”, avalia Oli-veira, advertindo que é preciso ter cautela com algumas ações do go-

verno em favor das importações. “O setor das ferramentarias está pre-sente no Brasil há mais de 50 anos. Temos desenvolvimento tecnológi-co. Não perderemos para a China.

É necessário formarmos uma mas-sa crítica no setor, em todo o país”, enfatiza Paulo Braga, diretor da As-sociação Brasileira da Indústria do Ferramental (Abinfer).

USINAGEM E FERRAMENTARIA

Retomada no setor de caminhões traz otimismo

Sérgio Oliveira: “Indústria metalmecânica está reagindo bem”

PENINHA MACHADO

Page 46: [ACIJ] Revista 21 - Fevereiro/2013

46

O presidente do Núcleo de Auto-mação, Marcelo Teixeira, afirma que o setor industrial de Joinville vem passando por um conjunto de transformações que têm por objetivo a modernização de seu parque industrial. “O que se nota, nos últimos três anos, é a exis-tência de uma série de planos de investimento da indústria na melhoria e automatização, para o aumento da sua produtividade, e que tornem os seus produtos mais competitivos”, destaca.

No entanto, adverte, boa parte desses planos vêm sendo poster-gados devido a crises como a do setor de caminhões, no ano pas-

sado, que afetou toda a sua cadeia produtiva, ou o cancelamento de projetos para o aumento de capa-cidade da indústria automotiva.

Marcelo Teixeira avalia que os planos de incentivo do gover-no contribuíram para que alguns desses investimentos fossem rea lizados em 2012, principalmen-te em máquinas operatrizes em algumas indústrias de Joinville. Para ele, uma transformação pro-funda no chão de fábrica ainda se faz necessária, seja por meio da implantação de novas tecno-logias de controle de materiais e processos, seja no investimento em máquinas e equipamentos,

movimentação e armazenagem. A indústria já encontrou algumas respostas para este aumento da produtividade: a automação de seus processos é condição im-prescindível para a redução de custos fixos. “Temos um grande potencial para melhorar ainda mais o que a indústria joinvilense já faz tão bem. Precisamos, claro, que o governo federal também faça a sua parte, melhore a ges-tão de seus recursos, incentive a entrada de tecnologias inovadoras no país, invista mais em inovação, e faça uma reforma profunda na área tributária”, recomenda o pre-sidente do Núcleo.

AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL

Busca por tecnologias inovadoras e produtividade

Page 47: [ACIJ] Revista 21 - Fevereiro/2013

47REVISTA 21

A solução desenvolvida pela as-sociada Geometric, junto com as demais empresas do Núcleo de Automação, consiste em um robô manipulador que pega os produtos diretamente de dentro do molde da injetora, entrega para a empa-cotadora, que embala os produtos, sem a necessidade de contato ou supervisão humana.

A Geometric alcançou a mar-ca de 1,5 segundos por extração de produto. Nesse tempo, o robô consegue entregar todas as peças, interferindo muito pouco no ciclo completo de injeção, que ocorre em oito segundos. Essa operação normalmente é feita de forma ma-

nual. Com o robô, a produtividade aumenta consideravelmente e as etapas do processo de produção são reduzidas, eliminando manipu-lação de produtos e espaço físico.

Como se trata de um produto nacional, foi desenvolvido utili-zando componentes avançados porém encontrados no mercado local, reduzindo assim o custo de manutenção e a dependência tec-nológica.

Esse projeto contou com a parceria de algumas empresas do Núcleo de Automação – Famak, Festo, Proelt, Casa Faísca e Jav – além do programador de máquinas Ricardo Carboneri.

ROBÔ MANIPULADOR

Projeto mostra nível de automação industrial

Projeto, que envolveu diversas

empresas do núcleo, tem

componentes avançados e é

produto 100% nacional

DIVULGAÇÃO

Page 48: [ACIJ] Revista 21 - Fevereiro/2013

A indústria automobilística brasi-leira tem sua base de produção descentralizada no país, tanto no que se refere às montadoras e fabricantes dos produtos finais quanto à indústria fornecedora de autopeças.

No caso da indústria montadora de veículos e máquinas agrícolas, são 28 empresas com 53 unidades industriais e outras sediadas em 39 municípios de nove Estados brasileiros, do Centro-Sul ao Cen-tro-Oeste e ao Norte-Nordeste, ou seja, em todas as regiões do território nacional.

