Adenocarcinoma
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DISCIPLINA: ONCOLOGIAPROFESSOR: JOSIELCURSO: ENFERMAGEMPERÍODO: 7ºACADÊMICA: RAAB ARAÚJO
FAHESA/ITPAC
CÂNCER DE ESTÔMAGOUm estudo de caso
CONCEITOS SOBRE O CA DE ESTÔMAGO O câncer de estômago é a segunda causa de morte
por câncer no mundo, e quase dois terços dos casos ocorrem em países em desenvolvimento.
O adenocarcinoma é o tipo mais comum de neoplasia maligna no estômago, corresponde a 94,5% de todos os casos. A doença é frequente no Brasil e apresenta variações regionais, sendo mais comum em estados do sul e sudeste e menos comum em estados do norte como o Pará e o Amazonas. É mais frequente em homens.
Em 1980 o câncer de estômago era a neoplasia mais comum no mundo, cerca de 896.000 pacientes desenvolveram a doença a cada ano, mas nas últimas décadas tem se observado um declínio acentuado nas taxas de incidência e mortalidade pela neoplasia.
FATORES DE RISCO PARA O CA DE ESTÔMAGO
Infecção pelo H. pylori
Alimentos defumados e riscos em sal Carência de vitamina C
Tabagismo e Etilismo
SINTOMATOLOGIA
O sintomas relacionados ao câncer gástrico, principalmente em sua fase inicial, são frustos e habitualmente se confundem com os de outras doenças pépticas.
Epigastralgia (CGP) Náuseas e vômito Anorexia, plenitude gástrica, emagrecimento, hematêmese. O achado de hepatomegalia, ascite, aumento do linfonodo
de Virchow (em localização supraclavicuar esquerda, também conhecido como sinal de Troisier), nódulos umbilicais (sinal de Sister Mary Joseph), aumento do linfonodo axilar esquerdo (sinal de Irish) e nodulações do fundo de as de Douglas ao toque retal (sinal das prateleiras de Blumer) são indicativos da doença avançada.
DIAGNÓSTICO
Clínico
O exame endoscópico é o método de escolha no diagnóstico do câncer do estômago do câncer do estômago. Permite além da descrição macroscópica da lesão , que muitas vezes é característica, a realização de biópsia para a confirmação.
CLASSIFICAÇÃO DO CA DE ESTÔMAGO
Existem diversas classificações relacionadas a histologia do câncer de estômago. Serão analisadas duas classificações consideradas as mais importantes para a avaliação histológica do tumor maligno gástrico: a classificação de Lauren, a classificação, a classificação de Nakamura e Iryia.
A classificação de Nakamura e Iriya é a aceita pela Sociedade Brasileira de Patologia e empregada pela Associação Brasileira de Câncer Gástrico.
LAUREN
Tipos Intestinal e difusos
O tipo intestinal se caracteriza pela presença de células neoplásicas coesas formando estruturas tubulares e uma massa discreta, ao passo que no tipo difuso as células cancerosas infiltram-se difusamente na parede do estômago. Enquanto o tipo intestinal apresenta uma estrutura globular definida, às vezes com papila ou componentes sólidos, o tipo difuso é composto por células separadas ou pequenos agrupamentos de células com secreção mucinosa distribuída por todo o citoplasma das células, ou, se extracelular, dispersa no estroma.
NAKAMURA -Adenocarcinoma do tipo intestinal de Irya: origina-se em área de
mucosa intestinalizada, sendo habitualmente bem definidos. São compostos por proliferação de glândulas tubulares simples ou ramificadas, com lúmen bem definido, às vezes com projeções papilares, assumindo padrões papilíferos, tubulopapilíferos ou tubulares. As células colunares apresentam borda em escova, núcleo ovalado ou redondo e diferentes graus de atipia. O estroma é rico em capilares sanguíneos, o que propicia as metástases hematogênicas. Quando a neoplasia tem túbulos de lúmen estreito, com células menos diferenciadas , é classificada como moderadamente diferenciadas.
-Adenocarcinoma do Tipo Gástrico de Iryia: tem origem em área de mucosa gástrica própria.
-Adenocarcinoma Tubular: apresenta túbulos ou papilas formadas por células colunares, sem bordas em escova e semelhante à célula faveolar gástrica. São mais freqüentes na cárdia e no corpo alto.
-Adenocarcinoma Microtubular: nesta classificação observa-se ploriferação de túbulos pequenos revestidas por células cúbicas com pouco citoplasma e núcleo relativamente grande, redondo e hipercromático.
