Adroaldo Bauer · 2011-12-27 · Pelas janelas chegam-me uns sabiás Trinam enquanto trabalho cá...

41
poemethos 18 Adroaldo Bauer Porto Alegre Dezembro de 2011

Transcript of Adroaldo Bauer · 2011-12-27 · Pelas janelas chegam-me uns sabiás Trinam enquanto trabalho cá...

Page 1: Adroaldo Bauer · 2011-12-27 · Pelas janelas chegam-me uns sabiás Trinam enquanto trabalho cá Ouço outros nas ruas, em casa, quando lá Trinados quais remotas buscas ansiadas

poemethos 18

Adroaldo Bauer Porto Alegre Dezembro de 2011

Page 2: Adroaldo Bauer · 2011-12-27 · Pelas janelas chegam-me uns sabiás Trinam enquanto trabalho cá Ouço outros nas ruas, em casa, quando lá Trinados quais remotas buscas ansiadas

Desconversa atenho-me ao vento invento o que tenho por voltas envolto

volto revolta dentro de antes da luz estranha e seduz meadas medeiam desalinho enfiado

em conversa de bar se finda sem pagar

Page 3: Adroaldo Bauer · 2011-12-27 · Pelas janelas chegam-me uns sabiás Trinam enquanto trabalho cá Ouço outros nas ruas, em casa, quando lá Trinados quais remotas buscas ansiadas

Sereistar *

Sereia em serenata à luz estelar encroada, sem luar

sem nave a naufragar

(*originado em provocação de Carmem Pressoto, de VidrÁguas)

Page 4: Adroaldo Bauer · 2011-12-27 · Pelas janelas chegam-me uns sabiás Trinam enquanto trabalho cá Ouço outros nas ruas, em casa, quando lá Trinados quais remotas buscas ansiadas

Poemethos 18

Adroaldo Bauer

Porto Alegre

Dezembro de 2011

Combinado, vamos combinar

Mesmo penses tu assim de mim Lucidez, é com o cérebro, sim.

No coração, razão não há Não que ande alquebrado Acantonado, a lamuriar

Lamento por deixar de amar Amei muito e mesmo amado fui

Hora, lugar, tempo, estrada, Pó, estrelas, luas e mar. Preciso é o navegar

A vida da precisão prescinde Convida a navegar Por uma hora feliz Sob o sol ou ao luar

Quando melhor é amar Combinamos, vamos combinar.

Page 5: Adroaldo Bauer · 2011-12-27 · Pelas janelas chegam-me uns sabiás Trinam enquanto trabalho cá Ouço outros nas ruas, em casa, quando lá Trinados quais remotas buscas ansiadas

Poemethos 18

Adroaldo Bauer

Porto Alegre

Dezembro de 2011

Des-a-mar-ras

Entre o não saber e o porquê Navio desprendido do cais

O coração se despedaça mais Nada de novo no mundo, vê

amar sobretudo – 1º de dezembro amar sobretudo amar nu, vestido amar sem calçado amar a qualquer homem, mulher jovem ou não amar de paixão

tanga, biquini, calção sem proteção não!

Page 6: Adroaldo Bauer · 2011-12-27 · Pelas janelas chegam-me uns sabiás Trinam enquanto trabalho cá Ouço outros nas ruas, em casa, quando lá Trinados quais remotas buscas ansiadas

Poemethos 18

Adroaldo Bauer

Porto Alegre

Dezembro de 2011

Sem nem porque

Morre-se um tanto a cada dia,

pois se renasce hora por hora o preço a pagar pelo devir

é deixar de ir é ficar também por aqui

ficar por ti, meu bem apenas ficar

também sob o açoite da noite também só, sem

porque, nem

Page 7: Adroaldo Bauer · 2011-12-27 · Pelas janelas chegam-me uns sabiás Trinam enquanto trabalho cá Ouço outros nas ruas, em casa, quando lá Trinados quais remotas buscas ansiadas