A regionalização da indústria automobilística no Brasil, marcada-

mente a partir da década de 1990, levou também à descentralização da indústria fornecedora de auto-peças, principalmente por meio da criação de condomínios indus-triais que integram fornecedores e montadoras, como os polos automotivos de Gravataí (RS), de Camaçari (BA), além de outros polos industriais automotivos em Betim (MG), São José dos Pinhais (PR) e Resende (RJ).

Os investimentos programa-dos pela indústria automobilística para os próximos anos priorizam a descentralização da produção pelo interior do país. São inegáveis os efeitos da interiorização dos inves-timentos automotivos, mudando radicalmente, e para melhor, o ce-nário socioeconômico das regiões onde se instalam.

Em consequência, múltiplos investimentos são gerados em infraestrutura e serviços públicos nas comunidades e nas regiões, ao mesmo tempo em que ocorre efeito multiplicador de investimen-tos privados em paralelo para aten-

dimento de novas necessidades de consumo de bens e serviços locais. A descentralização dos investimentos automotivos cria novas economias locais e regio-nais, agregando empregos, renda, consumo e qualidade de vida, num círculo virtuoso. A interiorização da indústria automobilística atua como fator de sustentabilidade local, regional e nacional.

Inicia-se agora um novo ci-clo de investimentos da indústria automobilística brasileira, com aportes da ordem de R$ 60 bi-lhões no perío do 2012-2017, com a construção de novas unidades industriais por parte das monta-doras já instaladas e outras novas que chegam ao país.

O Estado de Santa Catarina es-tará recebendo parte desses inves-timentos, tornando-se também um novo polo automotivo brasileiro. Os impactos em sua economia e nos meios sociais regionais serão altamente positivos, com geração de mais empregos, renda e quali-dade de vida.

Cledorvino Belini

PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS FABRICANTES DE VEÍCULOSAUTOMOTORES (ANFAVEA)

Interiorização promove um círculo virtuoso

O impacto da indústria automotiva na economia regional

48

PONTO E CONTRAPONTOUM TEMA, DUAS PERSPECTIVAS

Page 49: [ACIJ] Revista 21 - Fevereiro/2013

FÁBIO ABREU

Em 2007, para comemorar os 15 anos da revista AutoData, seu editor escolheu, para artigo sobre a geo-grafia da produção automotiva no país, uma provocativa manchete aos catarinenses: “Calma Santa!”. O tex-to versava sobre as possibilidades de outros Estados participarem do setor automotivo, na instalação de fábricas para a demanda prevista de 5 milhões de veículos em 2011 ou 2012. Nosso Estado figurava como o primeiro da lista de potenciais par-ticipantes dessa expansão.

Repliquei imediatamente com “Calma, Santa? Não mesmo!” por-que nos acreditava mais proeminen-tes que Espírito Santo e Pernam-

buco. Primeiro pelo nosso setor de autopeças, segundo por estarmos entre os já montadores Paraná e Rio Grande do Sul, terceiro por sermos uma região de alto consumo e poder aquisitivo e quarto por ter uma uni-versidade que se destaca como for-madora de engenheiros disputados pela indústria da mobilidade. Mas nossos rivais em atrair esses investi-mentos não se restringiam aos dois mencionados e eram, também, os Estados que já dispunham de suas fábricas. Ou seja, pesava muito na decisão a existência de uma base estabelecida.

Cinco anos depois, acredito ser oportuno revisar alguns fatores im-portantes daquela ocasião. O primei-ro diz respeito à demanda: ainda não chegamos a 4 milhões de veículos nas vendas do mercado brasileiro. O que pode ter arrefecido o apetite das montadoras. O segundo é para destacar que a logística foi decisiva para quatro empresas escolherem nosso Estado para instalar fábricas. Não que os demais fatores tenham sido deixados de lado, mas proximi-

dade dos portos e estradas foram preponderantes. Foi o que ocorreu com a General Motors em Joinville, com a LS Mtron em Garuva, com a Sinotruk em Lajes e agora com a BMW em Araquari. E a tudo isso se acrescentou a cultura europeia e a tradição metal-mecânica do Estado.