-Adenocarcinoma Mucinoso: possui mucocelular (com células em anel de sinete) é a forma mais comum entre os gástricos . A célula em anel de sinete apresenta-se de diversas formas , desde a forma mais clássica até uma forma plasmocitóide.
-Adenocarcinoma Mucinoso Mucocelular: é uma variante da mucocelular em que o muco é predominantemente extracelular, localizado em lacunas do interstício.
-Adenocarcinoma pouco diferenciado: é formado por cordões de células esboçando padrão tubular ou formando pequenos grupamentos.
ESTADIAMENTO
O estadiamento do câncer gástrico mais aceito é o da AJCC (American Joint Committee on Cancer), e a classificação TNM mais utilizada é a da UICC (União Internacional Contra o Câncer), traduzida pelo INCA/Ministério da Saúde.
Ressalta-se que há discussão sobre a utilização desta classificação para a definição de tratamento e o estabelecimento do prognóstico dos casos, uma vez que as recomendações terapêuticas encontradas nos estudos baseiam-se em diversas versões dela, com variações significativas, como ocorreu entre a 6ª edição, de 2002, e a 7ª edição, de 2010 e que se resume a seguir:
RESUMO DA CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA TNM (14)
Tx O tumor não pode ser avaliado. NX
Os linfonodos regionais não podem ser avaliados.
T0 Sem evidência de tumor primário N0 Sem invasão linfática regional.
Tis Tumor in situ/displasia de alto grau: tumor intraepitelial sem invasão da lâmina própria
N1 1 a 2 linfonodos regionais acometidos.
T1 O tumor invade a lâmina própria ou muscular da mucosa (T1a) ou submucosa (T1b).
N2 3 a 6 linfonodos regionais acometidos.
T2 O tumor invade a muscular própria. N3
7 ou mais linfonodos regioanais acometidos.
T3 O tumor invade a subserosa. N3a7 a 15 linfonodos regionais acometidos.
T4
O tumor perfura a serosa (T4a) ou invade estruturas adjacentes (T4b).
N3b
16 ou mais linfonodos regionais acometidos.
M0 Sem metástase à distância
M1 Metástase à distância
GRUPAMENTO POR ESTÁDIOS CLÍNICOS (EC) (14)
EC 0 Tis N0 M0
EC IA T1 N0 M0
EC IB T2 N0 M0
T1 N2 M0
EC IIA T3 N0 M0
T2 N1 M0
T1 N2 M0
EC IIB T4a N0 M0
T3 N1 M0
T2 N2 M0
T1 N3 M0
EC IIIA T4a N1 M0
T3 N2 M0
T2 N3 M0
EC IIIB T4b N0, N1 M0
T4a N2 M0
T3 N3 M0
EC IIIC T4a N3 M0
T4b N2, N3 M0
EC IV Qualquer T Qualquer N M1
TRATAMENTO DO CA DE ESTÔMAGO
Remoção por endoscopia Cirurgia Gastrectomia total ou parcial com remoção de linfonodos próximos. Quimioterapia Radioterapia
CASO CLÍNICO
HISTÓRICO DE ENFERMAGEM 1 Identificação do pacienteF.R.L 69 anos, sexo masculino, casado, aposentado, 3 filhos, natural de Araguaína-TO, reside em Araguaína-TO na zona urbana, em casa de alvenaria com telhas de barro, com saneamento básico e água encanada, com a esposa e uma filha, ensino fundamental incompleto, católico, pais falecidos mãe por doenças cardíacas e pai acidente automobilístico, gosta de estar com a família e conversar com amigos. História PregressaPaciente nega HAS, DM, casos pregressos de Ca na família, foi fumante durante 15 anos e deixou fumo desde 1997, relata ingerir bebida alcoólica esporadicamente, relata alimentar-se com alimentação variada incluindo frutas, verduras, legumes mas também ingere frituras, relata não ter o hábito de ir ao médico periodicamente, e nem fazer consultas odontológicas. História da doença AtualPaciente procurou atendimento médico queixando-se de epigastralgia, vômito e náuseas intensa a mais ou menos 30 dias, foi atendido inicialmente na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e encaminhado ao Hospital Regional Público de Araguaína,onde foi diagnosticado o Ca de estômago. Relata não ter conhecimento sobre a doença.