Poemethos 18

Adroaldo Bauer

Porto Alegre

Dezembro de 2011

De lua

Estou a um passo do passo seguinte A um minuto do próximo momento E no limiar de uma outra novidade Tudo depende de respirar fundo

De correr um outro mundo Da viração do quebravento

De hoje em diante Só adiante Sol radiante Estou de lua É novidade

Lua nova constante Pessoas de bom senso Dirão que ouvi estrelas

E as ouvi arreliadas, penso Um tanto a dizer por quase nada

Eram sóis que soem soar-me, sabeis Eram vozes d’além, de vós

Ou era o mar, ou era amar

vazando a maré Tão profundo o mergulho da lua Que tropeçando na pedra da rua Perdi-me de ti, que se fora nua

Page 8: Adroaldo Bauer · 2011-12-27 · Pelas janelas chegam-me uns sabiás Trinam enquanto trabalho cá Ouço outros nas ruas, em casa, quando lá Trinados quais remotas buscas ansiadas

Poemethos 18

Adroaldo Bauer

Porto Alegre

Dezembro de 2011

Mesquinharia mórbida

Algumas pessoas há em mórbido antegozo comprazendo-se, já

Deslembram que é pó Ao que cada uma tornará

Page 9: Adroaldo Bauer · 2011-12-27 · Pelas janelas chegam-me uns sabiás Trinam enquanto trabalho cá Ouço outros nas ruas, em casa, quando lá Trinados quais remotas buscas ansiadas

Poemethos 18

Adroaldo Bauer

Porto Alegre

Dezembro de 2011

Lassidão

Silente, expectante, o devir espreita na dobra do tempo,

que se arrasta o espaço se curva às vontades várias A tarde enrosca uma hora após outra

rumo ao melhor da existência, próximo à noite.

no destino das querências

Page 10: Adroaldo Bauer · 2011-12-27 · Pelas janelas chegam-me uns sabiás Trinam enquanto trabalho cá Ouço outros nas ruas, em casa, quando lá Trinados quais remotas buscas ansiadas

Poemethos 18

Adroaldo Bauer

Porto Alegre

Dezembro de 2011

Todas as melhores intenções

Beijo os lábios teus Embebidos em licor Adoráveis e em flor se abrem aos meus É prazer que sinto Os sentidos, sentes Então que é amor E também absinto

Vertigem vertendo em verde Vestes rosas as roupas tuas É loucura, vão dizer de mim Porque a percebo tão nua Entanto, nada mais seria Amada sempre querida

A roupa transparente assim Se um ganha e outra perde

Page 11: Adroaldo Bauer · 2011-12-27 · Pelas janelas chegam-me uns sabiás Trinam enquanto trabalho cá Ouço outros nas ruas, em casa, quando lá Trinados quais remotas buscas ansiadas

Poemethos 18

Adroaldo Bauer

Porto Alegre

Dezembro de 2011

Quando um mundo acaba

Entretida em controlar mercados A multidão na rua acampada depara Despede-se da fantasia a exploração

Investe-se da ordem, arroja a cavalaria Reinventa o front caseiro da guerra Desvela a face iníqua na repressão

Arruína a pose, a tirania do capital “Os negócios”, well, well, vão mal

Page 12: Adroaldo Bauer · 2011-12-27 · Pelas janelas chegam-me uns sabiás Trinam enquanto trabalho cá Ouço outros nas ruas, em casa, quando lá Trinados quais remotas buscas ansiadas

Poemethos 18

Adroaldo Bauer

Porto Alegre

Dezembro de 2011

Estação do recomeço

Pelas janelas chegam-me uns sabiás Trinam enquanto trabalho cá

Ouço outros nas ruas, em casa, quando lá Trinados quais remotas buscas ansiadas Da continuação das espécies animadas