A recompensa pelos incentivos concedidos pelo Estado virá na cria-ção de mais de 2 mil empregos dire-tos até 2015. Mas grandes desafios começarão por aí. Precisamos treinar a nossa mão de obra. E os níveis sa-lariais mudarão também de patamar.

Para o setor de autopeças, será uma oportunidade de crescer. O programa Inovar-Auto vai demandar um maior nível de conteúdo regional de autopeças, abrindo as portas des-sas montadoras para fornecedores locais. Mas a competitividade será acirrada, porque várias das empre-sas que são fornecedoras nos seus países de origem serão atraídas para se estabelecer em nosso Estado. E aí residirá o maior desafio: pisar o pé no fundo, para ultrapassar os concor-rentes, ou perder a corrida.

Hugo Ferreira

PRESIDENTE DA CÂMARA DA INDÚSTRIA AUTOMOTIVA/FIESC E DIRETOR REGIONAL DO SINDIPEÇAS

Acelera, Santa!

49REVISTA 21

Page 50: [ACIJ] Revista 21 - Fevereiro/2013

50

HAPPY HOURO QUE É NOTÍCIA NA ACIJ

HAPPY HOURCULTURA, GASTRONOMIA, COMPORTAMENTO

DIVULGAÇÃO

Page 51: [ACIJ] Revista 21 - Fevereiro/2013

51REVISTA 21

Quando se fecham as cortinas, fina-lizando um espetáculo, artistas, alu-nos e professores percebem o im-pacto que a arte teatral tem na vida. Os aplausos, as críticas e as men-sagens do público revelam o poder transformador dessa prática – que é cada vez mais difundida, seja como profissão, hobby, meio de comuni-cação ou estilo de vida, até mesmo no ambiente corporativo.

O empresário Luiz Carlos Sche-ffer de Mello se vale do teatro para buscar influências em seu trabalho como joalheiro. “A experiência tem

ajudado a despertar minha criativi-dade, além de trazer mais seguran-ça para falar em público e no trato com os clientes”, afirma. A paixão pela arte apareceu na adolescência, o que o levou a buscar um curso de teatro na Casa da Cultura em 1991. Depois de 21 anos parado, retornou às aulas, agora no Studio Escola de Atores. No ano passado, participou da peça “É Batata”, com textos de Nelson Rodrigues, e ficou extasia-do. “Estar no palco é um turbilhão de emoções, um misto de alegria, prazer e satisfação. É fantástico”, encanta-se.

Lucinir Pereira Ferreira, funcio-nária pública federal aposentada, também tem uma atração especial pelos palcos, onde, literalmente, se sente a “rainha da cocada”. Para não se tornar refém do ócio que, segun-do ela, gera tédio, foi em busca de ocupação. Depois de 25 anos de tra-balho, optou pela arte e encontrou no teatro uma forma de fortalecer a autoestima, adquirir conhecimento,

experiência, fazer novas amizades, aprender a conviver, entender e res-peitar as pessoas. “Realizei peças na minha igreja sem conhecimento técnico, só com o gosto e o prazer que essa atividade me proporciona-va”, revela, explicando que a vonta-de de montar um grupo de teatro evangélico fez com que buscasse aprimoramento em uma escola pro-fissional. Hoje, Lucinir participa do grupo “Teatro Novo Tempo”, que conta com oito participantes, sendo sete aposentados. A trupe é filiada à Associação Joinvilense de Teatro (Ajote) e à Federação Catarinense de Teatro (Fecate). “O grupo tem como foco principal promover ao público da terceira idade o acesso aos bens culturais e à produção teatral, esti-mulando a participação social e a melhoria da qualidade de vida”, ex-plica. A aposentada apresentou 35 vezes, desde 2007, a peça “Uma Festa para Eulália”, escrita por Jura Arruda, e 11 vezes “A Mais Forte”, com texto de August Strindberg. A

Palco como terapiaou opção de vidaPara seguir carreira ou se

desenvolver como pessoa,

muita gente descobre

o poder transformador

da arte teatral

O ator e produtor

Cristovão Petry, em

ação: “Não há nada

que pague o aplauso ao

fim de um espetáculo”

Page 52: [ACIJ] Revista 21 - Fevereiro/2013

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peça mais atual, que estreou em 2012, “Meu Nome é Herbert”, de Anderson Robert, já contabiliza 21 apresentações.