EXAME FÍSICO
22.10.13 às 08:00, paciente em 7° DIH, em tratamento de adenocarcinoma gástrico, encontra-se lúcido, orientado em tempo e espaço, deambulante, comunicativo, hipoidratado, hipocorado. Ao exame encontra-se normotenso, eupneico, afebril, (PA:120/80mmhg, P:98bpm, R: 18rpm, T:35.8graus), crânio simétrico,couro cabeludo íntegro sem sujidade, olhos simétricos, pupilas fotorreagentes, pavilhão auricular sem alterações esse, sujidades, cavidade oral com lábios e mucosa íntegra e hidratadas, língua saburrosa, arcada dentária incompleta e com cáries; região cervical sem nódulos palpáveis, pescoço com rotação normal; tórax simétrico AP: MV(+) e difusos sem RA, AC: B 2T NF com ritmo sinusal, abdome plano e flácido, com RHA (+), indolor à palpação, genitália íntegra, sem edema, com AVP em MSE salinizado, diurese (+) evacuações ausentes em tempo.
MEDICAMENTOS PRESCRITOS
SF 0,9% Dipirona Bromoprida Omeprazol Amplictil Nausedron
EXAMES
Uréia Resultado: 56,0 mg/dL Valores de referência: 10,0 a 40,0mg/dL
KPPT – Tempo de Tromboplastina Parcial ativado Resultado: 30 segundos Valores de referência: 33 a 43segundos
HEMOGRAMA
VCM (Volume corpuscular Médio) Resultado: 79 fl Valores de Referência: 84 a 94 u3
Heritrócito Resultado: 38% Valores de referência: 40 a 53%
HCM (hemoglobina corpuscular média) Resultado: 25pg Valores de referência: 26 a 34pg
CHCM(concentração de hemoglobina corpuscular média) Resultado: 31% Valores de referência: 31 a 36%
Eosinófilos Resultado: 0,5 Valores de referência: 50 a 500/ml 1 a 5%
Glicose Resultado: 108mg/dL Valores de referências: 70 a 99mg/Dl
DIAGNÓSTICOS E PRESCRIÇÕES DE ENFERMAGEM
Risco de infecção, relacionada a punção venosa periférica.
Prescrições: Realizar curativo em PVP 1x ao dia ou
sempre que necessário. Realizar a troca do cateter da PVP a cada 72
horas ou sempre que necessário. Observar presença de sinais flogísticos e se
houver informar o médico. Manipular o AVP de forma asséptica.
Risco de desequilíbrio eletrolítico, relacionado a frequentes episódios de vômito.
-Prescrições e intervenções Orientar quanto a ingesta hídrica adequada. Administrar a medicação antiemética
conforme a prescrição. Observar a eficácia da terapêutica
medicamentosa. Elaborar juntamente com o profissional
nutricionista uma dieta rica em fibras e que contribua para o uma melhor digestão.
Avaliar a necessidade de hidratação e reposição eletrolítica EV.
Ansiedade relacionada à ameaça ao estado de saúde.
Medo relacionada à hospitalização e procedimentos hospitalares.
Prescrições e intervenções
Tranquilizar o paciente fazendo esclarecimento sobre a doença e o tratamento.
Orientar o acompanhante sobre como lidar com a ansiedade e o medo do paciente.
Solicitar o apoio psicológico para o paciente e familiares se necessário.
Dentição prejudicada relacionada a higiene oral ineficaz, evidenciada por ausência de dentes e cáries na boca.
Prescrições e intervenções
Orientar o paciente sobre a importância da higiene oral eficaz.
Observa se a higiene oral está sendo mantida.
Dor aguda, relacionada a agentes lesivos, evidenciado por relato verbal.
Prescrições e intervenções
Administrar a medicação analgésica conforme a prescrição.
Observar a eficácia da terapêutica analgésica.
Estar atento aos efeitos colaterais dos analgésicos.
MUITO OBRIGADA!
REFERÊNCIAS GUYTON, Arthur C.; HALL, John E.; – Tratado de fisiologia médica;
tradução de Barbara de Alencar Martins ... [et al.]. 11ª edição. – Rio de Janeiro :Elsevier, 2006; pp.37: 471 – 482.
CARPENITO, Linda Juall. Diagnóstico de Enfermagem:aplicação à prática clínica; tradução Regina Machado Garcez. – 11 ed. – Porto Alegre: Artmed, 2009.
Diagnóstico de Enfermagem da NANDA: definição e classificação 2009-2011 / NANDA Internacional; tradução Regina Machado Garcez – Porto Alegre: Artmed, 2010.
FONSECA, Luís Augusto Marcondes et. Al. Tendências da Mortalidade por câncer nas capitais dos estados do Brasil. Revista da Associação Médica Brassileira. V.56, n.3, p.309-312. 2010.
CARPENITO, Linda Juall. Diagnóstico de Enfermagem:aplicação à prática clínica; tradução Regina Machado Garcez. – 11 ed. – Porto Alegre: Artmed, 2009.