O tempo rebenta em cores e, vivaz assim, Cobra do inverno, na essência, o fim

Page 13: Adroaldo Bauer · 2011-12-27 · Pelas janelas chegam-me uns sabiás Trinam enquanto trabalho cá Ouço outros nas ruas, em casa, quando lá Trinados quais remotas buscas ansiadas

Poemethos 18

Adroaldo Bauer

Porto Alegre

Dezembro de 2011

10 Setembro, 2011

Um fim de muito amor Quando é maior a dor

Pouco importa Quanto há de amor

Page 14: Adroaldo Bauer · 2011-12-27 · Pelas janelas chegam-me uns sabiás Trinam enquanto trabalho cá Ouço outros nas ruas, em casa, quando lá Trinados quais remotas buscas ansiadas

Poemethos 18

Adroaldo Bauer

Porto Alegre

Dezembro de 2011

É, sim, amor

o amor folha alva

o ponto nela, a cor da dor Cuidados, esmero, carinho,

suavidade, gentileza, tornados tensão

impertinência incompreensão

rudeza estressada incontinência

tristeza tudo em nada

Page 15: Adroaldo Bauer · 2011-12-27 · Pelas janelas chegam-me uns sabiás Trinam enquanto trabalho cá Ouço outros nas ruas, em casa, quando lá Trinados quais remotas buscas ansiadas

Poemethos 18

Adroaldo Bauer

Porto Alegre

Dezembro de 2011

Porto Alegre, zero grau

Cai o frio da noite em gelada chuva fina Sob marquises, dúvida: dormir ou gelar? E, se dormir, vai acordar ou morrerá? Se não dormir, que comerá e beberá?

A morte é o fim, um dia virá, pois sim Enquanto isso, o que se faz pra evitar Perdem-se pra miséria vidas sem vida

Page 16: Adroaldo Bauer · 2011-12-27 · Pelas janelas chegam-me uns sabiás Trinam enquanto trabalho cá Ouço outros nas ruas, em casa, quando lá Trinados quais remotas buscas ansiadas

Poemethos 18

Adroaldo Bauer

Porto Alegre

Dezembro de 2011

Melhor é o agora

Melhor é sempre o tempo presente. Que se vive, que se sente. E quando é incerta a hora

e o onde estás agora, ausente posto que já fostes embora,

quando a terra cora, se chora?

Page 17: Adroaldo Bauer · 2011-12-27 · Pelas janelas chegam-me uns sabiás Trinam enquanto trabalho cá Ouço outros nas ruas, em casa, quando lá Trinados quais remotas buscas ansiadas

Poemethos 18

Adroaldo Bauer

Porto Alegre

Dezembro de 2011

Uma chance pra poesia

Um sopro à janela um vulto dela

o vestido esvoaça o tempo passa

a cidade, o céu de fumaça ah, o mar, a rosa!

o verso pouco, a pouca prosa é vermelho, então

é sangue, não? Há, entanto, um fantasma à luz do dia há uma chance para a paz e a poesia.

Page 18: Adroaldo Bauer · 2011-12-27 · Pelas janelas chegam-me uns sabiás Trinam enquanto trabalho cá Ouço outros nas ruas, em casa, quando lá Trinados quais remotas buscas ansiadas

Poemethos 18

Adroaldo Bauer

Porto Alegre

Dezembro de 2011

À luz a vida

A vida se recria vem à luz

se impõe ao dia

Page 19: Adroaldo Bauer · 2011-12-27 · Pelas janelas chegam-me uns sabiás Trinam enquanto trabalho cá Ouço outros nas ruas, em casa, quando lá Trinados quais remotas buscas ansiadas

Poemethos 18

Adroaldo Bauer

Porto Alegre

Dezembro de 2011

4 Agosto, 2011

Dia desses encontrei-me lembrando de ti sem porque nem mais teus traços recordei

tal a flor que eras amei-te um gosto amargo tomou-me a boca um aperto confrangeu-me o coração

eras, já, só tênue lembrança, mas sei que nada foi em vão

Page 20: Adroaldo Bauer · 2011-12-27 · Pelas janelas chegam-me uns sabiás Trinam enquanto trabalho cá Ouço outros nas ruas, em casa, quando lá Trinados quais remotas buscas ansiadas