“Acredito no poder transforma-dor da arte”, afirma Cristovão Petry, que foi fisgado pela prática há 20 anos, quando começou a trabalhar no bairro Itinga, na Comunidade Menino Jesus. Artista profissional, Cristovão também é produtor e con-sultor de projetos culturais, pois, se-gundo ele, ainda é difícil viver só de bilheteria no Brasil. “O teatro é feito para as pessoas. O retorno do públi-co é o melhor presente para o ator.

Não há nada que pague o aplauso ao fim de um espetáculo”, ressalta. Foi com o teatro que também en-controu uma maneira de melhorar a comunicação, a autoestima e a desinibição.

Para Fernanda Moreira, o teatro também foi uma escolha pessoal. Diretora do Studio Escola de Ato-res, a atriz “ganha a vida” com as artes cênicas, dando aula, atuando e repassando o estímulo cultural aos filhos. “Com o teatro, tornei-me uma pessoa mais sensível. O fazer teatral é um ato libertador, você se conecta consigo mesmo e com ou-

tras pessoas diferentes, aumentan-do as possibilidades de troca como ser humano”, assume.

Nos quase 20 anos de carreira, Fernanda já viu muitas pessoas não darem importância para sua

Nas fotos, do alto, a aposentada

Lucinir, o joalheiro Luiz Carlos,

Valmir e o grupo teatral da Embraco

(bem à esq.) e Fernanda Moreira,

da Studio (acima): procura pelo

“fazer artístico” é crescente

FOTO

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Page 53: [ACIJ] Revista 21 - Fevereiro/2013

53REVISTA 21

atividade ou tentarem desestimulá--la. Por outro lado, tem recebido o retorno de alunos que procuram a escola, seja por questões artísti-cas, aperfeiçoamento profissional, melhora na comunicação pessoal e interpessoal ou, simplesmente, para sair da rotina e se divertir. “É gratificante vê-los depois de uma peça, declarando superação e des-crevendo as mudanças significati-vas no cotidiano”, ressalta.

No meio empresarial, o teatro tem sido incorporado para auxiliar na comunicação e no repasse de orien-tações aos funcionários. É assim na Embraco, em Joinville, que mantém o “Grupo de Teatro Embraco”, for-mado em 1998. Desde a criação, o grupo já fez 1.029 apresentações, dentro e fora da empresa, para um público de 229.185 pessoas. Surgi-da a partir de uma ideia do Círculo de Controle da Qualidade (CCQ), a

equipe trabalhou dois anos sozinha até contratar a consultoria da Dioni-sos Teatro. “Recebemos feedback de pessoas que levam os exemplos positivos para suas vidas”, conta Valmir Dorner, coordenador do gru-po na empresa.

Em encontros semanais, os integrantes montam peças sobre segurança do trabalho, prevenção de acidente, educação no trânsi-to, ecologia, entre outros temas. O sucesso é tanto que recebem convites de outras empresas, es-colas, associações de moradores e asilos para encarar o público. Para Valmir, o valor do trabalho é imensurável, uma vez que muitos personagens ficam marcados, sendo lembrados na fábrica por longo tempo. Além disso, a ideia contribui para a integração, pro-duzindo uma interface muito forte com os colegas.

Qualificação contínua, reconheci-mento pela comunidade e inves-timento público são alguns dos pontos citados para promover a arte teatral em Joinville. Cristovão Petry entende que é preciso “extrapolar as fronteiras da cidade”, não só em relação ao teatro, mas à arte em ge-ral, para que o trabalho daqui seja reconhecido em outros lugares. “O teatro comunitário também pode avançar muito, e isso vem ocorren-do aos poucos. É preciso desenvol-ver pequenos espaços culturais na periferia. Isso faz a diferença”, alega.

Para Lucinir Ferreira, é essen-cial desenvolver uma cultura de ir ao teatro, pois as pessoas não têm o costume de se informar sobre os espetáculos que ocorrem na ci-dade. “Campanhas em escolas e

universidades seriam ideais para incentivar as crianças e os jovens a consumir produtos culturais de qua-lidade”, explica.