Poemethos 18

Adroaldo Bauer

Porto Alegre

Dezembro de 2011

Mais do amor

Sim, também o que foi há

não só, amor em natureza bruta há é em real beleza

mesmo na tristeza um outro olhar

hão de ver, saber e ser o que brilha lá

aqui também brilhará

Page 21: Adroaldo Bauer · 2011-12-27 · Pelas janelas chegam-me uns sabiás Trinam enquanto trabalho cá Ouço outros nas ruas, em casa, quando lá Trinados quais remotas buscas ansiadas

Poemethos 18

Adroaldo Bauer

Porto Alegre

Dezembro de 2011

Amo

Amo e não é só que ando

ando e não é só que amo

Page 22: Adroaldo Bauer · 2011-12-27 · Pelas janelas chegam-me uns sabiás Trinam enquanto trabalho cá Ouço outros nas ruas, em casa, quando lá Trinados quais remotas buscas ansiadas

Poemethos 18

Adroaldo Bauer

Porto Alegre

Dezembro de 2011

De astros e ex-estrelas

De Marte chegam-me novas De uma Vênus de morte Por certo perdeu o senso

A estrela supernova antes nua Hoje sem sorte míngua à lua A miríade de rios, sem amor,

Inconformada é um mar de dor (por Amy Winehouse)

Page 23: Adroaldo Bauer · 2011-12-27 · Pelas janelas chegam-me uns sabiás Trinam enquanto trabalho cá Ouço outros nas ruas, em casa, quando lá Trinados quais remotas buscas ansiadas

Poemethos 18

Adroaldo Bauer

Porto Alegre

Dezembro de 2011

O sol agora nos sorri

A palavra tua vestida ou nua

bem melhor fica se o sol nos sorri se chorava o céu,

por uns dias passados diga-se sempre isso

bem alto, o pé na terra,

ou de asa delta, seco ou molhado

respirando, pirando,

ando adoidado

Page 24: Adroaldo Bauer · 2011-12-27 · Pelas janelas chegam-me uns sabiás Trinam enquanto trabalho cá Ouço outros nas ruas, em casa, quando lá Trinados quais remotas buscas ansiadas

Poemethos 18

Adroaldo Bauer

Porto Alegre

Dezembro de 2011

Ventos

Vem com, o vento Sei, também, ai Passa o tempo e assim se vai

Page 25: Adroaldo Bauer · 2011-12-27 · Pelas janelas chegam-me uns sabiás Trinam enquanto trabalho cá Ouço outros nas ruas, em casa, quando lá Trinados quais remotas buscas ansiadas

Poemethos 18

Adroaldo Bauer

Porto Alegre

Dezembro de 2011

Ribombos e trovões

interrompido, o silêncio denuncia

a chegada da manada de elefantes, desde o nada,

antes de iniciar o dia. chuva e ventania na madrugada fria

Page 26: Adroaldo Bauer · 2011-12-27 · Pelas janelas chegam-me uns sabiás Trinam enquanto trabalho cá Ouço outros nas ruas, em casa, quando lá Trinados quais remotas buscas ansiadas

Poemethos 18

Adroaldo Bauer

Porto Alegre

Dezembro de 2011

amei-a à meia-noite

Bem, amei à noite à meia-noite

amei-a, note bem

Page 27: Adroaldo Bauer · 2011-12-27 · Pelas janelas chegam-me uns sabiás Trinam enquanto trabalho cá Ouço outros nas ruas, em casa, quando lá Trinados quais remotas buscas ansiadas

Poemethos 18

Adroaldo Bauer

Porto Alegre

Dezembro de 2011

É tempo de mais amor

O amor está no topo da pirâmide seguido desta tua solidariedade

inverte as razões das coisificações.

Page 28: Adroaldo Bauer · 2011-12-27 · Pelas janelas chegam-me uns sabiás Trinam enquanto trabalho cá Ouço outros nas ruas, em casa, quando lá Trinados quais remotas buscas ansiadas

Poemethos 18

Adroaldo Bauer

Porto Alegre

Dezembro de 2011

Escala descendente

Sonho que faz quente Rente ao chão, duro

Pés e mãos dormentes

Sonho que já é café Rente feito pão

Sonho que Japão é

Acordo. Não tem graça Nem é quente, verão

Um tanto mais é friaca

Page 29: Adroaldo Bauer · 2011-12-27 · Pelas janelas chegam-me uns sabiás Trinam enquanto trabalho cá Ouço outros nas ruas, em casa, quando lá Trinados quais remotas buscas ansiadas

Poemethos 18

Adroaldo Bauer

Porto Alegre

Dezembro de 2011

Poeira nos olhos

Pó de galáxias sois grão ao sol do universo via sul de versos lácteos arrebóis do multiverso

Page 30: Adroaldo Bauer · 2011-12-27 · Pelas janelas chegam-me uns sabiás Trinam enquanto trabalho cá Ouço outros nas ruas, em casa, quando lá Trinados quais remotas buscas ansiadas

Poemethos 18

Adroaldo Bauer

Porto Alegre

Dezembro de 2011

Talvez belo seja isso

esse espelho que assim me vê quando eu só penso em você quer me passar um recado

mostrar-me um meu outro lado

Page 31: Adroaldo Bauer · 2011-12-27 · Pelas janelas chegam-me uns sabiás Trinam enquanto trabalho cá Ouço outros nas ruas, em casa, quando lá Trinados quais remotas buscas ansiadas

Poemethos 18

Adroaldo Bauer

Porto Alegre

Dezembro de 2011

Palavras amargas

Há mais que palavras amargas agora Há o peso estranho do nosso silêncio Dor, a incompreensão tudo embarga

Pra onde nessa hora vai o amor Na expectativa do que supor? Calo vazio de sentidos, assim Pulsa tudo por ti em mim

Page 32: Adroaldo Bauer · 2011-12-27 · Pelas janelas chegam-me uns sabiás Trinam enquanto trabalho cá Ouço outros nas ruas, em casa, quando lá Trinados quais remotas buscas ansiadas

Poemethos 18

Adroaldo Bauer

Porto Alegre

Dezembro de 2011

Tempo e morte O tempo nos consome o tempo todo

A morte minha depende da minha vida Tempo, morte e vida, inda severina são

Da existência consequência e razão

Page 33: Adroaldo Bauer · 2011-12-27 · Pelas janelas chegam-me uns sabiás Trinam enquanto trabalho cá Ouço outros nas ruas, em casa, quando lá Trinados quais remotas buscas ansiadas

Poemethos 18

Adroaldo Bauer

Porto Alegre

Dezembro de 2011

Uma pela outra não se troca

Dá-se a outra pela uma vez ou outra Ah, quantas vida tivesse há tempo!

Ah, tempo mais tivesse pra uma só vida!

Justo, acordado, acerta os neurônios posto que um rei é morto e a dama de lilás jaz , decaída sem hormônios

Sob o balcão, ou cadafalso, o passo Em falso e morto será, um fracasso A trama é toda urdida, sendo a vida

Page 34: Adroaldo Bauer · 2011-12-27 · Pelas janelas chegam-me uns sabiás Trinam enquanto trabalho cá Ouço outros nas ruas, em casa, quando lá Trinados quais remotas buscas ansiadas

Poemethos 18

Adroaldo Bauer

Porto Alegre

Dezembro de 2011

16 de junho, 2011 a morte minha depende da minha vida.