As principais dificuldades, de acordo com Fernanda Moreira, ain-da estão relacionadas ao preconcei-to das pessoas em aceitar a carreira de ator como uma profissão. “Para a maioria, ainda é um fazer muito superficial, mas o número de profis-sionais tem aumentado em Joinvil-le, o mercado cresce”, analisa. Cris-tovão se vale da frase do pensador Ernest Fischer para enfatizar a im-portância do incentivo à arte: “A arte é necessária para que o homem se torne capaz de conhecer e mudar o mundo. Mas a arte é também ne-cessária em virtude da magia que lhe é inerente”.

Uma arte em desenvolvimento Teatro se difunde pelo EstadoEm Joinville, são 17 grupos asso-ciados à Ajote, que mantém um espaço cultural, com o Galpão de Tea tro na Cidadela Cultural. Nos 10 anos de atuação, já envol-veu mais de 100 mil pessoas. As trupes joinvilenses também são filiadas à Fecate, que congrega 152 grupos de todas as regiões, mantendo um festival anual itine-rante. A entidade integra grupos de cidades como Florianópolis, Joinville, Itajaí, Blumenau, Jaraguá do Sul, Chapecó, Lages, São Ben-to do Sul, São José e Concórdia. De acordo com levantamento da Fecate, tais regiões se valem de incentivos municipais e federais para as produções.

ABRAM-SE AS CORTINASPara quem se interessa em entrar para o mundo do teatro, Joinville tem sete instituições que oferecem cursos

Casa da Cultura Fausto Rocha Jr. 3433-2266

Curso Livre de Teatro da Dionisos Teatro 3432-6654

Espaço Cultural Avá Ramin3207-1710

Espaço Cultural Casa Iririú9614-9140

Studio Escola de Atores3422-0360

Cursos livres nos bairros/Costa e Silva3418-0293

Conservatório Belas Artes3026-1816

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3 PERGUNTASUM PAPO RÁPIDO E DIRETO AO PONTO

1 Quais são os principais sonhos e os maiores pesadelos do empresário brasileiro?

Imagino que, entre os maiores sonhos estão o de ser líder de mercado, ter alta rentabi-lidade, um mercado sem competição, alta liquidez, regras claras e estáveis. Entre os piores pesadelos, a burocracia excessiva, a carga tributária, a legislação trabalhista, a infraestrutura ineficiente e a falta de mão de obra qualificada.

2 Considerando o momento atual, o líder empresarial brasileiro sonha mais ou tem mais pesadelos?

Tem mais pesadelos. Empreender, no Brasil, é um ato heroico de superação de obstáculos. Mas os empresários de maior sucesso são aqueles que acreditaram e lutaram pelos seus sonhos. Importante não é apenas sonhar, mas transformar sonhos em realidade, fazer acontecer. Planejar, portanto, é a melhor apó-lice de seguros, a saída. Preparar-se, não se precipitar, amadurecer o sonho e ter sempre um plano B. Muito importante é tentar enten-der – e considerar – os sonhos dos clientes e dos parceiros. Não dá para sonhar sozinho.

3 E é possível sonhar com os pés no chão?

Não só é possível como é preciso. Precisa-mos da cabeça nas nuvens, mas os pés bem plantados no chão. Esse é o maior segredo dos realizadores de sonhos, a capacidade de sonhar com os olhos bem abertos. Isto porque não adianta apenas ser um bom sonhador. É preciso ser um bom realizador de sonhos.

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ÃO

César SouzaO consultor César Souza é um dos mais requisitados palestrantes do Brasil, quando se trata de gestão, estratégia, inovação e, sobretudo, motivação. Um de seus livros, “Você é do Tamanho de seus Sonhos” foi, durante muito tempo, o quinto entre os mais vendi-dos do país em sua categoria. Sua vasta experiência como executivo em várias corporações – residiu durante 11 anos em Washington, quando ocupou a vice-presidência da Odebrecht Of America Inc., por exemplo – e sua expertise em varejo, setor em que se destaca como consultor nas maiores redes do país, o guindaram a uma privilegiada posição de referência no mundo empresarial. Convicto de que os únicos sonhos irrealizáveis são os devaneios – justamente aqueles que não são voltados a realizar os sonhos dos clientes –, César Souza desembarca em Join-ville dia 26 de março, a convite da Acij, para proferir palestra sobre “Sonhos e Pesadelos dos Líderes Em-presariais Brasileiros“. Inscrições abertas pelo e-mail [email protected] .

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