Page 35: Adroaldo Bauer · 2011-12-27 · Pelas janelas chegam-me uns sabiás Trinam enquanto trabalho cá Ouço outros nas ruas, em casa, quando lá Trinados quais remotas buscas ansiadas

Poemethos 18

Adroaldo Bauer

Porto Alegre

Dezembro de 2011

Por teu amor

As penas da saudade são

rir de si em silêncio às noites um constante corolário

num canto qualquer do mundo [o melhor porque lá estás]

e ao vento os cabelos revoltos alinham em gotas

a chuva impregnada na roupa, na pele, na alma

no escuro fundo da terra a semente projeta o amanhã

fecundo de ti, em sumarento fruto que vai chegar-te aos lábios de romã

por amor

Page 36: Adroaldo Bauer · 2011-12-27 · Pelas janelas chegam-me uns sabiás Trinam enquanto trabalho cá Ouço outros nas ruas, em casa, quando lá Trinados quais remotas buscas ansiadas

Poemethos 18

Adroaldo Bauer

Porto Alegre

Dezembro de 2011

amor há

Ah, Maria! Muito te amaria... Já sabia, Já sabia!

Amor há! Sabia, já!

Page 37: Adroaldo Bauer · 2011-12-27 · Pelas janelas chegam-me uns sabiás Trinam enquanto trabalho cá Ouço outros nas ruas, em casa, quando lá Trinados quais remotas buscas ansiadas

Poemethos 18

Adroaldo Bauer

Porto Alegre

Dezembro de 2011

Vida e mar

Mar revolto aberto resultado

de afluentes versos vertentes de amor e vida.

Page 38: Adroaldo Bauer · 2011-12-27 · Pelas janelas chegam-me uns sabiás Trinam enquanto trabalho cá Ouço outros nas ruas, em casa, quando lá Trinados quais remotas buscas ansiadas

Poemethos 18

Adroaldo Bauer

Porto Alegre

Dezembro de 2011

bailando

em abandono por ti me amarro, enleio, emaranho, vôo estranho.

em suspenso por ti um tempo agito outro levito. num átimo, ótimo, retorno e contorno

o que me daria a felicidade e te amaria em qualquer dia,

em todas as idades. nada me prende, vês, que enleada sou flor,

que as asas minhas, sem dor, folhas ao vento são.

é minha sina ter por ti essa ansiedade viva, feito seiva, morfina,

me domina.

Page 39: Adroaldo Bauer · 2011-12-27 · Pelas janelas chegam-me uns sabiás Trinam enquanto trabalho cá Ouço outros nas ruas, em casa, quando lá Trinados quais remotas buscas ansiadas

Poemethos 18

Adroaldo Bauer

Porto Alegre

Dezembro de 2011

namorada minha amada Um dia, todos os dias, qualquer dos dias,

santos, santificados, úteis ou feriados, serão só nossos, os dias de namorados.

Page 40: Adroaldo Bauer · 2011-12-27 · Pelas janelas chegam-me uns sabiás Trinam enquanto trabalho cá Ouço outros nas ruas, em casa, quando lá Trinados quais remotas buscas ansiadas

Poemethos 18

Adroaldo Bauer

Porto Alegre

Dezembro de 2011

As penas da saudade

As penas da saudade são rir de si em silêncio

às noites um constante corolário num canto qualquer do mundo, o melhor porque lá estás,

e ao vento os cabelos revoltos alinham em gotas a chuva impregnada na roupa, na pele, na alma.

No escuro fundo da terra a semente projeta o amanhã fecundo de ti, em sumarento fruto que vai chegar-te aos lábios de romã, por amor.

Page 41: Adroaldo Bauer · 2011-12-27 · Pelas janelas chegam-me uns sabiás Trinam enquanto trabalho cá Ouço outros nas ruas, em casa, quando lá Trinados quais remotas buscas ansiadas

Poemethos 18

Adroaldo Bauer

Porto Alegre

Dezembro de 2011

Pusilânime Nem coragem, homem, sequer honestidade nem